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PROJETO DE
ARQUITETURA E
URBANISMO I
MÓDULO I
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO
E como projetar, de fato, algo que possa estar em nossa mente e fazer com que tal
sonho se torne realidade? Esse é o desafio do arquiteto: concretizar sonhos e torná-los
possíveis, preservando a segurança e o bem estar do usuário.
Criar em Arquitetura está relacionado com o modo de expressar nossas ideias de
um jeito criativo e funcional, sempre respeitando o território destinado ao determinado
projeto e aquele que irá usufruir desse lugar.
E o que é a criatividade?
A criatividade, segundo Cave (1999), é a tradução dos talentos humanos para uma
realidade exterior nova, dentro de um contexto individual, social e cultural. Tal tradução é
feita recombinando objetos já existentes de maneiras diferentes – objetivando um novo
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propósito – ou reinterpretando a forma com que esses objetos ou fatos estão inter-
relacionados. Em ambos os casos, a criatividade é uma habilidade para gerar
novidade, trazendo soluções úteis para resolver os problemas e desafios do nosso
cotidiano.
Figura 3: Criatividade.
Fonte: http://www.implantandomarketing.com/ser-ou-nao-ser-criativo-eis-a-questao-6-perguntas-sobre-
criatividade/
Inspiração Divina:
Segundo Platão, “... Deus arrebata o espírito desses homens (poetas) e usa-os
como seus ministros, da mesma forma que com os adivinhos e videntes, a fim de que os
que os ouvem saibam que não são eles que proferem as palavras de tanto valor quando
se encontram fora de si, mas que é o próprio Deus que fala e se dirige por meio deles.”
(KNELLER, 1978).
Loucura:
Por ser considerado algo aparentemente espontâneo e irracional, por pensadores da
Antiguidade Clássica, a investigação da criatividade chegou a ser pensada de forma
patológica por Lombroso (1891);
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Gênio Intuitivo:
No final do Renascimento surge a noção do gênio, conceito para explicar a
capacidade criativa de Leonardo Da Vinci, Michelangelo e outros mestres da arte. Ao
longo do século XVIII, vários pensadores associaram a criatividade com genialidade
(SOUZA, 2001);
Força Vital:
A criatividade foi considerada manifestação inerente à vida devido a reflexos da
teoria da evolução de Darwin. Sinnott (1092) afirmava que a vida é criativa porque se
organiza e regula a si mesma e porque está continuamente originando novidades.
Desse modo, a Arquitetura tem que ser capaz de resolver problemas não triviais. Um
problema não trivial é aquele cuja solução nem os meios para alcança-la sejam óbvios de
início (Kim, 1990 apud Souza, 2001).
Ao idealizarmos um projeto, assimilamos as mais diversas informações em nosso
cérebro para dimensionar um ambiente construído que atenda as necessidades do
usuário. Toda essa assimilação é fruto de muito estudo e da nossa criatividade.
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2) INCUBAÇÃO
Nessa segunda fase o nosso inconsciente entra em ação e elabora inesperadas
conexões, que serão a essência da criação.
O inconsciente, “desimpedido pelo intelecto literal, faz as inesperadas conexões que
constituem a essência da criação” (KNELLER, 1978, p.67 apud SOUZA, 2001 p. 34).
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Figura 6: O processo de preparação envolve muita leitura e estudos sobre o problema a ser solucionado.
Fonte: http://blog.obravip.com.br/blogs-de-arquitetura-para-inspirar/;
https://arcoweb.com.br/noticias/arquitetura/12-arquitetos-seus-famosos-croquis
3) INSPIRAÇÃO
A denominada terceira fase do processo de criação é o momento da gênese da
ideia, onde a síntese ocorre para o homem criativo.
Pode ocorrer nos momentos mais inesperados (ao se deitar, quando estiver na
academia, etc). Trata-se da solução pura e genial para o problema. Essa solução, no
entanto, deve ainda ser testada para se verificar a sua validade em termos práticos, e é
este o objeto da fase de verificação (SOUZA, 2001).
4) VERIFICAÇÃO
Nesta fase, o intelecto termina a obra que a imaginação iniciou. O criador analisa,
julga e testa sua ideia para avaliar sua adequação.
Uma vez já sabido sobre a origem e as fases do processo criativo, vem a indagação:
como potencializar o processo criativo?
Afinal, uma boa ideia não pode vir em nossa mente apenas esporadicamente: a
Arquitetura em si é um exercício de criatividade constante, onde temos que aliar o tempo
de projeto com o prazo a ser executado, dentre outros fatores (recursos disponíveis,
execução, etc).
De acordo com o professor Schultz, da Buffalo University (EUA), algumas técnicas
podem ser utilizadas para potencializar a criatividade, dentre elas:
Escrever ao menos uma ideia por dia: ao realizar uma atividade de projeto
específica, vá arquivando todas suas ideias – seja em forma textual ou croquis;
Fazer anotações: pequenos textos explicando determinado detalhe projetual ou
objetivo de uma intervenção;
Armazenar ideias: em um mundo tão voltado à internet nos dias de hoje, aproveite
para montar pastas sobre determinados assuntos que contenham ideias sobre
projetos (exemplo: escadas, telhados, paisagismo, etc.);
Desenvolver uma forte curiosidade: saia da sua ‘zona de conforto’, busque por
ideias realmente inovadoras (mas que seja possível de ser realizada);
Aprender a escutar e ouvir: analise todas as opiniões que dizem respeito ao seu
projeto e avalie a melhor forma de modifica-lo. Lembre-se que um projeto sempre
passará por inúmeros estudos antes de se tornar o definitivo;
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Desenvolver novas fontes de ideias: a internet pode ser uma fonte valiosa para buscarmos
ideias criativas para um projeto, mas, às vezes o seu próprio cotidiano poderá ser capaz
de te inspirar para grandes soluções (um determinado material que utiliza com frequência,
o tipo de arquitetura do seu local de trabalho, etc);
Usar seu tempo ocioso com sabedoria: mais uma vez, vamos falar da internet. Ela
pode ser uma fonte rica para suas pesquisas projetuais, você pode ter acesso a
projetos a nível mundial em um clique... Aproveite o seu tempo ocioso para buscar
mais conhecimento.
Uma vez compreendido as etapas do processo criativo e o que devemos fazer para
potenciar tal ‘ferramenta’ de sucesso para os nossos projetos, é importante relembrarmos
a importância do desenho livre (croquis) para a interpretação de ideias em Arquitetura.
A interação entre o arquiteto e o seu croqui foi chamada por Schon (1983; 1988) de
“uma conversa com o desenho”, onde o autor refere aos croquis de concepção usados
pelos arquitetos e designers como um meio de reflexão em ação. Ou seja, através do
croqui o arquiteto consegue conversar com suas próprias ideias (de MENEZES, 2009).
Nesse primeiro momento, a disciplina Espaço e Forma tem como objetivo principal
motivá-los a soltar a imaginação para a criação de formas em Arquitetura, de modo que a
ferramenta croqui é essencial para esse contato inicial com o desenvolvimento de
projetos.
Ao longo da disciplina iremos expandir nosso conhecimento e soltar nossa
imaginação. Vamos em frente!
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EXERCÍCIOS COMENTADOS
Com base no trecho sobre a obra de Aitken e nos estudos do Tópico 1, descreva
qual foi o recurso de projeto mais importante dessa obra do artista.
( ) O criador analisa, julga e testa sua ideia para avaliar sua adequação.
( ) Coleta e manipulação do maior número de dados e elementos possíveis
pertinentes ao problema a ser solucionado.
( ) Solução pura e genial para o problema.
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RESPOSTAS
1) A obra de Aitken possui uma arquitetura única, envolvendo nossa audição e
imaginação através dos sons oriundos do interior da terra. A própria forma da
arquitetura faz alusão a um crescimento, parecendo que está ‘brotando’ da terra. O
recurso de projeto mais importante foi o uso da CRIATIVIDADE para estabelecer
cada detalhe de sua obra, conquistando os visitantes que visitam o parque de
Inhotim.
2) D
3) B
4) A ordem correta é: Preparação -> Incubação -> Inspiração -> Verificação
5) As técnicas possíveis são:
Escrever ao menos uma ideia por dia;
Fazer anotações;
Armazenar ideias;
Observar e absorver;
Desenvolver uma forte curiosidade;
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
De Menezes, Alexandre Monteiro. "Percepção, memória e criatividade em
arquitetura." Cadernos de Arquitetura e Urbanismo 14.15 (2009): 15-48.
KNELLER, George Frederick. Arte e ciência da criatividade. 17 ed. São Paulo: Ibrasa,
1978, p. 32.
LOMBROSO, Cesare. The man of genius. Londres: Walter Scott, 1891.
SINNOT, Edmund. Creative imagination: man’s unique distinction. The graduate journal,
University of Texas, Spring, 1962.
Souza, Bruno Carvalho Castro. Criatividade: uma arquitetura cognitiva. Diss. Universidade
Federal de Santa Catarina, 2001.
CAVE, Charles. Creativity web. Disponível em:<
http://members.optusnet.com.au/charles57/Creative/index2.html>. Acesso em 10 jun.2017
O processo criativo. Disponível em: http://www.implantandomarketing.com/ser-ou-nao-ser-
criativo-eis-a-questao-6-perguntas-sobre-criatividade/. Acesso em 10 jun. 2017.