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1) LICITAÇÕES

art 37, XXI, cf e lei 8666/93 (estabelece os procedimentos de licitação e os contratos


administrativos - lei que se aplica em todo o território nacional, em todos os âmbitos da
adm. púb.).

*​qual o objetivo do procedimento de licitação? o que ele significa?


o procedimento de licitação é um procedimento administrativo, levado a cabo pela própria
adm pública no exercício de suas atividades administrativas, ​cujo objetivo é dar efetividade
ao princípio da ​impessoalidade​, segundo o qual a adm púb deve tratar todos de maneira
igualitária, isonômica, equitativa. tem como objetivo ​estabelecer critérios objetivos​,
concretos, ​para a seleção da proposta a ser contratada pela adm. púb​. a ideia é trazer
critérios concretos, para evitar que a autoridade se sinta livre para contratar quem bem
entende, em razão de interesses pessoais.
estima-se que o procedimento de licitação encareça uma contratação em até 17%, porque é
um procedimento lento, demorado, a empresa fixa um preço hoje para ser contratada dali a
sete, oito meses, e, por isso, tem que prever a possível variação cambial, o que acarreta
uma estipulação mais alta, para a empresa se resguardar; todavia, isso não é motivo para
que a administração pública deixe de se utilizar da licitação. ​o objetivo principal não é a
economia, mas sim a isonomia​. critérios para que todos tenham as mesmas condições para
serem contratados pela adm. púb.

art. 37, XXI, CF: XXI - ​ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o
qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à
garantia do cumprimento das obrigações.

*todas as contratações da adm. púb. obrigatoriamente serão antecedidas de


licitação?
NÃO! a própria constituição prevê que existem exceções.

lei 9784/99 (lei do processo administrativo em âmbito federal) → prevê o princípio da


razoabilidade. esse princípio veda o exagero; proíbe a adm púb de agir de maneira
desmesurada. ao abrir uma licitação, a adm púb pode fazer exigências às agências
habilitantes. exigir um know how, que a saúde financeira contemple x, y, z… são exigências
técnicas e econômicas. essas exigências devem ser suficientes, capazes única e tão
somente de garantir a execução da obra, ​sendo vedada toda e qualquer exigência que
possa ser considerada como desmesurada, exacerbada, porque estaria ferindo a livre
competitividade, impedindo que empresas potencialmente contratantes deixem de participar
do procedimento de contratação.

lei 8666/93 → lei geral das licitações; art. 3: objetivo da licitação, princípios norteadores do
procedimento licitatório
Art. 3o A licitação ​destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia​, a seleção da ​proposta ​mais vantajosa para a administração e a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade
com os princípios básicos da ​legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo ​e dos que lhes são correlatos.

isonomia → princípio da impessoalidade. tratar todos os concorrentes de maneira


isonômica.
PROPOSTA mais vantajosa → não se seleciona a EMPRESA, E SIM A ​PROPOSTA.

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de


contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições
estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções
previstas no art. 81 desta Lei. → ​adjudicação​.

§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou


não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos,
convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em
igual prazo e ​nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado​, inclusive
quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a
licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

princípios aplicados ao procedimento de licitação: alguns deles são princípios aplicáveis a


toda a adm púb, e não só ao processo licitatório.

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DAS LICITAÇÕES

- vinculação ao instrumento convocatório:


instrumento convocatório: é o que vulgarmente chamamos de edital. não são a mesma
coisa! instrumento convocatório é o que dá abertura para a licitação. edital é a sua
publicação. ​edital é a publicação de alguma coisa.
instrumento convocatório é o regulamento do procedimento de licitação. vai estabelecer
prazos, objeto da licitação, requisitos para participar da licitação, quais serão os critérios de
julgamento, datas que deverão ser respeitadas, como deverão ser entregues as propostas -
vai estabelecer tudo; ​o “edital” faz lei dentro do procedimento de licitação​.
Art. 41. A Administração ​não pode descumprir as normas e condições do edital, ao
qual se acha estritamente vinculada​. → esse é o princípio da vinculação ao instrumento
convocatório. este vincula ​não apenas o procedimento licitatório, mas também a própria
contratação que virá depois​. o instrumento convocatório vai regular a licitação, do começo
ao fim, e a contratação, a execução do contrato.
as regras do procedimento licitatório podem ser alteradas pela adm. púb. durante sua
execução:
art. 21, § 4o: Qualquer ​modificação no edital exige divulgação pela ​mesma forma que se
deu o texto original​, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido​, exceto quando,
inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas. → isso porque as
empresas têm que ter um prazo para se readequarem.

- princípio do julgamento objetivo


o processo de licitação tem por finalidade estabelecer ​critérios objetivos para a seleção da
proposta mais vantajosa para a administração pública, para ​evitar a subjetividade​. a
finalidade é estabelecer ​critérios que possam ser aferidos por terceiros, que possam ser
controlados​. é cabível um procedimento de licitação cujo critério seja “o mais bonito?”, “o
mais interessante?”? não. isso é subjetivo. precisa ser critérios objetivos, estatísticos,
científicos.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios
objetivos definidos no edital ou convite​, os quais não devem contrariar as normas e
princípios estabelecidos por esta Lei.
todos os critérios utilizados devem, obrigatoriamente, estar contidos no instrumento
convocatório,​ justamente para que se garanta a ​isonomia.

§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto,


subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade
entre os licitantes.

§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem ​não prevista no edital ou no


convite​, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem
baseada nas ofertas dos demais licitantes.

Art. 45. ​O julgamento das propostas será objetivo​, devendo a Comissão de licitação ou
o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, ​os
critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores
exclusivamente nele referidos​, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e
pelos órgãos de controle.

quando se fala em julgamento objetivo, se fala também em tipos de licitação​. é o


parágrafo primeiro que estabelece esses tipos. ​ATENÇÃO: TIPO NÃO É A MESMA COISA
QUE MODALIDADE! os ​tipos dizem respeito aos CRITÉRIOS DE JULGAMENTO​, que são
quatro, segundo a previsão do artigo.

§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade


concurso:

I - a de ​menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a


Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de
acordo com as especificações do edital ou convite e ​ofertar o menor preço​; -- no pregão,
modalidade de licitação, o critério (tipo) adotado é sempre o do menor preço.

II - a de ​melhor técnica → ex.: adm quer comprar serviços de informática pagando 30 mil.
nesse preço, quem oferece o serviço mais completo, o melhor serviço, a melhor cobertura?
III - a de ​técnica e preço → nota para critério preço e nota para critério técnica, e, com
sopesamento, se estabelecerá o vencedor.

IV - a de ​maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito


real de uso → é a adm. que aliena/leiloa…

esses tipos de licitação envolvem sempre critérios de natureza OBJETIVA!!

- princípio da adjudicação compulsória

adjudicação não se confunde com assinatura do contrato. é quando a adm ​chama a


empresa para assinar o contrato. funciona como a nomeação do candidato aprovado em
concurso público.
adjudicação compulsória: ​a adjudicação obrigatoriamente vai acontecer na ordem de
classificação. ​não é previsto expressamente no art. 3, e tem nomenclatura criticada, porque,
no final das contas, a adjudicação NÃO É COMPULSÓRIA.

Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com ​preterição da ordem de
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório​,
sob pena de nulidade.

a adjudicação vai se dar obrigatoriamente ​dentro da ordem de classificação da licitação​. ​o


vencedor do procedimento licitatório possui direito adquirido à adjudicação? NÃO​. porque
não necessariamente vai haver essa adjudicação. pode ser que ninguém seja contratado.
ou seja, esse princípio diz que ​SE ALGUÉM FOR CONTRATADO, vai ser dentro da ordem
de classificação do processo de licitação​. mas pode ser que ninguém o seja, então, não há
como se falar na obrigatoriedade da adm. púb. contratar a proposta vencedora. existe uma
expectativa de direito.

- princípio do sigilo na apresentação das propostas


procedimento de licitação é público, seus atos são públicos​, todos podem ter acesso aos
procedimentos de licitação, aos instrumentos convocatórios, às propostas… mas, neste
último caso, ​apenas após a sua entrega.

art. 3.º, § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de
seu procedimento, ​salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura​.

art. 94 ​Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório​, ou


proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos,
e multa.

OBRIGATORIEDADE E DISPENSA DA EXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO


há ressalvas para a obrigatoriedade da licitação, como a própria cf prevê, no art. 37, XXI.
essas ressalvas têm de estar previstas em LEI.

obrigatoriedade é regra geral. ​contratação direta é aquela que ocorre sem licitação​, quando
há:

1) inexigibilidade: vai se dar na forma do art. 25, lei 8666. ocorrem quando há inviabilidade
de competição. qual a essência do procedimento licitatório? competitividade. colocar
empresas para competirem entre si para que apresentem propostas mais vantajosas para a
adm púb. ​mas existem circunstâncias em que a competição é impossível, é materialmente
inviável.​ inexigibilidade = inviabilidade.

Art. 25. ​É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição​, em


especial (rol exemplificativo):

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros ​que só possam ser fornecidos


por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo​, ​vedada a preferência de
marca​, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido
pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o
serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
equivalentes; → hipótese de exclusividade de fornecedor.

II - para a contratação de ​serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei​, de


natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, ​vedada a
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação​; → serviços técnicos de
natureza singular.

III - para contratação de profissional de ​qualquer setor artístico​, diretamente ou através de


empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública​. → contratação de artistas.

2) dispensa: hipóteses em que houver, materialmente, a possibilidade de se fazer


competição. ​mesmo assim, o legislador deu a possibilidade, ou a obrigatoriedade, de não
fazer licitação.
2.1) dispensável: é aquela ​dispensa DISCRICIONÁRIA​, porque a autoridade pode
ou não fazer - não precisa fazer, mas se quiser, faz. se dá em situações em que, justamente
para trazer maior autonomia ao gestor público, foi dada essa possibilidade de não efetuar
licitação em hipóteses ​TAXATIVAS​. todas as hipóteses de licitação dispensável têm uma
razão técnica, de fundo. essas hipóteses de licitação dispensável podem se dar em razão:
- do baixo valor da contratação (a licitação seria mais cara que o próprio contrato) → ex.:
inciso I (até 15 mil reais); II (8 mil reais);
- situações excepcionais (tempestade, calamidade, incêndio...) → inciso III; IV;
- objeto a ser contratado (o objeto justifica que seja dispensável a licitação)
- em função da pessoa a ser contratada
Art. 24. É dispensável a licitação: (...) - 34 hipóteses em que a autoridade poderá dispensar
a licitação.

2.2) dispensada: é a ​dispensa VINCULADA, porque a lei impõe que não se realize
licitação. é chamada, por maria sylvia di pietro, de licitação PROIBIDA​. art. 17, I e II. o artigo
17 fala sobre alienações, de bens móveis e imóveis. ou seja, todas as hipóteses de licitação
DISPENSADA dizem respeito à ​alienação de alguma coisa. a licitação, por si só,
prejudicaria o interesse público. são hipóteses em que a lei expressamente proíbe o
procedimento de licitação.

Art. 17. A ​alienação de bens da Administração Pública​, subordinada à existência de


interesse público devidamente justificado, ​será precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:

I - quando ​imóveis​, dependerá de ​autorização legislativa para órgãos da administração


direta e entidades autárquicas e fundacionais​, e, ​para todos​, inclusive as entidades
paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de ​licitação na modalidade de
concorrência​, ​dispensada​ esta nos seguintes casos: (...).

II - quando móveis, dependerá de ​avaliação prévia e de licitação​, ​dispensada ​esta nos


seguintes casos: (...).

MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência → obras/serviços de engenharia cujo valor seja inferior a R$1.500.000,00;


outras compras e serviços cujo valor seja superior a R$ 650.000,00

II - ​tomada de preços → obras/serviços de engenharia cujo valor seja inferior a


R$150.000,00; outros produtos e serviços cujo valor seja superior a R$650.000,00

III - ​convite ​→ obras/serviços de engenharia cujo valor seja superior a R$15.000,00 reais e
outros produtos e serviços cujo valor seja inferior a R$80.000,00.

IV - ​concurso → para seleção de ​projetos arquitetônicos/artísticos​… não é concurso para


seleção de servidores públicos! é o concurso de música, de desenho, de poesia… a adm.
púb. recebe o trabalho e dá em troca um prêmio, a prestação prevista no edital

V - ​leilão​ → alienação de bens da adm púb.

PREGÃO: modalidade de licitação especial, prevista na lei 10.220 (?), que se dedica
exclusivamente à ​contratação de bens ou serviços considerados comuns, que são aqueles
que podem ser objetivamente definidos no edital​. ex.: pneu de carro. objetivamente
definidos, de maneira que não há diferença efetiva entre um e outro.
modalidades I, II, III → modalidades TÍPICAS, porque antecedem um contrato. são
estabelecidas de acordo com o valor da contratação.

REVOGAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE LICITAÇÃO

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá


revogar a licitação por ​razões de interesse público decorrente de fato ​superveniente
devidamente comprovado​, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo
anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito
e devidamente fundamentado.

a revogação vai depender de INTERESSE PÚBLICO RELEVANTE + FATO


SUPERVENIENTE​. ex.: constatação de que os preços vencedores estão acima da média
do contrato.

2) CONTRATO ADMINISTRATIVO

para falar em contrato administrativo, antes é preciso saber o que são contratos.
contrato se caracteriza por ser um ACORDO DE VONTADE ENTRE PARTES COM
VONTADES OPOSTAS.
no contrato, há partes com vontades opostas. um quer comprar, pagar pela compra, o outro
quer vender, receber pela venda, e, a partir do encontro dessas vontades contrárias,
firma-se o contrato. isso se diferencia dos convênios, em que há acordo entre partes que
têm vontades IDÊNTICAS.

a administração pub, no exercício de suas atividades, vai firmar inúmeros contratos.

contratos da adm.: todo e qualquer acordo de vontades opostas firmados pela


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

isso é diferente de ​CONTRATO ADMINISTRATIVO​. regime jurídico administrativo coloca


administração pública ​em posição de superioridade em relação aos particulares.
superioridade de poderes, de possibilidades, prerrogativas. situação privilegiada em relação
a outras partes.
contratos administrativos são aqueles contratos em que a administração pública atua com
superioridade​; ​vai gozar de prerrogativas específicas; são os contratos regidos pelo regime
de ​DIREITO PÚBLICO​. são contratos firmados pela administração pública NESSA
QUALIDADE. consecução de fins públicos, da sociedade.

os contratos em geral são regidos pelo direito civil, pela teoria geral dos contratos, pelo
direito PRIVADO​. os contratos administrativos, portanto, serão aqueles regidos pelo regime
de direito público, mais especificamente, pela lei 8666. todos os contratos firmados pela
adm são de direito público? todos os contratos da adm são contratos administrativos? NÃO.
existem inúmeros contratos firmados pela adm que são regidos pelo direito privado; ex.:
banco do brasil quando vende uma caderneta de poupança.
os contratos administrativos possuem características peculiares, mas também
características atinentes a todos os contratos. assim, como todos os contratos, eles são
CONSENSUAIS​, ou seja, ​exigem consenso​. é diferente do ato administrativo, que é uma
imposição da adm púb, um ato unilateral, que inexige concordância da outra parte.
COMUTATIVO​, ou seja, mutual, ​impõe direito e deveres para ambas as partes​. ​ONEROSO​,
ou seja, ​toda prestação exige uma contraprestação​; é ​FORMAL (em regra! Há exceção), no
sentido de que formaliza a assunção de obrigação e direitos por ambas as partes
contratantes; ​INTUITO PERSONAE - ou seja, faz nascer direitos e deveres
EXCLUSIVAMENTE entre as partes contratantes​.

o que distingue o contrato administrativo dos demais são suas características específicas:
adm atuando na posição de adm, com superioridade em relação aos particulares. não age
como particular, em posição de horizontalidade com a outra parte contratante. regime de
direito público.
o contrato administrativo sempre terá uma finalidade pública. quando se fala em finalidade
pública, deve-se conceber duas finalidades distintas, ​uma direta e outra indireta. direta:
ocorre quando é atendido o direito da ​própria população​. indireta: vai se dar quando o
beneficiado for a própria administração. ex.: contrato para um software de informática que
vai racionalizar o sistema de arrecadação de tributos do município. é a administração púb
que vai se beneficiar com isso, e, indiretamente, a população. ​o contrato administrativo
pode atender o interesse da própria administração pública, mas não pode atender o
interesse do ADMINISTRADOR, da autoridade administrativa.

o contrato administrativo será sempre ​BILATERAL​, consensual, comutativo; ou seja, gera


direitos e obrigações para ambas as partes. a adm púb, ao obter um bem ou serviço,
obrigatoriamente ​terá que dar uma contraprestação​.
o próprio contrato vai ter que estabelecer o equilíbrio econômico financeiro, estabelecendo,
por exemplo, cláusulas que cuidem do reajuste de preço, quando for o caso, correção
monetária…

o contrato administrativo é, via de regra, um ​contrato de adesão​. lá no edital, no


instrumento convocatório, já vem uma cópia do esboço do contrato, cabendo às partes
interessadas, após a licitação, unicamente aderir. naquele esboço vão ser colocados os
dados da empresa vencedora e da proposta. não existe a possibilidade de negociação.

mutabilidade: o contrato adm é ​unilateralmente modificável. ​a adm púb pode modificar o


contrato, bem como rescindi-lo unilateralmente, ou até mesmo anulá-lo. tem possibilidade
que particulares não têm em um contrato privado. série de prerrogativas da adm em relação
aos particulares.

presença das ​cláusulas exorbitantes​. cláusulas são itens, dispositivos. exorbitante: o que
extrapola, exagera. ​cláusulas exorbitantes são aquelas que exorbitam da teoria geral dos
contratos. ​são aquelas que num contrato entre particulares não seriam aceitas. são aquelas
que não são admissíveis na teoria geral dos contratos. que exorbitam os contratos entre
particulares, e que somente podem ser admitidas em contratos administrativos para
​ ssas cláusulas são estabelecidas por LEI​, não pela administração
beneficiar a adm púb. e
pública, impostas ao particular. decorrem do regime jurídico aplicável aos contratos
administrativos.

Art. 54. Os ​contratos administrativos ​de que trata esta Lei regulam-se pelas suas
cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, ​supletivamente​, os
princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

CLÁUSULAS EXORBITANTES

prerrogativas estabelecidas por lei para beneficiar exclusivamente a adm púb.


são 7 cláusulas:
alteração unilateral das cláusulas, rescisão unilateral, fiscalização e ocupação de bens do
contratado, aplicação direta de penalidades, anulação, exceção ao uso da exceptio non
adimpleti contractus, exigência de garantia.

art. 58 → estabelece algumas cláusulas exorbitantes.

1) alteração unilateral dos contratos administrativos


nos contratos privados, isso não pode acontecer. nos contratos administrativos, pode - para
a administração. ​mas existem situações específicas em que isso pode ocorrer, que estão
previstas em lei.

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, ​com as devidas
justificativas​, nos seguintes casos:

I - ​unilateralmente pela Administração​:

a) quando houver ​modificação do projeto ou das especificações, para melhor


adequação técnica aos seus objetivos​; → ex.: empreiteira contratada para construir uma
escola. durante a obra, descobre-se que o terreno é mais arenoso do que se supunha e que
precisa de fundações mais profundas; há necessidade de uma alteração do projeto. isso
possibilita que a adm pub altere o contrato, independentemente de o contratado concordar
ou não. obviamente, haverá alteração também no pagamento. reequilíbrio
econômico-financeiro.

b) quando necessária a modificação do ​valor contratual em decorrência de acréscimo


ou diminuição quantitativa de seu objeto​, nos limites permitidos por esta Lei;
modificação quantitativa: 25% para mais ou menos, ou de 50% para mais, no caso de
reforma.

§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado,


a Administração deverá restabelecer, por aditamento, ​o equilíbrio econômico-financeiro
inicial​. → se tiver um aumento do quantitativo contrato, terá que se aumentar também o
valor do contrato.
art. 58, § 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. → a
administração pode aumentar a quantidade de lâmpadas compradas, em até 25%, mas não
pode aumentar/diminuir ​o valor de CADA LÂMPADA unilateralmente. ​as condições de
pagamento não podem ser modificadas, as formas de cálculo da correção monetária
também não.

art. 58, § 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do


contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual. → garantia de
que a empresa não será prejudicada ao contratar com a adm pub

2) rescisão unilateral dos contratos administrativos

contratos firmam obrigações e direitos entre as partes contratantes, e, em regra, sua


rescisão apenas se dá mediante acordo entre as partes ou decisão judicial.
autoexecutoriedade dos atos administrativos → não precisa recorrer ao judiciário para
rescindir. a própria administração procede, por meio de ato unilateral, à rescisão do contrato
administrativo, em virtude do descumprimento de cláusulas contratuais por parte do
contratado.

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I - determinada por ​ato unilateral e ​escrito ​da Administração, nos casos enumerados nos
incisos ​I a XII​ e ​XVII​ do artigo anterior;

II - ​amigável, por acordo entre as partes​, reduzida a termo no processo da licitação,


desde que haja ​conveniência para a Administração​;

III -​ judicial​, nos termos da legislação;

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I - o ​não cumprimento​ de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;

II - o ​cumprimento irregular ​de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;

III - a ​lentidão do seu cumprimento​, levando a Administração a comprovar a


impossibilidade da conclusão ​da obra, do serviço ou do fornecimento, ​nos prazos
estipulados​;

IV - o ​atraso injustificado ​no início da obra, serviço ou fornecimento;

V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia


comunicação à Administração;
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com
outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou
incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para


acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;

VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o do art.


67 desta Lei;

IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que


prejudique a execução do contrato;

XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e


determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o
contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;

(...)

XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva


da execução do contrato.

I a XI: culpa por parte do contratado.


XII em diante: não há culpa por parte do contratado.

art. 79, § 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior,
sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente
comprovados que houver sofrido​, tendo ainda direito a: (...) → dos incisos 12 e 17, a adm
pode rescindir unilateralmente o contrato, mas terá que ressarcir o particular. ex.: adm
contrata empresa para fazer pintura do prédio da prefeitura municipal. no meio da pintura, o
prédio pega fogo e é destruído. rescinde-se o contrato (força maior, caso fortuito); deve-se
indenizar a empresa pelos prejuízos que suportou, pelo trabalho que já prestou, e assim
sucessivamente.

existem hipóteses em que a adm pub pode rescindir unilateralmente o contrato e, mesmo
assim, vai ter que indenizar o particular.

3) fiscalização e ocupação de bens do contratado

fiscalização:
Art. 67. ​A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. →
representante da adm: gestor do contrato.

Art. 68. O contratado deverá manter preposto, ​aceito pela Administração​, no local da
obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.

ocupação provisória:

art. 58, V - nos casos de ​serviços essenciais​, ​ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato​, na hipótese da
necessidade de ​acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado​, bem como na hipótese de ​rescisão do contrato administrativo. → ocupação
temporária. diz respeito a bens, equipamentos, imóveis e, inclusive, pessoal. duas hipóteses
legitimam essa ocupação: quando a adm o faz para acautelar investigação (ex.: caso a
empresa de distribuição de energia esteja cometendo irregularidades no serviço, como
muitas falhas no fornecimento; a adm, com o objetivo de investigar o que está acontecendo,
pode ocupar temporariamente parte da empresa. a empresa não precisa concordar, é a
adm quem decide) e para ​garantir a continuidade do serviço​, no caso de rescisão (ex.:
empresa que coleta lixo estava, na verdade, depositando o lixo coletado nas margens de
um rio, em vez de lhe dar o destino adequado. crime ambiental. rescinde-se o contrato
imediatamente. até a realização de nova licitação, procedimento que demoraria meses, a
adm pode tomar conta dos bens para dar andamento ao serviço).

4) aplicação direta de penalidades

Art. 87. Pela ​inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a
prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - ​advertência​;

II - ​multa​, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - ​suspensão ​temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a


Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública


enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

os efeitos da suspensão temporária de participação e da declaração de inidoneidade são


muito semelhantes; enquanto declarada inidônea, a empresa não pode participar de
licitações, não pode contratar. a diferença é que a suspensão tem prazo determinado, de
até dois anos. a declaração de inidoneidade é enquanto perdurar a ilegalidade. enquanto a
empresa permanecer em débito com o poder público, permanecerá inidônea, e só o deixará
de ser quando cumprir sua obrigação e deixar de ser inidônea perante o poder público.

as penalidades previstas no art. 87 NÃO PRECISAM SER APLICADAS NESSA ORDEM.


isso porque ​o exercício do poder disciplinar tem certa discricionariedade. ou seja, vai
depender da gravidade da irregularidade. mas, dentro de uma ideia de razoabilidade, é
sempre recomendável que primeiro se advirta e depois se apliquem as demais penalidades.

Art. 81. A ​recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o


instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, ​caracteriza o
descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades
legalmente estabelecidas.

se uma proposta vence a licitação, ​significa que a empresa que a fez está vinculada à
contratação​. ou seja, se for chamada pela adm. para contratar e não o fizer, sem
justificativa, isso equivale ao descumprimento total do contrato, estando a empresa sujeita
às penalidades cabíveis. penalidades previstas no art. 87. isso sem prejuízo de serem
chamadas as empresas colocadas em sequência para a contratação.

5) restrição ao uso da “exceptio non adimpleti contractus” (exceção do contrato não


cumprido)

exceção do contrato não cumprido: se uma parte não cumpre sua obrigação, não pode
exigir da outra parte que o faça.

no caso dos contratos administrativos, a empresa pode se valer da exceção do contrato não
cumprido, restringida pelos termos da lei - a administração pública tem o direito de atrasar
por ​90 dias ​as suas prestações, sem que a empresa contratada possa interromper os
trabalhos ou rescindir o contrato.

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: (...) XV - ​o atraso ​superior a 90
(noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras,
serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, ​salvo em caso
de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao
contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até
que seja normalizada a situação​;

apenas depois de passados os 90 dias a empresa contratada pode se valer da exceção do


contrato não cumprido, ou pleitear a rescisão do contrato, judicialmente.

6) anulação do contrato administrativo

entre particulares, precisa-se pleitear judicialmente a anulação de cláusulas


contratuais/contratos. nos contratos administrativos, a adm púb pode anular o
contrato/cláusulas contratuais UNILATERALMENTE. a anulação vai se dar quando houver
ILEGALIDADE. isso sempre (artigo 53, lei 9784/99 e súmula 473, stf).

na lei 8666, verifica-se o reflexo disso no art. 59:

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo ​opera retroativamente


impedindo os efeitos jurídicos ​que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de
desconstituir os já produzidos​.

Parágrafo único. ​A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o


contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por
outros prejuízos regularmente comprovados​, ​contanto que não lhe seja imputável​,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá


revogar a ​licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente
devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, ​devendo
anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer
escrito e devidamente fundamentado.

§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato​, ​ressalvado o disposto


no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

a anulação do procedimento licitatório induz a anulação da contratação posterior. se depois


de firmado o contrato e iniciada a sua execução constata-se que a licitação era ilegal, tanto
a licitação quanto o contrato serão anulados.

7) exigência de garantia

é cláusula exorbitante? em contratos entre particulares também existe a possibilidade de


exigência de garantia. sim, é cláusula exorbitante, mas passível de ser encontrada também
em contratos privados. não é “tão exorbitante assim”. é considerada exorbitante porque se
encontra apenas em favor da adm púb - o particular não pode exigir garantia da adm,
exceto nos casos de parcerias público-privadas.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e ​desde que prevista no
instrumento convocatório​, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de
obras, serviços e compras​. → a garantia tem que ser pedida na licitação. se não constar
no instrumento convocatório, a adm não pode exigir depois. o contratado escolhe a
modalidade de garantia que será prestada.

§ 1o Caberá ao​ contratado​ optar por uma das seguintes modalidades de garantia:

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a
forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia
autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos,
conforme definido pelo Ministério da Fazenda;

II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.
o valor da garantia é ilimitado? NÃO. corresponde a, no máximo, ​5% do valor global do
contrato, ou, em caso de contratos de grande complexidade, ​10% ​(art. 56, §§ 2.º e 3.º).

EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO

a despeito de existirem cláusulas exorbitantes em favor da administração nos contratos


administrativos, hoje, observa-se também a previsão de ​garantias em favor das empresas
potencialmente contratantes​, de modo que este não reste prejudicado pela superioridade da
posição em que a administração pública se encontra na relação contratual.
um exemplo disso é a exigência da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato, como uma garantia à empresa de que não vai sofrer prejuízo em razão da conduta
da adm. ou fatores externos que atinjam o contrato.

fatores que podem alterar o equilíbrio econômico financeiro e devem ser considerados para
efeito de restabelecimento dos valores contratados: fato da administração e fato do príncipe:
fato da adm: qualquer conduta praticada pela adm pública, ​diretamente relacionada ao
objeto do contrato e praticada pela adm ​na qualidade de parte do contrato, que, de uma
forma ou de outra, encareça ou impeça a execução do contrato. fatos praticados pela adm
na condição de parte contratante. ​situações diretamente relacionadas ao contrato​!
fato do príncipe: circunstâncias protagonizadas pela adm pub ​que não dizem respeito ao
contrato. pode ser, inclusive, de uma pj diferente da adm contratante, ou até de entidade
federativa diversa da contratante. ex.: um município contrata uma empresa de transporte
para fazer o transporte municipal de crianças para a escola em que estudam. é estipulado
um valor x, mas, no decorrer da execução contratual, ocorre o aumento do valor de um
tributo, não estipulado pela administração pública municipal, mas que incidirá sobre a
empresa de transporte. isso permite a alteração do valor pactuado pelas partes.

3) Serviços Públicos

conceito de serviço público​: são os serviços prestados pela ​administração pública e seus
delegatários​, com fundamento total ou parcial no ​direito público​, para atender
necessidades essenciais ou secundárias da coletividade​.

primeira pessoa que exerce o serviço público é a adm púb, ​especialmente a adm direta​. ​o
titular dos serviços públicos são as entidades da administração pública direta. a cf dispõe
sobre uma série de atividades que são dadas à união, aos estados e aos municípios. existe
essa distribuição de competência com relação ao transporte público, por exemplo. o
intramunicipal é de titularidade do município; o intermunicipal é competência do estado,
enquanto que o interestadual e o internacional são de titularidade da união. ou seja, a
depender do interesse, cada ente federativo vai ter competência para executar/prestar
determinado serviço. às vezes a adm pub ​transfere a execução desse serviço a outra
pessoa, por meio da delegação; acontece muitas vezes no caso do transporte público
intramunicipal, quando o município delega essa atividade a uma empresa, que vai ser
chamada de concessionária de serviço público. outro exemplo de delegação do serviço
público é o caso de telefonia. firma-se contrato com a tim, com a vivo, com a oi… são
delegatárias de serviço. o mesmo ocorre com água e energia elétrica.

o que regula a prestação de um serviço público é, em regra, o direito público. é ele que
regulamenta a prestação desse serviço. às vezes, no entanto, uma pj de direito privado
pode prestar esse serviço, e, assim, o direito privado vai ser parcialmente utilizado para
regular essa prestação de serviço.

serviços públicos são essenciais, como no caso de transporte público, água, energia
elétrica, telefonia… mas existem também serviços públicos que são prestados em função
de ​necessidades secundárias. é o caso do diário oficial de um determinado município, por
exemplo. não é um serviço público essencial, de que as pessoas sentem necessidade todos
os dias. mesmo nesses casos, é serviço público, porque atende, ainda que indiretamente,
necessidades da coletividade. serviço público NÃO ATENDE APENAS NECESSIDADES
ESSENCIAIS DA COLETIVIDADE!!!

PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO

o serviço público é permeado por todos os princípios aplicados à administração, mas


existem, também, princípios específicos que se aplicam. são eles:

1) continuidade dos serviços públicos


- o serviço público deve ser prestado, em regra, ​sem interrupção​, de forma contínua.
- art. 6.º, §3.º, lei 8987/95 (lei dos serviços públicos): ​situações em que o serviço público
PODE SER INTERROMPIDO - não se caracteriza como descontinuidade​. existem duas
situações diferentes nesse dispositivo, uma em que se exige o aviso prévio ao usuário, e
outra em que esse aviso não é necessário.
- situação de emergência: não exige aviso prévio
- exigência de aviso prévio: pode-se avisar por carta, por sms, por email, por rádio…
de qualquer forma, tem que avisar previamente em duas situações:
- ​questões técnicas/de segurança nas instalações​. ex.: manutenção na
rede de esgoto; manutenção na rede de telefonia;
- ​inadimplemento do usuário​. ex.: se o usuário não está pagando a conta
do serviço público, é perfeitamente possível que esse serviço seja interrompido. serviços
públicos demandam o pagamento de uma tarifa, de uma conta. se não se paga, ele pode
ser interrompido​. → o cdc fala que não seria possível a interrupção nesse caso, de
inadimplemento do usuário, tendo em vista a essencialidade do serviço público. ou seja, o
cdc contraria a lei dos serviços públicos, ambas leis ordinárias. em análise desse conflito, o
stj decidiu que a lei 8987 prevalece, uma vez que o cdc fala de qualquer consumidor, e a lei
8987 fala de um consumidor especial, que é o do serviço público. lei especial prevalece
sobre lei geral, e, por isso, a lei 8987 prevalece. ​o serviço não vai poder ser interrompido se
direitos fundamentais, como a saúde ou a vida de alguém dependerem da prestação do
serviço. então, a interrupção do serviço é possível ​desde que não se coloque em risco a
vida de ninguém (uma pessoa que precisa de aparelhos que demandam energia elétrica
para sobreviver, por exemplo).

- ​o princípio da continuidade não implica a proibição do servidor público de entrar em


greve. ​esse é um direito garantido pela própria cf aos servidores, em seu art. 37, vii. o que
ocorre é que existem artigos na lei que regula a greve que falam de serviços essenciais,
que determinam que uma porcentagem do serviço deve continuar sendo prestada durante o
período de greve.

2) universalidade/generalidade
- o serviço público deve ser, ​em regra​, prestado a todos​, para garantir que a
concessionária de serviço público não escolha prestar o serviço apenas para determinada
região da cidade. muitas vezes o serviço não é prestado a alguém porque esse alguém não
possui condições de receber a prestação desse serviço. ex.: uma casa muito afastada da
cidade, que não recebe o fornecimento de água do município, porque não há possibilidade
de levar o fornecimento a esse lugar. no entanto, pode-se exigir que seja feito tudo o que é
possível para que esse serviço possa ser recebido pela pessoa. lembrando que o
fornecimento pode ser condicionado ao pagamento de uma tarifa.

3) modicidade das tarifas


- a tarifa paga pelo serviço deve ser a ​mais baixa possível​. se a tarifa for alta, não se
garante a universalidade do serviço. um transporte público que tem tarifa de 15 reais não
vai ser acessível para todas as pessoas de um município. tem que se garantir que o
máximo de pessoas possa se utilizar do serviço. a prestação de um serviço público feita por
uma concessionária, não tem como fugir da ideia de que a concessionária/permissionária,
um delegatário de serviço público vai querer obter lucro. ou seja, tem que haver uma tarifa
que proporcione esse lucro. mas tem que se garantir que o cálculo desse lucro com o
pagamento da tarifa respeite o princípio da universalidade.
- art. 11 da lei 8987 traz as ​receitas alternativas​, ​para garantir a modicidade das tarifas.
as receitas alternativas são ​outras fontes de renda para a concessionária de serviço público.
outras fontes de renda que não sejam o pagamento da tarifa. a concessionária do
transporte público, por exemplo, além de receber a tarifa, com o pagamento da passagem,
pode receber com a propaganda de outras empresas, que pode ser colocada no ônibus, na
traseira. a tarifa vai ser a forma principal de lucro, mas a delegatária também vai poder
lucrar por meio da publicidade. a expectativa é que, com a outra fonte de renda, haja uma
redução da tarifa cobrada dos usuários do serviço público.
as receitas alternativas têm que estar previstas no edital e no contrato. não podem ser
inventadas do nada.

4) isonomia
- ideia de isonomia aplicada ao direito como um todo. em princípio, tratar todos de forma
igual. todas as pessoas que se encontram numa mesma situação têm que receber do
fornecedor de serviço público o mesmo tratamento. as pessoas que estejam em situações
desiguais, no entanto, devem receber tratamento desigual, para que se igualem. ex.:
gratuidade do transporte público para o idoso.
- art. 13, lei 8987: traz a possibilidade de tarifas diferenciadas. determinada região de uma
cidade pode pagar um valor x de tarifa pela prestação do serviço de fornecimento de água,
enquanto outra região, menos abastada, pague uma tarifa inferior. isso é para garantir a
isonomia.

5) atualidade/mutabilidade
- o prestador do serviço sempre tem que tentar se atualizar. a prestação do serviço deve
acontecer de modo atual, tem que se buscar a ​modernização. ​o transporte público modifica
de acordo com o passar do tempo. o transporte público de vinte anos atrás não é o mesmo
de agora; antes não existia elevador para as pessoas com deficiência física ou com ar
condicionado. hoje isso existe. tem que haver atualização para que o serviço seja prestado
de forma satisfatória.

6) segurança dos usuários


- o serviço deve ser prestado para garantir a segurança dos usuários.

7) cortesia
- o prestador do serviço público deve tratar os usuários de forma cortês, educada. não pode
ser feita falta de educação com o usuário do serviço público.

DELEGAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO

de acordo com a doutrina, há três formas de delegação de serviço público: concessão,


permissão e autorização (apenas alguns autores se referem a essa forma de delegação.
para os outros, essa forma não existe).

art. 175, cf: fala ​apenas em concessão ou permissão​, nos casos de prestação de serviço
público que não ocorrem pela administração pública. NÃO FALA DE AUTORIZAÇÃO. por
isso alguns autores dizem que ou a prestação é pela adm púb ou permissão ou concessão.

art. 21, cf: traz competências da união; inciso XI fala de ​AUTORIZAÇÃO​, CONCESSÃO OU
PERMISSÃO para a exploração de serviços de telecomunicações. ou seja, a cf se referiria à
autorização. o inciso XII também fala em autorização, concessão ou permissão para uma
série de serviços públicos, como o de instalações de energia elétrica, transporte ferroviário
e aquaviário, serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional, portos
marítimos…
para nós, na prova, é melhor estudar autorização, saber o que é. só importa saber o
conceito, para essa prova, já que o edital não especifica. mas alguns autores entendem que
autorização não se enquadra nas hipóteses de delegação de serviço público.

a) AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO


é ato administrativo, precário e discricionário, que autoriza a prestação de serviço público no
interesse do particular.
→ ATO: a permissão e a concessão são CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. ​a única
hipótese de delegação por ATO ADMINISTRATIVO é AUTORIZAÇÃO​!!!! é manifestação
unilateral da administração; não são duas partes firmando um acordo/contrato.

→ PRECÁRIO: a adm pode extinguir essa autorização a qualquer momento. se não houver
mais conveniência ou oportunidade, ela pode simplesmente extinguir a autorização. ​não
existe segurança para o autorizatário de que ele terá essa autorização para sempre​.
DISCRICIONÁRIO: a adm dá se quiser. não é vinculado, a adm não tem que dar essa
autorização. existe uma análise de ​conveniência e oportunidade​, feita por parte da
administração, a fim de decidir se vai ou não dar autorização para a prestação de serviço
público.

→ NO INTERESSE DO PARTICULAR: não se pensa em serviço prestado à coletividade, e


sim a determinado particular. por isso alguns autores entendem que não se enquadra nos
casos de delegação, porque esses, quando se trata de serviço público, se destinam a
interesses da coletividade. ex.: uma pessoa fica muito rica e compra uma fazenda na qual
passa um rio. quer construir uma hidrelétrica nesse rio, mas sem fornecer esse serviço a
terceiros, quer o fornecimento da energia elétrica apenas para si. quem é competente para
explorar esse serviço, no entanto, é a união. por isso, a pessoa interessada tem que
requerer à união a autorização para explorar o serviço para si.

b) PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO


é contrato administrativo, precedido de licitação, que terá um caráter de adesão e de
precariedade, que permite a exploração de um serviço público por pessoa física ou jurídica.

→ CONTRATO: sempre vai ser contrato administrativo!!! tomar cuidado com essa
informação. quando falarmos de bens públicos, veremos que há permissão de uso de bem
público, que é ato, e não contrato. a permissão de SERVIÇO PÚBLICO é sempre por meio
de contrato administrativo.

→ LICITAÇÃO: em qualquer modalidade que for cabível na forma do contrato.

→ CARÁTER DE ADESÃO: na verdade todo contrato administrativo é de adesão, mas


nessa lei essa determinação é expressa. então, se falar em caráter de adesão, fala-se da
permissão, porque é letra de lei.

→ PRECARIEDADE: se é contrato administrativo, existe segurança para o contratado. não


se pode rescindir um contrato sem a garantia do contraditório, da ampla defesa… apesar
disso, a lei fala expressamente em contrato com caráter contrário, então isso caracteriza a
permissão.

→ PF OU PJ: =/ da concessão, que não admite pessoa física, só pessoa jurídica ou


consórcio de empresa. se falar de contrato administrativo de prestação de serviço para
pessoa física​, é PERMISSÃO.

art. 2.º, IV e art. 40, lei 8987/95.


o prestador de serviço presta o serviço POR SUA CONTA E RISCO, segundo a própria lei
8987. ou seja, se durante a execução do serviço acontecer alguma situação que causa
danos a alguém, quem responderá pelos danos será o próprio delegatário. não existe
divisão de riscos!!! essa divisão vai existir em algumas formas de concessão,
chamadas de parceria público privada. no caso da permissão, essa divisão não
ocorre​. quem assume o risco da prestação de serviço é a permissionária do serviço
público.

a lei 8987 fala da concessão de serviço público. em poucos artigos cita-se a permissão.
mas o que se fala de concessão também se aplica à permissão! salvo os conceitos.

c) CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO


conceito geral, aplicável às quatro espécies de concessão: é contrato administrativo,
precedido de licitação, na modalidade concorrência, que concede a prestação de serviço
público para pessoa jurídica ou consórcio de empresas.

→ CONTRATO (porque precedido de licitação)

→ LICITAÇÃO na modalidade concorrência.

→ PESSOA JURÍDICA/CONSÓRCIO DE EMPRESAS. pessoa física, NÃO!!!

→ espécies de concessão (são ​quatro​):


- ​concessão de serviço público (comum/simples)​: a lei fala que é uma concessão de serviço
público. não é precedida de nada, não recebe um nome específico. quando se fala em
contrato de serviço público, fala-se de licitação, que será vencida pela pj/consórcio de
empresas que apresentar a melhor proposta, que vai executar o serviço público. ex.:
serviço de transporte municipal. em bh, não é o próprio município que presta o serviço de
transporte público, e sim um consórcio de empresas. assina-se um contrato de concessão
de serviço público e, depois da assinatura e do preparo para prestar o serviço, vai prestar
efetivamente o serviço. não tem que realizar obra, nada, só prestar o serviço. em regra,
quem paga o serviço público é o próprio usuário. ​nesse caso, por meio da passagem do
ônibus, que é a ​TARIFA​. a forma de remuneração é a tarifa, paga pelos usuários. podem
existir formas alternativas de lucro, como já visto, mas a forma principal é por meio da tarifa.
art. 2.º, II, lei 8987.

- ​concessão de serviço público ​precedida de obra pública:​ ex.: transporte público por meio
de metrô. antes da concessionária de serviço público prestar o serviço de transporte público
propriamente dito, ela vai ter que construir a linha de metrô, a estação… ela precisa fazer
obras, reformas públicas, para, só depois, explorar o serviço. não vai bastar ganhar a
licitação e prestar o serviço, como no primeiro caso. ela pode ter que fazer algum tipo de
OBRA. acontece muito nos casos de manutenção/obras em rodovia estadual privatizada,
em que há pedágio. quando se paga pedágio, paga-se tarifa de serviço público, porque
aquela pj mantém aquela estrada. as obras e manutenções prestadas pela pj geram a
cobrança da tarifa, paga pelo usuário. a diferença dessa concessão para a primeira, é que
vai haver a ​realização de OBRA ANTES OU DURANTE A EXECUÇÃO DO SERVIÇO
PÚBLICO PRESTADO​. da mesma forma que na concessão de serviço público simples,
existe o ​pagamento feito pelos próprios usuários, por intermédio da tarifa​. art. 2.º, III,
lei 8987.

- ​concessão administrativa: está prevista na lei das PPPs (parceria público-privada),


editada em 2004. essa lei trouxe duas espécies de concessão de serviço público, esta, da
concessão administrativa, e a próxima a ser estudada. ambas se enquadram no conceito de
concessão de serviço público, mas apresentam características especiais que as distinguem
daquelas formas previstas na lei 8987.
= PPP administrativa. só a administração paga pela prestação do serviço; não existe tarifa
paga pelo usuário. isso ocorre porque a adm púb vai ser a usuária direta/indireta do serviço,
e, por isso, faz a opção de apenas ela pagar pela prestação do serviço. ex.: ppp de presídio.
tendência em vários estados. o próprio usuário do serviço, nesse caso, o preso, não pode
pagar uma tarifa para usufruir do serviço. quem paga é a própria administração, aos
poucos.
art. 2.º, §2.º,​ ​lei 11.079/04​. → ler a lei!

- concessão patrocinada:​ = ​parceria público privada (PPP) patrocinada​. a ideia é


basicamente uma ideia de concessão de serviço público. adm faz licitação, alguém vence e
assina-se o contrato de concessão de serviço público. no entanto, a remuneração da
concessionária vai vir de duas formas diferentes: ainda há a tarifa paga pelo usuário, mas,
como são contratos mais caros, só a tarifa não é suficiente para remunerar a
concessionária, e, por isso, a concessionária também recebe um dinheiro que é pago pela
própria administração, e que vai estar previsto no contrato. isso acontece muito em rodovias
federais muito grandes. a administração pública ​patrocina o pagamento daquela
concessionária. isso aconteceu bastante na época da reforma dos estádios, na copa. os
entes federativos firmou concessões patrocinadas - além do usuário pagar para entrar no
estádio, houve também um valor pago pela própria administração, como forma de incentivar
as empreiteiras a reformar os estádios. ​art. 2.º, §1.º, lei 11.079/04​ (lei das PPPs).

- extinção do contrato de concessão de serviço público

esse contrato administrativo tem que deixar de existir, em algum momento. as formas de
extinção estão no​ art. 35 da lei 8987/95​.​ são seis!

1) ​advento do termo contratual​: nada mais é do que o fim do prazo do contrato​. todo
contrato administrativo vai ter um prazo determinado, previsto em alguma cláusula.

2) ​en​campação​: é a extinção do contrato em virtude do ​ENteresse público​. o contrato de


concessão de serviço público vai ser extinto porque não vai mais haver interesse da
administração pública na prestação daquele serviço. ex.: alguns municípios tinham a
prestação do serviço público de transporte por meio do bonde. chegou uma hora em que
essa forma de transporte ficou ultrapassada, e, por isso, o contrato foi extinto, o serviço de
transporte público passou a ser prestado de outras formas.​ art. 37 da lei 8987/95​.
3) ​c​a​d​u​c​idade: se dá por ​C​ulpa ​D​a ​C​oncessionária. a concessionária fez algo
errado/cometeu uma irregularidade e, em virtude disso, o contrato vai ser extinto. por
exemplo, concessionária descumpre alguma norma, ou algum princípio do serviço público, o
contrato pode ser extinto em virtude da caducidade. ​art. 38, lei 8987/95​.

4) ​rescisão: ocorre se o poder concedente descumpre alguma norma do contrato. é a


extinção do contrato por culpa do poder concedente - da administração pública. ex.: bh
firma contrato de concessão de transporte público com uma concessionária. se bh
descumpre alguma norma do contrato, o contrato pode ser extinto, por meio da rescisão,
pela própria concessionária.

5) ​anulação: sempre tem o mesmo conceito, dentro do direito administrativo → anulação


decorre de ILEGALIDADE. o contrato de concessão vai ser anulado se alguma coisa
contrária à lei aconteceu. ex.: toda concessão de serviço público é contrato administrativo
de licitação na modalidade concorrência. se o município de bh firmou contrato de concessão
sem licitação, tendo que fazer, houve atuação contrária a lei. o contrato vai ser ANULADO.

6) ​extinção/falência da PJ ou pelo falecimento ou incapacidade da pessoa física: ​o


contrato administrativo tem por característica o caráter PERSONALÍSSIMO - intuito
personae. por isso, se bh firma contrato de concessão com empresa x, se x é extinta ou vai
à falência, o contrato vai ser extinto. não pode simplesmente chamar outra pj para continuar
prestando o serviço, porque não foi essa outra pj que venceu a licitação. a mesma coisa
vale para a prestação de serviço público, por meio da permissão, a ser realizada por pf. se
ela morre/vira incapaz, ocorre a extinção do contrato. isso tudo decorre do caráter
personalíssimo do contrato administrativo.

tomar cuidado com essas formas de extinção! costumam misturar os conceitos, nas
provas!!!!

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