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VENERANDO JUIZES CONSELHEIROS DO TRIBUNAL SUPREMO,

EXCELENCIAS

Processo n°26/2016

Recurso de revista

Alegacoes

Companhia Has-Nur, Lda representada por Mohamed Unus, Mohamed Hanif Ebrahim e
Administracao do parque Imobiliario do Estado APIE, tendo interposto recurso de revista ao
douto acardao do venerando Tribunal Superior de Recurso de Nampula, em accao que lhe move
Maria Olinda Ossumane Gani Sarifo, nos termos dos artigos conjugados 721°,722°,726°, este
ultimo aplicavel ao caso ex. Vi artigos 691° a 711°,713° e 714°, todos do CPC, vem
tempestivamente apresentar as competentes alegacoes, acompanhadas das conclusoes, nos
termos em que se segue,pois, as razoes de direito que assistem aos aqui Recorrentes sao as
seguintes:

Por muito respeito que merece o vertido na decisao Tribunal Superior de Recurso, com a mesma
nao se pode concordar;

É questao de escalpelizar e desde logo porque:

O tribunal de primeira instancia, julgou, no saneador sentenca, procedente a accao interposta pela
Autora Maria Olinda Ossumane Gani Sarifo,declarando nulo o contracto de arrendamento
celebrado entre a dministracao do parque Imobiliario do Estado e Companhia Has Nur
Lda, e considerer valido o contrato celebrado entre a Administracao do Parque Imobiliario
do Estado e a autora Maria Olinda Ossumane Gani Sarifo, devendo ser restituido o imovel.

Em sede de recursos o tribunal Superior de recursos, limitou se a negar provimento ao recurso


interposto e manteve inalteradas para todos efeitos legais a decisao da primeira Instancia.
QUESTÃO PRÉVIA.

DA INCOMPENTECIA ABSOLUTA


O contrato que a Autora pretende fazer valer na presente accao, ha muito que se encontrava
cancelado pela APIE – Administracao do Parque Imobiliario do Estado, vide documento
Folhas 10 dos Autos (contrato n°.3097)

Pelo que, qualquer discusao sobre a validade ou nao desse contrato em causa é da competecia do
Tribunal Administrativo nao do Tribunal Judicial.

Porquanto contrariamente ao que fundamental a senteca do Tribunal de primeira instancia e


posteriormente confirmada pelo Tribunal Superior de Recursos, o contrato nao foi cancelado
pelo Reus 1 e 2, mas sim pelo Reu 3 APIE – Administracao do parque Imobiliario de Estado.

E esse cancelamento reveste a forma de acto administrativo que deveria ter sido sindicado no
Tribunal Administrativo.


Verifica se assim a incompetencia do Tribunal em razao da materia, porquanto, o contrato de
arrendamento celebrado entre a Autora e Reu 3 ora APIE, foi cancelado pela Reu 3 e nao Reu 1 e
Reu 2. Vide folha 10 nops autos.

O cancelamento do recurso de arrendamento por parte da Reu 3, constitui um actos meramente


administrative praticado por um ente do Estado. Na verdade, os actos administrativos sao
censurados junto do Tribunal Administrativo e nao Tribunal Judicial.

A Lei 14/2011 de Agosto, no seu artigo 153°, da possibilidade aos particulares requerer a
revogacao ou alteracao dos actos administrativos.

Ao caso presente, nos termos do artigo 8 da Lei 25/2009 de 28 de Setembro, fica patente que a
materia apresentada pela Autora é da competencia da jurisdicao administrative e nao compete a
jurisdicao judicial.

Tratando se de uma materia administrative, logo o tribunal competente é o Administrativo e por


forca do artigo 101° conjugado com artigo 102° ambos do CPC, o Tribunal da Primeira como da
segunda Instancia, tinham obrigacao de conhecer oficiosamente por se tartar de excepcao
dilatoria artigo.493° nr.1 e 2; artigo.494° nr.1f) e artigo. 495 todos do C.P.C

10°

Na realidade, prescreve o n°. 1 do artigo 102° do C.P.C que “a incompetencia pode ser arguida
pelas partes e deve ser suscitadas oficiosamente pelo Tribunal em qualquer estado do processo,
enquanto nao houver sentence em julgada proferida sobre o fundo da causa”

11°
Incompetencia essa que se argui, neste acto.

12°

Importando a absolvicao dos reus do pedido.(vide artigo 105° do C.P.C)

13°

Nao obstante a arguircao da incompetencia do Tribunal afecta as seguintes questoes, ficando


estas destituidas de qualquer interesse, SEM CONCEDER, a cautela, sempre se dira ou melhor
impoe se mesmo dizer que, quer a sentenca do Tribunal de primeira Instancia quer a Sentenca do
Tribunal Superior de Recurso, nao observaram o principio do contraditorio,

14°

Na realidade nas suas contestacoes os Reus, impugnaram os factos, juntaram documentos, pelo
que o Tribunal deveria ter elaborado a especificacao, onde considerava os factos provados e o
questionario, onde se levaria as questoes interrogativas de forma a que pudesse ser efetuada a
producao de prova em sede de audiencia e julgamento. Ate porque,

DA VIOLAÇÃO DE FORMALIDADE PROCESSUAIS

15°

Findos os articulados e concluidas as diligencias tendentes ao suprimento das excepcoes


dilatorias ou, derivadas do convite as partes para aperfeicoamente dos articulados quando tal se
justifique, deve ser convocada uma audiencia preliminar destinada a facultar as partes a
discussao de facto e de direito, sempre que o Juiz tencione conhecer imediatamente, no todo ou
em parte, do merito da causa (artigo 508° do C.P.C)

16°

Quando se designar essa audiencia preparatoria com tais objective, é necessario que se indique o
seu objecto e finalidade para que as partes possam preparar e indicar a sua posicao factual
ede direito, facultando ao Juiz, com a respective argumentacao uma decisao ponderada.
17°

Pretende se poisb que as partes sejam chamadas a cooperar e comparticipar, num debate factico-
juridico esclarecedor, com vista á prolacção de uma decisão amadurecida.

18°

Ao nao se convocar a audiencia preparatoria para os fins indicados no n°. 1 do artigo 508°
C.P.C., concretamente ao nao se chamar as partes para a discussao de facto e de direito a que se
refere a norma, cometeu-se uma nulidade, já que se omitiu um acto imposto por lei e, como tal,
obrigatorio que obviamente influiu a decisao da causa (vista a ausencia de cooperacao das partes
sobre o aspect factico-juridico da causa – artigo 201° n°.1 C.P.C.).

19°

No caso, por influir na decisao da causa a referida nulidade é de conhecimento oficioso,

20°

Na verdade este facto foi, observado de forma tenue na fundamentalcao do recurso do Tribunal
Superior de Recurso,

21°

Porquanto, aquele Tribunal considerou, que “antes de passarmos á apreciacao das questoes
suscitadas nao deixaremos de fazer um serio reparo á actuacao menos cuidados por parte
do Meritissimo Juiz da causa na conducao dos termos do presente processo”.

22°

Mais a frete considera que “pretendendo o Juiz conhecer do pedido no despacho saneador
impunha-se, por imperative legal contido no n°. 4 do artigo 508° que ao designar a data da
audiencia preliminary, tivesse declarado expressamente o seu fim”
23°

E acrescenta “como se ve dos autos fls 95, o Meritissimo Juiz cuidou de observer,
descrespeitando por complete este normativo”.

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