Você está na página 1de 17

1

PROJETO DE
ARQUITETURA E
URBANISMO I
MÓDULO I
TÓPICO 1

PROFESSORA MESTRA JULIANA MARA B.M. HYBINER


2

INTRODUÇÃO

O primeiro tópico que iremos abordar na disciplina trata-se da importância do


projeto arquitetônico nas atividades relacionadas com a construção civil. Um projeto
bem executado é sinônimo de um estudo prévio detalhado, rico em informações técnicas
pertinentes à elaboração da forma final da edificação ou ambiente construído.
Ao longo de todas as disciplinas de Projeto Arquitetônico que nosso curso oferece,
foram separados alguns dos temas mais importantes para serem trabalhados
semestralmente; sendo assim, por questões didáticas, a cada semestre será possível
compreender um pouco sobre determinado ambiente construído: residências,
escolas, unidades básicas de saúde, conjuntos habitacionais, etc.
Nesse primeiro contato com a disciplina de projeto o tema é, por vezes, mais
abrangente: iremos estudar ESPAÇO e FORMA. Ou seja: como se dão as construções
que observamos e iremos um dia projetar no espaço físico? Quais os tipos de formas
mais frequentes? Quais as formas arquitetônicas mais ‘ousadas’? Como criar em
Arquitetura? Quem são os arquitetos conhecidos a nível mundial e quais suas obras mais
importantes?

Figura 1: Formas em Arquitetura.


Fonte: http://cenapop.virgula.uol.com.br/2016/06/10/115525-fotografo-clica-padroes-na-arquitetura-e-do-
cotidiano-em-serie/; http://jvillavisencio.blogspot.com.br/2011/12/arquitetura-redes-imagens-e-o.html;
http://www.institutobramante.com.br/arquitetura-novo-museu-de-historia-natural-de-lyon/
3

Enfim, uma introdução ao ‘mundo’ do processo de projeto se faz necessária para


sabermos quais pontos deveremos atingir quando formos projetar, seja uma residência,
um edifício, etc.
Para isso, todo o conhecimento prévio que você obteve ao longo das disciplinas de
desenho será imprescindível para o desenvolvimento do nosso curso: o desenho manual
artístico possibilitará criar inúmeras formas arquitetônicas em forma de croquis; o desenho
técnico já nos revela com certa precisão e rigor quais as suas intenções projetuais; o
desenho auxiliado por computador nos revela a forma final de uma determinada
edificação.
Além disso, alguns conceitos iniciais serão abordados para começarmos a pensar
em como se inicia, de fato, um projeto arquitetônico, informações importantes que
precisam ser levadas em consideração e as etapas do processo de projeto.
Tenho a certeza que será um rico aprendizado!
4

MÓDULO I – ESPAÇO E FORMA


Tópico 1 - Introdução A Disciplina
É sabido que, em 1995, o casal de artistas Christo e Jeanne-Claude cobriram o
então Reichstag – sede do parlamento alemão em Berlim, com 100 mil metros quadrados
de tecido e ali, com inúmeras pessoas se amontoando para verem a instalação da arte, a
arquiteta iraquiana Zaha Hadid concluiu: “as pessoas estão interessadas em projetos
que fazem a fantasia se tornar realidade”.

Figura 2: Reichstag coberto em 1995.


Fonte: http://www.dw.com/pt-br/exposi%C3%A7%C3%A3o-relembra-empacotamento-do-reichstag/a-
18878928

E como projetar, de fato, algo que possa estar em nossa mente e fazer com que tal
sonho se torne realidade? Esse é o desafio do arquiteto: concretizar sonhos e torná-los
possíveis, preservando a segurança e o bem estar do usuário.
Criar em Arquitetura está relacionado com o modo de expressar nossas ideias de
um jeito criativo e funcional, sempre respeitando o território destinado ao determinado
projeto e aquele que irá usufruir desse lugar.
E o que é a criatividade?
A criatividade, segundo Cave (1999), é a tradução dos talentos humanos para uma
realidade exterior nova, dentro de um contexto individual, social e cultural. Tal tradução é
feita recombinando objetos já existentes de maneiras diferentes – objetivando um novo
5

propósito – ou reinterpretando a forma com que esses objetos ou fatos estão inter-
relacionados. Em ambos os casos, a criatividade é uma habilidade para gerar
novidade, trazendo soluções úteis para resolver os problemas e desafios do nosso
cotidiano.

Figura 3: Criatividade.
Fonte: http://www.implantandomarketing.com/ser-ou-nao-ser-criativo-eis-a-questao-6-perguntas-sobre-
criatividade/

Quando abordamos o tema criatividade, estamos falando sobre vários pontos de


vista na busca de um entendimento mais amplo sobre esse assunto, uma vez que não há
uma teoria universalmente aceita para esse tema: desde a Antiguidade Clássica o tema é
abordado através do pensamento filosófico e foi quando o método científico surgiu, de
fato, que a criatividade passou a possuir fundamentações mais consolidadas.
Dessa forma, a criatividade já foi considerada:

 Inspiração Divina:
Segundo Platão, “... Deus arrebata o espírito desses homens (poetas) e usa-os
como seus ministros, da mesma forma que com os adivinhos e videntes, a fim de que os
que os ouvem saibam que não são eles que proferem as palavras de tanto valor quando
se encontram fora de si, mas que é o próprio Deus que fala e se dirige por meio deles.”
(KNELLER, 1978).

 Loucura:
Por ser considerado algo aparentemente espontâneo e irracional, por pensadores da
Antiguidade Clássica, a investigação da criatividade chegou a ser pensada de forma
patológica por Lombroso (1891);
6

 Gênio Intuitivo:
No final do Renascimento surge a noção do gênio, conceito para explicar a
capacidade criativa de Leonardo Da Vinci, Michelangelo e outros mestres da arte. Ao
longo do século XVIII, vários pensadores associaram a criatividade com genialidade
(SOUZA, 2001);

 Força Vital:
A criatividade foi considerada manifestação inerente à vida devido a reflexos da
teoria da evolução de Darwin. Sinnott (1092) afirmava que a vida é criativa porque se
organiza e regula a si mesma e porque está continuamente originando novidades.

Tendo o tema criatividade inserido no campo das ciências aplicadas, como a


Arquitetura, temos então uma gama quase infinita de informações, oriundas de situações
diversas, que nos permite criar projetos capazes de atender e impressionar o usuário final
de forma positiva.

Figura 4: Como criar em Arquitetura.


Fonte: Adaptado de http://www.search-usability.com/architecture-tips/information-architects-seo.html;
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.029/740

Desse modo, a Arquitetura tem que ser capaz de resolver problemas não triviais. Um
problema não trivial é aquele cuja solução nem os meios para alcança-la sejam óbvios de
início (Kim, 1990 apud Souza, 2001).
Ao idealizarmos um projeto, assimilamos as mais diversas informações em nosso
cérebro para dimensionar um ambiente construído que atenda as necessidades do
usuário. Toda essa assimilação é fruto de muito estudo e da nossa criatividade.
7

Figura 5: A Arquitetura solucionando problemas não triviais.


Fonte: Adaptado de https://terrenos.urbamais.com.br/blog/page/5/;
https://blogdopetcivil.com/2012/12/03/terrenos-inclinados/.

De acordo com Kneller (1978), o processo de criação para resolução de tais


problemas envolve: preparação; incubação; inspiração; verificação. Abordaremos sobre
esses quatro itens a seguir.
1) PREPARAÇÃO
Essa primeira fase do processo criativo envolve a coleta e manipulação do maior número
de dados e elementos possíveis pertinentes ao problema a ser solucionado. Ou seja, ler,
anotar, interpretar as anotações e discuti-las, pesquisar, rabiscar... Essas são
ferramentas-chave para o processo de preparação (Fig. 6).

2) INCUBAÇÃO
Nessa segunda fase o nosso inconsciente entra em ação e elabora inesperadas
conexões, que serão a essência da criação.
O inconsciente, “desimpedido pelo intelecto literal, faz as inesperadas conexões que
constituem a essência da criação” (KNELLER, 1978, p.67 apud SOUZA, 2001 p. 34).
8

Figura 6: O processo de preparação envolve muita leitura e estudos sobre o problema a ser solucionado.
Fonte: http://blog.obravip.com.br/blogs-de-arquitetura-para-inspirar/;
https://arcoweb.com.br/noticias/arquitetura/12-arquitetos-seus-famosos-croquis

3) INSPIRAÇÃO
A denominada terceira fase do processo de criação é o momento da gênese da
ideia, onde a síntese ocorre para o homem criativo.
Pode ocorrer nos momentos mais inesperados (ao se deitar, quando estiver na
academia, etc). Trata-se da solução pura e genial para o problema. Essa solução, no
entanto, deve ainda ser testada para se verificar a sua validade em termos práticos, e é
este o objeto da fase de verificação (SOUZA, 2001).

4) VERIFICAÇÃO
Nesta fase, o intelecto termina a obra que a imaginação iniciou. O criador analisa,
julga e testa sua ideia para avaliar sua adequação.

Figura 7: As etapas do processo de criação.


Fonte: Adaptado de Kneller, 1978.
9

Uma vez já sabido sobre a origem e as fases do processo criativo, vem a indagação:
como potencializar o processo criativo?
Afinal, uma boa ideia não pode vir em nossa mente apenas esporadicamente: a
Arquitetura em si é um exercício de criatividade constante, onde temos que aliar o tempo
de projeto com o prazo a ser executado, dentre outros fatores (recursos disponíveis,
execução, etc).
De acordo com o professor Schultz, da Buffalo University (EUA), algumas técnicas
podem ser utilizadas para potencializar a criatividade, dentre elas:
 Escrever ao menos uma ideia por dia: ao realizar uma atividade de projeto
específica, vá arquivando todas suas ideias – seja em forma textual ou croquis;
 Fazer anotações: pequenos textos explicando determinado detalhe projetual ou
objetivo de uma intervenção;

Figura 8: Potencializando o processo criativo.


Fonte: http://www.gestaoporprocessos.com.br/seis-conselhos-para-escrever-bem/

 Armazenar ideias: em um mundo tão voltado à internet nos dias de hoje, aproveite
para montar pastas sobre determinados assuntos que contenham ideias sobre
projetos (exemplo: escadas, telhados, paisagismo, etc.);

Figura 9: Potencializando o processo criativo.


Fonte: Adaptado de http://br.blog.trello.com/como-organizar-arquivos-e-pastas/
10

 Observar e absorver: ao assistir e ler nossas aulas e outros conteúdos voltados


para a área reserve um tempo para interpretar e absorver tais informações;

Figura 10: Potencializando o processo criativo.


Fonte: Adaptado de https://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-royalty-free-pensando-imaginando-o-
homem-de-neg%C3%B3cios-com-bolha-do-discurso-image26853539

 Desenvolver uma forte curiosidade: saia da sua ‘zona de conforto’, busque por
ideias realmente inovadoras (mas que seja possível de ser realizada);

Figura 11: Potencializando o processo criativo.


Fonte: http://www.ibccoaching.com.br/portal/como-sair-da-zona-de-conforto/

 Aprender a escutar e ouvir: analise todas as opiniões que dizem respeito ao seu
projeto e avalie a melhor forma de modifica-lo. Lembre-se que um projeto sempre
passará por inúmeros estudos antes de se tornar o definitivo;
11

Figura 12: Potencializando o processo criativo.


Fonte: https://pt.slideshare.net/bergamobr/tfg-projeto-de-arquitetura-roberto-bergamo-2010

 Desenvolver novas fontes de ideias: a internet pode ser uma fonte valiosa para buscarmos
ideias criativas para um projeto, mas, às vezes o seu próprio cotidiano poderá ser capaz
de te inspirar para grandes soluções (um determinado material que utiliza com frequência,
o tipo de arquitetura do seu local de trabalho, etc);

Figura 13: Potencializando o processo criativo.


Fonte: http://br.freepik.com/fotos-gratis/desenho-urbano_18407.htm
12

 Construir grandes ideias a partir de pequenas ideias: muitos dos conceitos de


arquitetura sustentável, por exemplo, partem de soluções simples e de baixo custo.
Uma boa ideia não significa ter um grau elevado de complexidade, nem tampouco
onerosa;

Figura 14: Potencializando o processo criativo.


Fonte: http://www.sermelhor.com.br/ecologia/lampada-de-garrafa-pet-luz-de-graca-e-economia-na-conta-de-
energia.html

 Usar seu tempo ocioso com sabedoria: mais uma vez, vamos falar da internet. Ela
pode ser uma fonte rica para suas pesquisas projetuais, você pode ter acesso a
projetos a nível mundial em um clique... Aproveite o seu tempo ocioso para buscar
mais conhecimento.

Figura 15: Potencializando o processo criativo.


Fonte: Google
13

Uma vez compreendido as etapas do processo criativo e o que devemos fazer para
potenciar tal ‘ferramenta’ de sucesso para os nossos projetos, é importante relembrarmos
a importância do desenho livre (croquis) para a interpretação de ideias em Arquitetura.
A interação entre o arquiteto e o seu croqui foi chamada por Schon (1983; 1988) de
“uma conversa com o desenho”, onde o autor refere aos croquis de concepção usados
pelos arquitetos e designers como um meio de reflexão em ação. Ou seja, através do
croqui o arquiteto consegue conversar com suas próprias ideias (de MENEZES, 2009).
Nesse primeiro momento, a disciplina Espaço e Forma tem como objetivo principal
motivá-los a soltar a imaginação para a criação de formas em Arquitetura, de modo que a
ferramenta croqui é essencial para esse contato inicial com o desenvolvimento de
projetos.
Ao longo da disciplina iremos expandir nosso conhecimento e soltar nossa
imaginação. Vamos em frente!
14

Figura 16: Croqui, a conversa do arquiteto com suas próprias ideias.


Fonte: SCHON, 1983; 1988 apud de MENEZES, 2009;
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.134/3974

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1) Sons Da Terra – Doug Aitken (Inhotim)


“Uma fratura exposta na terra abriu outra fenda em Doug Aitken. Quando o artista viu a
mina aberta do outro lado da montanha em Brumadinho, decidiu que nenhuma imagem
expressaria a mesma sensação, a não ser a própria paisagem de terra vermelha, mata
verde e montanhas azul profundo.
Em Inhotim, Aitken desistiu de fabricar imagens e buscou só a trilha sonora para o ‘efeito
alucinógeno’ de toda a terra.
Cavou um buraco de 200 metros no alto de uma montanha e instalou oito microfones ao
longo do trajeto. O som, do gotejar de lençóis freáticos ao estrepitar de rochas
desconhecidas, reverbera numa construção de vidro em volta do rasgo. "Queria focar a
percepção do espectador, não de um jeito dominante, mas oferecer uma vista de cada
vez", diz o artista. ‘Isso dá forma arquitetônica ao som: o buraco no meio cria perspectiva,
um vórtice ótico’, disse o artista.“
15

Figura: Sons da Terra, por Doug Aitken


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2608200909.htm

Com base no trecho sobre a obra de Aitken e nos estudos do Tópico 1, descreva
qual foi o recurso de projeto mais importante dessa obra do artista.

2) Sobre criatividade, é correto afirmar, exceto:


a) Já foi considerada inspiração divina e até loucura, no período da Antiguidade
Clássica.
b) Já esteve relacionada com a teoria da evolução de Darwin.
c) Michelangelo e Da Vinci eram artistas muito criativos.
d) A criatividade é um processo que ocorre em períodos previamente definidos.
e) A criatividade possui um processo que consiste em quatro fases.

3) Assinale a opção que preenche adequadamente as lacunas abaixo:


(1) Inspiração
(2) Verificação
(3) Preparação
(4) Incubação

( ) O criador analisa, julga e testa sua ideia para avaliar sua adequação.
( ) Coleta e manipulação do maior número de dados e elementos possíveis
pertinentes ao problema a ser solucionado.
( ) Solução pura e genial para o problema.
16

( ) O nosso inconsciente entra em ação e elabora inesperadas conexões, que serão


a essência da criação
a) A ordem correta é: 1, 2, 3, 4.
b) A ordem correta é: 2,3,1,4
c) A ordem correta é: 2,1,3,4.
d) A ordem correta é: 1, 2, 4,3.
e) A ordem correta é: 3,2,1,4.

4) Com base nos estudos do Tópico 1, descreva a ordem das as etapas do


processo criativo:

5) Algumas técnicas podem ser utilizadas para potencializar o processo


criativo. Escreva qual delas você considera indispensável e por que.

RESPOSTAS
1) A obra de Aitken possui uma arquitetura única, envolvendo nossa audição e
imaginação através dos sons oriundos do interior da terra. A própria forma da
arquitetura faz alusão a um crescimento, parecendo que está ‘brotando’ da terra. O
recurso de projeto mais importante foi o uso da CRIATIVIDADE para estabelecer
cada detalhe de sua obra, conquistando os visitantes que visitam o parque de
Inhotim.
2) D
3) B
4) A ordem correta é: Preparação -> Incubação -> Inspiração -> Verificação
5) As técnicas possíveis são:
 Escrever ao menos uma ideia por dia;
 Fazer anotações;
 Armazenar ideias;
 Observar e absorver;
 Desenvolver uma forte curiosidade;
17

 Aprender a escutar e ouvir;


 Desenvolver novas fontes de ideias;
 Construir grandes ideias a partir de pequenas ideias;
 Usar seu tempo ocioso com sabedoria.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
De Menezes, Alexandre Monteiro. "Percepção, memória e criatividade em
arquitetura." Cadernos de Arquitetura e Urbanismo 14.15 (2009): 15-48.
KNELLER, George Frederick. Arte e ciência da criatividade. 17 ed. São Paulo: Ibrasa,
1978, p. 32.
LOMBROSO, Cesare. The man of genius. Londres: Walter Scott, 1891.
SINNOT, Edmund. Creative imagination: man’s unique distinction. The graduate journal,
University of Texas, Spring, 1962.
Souza, Bruno Carvalho Castro. Criatividade: uma arquitetura cognitiva. Diss. Universidade
Federal de Santa Catarina, 2001.
CAVE, Charles. Creativity web. Disponível em:<
http://members.optusnet.com.au/charles57/Creative/index2.html>. Acesso em 10 jun.2017
O processo criativo. Disponível em: http://www.implantandomarketing.com/ser-ou-nao-ser-
criativo-eis-a-questao-6-perguntas-sobre-criatividade/. Acesso em 10 jun. 2017.

Você também pode gostar