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Luis Eduardo Potscn de Carvalho e Silva nA estrutura organizacional segue a estratégia de cresci-
Professor assistente no Departamento de Administração da
mento da firma, sendo os tipos mais complexos de estru-
FEA/USP, da Escola Superior de Propaganda e Marketing e tura resultado da concatenação de diversas estratégias bá-
das Faculdades Integradas Alcântara Machado. Consultor na sicas. ,,2
ârea de estratégia empresarial.
No enfoque téorico adotado neste estudo, essa cres-
cente complexidade nas estratégias e estruturas das em-
presas é fenômeno inserido no contexto do processo de
acumulação - concentração e centralização - de capi-
tais, traduzindo-se em diferentes dinâmicas de crescimen-
to por parte das firmas em particular, e dos setores in-
dustriais em geral, bem como na constituição de estrutu-
ras de mercado com padrões competitivos específicos.
A evolução 'desse processo trouxe significativas
transformações ao modus operandi da economia capita-
Iísta." surgimento da grande empresa; liderança do capi-
"A falta de inclusão (. . .) do moto real tal fmanceiro; profissionalização (Impessoalidade) na ges-
da evolução dos mercados - o progresso tão das empresas; crescimento de uma nova classe média;
técnico e a acumulação de capital - é a olígopolízação dos mercados; mudança nos padrões com-
principal falha da análise tradicional. " petitivos - diferenciação de produto assumindo o lugar
da concorrência por preço etc.
[Jacob Frenkel] O moderno conceito de marketing, a despeito de Ser
apresentado tradicionalmente a partir de uma perspecti-
va externa - adoção de uma filosofia administrativa vol-
1. INTRODUÇÃO tada para satisfazer as necessidades do consumidor" - é
um reflexo, ao nível do mercado, da alteração dos pa-
O presente estudo é uma análise da relação entre estra- drões competitivos citados, conseqüência intrínseca da
tégia empresarial e estrutura organizacional, sob a ótica dinâmica de acumulação capitalista.
mercadológica, não do ângulo da teoria das organizações Cumpre destacar que o conceito de concorrência
e planejamento empresarial, como é usual. adotado neste trabalho não se define a nível de mercado
- número e tamanho das empresas - mas sim como con-
Alfred Chandler, ao fmal de seu clássico trabalho, corrência entre capitais - exigência de livre mobilidade
Strategy and strueture, afirmava: - como destaca Semmler:
É curioso perceber, ao contrário da visão neoclãssica Alfred Chandler,"! analisando a evolução histórica
de alocação ótima de recursos escassos baseada na análise do capitalismo americano, constatou que inicialmente as
do retomo sobre o investimento - eficiência marginal do firmas eram unidades com plantas de produção, escritó-
capital - que as empresas, na prática, tendem a crescer a rios de venda, armazéns, atuando num único ramo de ne-
capacidade' instalada na frente da demanda, e mesmo gócio, num único local e realizando uma única função -
transferir recursos de outros mercados, quando a acumu- fabricação, venda por atacado, venda a varejo.
lação interna é insuficiente como meio de garantir posi- O primeiro tipo de estratégia de crescimento tradu-
ção contra a ação de concorrentes, demonstrando a con- ziu-se numa simples expansão do volume de operações,
cepção da firma como um "locus de expansão de capi- mas sem mudança na natureza das mesmas, mas que
tal",35 que traduz melhor a realidade do que as aborda- criou a necessidade de uma alteração estrutural: criação
gens do tipo "adaptação a um ambiente externo". de um posto admínístratívo.
O movimento de diversificação leva a um reposicio- Em seguida; a estratégiá de crescimento baseou-se na
riamento do conceito de concorrêncía'" entre conglo- expansão geográfica, através da criação de várias filiais,
merados, pois, na medida em que esse movimento não é no mesmo ramo de negócio e função, ocasionando um
aleatório, empresas de um mesmo mercado seguirão ca- aumento nos problemas administrativos, que exigiu nova
minhos similares em direção a novos mercados, e as em- alteração estrutural: coordenação centralizada e estabele-
presas desses, caminhos inversos em direção àqueles, le- cimento de padrões,
vando a um confronto e rivalidade que transcendem in- A próxima estratégia de crescimento baseia-se na in-
dústrias e mercados específicos. tegração vertical de outras funções - as fábricas criaram
Na medida em que essa competição transindustrial seus próprios armazéns, operações de atacado, força de
tende a afetar as estratégias competitivas em indústrias vendas -, mantendo-se no mesmo ramo de negócio, acar-
individuais, como é o caso de políticas de preços basea- retando novos problemas administrativos, tais como o ba-
das em subsídios cruzados e discriminação predatória, lanceamento seqüencial de funções interdependentes, le-
ou os subprodutos dos esforços de P&D e propaganda, vando a nova mudança estrutural: surgimento de organi-
não basta às empresas posição dominante em uma indús- zação funcional, voltada para gerenciar as diferentes ati-
tria isolada, mas sim num grupo de indústrias mais am- vidades, através do desenvolvimento de previsões, planos
plo, ou mesmo no contexto da economia como um todo, e técnicas de balanceamento.
em função de os caminhos diversificantes de diferentes
empresas nunca serem exatamente iguais. A última estratégia de crescimento constatada por
Essa idéia de competitividade entre firmas diversifi- Chandler foi a diversificaçlo de produto, quando as em-
cadas é bem traduzida na seguinte colocação de Clifton: presas ingressaram em novas indústrias, visando empregar
os recursos existentes quando os mercados primários de-
"Não é tanto a capacidade da firma em manter as partici- clinavam, provocando uma série de novos problemas
pações de determinadas mercadorias em determinadas in- administrativos - avaliação e acompanhamento das ope-
dústrias que é fundamental para sua competítívídade rações a curto prazo dos diversos produtos, concomitan-
vis-à-vis outras firmas altamente desenvolvidas. Antes, é te com a análise das decisões de alocação de recursos a
sua capacidade para manter sua participação no valor do longo prazo - exigindo nova mudança estrutural: criação
40
Revista de A.dmiltutraç6o de Empl'f!9IlI
da estrutura multidivisional, baseada na divisão de traba- 3.2 Modelo ampliado de Chandler
lho em relação à dimensão tempo - decisões estratégicas
(longo prazo) e decisões operacionais (curto prazo) - Após o trabalho pioneiro de Chandler, surgiram diversas
onde o escritório central, composto de gerentes gerais - pesquisas procurando estudar a relação entre estrutura e
usualmente grupos de executivos - cuidava do planeja- estratégia, apresentando diversas extensões e refínamen-
mento das decisões estratégicas da corporação como um tos às conclusões iniciais, de modo especial adicionando
todo e do controle intemo de desempenho das divisões as variáveis competição e performance econômica, como
operacionais; mas sem envolvimento nas atividades do mostra a figura 1.
dia-a-dia que eram delegadas aos executivos dessas díví-
soes. Em síntese, controle centralizado e operações des-
Figura 1
centralizadas, diferindo tanto das estruturas funcionais,
Modelo ampliado de Chandler
onde não há especialização em relação ao tipo de decisão
- estratégica ou operacional - como em relação às
holdings ou conglomerados, onde diversas empresas de
propriedade comum atuam de maneira estanque.
- Constatou-se ainda que somente as empresas que di-
versificaram seu ramo de negócio passaram a adotar a es-
trutura multidivisional, enquanto que as demais, que per-
maneceram e cresceram numa única indústria, mantive-
ram a mesma estrutura funcional.
Estrat~giIl empresarial 41
A conclusão geral desses trabalhos era de que quan- encontra-se na chamada teoria da contingência: a despei-
to mais diversificada a estratégia, mais comum o apare- to de a forma de organizar afetar a performance econô-
cimento da estrutura multidivisional, enquanto que para mica, não pode ser determinada a priori, mas somente
empresas de um único negócio mantinha-se a estrutura em função de cada situação.
funcional, colocando-se para situações intermediárias - Neste contexto estão os estudos dos sociólogos .bri-
empresas relativamente diversificadas, mas mantendo um tânicos enfatizando o papel da tecnologia industrial 54 e
negócio dominante - a adoção de estruturas híbridas. da taxa de mudança ambíental" enquanto determinan-
No caso da Europa, notou-se que a estratégia de di- tes da forma organizacional, que, combinados com tra-
versificação era adotada mais rapidamente do que a es- balhos de teoria contingencial da líderança/" processos
trutura multidivisional - empresas com diversificada li- de pequenos grupos,57 sociedades pre-índustríaís'" e do
nha de produtos ainda adotavam estruturas funcionais próprio Chandler, levavam a uma reorientação da proble-
ou holdings - sugerindo a rejeição da proposição de mática de como organizar, cuja formulação mais geral foi
Chandler. feita com a publicação de Organizatton and environ-
ment. S9
A explicação dada, no entanto, foi de que os merca- Na medida em que a principal variável independen-
dos em muitos países europeus eram menos competiti- te usada pelos estudos da teoria da organização - a in-
vos, havendo, portanto, menos necessidade de alocação certeza - para analisar as mudanças da estrutura organi-
eficiente de recursos através da adequação entre estru- zacional, varia no mesmo sentido da diversificação, as
tura e estratégia. Pranko'" notou que nas situações mais conclusões relativas aos aspectos contingenciais da orga-
competitivas, como era o caso do Reino Unido - pouco nização representam outra forma de expressar a proposi-
planejamento governamental, maior penetração de em- ção de Chandler de que a "estrutura segue a estratégia".
presas não-européias e muita ação antitrustre, especial- O trabalho de Lawrence e Lorschestabelecia que as
mente nas indústrias química e farmacêutica - quando firmas mais efetivas levavam a diferenciação funcional ao
comparadas com a França, maior era a adoção de estru- nível das necessidades dos subambientes funcionais e ao
turas multidivisionais. Constatou-se ainda que a estrutura mesmo tempo encontravam mecanismos para integrar es-
organizacional típica das multinacionais européias em sas funções diferenciadas, visando ajustar-se adequada-
1961, denominada por Franko de "mãe-filha" - holding mente ao ambiente global. Essa integração era feita atra-
internacional/funcional doméstica - passou a ser rapida- vés de mecanismos de coordenação, ordenados na dire-
mente substituída por estruturas multidivisionais, a par- ção de complexidade e custo, em função das necessida-
tir de 196~, quando cresce a competição capitalista in- des de situações caracterizadas por maior íncerteza.f'
ternacional.
Stopford constatou.ê? no seu estudo das multína- - hierarquia;
cionais americanas, que para diversificação de produto e - regras;
vendas no exterior inferiores a respectivamente 10% e - estabelecimento de objetivos (planejamento);
50%, as empresas adotam dívisão internacional, com es- - contato direto;
trutura funcional ou multidivisional no mercado interno; - regras de ligação interdepartamental;
fora desses limites, mas com baixa diversificação de pro- - forças-tarefa temporárias;
duto - abaixo de 5%-,divisãoporárea. (geogrâfica);e, - times permanentes;
nas demais situações, divisão de produto mundial. - regras de integração;
Uma extensão natural dos estudos sobre a tese de - departamento de integração.
Chandler foi a incorporação de outras dimensões da es-
trutura organizacional, além do aspecto divisional Quanto maior a atividade de novos produtos, mais
(departamentalização), tais como: grau de centralização, alto o nível de tecnologia e incerteza, maior é a necessi-
processo de alocação de recursos, sistemas de recompen- dade de suprir a estrutura hierárquica com mecanismos
sa. de coordenação interdepartamentais. Portanto, as organi-
Galbraíth," estudando as mudanças estruturais ado- zações cuja estratégia caracteriza-se por atividade inter-
tadas pela Divisão de Aviação Comercial da Boeing Com- departamental, alta incerteza e alta diversificação, irão
PanY, em função de mudanças na estratégia e mercado, selecionar mecanismos de cooidenação mais abaixo da
conclui que a diversidade parece ser melhor gerenciada lista, em relação àquelas cuja estratégia caracteriza-se por
através da estrutura divisional. baixa certeza e diversidade. Em síntese, organizações
O problema da centralização foi estudado por Berg criaram mecanismos de integração visando lidar com pro-
(1965),52 onde a maior descentralização encontrada no blemas de coordenação interdepartamental causados por
caso dos conglomerados foi justificada pela necessidade diversidade de produto e mercado.
de gerenciar maior diversidade, e por Lorsch e Allen,53 A evolução natural desses mecanismos de coordena-
cuja conclusão é de que estratégias caracterizadas por ção traduziu-se no aparecimento de estruturas matriciais
diversidade e incerteza requerem maior descentralização ou simultâneas, que são estruturas onde a organização é
e auto-suficiência das divisões, provocando baixa perfor- simultaneamente por produto e função, ou qualquer ou-
mance, se autonomia não for dada. Estratégias relaciona- tra combinação.
das a interdependência das divisões, tais como integração
vertical, requerem maior esforço de integração corpora- Chandler, ao analisar o caso da General Motors,
tiva, provocando baixa performance, se este esforço de mostrou que a criação da estrutura multidivisional, ne-
integração não for dado. cessária para o gerenciamento da diversificação de ativi-
A grande contribuição dada pela teoria das organiza- dades, fez-se concomitantemente com o desenvolvimen-
ções ao estudo dos problemas de estratégia e estrutura to de diversas práticas contábeis, tais como medidas de
42 Revista de .A.dministraçiio de EmpreSlls
Figura 2 risco que se deseja encorajar, o grau de cooperação com
Organização funcional, matricial, por produto outros gerentes requerido e a diferença entre objetivos
corporativos e divisionais. Ambos esses autores sugerem
que o sistema de recompensa se inicie com a análise das
estratégias organizacionais, visando determinar o com-
Amplitude das alternativas
portamento necessário na implementação dessa estraté-
Influência gia.
do produto na
Influência
tomada de
A comparação entre os sistemas de avaliação de per-
Influência da função
decisão formance entre emfresas diversificadas e integradas foi
I
relativa na tomada
de decisão realizada por Berg" - conglomerados motivados atuam
Orianização funcional .Organização Organização por produto melhor do que os simplesmente coordenados, pois a per-
matricial formance fmanceira é mais importante do que a necessi-
Estrutura autoridade Autoridade Estrutura autoridade dade de cooperação entre divisões - e Lorsch e Allen 6a
A.
funcional
X d al
u X por produto
_ companhias diversificadas recompensam gerentes divi-
sionais contra explícitos objetivos a priori, enquanto que
Força-tarefa de produto Força-tarefa funcional firmas integradas avaliam performance divisional de ma-
B+-------------~*--------------- neira mais informal e menos explicitamente relacionada
a lucro.
.. x
Times de produ to Times funcí on ais
O estudo original de Chandler enfocou a diferença
entre personalidades do formulado r de estratégia e do
Gerentes de produto Gerentes funcionais criador de estrutura, claramente exemplificados, respec-
tivamente, por Billy Durant e Alfred P. Sloan, da Gene-
Depto. de produto Depto. funcional ral Motors.69
EstratégiIJ empresarial 43
terízá-lo como um "conjunto de características geren- mance econômica, ou que as empresas que adequam es-
ciais", um "estilo de gerência" ou mesmo um "estilo tratégia e estrutura têm melhor performance que as que
de vida", em função do estágio de desenvolvimento or- não o fazem. De modo especial, é preciso cuidado em
ganizacional. analisar a direção da causação; o problema estrutural po-
Além da incorporação do conceito de processo or- de ser tanto causa como conseqüência da performance
ganizacional às dimensões estáticas da estrutura, e da dis- econômica.
cussão sobre congruência, a proposição de Chandler tem A hipótese de que a estrutura organizacional deve
sido ampliada com a inclusão das variáveis competição ajustar-se ao ambiente no qual a firma está operando -
e performance econômica. teoria da contingência - como meio de atingir eficiência,
tem sido constatada em diversas situações; Lorsch e
De maneira geral, diversos estudos realizados, anali- Allen,88 estudando relações corporatívas-dívisionais, de-
sando o comportamento de firmas americanas," euro- monstraram que baixa performance desviava-se de ótima
péias em geral,78 indianas.P mexicanas e italianas,ao adequação, e alta performance não; Lorsch e Allen acha-
com ênfase na influência da tecnología'" ou da amplitu- ram que alta performance em tarefas de rotina tem es-
de de controle adotada,1I2 têm convergido no sentido de trutura mecanicista, e em tarefas não rotineiras estrutura
que competitividade afeta estrutura e processo organiza- orgânica; Childll~ estabeleceu que firmas de alta perfor-
cional, na direção de maior descentralização e formali- mance delegam autoridade mais rapidamente quando
zação, levando à melhor performance econômica. crescem do que as de baixa performance; Negandhi e
Negandhi e Reímann'" e Simonetti e Boseman'" Reimann e Simonetti e Bosemanõ' encontraram que, em
testaram a relação entre estrutura, competição e perfor- ambientes competitivos, descentralização conduz à alta
mance, baseados na hipótese de que as firmas mais des- performance, presumindo que as necessidades operacio-
centralizadas eram mais efetivas nos mercados competi- nais necessitam ser descentralizadas em situações compe-
tivos e as centralizadas nos mercados pouco competiti- titivas mais dinâmicas para adequar-se ao ambiente.
vos. Somente no primeiro caso - condições competi- A despeito dessas conclusões que sustentam a hipó-
tivas .: a relação foi constatada; baixa competítívidade tese de contingência, existem diversos problemas: em
não se relacionou diretamente com eficiência, apenas primeiro lugar, não é clara a direção da causação, pois
com performance econômica, concordando com os es- tanto baixa performance pode provocar centralização,
tudos sobre barreiras à entrada.85 comovíce-versa; em segundo, a importãncia da estrutura
Diversos estudos têm examinado as relações entre as não é clara, a relação da estrutura com performance eco-
variáveis estratégia, estrutura e performance, comparan- nômica tem sido achada fraca ou forte, como mostrado
do-as duas a duas, ou mesmo as três em conjunto, mas por Poensgen (1974) e Cable e Steer;?' em terceiro, há
sem realizar uma análise de variância, que permite isolar dois estudos que não suportam a hipótese de que organi-
os efeitos individuais dos efeitos produzidos pela intera- zações descentralizadas operam melhor em ambientes in-
ção. certos (Mohr, 1971;Pennings, 1975).92
Rumelt'" testou a relação entre estratégia - estru-
tura e performance econômica, completando as conclu- Recentemente, a congruência entre estrutura orga-
sões das pesquisas de Harvard que mostram a diversifi- nizacional, processos e sistemas tem sido considerada fa-
cação das grandes firmas do mundo ocidental e a adoção tor mais im~ortante do que adequação com o ambiente.
contínua da forma multidivisional para gerir a diversida- Khandwalla 3 achou que as firmas mais eficientes eram
de, suportando a tese de que estrutura segue estratégia, aquelas que adotavam redutores de incerteza, estrutura
mas falhando em comprovar que alta performance está interna diferenciada, procedimentos formalizados e deci-
associada com adequação entre estratégia e estrutura, su- sões descentralizadas, tudo em proporção equilibrada,
gerindo duas alternativas: ou performance econômica sugerindo que o global (gesta/t) era mais importante do
não está relacionada com a congruência estratégia-es- que os fatores isolados; Child94 constatou que duas li-
trutura ou faz-se necessário o controle da variável estágio nhas aéreas internacionais, possuindo rotas, tamanhos e
no ciclo de vida em pesquisas futuras. enfrentando problemas similares, adotavam práticas e es-
Cable e Steer87 estudaram a performance econômica truturas administrativas completamente distintas, a des-
de 82 empresas inglesas, usando como variável indepen- peito de serem igualmente lucrativas.
dente os imprecisos conceitos de forma organizacional A despeito de estudos que sustentam as hipóteses de
ótima - estrutura multidivisional, com separação das ati- contingência e congruência estrutural, fazem-se necessá-
vidades corporativas e divisionais baseada no horizonte rios outros estudos para conclusões mais defmitivas.
de tempo, e organização funcional em um üníco negócio
- e de forma organizacional não-ótíma - holdings, mul- 3.3 Modelos de crescimento
tidivisional com pessoal corporativo muito envolvido nas
atividades divisionais, e formas funcionais diversificadas As conclusões desses estudos empíricos têm sido utiliza-
- concluindo que a forma organizacional pode explicar das na construção de modelos que tentam explicar e pre-
entre 7 e 9% o retorno financiero. Cumpre destacar, na ver a sucessão de estágio, em termos de relação entre es-
entanto, que o envolvimento do pessoal corporativo po- tratégia e estrutura, seguidos por empresas no seu pro-
de ser a conseqüência, não a causa, da baixa performance, cesso de crescimento.
Em síntese, os estudos realizados sustentam a hipó-
tese de que estratégia e estrutura estão relacionadas _ 3.3.1 Modelo de Chandler'"
diversificação conduz à estrutura multidivisional, desde
que se controle a variável competição - mas não foi ain- A firma inicia-se com um único produto, uma única fun-
da demonstrado que estrutura contribui para perfor- ção, em uma única região; em seguida a adoção de mül-
44
Revista de Administração de Empresas
Figura 3 multidivisional (por produto, mercado ou região) - que
Estratégia e estrutura teoricamente podem aparecer tanto na forma doméstica
como global (internacional).
Os estudos de Stopford e Wells e Pranko," que ana-
lisaram as estratégias internacionais das empresas ameri-
Estágio III Firma multidivisional
canas e européias respectivamente, sustentam esse mode-
lo, em termos da sucessão de etapas seguidas em direção
.--. +-- -,---, Diversificação
à estrutura global: as empresas americanas, devido à com-
petição no mercado interno, primeiro adotaram estrutu-
ra divisional interna, integrando em seguida as suas sub-
Organização funcional
sidiárias externas numa divisão internacional, antes de
Estágio 11
atingir uma estrutura global; as empresas européias, devi-
do à baixa competição interna, partiram de uma holding
.--.-------t-------,--, Integração (mãe-filha) externa acoplada a uma estrutura funcional
vertical doméstica, diretamente para uma estrutura global, ao
mesmo tempo que se divisionalizaram internamente.
Estágio I Firma individual
3.3.4 Modelo de Oalbraíth/Nathanson'"
Estrat~gia empresarilll 45
acarreta a adoção de uma estrutura multidivisional (caso forma mais simples, leva a uma nova forma. Apesar dis-
da Du Pont), que também pode ser atingida a partir da so, existem seqüências dominantes, pois as condições
consolidação do crescimento interno de uma holding ambientais - populacionais, econômicas, tecnológicas,
(caso da General Motors); inversamente, é possível que políticas, guerras - tendem a levar oganizações distintas
uma multidivisional, para explorar economia de escala, a adotar caminhos similares. Corno infere-se das carac-
adote uma estrutura centralizada funcional, ou, adqui- terísticas do modelo, a estrutura de qualquer seqüência
rindo um negócio não-relacionado, transforme-se numa é a concatenação de vários passos - áreas, produ to, mer-
holding (conglomerado); a estrutural global, conseqüên- cado, função - fazendo de cada nível hierárquico um
cia da expansão internacional, pode assumir as formas mecanismo para lidar com urna fonte específica de diver-
multidivisional, funcional ou holding; a passagem da se- sidade. Finalmente, o modelo distingue formas organiza-
gunda para a primeira pode ocorrer devido a uma diver- cionais de estágio, podendo urna determinada forma ser
sificação relacionada, e, no sentido inverso, visando ex- alcançada a partir de estágios distintos.
plorar economia de escala, enquanto que da terceira para Cada um dos tipos de organização - a simples, fun-
a primeira, com intuito de consolidar o crescimento in- cional, holding, multidivisional e global - em relação às
terno, e, no sentido contrário, adquirindo negócios não variáveis - estratégia, relações interunidades e com mer-
relacionados (figura 4). cado, estrutura organizacional, pesquisa e desenvolvi-
A característica desse modelo é a sua flexibilidade, mento, medidas de desempenho, recompensas, carreiras,
não havendo seqüências fixas, pois a adição de qualquer estilo de liderança e controle, escolhas estratégicas - têm
fonte de diversidade - função, área e produto - a urna as características mostradas no quadro 2.
Quadro 2
Modelo ilustrativo de cinco tipos de organização
Tipo S F H M G
Característica Simples Funcional Holding Multidivisional Global M
Estratégia Único produto Único produto e Crescimento pela aquisição Diversificação relacionada Múltiplos produtos
integração vertical de diversificação de linhas de produto - em múltiplos países
não-relacionada. crescimento interno,
alguma aquisição.
~o--. +
9
Relações interunidades
e com mercado
IMKTI ~~ ~~~
~ ~~~ IMKTI IMKTI IMKTI
Estrutura Funcional Funcional central Centros de lucro Centros de lucro por área Centros de lucro
organizacional simples descentralizados em tomo divisional, ou produtos descentralizados em tomo
de divisões de produto, descentralizados de produtos ou áreas
pequenas sedes. dívísíonaís mundiais.
Pesquisa e Pesquisa aleatória Crescentemente Pesquisa institucionalizada Pesquisa ínstítucíonalízada Pesquisa ínstitucionalízada
desenvolvimento nâo-institucionalizada institucionalizada sobre para novos produtos e para novos produtos e para novos produtos que
melhorias de produto melhorias - descentralizada e melhorias - orientação é centralizada e
e processo. por divisões. centralizada descentralizada em centros
de especialização.
Medida de Por contato Crescentemente impessoal Impessoal, baseada Impessoal, baseada em Impessoal com múltiplas
desempenho pessoal subjetivo baseada em custo, em retorno sobre retorno sobre investimento, metas como ROI, lucro
produtividade, mas investimento e lucratividade, com alguma ajustado a produto
ainda subjetiva. lucratividade contribuição subjetiva e país.
para o todo.
Recompensas Não-sistemática, Crescentemente relacionada Bônus baseado em ROI Bônus baseado em lucro Bônus baseado em múltiplas
paternalista baseada com performance em ou lucratividade mas mais subjetivo do metas planejadas. Maior
em lealdade. torno de produtividade igualdade de que a holding - prêmios discrição. Prêmios
e volume. recompensas. em dinheiro. em dinheire.
Carreiras Especialistas em Especialistas funcionais Função cruzada mas Ações funcionais-cruzadas, Interdivisional
função única com algumas ações intradivisional. interdivisionais e intersubsidiárias ações
generalistas interfuncionais divisionais - corporativas. subsidlãrtajcorporação.
Estilo de liderança Controle pessoal de Controle de cúpula de Quase completa delegação Delegação de operações Delegação de operações
e controle decisões estratégicas decisões estratégicas. de operações e estratégia com controle indireto com controle indireto
e operacionais pela Alguma delegação de dentro dos negócios através de resultados. através de resultados
gerência de cúpula operações através de existentes. Controle Alguma descentralização de acordo com o
planos e procedimentos. indireto através de de estratégia dentro plano. Alguma delegação
resultados e seleção de dos negócios existentes. de estratégia dentro de
gerência e fundos países e negócios existentes,
de capital. alguma delegação política.
Escolhas Necessidade do Grau de integração. Grau de diversificação. Alocação de recursos Alocação de recursos
estratégicas proprietário versus Participação de Tipos de negócios. Alvos por negócios. Entrada e através de negócios e países.
necessidades da mercado. Amplitude de de aquisição. Entrada e saída de negócios. Entrada e saída de negócios
firma linha de produto. saída de negócios. Taxa de crescimento. e países, grau de propriedade
e tipo de país envolvido.
Fonte: Reproduzido de Galbraith, J. R. &. Nethanson, D. A. The role of organi:zationaI. .. op. cito
I Chandler Jr., Alfred O. Strategy and structure, chapters in the 14 Id. ibid. p. 32.
history of industrial enterprise. Cambridge, Mass., The MIT Press,
1966. p. 396. IS Scott, John. Corporation, classes and capitalismo London,
Hutchinson, 1979. p. 35.
2 Id. Ibid. p. 14.
16 Clifton, J. A. op. cito p. 150.
3Ver Chandler Jr., A. O. O Advento da grande empresa. PAE/
EAESP/FGV. mimeogr. 17 Guimarães, E. A. op, cito p. 40.
36 Guimarães,E.A. op. cit.p.68 e 69. 44 Ver Thompson, James D. 1967. capo 3 a 6 in: Galbraith, J.
R. & Nathanson, D. A. (1979) op, cito p. 252.
37 Clifton, J.A. op. cit. p.149.
4S Wrigley, Leonnard. Transactions in technology, Internai me-
38 Este item estará baseado fundamentalmente no excelente ar- morandum. University of Western Ontaris, 1974; RumeIt, Ri-
tigo de Galbraith , Jay R. & Nathanson, Daniel A. The role of chard P. Strategy, structure, and economic performance. Boston,
organizational structure and process in strategy implementation, Graduate School of Business Administration, Harvard University,
publicado em Schendel, D.E. et alii. Strategy management , Little , 1974.
Brown, 1979, onde os autores, partindo das proposições estabe-
lecidas por Chanler (1962) em Strategy and structure (op. cit.), 46 Wrigleu, L. op. cit.; e RumeIt, R. P. op , cito
fazem uma revisão geral de inúmeras pesquisas empíricas realiza-
das sobre esse tema, com o intuito de redefmir e ampliar as 47 Channon, Derek. F. The Strategy and structure of Britisn en-
conclusões de Chandler, especialmente em relação a um novo terprise. Tese de doutoramento, Harvard University , 1971;
modelo de crescimento das firmas - Seqüências de estágios per- Pooley-Dias, Goreth. Strategy and structure of French enter-
corridos - bem como a uma abordagem essencialmente dialética prise. Tese de doutoramento, Harvard University , 1972; Thanhei-
- não mecanicista e linear - sobre a relação estratégia e estru- ser, Heing. Strategy and strucure of German firms. Tese de dou-
tura. Particularmente importante é a discussão, a partir de sínte- toramento, Harvard University, 1972.
ses realizadas por Scott, dos chamados Harvard Studies, que
contribuíram com diversos refinamentos e extensões para as 48 Stopford, John & Louis Wells.Managing the multidimensional
teses de Chandler. Nesse trabalho, por facilidade, adotaremos enterprise. London, Lorigmans, 1972; Franko , Lawrence. The
idêntico posicionamento, citando diretamente os autores de cada move toward a multi-dívisional structure in European organiza-
estudo, apesar de havermos tomado contato com os mesmos tions. Administrative Science Quarterly, Dec. 1974; -----
através deste artigo. Para uma análise mais detalhada, veja o The European multinattonals, Stanford, Conn., Greylock, 1976;
livro de onde o artigo foi adaptado: Galbraith, Jay R. & Nathan- Formaker, Lawrence E. & Stopford, J. M. Orgatizational struc-
son, Daniel A. Strategy imptementation: the role of structure ture and multinational strategy. Aâministrative Science Quar-
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