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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE EXATAS

DOUGLAS OLIVEIRA SAMPAIO

EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA:

PRINCIPIO DE LÊ CHATELIER

FEIRA DE SANTANA\BA

2018
DOUGLAS OLIVEIRA SAMPAIO

EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA:

PRINCIPIO DE LÊ CHATELIER

Trabalho, apresentado como requisito


de nota, na disciplina de experimentação para o
ensino de química I, ministrada pela professora
Dra. Fátima Paixão.

FEIRA DE SANTANA\BA

2018
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3

2 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 4

2.1 EXPERIMENTO 01: COMPRESSÃO DE UMA MISTURA DE REAÇÃO... 5

2.2 EXPERIMENTO 02: ADIÇÃO OU REMOÇÃO DE REAGENTES ............... 5

2.3 EXPERIMENTO 03: TEMPERATURA E EQUILIBRIO ................................ 6

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................. 6

3.1 EXPERIMENTO 01: COMPRESSÃO DE UMA MISTURA DE REAÇÃO... 6

3.2 EXPERIMENTO 02: ADIÇÃO OU REMOÇÃO DE REAGENTES ............... 7

3.3 EXPERIMENTO 03: TEMPERATURA E EQUILIBRIO ................................ 8

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 8

5 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 9

5 ANEXO ................................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO

A pesquisa no ensino de Química vem discutindo as diferentes práticas e ferramentas


pedagógicas que podem auxiliar no desenvolvimento da atividade do professor. Entre elas,
destaca-se o uso das atividades experimentais, que passa cada dia mais a fazer parte do cotidiano
dos estudantes do ensino básico; tornando-se uma ferramenta indispensável para construção da
aprendizagem significativa1.

A experimentação aplicada ao ensino básico, desempenha múltiplos papeis, como a


promoção do interesse do aluno, a contextualização, a quebra da dicotomia teoria e prática e,
principalmente o recrudescimento da aprendizagem significativa.

Para tanto, é de inteira responsabilidade do professor a condução do experimento. O


professor atuará como mediador do processo de ensino-aprendizagem, desenvolvendo
abordagens que vincule o conhecimento apresentado com o cotidiano do aluno. Nessas
condições, temos dois vieses de condução para a experimentação: ilustrativa e investigativa.

A abordagem ilustrativa é aquela, na qual objetiva-se demonstrar, apenas, os conceitos


discutidos outrora, nesta, a experimentação comprova a teoria. Enquanto na abordagem
investigativa, objetiva-se criar subsídios para a discursão teórica. Que pode ser desenvolvida de
forma problematizadora, onde os alunos refletem, discutem e criam hipóteses durante todo o
desenvolvimento do experimento. Nessa atividade o aluno passa a assumir os desafios não
como ponto de chegada, mas como ponto de partida da prática investigativa (Galiazzi &
Gonçalves, 2004).

Como denotado, a experimentação possui um papel crucial para o ensino básico,


entretanto, é sabido que diversos professores se recusam a desenvolver a atividade em sala,
alegando falta de laboratório, ou falta de recursos para sua manutenção e compra de reagentes,
como afirma Galiazzi:

[...] Embora muitos professores acreditem que possam transformar o ensino


de Ciências através da experimentação, as atividades experimentais são pouco
frequentes nas escolas, sob a justificativa da inexistência de laboratórios, e aquelas
que os possuem, não têm recursos para mantê-los. (Galiazzi, 2001, p.23)

1
Segundo David Ausubel (apud Moreira, 2006), aprendizagem significativa é um processo pelo qual
uma nova informação se relaciona com o pré- conhecimento do indivíduo.
3
As atividades experimentais é uma fermenta pedagógica, e como tal, deve estar
presente no âmbito da sala de aula. Assim, evidencia-se a necessidade de buscar experimentos
que apresente materiais alternativos de baixo custo e reagente de baixa toxicidade para o
desenvolvimento das atividades experimental.

Nesta perspectiva, o referido trabalho tem por objetivo propor um experimento com
materiais alternativos e reagentes de baixa toxicidade, para discuti o tema “ Princípio de Lê
Chatelier”, na educação básica, para alunos de 2º ano do ensino médio. Para tanto, foi
desenvolvido a atividade experimental com alunos de Licenciatura em Química da
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Inicialmente, será feito um diálogo sondagem com o objetivo de avaliar o


desenvolvimento da sala, e o desenvolvimento individual de cada aluno. Neste momento,
busca-se um diálogo informal. E, deverá ser feita perguntas como: “alguém já ouviu falar do
princípio de Lê Chatelier? ”, “alguém sabe porque ao abrirmos uma latinha de refrigerante
perdermos o gás? ”. Garantindo assim, uma maior proximidade do tema com o cotidiano do
aluno, para fins de uma aprendizagem significativa, como denotado por Guimarães:

“ Se a pretensão do educador é ensinar significativamente, basta que este


avalie o que o aluno já sabe e então ensine de acordo com seus conhecimentos,
portanto, o fator isolado mais importante na aprendizagem significativa, é aquilo que
o aluno já sabe”.

Ao fim do diálogo, deve ser feita uma descrição no quadro com os reagentes que serão
utilizados no experimento e suas respectivas formulas química, possibilitando a construção da
equação química envolvida em cada etapa do experimento pelos próprios alunos.

Assim feito, podemos partir para o desenvolvimento do experimento. Onde, o primeiro


que deverá ser realizado é o que se relacionava com o efeito da pressão no equilíbrio químico,
pois detém um tempo de resposta maior. Quanto a execução dos outros dois: a ordem é
irrelevante. Para a realização das práticas será utilizado os seguintes materiais e reagentes,
mediante aos seguintes procedimentos:

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2.1 EXPERIMENTO 01: COMPRESSÃO DE UMA MISTURA DE REAÇÃO

REAGENTES MATERIAIS

 Água com gás  2 seringas


 Indicador vermelho de fenol  1 prego
 Fita crepe

Procedimento

Preparação do material: perfure o êmbolo de uma seringa utilizado o prego. O furo


deve ser feito com uma abertura de cerca de 20 mL e deve atravessar a seringa de um lado a
outro (anexo-A). Conseguintemente, aqueça o encaixe de plástico da agulha até derretê-lo
levemente. Com um alicate, retire a agulha e pressione a parte derretida de forma a vedar o
encaixe. Repita o processo com a agulha da outra seringa.

Experimento: coloque cerca de 50 mL de água com gás a um copo descartável e


adicione três gotas de vermelho fenol. Em ambas as seringas faça a sucção de aproximadamente
20 ml da solução, comprima ambas soluções na seringa, de forma a ocupar o mínimo espaço e
feche ambas seringas com os encaixes de plástico, anteriormente preparado. Na seringa, na qual
foi feito o furo, retire a tampa e puxe o embolo até expor o furo e coloque o prego. Mantenha
ambas as seringas na vertical e aguarde a saída de gás da solução.

2.2 EXPERIMENTO 02: ADIÇÃO OU REMOÇÃO DE REAGENTES

REAGENTES MATERIAIS

 Indicador vermelho de fenol  1 Garrafa PET de 500 Ml


 1 colher de bicarbonato de sódio  60 cm de mangueira flexível
 100 mL de água  Copos descartáveis
 Solução amoniacal para limpeza (veja)  Seringa 100 Ml

Procedimento

Preparação do material: faça um furo na tampa da garrafa PET e coloque a


mangueira de forma que fique vedado. Caso necessário, envolva a ponta da mangueira com fita
crepe (anexo-B).
5
Experimento: No copo descartável adicione aproximadamente 100 ml de água e cinco
gotas de solução amoniacal. Feito isso coloque a ponta da mangueira submersa na solução. Na
garrafa Pet, adicione 100 mL de vinagre (utilize a seringa para mensurar) e a colher de
bicarbonato de sódio; feche rapidamente a garrafa.

2.3 EXPERIMENTO 03: TEMPERATURA E EQUILIBRIO

REAGENTES MATERIAIS

 Indicador vermelho de fenol  Copos descartáveis


 Solução amoniacal para limpeza
 água (solida e liquida)

Procedimento

Experimento: pegue dois copos descartável; adicione cerca de 100 mL de água gelada
em um dos copos e 100 mL de água morna no outro. Em ambos, adicione três gotas de solução
amoniacal para limpeza.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O Princípio de Le Chatelier afirma que “quando uma perturbação exterior é aplicada


a um sistema em equilíbrio dinâmico, ele tende a se ajustar para reduzir ao mínimo o efeito da
perturbação’’ (ATKINS; JONES, 2012, p. 405).

Assim, o princípio de Lê Chatelier, estabelece três fatores que podem perturbar o


equilíbrio químico de um sistema: a adição ou remoção dos reagentes, a variação da pressão ou
a temperatura.

3.1 EXPERIMENTO 01: COMPRESSÃO DE UMA MISTURA DE REAÇÃO


O indicador vermelho de fenol não é um material que está no cotidiano dos alunos,
porém, presente nos estudos da disciplina de química no primeiro ano. Assim, faz-se necessário
a conceituação do indicador “ são corantes indicados para o pH de soluções não coradas”
(ANVISA, 1988, p. XI.1-2). E especificamente, a conceituação do indicador vermelho de fenol
“fornece coloração amarela em meio ácido e vermelha em meio básico (ANVISA, 1988, p.
XI.1-6).

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Durante a realização do experimento os alunos observarão que a solução inicial detinha
a tonalidade amarelada em ambas as seringas (anexo- C), passado cerca de 30 a seringa na qual
a pressão é menor passou a ter uma tonalidade mais clara (anexo D). Esta mudança ocorre
porque o vermelho de fenol é uma substância que muda de cor conforme o pH da solução.
Sendo amarelo em soluções com pH abaixo de 6 e incolor em pH neutro. Ou seja, em meio
ácido torna-se amarelo e na medida que a solução vai se tornando menos ácido, vai se tornando
transparente. O gás presente na água é o Dióxido de Carbono (CO2) que em solução aquosa
reage com a água tornando-a ácida. Como representado a seguir:

𝐶𝑂2 + 𝐻2 𝑂 ⇄ 𝐻2 𝐶𝑂3 ⇄ 𝐻 + + 𝐻𝐶𝑂3 −

Quando diminuímos a pressão no sistema ao puxarmos o êmbolo, retiramos o gás da


solução, o que causa um deslocamento do equilíbrio no sentido de formar mais gás. Para isto,
há um consumo dos íons H+, logo, há uma diminuição na acidez do meio. Isto faz com que a
solução se torne, aos poucos, incolor. Há um momento em que a seringa fica saturada de gás e
precisamos então retirar este excesso para que o fenômeno continue acontecendo. O efeito da
variação da pressão em um equilíbrio químico é previsto pelo princípio de Le Chatelier que diz
que quando uma perturbação ocorre em um sistema em equilíbrio, o equilíbrio se desloca no
sentido de minimizar esta perturbação. Ou seja, quando diminuímos a pressão no sistema,
retiramos o gás dissolvido na solução. Isto provoca um consumo das espécies H+ e HCO3- para
que mais ácido carbônico seja formado, que por sua vez se decompõe em gás carbônico e água,
minimizando, assim, a diminuição na concentração do gás.

3.2 EXPERIMENTO 02: ADIÇÃO OU REMOÇÃO DE REAGENTES


Ao adicionarmos a solução amoniacal a água, a coloração muda para vermelha (anexo-
E). Isto deve ao fato que o NH3 presente na solução amoniacal reage com água, formando o íon
OH-

.𝑁𝐻3 (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) ⇄ 𝑁𝐻4+ (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞)

Enquanto na garrafa ocorre a seguinte reação

𝑁𝑎𝐻𝐶𝑂3 (𝑆) + 𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) → 𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝑁𝑎(𝑎𝑞) + 𝐶𝑂2 (𝑔) + 𝐻2 𝑂

O CO2 , escapa da solução e é transferido através da mangueira para a solução


amoniacal contida no copo descartável. Quando o gás CO2 reage com a solução amoniacal
ocorre a diminuição da concentração OH-, que é indicado pela mudança de cor para incolor da
solução (anexo- F).
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2𝑁𝐻3 + 𝐶𝑂2 ⇄ 𝐶𝑂(𝑁𝐻2 )2 + 𝐻2 𝑂

3.3 EXPERIMENTO 03: TEMPERATURA E EQUILIBRIO


Neste experimento, o equilíbrio da amônia, presente na solução de limpeza amoniacal.
Os alunos poderão observar o efeito da temperatura no equilíbrio, a partir da mudança de cor
da solução amoniacal em diferentes temperaturas.

𝑁𝐻3 (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) ⇄ 𝑁𝐻4+ (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞) (∆< 0)

É deslocada pela variação da temperatura

A reação de ionização da amônia é um processo exotérmico. Portanto, o aquecimento


da solução faz com que o equilíbrio se desloque no sentido dos reagentes, o que leva ao
desaparecimento da coloração rosa, pois a concentração de OH– diminui. Ao adicionar as gotas
da solução amoniacal na água gelada a coloração rosa desaparece, indicando que o equilíbrio é
deslocado no sentido dos produtos, isto é para a formação de OH-.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O princípio de Le Chatelier é um dos temas trabalhado no segundo ano do ensino


médio. E é de grande importância para compreensão de futuro temas da química, como
eletroquímica. De modo geral, a experimentação a ação do professor, garante a inteira
compreensão dos alunos.

Assim, a experimentação é uma importante ferramenta didática que pode ser utilizado
no ensino de Le Chatelier, pois desempenha papeis que vai, desde o despertar do interesse do
aluno, até seu próprio desenvolvimento cognitivo. Para tanto, a atuação do professor é
indispensável no desenvolvimento de tais, pois ela sim, registra a marca de significatividade no
experimento desenvolvido.

8
5 REFERÊNCIAS

FERREIRA, Luiz; HARTWIG, Dácio; FILHO, Romeu. Algumas experiências simples


envolvendo o princípio de Le Chatelier. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 5, mai./jan.
2018.

GALIAZZI, M. et al. OBJETIVOS DAS ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NO ENSINO


MÉDIO: A PESQUISA COLETIVA COMO MODO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
DE CIÊNCIAS. Ciência e Educação, [S.L], v. 7, n. 2, p. 249-263, 2./jan. 2018.

GALIAZZI, Maria; GONÇALVES, Fábio. A NATUREZA PEDAGÓGICA DA


EXPERIMENTAÇÃO: UMA PESQUISA NA LICENCIATURA EM QUÍMICA. Quimica
Nova Na Escola, Sp, v. 27, n. 2, p. 326-331, jan. 2004.

GONÇALVES, Fabio. O Texto de Experimentação na Educação em Química: Discursos


Pedagógicos e Epistemológicos. , RJ, jan. 2005.

JÚNIOR, Carlos; SILVA, Daniel; FIGUEIRÊDO, Alessandra. PRINCÍPIO DE LE


CHATELIER: O USO DA EXPERIMENTAÇÃO COM FOCO NA ABORDAGEM
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE - CTS. COINTER, [S.L], 2./jan. 2018. Disponível
em: <http://cointer-pdvl.com.br/wp-content>. Acesso em: 31 jan. 2018.

9
5 ANEXO
Anexo A

ANEXO B

Anexo-D

Anexo C

Anexo-E
Anexo F

10

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