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de investigação e ensino
- campo intelectual
A literatura guia-se tanto numa perspectiva diacrónica (estudo extensivo a todo tempo) como
sincrónica (estudo limitado a um período de tempo), incluindo a descrição, a explicação e a
interpretação dos textos literários, bem assim, a elaboração das metalinguagens, dos métodos e
dos instrumentos necessários à realização destas operações cognitivas.
A constituição do campo dos estudos literários contou com um longo processo de realização de
acções de:
- teorização;
- investigação;
- crítica literária;
Formalismo russo;
Circulo Linguístico de Praga;
New criticism anglo-norte americano;
Estilística.
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Mestre Mavangu
Estudos Literários II (EL II) – 4º Ano/Curso de Licenciatura em Ensino de Português
Boris Tomaševskij explica que “o objectivo da poética (ou da teoria da arte verbal/
literatura) é o estudo dos modos como são construídas as obras literárias” (1925, no
inicio da sua Teoria da Literatura);
René Wellek que, em 1949, publicou a sua obra intitulada Teoria da Literatura;
Roman Jakobson, que criou o termo e conceito de Literariedade, como sendo “aquilo
que faz de uma determinada obra uma obra literaria”, etc.
um conjunto de normas e preceitos que ensinam e orientam o poeta na criação das suas
obras (equivalendo à TL);
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Mas também pode ser entendida como qualquer exposição ou compêndio de regras, de
convenções ou de preceitos respeitantes à composição dos poemas líricos ou
dramáticos ou ainda à construção dos versos.
2.Teoria da Literatura: disciplina que estuda o sistema literário, enquanto uma entidade
teorética equivalente à langue saussureana, e não tem como seu objecto de estudo a obra literária
individual e concreta, mas sim, elaborar os conceitos, as hipóteses explicativas, os métodos e os
instrumentos da descrição e análise que permitirão conhecer com rigor sistemático a obra
literária concreta e individual (SILVA,2001: pp. 16-18).
3. Ciência da Literatura
Na 2ª metade do séc XIX, nas principais línguas europeias distinguia-se crítica/análise literária
produzida e dirigida para leitores não especializados daquela dirigida para público especializado.
Por exemplo, na alemã o termo literaturkritik-era a crítica para público não especializado; e
literaturwissenschast – para público especializado); na língua inglesa, a par de literary criticism
– dirigida tanto ao público não especializado como para o especializado, usava-se
frequentemente o termo literary scholarship – produzida a partir de projectos de investigação
regidas por padrões de cientificidade); na língua francesa a expressão Critique littéraire
designava a crítica publicada fora das universidades, enquanto que critique littéraire
universitaire, referia-se a publicada em contextos univesitários.
Contudo, hoje, a Ciência da Literatura tal como a Poética como a Teoria da Literatura
coincidem tanto em fundamentos teóricos como nos métodos e objectivos, pois ambas
disciplinas procuram construir a gramática do discurso literário, visando alcançar a
inteligibilidade da obra literária concreta e individual (SILVA, 2001: pp.18-21).
4.Retórica é uma técnica (technē rētorikē) ou arte (ars oratoria) que consiste num sistema de
normas que ensinam a utilizar adequadamente a língua com a finalidade de produzir textos
persuasivos, ou, segundo Aristóteles, uma técnica cuja função é “ver os meios de persuasão que
existem relativamente a cada argumento”
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5. Crítica Literária – crítica deriva do grego krinō, que significa ‘separar’, ‘distinguir’,
‘julgar’. Dos humanistas renascentistas extrai-se o significado da arte crítica, que é o saber
respeitante a reconstituição, correcção, edição de textos antigos, separando, p.ex., versos
interpolados dos versos autênticos, apurando autorias, etc. Deste significado, o termo crítica
passou a significar ‘apreciação e juízo de um autor ou de uma obra baseados no bom gosto e
na cultura, autonomizando-se o seu uso em relação à gramática e à retórica.
A crítica literária deve ser entendida como o estudo de um texto literário concreto ou de um
determinado conjunto de obras literárias diferentemente da TL e HL, e pode apresentar tanto
uma orientação diacrónica como uma orientação sincrónica, pode ocupar-se tanto de aspectos
estilísticos e retóricos como de aspectos temáticos ou semânticos, pode constituir-se quer
psicocrítica, quer sociocrítica, etc.
A crítica literária:
Pode e deve utilizar elementos e instrumentos de ordem científica que a TL elabora, cultivando
a precisão terminológica e conceptual e o rigor metodológico;
Assim entendida
Segundo SCHLEGEL apud SILVA, (2001: P.27). “a literatura devia ser estudada no seu
desenvolvimento orgânico, nas suas várias épocas, procurando-se reconstituir a complexa
interacção existente entre a herança e a criatividade individual e relacionar os autores e as
obras com os grandes movimentos espirituais e culturais da sua época, com os acontecimentos
políticos do seu tempo, com a sociedade de que faziam parte, etc.”.
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A crise do conceito da história literária, que começa nas primeiras décadas do século XX, foi
derivada pelos exageros e usos abusivos da erudição, factualismo, biografismo (designado por
método histórico-literário) em detrimento dos elementos estéticos, bem como pela crise do
próprio conceito de história que o Romantismo construiu. Mas também esta crise tem a ver com
a própria ontologia dos textos literários e com a resistência que essa ontologia oferece à
indagação e à análise históricas.
Em suma, como nos ensina GUSTAVE LANSON, citado por SILVA (2001:p.28-29), a
história literária tem de se ocupar dos fenómenos que configuram a literatura como
instituição. Tem de analisar os agentes e os mecanismos da produção literária (quem
escreve, quem edita, círculos difusores, instâncias do poder intervenientes no processo
produtivo), e os agentes e os mecanismos de recepção literária (quem lê, como se lê, onde
se lê, quem ensina/orienta a leitura).
7. Estilística deve ser entendida como o “estudo dos textos literários e do seu estilo, do modo
peculiar como em cada obra está plasmada e utilizada a linguagem verbal” (SILVA, 2001:
p.29).
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De harmonia com o que ficou afirmado acima, a estilística de BALLY “é uma disciplina
estritamente linguística, deliberadamente alheada dos problemas suscitados e afectivos”.
A estilística literária ou crítica estilística tem a sua origem na linguística idealista de KARL
VOSSLER (1872-1949) e, indirectamente, no pensamento estético de BENEDITO CROCE
(1866-1952).
8.Interdisciplinaridade
De acordo com SILVA (2001: p.31) a Interdisciplinaridade no campo dos estudos literários
processa-se pela busca frequente que as diferentes disciplinas fazem dos fundamentos, conceitos
e instrumentos operatórios, modelos descritivos e analíticos, noutras disciplinas, estabelecendo
com elas uma articulação mais ou menos profunda.
PROFISSÃO DA FÉ
Imito o amor
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A pedra firo:
O ônix prefiro.
Sobre o papel
Corre o cinzel.
A ideia veste:
Azul-celeste.
A frase; e, enfim,
Como um rubim.
Dobrada ao jeito
Sem um defeito:
De Becerril.
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O olhar atento,
O pensamento.
Tanta requer,
De outro qualquer.
Serena Forma!
Questionário
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