Você está na página 1de 16

Introdução

É imperativo que questões como sustentabilidade e desenvolvimento se tornem


conceitos implícitos à elaboração dos mais variados projetos que competem a
arquitetura e urbanismo. Esses conceitos não precisam mais ser tratados como
diferencial ou como algo louvável, mas precisam sim ser tratados como algo básico,
indispensável e natural ao que toca a elaboração e desenvolvimento de conceitos,
ideias, projetos e soluções de inovação.

Para que o conceito de sustentabilidade seja incorporado, naturalizado e se


entranhe na rotina de elaboração de projetos, é necessário que existam regulações e
ferramentas de controle e acompanhamento que sejam eficazes. Para tal tarefa,
algumas instituições lançam mão de selos e certificações que mostram que aquela
edificação ou obra levou em conta a sustentabilidade em seu projeto e execução.
Bancos financiadores de programas ou obras de habitação social não poderiam se
abster de criar algo do gênero. A Caixa Econômica Federal, detém o Selo Casa Azul,
que será nosso balizador em nosso projeto.

Segundo informações contidas no site da Caixa Econômica Federal, o Selo


Casa Azul é um conjunto de diretrizes que tem por objetivo classificar as edificações
financiadas pelo banco de acordo com certos requisitos. O Selo Casa Azul possui três
faixas de classificação, ouro, prata e bronze, de acordo com os objetivos alcançados.
Esta classificação objetiva estimular práticas sustentáveis de construção, preservando
recursos naturais e promovendo uma melhora na qualidade das edificações.

Em nosso projeto, buscamos a certificação Ouro. Este caderno descreverá os


itens e requisitos do selo casa azul, bem como seus detalhes e a maneira que
encontramos para aplicá-los. Alguns itens que escolhemos não possuem aplicação
em projeto, porém serão igualmente citados e explicados. Com o detalhamento de
itens e ações esperamos esclarecer as minúcias de nosso projeto e justificar sua
classificação ouro, para nós não se trata apenas de uma classificação ou uma
“medalha” pessoal, mas o símbolo de um compromisso com o ideal de projetar um
conjunto habitacional popular, mas com qualidade de projeto, que se executado
resultaria também em qualidade de vida.
1. Qualidade Urbana.

Ítem Caráter Cumprido


1.1 Qualidade do entorno - Infraestrutura Obrigatório Sim

1.2 Qualidade do entorno - Impactos Obrigatório Sim

1.3 Melhoria do entorno Opcional Sim

1.4 Recuperação de áreas degradadas Opcional Sim

1.5 Reabilitação de imóveis Opcional Não

Tabela de Objetivos: Primeiro item e subitens.

1.1. Qualidade do entorno – infraestrutura.

Este primeiro item possui a característica de propagar pela vizinhança o ideal


do residencial, como melhorias significativas ao entorno se encontram a instalação de
uma ETE que beneficiará toda a vizinhança. A própria implantação do condomínio
resultará em impactos positivos ao entorno, como a redução de alagamentos na
região, áreas alagadas impactam toda vizinhança, em épocas que não ocorrem
alagamentos, a praça sobre a cisterna servirá de lazer, não só para os moradores,
mas para a vizinhança imediata também. A rede elétrica será mantida e melhorada.
Escola, creche, comércio já existem no local, bem como linha de transporte público,
que com a implantação do residencial poderá sofrer mudança do trajeto no bairro.

Futura E.T.E. Futuro Posto Policial Monte Verde.

1.2. Qualidade do entorno – impactos.

Existe a previsão de instalação de uma ETE no terreno ao lado do Floripa


Shopping, nas proximidades do Residencial Monte Verde, o que pode acarretar mau-
cheiro, para minimizar o problema existem várias alternativas disponíveis, escolhemos
o sistema de decomposição dos elementos orgânicos por meio de bactérias, podendo
ser aeróbicas ou anaeróbicas, ambos os tipos possuem um baixo custo de
implantação e manutenção e alta eficácia na eliminação de odores desagradáveis.
A maior fonte de ruído local é a Rodovia Virgílio Várzea, porém com a
arborização e posicionamento das aberturas das edificações, não haverá problemas
de ruído excessivo.

1.3. Qualidade do entorno – melhorias do entorno

Serão efetuadas melhorias no entorno imediato, está previsto a instalação de


uma ciclo faixa que circundará o residencial e o entorno imediato, dando continuidade
à ciclo faixa existente na SC, continuando pela Rodovia Virgílio Várzea e circundando
todo o bairro, como consequência natural, os passeios serão revitalizados,
estimulando o caminhar e o uso de bicicleta.

1.4. Recuperação de áreas degradadas.

O conceito de degradação, especificamente na nossa área de interesse, vai


desde modificações radicais no relevo, alterações no meio ambiente e seus elementos
e acredito que a impossibilidade de reversão ao estado original do sítio também seja
degradação. Nos ateremos mais focadamente na revitalização do rio que passa pelo
bairro e de forma geral no terreno do residencial. No que diz respeito ao rio, sugerimos
um rebaixo no leito na ordem de 1 metro, tal medida deverá ser suficiente para dar
vazão em épocas de excesso de chuva, refluxo de maré e recebimento da água
armazenada de forma temporária da cisterna de controle de cheias. Quanto ao terreno
do residencial, o aumento da área permeável e a qualidade do espaço gerado
gabaritam a requalificação do espaço de intervenção.
2. Qualidade de projeto.

Item Caráter Cumprido


2.1 Paisagismo Obrigatório Sim
2.2 Flexibilidade de projeto Opcional
2.3 Relação com a vizinhança Opcional
2.4 Solução alternativa para sistema de transporte Opcional
2.5 Local para coleta seletiva Obrigatório Sim
2.6 Equipamentos de lazer, sociais e esportivos Obrigatório Sim
2.7 Desempenho térmico - Vedações Obrigatório Sim
2.8 Desempenho térmico – Orientação solar e aos Obrigatório Sim
ventos
2.9 Iluminação natural em áreas comuns Opcional
2.10 Ventilação e iluminação natural em banheiros Opcional
2.11 Adequação ás condições do terreno Opcional Sim
Tabela de Objetivos: Segundo item e subitens.

2.1. Paisagismo.

Para nosso projeto escolhemos uma abordagem aberta, do ponto de vista


paisagístico, onde as edificações criam um espaço entre os prédios, dando vida a uma
grande praça com muita permeabilidade, garantida pelas áreas de piso permeável,
existe boa arborização orientada a amenizar a insolação em dias quentes, melhorando
assim o desempenho térmico das edificações. Além disso a implantação paisagística
prevê áreas de permanência e socialização.

Implantação. Interação social.


2.2. Coleta Seletiva

Este importante item não é algo que se possa inserir em projeto, porém, nossa
proposta prevê educação ambiental, parceria com entidades responsáveis pela coleta
de resíduos. Será disponibilizado pontos para depósito de material reciclável a ser
recolhido, containers para despejo especial, materiais de porte não usual, móveis,
entre outros. Para lixo eletrônico, um container permanente será disponibilizado na
associação de moradores. Também será estimulada a separação de lixo orgânico
para sua utilização em compostagens para a horta comunitária.

Lixeiras para coleta seletiva. Descarte de Eletrônicos Lixeira para tamanhos não usuais

Caixas para compostagem.

2.3. Equipamentos de Lazer, Sociais e Esportivos.

O Selo Casa Azul recomenda a instalação de pelo menos quatro unidades


que contemplem este tema. Nosso Projeto prevê a instalação de um playground
Infantil, espaço para instalação de feira multitemática com foco local, onde está
prevista a instalação das habitações temporárias será implantado espaço para cursos,
deliberações, desenvolvimento social, pessoal e comunitário e a própria implantação
das torres habitacionais promove a interação social, transformando o espaço não
edificado em uma grande praça que engloba todo o residencial, pode-se considerar a
ciclo faixa como um equipamento disponível para a prática do ciclismo como lazer e
esporte, não somente para simples locomoção.
2.4. Desempenho térmico.

O selo casa azul estabelece parâmetros para que se atinja um nível


satisfatório de conforto térmico em uma edificação, para tanto, estabelece critérios
para fachadas e aberturas baseando-se na zona climática correspondente,
Florianópolis está localizada na zona 03. Com base nessa informação, para o
envelope utilizamos a cor cinza com (absortância) alfa 0,4, como predominante nas
fachadas onde existe insolação de Oeste, nas demais fachadas utilizamos também
um verde e vermelho de intensidades intermediárias, ambos com alfa 0,6. Para o teto,
utilizamos a cor branca, alfa 0,2. Para as paredes externas, o selo determina, com
base na NBR 15575-5, que se tenha uma transmitância (U) na ordem de <2,5, para
atendermos este parâmetro, utilizamos uma composição de Tijolos 6 furos com
revestimento interno de argamassa (2,5 cm) o que resulta em uma transmitância de
1,98, atingindo o equilíbrio e atendendo esse quesito.

2.5. Adequação às condições do terreno.

Nossa proposta de implantação não exige movimentos de terra, na parte mais


baixa do terreno isto poderia ser visto como um problema, já que a região sofre com
eventuais alagamentos, porém nosso sistema de drenagem resolve este problema,
por tanto damos como item cumprido no programa.

3. Eficiência Energética.

Item Caráter Cumprido


3.1 Lâmpadas de baixo consumo – áreas privativas Obrigatório Sim
3.2 Dispositivos economizadores em áreas comuns Obrigatório Sim
3.3 Sistema de aquecimento solar Opcional
3.4 Sistema de aquecimento a gás Opcional
3.5 Medição individualizada – gás Obrigatório Sim
3.6 Elevadores eficientes Opcional
3.7 Eletrodomésticos eficientes Opcional
3.8 Fontes alternativas de energia Opcional
Tabela de Objetivos: Terceiro item e subitens.
3.1. Lâmpadas de baixo consumo.

Recomendamos o uso de lâmpadas de LED tubular na implantação de nosso


projeto. Podemos citar inúmeros benefícios diretos e indiretos para implementação de
iluminação LED nas residências, o fator ambiental e o custo a longo prazo pesam mais
entre os fatores analisados. O modelo escolhido é o de 15w de cor branca com
temperatura de cor de 6500k, o custo aproximado mensal de 10 unidades em
funcionamento é de R$1,65 ao mês, R$ 19,80 ao ano, comparativamente seu custo
inicial é bastante similar a uma lâmpada fluorescente compacta de 20w, cerca de
R$25,00, vejamos o quadro comparativo.

Modelo Custo inicial Consumo Consumo Durabilidade


mensal anual
LED 15w R$16,00 R$1,65 R$19,80 25000h
Econ. 30W R$9,90 R$3,30 R$39,60 6000h

De acordo com o quadro acima, ao final de dois anos, que é a durabilidade da lâmpada
econômica, se considerarmos 8 horas diárias de funcionamento, a lâmpada Led gerou
uma economia de R$39,60.

Características:
- Luminosidade: 1350 Lúmens;
- Garantia de 3 anos;
- Luz Branca Morna (amarelada);
- Bivolt Automático;
- Não contém componentes tóxicos;
- Não emite raios ultravioletas;
- Tamanho: 79 mm de diâmetro, 134,5 mm de altura;
–Selo procel A.

3.2. Dispositivos economizadores em áreas comuns.

Será utilizado sensores de presença para acionamento de lâmpadas em áreas


comuns, tais dispositivos evitam o desperdício de energia em áreas que não estão
sendo utilizadas no momento. Escolhemos um modelo com 150° de detecção, com
sistema bivolt, liga e desliga automático com temporizador de intervalos de 10
segundos,1,2,3,4 e 20 minutos, de marca ECP modelo Ls 150.
Características:
- Circuito com 3 fios: entrada e saída para lâmpada;
- Alimentação Bi volt automática (127V - 220V);
- Fusível contra curto-circuito (7 A)
- Ajuste de tempo em 10 segundos; 1, 2, 3, e 20 minutos;
- Função fotocélula;
- Cobertura 150° horizontal.
- Alcance de 8 metros;
- Instalação sobreposta (parede).

3.3. Medição individualizada de gás.

Cada unidade consumidora possuirá medidor de consumo individual,


tornando a utilização mais racional e justa, escolhemos o modelo LAO G-0,6 Predial.

Características:
Atende:
Aquecedores a gás.
Fogões domésticos.
Forno a gás.
Queimadores de gás.
Sistema de aquecimento.
Lareira a gás.
Evita a totalização do consumo de gás no sentido
contrário ao da instalação, possui irreversibilidade.

4. Conservação de recursos naturais

Item Caráter Cumprido


4.1 Coordenação Modular Opcional
4.2 Qualidade de materiais e componentes Obrigatório Sim
4.3 Componentes Industrializados ou pré-fabricados Opcional Sim
4.4 Formas e escoras reutilizáveis Obrigatório Sim
4.5 Gestão de Resíduos - RCD Obrigatório Sim
4.6 Concreto com dosagem Otimizada Opcional
4.7 Cimento de Alto Forno e Pozolânico Opcional
4.8 Pavimentação com RCD Opcional Sim
4.9 Madeira Plantada ou Certificada Opcional Sim
4.10 Facilidade de manutenção da fachada Opcional Sim
Tabela de Objetivos: Quarto item e subitens.
4.1. Qualidade dos materiais e componentes.

As diretrizes que se encontram no selo casa azul exigem que os materiais


utilizados na construção do condomínio a ser chancelado com algum dos selos casa
azul, bronze, prata ou ouro, sejam fornecidos por empresas cadastradas no SiAC do
PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat) do governo
federal. Para cumprirmos esse quesito, optamos por indicar produtos fornecidos por
empresas enquadradas no programa ISO 9000:2000 e que atendam a norma de
desempenho NBR 15575/2008, fiscalizando desde o pedido dos materiais.

4.2. Componentes industrializados ou pré-fabricados.

Para a execução das torres do condomínio, serão utilizados sistemas


estruturais pré-fabricados que atendam a norma de desempenho 15575/2008, com
isso espera-se uma redução significativa no desperdício de materiais que seriam
administrados no canteiro de obras, além de obter-se uma otimização no tempo de
execução de cada torre, reduzindo assim, o tempo de permanência dos moradores
nas moradias provisórias. Outro ponto positivo de se utilizar os pré-moldados, é a
facilidade de instalação. Ao passo que se transfere grande parte dos esforços
humanos para esforços mecanizados, dignificando o trabalho no canteiro de obras.
Abaixo seguem exemplos de emprego de tais materiais estruturantes, da esquerda
para direita, estrutura de pilares e vigas, instalação de lajes com guindaste e fundação
para pilares pré-fabricados.

Estruturas pré-fabricadas

4.3. Formas e escoras reutilizáveis.

A forma com que desenvolveremos a implantação de nosso projeto apresenta


alguns inconvenientes, que acredito, serão inconvenientes para todos. O fato de
envolver desalojamento de pessoas para construção das unidades habitacionais e
posterior realocação, torna o tempo de execução um fator importantíssimo em nossa
equação. Para que se atenda o selo casa azul e ainda se obtenha um desempenho
satisfatório no tempo de execução, realizamos um estudo de caso no que se refere a
utilização de escoras e formas reutilizáveis, chegamos ao sistema de escoras
metálicas reutilizáveis, fornecido pela empresa Atex, com filial em Florianópolis, optar
por empresas regionais é outro fator redutor de custos e impactos. O fato de
adotarmos pilares e vigas pré-fabricadas já elimina a utilização de formas e travas de
madeira, que por melhor qualidade que tenham, alguma perda fatalmente acontecerá.
Por tanto, as lajes se tornam nosso objeto de estudo para que se alcance a melhor
alternativa de execução, para isso, encontramos um sistema inovador utilizado no
projeto Via Green Towers, em Brasília com início das obras em 2008 e finalizado em
2015, trata-se de um complexo comercial pioneiro na certificação Green Building na
capital federal. Apesar do sistema ter sido utilizado em uma edificação com uso-fim
diferente de nosso projeto, seu porte comporta sua utilização. Trata-se de um sistema
de formas de lajes lisas e escoras metálicas reutilizáveis. Assim que as escoras
definitivas são instaladas, já é possível desenformar as lajes e seguir para o próximo
pavimento, este ciclo se dá em apenas três dias, gerando economia de tempo, de mão
de obra e de material.

Escoras e formas de laje em uso Escoras e formas de laje em uso

4.4. Gestão de resíduos RCD e Pavimentação com RCD.

O selo casa azul recomenda que seja implantado a gestão de resíduos


gerados na construção, no nosso caso, a maior massa de resíduos gerado será na
demolição das moradias existentes para construção de novas torres. Para esses
resíduos, a destinação mais usual é para aterro de nivelamento para pavimentação e
para preparação de pisos. A destinação que sugerimos é justamente essa, o
excedente poderá ser comercializado ou doado, já que existe boa aceitação para
esses resíduos. Para ser utilizado, o resíduo poderá ser uniformizado, ou seja, ter sua
granulometria ajustada, a reutilização dos resíduos representa uma importante
redução do impacto ambiental e também redução nos custos de despejo, transporte
e aglomerado para pavimentação, já que a máquina de processamento do resíduo
pode ser instalada no local da geração ou de reutilização, o resultado será semelhante
ao das imagens abaixo.

Pavimentação com RCD. Máquina de processamento. RCD aplicado.

Para os resíduos que não serão aproveitados, ou terão destinação diferente


das proximidades de geração dos resíduos, serão adotados armazenamentos
temporários até a destinação final.

Container para RCD. Tambores para RCD na fonte geradora.

4.5. Madeira Plantada ou certificada.

Existem na construção civil várias aplicações para a madeira, sobretudo em


instalações temporárias, como cavaletes bancadas para ferragens, armazenagem
temporária, etc. Para essas aplicações utilizaremos madeira de reflorestamento,
reduzindo assim o impacto ambiental que normalmente seria causado caso se
utilizasse madeira não reflorestada, após o uso pode ser dado novo uso ao
madeiramento usado.

4.6. Facilidade de manutenção das fachadas.

Nossas fachadas não requerem manutenção especializada, somente tinta e


eventual troca de alguma peça dos brizes, mas por ser de madeira é de fácil troca. As
fachadas não possuem materiais rebuscados ou recortes que dificultam a
manutenção, restando assim somente tinta para que se renove as fachadas.

5. Gestão da água.

Item Caráter Cumprido


5.1 Medição individualizada de água Obrigatório Sim
5.2 Dispositivos economizadores – bacia sanitária Obrigatório Sim
5.3 Dispositivos economizadores – arejadores Opcional
5.4 Dispositivos economizadores – regul. De vazão Opcional
5.5 Aproveitamento das águas pluviais Opcional
5.6 Retenção de águas pluviais Opcional Sim
5.7 Infiltração de águas pluviais Opcional Sim
5.8 Áreas Permeáveis Obrigatório Sim

5.1. Medição individualizada de água.

Cada residência terá seu medidor de consumo de água padrão CASAN,


homologado pelo INMETRO, conforme imagem. Tal ação visa o controle
individualizado de cada residência afim de evitar uma falsa noção de consumo ou que
todos paguem injustamente pelo consumo de alguns. Segue imagem do medidor
padrão.

Medidor padrão CASAN.

5.2. Dispositivos economizadores – Bacia Sanitária.

Cada bacia sanitária usualmente empregada em residências utiliza entre 6 e


9 litros de água em cada descarga, pensando em economia, optamos por um sistema
de descarga que fosse eficiente e utilizasse o mínimo de água por descarga, com
essas premissas, o sistema que se mostrou mais adequado é vaso sanitário com caixa
acoplada de PVC e com válvula de descarga dupla, que de acordo com a quantidade
de dejetos pode-se optar por uma descarga com menos ou mais vazão de água. A
caixa de descarga em PVC ajuda a baratear o custo inicial e facilita a manutenção e
possível substituição futura.

Caixa de PVC descarga dupla, 6 e 9 litros.

5.3. Retenção das águas pluviais.

As cheias eventuais no bairro monte verde são um problema que foi citado
pelos moradores como algo a ser resolvido. Para solucionar este problema,
implantamos na escala projetual, um reservatório em forma de chafariz para retenção
temporária de águas pluviais.

Chafariz de retenção

5.4. Infiltração de águas pluviais.

Complementando o item anterior, somente um reservatório temporário não


resolveria o problema por completo, o excedente será absorvido por trincheiras de
infiltração incorporadas ao paisagismo, o que pensamos, será de grande ajuda para
evitar inundações e encharcamento.

Nosso sistema de trincheira de


infiltração se localizará no limite
entre áreas gramadas e
pavimentadas.

Ilustração da localização das trincheiras


5.5. Áreas permeáveis.

Nossa proposta de implantação é bastante generosa em áreas permeáveis,


por ter um adensamento superior à implantação atual, associado com a cobertura
gramada e a utilização do concreto de fibra natural, possibilita uma infiltração de até
90% da água da chuva de forma mais lenta e uniforme por toda a área de implantação.
Acreditamos que essas três ações trabalhem em conjunto e evitem os indesejados
alagamentos.

Piso de concreto com fibra natural Ilustração de desempenho.

6. Práticas sociais.

Item Caráter Cumprido


6.1 Educação para gestão de RCD Obrigatório Sim
6.2 Educação ambiental dos empregados Obrigatório Sim
6.3 Desenvolvimento pessoal dos empregados Opcional Sim
6.4 Capacitação profissional dos empregados Opcional
6.5 Inclusão de trabalhadores locais Opcional Sim
6.6 Participação da comunidade na elaboração do Proj. Opcional
6.7 Orientação aos moradores Obrigatório Sim
6.8 Educação ambiental dos moradores Opcional Sim
6.9 Capacitação para gestão do empreendimento Opcional
6.10 Ações para mitigação de riscos sociais Opcionais
6.11 Ações para geração de emprego e renda Opcional Sim
Tabela para o sexto item e subitens.

6.1. Educação para gestão de RCD.

Sugerimos que antes do início das obras seja feito um minicurso sobre gestão
de RCD para os funcionários envolvidos. Como forma de continuidade, os funcionários
terão conversas guiadas pelos responsáveis da obra sobre cada um dos 22 tópicos
inseridos nos 3 macro temas sugeridos pelo selo casa azul, caracterizar e triar os
resíduos gerados, recolher, acondicionar e transportar os resíduos e assegurar que a
destinação dos resíduos seja feita adequadamente, apesar da gestão de RCD ser de
interesse de todos os envolvidos, poderão ser eleitos responsáveis pela fiscalização
da execução do programa. Acreditamos que dessa forma poderemos atender a esse
item do selo casa azul.

6.2. Educação ambiental dos empregados.

Da mesma forma do item anterior, sugerimos minicursos, porém, agora de


forma concentrada e escalonada, com temáticas focadas em cada parte da
construção. Os temas podem girar em torno dos recursos que serão utilizados de
forma majoritária em cada fase, solo na etapa de fundação, água na etapa de
construção, poluição do ar e sonora na fase de acabamento, por exemplo, tanto o item
6.1 e o 6.2 poderão ser ministrados primeiramente no auditório das residências
temporárias e posteriormente no próprio canteiro de obras, seriam ministrados por
profissionais relacionados ao meio ambiente, materiais informativos seriam
disponibilizados na obra, entre outras ações, com isso espera-se que os funcionários
se comportem de forma ambientalmente educada em seu local de trabalho e com sua
família, economize recursos nas atividades de trabalho e produza com qualidade.
Acreditamos que assim cumprimos este item.

6.3. Desenvolvimento pessoal dos trabalhadores.

Será disponibilizado no período noturno, no auditório das moradias provisórias


ou no centro comunitário, aulas de alfabetização, ensino médio, inclusão digital ou
idiomas, o que se julgar mais conveniente para o perfil do grupo de funcionários, pelo
menos 20% deles, segundo o selo casa azul, para que se tenha o desenvolvimento
pessoal contínuo dos funcionários envolvidos no empreendimento. Tal medida visa
promover uma melhoria real na vida dos colaboradores, aumentando assim a
satisfação pessoal e como consequência uma melhor qualidade do serviço prestado.
Além disso, cria-se um vínculo positivo entre funcionário e empresa, o que melhora o
clima de forma geral no canteiro de obras. Tais cursos podem ser ofertados mediante
parcerias com ONGs de educação, governo do estado na modalidade EJA.
6.4. Inclusão de trabalhadores locais.

Certamente a inclusão de trabalhadores locais é algo que pensamos desde a


concepção do projeto, tal ação soluciona parte de um possível problema de
deslocamento de parte dos funcionários e fortalece o vínculo com o local, pois estarão
construindo algo que será seu, além de fortalecer a renda da população local ou do
entorno.

6.5. Orientação aos moradores.

Será produzido material ilustrativo acerca da utilização do novo imóvel que


cada família receberá, funcionará como um manual de instruções referente aos
aspectos de sustentabilidade e manutenção do imóvel, basicamente os itens do selo
casa azul que forem atingidos pelo projeto. Para esclarecimento de eventuais dúvidas,
será promovido uma palestra elucidativa no ato da entrega dos manuais.

6.6. Educação ambiental dos moradores.

O dia a dia em uma residência pode conter vários riscos ambientais, como
desperdício, descarte incorreto de dejetos, não separação do lixo entre outros. Para
minimizar esses riscos e impactos, será ministrada uma palestra com instruções
gerais e constituída uma comissão de moradores para monitoramento e disseminação
de informações acerca do meio ambiente e assuntos inerentes, como criação de uma
horta coletiva, coleta seletiva, conservação de recursos, correto descarte de cada tipo
de lixo, etc. Com isso espera-se uma melhora significativa na qualidade de vida dos
moradores, bem como o desenvolvimento de um senso de responsabilidade ambiental
que fatalmente será perpetuado e disseminado, não só no local do condomínio, mas
também no seu entorno.

6.7. Ações para emprego e renda.

Planejamos utilizar o espaço das habitações temporárias para a realização de


cursos e oficinas com cunho profissionalizante, para que haja um incremento da renda
e estímulo ao empreendedorismo, os cursos poderão ser viabilizados através de
ações de ONGs ou parcerias público privadas. Tal ação visa melhorar a vida dos
moradores de forma geral e criar novas possibilidades de manutenção e aumento do
padrão de renda diminuindo os riscos da instabilidade econômica do país.

Você também pode gostar