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Na sua primeira vinda, para proclamar seu evangelho de salvação, Jesus palmilhou esta terra,
pisou no chão, andou de sandálias, andou de barco, dormiu em lugar incerto, nas cidades,
aldeias e distritos; Ele “se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). Contudo, na primeira fase de
sua vinda, quando haverá o arrebatamento da Igreja, Jesus não toca. Ele estará “nos ares” ou
“nas nuvens” (1 Ts 4.17). Nenhum teólogo ou cientista cristão poderá explicar como os crentes
fiéis serão arrebatados. E um mistério que só a fé pode aceitar como real e factual.
Com essa visão, até mesmo os crentes eram influenciados pela descrença quanto à
ressurreição. Havia, mesmo entre os crentes, quem não cresse na ressurreição.
Escreveu Paulo aos crentes de Corinto: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos
mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não
há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou” (1 Co 15.12,13). O tema da
ressurreição é de tamanha significância que só se pode entender pela fé. A lógica
racional, que dominava a mente dos primeiros crentes por influência da cultura grega,
bem como o entendimento lógico dos homens, nos dias presentes, inclui a
ressurreição na ideia de que a Bíblia é cheia de mitos. A falta de fé na doutrina da
ressurreição dos mortos é tão grave que resulta em questionamentos que podem
desacreditar a mensagem do evangelho, o papel dos pregadores e a certeza da
salvação. Paulo argumentou em sua carta aos coríntios: “E, se Cristo não ressuscitou,
logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também
considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que
ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não
ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E,
se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E
também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta
vida, somos os mais miseráveis de todos os homens (1 Co 15.14-19).
Existem teólogos, que na verdade nem mereceriam esse nome, que se valem de argumentos
racionais e humanistas, para negarem o fato da ressurreição. Rudolf Bultmann (1884-1976)
afirmava que a Bíblia está cheia de mitos. Daí, suas ideias serem denominadas ' Teologia do
Mito . Segundo essa teologia, pode-se crer em Jesus como Salvador, sem ter que crer em seu
nascimento virginal, em sua ressurreição, ou na sua segunda vinda; Deus não se revela
milagrosamente no tempo e no espaço. “O homem moderno pensa de modo científico, em
categorias rigorosamente causais”. São especulações humanas, que em nada abalam o alicerce
da inspiração da Bíblia, como revelação de Deus ao homem.
b) A garantia da ressurreição.
c) A primeira ressurreição.
Após valer-se da dialética, Paulo afirma com convicção plena que a ressurreição não
pode ser questionada, mas é um fato real, admitido pela fé, que tem por base e
referência a ressurreição de Cristo, como o primeiro a reviver pelo poder sobrenatural
de Deus, tornando-se a garantia de que todos os que morreram nele haverão de
reviver. Ele diz, no início de sua carta, que Cristo “ressuscitou, segundo as escrituras”
(1 Co 15.4b); “Mas, agora, Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos
que dormem. Porque, assim como a morte veio por um homem, também a
ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em
Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem:
Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Co 15.20-23). Neste
estudo, estamos discorrendo sobre a “primeira ressurreição” (Ap 20.5). A ressurreição
dos salvos. O primeiro, ou “as primícias”, a dar início à primeira ressurreição, foi Jesus.
Ninguém reviveu, vencendo a morte física, antes dEle. Depois que Ele ressuscitou,
houve a ressurreição de muitos servos de Deus, que estavam nos sepulcros. “E
abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados”
(Mt 27.52); eles também fazem parte da primeira ressurreição; mais dois grupos
também farão parte desse evento glorioso: “as duas testemunhas” (Ap 11.1-12, ler
especialmente v. 12 - “subi cá”); e o último grupo dos “mártires”, que aceitarão a
Cristo na “grande tribulação” (Ap 7.9-17). Na revelação do Apocalipse, o próprio Jesus
Cristo diz a João: “Não temas; eu sou o Primeiro e o Ultimo e o que vive; fui morto,
mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do
inferno” (Ap 1.17b,18 - grifo nosso). A ressurreição dos mortos e a transformação dos
vivos será um processo de tão grande complexidade, que só pela fé podemos
acreditar. Como corpos que sequer existirão mais nos túmulos, ou desaparecidos em
meio a catástrofes, poderão se recompor e assumir a condição de corpos
incorruptíveis, glorios. Paulo diz: “E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á
a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória” (1 Co 15.54).
a) O processo da transformação.
b) A necessidade da transformação.
“A transformação dos vivos é necessária. Diz a Bíblia “que carne e sangue não
podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrrupção” (1 Co
15.50). Na condição natural, biológica, limitada, ninguém pode sequer chegar às
nuvens sem aparelhos especiais de sobrevivência. Astronautas usam trajes
espaciais, adaptados para a rarefação do ar atmosférico. Nas estações espaciais,
por mais modernas que sejam, os cientistas criam condições especiais para os que
nela passam alguns dias e têm que voltar à Terra. Os mortos, ao ressuscitarem,
terão corpo semelhante ao de Jesus, após sua ressurreição (Fp 3.21), e estarão de
imediato em condições de subir aos céus, sem auxílio de qualquer equipamento
fabricado pelo homem. Assim, a transformação é o processo sobrenatural, em
que o corpo, formado por tecidos, células, sangue e outros elementos físicos, será
transformado num corpo glorioso, idêntico ao dos ressuscitados, com que
poderão ir ao encontro do Senhor nos ares”, ou literalmente, nas nuvens.