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Desenvolvimento da Face
Os primórdios da face começam a surgir junto da membrana bucofaríngea (estomodeu)
na quarta semana. Os primórdios da face aparecem como cinco processos (saliências) ao
redor da membrana bucofaríngea:
● Processo nasofrontal
● Um par de processos maxilares
● Um par de processos mandibulares
Lucas Monteiro
Turma 81B
Os pares de processos da face tem sua o rigem no primeiro par de arcos faríngeos. Os
processos se originam das células da crista neural que migram do mesencéfalo e do
rombencéfalo para aos arcos faríngeos. Estudos com galinhas e camundongos indicam que
os mioblastos – originados do mesoderma paraxial e pré-cordal – ajudam na formação dos
músculos voluntários da face.-
O processo nasofrontal (ou SFN) origina os placoides ópticos formadores dos olhos. Já
os processos maxilares formam os limites laterais da membrana bucofaríngea
(estomodeu) e o par de processos mandibulares dão origem ao limite caudal da boca
primitiva. Estes cinco processos são os centros de crescimento ativo do mesênquima
subjacente. A mandíbula e o lábio inferior são as primeiras estruturas a serem formadas. Eles
se formam a partir da fusão das extremidades mediais dos processos no plano mediano.
Ao final da quarta semana, o placoide nasal se forma a partir das partes ínfero-mediais do
processo nasofrontal. Ele é inicialmente convexo, mas logo são estirados, formando
depressões planas. O mesênquima migra formando elevações em forma de ferradura – as
saliências nasomediais e nasolaterais. Os placoides agora se situam no fundo de cada
processo e formam as fossetas nasais. Essas estruturas darão origem às narinas e cavidades
nasais.
O mesênquima se prolifera nos processos maxilares e faz com que eles cresçam
medialmente um em direção ao outro e em direção aos processos nasais. Esse
crescimento desloca um processo nasomedial medialmente em direção ao outro. Cada
processo nasolateral é separado do processo maxilar por um sulco nasolacrimal.
Desenvolvimento do Palato
O desenvolvimento do palato se divide em:
● Desenvolvimento do palato primário
● Desenvolvimento do palato secundário
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Palato primário
processo palatino mediano (segmento intermaxilar) é formado a partir da fusão dos
O
processos nasomediais. Ele está situado entre as cristas palatinas (processos palatinos
laterais) da maxila em desenvolvimento. O processo palatino mediano forma a parte
pré-maxilar da maxila. Ele representa apenas uma pequena parte do palato duro de um
adulto.
Palato secundário
O palato secundário começa a se desenvolver com a projeção ínfero-medial das cristas
palatinas do processo maxilar aos lados da língua. Com a formação da mandíbula, a língua
assume uma posição inferior na boca e os processos palatinos laterais se alongam e
ascendem, assumindo posição horizontal e superior na boca. Esse processo ocorre em parte
por causa da liberação de ácido hialurônico pelas células mesenquimais dos processos
palatinos.
Forma-se osso no palato primário (formando a parte pré-maxilar da maxila) e ele começa a
se projetar da maxila para as cristas palatinas para formar o palato duro. As partes posteriores
desses processos não são ossificadas, elas se estendem posteriormente para além do septo
nasal e formam o palato mole – incluindo a úvula.
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1. Fendas do palato anterior (primário): fendas anteriores à fossa incisiva
■ Falta de aproximação e fusão das massas mesenquimais dos
processos palatinos laterais com o mesênquima do palato
primário
2. Fendas do palato posterior (secundário): fendas posteriores à fossa
incisiva
■ Falta de aproximação e fusão das massas mesenquimais dos
processos palatinos laterais entre si e com o septo nasal
3. Fendas das partes posterior e anterior do palato: fendas no primário e
secundário
■ Falta de aproximação e fusão das massas mesenquimais dos
processos palatinos laterais com o mesênquima do palato
primário, entre si e com o septo nasal.
A Língua
No final da quarta semana, uma elevação triangular mediana surge no assoalho da faringe
primitiva, imediatamente anterior ao forame cego. Esta elevação – broto lingual mediano
(tubérculo ímpar) – é a primeira indicação do desenvolvimento lingual. Os brotos linguais distais
se desenvolvem cada um ao lado do broto mediano e os três se desenvolvem a partir da
proliferação mesenquimal na porção ventromedial dos primeiros arcos faríngeos. Os brotos
linguais distais fundidos formam os dois terços anteriores da língua (região oral). A fusão dos
brotos distais é indicada pelo sulco mediano da língua e internamente pelo septo lingual
fibroso. O broto lingual mediano não forma nenhuma estrutura reconhecível em um adulto.
A formação do terço posterior da língua (parte faríngea) é indicada por duas elevações que
se desenvolvem caudalmente ao forame cego:
● Cópula (formada a partir das porções ventromediais do segundo par de arcos faríngeos)
● Saliência hipofaríngea (caudal à Cópula, desenvolve-se a partir das porções
ventromediais do terceiro e quarto pares de arcos faríngeos)
Com o desenvolvimento da língua, a cópula é englobada pelo crescimento da saliência
hipofaríngea e desaparece. O sulco terminal, em V, indica a fusão das porções anterior e
posterior da língua. O mesênquima dos arcos faríngeos forma os vasos e o tecido conjuntivo da
língua.
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disfagia (dificuldade na deglutição). As fístulas também estão associadas à persistência das
partes linguais do ducto tireoglosso; elas se abrem pelo forame cego para a cavidade oral.
● Anquiloglossia
O frênulo da língua conecta seu dorso ao assoalho da boca. As vezes ele é mais curto do
que o normal e estende-se até a ponta da língua. Isso interfere na protrusão livre da língua e
pode dificultar a alimentação pelo seio materno. A língua presa (nome vulgar da condição)
ocorre com proporção 1:300 nos EUA e geralmente não precisa de intervenção cirúrgica por se
alongar com o tempo.
● Macroglossia
Uma língua excessivamente longa não é normal. Isto resulta em hipertrofia generalizada
da língua e geralmente é resultado de linfangioma (tumor linfoide) ou hipertrofia muscular.
● Microglossia
Uma língua excessivamente pequena é extremamente raro. Pode ser causada por
micrognatia (subdesenvolvimento da mandíbula e recesso de queixo) e por defeitos dos
membros (Síndrome de Hanhart).
● Língua bífida ou Sulcada (Glossosquize)
A fusão incompleta dos brotos linguais distais resulta na formação de um sulco profundo
na língua. Geralmente não se estende até a ponta da língua.
Intestino Anterior
Os derivados do Intestino Anterior são:
● Faringe primitiva e seus derivados
● Sistema respiratório inferior
● Esôfago e Estômago
● Duodeno, próximo à abertura do ducto biliar
● Fígado, aparelho biliar (ductos hepáticos, vesícula e ducto biliares) e pâncreas.
Todos esses derivados do Intestino Anterior – exceto a faringe, o trato respiratório e a maior
parte do esôfago – são vascularizados pelo tronco celíaco, a artéria do Intestino anterior.
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Desenvolvimento do Esôfago
O esôfago desenvolve-se do Intestino anterior imediatamente caudal à faringe. Inicialmente,
o esôfago é curto, mas alonga-se rapidamente, graças à descida e crescimento do coração e
dos pulmões. Seu epitélio e suas glândulas são derivados do endoderma. O epitélio prolifera e
oblitera, parcial ou completamente, sua luz; entretanto, a recanalização do esôfago
normalmente ocorre no final do período embrionário.
O músculo estriado que forma a camada externa do terço superior do esôfago é derivada do
mesênquima dos arcos faríngeos caudais. O músculo liso, principalmente do terço inferior do
esôfago, é formado pelo mesênquima esplâncnico circunjacente.
● Atresia esofágica
É a presença de esôfago com fundo cego no feto. Está associada à fístula
traqueoesofágica na maioria dos casos. Pode ocorrer como uma anomalia isolada, mesmo
que seja mais raro. Ocorre por causa de um desvio do septo traqueoesofágico em uma
direção posterior, gerando uma separação incompleta do esôfago do trato laringotraqueal.
Quando associada à outras atresias congênitas, ocorre pela não recanalização esofágica no
fim do desenvolvimento embrionário. Acredita-se que ela está associada a uma proliferação
defeituosa de células do endoderma.
● Estenose esofágica
É o estreitamento da luz do esôfago. Pode ocorrer em qualquer local do esôfago, mas é mais
comum no terço terminal, como uma rede ou um longo segmento do esôfago com luz filiforme.
Geralmente é resultado de uma recanalização incompleta do órgão, mas também pode ocorrer
por deficiência do desenvolvimento dos vasos sanguíneos na área afetada.
● Esôfago curto
Não alongamento do esôfago durante o crescimento do pescoço e do tórax. Se isso
ocorre, pode haver deslocamento do estômago superiormente para o tórax, através do hiato
esofágico – hérnia congênita do hiato.
Desenvolvimento do Estômago
O estômago é, na quarta semana, apenas uma estrutura tubular curta. Uma ligeira dilatação
indica o local do primórdio do estômago. No início, ele aparece como um alargamento fusiforme
da porção caudal do intestino anterior e está orientado no plano mediano. Esse primórdio logo
se expande e se amplia dorsoventralmente. A face dorsal cresce mais rapidamente que a
ventral, demarcando a grande curvatura do estômago.
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● Rotação do estômago
A medida que cresce, o estômago gira em 90° no sentido horário em torno do eixo longitudinal.
Os efeitos disso são:
○ A face ventral (pequena curvatura) se desloca para a direita e a dorsal (grande
curvatura) para a esquerda
○ O lado esquerdo original vira a porção ventral e o lado direito vira a porção
dorsal
● Mesentérios do estômago
O estômago está suspenso na parede dorsal da cavidade abdominal pelo mesentério dorsal –
o mesogástrio dorsal. Está originalmente no plano mediano, mas é levado para a esquerda
durante a rotação da bolsa omental. O mesentério dorsal – mesogástrio ventral – prende o
estômago e o duodeno ao fígado e à parede ventral
● Estenose pilórica hipertrófica congênita
Expressivo espessamento do piloro. Hipertrofia das fibras musculares circulares e, em menores
proporções, das longitudinais. Gera obstrução da passagem de alimento e grande distensão do
estômago. Vômito em jato é um de seus sintomas.
Desenvolvimento do Duodeno
Desenvolve-se a partir da porção caudal do intestino anterior, cranial do intestino médio e do
mesênquima esplâncnico associado ao endoderma dessas porções do intestino primitivo. A
junção das duas porções do duodeno situa-se logo após a origem do ducto biliar. Cresce
rapidamente, tem formato de C e é vascularizado tanto pela artéria celíaca quanto mesentérica,
pois é formado pelos intestinos anterior e médio. A luz do duodeno é obliterada entre a quinta e
a sexta semana, com a proliferação das células epiteliais. A vacuolização duodenal
(degeneração das células epiteliais que "tampam o duodeno") promove a recanalização,
normalmente no fim do período embrionário.
● Estenose duodenal
Estreitamento da luz do duodeno. Falha na recanalização da luz do duodeno em ocorrência
de defeitos da vacuolização duodenal (degeneração das células epiteliais que "tampam o
duodeno").
● Atresia duodenal
Presença de duodeno com fundo cego no feto. Não é comum, possivelmente tenha ligações
autossômicas recessivas. Há distensão do epigástrio, em razão das regiões superior e média
do estômago estarem demasiadamente cheias. A êmese biliar (vômito de bile) é muito comum
e inicia-se já nas primeira horas pós nascimento. O polidrâmnio também ocorre porque a
atresia duodenal impede a absorção plena de líquido amniótico pelos intestinos.
Referência:
Lucas Monteiro
Turma 81B
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 8ªed. Rio de Janeiro. Elsevier Ed.
2008
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