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Poder de Polícia e Direito Ambiental.

Licenciamento Ambiental Infrações Ambientais


CONCEITO
DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA
PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL É COMUM
NATUREZA DA LICENÇA AMBIENTAL
AUTORIDADES COMPETENTES PARA IMPOSIÇÃO DE MULTA
 Natureza de autorização PODER DE POLÍCIA AMBIENTAL X COMPETÊNCIA PARA
 Natureza de licença LICENCIAMENTO
 Natureza de licença sui generis
SANÇÕES
 Natureza indefinida
A RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
MODIFICAÇÕES NA LICENÇA AMBIENTAL
 Caracterização da Infração Administrativa Ambiental
REVOGAÇÃO OU ANULAÇÃO DA LICENÇA AMBIENTAL
 Do Princípio da Legalidade
 Mudança das circunstâncias RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA DE NATUREZA OBJETIVA OU
 Adoção de novos critérios de apreciação SUBJETIVA?
DIREITO À INDENIZAÇÃO NO CASO DE CANCELAMENTO  Responsabilidade objetiva
 Inexiste direito à indenização  somente a multa simples exige responsabilidade
 Há direito à indenização subjetiva
 Em regra, não há direito à indenização  responsabilidade subjetiva
CASOS DE DISPENSA DE LICENCIAMENTO SANÇÕES ADMINISTRATIVAS EM ESPÉCIE
ESPÉCIES DE LICENÇA AMBIENTAL PRESCRIÇÃO
 Licença prévia (LP)  Prescrição da Pretensão Punitiva
 Licença de Instalação (LI)  Prescrição intercorrente
 Licença de Operação (LO) DOSIMETRIA
REINCIDÊNCIA
Competência Ambiental
CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA AMBIENTAL Modificação dos genes pelo homem e
 Histórico da Legislação Anterior meio ambiente
 LC 140/11 INTRODUÇÃO
CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA AMBIENTAL CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA
ATIVIDADES E PESQUISAS COM OGM
 Dimensão do impacto ou dano ambiental
 Localização geográfica do empreendimento ou CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS
atividade PROIBIÇÕES
 Dominialidade do bem público afetável RESPONSABILIDADE CIVIL
 Atuação supletiva ÓRGÃOS E ENTIDADES DE BIOSSEGURANÇA NO BRASIL
 Ente instituidor da unidade de conservação
 Conselho Nacional de Biossegurança – Cnbs
COMPETÊNCIAS PARA LICENCIAMENTO  Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNbio
LICENCIAMENTO FEDERAL (IBAMA)  Comissão Interna de Biossegurança - CIBIO
LICENCIAMENTO ESTADUAL  Órgãos e entidades de registro e fiscalização
LICENCIAMENTO MUNICIPAL
EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (EXCETO APA)
DELEGAÇÃO DO LICENCIAMENTO
ATUAÇÃO SUBSIDIÁRIA
LICENCIAR E FISCALIZAR
PRAZO PARA ANÁLISE DO PEDIDO DE LICENÇA
ATUAÇÃO SUPLETIVA
PUBLICAÇÃO DA LICENÇA
PRAZO DE VALIDADE DAS LICENÇAS
REGRAS ESPECÍFICAS DE LICENÇA

Concurso não se faz para passar, mas até passar. Porrada na preguiça! A fila anda e a catraca seleciona. É nóis, playboy!!!
é “o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental licencia a localização, instalação,
ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental”.

De acordo com a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/81), o licenciamento
ambiental é um instrumento de caráter preventivo de tutela do meio ambiente. (Fiorillo).

DEFINIÇÃO E
NATUREZA
JURÍDICA

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PODER DE POLÍCIA E DIREITO AMBIENTAL. LICENCIAMENTO AMBIENTAL. BIOSSEGURANÇA. INFRAÇÕES AMBIENTAIS.
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Discute-se a natureza jurídica da licença ambiental, tendo em vista a clássica diferenciação entre
licença (ato vinculado e definitivo) e autorização (ato discricionário e precário).

Há quatro posicionamentos:

Natureza de autorização, cujo principal argumento é ausência de


NATUREZA DE
definitividade da licença ambiental, sujeita revalidação e revisão;
AUTORIZAÇÃO

Natureza de licença, uma vez que, atendidos os requisitos legais, é direito


NATUREZA DA
NATUREZA DE subjetivo (ato vinculado) do empreendedor obter a licença ambiental, ainda que sua
LICENÇA
LICENÇA continuidade fique sujeita a revisão ou reavaliação pelo órgão ambiental;
AMBIENTAL

Natureza de licença sui generis, uma vez que seria ato vinculado, caso
restem atendidos os requisitos legais, entretanto, não-definitivo ficando
NATUREZA DE
condicionada ao estado da técnica e a superveniência das condições ambientais ou
LICENÇA SUI GENERIS
legais; e

Natureza indefinida, dependendo dos contornos dados pela legislação


NATUREZA
correlata (Nota do Resumidor).
INDEFINIDA

Importante característica da licença ambiental verifica-se na possibilidade de sua modificação


ante a superveniência de riscos ambientais graves, nos termos do artigo 19 da Resolução 237 2:
Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá
modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou
cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:

MODIFICAÇÕES I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.


NA LICENÇA
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a
AMBIENTAL
expedição da licença.

III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.

Dessa forma, verifica-se que a licença ambiental, diferentemente do que ocorre com a licença
modalidade de ato administrativo estudada no direito administrativo, pode sofrer modificação posterior.

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Resolução CONAMA Nº 237/1997
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 4/28

Com relação à revogação da licença ambiental, tem prevalecido, espec. na jurisprudência do TRF
da 1ª Região, pela sua possibilidade com base no princípio da precaução, sustentando que o vocábulo
“cancelar” engloba tanto a anulação quanto a revogação, senão vejamos:
“Se há previsão de criação de unidade de conservação ambiental em área
onde anteriormente havia sido deferida licença de pesquisa para explotação de
calcário biogênico, é possível a revogação da licença concedida, pois o
princípio da precaução recomenda que em defesa do meio ambiente
não seja admitida a exploração da área em questão”.

A revogação dar-se-á quando sobrevier motivo de interesse público que desaconselhe a


realização da obra licenciada, tal como:

a) mudança das circunstâncias, seja por haver desaparecido as que


MUDANÇA DAS motivaram sua outorga ou sobrevirem outras que, se existissem antes teriam
CIRCUNSTÂNCIAS justificado sua denegação;
REVOGAÇÃO
OU ANULAÇÃO b) adoção de novos critérios de apreciação, em que a incompatibilidade
DA LICENÇA da atividade licenciada deriva de uma modificação posterior que a Administração
AMBIENTAL ADOÇÃO DE NOVOS introduziu no ordenamento jurídico urbanístico, quer aprovando novo plano
CRITÉRIOS DE diretor, quer modificando o existente, quer aprovando nova lei de zoneamento
APRECIAÇÃO ou modificando a existente, com efeitos negativos para a manutenção da licença
e do direito reconhecido ao particular com sua outorga. (José Afonso da Silva).

OBS.: O erro na sua outorga - o erro que supõe a equivocada apreciação de


circunstâncias reais não é um erro de fato, mas um erro de classificação, de valoração,
de interpretação, quer dizer, um erro de direito. O erro, no entanto, pode gerar uma
ilegalidade na outorga da licença, caso em que seu desfazimento deverá ser feito por
anulação e não por revogação. E a cassação vincula-se ao problema da legalidade, mas
não da legalidade da licença em si, mas de posterior descumprimento das exigências
dela. (José Afonso da Silva)

No que tange à anulação da licença ambiental, inexiste prazo para a sua fulminação, quer
administrativa, quer judicial, tendo em conta que não se sujeita à preclusão administrativa.
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DIREITO À INDENIZAÇÃO NO CASO DE CANCELAMENTO


Há a discussão sobre se haveria direito à indenização no caso de revogação/anulação da
autorização/licença no prazo de sua validade. Há três posicionamentos doutrinários:
(i) inexiste direito à indenização, uma vez que ao
“empreendedor são imputados todos os riscos de sua atividade, o que se
coaduna com os princípios do Poluidor-pagador e da Precaução. Portanto,
constatada a impertinência de determinada atividade econômica regularmente
INEXISTE
licenciada, impõe-se ao Poder Púbico a análise da conveniência e oportunidade da
DIREITO À
revogação, não se vislumbrando a possibilidade de indenização por perdas e danos
INDENIZAÇÃO
decorrente exclusivamente da revogação realizada pela Administração, pois o dever
de proteção não é só do Poder Público, mas também de toda a coletividade
incluindo o próprio empreendedor” (Maurício de Jesus Nunes da Silva);

(ii) há direito à indenização, haja vista que mesmo suspensa ou cassada a licença, remanesce o
direito do administrado de algum modo vinculado ao empreendimento: se não sob a forma de atividade
HÁ DIREITO À
efetiva, ao menos sob a forma de ressarcimento dos danos (materiais e morais) que vier a sofrer pela
INDENIZAÇÃO
perda dos investimentos que antes foram legítima e legalmente autorizados (Edis Milaré);

(iii) em regra, não há direito à indenização, “salvo quando a causa determinante do cancelamento
puder ser imputada diretamente à Administração Pública ambiental, quando, por exemplo, equivocar-se
ao licenciar uma atividade que sabidamente, naquele momento, não deveria sê-lo, pois incompatível com
o interesse público” (Frederico Amado). (Posição mais segura em prova)

De qualquer forma, quem defende a possibilidade de indenização ao empreendedor, entendem


ser cabível a reparação dos danos emergentes, apenas os diretos e imediatos, mas não dos lucros
cessantes, haja vista o caráter temporário da licença ambiental (Frederico Amado). Sobre o tema,
colacionamos interessante decisão do Superior Tribunal de Justiça, aduzindo que:
EM REGRA,
NÃO HÁ Não gera dano moral a conduta do Ibama de, após alguns anos concedendo
DIREITO À autorizações para desmatamento e queimada em determinado terreno com a finalidade
INDENIZAÇÃO de preparar o solo para atividade agrícola, deixar de fazê-lo ao constatar que o referido
terreno integra área de preservação ambiental (...) Ademais, a concessão de autorização
para queimada e desmatamento nos anos anteriores não gera um direito para o
agricultor, pois a negativa configura nítido exercício do poder de autotutela (Súmula 473
do STF), por meio do qual a Administração Pública busca justamente recompor a
legalidade do ato administrativo. Por fim, ganha substancial relevo o princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado, porque a limitação imposta pelo Poder
Público quanto à forma de exploração da propriedade constitui medida restritiva a um
direito individual que, todavia, reverte positivamente em favor de um direito de
titularidade difusa – o meio ambiente. (REsp 1.287.068).
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(i) a execução, em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de


interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas;

(ii) o manejo sustentável para exploração florestal eventual sem propósito comercial, para
consumo no próprio imóvel, devendo apenas ser declarados previamente ao órgão ambiental a
motivação da exploração e o volume explorado, limitada a exploração anual a 20 metros
cúbicos;

(iii) plantio ou do reflorestamento com espécies florestais nativas ou exóticas; e


CASOS DE DISPENSA DE
LICENCIAMENTO (iv) e a permissão de livre extração de lenha e demais produtos de florestas PLANTADAS
nas áreas não consideradas Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, certamente em
razão de se tratar de área de uso alternativo do solo, cuja vegetação foi plantada pelo proprietário
ou possuidor.

OBS.: Atividade não potencialmente causadora de significativo impacto


ambiental - O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou
empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do
meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo
processo de licenciamento.
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ESPÉCIES DE LICENÇA AMBIENTAL

São três as espécies de licenças ambientais:

Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade


aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os
LICENÇA PRÉVIA (LP)
requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações


LICENÇA DE constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
INSTALAÇÃO (LI) ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo


cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação.
LICENÇA DE OPERAÇÃO
(LO)
As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a
natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
COMPETÊNCIA AMBIENTAL 8/28

A Resolução 237/97 do CONAMA estabelecia um sistema racional de


divisão das atribuições entre as diversas esferas federativas, buscando evitar
a duplicidade de procedimentos.

A resolução tinha como intuito suprir a lacuna legal, pois a lei


complementar mencionada parágrafo único do art. 23 da CF só veio a ser
aprovada em 2011 (LC 140/2011).

Parte da doutrina argumentava que a Resolução 237/97 seria


HISTÓRICO DA
inconstitucional na parte em que procedia à divisão da competência
LEGISLAÇÃO ANTERIOR
licenciatória entre os entes da federação.

Segundo esse entendimento, tratando-se de matéria prevista como


CRITÉRIOS PARA competência comum (art. 23 da CF), caberia a lei complementar fixar as
FIXAÇÃO DA normas de cooperação entre os entes federativos.
COMPETÊNCIA
AMBIENTAL Além disso, criou o licenciamento municipal, extrapolando o poder
regulamentar concedido pelo art. 10 da Lei nº. 6.938/81.

A LC 140 estabeleceu que o licenciamento será feito por um único ente


e estabeleceu taxativamente as competências de cada ente da federação,
tendo referido diploma sido objeto da ADI 4757, (ainda pendente em
16/07/2018).

LC 140/11 Ressaltamos que a LC 140 não se aplica aos procedimentos anteriores


a sua vigência.

Mesmo que se conclua pela competência de um órgão ambiental para


o licenciamento, não resta excluído o poder de fiscalização dos demais de
outras esferas.
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CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA AMBIENTAL

(ou predominância do interesse): definição do órgão ambiental licenciador decorrerá da


dimensão territorial dos danos ambientais a serem causados.

O interesse local/competência municipal é aquele que não ultrapassa as fronteiras do


território de um Município.
DIMENSÃO DO
IMPACTO OU DANO
AMBIENTAL
Impacto estadual/competência do Estado é aquele que ultrapassa o território de um
Município, mas fica adstrito às fronteiras de um Estado da federação.

Impacto regional ou nacional/competência federal é aquele que ultrapassa o território de


um Estado, abarcando uma região ou mesmo todo o território brasileiro;

LOCALIZAÇÃO Parte da doutrina advoga a tese de que LC 140/2011 não acolheu o critério da dimensão do
GEOGRÁFICA DO impacto ou dano ambiental, mas sim da localização geográfica do empreendimento como regra
EMPREENDIMENTO geral para fixação da competência federal para licenciamento ambiental;
OU ATIVIDADE

A competência para a promoção do licenciamento ambiental será definida de acordo com a


titularidade do bem a ser afetado pelo empreendimento licenciando.

Há julgados do STJ e alguns regionais no sentido de que a dominialidade (titularidade do


DOMINIALIDADE DO
bem) não é critério definidor da competência para o licenciamento ambiental, contudo, a
BEM PÚBLICO
AFETÁVEL
dominialidade acaba sendo adotada para definição da legitimidade ativa da União e do IBAMA em
ações fundamentadas em possíveis ilegalidades no licenciamento ambiental, insuficiência da
atuação do órgão estadual de meio ambiente ou dano a bem de domínio da União (REsp
769753/SC).

Quando o órgão ambiental do ente federado de menor extensão territorial não puder
ATUAÇÃO SUPLETIVA
licenciar, o de maior abrangência territorial o fará;

ENTE INSTITUIDOR DA
O órgão competente para licenciar é o mesmo que instituiu a UC, exceto em se tratando de
UNIDADE DE
APA.
CONSERVAÇÃO
COMPETÊNCIA AMBIENTAL 10/28

COMPETÊNCIAS PARA LICENCIAMENTO


De acordo com a LC 140, ficou assim definida:

Atividades ou empreendimentos:

a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;


b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona
econômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em
Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f) de caráter militar, salvo os previstos no preparo e emprego das Forças Armadas
g) os relativos à material radioativo ou energia nuclear; ou
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da
atividade ou empreendimento (ou seja, licenciar o que for determinado por ato do Poder Executivo,
LICENCIAMENTO
por proposição da Comissão Tripartite Nacional).
FEDERAL (IBAMA)

Obs.: Há um critério geral, que é o da localização geográfica do


empreendimento ou atividade (e não mais do impacto ambiental), e dois critérios
suplementares: o da atividade (militar ou nuclear/radioativa) e o do ente instituidor
da unidade de conservação – instituída pela União, é competência desse ente (salvo
APAs). Entretanto, há doutrinador que afirma que o critério da atividade é, na
verdade, ditado pela predominância do interesse (pois é, o tema é muito polêmico!).

Frederico Amado defende que, nos itens “a”, “e” e “g”, o legislador adotou o critério da
extensão do impacto, enquanto nos itens ”b” e “c”, teria acolhido o critério da dominialidade. O item
“d” teria escolhido o critério do ente instituidor.

O Des. João Batista Moreira possui artigo a respeito da competência para licenciamento, onde
parece defender a utilização do critério da extensão do impacto para fins de fixação da competência
ambiental, quando houver conflito entre os órgãos ambientais.
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A competência para licenciamento pelo Estado é residual, cabendo-lhe aquilo que não for
conferido à União ou ao Município (art. 8º, XIV), in verbis:

a) (é ação administrativa do Estado) promover o licenciamento ambiental de atividades ou


empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7 o e
9o;
LICENCIAMENTO Cabe, ainda, ao Estado:
ESTADUAL
b) promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou
desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção
Ambiental (APAs)

Obs.: Há dois critérios, o residual, e o do ente instituidor da unidade de


conservação – se instituída pelo Estado, é desse ente a competência (salvo APAs).

Atividades ou empreendimentos:

a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte,
potencial poluidor e natureza da atividade;

b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de


LICENCIAMENTO Proteção Ambiental (APAs)
MUNICIPAL
Obs.: Há dois critérios, permanece o do impacto ambiental local e o do ente
instituidor das unidades de conservação (salvo APAs).
OBS.: O licenciamento que compreenda, concomitantemente, área terrestre
e marítima da zona costeira só será atribuição da União se ato do Poder Executivo o
definir, a partir de proposição da Comissão Tripartite (União não quer se ocupar com
pequenos empreendimentos, a exemplo de pequenas barracas e aluguéis de bananas
boat).
COMPETÊNCIA AMBIENTAL 12/28

A LC 140 diz que quem institui a unidade de conservação deve licenciar os empreendimentos
na área, excetuando-se as APAs.

No caso das APAs, o critério é a regra geral da LC: o da localização geográfica do


EM UNIDADES DE
empreendimento ou atividade.
CONSERVAÇÃO
(EXCETO APA)
Entretanto, isso não exclui a competência da União nos casos de sua exclusividade (APA em
fronteira com país limítrofe, APA em terra indígena, mar territorial, zona econômica exclusiva,
atividades nucleares em APA...).

A LC 140 prevê expressamente a possibilidade de delegação do licenciamento, mediante


convênio, desde que o ente destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a
executar as ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente.
DELEGAÇÃO DO
LICENCIAMENTO Considera-se capacitado, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio,
devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações
administrativas a serem delegadas (parágrafo único do art. 5°).

Dar-se-á por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de
outras formas de cooperação (artigo 16), e um exemplo é a delegação do licenciamento. Acrescente-
se que a ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor da atribuição.

A nova Lei estabelece que os empreendimentos devem ser licenciados ou autorizados por um
único ente federativo.

Os demais entes podem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ou autorização, de


ATUAÇÃO maneira não vinculante, respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento (a licença ambiental
SUBSIDIÁRIA envolve estudo, avaliação, enquanto a autorização os dispensa, por ser a atividade considerada simples
e de reduzido impacto).

O ente competente para licenciar é quem deve autorizar a supressão de vegetação decorrente
dos seus licenciamentos ambientais.

Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem guardar
relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado.
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A competência para licenciamento ou autorização não impede o exercício pelos entes


federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades
efetiva ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental
em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a atribuição de
licenciamento ou autorização. (AgRg no REsp 1373302/CE)

AMBIENTAL. PROCESSUAL CIVIL. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. AÇÃO CIVIL


PÚBLICA. LICENCIAMENTO AMBIENTAL. ZONA DE AMORTECIMENTO DO PARQUE
NACIONAL DE JERICOACOARA. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. RECURSO
ESPECIAL PROVIDO.
1. Em se tratando de proteção ao meio ambiente, não há falar em
competência exclusiva de um ente da federação para promover medidas protetivas.
Impõe-se amplo aparato de fiscalização a ser exercido pelos quatro entes federados,
independentemente do local onde a ameaça ou o dano estejam ocorrendo, bem
como da competência para o licenciamento.
LICENCIAR E 2. O domínio da área em que o dano ou o risco de dano se manifesta é apenas
FISCALIZAR um dos critérios definidores da legitimidade para agir do parquet federal. Ademais, o
poder-dever de fiscalização dos outros entes deve ser exercido quando a atividade
esteja, sem o devido acompanhamento do órgão competente, causando danos ao
meio ambiente.
3. A atividade fiscalizatória das atividades nocivas ao meio ambiente concede
ao IBAMA interesse jurídico suficiente para exercer seu poder de polícia
administrativa, ainda que o bem esteja situado em área cuja competência para o
licenciamento seja do município ou do estado.
4. Definida a controvérsia em sentido contrário à posição adotada no aresto
estadual, deve ser provido o agravo regimental para dar provimento ao recurso
especial, reconhecer a legitimidade do Ministério Público Federal e determinar o
regular prosseguimento da ação.
Agravo regimental provido.
(AgRg no REsp 1373302/CE, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, julgado em 11/06/2013, DJe 19/06/2013)
COMPETÊNCIA AMBIENTAL 14/28

Prazo máximo de 6 (seis) meses para análise dos pedidos de licença, a contar do ato de
protocolo do requerimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública,
quando o prazo será de até 12 (doze) meses.

As exigências de complementação de informações, documentos ou estudos feitas pela


autoridade licenciadora suspendem o prazo de aprovação, que continua a fluir após o seu atendimento
PRAZO PARA integral pelo empreendedor (art. 14, § 2°).
ANÁLISE DO
PEDIDO DE O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não implica
LICENÇA emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas instaura a
competência supletiva.

A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120
(cento e vinte) dias da expiração, ficando seu prazo automaticamente prorrogado até a manifestação
definitiva do órgão ambiental competente.

Pode ocorrer, ainda, a atuação supletiva em função da deficiência na ação do órgão ambiental
estadual ou municipal:

(I) - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado ou no


Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou distritais até a sua
criação;
ATUAÇÃO
SUPLETIVA (II) - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o
Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação; e

(III) - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Estado e no


Município, a União deve desempenhar as ações administrativas até a sua criação em um daqueles
entes.

De modo a viabilizar o controle popular, há previsão para publicação resumida dos pedidos de
licenciamento, em qualquer de suas modalidades, sua renovação e a concessão da licença.
PUBLICAÇÃO DA
LICENÇA
Tal publicação deve ser paga pelo interessado, no jornal oficial do Estado e em periódico de
grande circulação, regional ou local.
COMPETÊNCIA AMBIENTAL 15/28

As licenças têm prazo de validade diferenciado de acordo com a sua espécie. Ao fim do prazo,
deve ocorrer a revisão do licenciamento, para evitar a perenização de padrões ultrapassados
tecnologicamente.

Licença Prazo mínimo Prazo máximo Prorrogabilidade

O estabelecido pelo
cronograma de
Sim, desde que observado o limite
LP elaboração dos 5 anos
máximo
planos, programas
e projetos
O estabelecido pelo
Sim, desde que observado o limite
LI cronograma de 6 anos
máximo
PRAZO DE instalação
VALIDADE DAS
Não é prorrogada, mas renovada,
LICENÇAS
por prazo que independe do prazo
inicial.
Ocorre prorrogação, contudo, a partir
do requerimento de renovação até a
4 anos 10 anos
manifestação definitiva do órgão
ambiental.
LO
O pedido de renovação deve ser
apresentado até 120 dias antes do
fim do prazo.

O órgão ambiental poderá estabelecer prazos específicos para


empreendimentos ou atividades que por sua natureza e peculiaridade
estejam sujeitos a encerramento ou modificações em prazos inferiores

Além dessas regras gerais referentes ao licenciamento ambiental, podem ser definidas regras
específicas, pelo órgão ambiental competente, para o licenciamento de atividades dotadas de
características peculiares em razão do porte, da natureza, da localização, da dinâmica de exploração e
REGRAS assim por diante.
ESPECÍFICAS DE Exemplos: obras de grande porte (Resolução 006/87), obras de saneamento (Resolução
LICENÇA 005/88), atividades minerárias (Resolução 009/90 e 010/90), atividades de exploração e produção
de petróleo (Resolução 023/94), empreendimentos em praias de tartarugas marinhas (Resolução
010/96), assentamentos de reforma agrária (Resolução 289/2001).
As decisões do órgão ambiental acerca do licenciamento são passíveis de recurso.
PODER DE POLÍCIA E DIREITO AMBIENTAL. INFRAÇÕES AMBIENTAIS 16/28

O poder de polícia tem previsão no art. 225, § 3º da CF/88, sendo que a omissão do Poder
Público no seu exercício pode constituir infração administrativa (art. 70, § 3º, Lei n.º 9.605/98) ou ato
de improbidade (art. 11, II, Lei n.º 8.429/92).

Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente, sendo que qualquer
CONCEITO
pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades ambientais, para
efeito do exercício do seu poder de polícia.

A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover


a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de corresponsabilidade.

PODER DE POLÍCIA a competência para a proteção ao meio ambiente é comum entre a União, Estados, DF e
AMBIENTAL É Municípios e a competência é concorrente dos entes federados para legislar sobre direito ambiental.
COMUM
São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo
AUTORIDADES
administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio
COMPETENTES
Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das
PARA IMPOSIÇÃO
Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.
DE MULTA

PODER DE POLÍCIA A competência atribuída a certo ente federado para a concessão da licença ambiental não retira
AMBIENTAL X dos demais as prerrogativas atinentes ao poder de polícia, pois a preservação ambiental é de
COMPETÊNCIA competência comum. Todos os entes federados seriam competentes para lavrar autos de infração em
PARA matéria ambiental. A LC 140 estabelece que em caso de dupla lavratura prevalece a multa do órgão
LICENCIAMENTO ambiental competente para licenciar.

Com a LC 140/11, ampliou-se a interpretação do art. 76 da Lei 9.605/98, prevalecendo para a


mesma infração ambiental todo auto de infração do ente competente para licenciar, abarcando
quaisquer sanções previstas no art. 72 e não apenas a sanção de multa (o art. 76 só diz que o
pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa
federal na mesma hipótese de incidência).

SANÇÕES Havia também entendimentos de que o pagamento da multa municipal ou estadual, sendo
menor que a federal, não impedia a cobrança da diferença.

Hoje, com a LC 140, mesmo que a multa federal seja maior, a multa do ente
competente prevalecerá, mesmo que menor, não cabendo a cobrança de quaisquer
diferenças em relação à multa federal.
PODER DE POLÍCIA E DIREITO AMBIENTAL. INFRAÇÕES AMBIENTAIS 17/28

A RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL

Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.

A ocorrência de dano ambiental não é exigida para a consumação do citado tipo administrativo,
em consonância com o princípio da prevenção, sendo bastante que o agente, por ação ou omissão,
infrinja a legislação administrativa ambiental, existindo infrações de dano e de perigo.
CARACTERIZAÇÃO
DA INFRAÇÃO A essência da infração é o comportamento em desobediência a uma norma jurídica de tutela
ADMINISTRATIVA do ambiente. O dano, isoladamente, não é gerador da responsabilidade administrativa, mas apenas
AMBIENTAL se for resultado descrito em tipo infracional ou o provocado por uma conduta omissiva ou comissiva
violadora de regra jurídica.

Poderá ser autor dessa infração tanto as pessoas físicas ou jurídicas, mas neste último caso
exige-se que o ato tenha sido praticado por seu representante legal ou contratual, no interesse ou
benefício da entidade moral.

A aplicação de sanções pelos entes federativos se pauta pelo princípio da legalidade:

“É vedado ao IBAMA instituir sanções sem expressa previsão legal. Questão já


enfrentada pelo STF, no julgamento da ADI-MC 1823/DF, ocasião em que restou
determinada a impossibilidade de aplicação pelo IBAMA de sanção prevista
unicamente em portarias, por violação do Princípio da Legalidade”.

Exige-se lei em sentido formal para a tipificação de infrações administrativas.

“A aplicação de sanções administrativas, decorrente do exercício do poder de polícia, somente


se torna legítima quando o ato praticado pelo administrado estiver previamente definido por lei como
DO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE infração administrativa”.

Contudo, não viola o princípio da estrita legalidade a instituição de um tipo genérico por lei, a
ser regulamentado via decreto, uma vez que até em Direito Penal Ambiental já se admite a criação de
normas penais em branco heterogêneas, ante o caráter concretista e interdisciplinar do meio
ambiente:

“Não há atipicidade na conduta do agente, porquanto ela se inclui na previsão


estabelecida no artigo 25, §1º do Decreto nº 6.514/08. A descrição de conduta típica,
para fins de infração administrativa, pode vir regulamentada por meio de Decreto,
desde que a norma se encontre dentro dos contornos previstos na Lei n. 9.605/98,
não inovando na ordem jurídica”.
PODER DE POLÍCIA E DIREITO AMBIENTAL. INFRAÇÕES AMBIENTAIS 18/28

RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA DE NATUREZA OBJETIVA OU SUBJETIVA?

Basicamente, apontam-se três correntes:

A responsabilidade é objetiva e o dever de recuperar o meio ambiente decorre de simples prova


do prejuízo, pois a Lei 9.605/1998 em momento algum faz a distinção excluindo a responsabilidade de
quem não se houve com culpa, sendo, ainda, que há casos em que a mera omissão já é suficiente para
RESPONSABILIDADE configurar infração.
OBJETIVA

Esse é o entendimento também defendido pelo IBAMA;

SOMENTE A MULTA
SIMPLES EXIGE Conforme a dicção do art. 72 da Lei de n. 9.605/98. Ademais penalidade, inclusive a multa
RESPONSABILIDADE diária, incidirá a responsabilização objetiva;
SUBJETIVA
Em razão:

a) da teoria da culpabilidade afeta ao direito sancionador;

b) do princípio da intranscendência das penas; e

c) da utilização de vocábulo “transgressores” no caput do art. 14 da Lei de 8.938 (referência a


responsabilidade administrativa), e não tão somente “poluidor”, referida no § 1º do art. 14, relativa a
responsabilidade civil.

RESPONSABILIDADE
O Superior Tribunal de Justiça tem majoritariamente (decisões nas duas turmas) repelido a tese
SUBJETIVA
da adoção da responsabilidade objetiva na imposição de responsabilização administrativa ambiental:
“Isto porque aplicação de penalidades administrativas não obedece à lógica
da responsabilidade objetiva da esfera cível (para reparação dos danos causados),
mas deve obedecer à sistemática da teoria da culpabilidade, ou seja, a conduta deve
ser cometida pelo alegado transgressor, com demonstração de seu elemento
subjetivo, e com demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano” (REsp
1251697/PR)

Diante disso, acredito que a posição mais segura é pela responsabilidade administrativa
SUBJETIVA.
PODER DE POLÍCIA E DIREITO AMBIENTAL. INFRAÇÕES AMBIENTAIS 19/28

Lei 9.605/1998 Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes
sanções, observado o disposto no art. 6º:

I - advertência;

II - multa simples;

III - multa diária;

IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,


instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados
na infração;

SANÇÕES V - destruição ou inutilização do produto;


ADMINISTRATIVAS
EM ESPÉCIE VI - suspensão de venda e fabricação do produto;

VII - embargo de obra ou atividade;

VIII - demolição de obra;

IX - suspensão parcial ou total de atividades;

X – (VETADO)

XI - restritiva de direitos.

O Auto de infração é a forma de aplicação da sanção administrativa e dá início ao processo


administrativo.
o prazo para deflagrar o processo administrativo ambiental é de 5 anos,
PRESCRIÇÃO DA a contar do fato, não é do seu conhecimento.
PRETENSÃO PUNITIVA O prazo prescricional é interrompido com a lavratura do auto de
PRESCRIÇÃO
infração.
PRESCRIÇÃO ocorre se o processo ficar parado por mais de 3 anos, sem impulso por
INTERCORRENTE parte da Administração Pública.
A dosimetria das sanções será norteada pelos critérios do artigo 6.º, da Lei 9.605/1998,
consoante a gravidade do fato, os antecedentes do infrator e a sua situação econômica.
DOSIMETRIA
O cometimento de mais de uma infração administrativa pelo infrator o sujeita à aplicação
cumulativa de sanções.
O cometimento de nova infração ambiental pelo mesmo infrator, no período de cinco anos,
contados da lavratura de auto de infração anterior devidamente confirmado no julgamento de que
REINCIDÊNCIA trata o art. 124, implica:
(a) aplicação da multa em triplo, no caso de cometimento da mesma infração; ou
(b) aplicação da multa em dobro, no caso de cometimento de infração distinta.
MODIFICAÇÃO DOS GENES PELO HOMEM E MEIO AMBIENTE 20/28

O ordenamento brasileiro destaca tanto a tutela jurídica do patrimônio genético humano como a
do patrimônio genético de outros seres vivos, sempre no sentido de estabelecer tutela jurídica vinculada
a bens ambientais.

O “patrimônio genético é bem ambiental de uso comum do povo brasileiro, gerenciado pelo
Estado Brasileiro e vinculado a atividades de pesquisa e mesmo econômicas destinadas
preponderantemente – mas não exclusivamente – a assegurar o piso vital mínimo”.
CF. Art. 225. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público: I

I - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar


INTRODUÇÃO as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; e

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e


substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.

A Lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005) estabelece normas de segurança e mecanismos de


fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a
importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no
meio ambiente e o descarte de organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, tendo
como diretrizes o estímulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à
vida e à saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do
meio ambiente.

“Conjunto de normas legais e regulamentares que estabelecem critérios e técnicas para a


manipulação genética, no sentido de evitar danos ao meio ambiente e à saúde humana”. (Luís Paulo
Sirvinskas)

À União compete legislar, também no que se refere ao patrimônio genético, sobre suas normas
gerais:
Ocorrência de substituição - e não suplementação - das regras que cuidam das
exigências, procedimentos e penalidades relativos à rotulagem informativa de produtos
CONCEITO DE transgênicos por norma estadual que dispôs sobre o tema de maneira igualmente
BIOSSEGURANÇA abrangente. Extrapolação, pelo legislador estadual, da autorização constitucional
voltada para o preenchimento de lacunas acaso verificadas na legislação federal. (STF.
ADI 3645)

A regulamentação das atividades envolvendo OGMs através de lei federal, que


define as regras de caráter geral, homenageia o princípio da predominância do
interesse, na medida em que o controle e a fiscalização dessas atividades não se limita
ao interesse regional deste ou daquele Estado-membro, mas possui indiscutível alcance
nacional. (STJ. REsp 592.682/RS)
MODIFICAÇÃO DOS GENES PELO HOMEM E MEIO AMBIENTE 21/28

As atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados ficam restritos ao âmbito de
entidades de direito público ou privado, que serão responsáveis pela obediência aos preceitos desta Lei
e de sua regulamentação, bem como pelas eventuais consequências ou efeitos advindos de seu
descumprimento.

A lei de Biossegurança veda às pessoas físicas as atividades e projetos com OGM, de forma
autônoma e independente, ainda que mantenham vínculo com pessoas jurídicas.
ATIVIDADES E
PESQUISAS COM
A CTNBio é o órgão competente para conceder aos interessados autorização para a realização
OGM
dessas atividades.

As organizações públicas e privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais, financiadoras ou


patrocinadoras de atividades ou de projetos referidos no caput deste artigo devem exigir a apresentação
de Certificado de Qualidade em Biossegurança, emitido pela CTNBio, sob pena de se tornarem
corresponsáveis pelos eventuais efeitos decorrentes do descumprimento da Lei ou de sua
regulamentação.

Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco


embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não
utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:

(I) – sejam embriões inviáveis ; ou

(II) – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais , na data da publicação


desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de
completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.

§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.

§ 3º É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo


CÉLULAS-TRONCO e sua prática implica o crime tipificado no art. 15 da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de
EMBRIONÁRIAS 1997.

Em conclusão, o Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado


em ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Procurador-Geral da República
contra o art. 5º da Lei federal 11.105/2005 (Lei da Biossegurança), que permite, para
fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de
embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não usados no respectivo
procedimento, e estabelece condições para essa utilização. Prevaleceu o voto do Min.
Carlos Britto, relator. (...) Asseverou que as pessoas físicas ou naturais seriam apenas as
que sobrevivem ao parto, dotadas do atributo a que o art. 2º do Código Civil denomina
personalidade civil, assentando que a Constituição Federal, quando se refere à
"dignidade da pessoa humana" (art. 1º, III), aos "direitos da pessoa humana" (art. 34,
VII, b), ao "livre exercício dos direitos... individuais" (art. 85, III) e aos "direitos e
garantias individuais" (art. 60, § 4º, IV), estaria falando de direitos e garantias do
MODIFICAÇÃO DOS GENES PELO HOMEM E MEIO AMBIENTE 22/28

indivíduo-pessoa. Assim, numa primeira síntese, a Carta Magna não faria de todo e
qualquer estágio da vida humana um autonomizado bem jurídico, mas da vida, que já é
própria de uma concreta pessoa, porque nativiva, e que a inviolabilidade de que trata
seu art. 5º diria respeito exclusivamente a um indivíduo já personalizado.
O relator reconheceu, por outro lado, que o princípio da dignidade da pessoa
humana admitiria transbordamento e que, no plano da legislação infraconstitucional,
essa transcendência alcançaria a proteção de tudo que se revelasse como o próprio
início e continuidade de um processo que desaguasse no indivíduo-pessoa, citando, no
ponto, dispositivos da Lei 10.406/2002 (Código Civil), da Lei 9.434/97, e do Decreto-lei
2.848/40 (Código Penal), que tratam, respectivamente, dos direitos do nascituro, da
vedação à gestante de dispor de tecidos, órgãos ou partes de seu corpo vivo e do ato de
não oferecer risco à saúde do feto, e da criminalização do aborto, ressaltando, que o
bem jurídico a tutelar contra o aborto seria um organismo ou entidade pré-natal sempre
no interior do corpo feminino. Aduziu que a lei em questão se referiria, por sua vez, a
embriões derivados de uma fertilização artificial, obtida fora da relação sexual, e que o
emprego das células-tronco embrionárias para os fins a que ela se destina não implicaria
aborto.(....) Considerou, também, que, se à lei ordinária seria permitido fazer coincidir
a morte encefálica com a cessação da vida de uma certa pessoa humana, a justificar a
remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo ainda fisicamente pulsante para fins de
transplante, pesquisa e tratamento (Lei 9.434/97), e se o embrião humano de que trata
o art. 5º da Lei da Biossegurança é um ente absolutamente incapaz de qualquer
resquício de vida encefálica, a afirmação de incompatibilidade do último diploma legal
com a Constituição haveria de ser afastada. (STF, ADI 3510).
MODIFICAÇÃO DOS GENES PELO HOMEM E MEIO AMBIENTE 23/28

Art. 6º Fica proibido:

I – implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de registro de seu


acompanhamento individual;

II – engenharia genética em organismo vivo ou o manejo in vitro de ADN/ARN natural ou


recombinante, realizado em desacordo com as normas previstas nesta Lei;

III – engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano;

IV – clonagem humana;

V – destruição ou descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em desacordo com as


normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização;

VI – liberação no meio ambiente de OGM ou seus derivados, no âmbito de atividades de


PROIBIÇÕES pesquisa, sem a decisão técnica favorável da CTNBio e, nos casos de liberação comercial, sem
o parecer técnico favorável da CTNBio, ou sem o licenciamento do órgão ou entidade
ambiental responsável, quando a CTNBio considerar a atividade como potencialmente
causadora de degradação ambiental, ou sem a aprovação do Conselho Nacional de Biossegurança
– CNBS, quando o processo tenha sido por ele avocado;

VII – a utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o licenciamento de


tecnologias genéticas de restrição do uso.

A Lei 11.105/05, ao passo em que prevê vedações às atividades e pesquisas com OGM, tipifica o seu
descumprimento, como crimes e como infração administrativa, passível de imposição de penalidades por parte dos órgãos e
entidades de registro e fiscalização (art. 16).
Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão que viole as normas previstas nesta Lei e demais
disposições legais pertinentes ( art. 21).
Os crimes são (arts 24 a 27): Utilizar embrião humano em desacordo com o que dispõe o art. 5º desta Lei; engenharia
genética em célula germinal humana, zigoto humano ou embrião humano; clonagem humana; Liberar ou descartar OGM no
meio ambiente, em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização.

A regra da responsabilidade civil por danos decorrentes do descumprimento das normas previstas
na Lei de Biossegurança segue a sistemática da responsabilidade OBJETIVA.

Os alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que


contenham ou sejam produzidos a partir de OGM ou derivados deverão conter informação nesse sentido
RESPONSABILIDADE em seus rótulos.
CIVIL
(...) 8. Produtos alimentares em porcentual de transgênia abaixo de 1% (um por
cento), não sendo rotulados como OGM's, induzem o consumidor em erro, pois é
omitida informação quanto à origem propriedade e características, impossibilitando aos
consumidores a escolha de alimentos provenientes de modificação genética e outros
sem essa peculiaridade. (AC 0000471-35.2007.4.01.4000 / PI)
MODIFICAÇÃO DOS GENES PELO HOMEM E MEIO AMBIENTE 24/28

ÓRGÃOS E ENTIDADES DE BIOSSEGURANÇA NO BRASIL


O CNBS é órgão de assessoramento superior (órgão autônomo), vinculado ao Presidente da
República, e tem a missão de auxiliar a formulação e a implantação da Política Nacional de Biossegurança.

Segundo a doutrina, tal órgão possui natureza política, e não técnica. Suas decisões não estão
adstritas ao juízo formulado pela CTNBio, ainda que possa utilizar os subsídios técnicos fornecidos por
esta Comissão. O juízo, portanto, formulado pelo CNBS é de conveniência e oportunidade, ainda que deva
observar o princípio da legalidade.

Atribuições:

I – fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos órgãos e entidades federais com
competências sobre a matéria;

II – analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidade


socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus
CONSELHO derivados;
NACIONAL DE
BIOSSEGURANÇA – III – avocar e decidir, em última e definitiva instância, com base em manifestação da CTNBio e,
CNBS quando julgar necessário, dos órgãos e entidades referidos no art. 16 desta Lei, no âmbito de suas
competências, sobre os processos relativos a atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus
derivados;

Sempre que o CNBS deliberar favoravelmente à realização da atividade analisada, encaminhará


sua manifestação aos órgãos e entidades de registro e fiscalização referidos no art. 16 desta Lei.

Sempre que o CNBS deliberar contrariamente à atividade analisada, encaminhará sua


manifestação à CTNBio para informação ao requerente.

O Conselho reunir-se-á sempre que convocado pelo Ministro Chefe da Casa Civil, ou mediante
provocação da maioria absoluta de seus membros.

A reunião do CNBS poderá ser instalada com a presença de 6 (seis) de seus membros e as decisões
serão tomadas com votos favoráveis da maioria absoluta.
MODIFICAÇÃO DOS GENES PELO HOMEM E MEIO AMBIENTE 25/28

COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA – CTNBIO


A CTNbio é a base do sistema de biossegurança e dela partem as principais decisões sobre o tema. Trata-
se de um órgão eminentemente técnico.

É integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia, sendo uma instância colegiada multidisciplinar de


caráter consultivo e deliberativo, para prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal na
formulação, atualização e implementação da PNB de OGM e seus derivados, bem como no estabelecimento de
normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à autorização para atividades que envolvam
pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco zoofitossanitário, à saúde
humana e ao meio ambiente.

As decisões da CTNbio referentes à Biossegurança prevalecem sobre àquelas proferidas por qualquer
outro órgão administrativo, à exceção do CNBS.

É a CTNbio que detém a prerrogativa de classificar determinada atividade que utilize OGMs como
causadora de “significativo impacto ambiental” e, assim, estabelecer o cabível EIA/RIMA. STJ - Os estudos de
impacto ambiental, conquanto previstos na CF/88, são exigidos, na forma da lei, nos casos de significativa
degradação ambiental.

No sistema normativo infraconstitucional, o EIA e o RIMA não constituem documentos obrigatórios para
realização de experimentos com OGMs e derivados, salvo quando, sob o ponto de vista técnico do órgão
federal responsável (CTNBio), forem necessários.”

Constituída por 27 (vinte e sete) cidadãos brasileiros de reconhecida competência técnica, de notória
atuação e saber científicos, com grau acadêmico de doutor e com destacada atividade profissional nas áreas de
biossegurança, biotecnologia, biologia, saúde humana e animal ou meio ambiente.

Devem pautar a sua atuação pela observância estrita dos conceitos ético-profissionais, sendo vedado
participar do julgamento de questões com as quais tenham algum envolvimento de ordem profissional ou
pessoal, sob pena de perda de mandato, na forma do regulamento. As decisões da CTNBio serão tomadas com
votos favoráveis da maioria absoluta de seus membros.

Competências:

I – estabelecer normas para as pesquisas com OGM e derivados de OGM;

II – estabelecer normas relativamente às atividades e aos projetos relacionados a OGM e seus derivados;

III – estabelecer critérios de avaliação e monitoramento de risco de OGM e seus derivados;

IV – proceder à análise da avaliação de risco, caso a caso, relativamente a atividades e projetos que
envolvam OGM e seus derivados;
MODIFICAÇÃO DOS GENES PELO HOMEM E MEIO AMBIENTE 26/28

V – estabelecer os mecanismos de funcionamento das Comissões Internas de Biossegurança – CIBio, no


âmbito de cada instituição que se dedique ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à
produção industrial que envolvam OGM ou seus derivados;

VI – estabelecer requisitos relativos à biossegurança para autorização de funcionamento de laboratório,


instituição ou empresa que desenvolverá atividades relacionadas a OGM e seus derivados;

VII – relacionar-se com instituições voltadas para a biossegurança de OGM e seus derivados, em âmbito
nacional e internacional;

VIII – autorizar, cadastrar e acompanhar as atividades de pesquisa com OGM ou derivado de OGM;

IX – autorizar a importação de OGM e seus derivados para atividade de pesquisa;

X – prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao CNBS na formulação da PNB de OGM e seus
derivados;

XI – emitir Certificado de Qualidade em Biossegurança – CQB para o desenvolvimento de atividades


com OGM e seus derivados em laboratório, instituição ou empresa e enviar cópia do processo aos órgãos de
registro e fiscalização referidos no art. 16 desta Lei;

XII – emitir decisão técnica, caso a caso, sobre a biossegurança de OGM e seus derivados no âmbito das
atividades de pesquisa e de uso comercial de OGM e seus derivados, inclusive a classificação quanto ao grau de
risco e nível de biossegurança exigido, bem como medidas de segurança exigidas e restrições ao uso;

XIII – definir o nível de biossegurança a ser aplicado ao OGM e seus usos, e os respectivos procedimentos
e medidas de segurança quanto ao seu uso, conforme as normas estabelecidas na regulamentação desta Lei,
bem como quanto aos seus derivados;

XIV – classificar os OGM segundo a classe de risco, observados os critérios estabelecidos no regulamento
desta Lei;

XV – acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico-científico na biossegurança de OGM e seus


derivados;

XVI – emitir resoluções, de natureza normativa, sobre as matérias de sua competência;

XVII – apoiar tecnicamente os órgãos competentes no processo de prevenção e investigação de acidentes


e de enfermidades, verificados no curso dos projetos e das atividades com técnicas de ADN/ARN recombinante;
e
XVIII – apoiar tecnicamente os órgãos e entidades de registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta Lei,
no exercício de suas atividades relacionadas a OGM e seus derivados; Democratização das reuniões da CTNBio:
A restrição de acesso de pessoas às reuniões plenárias e das subcomissões setoriais do CTNBio viola o princípio
da publicidade.
MODIFICAÇÃO DOS GENES PELO HOMEM E MEIO AMBIENTE 27/28

Toda instituição que utilizar técnicas e métodos de engenharia genética ou realizar


pesquisas com OGM e seus derivados deverá criar uma Comissão Interna de Biossegurança -
CIBio, além de indicar um técnico principal responsável para cada projeto específico.

Atribuições:

I – manter informados os trabalhadores e demais membros da coletividade, quando


suscetíveis de serem afetados pela atividade, sobre as questões relacionadas com a saúde e a
segurança, bem como sobre os procedimentos em caso de acidentes;

II – estabelecer programas preventivos e de inspeção para garantir o funcionamento das


instalações sob sua responsabilidade, dentro dos padrões e normas de biossegurança, definidos
pela CTNBio
COMISSÃO INTERNA DE
BIOSSEGURANÇA - CIBIO
III – encaminhar à CTNBio os documentos cuja relação será estabelecida na
regulamentação desta Lei;

IV – manter registro do acompanhamento individual de cada atividade ou projeto em


desenvolvimento que envolvam OGM ou seus derivados;

V – notificar à CTNBio, aos órgãos e entidades de registro e fiscalização e às entidades de


trabalhadores o resultado de avaliações de risco a que estão submetidas as pessoas expostas,
bem como qualquer acidente ou incidente que possa provocar a disseminação de agente
biológico; e

VI – investigar a ocorrência de acidentes e as enfermidades possivelmente relacionados


a OGM e seus derivados e notificar suas conclusões e providências à CTNBio.
MODIFICAÇÃO DOS GENES PELO HOMEM E MEIO AMBIENTE 28/28

A lei prevê que os órgãos e entidades de registro e fiscalização do Ministério da Saúde,


do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Ministério do Meio Ambiente,
e da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República possuem
atribuições no sistema brasileiro de Biossegurança.

Suas atribuições possuem caráter meramente registrário e fiscalizatório, devendo


sempre obedecer, as decisões técnicas da CTNBio, as deliberações do CNBS e os
mecanismos estabelecidos na Lei 11.105/05.

Atribuições:

I – fiscalizar as atividades de pesquisa de OGM e seus derivados;

II – registrar e fiscalizar a liberação comercial de OGM e seus derivados;


ÓRGÃOS E ENTIDADES DE
REGISTRO E FISCALIZAÇÃO III – emitir autorização para a importação de OGM e seus derivados para uso
comercial; IV – manter atualizado no SIB o cadastro das instituições e responsáveis técnicos
que realizam atividades e projetos relacionados a OGM e seus derivados;

V – tornar públicos, inclusive no SIB, os registros e autorizações concedidas;

VI – aplicar as penalidades de que trata esta Lei;

VII – subsidiar a CTNBio na definição de quesitos de avaliação de biossegurança de


OGM e seus derivados.

Cumpre destacar que, no exercício de atividade fiscalizatória, tais órgãos e entidades


podem aplicar multas, sendo o valor arrecado destinado aos próprios órgãos e entidades.
Esta destinação destoa daquela prevista na Lei 9.605, onde o valor das multas aplicadas em
decorrência de infrações ambientais é destinado ao Fundo Nacional do Meio Ambiente.

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