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Patologia 04 PDF
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Resumo
Devido a grande competição no mercado imobiliário e consequente necessidade de se
executar obras em prazos cada vez menores, é muito frequente a ocorrência de falhas de
planejamento. Aliado à falta de mão de obra qualificada, e ainda à deficiência da
manutenção preventiva, surgem as patologias nas edificações, diminuindo assim a sua vida
útil. Desde o último século, vem se usando comumente o termo patologia das construções, em
analogia com as enfermidades da medicina. A patologia restringe aos estudos dos danos,
fazendo um estudo sistemático dos acidentes e suas causas. O presente trabalho realizou uma
pesquisa em livros e publicações sobre as patologias mais encontradas em edifícios, onde se
pretende abordar a natureza e contribuir com engenheiros, arquitetos, e demais profissionais
da área de construção civil, com informações que levem ao entendimento das patologias mais
frequentes, de modo a evitá-las. Como conclusão deste estudo, constatou-se a importância do
projeto na prevenção das patologias, lembrando o velho lema “Prevenir é melhor que
remediar” .
Palavras-chave: Patologia. Edificação. Estrutura. Umidade. Projeto.
1. Introdução
O setor da construção civil é um dos mais importantes alicerces econômicos do país. Este
mercado está cada vez mais competitivo. Apesar de no Brasil a Associação Brasileira de
Normas Técnicas estabelecer critérios mínimos que devem ser cumpridos no contexto da
construção civil, é considerado que a preocupação com a concorrência pode fazer com que os
empreendedores optem por correr riscos a fim de oferecer o menor preço e assim manter-se
na disputa. Desta forma, às vezes o critério qualidade é “esquecido”, e o produto final vem a
apresentar inúmeras não conformidades e patologias, com problemas nos quesitos de
durabilidade, conforto e segurança.
Em nível de qualidade, exige-se para a etapa de concepção, a garantia de plena
satisfação do cliente, de facilidade de execução e de possibilidade de adequada
manutenção; para a etapa de execução, será de garantir o fiel atendimento ao
projeto, e para a etapa de utilização, é necessário conferir a garantia de satisfação do
utilizador e a possibilidade de extensão da vida útil da obra (SOUZA e RIPPER,
1998:22).
O presente artigo científico teve o intuito de abordar as principais patologias que ocorrem nos
edifícios e alertar para a sua prevenção. A metodologia adotada para o presente trabalho foi
baseada em uma revisão bibliográfica sobre patologias das construções, abordando de forma
sucinta os tipos de patologias e suas incidências.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014
Patologia das construções Julho 2014
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014
Patologia das construções Julho 2014
Em seu estudo Figueiredo (2003:43) utilizou a seguinte classificação quanto à origem das
manifestações patológicas:
a) Umidade,
- umidade decorrente de intempéries;
- umidade por condensação;
- umidade ascendente por capilaridade; e
- umidade por infiltração.
b) Trincas e Fissuras,
- fissuras provocadas por variações de temperatura;
- fissuras decorrentes de variações do teor de umidade;
- fissuras de origem química;
- fissuras provocadas por ações mecânicas;
- fissuras provocadas por deformabilidade;
- fissuras por recalques diferenciados; e
- fissuras provocadas por erros de projeto ou de execução.
c) Patologia de Revestimentos,
- eflorescência;
- fungos;
- vesículas;
- descolamento com empolamento;
- descolamento em placas;
- descolamento com pulverulência;
- fissuras horizontais;
- fissuras mapeadas;44
- descolamento por movimentação; e
- descolamento por ação de intempéries e agentes agressivos.
d) Corrosão,
- deficiência do concreto; e
- ação de agentes agressivos do meio ambiente.
e) Outras Patologias,
- soerguimento de pavimentos por crescimento de raízes vegetais.
“Na análise das patologias das edificações em diversos casos existentes na engenharia legal, o
profissional deverá analisar cada item construtivo detectando a origem da patologia e sua
extensão” (DEUTSCH, 2011:127).
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014
Patologia das construções Julho 2014
Ainda, Souza e Ripper (1998:25) enumeram os seguintes erros na execução das estruturas:
a) falta de condições locais de trabalho ( cuidados e motivação);
b) não capacitação profissional de mão de obra;
c) inexistência de controle de qualidade de execução;
d) má qualidade de materiais e componentes;
e) irresponsabilidade técnica;
f) sabotagem.
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g) percolação de água;
h) manchas, trincas e descolamento de revestimento em fachadas.
E também as principais causas das patologias:
a) recalque das fundações;
b) movimentação térmica;
c) excesso de deformação das peças estruturais;
d) sobrecargas ou acúmulo de tensões;
e) retração do cimento;
f) carbonatação;
g) expansão de armadura (corrosão);
h) reações químicas internas;
i) defeitos construtivos.
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Patologia das construções Julho 2014
c) eflorescências;
d) deterioração das juntas;
e) bolor.
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Patologia das construções Julho 2014
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Patologia das construções Julho 2014
f) Eflorescências são formações de sais que aparecem sob o aspecto de manchas de cor
branca e que foram transportados pela umidade . Muito comum em paredes de tijolos. Quando
situadas entre o reboco e a parede, as eflorescências forçam um plano capilar, por onde sobe a
umidade, que aumenta a força de repulsão ao reboco. É normal que as pinturas não eliminem
essas manchas, que voltam a aparecer. O ideal é remover o reboco atacado;
g) As criptoflorescências são patologias formadas também de sais solúveis, porém diferem
das eflorescências por apresentarem a formação de grandes cristais que se fixam no interior da
própria parede ou estrutura, provocando, desta forma, o aumento de volume , pressionando a
massa, formando rachaduras;
h) Gelividade é o fenômeno que acontece quando a água que existe dentro dos materiais
porosos congela devida a uma baixa temperatura, mas o pior efeito é na superfície onde a
resistência é menor;
i) Deterioração é o processo causado por todos os defeitos citados acima, onde tais defeitos
vão aos poucos deteriorando os materiais e a obra construída.
O simples aparecimento de água não é informação suficiente para a determinação da origem,
porque a água flui por gravidade e dependendo em alguns materiais, ela percola.
“Os problemas de umidade podem se manifestar em diversos elementos das edificações –
paredes, pisos, fachadas, elementos de concreto armado, etc. Geralmente eles não estão
relacionados a uma única causa” (SOUZA, 2008:8).
Quanto às origens de umidade nas construções, Verçoza adotou a seguinte classificação
didática:
1)Umidades provindas do solo;
Todo solo contém umidade, até mesmo o rochoso. Em muitos casos essa umidade
tem pressão suficiente para romper a tensão superficial da água. Nesta hipótese, se
houver uma estrutura porosa (terra, areia), a água do subsolo sobe por capilaridade e
permeabilidade até haver equilíbrio. A pressão é tanto maior quanto mais próxima
do lençol freático do terreno. Se uma parede porosa (tijolos, argamassa de cal) entrar
em contato com esse terreno, a capilaridade também se faz sentir na parede, que
umedece. Por esta razão, nunca se deve encostar terra diretamente nos tijolos ou
rebocos. Até mesmo o concreto absorve umidade. A umidade do subsolo tem o
agravante de trazer consigo sais perniciosos, que podem desagregar as argamassas e
tijolos, e também manchá-los.
2) Umidades provindas da atmosfera:
As umidades devidas à atmosfera manifestam-se em duas formas principais:
infiltração das águas de chuva e condensações. As águas de chuva penetram nos
prédios e outras construções por pressão hidrostática e percolação. É comum, por
exemplo, que a água penetre por goteiras em telhados e calhas, por má vedação das
esquadrias, etc. Nestes casos a solução geralmente é mecânica; não é problema de
impermeabilização. Ou então atravessam os terraços e paredes por percolação,
quando essas paredes não são impermeáveis, ocasionando manchas no interior das
peças. Mesmo que não apareça umidade no lado oposto, sempre há prejuízo. A
condensação é muito comum em peças enterradas. Nesse tipo de peças as paredes
geralmente estão bastante frias e há pouca ventilação. Então a água condensa-se nas
paredes e não há ventilação para secá-las. Estas peças devem ser feitas deixando-se
aberturas permanentes, de preferência em disposição tal que force a circulação de ar.
Então haverá uniformidade de temperatura entre paredes e ambiente e também
evaporação mais rápida.
3)Umidades provindas da própria construção:
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Patologia das construções Julho 2014
3.5.1 Impermeabilizações
Segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre, impermeabilização “é o ato de tornar
algum material, área ou objecto impermeável, isto é, de fazer com que a água ou
outro fluido não consiga atravessar esse material, área ou objeto”.
As principais patologias que atacam as estruturas de concreto armado derivam das condições
em que são feitos os serviços de impermeabilização, quase sempre acostados em modelos
empíricos e desprovidos dos requisitos técnicos, ou até mesmo da ausência de um projeto
específico.
Não raro se vêem construtoras adotando práticas de impermeabilização precárias e que, ao
longo do tempo, trazem sérios problemas de infiltração. Prejuízos para o próprio construtor
e/ou para o consumidor final. O mercado está bem dotado de materiais seguros e técnicas de
sucesso comprovado.Ter um Projeto de Impermeabilização significa maior segurança para as
empresas de aplicação, estando o aplicador, desta forma, dentro da normalização, conforme a
ABNT ( Associação Brasileira de Normas Técnicas) e conforme o IBI (Instituto Brasileiro de
Impermeabilização).
O Projeto tambem possibilita a elaboração de orçamentos unificados para os serviços e
considera todas as interferências geradas na obra.
O arquiteto ou engenheiro , ao realizar um projeto, deve-se preocupar com os problemas de
impermeabilização, não deixando para as soluções serem resolvidas pelo construtor.
As normas principais sobre impermeabilização são:
a) NBR 9575: 2010 – Seleção e Projeto;
b) NBR 9574: 2008 – Execução de impermeabilização.
Segundo a NBR 9575, “o tipo adequado de impermeabilização a ser empregado na construção
civil deve ser determinado segundo a solicitação imposta pelo fluido nas partes construtivas
que requeiram estanqueidade”. A solicitação pode ocorrer de quatro formas distintas,
conforme a seguir:
a) imposta pela água de percolação;
b) imposta pela água de condensação;
c) imposta pela umidade do solo;
d) imposta pelo fluido sob pressão unilateral ou bilateral.
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3.5.2 Infiltrações
“A infiltração é a patologia mais comum em edificações, ocasionando uma variedade de
problemas que afetam inicialmente a estrutura da obra, além de prejuízos financeiros e
principalmente afetando a saúde dos ocupantes” (SCHÖNARDIE,2009:10).
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Deutsch (2011:150) explica que “dos vícios redibitórios , o que provoca maiores reclamações,
e é dos mais difíceis de se determinar, são aqueles oriundos de águas”, lembrando que vícios
redibitórios são falhas ou defeitos ocultos existentes na coisa.
O simples aparecimento de água não é informação suficiente para a determinação da origem,
porque a água flui por gravidade e dependendo em alguns materiais, ela percola.
Ainda, segundo Deutsch, a água que afeta as superfícies situadas longe da pressão hidrostática
do terreno pode ser subdivididas em:
a) provocada pela chuva;
b) pela ação capilar;
c) pela tensão superficial;
d) pela pressão do ar;
e) introduzida pelas forças de vento;
f) resultante de vazamentos nas redes.
4. Prevenir é melhor!
5. Conclusão
Concluindo, o trabalho aborda sobre patologias em edifícios, o seu conceito, a sua origem e as
principais patologias com as suas causas e se fundamenta na importância de se evitar o
acontecimento das patologias , lembrando o velho lema “ Prevenir é melhor que remediar” ,
tendo em vista que a reparação é muito mais onerosa do que o custo da prevenção.
Levando isso em consideração, esperamos que os profissionais da construção civil sejam mais
cuidadosos principalmente na fase de elaboração do projeto, objetivando minimizar ou
eliminar as patologias das edificações. É notório que um projeto bem detalhado e bem
especificado serve como “rédeas” para a boa execução.
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Referências
DEUTSCH, Simone Feigelson. Perícias de engenharia : a apuração dos fatos . São Paulo:
Leud, 2011.
HELENE, Paulo R. L.; Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de concreto.
São Paulo: Pini, 1994.
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Patologia das construções Julho 2014
OLIVEIRA, José Paulo Moreira ; MOTTA, Carlos Alberto Paula. Como Escrever Textos
Técnicos. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
RIPPER, Ernesto. Como evitar erros na construção. São Paulo: Pini, 1984.
THOMAZ, Ercio. Trincas em Edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo: Pini,
1989.
VERÇOZA, Enio José. Patologia das edificações. Porto Alegre: Editora Sagra, 1991.
http://www.ibapemg.com.br/arquivos/download/93_arquivo.pdf
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