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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU

BIOMEDICINA

Celciane Oliveira da Silva

VÍRUS ENTÉRICOS VEICULADOS POR ÁGUA:


ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS E DE
CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA

São Luís/MA
2018
Celciane Oliveira da Silva

VÍRUS ENTÉRICOS VEICULADOS POR ÁGUA:


ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS E DE
CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA

Resenha apresentada para a disciplina Micologia


e Virologia, no curso de Biomedicina, da
Faculdade Maurício de Nassau.

Prof. Maria Cristiane

São Luís/MA
2018
RESENHA

DE MORAES TAVARES Talissa. VÍRUS ENTÉRICOS VEICULADOS POR ÁGUA,


ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS E DE CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA .
2005

O artigo de Talissa de Moraes Tavares, Divina das Dores e Wilia Marta tem como
objetivo mostrar os vírus entéricos humanos como importantes causas de
enfermidades veiculadas através da água. O artigo aborda análises de amostras de
água volumosas e de métodos de concentração com grande eficiência de
recuperação para as partículas virais, para adoção de medidas preventivas que
minimizem a contaminação da água.
Os autores destacam que com os avanços recentes nas técnicas laboratoriais em
parâmetros de concentração viral e com a descoberta de métodos moleculares
altamente sensíveis e específicos, como a reação em cadeia pela polimerase (PCR),
tem sido possível aumentar o número de investigações no campo da virologia
aquática.
No primeiro tópico, Caracterização Dos Patógenos Virais Entéricos, se faz uma
abordagem sobre as doenças virais veiculadas por meio da água e os tipos de vírus
entéricos que estão presentes no trato gastrintestinal humano. Segundo os autores,
os vírus entéricos podem ser divididos em dois grupos de acordo com o crescimento
em culturas celulares. O primeiro grupo inclui os enterovírus como poliovírus,
coxsackievírus e echovírus, que têm bom crescimento e caracterização em culturas
de células de primatas e que, normalmente, não causam doenças gastrointestinais.
O segundo grupo inclui rotavírus, astrovírus, adenovírus 40/41, calicivírus (norovírus
e saporovírus) e vírus das hepatites A e E, os quais são agentes causais de
gastrenterites ou hepatites e dificilmente crescem em culturas celulares.
No segundo tópico, Investigações De Surtos Virais Veiculados Pela Água, retrata os
levantamentos epidemiológicos conduzidos em diferentes países e também em
algumas cidades brasileiras, que revelam o envolvimento de vírus entéricos em
surtos associados a águas contaminadas.
Segundo os autores as ostras que são originadas de ambientes marinhos podem
contaminar-se facilmente por descargas de esgoto, por serem animais bivalves que
se alimentam por filtração. Assim, são capazes de reter materiais orgânicos ou
partículas, incluindo os vírus, presentes na água do mar. Os vírus podem
permanecer estáveis nos tecidos de moluscos bivalves comestíveis em
concentrações 100 vezes mais elevadas do que na água do mar. Para eles, esse
fato é suficiente para indicar a possibilidade de transmissão de doenças virais pela
ingestão de certos alimentos provenientes do ambiente marinho, principalmente
quando estes são consumidos crus ou mal cozidos.
No terceiro tópico, Análise Microbiológica Da Água, mostra análises microbiológicas
de rotina da qualidade da água, considerando bactérias como indicadores de
contaminação, assim como os estudos comparativos da detecção de enterovírus,
adenovírus, rotavírus, astrovírus, HAV e norovírus com coliformes fecais onde
mostram que não há correlação entre estes agentes nas amostras de água de
esgotos, rios, córregos, poços e torneiras examinadas. Mostram também as etapas
de do tratamento convencional completo da água para o consumo humano, na qual
é constituído pelos processos de aplicação de cal e coagulante, floculação,
decantação, filtração, cloração, correção de ph e fluoretação.
No quarto tópico, Análise Virológica Da Água, mostra as etapas básicas para análise
virológica da água, que são: coleta, concentração, remoção de inibidores e detecção
de vírus específicos. Mostram também as culturas de células que são métodos
tradicionais utilizados na detecção de alguns vírus, como os enterovírus, em
amostras de água concentradas, que são capazes de infectar células de origem
animal ou humana em ensaios de placa in vitro. A cultura de células, apesar de
permitir que ensaios de quantificação viral sejam realizados, não é capaz de
caracterizar sorotipos de vírus, o que é possível por meio de métodos imunológicos
ou métodos moleculares.
Para os autores, a técnica de reação em cadeia pela polimerase (PCR) apresenta
mais vantagens em relação à cultura de células para derecção de vírus, devido ao
tempo requerido por esse ensaio ser reduzido de dias ou semanas para horas, os
custos para execução dessa técnica serem menores, além de ser uma metodologia
mais fácil de ser realizada e que apresenta alta especificidade e sensibilidade
O artigo mostra os progressos laboratoriais na habilidade de concentrar e detectar
vírus entéricos a partir de amostras de água de diferentes origens ampliando assim
os conhecimentos na área da virologia ambiental. Contudo, o artigo mostra que é
necessário quem tenham continuidade nas pesquisas e que busquem o
desenvolvimento de um protocolo molecular simples, eficiente e acessível para ser
utilizado na rotina da avaliação virológica da água, como também para o
estabelecimento de um indicador viral “universal” que seja capaz de monitorar a
presença de todos os vírus patogênicos e de garantir uma boa qualidade da água
destinada ao consumo humano em termos de segurança virológica.

Palavras-chave: Água, vírus entéricos.

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