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FUNDAMENTOS DE
MARKETING
NOVO
EMPRESAS
GESTÃO
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MÍDIAS
SOLUÇÃO
SEO
CLIENTE
EQUIPE
EMPRESAS
PLANEJAMENTO
PROJETO
ANÁLISE
SEO NEGÓCIOS
SEO
NOVO
BRANDING NOVO
As constantes e sensíveis alterações no atual cenário competitivo empresarial, repleto de GESTÃO
INOVAÇÃO IDEIAS
SITE PROCURA
inovações, trazem enormes desafios para todos os tipos de empresas. É notório que, para alcan- ESTRATÉGIA BRIEFING ANÁLISE
PESQUISA MODERNIZAÇÃO SOLUÇÃO
çar o devido sucesso no mercado, não basta apenas oferecer bens e serviços a preços competiti- PROCURA ESTRATÉGIA EQUIPE
SEO
FUNDAMENTOS
BRANDING
vos. Se o que se almeja é alcançar o sucesso, é necessário planejar e desenvolver estratégias de
EQUIPE
DE
marketing com o intuito de entender, e efetivamente atender, as reais necessidades dos clientes
PESQUISA
SOLUÇÃO PLANEJAMENTO IDEIAS
SEO
NEGÓCIOS
CLIENTE
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NEGÓCIOS
em um mundo em transformação.
COMPUTADOR
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INOVAÇÃO BRANDING
MARKETING
PESQUISA
SOLUÇÃO
EQUIPE
Levando em consideração esse contexto, a obra Fundamentos de Marketing busca, por
MÍDIAS
IDEIAS
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INOVAÇÃO CLIENTE
NOVO
BRIEFING
meio de um texto didático, franquear acesso ao conhecimento básico necessário à realização
ANÁLISE
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SOLUÇÃO SITE
IDEIAS
COMPUTADOR
dessa desafiadora jornada. SEO ESTRATÉGIA
PROCURA
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Luiz Claudio Gonçalves | Márcio Roberto Camarotto
BRANDING NOVO
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MÍDIAS MARKETING IDEIAS
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58329 9 788538 762331 BRIEFING PLANEJAMENTO
MÍDIAS PESQUISA
Luiz Claudio Gonçalves
IDEIAS Márcio Roberto Camarotto
SEO
Fundamentos de
Marketing
Apresentação 7
3 Estratégias de marketing 33
3.1 Estratégias mercadológicas 33
3.2 Segmentação de mercado 34
3.3 Diferenciação no mercado 39
3.4 Posicionamento de mercado 40
4 Comportamento do cliente 45
4.1 O processo de compra e o comportamento do cliente 45
4.2 Fatores de influência no comportamento do cliente 46
4.3 Etapas do processo de compra 49
4.4 O comportamento do cliente organizacional 51
5 Composto de marketing 55
5.1 Composto de marketing como um conjunto de benefícios e ferramentas 55
5.2 Produtos e estratégias de branding 57
5.3 Preço e estratégias de pricing 60
5.4 Promoção (comunicação) e estratégias de mídias 62
5.5 Distribuição e estratégias para entrega de produtos 63
6 Marketing do futuro 67
6.1 O mundo data science 67
6.2 Big data marketing (BDM) 71
6.3 Aplicações de big data ao cenário do marketing 4.0 73
7 Marketing 4.0 79
7.1 Conceito de marketing 4.0 79
7.2 Características do marketing 4.0 81
7.3 Estratégias de marketing 4.0 82
7.4 Marketing de conteúdo e omnichannel 84
8 Marketing ambiental 89
8.1 Ética, consumo e impactos no marketing 89
8.2 Conceito e cenário do marketing verde 91
8.3 O composto do marketing verde 93
Gabarito 99
Apresentação
A obra Fundamentos de Marketing busca, por meio de um texto didático, fornecer o acesso
ao conhecimento básico necessário para a realização dessa desafiadora jornada. Para tanto, a obra
foi estruturada conforme segue:
Desde a Antiguidade, o marketing era praticado, mas se tornou uma teoria acadêmica
somente no século XX. Apesar de sua importância no cenário competitivo, talvez essa teoria não
seja compreendida pelas empresas. Em função de sua enorme abrangência conceitual, o seu signi-
ficado e até mesmo a sua correta aplicação, ainda geram inúmeras dúvidas (SHAW; JONES, 2005).
Para alguns autores, o marketing está relacionado apenas com técnicas de venda. Para outros,
trata-se somente de publicidade e propaganda.
Com o propósito de explicitar o significado do marketing, bem como sua relevância no
cenário de negócios, este primeiro capítulo foi estruturado para apresentar os principais conceitos
e ferramentas relacionados ao tema. Em seguida, discutiremos como ocorreu a evolução do enfo-
que de marketing ao longo dos anos. E, por fim, serão descritos os impactos dessa evolução na
economia moderna.
A seguir, apresentaremos os principais conceitos e ferramentas utilizados pelo marketing
para atingir seus propósitos de sucesso.
1 Philip Kotler (1931) é professor universitário dos Estados Unidos, com pós-doutorado em Matemática em Harvard.
Apresenta palestras em grandes centros do mundo sobre as últimas tendências em marketing. É considerado um dos
mercadólogos mais influentes da história.
2 Kevin Lane Keller (1956) é professor de Marketing da Tuck School of Business da Dartmouth College. Escreveu o
livro Gestão da Marca autoria Estratégica, o qual mostra o “como” e o “porquê” da gestão da marca. É consultor de branding
e faz conferências para o setor industrial.
10 Fundamentos de Marketing
Posteriormente, esses conceitos foram integrados pela AMA, dando origem à definição de
que o marketing é o exercício de atividades comerciais que sinalizam o fluxo de bens e serviços do
produtor ao consumidor ou usuário (SIQUEIRA, 2005).
Entretanto, Richers (2000) diz que essa definição se mostrou muito limitada, pois falhava
em reconhecer que o papel crucial do marketing é analisar as necessidades dos clientes e assegu-
rar o fluxo de informações necessárias, com o objetivo de que os bens e serviços fornecidos pelas
empresas fossem adequados às expectativas desses clientes. Essa antiga definição também ignorava
as milhares de organizações sem fins lucrativos que se engajaram nas atividades de marketing.
Devido às transformações globais, fez-se necessária uma nova e mais ampla abordagem que
buscasse definir a empresa como um sistema organizado, e também visasse adequar sua produção
de bens e serviços àquilo que os clientes consideram como algo com valor.
Em 1985, Siqueira (2005) aponta que a AMA substituiu a definição existente por outra mais
abrangente. Essa define marketing como o processo de planejamento e execução do conceito,
preço, comunicação e distribuição de ideias, bens e serviços, de modo a criar trocas que satisfaçam
objetivos individuais e organizacionais. Trata-se de um conceito, cabe salientar, que dá ênfase para
a gestão de marketing.
Kotler e Keller (2012) apontam que, em função das constantes alterações do cenário com-
petitivo dos negócios, a AMA frequentemente revê a sua definição. De acordo com Minuzzi e
Larentis (2014, p. 82), em sua última revisão, a AMA redefiniu marketing como “atividade, um
conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, distribuir e efetuar a troca de ofertas
que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e a sociedade como um todo”.
Apesar da existência de inúmeras definições de marketing, a visão a respeito desse tema
tem sido sensivelmente modificada ao longo dos anos. Pode-se concluir que o âmago do seu pen-
samento está direcionado principalmente ao entendimento e atendimento das necessidades do
mercado (RICHERS, 2000; KOTLER; KELLER, 2012).
Com relação a esse enfoque, Minuzzi e Larentis (2014) ressaltam que o atendimento às
necessidades do mercado deverá continuar ainda por muito tempo. Dessa forma, será uma referên-
cia de orientação para o marketing, devido às contínuas alterações do panorama social, econômico,
Conceitos e ferramentas de marketing 11
Período Definição
É a atividade, um conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, distribuir e efetuar a tro-
Anos 2000
ca de ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e a sociedade como um todo.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em AMA, 2008; Kotler; Keller, 2012; Siqueira, 2005.
atender as reais necessidades e expectativas dos mercados. Assim, de acordo com Rocha, Ferreira e
Silva (2012), para que a gestão de marketing seja bem-sucedida, deve incluir atividades de:
P P
Promotion (promoção):
Product (produto): aborda as
abrange os atributos relacionados
características do produto
com comunicação (venda pessoal,
(marca, design, embalagem).
relações públicas, propaganda).
varejistas e atacadistas. Entretanto, o marketing em grande escala nos EUA começou a tomar forma
apenas após a Revolução Industrial no final do século XIX. Desde então, conforme esses mesmos
autores, tem evoluído em estágios sucessivos.
serviços de atendimento ao cliente, entre outras inovações, tornaram possível a busca pelo relaciona-
mento mais próximo com os clientes.
Produção Ao invés de focar aquilo que o cliente está desejando, foca o que o fabricante tem a oferecer.
Foca o uso dos instrumentos promocionais, principalmente, a venda pessoal, com o objetivo de
Vendas
gerar lucratividade no curto prazo.
Está focada em compreender as necessidades e satisfazer os desejos dos clientes, de modo que
Mercado
a empresa consiga desenvolver bens e serviços, mais adequados aos reais anseios do mercado.
Tem como premissa que a tarefa da organização é determinar as necessidades dos mercados-
Sociedade -alvos e atender suas satisfações mais eficaz e eficientemente que os concorrentes, de maneira
a preservar ou ampliar o bem-estar dos clientes e da própria sociedade.
Marketing de Por meio do uso da estratégia de CRM, busca facilitar e estimular o desenvolvimento de relacio-
relacionamento namentos de longo prazo com os clientes.
Faz uso da internet visando desenvolver novos meios para uma assertiva divulgação de bens e
Marketing digital
serviços.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017; Siqueira, 2005; Churchill Junior; Peter, 2013.
3 “CRM é uma estratégia de negócios voltada ao entendimento e à antecipação das necessidades dos clientes atuais
e potenciais de uma empresa. Do ponto de vista tecnológico, consolida todos os dados captados interna e externamente
em um banco de dados central, analisa os dados consolidados, distribui os resultados aos vários pontos de contato com
o cliente e usa essa informação para interagir com o cliente, por meio de qualquer ponto de contato com a empresa”
(PEPPERS; ROGERS, 2004, p. 68).
16 Fundamentos de Marketing
Comunicações
Bens e serviços
Mercado Organizações
(compradores) (vendedoras)
Dinheiro
Informações
contemporânea geram problemas, mas também oportunidades, para aquelas empresas que soube-
rem efetivamente utilizar as ferramentas de marketing.
É importante destacar que ao definir estratégias de marketing deve-se ponderar aspectos
essenciais da situação econômica, entre os quais se destacam:
Considerações finais
Com base nas informações apresentadas ao longo desse capítulo, pode-se perceber que o con-
ceito de marketing não é corretamente entendido, sendo visto, muitas vezes, apenas como vendas
e/ou propaganda. O conceito vai muito além, pois foi possível também observar que o marketing
está amplamente presente no cenário de negócios de qualquer empresa, avaliando as necessidades
e os desejos da demanda, para que, no momento certo, seja desenvolvido um bem ou serviço que
atenda, satisfatoriamente, as reais necessidades do mercado.
As drásticas mudanças ocorridas na sociedade moderna, nas últimas décadas, impactam
diretamente na maneira como as empresas devem operar para se manterem competitivas. Produtos
que atendiam clientes há anos já não atendem mais, pois as exigências se tornaram mais acirradas
e seletivas. Dessa forma, as empresas de sucesso devem direcionar seus esforços de marketing à
satisfação dessas necessidades, pois a geração de valor com foco no cliente certamente traz e trará
recompensas, as quais são revertidas em lucro, ou seja, em resultados mútuos.
18 Fundamentos de Marketing
Atividades
1. Tendo em vista a primeira definição de marketing elaborada pela AMA nos anos 1960,
justifique por que essa definição necessitou de uma reformulação anos mais tarde.
2. Justifique como a gestão de marketing pode influenciar diretamente no alcance dos objetivos
de sucesso das organizações modernas.
Referências
CHURCHILL JUNIOR, G. A.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os clientes. Trad. de Cecília C.
Bartalotti. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
COBRA, M. Um resumo do percurso do marketing brasileiro. Revista FAE BUSINESS, Curitiba, n. 4, p. 28-32,
2003. Disponível em: http://img.fae.edu/galeria/getImage/1/16578658777920246.pdf. Acesso em: 23 fev. 2019.
KOTLER, P. Administração de marketing. Trad. de Arão Sapiro. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
Conceitos e ferramentas de marketing 19
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. Trad. de Alexandre S. Martins. 12. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.
KOTLER, P.; KELLER K. L. Administração de Marketing: a bíblia do Marketing. Trad. de H. de Barros. 14. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Trad. de Ivo
Korytowski. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
LIMEIRA, T. M. V. Fundamentos de marketing. In: DIAS, S. R. Gestão de Marketing. 2. ed. São Paulo: Saraiva,
2011.
OLIVEIRA, S. R. G. Cinco décadas de marketing. GV Executivo, São Paulo, v. 3, n. 3, p. 37-43, ago./out. 2004.
Disponível em: https://rae.fgv.br/gv-executivo/vol3-num3-2004/cinco-decadas-marketing. Acesso em: 23
fev. 2019.
PEPPERS, D.; ROGERS, M. CRM Series: marketing 1 to 1. 3. ed. São Paulo: Makron, 2004.
PERREAULT JUNIOR, W. D.; McCARTHY, E. J. Princípios de marketing. Trad. de Aparecida Tomiko Ikeda.
13. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
SHAW, E. H.; JONES, D. G. B. A History of Schools of Marketing Thought. Marketing Theory, New York,
v. 5, p. 239-281, 2005.
SIQUEIRA, A. C. B. de. Marketing Empresarial, Industrial e de Serviços. São Paulo: Saraiva, 2005.
2
Orientação da empresa para o mercado
1 Nova economia é uma expressão criada no final dos anos 90, para falar do resultado da transição de uma economia
com base na indústria de serviços.
2 Stakeholders são públicos interessados nos negócios da organização, como: bancos, órgãos governamentais,
trabalhadores, clientes, acionistas, fornecedores, revendedores, ambientalistas, sindicatos etc.
22 Fundamentos de Marketing
ORGANIZAÇÃO
• Político-legal • Acionistas
• Econômicos • Colaboradores
• Socioculturais • Fornecedores
• Tecnológicos • Clientes
• Ecológicos • Sindicatos
• Concorrência • Governo
• Demográficos. • Comunidade
• Concorrentes
3 O Microempreendedor Individual (MEI) é um profissional liberal que trabalha por conta própria e possui obrigações
mais simplificadas em comparação a outros formatos de empresas existentes.
Orientação da empresa para o mercado 23
desde a queda do regime militar. Isso afetou negativamente o ambiente de negócios. Vale lembrar
que o sistema capitalista demanda um clima de confiança favorável para se desenvolver.
Na área mercadológica, o Código do Direito do Consumidor (CDC)4 está presente na mente
de comerciantes e consumidores. Os consumidores aprenderam sobre seus direitos e se observa
que estão cada vez mais exigentes e atentos. A gestão de marketing dedica atenção crescente à assis-
tência técnica, a trocas de produtos e aos relacionamentos com clientes na pós-venda.
A administração mercadológica contemporânea trabalha preventivamente esses pontos,
pois além de problemas jurídicos a serem evitados há a questão da imagem e reputação das empre-
sas. Clientes opinam e declaram para muitas outras pessoas via redes sociais suas experiências com
produtos, comerciantes e prestadores de serviços.
O uso de certos produtos e serviços e sua frequência de compra com preferência por marcas
indicam como os consumidores querem ser percebidos nos ambientes que frequentam. O banco
Itaú, por exemplo, busca associar os serviços financeiros que comercializa e sua marca a indivíduos
conectados, que valorizam seu tempo livre e sua família. Outro exemplo são as redes de atacado
e de autosserviço que cresceram no Brasil. Com a crise econômica, muitas famílias migraram dos
supermercados tradicionais para esses atacadistas.
A valorização dos recursos que as pessoas possuem tem se tornado um valor cultural.
Inúmeras publicações nas diversas mídias sugerem que os consumidores façam isso. Ressalta-se
que os aspectos culturais também são dinâmicos e sua formação, entre outras coisas, é moldada
pela mídia. Assim, os valores culturais estão enraizados e passam de geração a geração, mas mudam
e sofrem alterações ao longo do tempo. Por exemplo, o uso de relógios de pulso representou um
estilo de acessório bastante importante no século XX, mas tem diminuído a quantidade de usuá-
rios, principalmente, entre os jovens.
5 Streaming é uma tecnologia que encaminha informações multimídia por meio da transferência de dados, utilizando
redes de computadores, especialmente a Internet. Exemplo, o site YouTube.
Orientação da empresa para o mercado 25
Análise da 3ª ETAPA
situação Definição 4ª ETAPA
de metas e Estratégias 5ª ETAPA
objetivos de
marketing Implementação
Controle e
avaliação
Strengths Weaknesses
(Forças) (Fraquezas)
S W
O T
Olhar externo
Opportunities Threats
(Oportunidades) (Ameaças)
É importante destacar que essa ferramenta é utilizada não somente pelos profissionais de
marketing, mas por outras áreas como finanças e recursos humanos. Ao se considerar a área de
marketing, é possível apresentar alguns exemplos dessa ferramenta:
6 O e-commerce, que em português significa comércio eletrônico, é uma modalidade de comércio que realiza suas
transações financeiras por meio de dispositivos e plataformas eletrônicas, como computadores e celulares. Um exemplo
desse tipo de comércio é comprar ou vender produtos em lojas virtuais.
Orientação da empresa para o mercado 29
Assim, a dinâmica desses quatro tipos de competição precisa ser acompanhada pelos gestores
de marketing. O uso de aplicativos e da internet para compra de passagens aéreas representou uma
oportunidade para as companhias aéreas e atingiu negativamente pequenas agências de v iagem.
O crescimento do consumo de vinhos de outros países trouxe oportunidades de negócios para
importadoras, profissionais especializados como sommeliers7.
A análise da concorrência está ligada à identificação de oportunidades de negócios e os profis-
sionais de marketing devem estar atentos e precisam contribuir para que as organizações ajam com
rapidez e agilidade. Na verdade, as empresas precisam se moldar às mudanças que estão acontecendo.
É importante desenvolver uma visão abrangente e monitorar as tendências sistematicamente.
Ressalta-se ainda que nos mercados, o business-to-business (B2B), os negócios entre empresas,
o raciocínio segue a mesma tendência. Embalagens em vidro, por exemplo, concorrem com plás-
ticos reforçados ou em caixas de papelão revestidas de alumínio. Outro exemplo são os escritórios
de coworking. São espaços de trabalho compartilhados normalmente por profissionais liberais que
concorrem com salas comerciais tradicionais.
7 O sommelier, também chamado de escanção, é o profissional responsável por cuidar da carta de bebidas de restau-
rantes, bares etc.
30 Fundamentos de Marketing
Até as organizações que dominavam seus mercados de atuação perderam importância em curto
período de tempo. Nos mercados de fotocópias, relógios e maquinas fotográficas esse fenômeno acon-
teceu. Assim, a construção de valor e a busca da satisfação dos clientes é fator de sobrevivência nos
tempos atuais. Alguns questionamentos o profissional de marketing precisa elaborar:
Benefícios Custos
Observa-se que esses aspectos da relação custos x benefícios precisam ser analisados conside-
rando o contexto e as especificidades de mercado. Há casos em que a reputação é considerada muito
importante por parte do consumidor, e outros em que esse aspecto é relativamente menor. Na aquisição
Orientação da empresa para o mercado 31
de um aparelho celular, o peso da marca é maior do que na compra de uma lata de ervilha. Isso ocorre
com os outros pontos da relação custo x benefício, é preciso considerar o contexto do mercado.
A satisfação dos clientes ocorre como consequência de um bom trabalho, não só da área
marketing, mas de toda a empresa. Os clientes estão mais exigentes e bem-informados. Há uma
“democratização” da informação e as comunicações se tornaram instantâneas. Quanto melhor a
experiência que um cliente vivencia, maiores serão suas expectativas em relação às outras ofertas
no mercado. Quando uma seguradora de automóveis oferece serviços eficientes de atendimento de
sinistros, guinchos e prestadores de serviços de manutenção no lar, ela proporciona elevado grau de
satisfação e seus concorrentes precisarão incrementar suas ofertas para competir nessa realidade.
Além disso, o cliente com alto grau de satisfação tende a ser leal à empresa e a considerá-la
como primeira opção sempre que precisar adquirir o produto ou serviço, o que, em tempos de
grande competição, representa boa vantagem competitiva.
Considerações finais
As transformações sociais, culturais e tecnológicas, entre outras, trouxeram desafios
complexos para as organizações de pequeno, médio e grande porte. Embora os aspectos do macro-
-ambiente sejam academicamente discutidos há décadas, muitas empresas passaram a dar a impor-
tância necessária ao assunto recentemente.
Empresas voltadas ao mercado precisam de processos e profissionais aptos a compreender o
cenário de mudanças pelas quais a sociedade está passando. A compreensão do ambiente externo
é o primeiro grande passo para a elaboração do planejamento de marketing. Multinacionais ela-
boram planos de marketing há décadas. Parte das pequenas e médias empresas ainda avançam
lentamente na elaboração desse tão necessário trabalho.
Além disso, as organizações contemporâneas estão atentas e sistematicamente acompanham
os passos não só de seus concorrentes diretos, mas daqueles que surgem com ofertas consistentes em
outros formatos ou modelos de negócios.
Na elaboração do plano de marketing, toda a atenção deve ser dada à satisfação do cliente –
ela ocorre como consequência de uma oferta de valor consistente. A essência do trabalho do profis-
sional de marketing está em colocar o cliente-alvo no centro das atenções e conduzir as atividades
na organização para entregar valor superior a ele.
• RUST, R. T.; ZEITHAML, V.; LEMON, K. N. O Valor do Cliente. Porto Alegre: Bookman,
2003.
A sugestão de leitura é de um texto clássico sobre o valor do cliente, indo além da marca.
O livro apresenta uma proposta de estrutura de valor, com estratégias centradas no cliente.
Na última parte, os autores abordam o gerenciamento das atividades que agregam valor
no processo de troca.
Atividades
1. Descreva a importância da análise dos fatores tecnológicos para o entendimento do ambiente
de marketing na atualidade.
Referências
AMBRÓSIO, V. Plano de Marketing. São Paulo: Pearson, 2007.
BRASIL. Lei n. 8.078, 11 de setembro de 1990. Institui o Código do Direito do Consumidor. Diário Oficial
da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/
L8078.htm. Acesso em: 24 fev. 2019.
FERREL, O. C.; HARTLINE, M. D. Estratégia de Marketing. Trad. de Marleine Cohen. São Paulo: Thompson, 2005.
KOTLER, P.; KELLER, K. Administração de Marketing. Trad. de H. de Barros. São Paulo: Pearson, 2006.
ROSENBLOOM, B. Canais de Marketing. Trad. de Adalberto Belluomini. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
RUST, R. T.; ZEITHAML, V.; LEMON, K. N. O Valor do Cliente. Porto Alegre: Bookman, 2003.
3
Estratégias de marketing
1 Vantagem competitiva significa o seguinte: uma empresa possui um composto de marketing considerado pelo mer-
cado melhor que o do concorrente (PERREAULT JUNIOR; McCARTHY, 2002).
34 Fundamentos de Marketing
Dessa forma, Kotler e Keller (2012) destacam que o desenvolvimento de uma estratégia de
marketing de sucesso, além de contemplar os elementos dos 4 Ps2 do marketing – Product (Produto),
Price (Preço), Placement (Praça), Promotion (Promoção) –, também necessitam estar embasadas na
tríade de questões (Figura 1):
Figura 1 – Três questões sobre a estratégia de marketing
importante, pois um segmento de mercado bem definido possibilita a eficácia e eficiência do com-
posto de marketing, otimizando assim os recursos que foram utilizados.
Conforme Siqueira (2005), a segmentação de mercado trata-se de uma estratégia com o
objetivo de agrupar clientes dentro de um mercado, cujas reações esperadas aos esforços de
marketing serão semelhantes durante determinado período. Essa estratégia deve ser contínua e
dinâmica, uma vez que as mudanças comportamentais do cliente, a atuação da concorrência e as
alterações no cenário tecnológico podem tornar obsoleta a definição estática de algum segmento
de mercado já definido. Isso pode comprometer o desempenho competitivo da empresa.
O mercado necessita ser segmentado porque os Os clientes gostam de expressar suas diferenças.
clientes são diferentes, ou seja, diferem em termos Ao contrário daquilo que já se acreditou, eles
de gosto, de interesses e de preferências pessoais, não desejam usar uma mesma marca de produto
de necessidades físicas, emocionais e psicológicas. quando diferentes opções são oferecidas no
Conhecendo essas diferenças, a empresa poderá mercado. Sendo assim, esses clientes expressarão
adaptar o composto de marketing que está sendo suas diferenças desde que não haja restrições de
ofertado ao mercado, gerando uma excelente ofertas no mercado.
vantagem competitiva.
O vendedor se dedica à produção, à distribuição e à pro- A empresa Coca-Cola praticou essa abor-
moção de um único produto que será ofertado para todos dagem por vários anos, quando vendia seu
Massa
os compradores existentes no mercado. refrigerante em apenas um único tamanho
de garrafa.
(Continua)
36 Fundamentos de Marketing
O marketing direcionado está levando a criação de progra- Alguns bancos oferecem pacotes de ser-
mas de marketing idealizados de acordo com as neces- viços bancários em diferentes agências,
Local
sidades e os desejos de grupos de clientes locais (áreas dependendo do perfil social e demográfico
comerciais, bairros e até lojas específicas). da vizinhança.
Essa abordagem de segmentação leva ao “marketing cus- Alguns fabricantes japoneses de bicicle-
tomizado” ou “marketing um a um”. Durante séculos, os tas operam com um sistema de pedidos
clientes foram atendidos de forma individual. O alfaiate que fabrica bicicletas customizadas, isto
fazia ternos e o sapateiro desenhava modelos de sapato é, ajustadas na preferência e anatomia dos
sob medida, para cada cliente, mas grande parte das ope- compradores individuais. Essas fábricas
rações de diversas empresas já está ou poderá ser custo- podem produzir milhões de variações
Individual mizado. Isso é possível devido às novas tecnologias, como de modelos de bicicletas com inúmeros
customer relationship management (CRM)3 que estão permi- padrões de cores, ajustados a todos os
tindo às empresas retornarem ao marketing customizado tamanhos possíveis de indivíduos.
e a desenvolverem a capacidade de produzir produtos de
massa, de acordo com as reais necessidades de cada
cliente, abordagem essa que é denominada de “customi-
zação em massa”.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Kotler; Keller, 2012.
3 Customer Relationship Management é um termo em inglês que pode ser traduzido para a língua portuguesa como
Gestão de Relacionamento com o Cliente. Foi criado para definir toda uma classe de sistemas de informações ou ferra-
mentas que automatizam as funções de contato com o cliente.
Estratégias de marketing 37
A segmentação de mercado é uma estratégia que deve ser periodicamente revista, pois os
segmentos de mercado se alteram constantemente. Segundo Churchill Junior e Peter (2013), tendo
em vista essas alterações, uma das formas para se descobrir novos segmentos é investigar na hierar-
quia de atributos que os clientes examinam ao escolher uma marca de produto. Esse procedimento
é denominado de fracionamento do mercado. Por exemplo, nos anos 1970, a maioria dos clientes
de automóveis decidia primeiro a respeito do fabricante e, depois, escolhia uma de suas divisões
(hierarquia de marca dominante).
Assim, um cliente podia optar pelos carros do General Motors (GM) e, depois, escolher sua
divisão na Chevrolet. No entanto, muitos clientes decidem primeiro sobre o país de onde desejam
adquirir o carro (hierarquia de país dominante). Por isso, há um crescente número de clientes que
decidem comprar um carro japonês. Depois, podem ter um segundo nível de preferência, a marca
(Toyota), acompanhado de um terceiro nível, o modelo (Corolla), desse fabricante. Dessa forma, a
empresa necessita continuamente monitorar as mudanças na hierarquia de atributos dos clientes e
assim ajustar suas prioridades, conforme essas alterações.
Base geográfica: busca dividir • Limites políticos: estados, regiões, municípios, bairros, quarteirões, domicílios.
os grupos de clientes de acordo • Tamanho dos municípios: grande, médio, pequeno.
com as características da loca-
• Densidade: urbana, suburbana, rural.
lização em que se encontram.
Algumas variáveis fazem parte
dessa base. São elas:
Após ter sido elaborada a estratégia de segmentação de mercado que permite às empresas
selecionarem quais grupos de clientes focarão na sua atenção, é necessário também desenvolver um
conjunto de diferenciais em seus produtos para torná-los únicos frente à concorrência. Essa estratégia
é denominada de diferenciação.
Diferenciação aplicada a bens – os principais atributos para diferenciar um bem de sua concorrência são:
• Forma: muitos produtos podem ser diferenciados pelo tamanho, formato ou estrutura. Por exemplo: apesar
de uma Aspirina ser basicamente uma commodity (padrão), essa pode ser diferenciada por formato, invólucro,
cor, tempo de ação etc.
• Características: diversos produtos podem ser ofertados com caraterísticas variáveis que complementam sua
função básica. Por exemplo: a indústria automobilística fabrica seus carros com vários níveis de acabamento,
sejam essas customizadas ou ofertadas dentro de um pacote padrão.
• Conformidade: trata-se do grau pelo qual todas as unidades produzidas são idênticas e atendam às espe-
cificações prometidas. Por exemplo: um automóvel da marca Ferrari é projetado para passar de zero a cem
quilômetros por hora em dez segundos. Se todos os automóveis dessa marca que saem da linha de produção
também apresentarem esse atributo, pode-se afirmar que esse modelo tem alto nível de conformidade.
• Durabilidade: é a mensuração do tempo de duração de vida operacional para o produto sob condições naturais
e/ou excepcionais. Geralmente, os clientes pagam mais por produtos que atendam esse atributo, mas devem
tomar o cuidado para que o produto em questão, não esteja sujeito à rápida obsolescência. Por exemplo: os
computadores e os smartphones.
(Continua)
40 Fundamentos de Marketing
• Facilidade de Reparo: é uma medida que avalia a rapidez, a atenção e a facilidade de reparo que um fabricante
dedica em relação aos eventuais defeitos ou mau funcionamento de um produto.
• Estilo: está relacionado ao visual do produto e a sensação que esse passa ao cliente. Trata-se da descrição
de como o comprador vê e sente o produto. O estilo está intimamente relacionado ao design e a embalagem
dos produtos.
Diferenciação aplicada a serviços: quando o bem não pode ser facilmente diferenciado, as empresas devem recorrer
à adição de atributos de serviços mais valorizados pelos clientes, tais como:
• Facilidade de pedido: refere-se às facilidades oferecidas pela empresa para que os clientes possam efetuar
seus pedidos sem qualquer problema. Por exemplo: muitos bancos estão oferecendo aplicativos para acesso
aos serviços bancários, facilitando assim, o contato do cliente de qualquer lugar que ele esteja.
• Entrega: refere-se à qualidade da entrega do bem e ou serviço ao cliente. Isso inclui rapidez, precisão e preo-
cupação com o processo de entrega. Por exemplo: algumas pizzarias de São Paulo prometem entregar suas
pizzas em até 30 minutos. Caso isso não aconteça o cliente não pagará o pedido.
• Instalação: refere-se ao trabalho executado para colocar os produtos em condições de funcionamento no local
previsto. Por exemplo: quando uma loja que vende móveis executa com rapidez a montagem desses móveis
na residência dos clientes, a mesma está fazendo uso da diferenciação por instalação.
• Treinamento do cliente: significa capacitar os funcionários do cliente para utilizar os equipamentos de forma
mais apropriada possível. Por exemplo: a empresa McDonald’s exige que seus franqueados frequentem sua
Universidade do Hambúrguer, que no Brasil está localizada em Barueri/SP, para aprender como gerenciar cor-
retamente a sua franquia.
• Orientação ao cliente: refere-se aos dados, aos sistemas de informações e aos serviços de consultoria ofere-
cidos pela empresa vendedora aos seus clientes.
• Manutenção e reparo: descreve a qualidade dos programas de atendimento destinados a auxiliar aos clien-
tes a manter os produtos comprados em boas condições de funcionamento. Por exemplo: muitas empresas
fabricantes de aparelhos eletrônicos.
4 Segundo Kotler (2000), a palavra Positioning (Posicionamento) foi popularizada em 1969 por dois executivos da
área de propaganda, All Ries e Jack Trout.
Estratégias de marketing 41
produtos concorrentes. Por exemplo, alguns modelos de automóveis estão posicionados como
sendo de luxo, já outros estão posicionados como esportivos de elevado desempenho.
Na visão de Kotler (2000), muitos clientes estão sobrecarregados com informações sobre
bens e serviços. Dessa forma, não são capazes de reavaliar os produtos todas as vezes que têm
de tomar uma decisão de compra. Para simplificar esse processo de decisão, os clientes orga-
nizam os produtos em categorias, ou seja, “posicionam” os bens, os serviços e as empresas em
suas mentes.
A posição de um produto é o complexo grupo de percepções, de impressões e de sentimen-
tos que o cliente tem sobre um produto em comparação com os produtos concorrentes. Os clientes
posicionam os produtos com ou sem auxílio dos profissionais de marketing, todavia, esses profis-
sionais não podem deixar o posicionamento a cargo do acaso. Esses devem planejar as posições
que darão aos seus produtos, a maior vantagem possível nos segmentos-alvo, elaborando o seu
composto de marketing para criar a posição desejada.
Consiste na escolha do segmento de clien- • Quem são os clientes que melhor responderão a
A quem?
tes, que a empresa focará a sua oferta nossa oferta?
(Segmento)
específica. • Como esses clientes podem ser descritos?
Esse aspecto está de acordo com as necessidades que preenchem os benefícios que
Baseado nos benefícios,
oferecem ao mercado. Por exemplo: a Disneylândia pode anunciar-se como sendo o maior
que os produtos
parque temático do mundo, já uma farmácia 24 horas pode anunciar a conveniência como
oferecem
principal atributo de posicionamento.
Um produto pode ser posicionado para diversos usos ou usos específicos. Por exemplo:
o isotônico Gatorade, no período de verão, pode ser posicionado como bebida para repor
Por ocasiões, que os
os fluidos corporais dos atletas e, no período do inverno, pode até ser posicionado como
produtos são utilizados
medicamento auxiliar nas dietas e restabelecimento (reposição de grandes quantidades de
água e sais minerais).
As empresas podem decidir posicionar seus produtos para uso de determinadas classes de
clientes. Por exemplo: a empresa Johnson & Johnson aumentou o market share5 de seu sham-
Por classes de usuários
poo para bebês de 3% para 14% reposicionando esse produto para ser utilizado também por
adultos que lavam os cabelos com frequência e necessitam de um shampoo mais suave.
Um produto pode buscar fixar destaques frente a outras classes de produtos. Por exemplo:
Por diferentes classes alguns sabonetes estão posicionados contra sais de banho, em vez de com outros tipos
de produtos de sabão, que seria o convencional. O sabonete Dove é posicionado como uma mistura
de sabonete e hidratante, ao invés de um mero sabonete.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Kotler, 2000; Churchill Junior; Peter, 2013.
5 Market share é a participação de mercado, trata-se do percentual de bens e serviços vendidos e comercializados por
uma empresa em uma determinada região.
Estratégias de marketing 43
Considerações finais
A partir de todas essas explanações, verificamos: o cenário de negócios é um ambiente
amplamente dinâmico e competitivo que tudo acontece com muita rapidez, no qual fatores como,
tecnologia, economia, concorrência estão em constantes mutações. É nessa perspectiva caótica de
negócios, que as empresas de sucesso perceberam a importância da elaboração de estratégias de
marketing cujo principal objetivo é o de atender plenamente as reais necessidades dos mercados.
Todavia, definir uma estratégia de marketing de sucesso não é uma tarefa fácil, pois surgem
muitas dúvidas sobre quais são as mais assertivas ou quais são as mais indicadas para o seu tipo
de negócio: qual é o segmento que se deve atender? Quais são os diferencias que o produto deve
apresentar? Como se posicionar diante do mercado?
A elaboração de estratégias de marketing de sucesso exige constante atualização e a busca
pelas melhores práticas. O pleno entendimento de sua real importância no atual cenário de negó-
cios e a sua correta elaboração pode levar às empresas a alcançarem um lugar de destaque frente a
seus concorrentes.
Atividades
1. Como as empresas fazem uso das estratégias de segmentação, diferenciação e posiciona-
mento visando alcançar vantagens competitivas, no atual cenário de negócios?
Referências
CHURCHILL JUNIOR, G. A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. Trad. de Cecília C.
Bartalotti. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
ETZEL, M. J.; WALKER, B. J.; STANTON, W. J. Marketing. Trad. de Arão Sapiro. São Paulo: Makron Books,
2001.
KOTLER, P. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. Trad. de Arão Sapiro. 10. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2000.
KOTLER, P.; KELLER K. L. Administração de marketing: a bíblia do marketing. Trad. de H. de Barros. 14. ed.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
PERREAULT JUNIOR, W. D.; McCARTHY, E. J. Princípios de marketing. Trad. de Aparecida T. Ikeda. 13. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2002.
SIQUEIRA, A. C. B de. Marketing empresarial, industrial e de serviços. São Paulo: Saraiva, 2005.
4
Comportamento do cliente
Bons resultados empresariais passam necessariamente pela satisfação dos clientes. Autores
renomados como Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007) afirmam que organizações de bom
desempenho recomendam: os clientes/consumidores precisam ser observados, compreendidos e
ouvidos, desde a definição das ideias até a formulação da oferta ao mercado. Para Bretzke (2003) é
comum se utilizar as palavras “cliente” e “consumidor” como expressões sinônimas. No entanto, o
termo cliente deve ser usado quando se pretende referir a compradores empresariais, enquanto a
palavra consumidor faz alusão a compradores domiciliares.
As organizações estudam sistematicamente como as pessoas se comportam, como percebem
o valor, quais lugares e circunstâncias interferem em suas decisões de consumo e quanto podem e
pretendem gastar nas inúmeras categorias de produtos existentes. O comportamento das pessoas
mudou significativamente desde a intensificação do uso de tecnologias. Tais transformações afe
tam diversos mercados, alguns de forma positiva e outros de forma negativa. Acompanhar de perto
as influências sofridas pelos clientes é uma das mais desafiadoras tarefas de marketing.
Na visão de Oliveira (2012), o conceito fundamental de marketing tem como objetivo cen
tral trabalhar pela satisfação dos clientes, pois é essencial a identificação, por parte da empresa,
dos atributos dos produtos e serviços que proporcionem e entreguem satisfação. Em outras pala
vras, antes de mais nada é preciso conhecer as pessoas para oferecer satisfação genuína. Essa
tarefa é complexa e profissionais de outras áreas, como a psicologia e a antropologia, contribuem
para a aquisição desse valioso conhecimento. Isso porque se tornou importante a compreensão de
valores, crenças e prioridades dos consumidores, uma vez que as escolhas de produtos e serviços
são influenciadas por esses aspectos.
A dinâmica desse processo o torna constante e sem fim. As oscilações quanto às crenças, os
valores e as expectativas dos clientes carecem de investigação contínua porque está em transfor
mação. Ademais, há tantas inovações em curso que muitas novas soluções surpreendem os clientes.
Organizações precisam se preparar para atender clientes com motivações distintas de modo
personalizado. Novos aplicativos e softwares estão ajudando as empresas nessa tarefa. Neste capí
tulo, estudaremos o processo de compra e aspectos importantes do comportamento dos clientes.
A afirmativa dos autores é ampla na medida em que o campo de estudo analisa todas as fases
da compra. É importante destacar: parte desse processo é inconsciente, ou seja, nem os clientes
conseguem compreender perfeitamente a razão de comprar o objeto adquirido.
Estudar o consumidor é buscar entendimento às manifestações das pessoas em suas aqui
sições e na maneira como utilizam seus recursos. Segundo Aronovich, Proença e Vinic (2006), os
desejos e as necessidades dos consumidores são ilimitados, não podendo ser satisfeitos por com
pleto. Ao considerar a complexidade desse processo, o consumidor tende a escolher a alternativa
que maximize sua satisfação. Os autores observam ainda a relevância de investigar as influências
recebidas pelos clientes no processo de compra.
Fatores Fatores
internos externos
Percepção Cultura
Aprendizado Demografia
Personalidade Referências
Emoções Família
Comunicação
Atitudes
de marketing
Fonte: Elaborada pelos autores com base em Hawkins; Mothersbaugh; Best, 2007, p. 27.
Influências externas
• Cultura
• Demográficos Experiências e compras
• Referências
Processo de decisão
• Família
• Comunicação de marketing • Reconhecimento da necessidade
Fonte: Elaborada pelos autores com base em Hawkins; Mothersbaugh; Best, 2007, p. 27.
(São Paulo), são vendidos muitos produtos da culinária japonesa; e em diversos lugares do interior
do Brasil as festas de peões de boiadeiros levam multidões em seus eventos.
Os fatores demográficos têm a função de estudar e analisar as características da popula
ção, as principais delas são: renda, classe social, evolução das faixas etárias, raça, gênero, casais
com e sem filhos, religião. Essas informações são valiosas para a definição das estratégias futuras
de marketing. A grande concentração de renda no Brasil proporciona inúmeras oportunidades
para empresas que oferecem produtos e serviços populares. O aumento da expectativa de vida e o
consequente crescimento no número de idosos também fizeram surgir agências de turismo espe
cializadas, assistência pessoal por meio de cuidadores e trouxeram expansão para o segmento de
drogarias e farmácias.
Outra influência que atinge os consumidores são as referências, ou grupos de referência.
Podemos definir como “um grupo cujas as perspectivas ou valores presumidos são utilizados por
um indivíduo como base para seu comportamento atual” (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST,
2007, p. 72). Assim, em determinados contextos específicos, muitas pessoas adquirem bens em
sintonia com os grupos aos quais se associam. Por exemplo, há cada vez mais comunidades que
pregam uma alimentação natural, orgânica. Segmentos de mercados de produtos naturais, vegeta
rianos1 e veganos2 crescem tanto no setor industrial como no de varejistas e de serviços.
As ferramentas de comunicação de marketing também influenciam as decisões de compra.
Continuamente campanhas publicitárias on-line e off-line procuram seduzir potenciais clientes no
processo de compras. Pode-se afirmar que há uma disputa acirrada pelos recursos dos consumido
res. Iniciativas digitais como o live marketing em eventos são usadas por grandes empresas, como
a Natura, e também por pequenas, como lojistas de automóveis seminovos.
Outro fator externo que interfere nas decisões de compra é a família, pois muitos produtos e
serviços ficam registrados na mente dos consumidores desde a infância. Empresas como a Nestlé, a
Colgate e a Unilever adquirem e mantêm, muitas vezes, consumidores por décadas. Além dos aspectos
externos, a análise do comportamento dos consumidores investiga fatores intrínsecos. Para Hawkins,
Mothersbaugh e Best (2007, p. 114), “percepção é um processo que começa com a exposição e a aten
ção do consumidor aos estímulos de marketing e termina com a interpretação do consumidor”.
A percepção é carregada de aspectos subjetivos e ocorre por meio da interpretação.
Profissionais de marketing trabalham para que os produtos e serviços sejam percebidos de modo
positivo pelo público-alvo. Para a percepção ser positiva todos os detalhes têm importância.
Há marcas de chocolates finos que dedicam grande atenção a qualidade da embalagem, pois
o produto pode ser percebido como presente. Diversos comerciantes reformulam seu espaço de
vendas de modo a torná-los mais atraentes.
Outro aspecto interno é o aprendizado do cliente. As opiniões, crenças e percepções dos
clientes são construídas tendo o aprendizado como referência importante. Por aprendizado
entende-se as experiências anteriores dos clientes-alvo. O consumidor carrega memórias quanto a
1 Vegetariano é o indivíduo que exclui carne, aves e frutos do mar de sua dieta.
2 Vegano, além de não consumir nenhum tipo de carne, dá um passo adiante eliminando todos os alimentos de ori-
gem animal de sua dieta e de sua rotina, incluindo leite, mel, ovos e até o couro.
Comportamento do cliente 49
Busca de
Decisão de compra
informações
Outro exemplo, é o aumento no número de pessoas morando sozinhas nos grandes centros
urbanos fez crescer a demanda por imóveis de pequena metragem. Logo, as oportunidades de negó
cios nascem da identificação e oferta de soluções para a resolução de problemas dos consumidores.
3 Reclame Aqui é um site brasileiro de reclamações de empresas sobre atendimento, compra, venda, produtos e ser-
viços. Disponível em: www.reclameaqui.com.br. Acesso em: 25 fev. 2019.
Comportamento do cliente 51
em conjunto com fornecedores estratégicos. Logo, confiança e apoio tecnológico são primordiais
nas compras empresariais.
Ressalta-se também que muitas empresas atuam com linhas de produtos e serviços para consu
midores finais e compradores organizacionais. Elas possuem equipes de atendimento e desenvolvem
ofertas distintas considerando as especificidades envolvidas. Companhias aéreas e hotéis têm estra
tégias diferentes quando pensam em clientes finais e corporativos. A Nestlé, além de comercializar
produtos de consumo, possui embalagens e soluções para doceiros e pequenas indústrias de doces.
Atacadistas como o Makro, o Atacadão e o Assaí atendem pequenos comerciantes, prestadores de
serviços e consumidores finais em seus estabelecimentos. Nessas situações, o desafio dos profissio
nais de marketing é proporcionar competitividade em frentes de atuação diferentes.
Considerações finais
Com base nas ideias apresentadas, podemos dizer que as preferências dos clientes estão em
constante mudanças e para se obter sucesso em seus respectivos mercados, as organizações precisam
acompanhar e agir nesse cenário em transformação. As novas tecnologias oferecem informações
preciosas sobre as influências externas e internas que interferem no processo de compras.
Consumidores e clientes crescentemente conectados podem representar tanto ameaça como
oportunidade. Organizações mal preparadas, cujo produtos e serviços não oferecem uma relação
custo x benefício favorável ao cliente estão em risco. Por sua vez, o contrário disso, pode represen
tar oportunidade. Compreender o comportamento do cliente, aquilo que ele valoriza e quer, traz
subsídios para as tomadas de decisão dos profissionais de marketing.
A profissionalização do trabalho de marketing passa pelo estudo minucioso do compor
tamento dos clientes. Esse estudo tende a otimizar os investimentos na área e diminuir os erros
cometidos, principalmente quando o processo decisório está fundamentado em percepções
baseadas na subjetividade dos gestores. Com a complexidade do ambiente de negócios não se
deve atuar assim.
O artigo, escrito por Anselmo Penha, da Época Negócios, traz uma pesquisa com 22 pes
soas e analisa os hábitos do consumidor brasileiro e em outros 26 países.
Atividades
1. Descreva a importância das novas tecnologias no estudo do comportamento do consumidor.
Referências
ARONOVICH, H., PROENÇA, M. C. A.; VINIC, R. Varejo e clientes. São Paulo: DVS, 2006.
BRETZKE, M. Comportamento do cliente. In: Dias, S. R. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003.
KOTLER, P.; KELLER, K. Administração de marketing. Trad. H. de Barros. São Paulo: Pearson, 2006.
OLIVEIRA, B. Fundamentos de marketing. In: Oliveira, B. Gestão de marketing. São Paulo: Pearson, 2012.
O composto de marketing também é conhecido por alguns autores como os 4 Ps ou mix de mar-
keting. Ele mostra quatro subconjuntos de uma estratégia de marketing que são: product (produto),
price (preço), placement (praça), promotion (promoção). Foi proposto por Jerome McCarthy em seu
livro Marketing básico, publicado no Brasil em 1978 e difundido por Philip Kotler (PERREAULT
JUNIOR; McCARTHY, 2002).
Nesse contexto, as atividades de marketing devem ser encadeadas de maneira lógica, pois,
de modo geral, acontecem da seguinte maneira: 1) conhecer o contexto em que a organização
está inserida e isso envolve identificar as especificidades do negócio, estudar o ambiente externo,
a concorrência e o comportamento do cliente; 2) definir as estratégias a serem adotadas conside-
rando os segmentos de mercado existentes e o posicionamento adotado; 3) elaborar o composto de
marketing que deve ser proposto de modo alinhado com as duas maneiras citadas.
Quando as duas primeiras maneiras são elaboradas adequadamente, as decisões do com-
posto de marketing tendem a ser mais eficazes. O composto abrange decisões de produto (e marca),
estratégias de precificação (preço), praça (distribuição) e promoção (comunicação). Neste capítulo,
abordaremos alguns aspectos referentes às decisões do composto de marketing que devem ser pro-
postas de modo integrado.
Logo, a gestão do composto de marketing abrange aspectos táticos derivados das decisões
estratégicas, pois, tomar decisões sobre ele sem uma estratégia estabelecida é um erro comum,
cometido por muitas organizações, principalmente nos primeiros estágios do negócio.
Como descrito anteriormente, é fundamental para o sucesso mercadológico que as deci-
sões do composto de marketing sejam integradas. Enquanto a análise do contexto competitivo e
as decisões estratégicas possam ser executas de modo vertical, as decisões táticas precisam estar
interligadas horizontalmente.
Em outras palavras, o sucesso de um produto dependerá essencialmente de um preço
adequado, de uma comunicação eficaz. O produto precisa estar disponível e bem distri-
buído. Qualquer falha importante em algum dos elementos do composto comprometerá os
resultados esperados.
Figura 1 – 4 Ps do marketing
Fonte: Elaborada pelos autores com base em Perreault Junior; McCarthy, 2002.
Nesse contexto, segundo Perreault Junior e McCarthy (2002), percebemos que a gestão do
composto de marketing exerce papel fundamental para as organizações. Entre os aspectos vitais do
gerenciamento de marketing estão os estudos sobre:
• a natureza dos produtos;
• a lucratividade que proporcionam;
• os ciclos de vida apresentados.
Os mercados são dinâmicos e os produtos e os serviços só fazem sentido quando resolvem
os problemas para os clientes. Logo, as novas tecnologias e as soluções surgiram de modo exponen-
cial e as empresas não preparadas para essa realidade sofreram queda de vendas de forma rápida.
Uma das análises feitas pelo composto de marketing sistematicamente se refere a avaliar se
aquilo vendido pela empresa vende atende as exigências dos clientes, ou seja, se seus clientes-alvo
percebem benefícios no processo de troca. Assim, um produto ou serviço só faz sentido para o
cliente quando, comparado a outras soluções, ele se apresenta como a melhor alternativa para solu-
ção do problema a ser resolvido.
Por exemplo, os táxis representavam a melhor solução para mobilidade em cidades grandes,
pois os transportes coletivos, na maioria das vezes, apresentavam uma oferta ruim. Por oferecer
uma boa solução (P relativo ao produto e P relativo ao preço adequado), os aplicativos como Uber
e Cabify1 ganharam rapidamente a preferência de muitos clientes.
Outro exemplo é o crescimento do e-commerce para muitos produtos como livros, eletroele-
trônicos e calçados esportivos. A facilidade da entrega de produtos em casa (P relativo à Praça)
proporciona conforto, conveniência e praticidade. Os formatos de varejo tradicional desses produ-
tos precisam se reinventar para permanecer no mercado. Logo, quando o cliente compra um pro-
duto, ele está adquirindo um conjunto de benefícios que são proporcionados por outros elementos
do composto, como o preço e a disponibilidade de entrega.
1 Tanto a Uber quanto o Cabify são prestadores de serviços eletrônicos na área do transporte privado urbano. Por
meio do aplicativo permitem que pessoas peçam um motorista com base na localização do passageiro.
Composto de marketing 57
Compra comparada São aqueles que o consumidor costuma dedicar mais tempo para pesquisar, como
móveis e eletrodomésticos.
Especialidade São únicos em algum aspecto, normalmente caros ou comprados com pouca fre-
quência, como barcos e imóveis.
Não procurados Esse tipo de produto, normalmente, os consumidores não procuram, como seguro
de vida e jazigo em cemitérios.
(Continua)
58 Fundamentos de Marketing
para as organizações
acessório acessório, como calculadoras e empilhadeiras.
Componentes São peças e materiais que compõem produtos, como rolamentos e transistores.
Serviços São os serviços que dão suporte à atividade empresarial, como serviços jurídicos
empresariais e contábeis.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Churchill Junior; Peter, 2000.
Introdução
Fonte: Elaborada pelos autores com base em Churchill Junior; Peter, 2000.
Vejamos com mais detalhes cada uma dessas quatro etapas pelas quais os produtos e os ser-
viços passam, na perspectiva de Churchill Junior e Peter (2000):
• Declínio: as vendas começam a cair, devido à saturação do mercado, a valores que podem
mudar ou porque outras soluções ganharam a preferência dos clientes. Por exemplo,
cigarros, toca-discos e jornais impressos perderam mercado por motivos diferentes.
Ressalta-se que nem todos os produtos apresentam essa sequência de modo linear, pois o tempo
dos produtos em cada estágio pode variar bastante. Um software, por exemplo, pode ter vida muito curta
caso surja outro mais eficaz. Outros produtos como arroz e óleo de soja permanecem na maturidade.
Churchill Junior e Peter (2000) afirmam que as prioridades de marketing são diferentes em
cada fase. Rejuvenescer o produto na maturidade por meio de novas embalagens e comunicação
pode prolongar as vendas e passar uma imagem de modernidade ao produto. A Nestlé tem feito
isso com sucesso em alguns produtos como com o leite condensado Moça.
As estratégias de branding referem-se à gestão da marca de uma empresa. A marca é outro
aspecto relacionado às decisões de produto. Churchill Junior e Peter (2000) definem marca como
um nome, termo, design, símbolo ou qualquer outra característica que identifique o bem ou serviço.
Os investimentos em marca cresceram nas últimas décadas em função de sua crescente importân-
cia. Em muitos mercados, há oferta excessiva de produtos e a marca possibilita diferenciação para
as organizações. Empresas especializadas avaliam marcas e algumas das principais possuem valo-
res estratosféricos.
Na Figura 3, temos exemplos de marcas de sucesso mundial como Google, Microsoft e
Mercedes-Benz. No Brasil temos Natura, Havaianas e banco Itaú, que são exemplos de marcas
poderosas. A expressão brand equity2 (patrimônio de marca) trata da análise e investigação desse
importante ativo empresarial.
Figura 3 – Exemplos de marcas mundiais e nacionais
Fonte: Divulgação.
Churchill Junior e Peter (2000) afirmam que investimento em marca proporciona bons
resultados e traz várias vantagens, entre as quais podemos destacar:
• consumidores tendem a ser fiéis quando gostam de uma marca e se identificam com ela;
• marcas podem proporcionar satisfação de uso, emprestar poder e status, como as canetas
Montblanc;
• marcas facilitam a comunicação de marketing porque já são conhecidas dos clientes;
• marcas oferecem possibilidades de extensão de linha de novos produtos, aumentando as
possibilidades de sucesso.
2 Brand equity é o valor intangível de uma empresa ou marca com base na percepção de seus consumidores.
60 Fundamentos de Marketing
Fonte: Divulgação.
Por outro lado, em algumas categorias de produtos, como ervilhas e milhos enlatados,
pequenas diferenças de preços alteram significativamente as vendas. Isso porque boa parte da base
de clientes não percebe diferenciação significativa nas ofertas. Dessa forma, o preço acaba sendo o
principal motivador da escolha. Várias categorias de produtos apresentam essa característica, por
isso, a importância em se analisar o contexto.
Kotler e Keller (2006) explicam que, além dos custos monetários, as estratégias de preços
consideram alguns outros fatores de grande importância, pois as decisões dos clientes são forte-
mente influenciadas por eles:
• Energia física e esforço: para algumas categorias de produto, especialmente de compras
cujos valores são mais altos, os consumidores, no geral, dispõem-se a se esforçar mais. Se
for necessário caminhar mil metros com o intuito de comprar uma geladeira em melhores
Composto de marketing 61
condições, por exemplo, é provável que muitos consumidores aceitem fazer esse esforço.
Já em relação a produtos de conveniência como refrigerantes e biscoitos, esse esforço não
compensaria.
• Tempo e conveniência: os consumidores valorizam a conveniência e aceitam pagar por
isso em muitas situações. Praticidade e economia de tempo são valores importantes para
os estrategistas de marketing. Empresas usam cada vez mais softwares e aplicativos com
o objetivo de facilitar a vida de seus clientes. Bancos, seguradoras e aplicativos como o
iFood3 oferecem cada vez mais otimização de tempo, praticidade e conveniência.
• Custo da mudança: para alguns produtos e serviços, os consumidores veem um custo de
mudança. Isso ocorre porque os clientes se acostumam, em algum grau, com seus forne-
cedores de produtos e serviços. Uma nova conta bancária ou uma nova transportadora,
considerando o mercado corporativo, exige um esforço inicial e adaptação, além do risco
de ficar insatisfeito com a empresa fornecedora.
Além da análise do contexto em que o produto está inserido para o consumidor e dos custos
incluídos aos clientes, segundo Urban e Urban (2013), os profissionais de marketing consideram
outros fatores influenciadores da determinação de preços. São eles:
• Concorrência: com o crescimento do uso de celulares e acesso à internet, os clientes pos-
suem muita facilidade em comparar as ofertas disponíveis no mercado. Trata-se de um
fenômeno mundial que tem exigido agilidade dos gestores em negociações com os clien-
tes. Já é comum observar nas cidades médias e grandes os clientes mostrando telas de
celular com preços de ofertas concorrentes.
• Demanda: grande parte dos produtos e serviços sofrem variação de procura influen
ciados por fatores como a sazonalidade e a situação econômica. Materiais escolares como
livros e cadernos apresentam forte demanda nos primeiros meses do ano e procura bem
menor a partir de abril. Em épocas de crise econômica produtos supérfluos sofrem queda
nas vendas, mas em épocas de prosperidade elas crescem.
• Custos da empresa: os custos e despesas das organizações são importantes influencia
dores na definição dos preços dos produtos e serviços. Lojas instaladas em shopping
centers têm normalmente custos maiores que lojas de rua. Como esses estabelecimentos
oferecem conveniência, segurança e conforto, muitos consumidores aceitam pagar mais
por isso. Em mercados muito concorridos as empresas procuram reduzir seus custos para
manter sua competitividade porque os clientes não aceitam pagar mais.
Outro aspecto relativo a preços são os descontos e as promoções. Os gestores de m
arketing costu-
mam definir os preços oficiais um pouco acima daquilo que esperam porque sabem da n ecessidade de
dar descontos e fazer promoções para alavancar as vendas. Em muitas negociações de vendas espera-se
que descontos sejam concedidos. É importante, quanto a isso, o trabalho integrado com todo o com-
posto mercadológico.
3 iFood é uma empresa brasileira fundada em 2011, atuante no ramo de entrega de comida pela internet, sendo líder
no setor na América Latina, com presença no Brasil, na Argentina, no México e na Colômbia.
62 Fundamentos de Marketing
Ferramentas
Nem sempre as linhas que separam essas ferramentas são claras. Muitas delas são utilizadas
de forma simultânea e outras surgiram de modo importante recentemente. Há muitas organiza-
ções, por exemplo, investindo de modo crescente em canais de YouTube e mídias sociais, como o
Instagram e o Facebook. Ações de live marketing 4 são realizadas em grandes eventos e também por
pequenos empreendedores.
4 O conceito de live marketing pode ser definido como marketing “ao vivo”, que interage com o público, proporciona
diálogo entre marcas e pessoas, e promove engajamento. É a compreensão completa e diferenciada de serviços, produ-
tos e branding em uma mesma experiência (MATHIAS, 2018).
Composto de marketing 63
Distribuição As empresas buscam manter controle e acompanhar de modo próximo aqueles que disponi-
exclusiva bilizam seus produtos aos clientes, como montadoras de automóveis e franquias (Boticário).
As organizações que comercializam produtos em massa querem ter seus produtos à venda
Distribuição no maior número de estabelecimentos possíveis. Para isso, buscam atacadistas, varejistas e
intensiva outros intermediários para executar serviços de venda, como as canetas Bic e indústrias de
balas e chicletes.
As empresas adotam um meio termo entre a distribuição intensiva e exclusiva. Essa é, costu-
Distribuição
meiramente, a estratégia de marcas premium que procuram estar em pontos de venda estra-
seletiva
tégicos, como as canetas Montblanc e canivetes Vitorinox.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Camarotto, 2009.
São comerciantes que compram em São comerciantes que também São comerciantes que atendem prin-
grandes quantidades e vendem princi- compram em grandes quantidades cipalmente consumidores finais. Há
palmente para clientes empresariais, e vendem para clientes corporati- diversos tipos de varejo tais como
como Atacadão e Martins. vos. Diferem dos atacadistas por lojas especializadas, drogarias, lojas
fazerem um trabalho mais próximo de departamentos e supermercados.
e estratégico com os fornecedores.
Trata-se de uma postura mais estra-
tégica do que transacional apenas.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Mattar, 2011.
Considerações finais
Grande parte dos bons resultados mercadológicos depende das atividades relativas ao com-
posto mercadológico. As decisões relativas ao composto de mercadológico devem ser tomadas
após a análise do ambiente competitivo e definição das estratégias de marketing. A inversão dessas
etapas leva ao desperdício de recursos e muitas vezes traz resultados insatisfatórios.
Essencialmente, o composto de marketing possui quatro elementos: produto, preço, praça e
promoção. Em relação aos produtos as empresas definem suas características, atributos, embala-
gem, variações e marca. Os preços são determinados conforme posicionamento previamente defi-
nido e leva em consideração a demanda, os preços praticados por concorrentes e a percepção de
valor dos clientes.
A promoção diz respeito ao conjunto de comunicações de marketing que a empresa traba-
lha. Há várias opções de investimentos em comunicação de marketing e parte dos recursos está
sendo alocada de modo crescente nas opções on-line. A praça refere-se aos canais de distribuição e,
assim como os outros elementos do composto, tem sofrido transformações em função das mudan-
ças tecnológicas e do comportamento do consumidor. Há forte tendência para a integração dos
canais on-line e off-line.
5 O omnichannel é uma estratégia de conteúdo entre canais que as organizações usam para melhorar sua experiência
do usuário.
Composto de marketing 65
Atividades
1. Explique por que os elementos do composto mercadológico devem ser trabalhados de modo
integrado.
2. Descreva as etapas do ciclo de vida do produto e a importância desse conceito para o gestor
de marketing.
Referências
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VAZ, C. A. Google marketing: o guia definitivo do marketing digital. São Paulo: Novatec, 2010.
6
Marketing do futuro
O profissional do marketing deve estar sempre planejando o futuro, pois o cenário empre-
sarial é competitivo e inovador, e cercado de diversas transformações. Por isso, faz-se necessário o
desenvolvimento de novas práticas para o auxílio dos profissionais dessa área. Com o intuito disso
acontecer, é indispensável a utilização de novas tecnologias que agreguem continuamente valores
aos seus negócios e que apoiem o desenvolvimento de novos produtos e processos.
Partindo dessa reflexão, segundo o portal americano Emarketer (2014), a função da evolução
das formas de se relacionar on-line, o volume e a variedade de dados circulando na internet cresce-
ram progressivamente, provenientes principalmente de transações bancárias, compras de produtos
etc. Se antes analisar dados visando à tomada de decisões mais assertivas era um diferencial, no
momento presente, é uma questão de sobrevivência competitiva.
Tendo em vista esse cenário, algumas empresas perceberam que o correto tratamento dos
dados pode gerar importantes avanços na direção da redução de custos, melhorias na criação de
produtos e processos. Nesse contexto identificamos a urgência da aplicação da data science1 e big
data2 no mundo dos negócios, em busca de uma maior agilidade na tomada de decisão.
Esse conjunto de dados, cada vez mais multifacetado e volumoso, cresce exponencialmente,
caracterizando uma nova fase no tratamento de dados. De acordo com Lohr (2012), o marketing
moderno está conhecendo e aplicando esse novo formato de tratamento de dados, denominado de
big data marketing (BDM) ou data driven marketing (DDM).
Tendo em vista a importância da análise de dados para o sucesso do marketing moderno,
são discutidos, a seguir, os conceitos e as aplicações de data science, big data e big data marketing.
1 Data science, em português Ciência de Dados, é uma área interdisciplinar voltada para o estudo e a análise de dados
e informações inerentes ao negócio e todas as visões que podem cercar um determinado assunto.
2 Big data é a aplicação de tecnologia na tarefa de coletar, armazenar, interpretar e combinar grandes volumes de
dados para gerar informação, conhecimento e, em última instância, inteligência.
68 Fundamentos de Marketing
O autor ainda ressalta que, impulsionada pelo cenário de uso massivo de informações
visando à melhoria da tomada de decisões de negócios, uma nova ciência denominada data science
(ciência de dados) começa a se desenvolver no cenário empresarial, ao longo dos últimos 10 anos
(DAVENPORT, 2006). Em função de sua abrangência, a definição de data science ainda está sendo
estruturada. Todavia, em termos básicos, essa definição aborda a integração das áreas e das habili-
dades de matemática e de estatística, aliada à análise preditiva que é aplicada à coleta, à preparação,
à análise, à visualização e à gestão de grandes volumes de dados, em prol da obtenção de vantagens
competitivas para as empresas.
Prates e Hoppen (2018) conceituam data science como um campo interdisciplinar de inves-
tigação de dados e apresenta o intuito de solucionar problemas reais de negócios, por meio do uso
do método científico e técnicas avançadas de análise de dados e inteligência artificial. Por sua vez,
segundo Provost e Fawcett (2016), as empresas dos mais diversos setores estão sendo atingidas,
a todo o momento, por uma vasta quantidade de dados de diversos formatos. Algumas dessas
empresas descobriram que podem focar sua atenção e recursos na exploração e tratamento de
dados visando à obtenção de vantagens competitivas diante de seus concorrentes.
No entanto, essa enorme quantidade e variedade de dados trazem consigo novos desafios,
uma vez que não é possível manusear e tratar esses dados de forma manual. Vindo ao encontro
dessa necessidade, os computadores e outras tecnologias relacionadas com a coleta, armazenagem
e processamento de dados, a cada dia estão se tornando mais inovadores. Dessa forma, a conver-
gência desses fatores foi o principal fator que favoreceu, nos últimos anos, a crescimento da aplica-
ção da data science no mundo dos negócios.
seus problemas. Nesse sentido, no intuito de alcançar alto nível de desempenho como um profis-
sional de data science, é necessário ter conhecimentos de matemática, de estatística e de ciência
da computação, além de uma ampla visão de negócios. É também imprescindível ter profundos
conhecimentos relacionados com os conceitos e aplicação da tecnologia big data.
Conforme mencionado nos parágrafos anteriores, a data science surgiu em função do alto
volume e variedade de dados, os quais, nos últimos anos, as empresas necessitam coletar, armaze-
nar e processar visando à busca de vantagens competitivas para seus negócios.
Com o objetivo de possibilitar esse processo de análise de dados, os profissionais de data
science fazem uso da tecnologia big data, conforme destaca Baudisch (2016). Sendo assim, devido
à estreita relação entre data science e a tecnologia big data é necessário, a seguir, a explicitação dos
principais conceitos dessa tecnologia.
3 The Economist é uma publicação inglesa de notícias e assuntos internacionais de propriedade da The Economist
Newspaper Ltd., editada em sua sede na cidade de Londres.
70 Fundamentos de Marketing
O IDC (2011) considera que o conjunto desses três atributos é o grande pilar do big data, o qual é
conhecido como 3Vs4 conforme podemos verificar no Quadro 1:
Quadro 1 – 3Vs
Significa a alta capacidade de obtenção de dados ou o grande número de dados disponíveis para
a coleta. Todos os dias são criados 2,5 quintilhões de bytes em forma de dados, 90% de todos os
Volume dados que estão presentes no mundo foram criados nos últimos dois anos. Somente no Facebook
são em torno de 10 bilhões de mensagens, 4,5 bilhões de curtidas e 350 milhões de fotos comparti-
lhadas todos os dias.
Significa o quão rápido os dados e informações são produzidos e processados em tempo real até
que atinjam a demanda, ou seja, a frequência de geração de dados até sua entrega, proporcionando
melhoria aos negócios. Um dos desafios do big data é o timing do processamento dos dados. Para
Velocidade
que os dados possuam valor real e aplicabilidade no mercado é necessário utilizá-los antes de sua
desatualização. Portanto, o objetivo é alcançar formas de operar o processamento dessas informa-
ções em tempo real.
4 Cabe ressaltar que alguns autores, acrescentam outros dois novos atributos (veracidade e valor) ao conjunto origi-
nal, o qual passa a ser denominado de 5Vs do big data.
5 Internet of things (IoT), em português, internet das coisas, é um conceito que se refere à interconexão digital de
objetos cotidianos com a internet.
Marketing do futuro 71
big data, além de conseguir executar uma análise acurada dos dados, o poder de decisão dentro
da empresa se torna o seu grande diferencial, pois o conhecimento das causas e das consequências
das suas ações, torna-se mais assertivo, devido às diversas análises de dados que foram realizadas.
Com o devido tratamento de um maior volume, velocidade e variedade de dados, as empre-
sas, conseguem utilizar as informações a favor do negócio. Big data consegue, assim, suportar as
decisões empresariais com informações atualizadas e confiáveis visando a uma melhor compreen-
são e predição dos cenários competitivos. Entre as diversas aplicações de big data no ambiente
empresarial, uma das mais relevantes é aquela realizada no marketing, a qual é denominada de big
data marketing (BDM).
6 Insight é um acontecimento cognitivo capaz de ser associado a vários fenômenos, podendo ser sinônimo de com-
preensão, conhecimento, intuição. É a perspicácia ou a capacidade de apreender alguma coisa, de modo que acontece
quando uma solução surge de forma repentina.
72 Fundamentos de Marketing
7 Omnichannel é uma tendência do varejo, a qual foca a convergência de todos os canais de distribuição utilizados
por uma empresa. Trata-se da possibilidade de fazer com que os clientes não vejam diferenças entre o mundo on-line e
o off-line. Nesse sentido, o mesmo integra lojas físicas, virtuais e clientes, facilitando assim todas as possibilidades de
interação e acesso.
Marketing do futuro 73
wellesenterprises/iStock.com
8 Marketing 4.0 é uma teoria desenvolvida pelo renomado autor Philip Kotler, no qual esse descreve o marketing 4.0
como sendo o estágio mais recente do marketing, em um cenário em que a internet permeia a vida das pessoas o tempo
inteiro. Cabe salientar que essa teoria será devidamente apresentada e discutida nesta obra, nos próximos capítulos.
74 Fundamentos de Marketing
Segundo Kovacs (2015), o grande diferencial da Netflix, a razão de ser a líder no setor de
transmissão de vídeos por internet em todo mundo, é a sua análise contínua de big data. Conhecida
por ser uma empresa data driven, praticamente todas as suas decisões estratégicas são tomadas
após criteriosa análise dos mais diferentes tipos de dados produzidos por seus assinantes (histórico
de transmissão de vídeos, notas atribuídas pelos assinantes e recomendações de terceiros) e, tam-
bém, por dados fornecidos por outras empresas, como a Nielsen.
A empresa está sempre atenta a todos os detalhes para conhecer seus assinantes de forma
bastante acurada, descobrindo, por exemplo, por meio da análise de seus dados, o que pessoas em
uma determinada localidade assistiram no sábado à noite utilizando seus tablets. Devido a essa
análise é possível conhecer cada um de seus assinantes analisando seus padrões de comportamento
ao assistir a vídeos (KOVACS, 2015), por exemplo:
• quantas vezes a pessoa pausa;
• troca-se um vídeo por outro ou se interrompe a transmissão na metade;
• quais dispositivos costuma utilizar;
• quais os dias e horários que costuma assistir a vídeos;
• quais são suas preferências, analisadas por intermédio de seu histórico e de suas classifi-
cações, ou seja, as notas atribuídas pelo assinante para cada filme ou série.
SEASTOCK/iStock.com
A loja não possui caixa registradora e tampouco atendentes para registrar compras. A cha-
mada Amazon Go passou por mais de um ano de testes antes de dar acesso para clientes gerais. Isso
ocorre porque a loja já funciona desde 2016, mas suas portas estavam restringidas aos funcionários
da companhia (COELHO, 2018).
De acordo com Coelho (2018), a empresa faz uso de um novo conceito de fazer compras, ou
seja, é um novo tipo de loja. O cliente entra, seleciona, retira os produtos que deseja e vai embora,
sem passar por caixas registradoras (checkouts9). Isso foi possível graças à aplicação de uma tecno-
logia composta por visão computacional (computer vision), fusão de sensores IoT (sensor fusion)
e algoritmos de inteligência artificial (deep learning algorithms), a qual é denominada de Just walk
out10 (tecnologia similar àquela utilizada nos veículos autônomos).
Em termos práticos, a Just walk out é uma tecnologia que reúne centenas de câmaras e sen-
sores IoT espalhados pela loja. Elas detectam automaticamente quando os produtos são retirados
ou devolvidos às prateleiras e mantêm registro desses em um carrinho virtual. Quando a compra
termina, os clientes deixam a loja e a conta é cobrada pouco depois em seu cartão de crédito.
Para que a operação de compra na loja ocorra sem problemas, segundo Caputo (2018), somente
pode entrar na loja o cliente que tiver instalado o aplicativo Amazon Go em seu s martphone com login
9 Checkout é uma palavra em inglês que remete para o ato de sair, fechar uma conta ou dar baixa em algum tipo de
processo, sem esperar em filas.
10 Just walk out, em português “Apenas saia”, é um aplicativo instalado no smartphone.
76 Fundamentos de Marketing
em uma conta da Amazon, além de um cartão de crédito registrado. Na entrada da loja, há catracas
com leitores de barras.
A tela inicial do app exibe um QR Code, liberador de seu acesso. Todos esses passos são
monitorados por um sistema de câmeras, sensores e inteligência artificial, o qual acompanha cada
cliente, devidamente registrando os produtos retirados da loja por cada cliente. Logo após a saída
da loja, o aplicativo Amazon Go já apresenta a lista do que foi comprado, bem como um compro-
vante é automaticamente enviado por e-mail.
Segundo Caputo (2018), a partir da inauguração dessa inovadora loja pode-se perceber qual
é o futuro do varejo físico. Nessa perspectiva, a Amazon Go está predizendo que nem tudo é neces-
sário comprar pela internet. Todavia, em tempos de compras virtuais, com a entrega no mesmo dia,
a ida até uma loja física deve estar necessariamente pautada em um cenário no qual o cliente não
deve perder tempo em filas.
Considerações finais
Com base nessas considerações, podemos pensar que as pessoas estão cada vez mais conec-
tadas. Nessa perspectiva, entendemos que a tecnologia big data favorece o desenvolvimento de
estratégias mercadológicas mais eficazes e focadas nas reais necessidades dos clientes, propiciando
a ampliação da competitividade do negócio.
Fazer uso do enorme potencial da tecnologia big data, integrada aos processos de marketing,
proporciona análises acuradas sobre o perfil de cada cliente, contribuindo para que as estratégias sejam
direcionadas a cada um, de forma personalizada e alinhadas aos objetivos estratégicos das empresas.
As informações estratégicas sobre o perfil dos clientes e do mercado são um dos maiores ati-
vos do marketing. A partir desse contexto, o big data marketing está se tornando um grande aliado
competitivo, na medida em que contribui para auxiliar as empresas à correta tomada de decisão
em relação ao conhecimento das preferências de seus clientes e na mensuração dos resultados de
suas estratégias.
As soluções big data permitem que as empresas obtenham informações atualizadas sobre as
preferências dos clientes, das alterações do mercado de atuação, das tendências de consumo, bem
como propicia rápidas adaptações às necessidades da demanda, além de auxiliar na obtenção de
informações, a respeito das ações da concorrência.
Sendo assim, a tecnologia big data retira dos gestores de marketing a responsabilidade de
elaborar estratégias e previsões mercadológicas baseadas simplesmente nas suas intuições.
Atividades
1. Justifique qual é a contribuição do big data para data science.
2. Descreva quais são os três atributos que compõem o pilar do big data.
Referências
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7
Marketing 4.0
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2010.
80 Fundamentos de Marketing
O foco, há algumas décadas, era centrado no produto, como durante o marketing 1.0. A
perspectiva empresarial atuava mais internamente do que por meio da observação do ambiente de
negócios. Logo, classificado como marketing 2.0, o foco voltou para a satisfação dos consumidores.
O raciocínio indicava: clientes satisfeitos tendem a ser fiéis, e essa conquista garantiria vantagem
competitiva nas organizações em longo prazo. O marketing 3.0 tem um conceito focado no cliente
somado aos valores com um senso na sustentabilidade.
De acordo com Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), a chegada do século XXI, no entanto,
trouxe mudanças de forte abrangência e impacto, como o crescimento exponencial do uso da internet
para diversas finalidades, e isso tem alterado o modo como as pessoas se relacionam, divertem-se,
comunicam-se e se informam. Ademais, a disponibilidade da informação empoderou os clientes na
aquisição de bens e serviços.
Outro aspecto relevante foi o crescimento da diversidade e das lutas pelos direitos das mino-
rias. Embora existam ainda inúmeros preconceitos na sociedade, há cada vez mais debates e esfor-
ços para a aceitação da diversidade e a conquista de direitos e proteção das minorias. Nesse cenário,
as organizações têm papel importante. Muitas comunicações de marketing têm abordado temas
relacionados a essas questões. Assim, há uma valorização dos direitos individuais.
Um fenômeno interessante que aflorou no século XXI foi a valorização pelos clientes das
experiências e dos aspectos intangíveis do consumo. Há tempos, os gestores de marketing prioriza-
vam as características dos produtos, agora cresce a importância da experiência.
Desde a Revolução Industrial houve crescimento contínuo do uso de recursos naturais com
prejuízos ao ecossistema e ao meio ambiente. Por exemplo, diversas organizações não governamen-
tais (ONGs) e comunidades de diversas localidades pressionam órgãos públicos e empresas priva-
das a atuarem com responsabilidade (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010). Isto é, evitando
desperdício de recursos, preservando ao máximo os recursos naturais como a água e a madeira, e
iniciativas de reciclagem de lixo. Há uma forte preocupação com a sustentabilidade e com a manu-
tenção do meio ambiente. As mudanças causaram, entre outras consequências, novos hábitos e
novos comportamentos dos consumidores.
Segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017), em essência o marketing 4.0 descreve um
aprofundamento e uma ampliação do marketing centrado no ser humano. Isso em cada etapa da
jornada do cliente, de modo que o conceito de marketing passa por um processo de redefinição.
A conectividade e a tecnologia mudaram a forma como as atividades de marketing se desen-
volvem porque quase tudo é executado com o auxílio da internet. Os autores afirmam ainda que
o marketing 4.0 é um esforço para se olhar o marketing em outra dimensão, ou seja, conforme a
perspectiva digital.
Por exemplo, o poder do cliente não para de crescer e isso independe de ele estar on ou off-line.
Por esse motivo, os esforços das empresas em acelerar a convergência de suas atuações físicas e digitais.
São ideias que o conceito de marketing 4.0 apresenta (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017):
Marketing 4.0 81
• O cliente quer ter prazer nas interações com as empresas que se relaciona, ou seja, quer
ser confiável e ter um bom produto já não é mais suficiente;
• O cliente observa e valoriza empresas que praticam de forma séria e consistente ações
sociais e de sustentabilidade;
• Os clientes não querem ser incomodados por mensagens que não o interessam ou agre-
guem valor segundo suas perspectivas. Por isso, o crescimento dos investimentos em
marketing de conteúdo;
• Os administradores de marketing utilizam cada vez mais tecnologias como o big data
para entendimento profundo sobre seus amplos aspectos de seus consumidores-alvo.
Em uma economia crescentemente digital é necessário que os administradores de marketing
precisem se adaptar continuamente às mutações ocorridas no processo de compras. Assim, as ati-
vidades de marketing serão eficazes nesse novo contexto.
Tanto nas empresas quanto nas relações entre organizações e clientes. Com consumido-
res melhor informados e mais exigentes as organizações estão se estruturando de modo
mais horizontal para que seus processos sejam mais ágeis (a falta de agilidade afasta
clientes exigentes). O crescimento exponencial do uso de redes sociais como o YouTube,
Horizontalização das o Facebook e o Twitter proporcionaram poder aos clientes, pois quando há intercorrên-
estruturas de poder cias com produtos e prestadores de serviços os consumidores conseguem externar suas
frustrações de modo massivo junto a seus amigos e seguidores.
Muitas empresas possuem profissionais que monitoram essas reclamações e procuram
rapidamente sanar dúvidas e resolver problemas quando necessário. Todavia, elogios e
recomendações são obtidos gratuitamente nas mesmas redes sociais.
As sociedades mais modernas têm desenvolvido iniciativas de inclusão social. Nas redes
sociais observa-se o sentimento de pertencimento e o surgimento de inúmeros grupos
e canais demonstram isso. Além disso, cresce a coparticipação, ou seja, clientes partici-
pando de modo integrado à proposta da organização.
A Wikipédia (enciclopédia digital com tradução em muitas línguas) foi desenvolvida por diver-
Inclusão social sos indivíduos. Ao lançar produtos tornou-se comum promover a participação via internet de
potenciais clientes quanto a atributos desses produtos. Nas cidades e comunidades, existem
esforços de inclusão também e com participação ativa das organizações.
Algumas marcas e empresas participam dessas iniciativas por meio de patrocínio, apoio
e voluntariado de seus funcionários nos projetos. Boticário e Natura são exemplos de
empresas antenadas com essa característica do marketing 4.0.
Por muitas décadas, a competitividade das empresas esteve associada ao país de ori-
gem e ao tamanho delas. Empresas locais, de menor porte e novas organizações terão
chances boas de competir. Isso porque as inovações tornaram-se mais abertas (com a
Mudanças na participação de clientes, técnicos e pesquisadores).
competitividade Outro aspecto da competitividade é o declínio da produção e das marcas de massa. Se-
gundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017), o mercado segue na direção das marcas de
nicho e de baixo volume. Com a internet, restrições logísticas e físicas diminuíram signi-
ficativamente para organizações menores.
Conceito de Além disso, cresceu a influência dos amigos, familiares e seguidores das redes sociais.
confiança Muitas vezes, pede-se conselhos a estranhos e não as opiniões vindas da publicidade.
Na área de turismo, por exemplo, o TripAdvisor, além de oferecer roteiros para diversos
destinos, permite a avaliação dos serviços prestados por empresas do setor.
Nessa perspectiva, os clientes deixam de ser simplesmente alvos de campanhas de
marketing para ser simpatizantes ou não das marcas.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2017.
Outra mudança se refere à preocupação com a retenção de clientes. Os esforços para fidelizar
clientes passam a ser medidos por outros critérios, como o número de defensores que a empresa
tem nas redes sociais.
As estratégias de marketing precisam considerar ainda, em função do alto grau de conectivi-
dade, os clientes tornaram-se agentes ativos. Dependendo das trocas de mensagens e da qualidade
das interações estabelecidas pelas organizações pode ocorrer um fortalecimento ou um enfraque-
cimento quanto à atração da marca.
Na economia digital, as estratégias de marketing precisam compreender que os consumi-
dores se sentem vulneráveis em relação às manobras de marketing e esperam um relacionamento
honesto e autêntico. Portanto, as marcas precisam estar centradas no ser humano e assim fazer
parte do estilo de vida dos seus clientes.
A tendência indica que a robótica e a inteligência artificial farão parte da vida humana tal
qual os smartphones estão presentes nos tempos atuais. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) ques-
tionam: o que significa ser humano em mundo digital? A resposta dada pelos autores é clara:
o marketing centrado no ser humano é a chave para desenvolver a atração da marca na era digital.
Como se trata de relacionamento e interação, as empresas precisam manifestar também seu
lado humano. Isso ocorre por meio de suas marcas, produtos e serviços. As empresas, para analisar
e compreender a qualidade do seu relacionamento com sua base de clientes e sua percepção sobre
as suas marcas, precisam observar, na perspectiva de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017):
• Escuta social: de maneira proativa monitorar o que vem sendo dito sobre seus produtos
e marcas nas mídias sociais e nas comunidades on-line.
• Netnografia: expressão relativa aos estudos etnográficos aplicados a internet. Procura-se
estudar o comportamento humano em e-tribos ou comunidades on-line.
• Pesquisa empática: implica na observação participativa por meio de diálogo, colaboração
entre pesquisadores e membros de comunidades on-line e seções de brainstorming 1.
As estratégias de marketing 4.0 devem ser alicerçadas considerando essas profundas mudan-
ças no comportamento do consumidor e as ferramentas citadas oferecem subsídios para a tomada
de decisões de marketing. Logo, cabe aos administradores de marketing adotar novas práticas para
atender esse “novo” cliente.
Nessa perspectiva, uma prática bastante adotada na atualidade é a elaboração de conteúdo
em que: conteúdos interessantes são desenvolvidos para o consumidor-alvo com o propósito de
alimentar positivamente os relacionamentos. A escuta social pode ser usada no monitoramento
de conversas que ocorrem sobre o conteúdo desenvolvido. Essa ferramenta será mais detalhada a
seguir. Além de desenvolver conteúdos os administradores de marketing precisam compreender e
participar de comunidades on-line.
Em alguns casos, a marca cria comunidades. Em outros, surgem comunidades espontanea-
mente, como os clubes de futebol, nos últimos anos, se aproximaram de seus simpatizantes por
1 Brainstorming é uma expressão que significa tempestade de ideias. Trata-se de uma metodologia de investigação
que estimula os participantes a expressarem seus pensamentos, crenças e visões sobre determinado assunto.
84 Fundamentos de Marketing
meio dessas comunidades. Bem como, os novos modelos de camisas que são lançados após obser-
vação do comportamento de simpatizantes nas comunidades.
As estratégias de marketing precisam definir ações centradas no ser humano, ou seja, é
importante desenvolver atrativos vinculados à identidade da empresa com logotipos e slogans capa-
zes de transmitir mensagens que entreguem valor e experiências aos clientes. O Google consegue
fazer isso em datas comemorativas de modo lúdico e simples. As soluções de inovação proporciona-
das pelo Uber em mobilidade urbana e o Airbnb em hospedagem representam inovações centradas
no ser humano.
As estratégias de marketing devem ainda dar a atenção especial à qualidade dos serviços
entregues aos consumidores. Ainda são muitas as empresas que evitam conversar com seus clientes
com receio de reclamações e questionamentos. No entanto, as estratégias de marketing 4.0 indicam
outro caminho. É preciso escutar, conversar e resolver reclamações com agilidade e boa vontade.
Tornou-se famoso o caso de um atendimento cuja duração foi de muitas horas nos Estados Unidos.
Foi realizado pela empresa Zappos, que comercializa, entre outros produtos, sapatos por meio de
plataforma de e-commerce.
No cenário das estratégias de marketing demandam maior dose emocional. Isso ocorre
quando as empresas, por intermédio de suas marcas e atendimento, precisam incrementar emo-
ções nas interações. Essa é uma tendência tanto nos canais on-line e off-line. A Unilever com as
marcas Omo (sabão em pó e líquido) e Dove (sabonetes) estabelece mensagens inspiradoras para
seus consumidores. Na próxima seção, abordaremos duas estratégias fundamentais na implantação
do marketing 4.0.
que o administrador de marketing deve tomar é não considerar o marketing de conteúdo como
outra forma de propaganda. Transferir anúncios tradicionais para marketing de conteúdo significa
não respeitar o consumidor e não compreender as transformações em curso.
Os conteúdos devem contar histórias, apresentar novidades, tendências, oferecer conheci-
mento, enfim, precisam atrair a atenção do público-alvo. De alguma forma os conteúdos são úteis
quando ajudam ou divertem os clientes. No Quadro 2, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) sugerem
passos para a elaboração do marketing de conteúdo. Às vezes, muda-se o tema, outros canais ou os
tipos de conteúdos propostos.
Quadro 2 – Passos para elaboração do marketing de conteúdo
Melhoria contínua Promover ajustes e novos materiais aprendendo com as interações realizadas.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Kotler; Kartajaya; Setiawa, 2017.
Recentemente, a expressão omnichannel adquiriu destaque e tem exigido esforços dos admi-
nistradores de marketing. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) afirmam que omnichannel refere-se
à prática de integrar vários canais para uma experiência de consumo contínua e uniforme.
Nesse sentido, as empresas precisam romper seus feudos e unificar os canais on-line e o ff-line.
Assim a entrega para o cliente exige que as áreas de vendas, logística e marketing, com o apoio de
softwares, atuem de modo integrado.
Essa estratégia tem sido implementada por grandes varejistas físicos tradicionais. O Walmart2
possibilita aos seus clientes a compra de mercadorias pela internet e o agendamento da retirada dos
produtos com horário agendado na loja física mais conveniente. No Brasil, a rede de lojas Marisa pos-
sibilita a troca de mercadorias nas lojas físicas de itens adquiridos em sua plataforma de e-commerce.
Esses exemplos tendem a se multiplicar. Isso porque há um duplo ganho: os consumidores
têm conveniência e segurança, e as empresas têm oportunidades de aumento de vendas e aproxi-
mação com seu público-alvo. Portanto, a adequação das organizações para a economia digital é
essencial na manutenção da competitividade e da sobrevivência dos negócios.
2 Walmart é uma multinacional dos Estados Unidos em lojas de departamento, maior rede de hipermercados dos
Estados Unidos.
86 Fundamentos de Marketing
Considerações finais
Partindo dessas considerações, na visão de Kotler, Kartajaya e Setiawa (2017), boas práticas
de administração ofereciam certa segurança e garantiam perenidade aos negócios. Em outras pala-
vras, os gestores dedicavam mais tempo às questões internas do que às externas.
No entanto, nas últimas décadas, iniciaram-se mudanças e transformações profundas no
ambiente externo das organizações e boas práticas de gestão já não garantiam mais sucesso, mesmo
para organizações consideradas sólidas em seus mercados de atuação. Isso porque o grau de exi-
gência dos consumidores aumentou consideravelmente e esse crescimento ainda está em curso.
A sobrevivência das empresas depende fundamentalmente de uma rápida adaptação das
novas exigências que o mercado traz e do entendimento de como os consumidores querem adqui-
rir produtos e serviços, além de quando e como querem se relacionar. O empoderamento dos
consumidores obriga as empresas a melhorarem continuamente suas ofertas ao mercado e as pla-
taformas digitais impõem extrema velocidade a esse processo.
Assim, além das boas práticas de gestão, torna-se essencial que os gestores de marketing dedi-
quem esforços e grande atenção as mudanças de hábitos, aos costumes e aos interesses dos clientes,
especialmente compreendendo as preferências digitais. Tudo isso é importante para possibilitar a
oferta de experiências de compras em sintonia com as novas expectativas surgidas nos últimos tempos.
Atividades
1. Descreva quais cuidados os administradores de marketing precisam tomar para elaborar
bons materiais de marketing de conteúdo.
3. Descreva por que os administradores devem elaborar estratégias centradas no ser humano.
Referências
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing
centrado no ser humano. Trad. de Ana B. Rodrigues. 1. ed. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier, 2010.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0. Trad. de Ivo Korytowski. Rio de Janeiro:
Sextante, 2017.
8
Marketing ambiental
marketing com a intenção de melhorar sua imagem perante seus clientes. Isso vai suprindo as novas
exigências de um mercado globalizado, cada vez mais preocupado com as questões ambientais.
Tendo em vista a crescente preocupação das empresas com as questões socioambientais
acima descritas, bem como em função da importância que o marketing verde representa nesse
panorama, a seguir apresentam-se seus principais conceitos e estratégias.
1 Marketing verde, também chamado de marketing ambiental, se refere ao processo de venda de produtos e serviços
que são baseados nos seus benefícios ao meio ambiente. Bettim (2011), Buogo, Viera e Zilli (2015) destacam que o concei-
to de marketing verde, ambiental ou ecológico, surgiu na década de 1970, quando a American Marketing Association (AMA)
realizou um workshop com o objetivo de discutir qual era o impacto do marketing sobre o meio ambiente.
90 Fundamentos de Marketing
Na visão de Dias (2014), embora as diferenças entre ética e moral sejam muitas vezes difíceis
de serem percebidas, nas suas origens estas apresentam um significado comum. O termo ética vem
do grego ethus e moral do latim moralis. Ambos têm significado relacionado aos costumes. O autor
ressalta que, ao longo dos tempos, foram se estabelecendo certas distinções, que podem ser descritas,
conforme podemos observar no Quadro 1:
Quadro 1 – Moral x ética
A moral é constituída pelas normas e pelos va- Já a ética, tem como principal caraterística o seu caráter inter-
lores, transmitidas de geração à geração, cuja no, pessoal, autônomo ao indivíduo. Nesse sentido, constitui um
origem é externa e tem uma ação impositiva conjunto de normas e valores adotados pelo indivíduo que podem
sobre os indivíduos. Essas normas e valores se ou não coincidir com a moral recebida. Essas normas forma ado-
interiorizam no indivíduo e permanecem no seu tadas foram adotadas pelo indivíduo, em função de sua reflexão
inconsciente, norteando o seu comportamento sobre os valores morais que tiveram acesso ao longo de sua vida.
cotidiano, tornando-se guias para a conduta Assim sendo, quando o indivíduo adota uma conduta qualquer,
dos mesmos. essa será considerada ética quando coincidir com as normas e
valores externos a esse indivíduo.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Dias, 2014.
De acordo com Santos, Benedito e Silva (2017 apud BOSENBECKER et al., 2011), diante de
um mercado globalizado cada vez mais acirrado e competitivo, a conduta ética tem sido um efetivo
instrumento de diferenciação no cenário empresarial global. Dessa forma, uma empresa que não
apresenta a preocupação de contribuir, de alguma forma para melhorar o contexto social e ambiental
que essa está inserida, tende a ser considerada pelo mercado como uma empresa não ética. Assim,
tem se tornado cada vez mais relevante, o desenvolvimento da conduta ética e a disseminação dessa
reflexão dentro das organizações.
A crise socioambiental e a consequente preocupação com as questões ambientais vêm esti-
mulando, tanto na sociedade quanto nas organizações, a reflexão de que é necessário desenvolver
um novo padrão ético global, o qual busque integrar todos os seres humanos, em prol do enfrenta-
mento dessa crise, por meio de uma cooperação conjunta (DIAS, 2014).
Gonçalves (2012) aponta que um ponto de reflexão imposto pela sociedade moderna é como
os atuais padrões de consumo estão interferindo no meio ambiente. Nesse sentido, o consumidor,
diante das inúmeras opções e atos de consumo, necessita urgentemente reexaminar seus valores
visando se conscientizar sobre qual é o seu papel no processo de consumo e na utilização e descarte
de bens e serviços de modo sustentável.
Dessa forma, a responsabilidade pelo correto descarte de bens e destinação final dos resí-
duos pressupõem sensíveis mudanças nos comportamentos e nos hábitos de consumo, criando, a
partir da escolha de bens e serviços eco-friendly2, uma nova ética ambiental voltada para a harmo-
nização da relação entre consumo sustentável e o meio ambiente.
Por fim, um dos maiores desafios existentes no cenário global é a criação de uma ética
ambiental e de consumo sustentável que estejam essencialmente focadas, na busca por um novo
modelo de consumo não causador de danos ao meio ambiente e ecologicamente sustentável
(GONÇALVES, 2012).
2 Eco-friendly é um termo conhecido como “ambientalmente amigável”, refere-se a bens, serviços, diretrizes, políticas
e atitudes que têm o objetivo de gerar o menor dano possível ao meio ambiente.
Marketing ambiental 91
Para Baisch (2008), os hábitos de consumo da sociedade moderna são um dos principais
causadores dos danos ambientais. Isso ocorre, muitas vezes, devido aos consumidores não se cons-
cientizarem de que, na verdade, os problemas ambientais são gerados por eles próprios, além de
também não entenderem, que estão prejudicando a si mesmos.
Em função dos seus impactos diretos sobre o hiperconsumismo3, possivelmente, o marketing,
trata-se da atividade empresarial mais instigadora de discussões em torno de questões éticas e
morais (URDAN, 2001). De acordo com D’Angelo (2003), já há muito tempo o marketing tem sido
alvo de críticas, desconfiança e dúvidas em relação aos aspectos éticos e morais que sustentam seus
princípios e práticas.
De acordo com Gonzaga (2005), a incorporação de práticas ambientais sustentáveis pelo
marketing tradicional constitui um dos melhores caminhos para amenizar as críticas recebidas
pelo mesmo, ao longo dos tempos, bem como visa estar alinhado aos objetivos ambientais da
sociedade. Assim, entre essas novas práticas, destaca-se a utilização do marketing ambiental, o
qual modificou as perspectivas de ações ambientalmente responsáveis por parte das empresas.
Na visão de Dias (2014), um dos aspectos mais relevantes e menos discutidos do marketing
verde é o seu papel no desenvolvimento de uma ética ambiental, cujo principal objetivo é construir e
consolidar novas regras de condutas que norteiem a relação dos seres humanos com o meio ambiente.
3 O hiperconsumismo, de um modo geral, pode ser compreendido como manifestação mais intensa do consumismo.
Nesse sentido, considera-se que um indivíduo hiperconsumista é aquele que está acometido pela oneomania, ou seja, o
vício em compras.
92 Fundamentos de Marketing
Por sua vez, de acordo com Dahlstrom (2011), o marketing verde é um estudo de esforços
para atender as preocupações ecológicas na cadeia de produção. Muitas entidades estão envolvi-
das nesse processo, tais como: organizações governamentais e não governamentais, produtores,
empresas de serviço e os próprios consumidores. Todos têm participação fundamental na contri-
buição do marketing ambiental, pois refletem ter consciência das questões ecológicas e de susten-
tabilidade, e trabalham constantemente no alcançar de maiores níveis de sustentabilidade.
Santos, Abreu e Baldanza (2007, p. 313) definem marketing verde como o “estudo dos
aspectos positivos e negativos das atividades de marketing em relação à poluição, ao esgotamento
de energia e ao esgotamento dos recursos não renováveis”. O termo também pode ser interpretado
como uma estratégia de marketing voltada ao processo de venda de bens e serviços que são basea-
dos nos seus benefícios ao meio ambiente.
Sob a ótica de Dias (2014), pode ser abordado, por meio de duas perspectivas de atuação
(Quadro 2):
Quadro 2 – Perspectivas de marketing e comercial-empresarial
O que os diferencia do marketing tradicional é por considerar além dos aspectos mercado-
lógicos, também os aspectos ambientais relacionados a toda interação da empresa com o ambiente
e com a sociedade. Além disso, as estratégias de marketing verde priorizam o modo de consumo
sustentável e a melhor qualidade de vida da sociedade.
Nesse sentido, o marketing verde surge como instrumento de apoio e monitoramento, desde
o processo de desenvolvimento, produção, entrega, até o descarte do produto, buscando atender às
necessidades e desejos dos clientes e também, apresentando aos seus vários públicos a busca pelo
lucro com responsabilidade socioambiental (TAKENAKA; CAMPUS; TEIXEIRA, 2011). Por sua
vez, na ótica de Maia e Vieira (2004, p. 23), o marketing verde é uma nova orientação ao marketing,
para “colaborar de modo fundamental no processo de desenvolvimento de produtos ambiental-
mente corretos”.
De acordo com Dias (2014) e Ottman (1994), há diversas razões para explicar o crescimento
da utilização desse tipo de marketing nas empresas, entre as quais se destacam:
• As empresas começaram perceber: o marketing verde é opção que pode ser aplicada para
alcançar os seus objetivos.
• Muitas organizações creem que têm uma obrigação moral, por isso, tentam agir com mais
responsabilidade social com o planeta.
Marketing ambiental 93
8.3.1 Produto
Para Calomarde (2000), Dias (2014) e Kazazian (2005), todo produto acarreta impactos ao
meio ambiente. As fases do ciclo de vida de um produto possuem inputs (entradas) e geram outputs
(saídas) que inerentemente geram impactos ambientais. Essas etapas necessitam ser devidamente
avaliadas com máxima atenção, a partir da elaboração do produto, pois cada uma dessas detém um
potencial de melhorar o contexto ambiental, seja na seleção das matérias-primas, dos processos
de fabricação, das tecnologias e no planejamento da logística, e, posteriormente, no contexto de
utilização final do produto.
Embora a definição ainda não seja plenamente clara, de modo geral, entende-se que um
produto verde seja aquele cujo design (e/ou produção, e/ou estratégia) faça uso de recursos recicla-
dos (renováveis/sem toxicidade/ biodegradáveis) e que diminua os danos ambiental e/ou reduza a
poluição ao meio ambiental ao longo do seu ciclo de vida (DURIF; BOIVIN; JULIEN, 2010).
8.3.2 Preço
Na visão de Dias (2014), o preço ambiental deve ser definido com muita cautela, pois esse
serve como fonte de informação sobre a qualidade e os benefícios do produto. Dessa forma, não
pode ultrapassar um limite superior, acima do qual vai inibir a compra pelo cliente, e também não
deve deixar de representar o valor4 agregado ao produto pelo caráter ambiental. Sendo o preço
ambiental o indicador geral do valor que o cliente atribui ao produto, é importante esse preço refle-
tir as qualidades e os benefícios apresentados pelo produto, juntamente com os custos de produção.
4 Valor, de uma forma geral pode ser entendido, como a “utilidade percebida” do produto.
94 Fundamentos de Marketing
8.3.3 Distribuição
Na visão dos autores Martin e Schouten (2012), os programas de distribuição verde envol-
vem ações relacionadas ao monitoramento e melhoria do desempenho ambiental na cadeia de
suprimentos da empresa. As estratégias de distribuição verde incluem trabalhar com parceiros de
canal para desenvolver acordos de reutilização, eliminação dos resíduos do produto e assegurar
que os clientes poderão retornar os materiais recicláveis.
Nesse sentido, as empresas podem buscar “eco-alianças” com os parceiros do canal de dis-
tribuição, para reduzir o impacto ambiental das suas atividades conjuntas, tais como, reconfigurar
os arranjos logísticos (DAHLSTROM, 2011). Na perspectiva de Dias (2014), as empresas devem
demonstrar uma preocupação pelo ciclo de distribuição do produto, analisando os impactos que
esse ocasiona ao meio ambiente.
A distribuição verde, a qual caracteriza a transferência de mercadorias dos fabricantes e
fornecedores aos seus clientes, deve levar em consideração a existência de dois fluxos dos produtos
(Figura 1):
Figura 1 – Fluxo de produtos
Saída Entrada
O primeiro fluxo é o de saída, no qual a organi- E o segundo é o de entrada, para o qual se deve
zação deve diminuir o consumo de recursos e elaborar um sistema eficiente de logística reversa
a geração de resíduos ao longo da distribuição visando que os resíduos sejam reutilizados no sis-
física do produto. tema produtivo como matéria-prima secundária.
Dessa forma, a logística verde ou logística ecológica, tem como função planejar, executar
e controlar novas formas de reduzir os impactos ambientais gerados pelas atividades da logística
convencional (DONATO, 2008).
8.3.4 Promoção
De acordo com Belz e Peattie (2009), os programas de promoção verde consistem em infor-
mar às partes interessadas, os esforços, o compromisso e as ações executadas pela empresa dire-
cionadas à preservação do meio ambiente. Por sua vez, Dias (2014), destaca que a promoção verde
tem como foco sustentar a imagem da organização expondo seu diferencial ecológico e o valor
Marketing ambiental 95
agregado dos produtos verdes a todos os stakeholders, criando um ambiente favorável às atitudes
ambientalmente corretas.
A promoção ambiental deve proporcionar informações a respeito das características dos pro-
dutos e também transmitir uma imagem de organização ambientalmente consciente. Além disso,
deverá recordar continuamente o cliente sobre o valor de um produto verde (CALOMARDE, 2000).
Segundo Menon, Jankovich e Chowdhury (1999), as estratégicas de promoção verde são
aquelas planejadas e executadas visando comunicar as qualidades e os benefícios ambientais dos
bens e serviços que uma empresa fornece ao mercado. Tais esforços podem incluir a propaganda e
a publicidade com apelos ambientais, divulgação dos esforços ambientais da empresa e incorpora-
ção de atributos ambientais na embalagem do produto.
Considerações finais
De acordo com as considerações expostas, atuar com responsabilidade ambiental no mer-
cado e cumprir as obrigações estabelecidas pela legislação ambiental se tornaram condições míni-
mas e cruciais para a sobrevivência de qualquer tipo de organização, visto que o cenário global vem
exigindo, cada vez mais, o desenvolvimento e o fornecimento de produtos eco-friendly.
De modo a fabricar produtos menos danosos ao meio ambiente, as empresas, nas últimas
décadas, estão desenvolvendo estratégias para que seu produto seja ecológico, desde o início até
o final do processo de fabricação. Dessa forma, promovem ações com o intuito de privilegiar a
preservação do meio ambiente e a conscientização na população, obtendo, assim, vantagens com-
petitivas perante os inúmeros concorrentes da empresa.
Dessa forma, o marketing ambiental surge como um instrumento de inovação estratégica,
proporcionando às empresas uma nova visão de mercado, criando uma nova imagem para seus
clientes, destacando-se entre seus concorrentes e promovendo assim, uma fidelização e conscienti-
zação de uma nova classe de clientes preocupados com a questão ambiental.
Por fim, cabe destacar, o marketing ambiental busca promover produtos com ética e apelo
ambiental, de modo a mostrar aos clientes que esse produto é elaborado de maneira ecológica,
não agredindo ao meio ambiente, buscando melhores formas de se produzir e criando, assim, uma
maior e melhor conscientização para o meio social.
Atividades
1. Descreva quais são as diferenças entre o marketing verde e o marketing tradicional.
Referências
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2. Com base no pressuposto de que o principal objetivo das organizações modernas é obter
lucro por meio da satisfação dos clientes, a gestão de marketing influencia no alcance
desse objetivo quando, de forma efetiva, executa a análise, o planejamento, a implanta-
ção e o controle de programas destinados a atender as reais necessidades dos clientes e,
com isso, consegue atendê-los de forma satisfatória.
3. Apesar de ambos utilizarem a tecnologia com o intuito de atingir seus propósitos, o enfo-
que baseado no marketing de relacionamento utiliza a tecnologia customer relationship
management (CRM) para facilitar e estimular relacionamentos de longo prazo com os
clientes. Já o enfoque baseado no marketing digital utiliza a tecnologia de i nternet com o
intuito de desenvolver meios mais assertivos para divulgar bens e serviços.
sivos nesses pontos. Por isso definimos como um desafio, pois os gestores precisam estar
atentos. Além disso, os esforços para superar a concorrência devem ser constantes.
3 Estratégias de marketing
1. As empresas fazem uso da estratégia de segmentação de mercado, visando selecionar qual
seria o grupo de clientes (segmentos) que melhor responderia aos esforços de marketing
realizados por essas empresas. Já em relação à estratégia de diferenciação, as empresas bus-
cam atribuir um conjunto de diferenças significativas em seus produtos, que os torne únicos
frente à concorrência. Por fim, as empresas utilizam a estratégia de posicionamento para
buscarem um lugar de destaque na mente dos clientes, visando, assim, fixarem suas marcas.
4 Comportamento do cliente
1. As novas tecnologias mudaram não os produtos em si, mas todo o processo de compras.
Elas despertaram novos desejos e necessidades nos clientes, proporcionaram rápida e fácil
maneira de pesquisar sobre preços e ofertas, trouxeram as facilidades do e-commerce e
impulsionaram as reações pós-compra, exigindo dos profissionais de marketing contínuo
monitoramento da gestão do relacionamento com clientes.
3. Em cada etapa do processo de compras, a área de marketing provê soluções, como estimular
desejos na etapa inicial, trabalhar visibilidade da marca e dos produtos na etapa de busca de
informações e também na avaliação de alternativas. Uma boa entrega de valor ao cliente pos-
sibilita que a organização seja escolhida na decisão de compra. Atuar ativamente na gestão do
relacionamento com o cliente influi positivamente no comportamento pós-compra.
5 Composto de marketing
1. As principais decisões táticas de marketing envolvem quatro elementos fundamentais:
1) como e quais serão os produtos; 2) qual será o posicionamento de preços; 3) onde os
produtos serão encontrados; 4) quais ferramentas de comunicação serão usadas para atrair e
informar os clientes. Essas decisões precisam ser integradas porque o conjunto delas influen-
ciará a escolha dos clientes, e isso é fundamental em mercados competitivos.
2. O ciclo de vida dos produtos apresenta quatro etapas: 1) Introdução: quando os produtos são
lançados; 2) Crescimento: quando o produto é lançado corretamente, ele apresenta cresci-
mento de vendas; 3) Maturidade: a empresa começa a obter lucros e a ocupar espaços rele-
vantes no mercado, as vendas se estabilizam. A fase é caracterizada pela incidência de lucros,
entretanto, as vendas param de crescer ou crescem bem lentamente; 4) Declínio: quando
as vendas diminuem, a empresa descontinua o produto ou investe procurando recuperar o
espaço já ocupado nas fases anteriores. O gestor de marketing deve acompanhar essas etapas
porque as decisões do composto podem variar conforme o momento em que as vendas se
encontram. É comum, por exemplo, maiores investimentos em comunicação na introdução
e no crescimento para o produto decolar.
6 Marketing do futuro
1. É por meio da utilização da tecnologia big data que a data science consegue coletar, preparar,
analisar, visualizar e gerir grandes volumes, velocidades e variedades de dados, visando à
obtenção de vantagens competitivas para as empresas.
2. Os três atributos que compõem o pilar da big data são: 1) volume: está relacionado com
a alta capacidade de obtenção de dados ou o grande número de dados disponíveis para a
coleta; 2) velocidade: significa o quão rápido os dados e informações são produzidos e pro-
cessados em tempo real até atingir a demanda, ou seja, a frequência de geração de dados até
sua entrega, proporcionando melhoria aos negócios; 3) variedade: representa a diversidade
102 Fundamentos de Marketing
de fonte de dados disponíveis, ou seja, a abundância em que os dados são gerados a partir de
uma grande variedade de fontes e formatos de dados.
3. O big data marketing pode ser entendido como um conjunto de técnicas pautadas no big
data, que consiste em empregar a análise de dados para criar campanhas de marketing mais
eficazes e com maior retorno.
7 Marketing 4.0
1. Para bons conteúdos de marketing é preciso definir claramente qual é o público-alvo e
conhecer os interesses desse público. Além disso, é necessário planejar os conteúdos com
cronogramas definidos e monitorar o engajamento e promover melhoria contínua para que
as ações tragam resultados satisfatórios.
3. Estratégias centradas no ser humano implicam na compreensão de que não é mais suficiente
apenas produzir e oferecer bons produtos ao mercado. A comunicação entre organizações
e clientes foi facilitada e as relações se intensificaram. A disseminação de informações e o
crescimento das mídias sociais empoderou a sociedade e todas as ações que potencialmente
podem causar danos devem ser evitadas. Quando não são, afetam a reputação da empresa ou
da marca. Além disso, preocupações com a sustentabilidade, com a responsabilidade social
e os aspectos ligados ao meio ambiente ganham cada vez mais atenção dos consumidores.
8 Marketing ambiental
1. O marketing verde se diferencia do marketing tradicional por considerar, além dos aspectos
mercadológicos, os aspectos ambientais relacionados a toda interação da empresa com o
ambiente e com a sociedade. Além disso, as estratégias de marketing verde priorizam em
suas ações o modo de consumo sustentável e a melhor qualidade de vida da sociedade.
2. Os motivos que levam ao crescimento da utilização do marketing verde pelas empresas são:
• As empresas começaram perceber: o marketing verde é opção que pode ser aplicada para
alcançar os seus objetivos.
• Muitas organizações creem que têm uma obrigação moral, por isso tentam agir com mais
responsabilidade social com o planeta.
• Organizações governamentais estão obrigando as empresas a terem uma maior responsa-
bilidade socioambiental.
• O mercado global e a concorrência pressionam as empresas para fazer uso das atividades
de marketing verde.
Gabarito 103
EMPRESAS
GESTÃO
IDEIAS
MÍDIAS
SOLUÇÃO
SEO
CLIENTE
EQUIPE
EMPRESAS
PLANEJAMENTO
PROJETO
ANÁLISE
SEO NEGÓCIOS
SEO
NOVO
BRANDING NOVO
As constantes e sensíveis alterações no atual cenário competitivo empresarial, repleto de GESTÃO
INOVAÇÃO IDEIAS
SITE PROCURA
inovações, trazem enormes desafios para todos os tipos de empresas. É notório que, para alcan- ESTRATÉGIA BRIEFING ANÁLISE
PESQUISA MODERNIZAÇÃO SOLUÇÃO
çar o devido sucesso no mercado, não basta apenas oferecer bens e serviços a preços competiti- PROCURA ESTRATÉGIA EQUIPE
SEO
FUNDAMENTOS
BRANDING
vos. Se o que se almeja é alcançar o sucesso, é necessário planejar e desenvolver estratégias de
EQUIPE
DE
marketing com o intuito de entender, e efetivamente atender, as reais necessidades dos clientes
PESQUISA
SOLUÇÃO PLANEJAMENTO IDEIAS
SEO
NEGÓCIOS
CLIENTE
ANÁLISE
NOVO
NEGÓCIOS
em um mundo em transformação.
COMPUTADOR
BRANDING
INOVAÇÃO BRANDING
MARKETING
PESQUISA
SOLUÇÃO
EQUIPE
Levando em consideração esse contexto, a obra Fundamentos de Marketing busca, por
MÍDIAS
IDEIAS
ANÁLISE MODERNIZAÇÃO
INOVAÇÃO CLIENTE
NOVO
BRIEFING
meio de um texto didático, franquear acesso ao conhecimento básico necessário à realização
ANÁLISE
SEO
CLIENTE
EMPRESAS
SOLUÇÃO SITE
IDEIAS
COMPUTADOR
dessa desafiadora jornada. SEO ESTRATÉGIA
PROCURA
EMPRESAS
CLIENTE
IDEIAS GESTÃO
NOVO
IDEIAS
PLANEJAMENTO
BRIEFING NOVO
PROJETO IDEIAS SITE
MÍDIAS EQUIPE
SEO
CLIENTE
SITE
SEO
COMPUTADOR
MODERNIZAÇÃO
IDEIAS
ESTRATÉGIA
PROJETO
Luiz Claudio Gonçalves | Márcio Roberto Camarotto
BRANDING NOVO
BRIEFING
SEO ANÁLISE EMPRESAS
EQUIPE PLANEJAMENTO
MÍDIAS MARKETING IDEIAS
CLIENTE
NEGÓCIOS PESQUISA NOVO
CLIENTE MODERNIZAÇÃO
ESTRATÉGIA
NOVO NEGÓCIOS
ANÁLISE
INOVAÇÃO PROJETO CLIENTE
SITE
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MÍDIAS PESQUISA
Luiz Claudio Gonçalves
IDEIAS Márcio Roberto Camarotto
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