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Legislação da

Educação Básica e
Políticas Educacionais
Material Teórico
Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no
Processo Histórico da Educação Brasileira

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.a Me. Jane Garcia de Carvalho

Revisão Técnica:
Prof. Dr. Carlos Adriano Martins
Prof.a Me. Maria Stella Aoki Cerri

Revisão Textual:
Prof. Esp. Kelciane da Rocha Campos
a
Inserção e as Contribuições da Lei de
Diretrizes e Bases no Processo Histórico
da Educação Brasileira

• Introdução
• Níveis de Ensino
• Modalidades de Ensino
• Excertos da Educação Básica contidas na atual LDB

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Compreender as relações entre a atual LDB e seus reflexos na his-
tória recente da educação brasileira;
· Diferenciar e conceituar os níveis e modalidades do ensino
no Brasil.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no
Processo Histórico da Educação Brasileira

Contextualização
Nas grandes cidades, locomover-se tem sido um dos desafios cotidianos. Agora
imagine uma cidade como São Paulo sem sinalização e regras de trânsito.

Assistindo ao vídeo que se encontra no endereço a seguir, você terá uma dimensão mais
Explor

concreta do que podemos chamar de “inexistência de regras no trânsito”:


https://youtu.be/ExMASLZgcxc

O desenvolvimento da sociedade trouxe muitos benefícios a todos nós e


fortaleceu a necessidade de estabelecimento de regras que possam favorecer
nosso convívio social. A necessidade de estabelecimento de normas para que
possamos desfrutar de direitos e cumprir deveres se tornou algo imprescindível
no mundo contemporâneo.

Assim como em outros setores sociais, na educação as regras foram criadas através de leis. Na
Explor

página do Ministério da Educação, você terá acesso à legislação que rege a educação brasileira
http://portal.mec.gov.br/seb/ii

8
Introdução
Azanha (2004) destaca que a educação brasileira começa sua trajetória com a
chegada dos jesuítas em 1549. Os jesuítas exerceram o trabalho de catequese dos
nativos e de educação dos brancos que vieram morar no Brasil e daqueles que aqui
nasceram. Tratava-se de uma educação que favorecia as classes mais abastadas.

Em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal. As


mudanças educacionais estabelecidas pela reforma Pombalina não chegaram
a acontecer efetivamente na educação do Brasil Colônia, assim o país ficou
praticamente abandonado, educacionalmente, por vários anos.

Com a chegada da família real, o ensino superior foi enriquecido, porém a


situação da educação básica continuou inalterada, pois ela não era prioridade
durante o império. Sobre as ações efetivadas após a Proclamação da República,
Azanha afirma que:
Foi preciso esperar até a década de 20 para que, realmente, o debate ganhasse
espaço mais amplo. Foi nesse período que a questão educacional deixou de
ser apenas tema de reflexões isoladas e de discussões parlamentares para
ser percebida como problema nacional, isto é, como problema afeto ao
próprio destino da nacionalidade. (AZANHA, 2004, p. 105.)

Apesar da ideia da necessidade de um Plano de Educação surgir na década de 1920, foi


Explor

somente na década de 30 (1932) que foi lançado o “Manifesto dos Pioneiros da Educação
Nova”, tendo como um de seus expoentes o educador Anísio Teixeira. Para conhecer um
pouco mais sobre este Manifesto, acesse: https://goo.gl/d8GyRt

A primeira tentativa de um Plano Nacional de Educação, em 1937, estabelece


rígidos regulamentos de currículo e avaliação da pré-escola ao ensino superior.
Esse plano, no entanto, não seguiu as concepções de educação propostas pelo
“Manifesto”. Azanha (2004) aponta para três pontos que persistiram em iniciativas
posteriores: o Plano de educação deve identificar-se com diretrizes nacionais da
educação, ele deve ser fixado por lei e ele só deve ser revisto após um longo
período de vigência.

No anteprojeto da Lei nº. 4.024 de 1961, Lei de Diretrizes e Bases (LDB),


apresenta-se uma concepção de lei como “orientação” e “apoio”. Por meio desses
princípios se permitiria a elaboração em níveis estaduais e municipais de políticas
públicas com características regionais.
Porém, se a LDB afinal aprovada (Lei nº. 4.024/61) distanciou-se muito
da clareza e da sensatez do anteprojeto original, a lei que a sucedeu e
substitui em parte (Lei nº. 5.692/71) agravou sobremodo a situação
eliminando qualquer possibilidade de instituição de políticas e planos de
educação como instrumentos efetivos de um desenvolvimento desejável
da educação brasileira. (AZANHA, 2004, p. 111.)

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UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no
Processo Histórico da Educação Brasileira

A Lei 5.540/68 estabeleceu a Reforma Universitária, que fixou normas para


sua organização, funcionamento e articulação.
A Lei 5.692/71, que reformou o Ensino Primário e Médio, foi elaborada em
60 dias e não sofreu nenhum veto. Muito diferente da Lei nº. 4.024 de 1961, que
tramitou durante treze anos no Congresso.
Um dos pontos a se destacar da reforma educacional de 1971 foi a busca de
organização do núcleo comum dos currículos para todos os estabelecimentos
escolares do país. Paralelamente a essa uniformização curricular, previa-se que as
escolas também estivessem ligadas às características específicas da comunidade/
região em que estavam inseridas. Outro destaque foi a implementação do ensino
profissionalizante no antigo segundo grau (atual ensino médio).
O ano de 1996 destaca-se pela aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) –
sancionada em dezembro (Lei 9.394, de 20/12/1996, publicada no Diário Oficial
da União em 23/12/1996). Ao referir-se à LDB, Pedro Demo (1997) exalta a
influência de Darcy Ribeiro, reconhecido como um educador de ideias inovadoras
e participante ativo no Senado na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases. Desde
1988, a lei já tramitava no Congresso Federal. Em 1994, Darcy Ribeiro apresentou
um substitutivo da lei que estava sendo analisada. Ela passou de 298 artigos para
os 91 artigos aprovados pelo Congresso Federal em 1996.

Figura 1
Fonte: fundar.org.br
Explor

Caso você queira conhecer mais sobre Darcy Ribeiro visite a página:
http://www.fundar.org.br/

As mudanças políticas que ocorreram no Brasil com o final da ditadura militar


(1985) refletiram na criação da Lei 9.394/96. Ao analisarmos a lei em questão,
verificamos que, em sua elaboração, a aprendizagem é um fator de elevada
importância, tendo em vista que o objetivo maior da educação é o processo de
aprendizagem do educando.
A lei maior de nosso país, a Constituição Federal de 1988, estabelece que a
educação brasileira vise ao pleno desenvolvimento da pessoa, o seu preparo para
o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.1
1 Art. 205 e 206 da CF/88. Disponível em: <https://goo.gl/HejktZ>. Acesso em: 16 jan. 2017.

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Em se tratando da educação, a lei soberana é a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação. A LDB de 1996, Lei nº. 9394/96, em seu título V, dedica-se a
regulamentar a educação proposta na Constituição Federal, onde, embora com
uma visão ampliada de educação, dedique-se à educação escolar.

Níveis de Ensino
O sistema de ensino no Brasil, de acordo com a LDB, é composto de dois níveis:
Educação Básica e Educação Superior.
· Educação Básica2: Tem por finalidade desenvolver o educando asseguran-
do-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecendo-lhe meios de progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Apresenta três etapas: a educação infantil, o ensino fundamental e o en-


sino médio.
· Educação Infantil3 – correspondente à primeira etapa da educação
básica, tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança até os
5 anos de idade4, no que diz respeito aos aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, em complemento à ação familiar e comunitária. Deve
ser oferecida em creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até
3 anos de idade, e em pré-escolas, para crianças de 4 a 5 anos de idade.
· Ensino Fundamental5 – É etapa obrigatória da educação básica. com
duração mínima de 9 anos6. Obrigatório, a partir dos 6 anos, e gratuito na
escola pública, tem por objetivo a formação básica do cidadão7. Pode ser
organizado em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, em regime de
progressão continuada ou qualquer outra forma requerida pelo processo
de aprendizagem.

Compete aos municípios atuar prioritariamente no ensino fundamental e na


educação infantil.

Cabe, portanto, ao poder público garantir essa oferta a todos, inclusive aos que
a ela não tiveram acesso na idade própria. Segundo a LDB8, é dever dos pais ou
responsáveis efetuar a matrícula dos menores neste nível de ensino, a partir dos
sete anos.

2 TÍTULO V, CAPÍTULO II, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/q6kb0R>. Acesso em: 16 jan. 2017.
3 TÍTULO V, CAPÍTULO II, Seção II, da Lei nº. 9.394/96. Idem.
4 Lei nº. 11.274, de 7 de fevereiro de 2006, estabelece a idade de seis anos para matrícula e amplia a duração do
ensino fundamental para nove anos. Disponível em: <https://goo.gl/WuHhSc>. Acesso em: 16 jan. 2017.
5 TÍTULO V, CAPÍTULO II, Seção III, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/JVDpBP>. Acesso em:
16 jan. 2017.
6 Lei nº. 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, que altera de 8 para 9 anos a duração do Ensino Fundamental Disponível
em: <https://goo.gl/RFLq6r>. Acesso em: 16 jan. 2017.
7 Art. 32 da LDB - Lei 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/znoOUH>. Acesso em: 16 jan. 2017.
8 Art. 6º, Lei 9.394/96. Idem.

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UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no
Processo Histórico da Educação Brasileira

·· Ensino Médio9 – É a etapa final da educação básica. Com duração


mínima de 3 anos, tem por objetivos a consolidação e o aprofundamento
dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental e a preparação
básica para o trabalho e para a cidadania. A Constituição, no inciso II do
art.208, determina a progressiva universalização do ensino médio gratuito.

Para conhecer melhor as especificidades da Educação Básica brasileira, acesse as Diretrizes


Explor

Curriculares Nacionais da Educação Básica.


https://goo.gl/rOCl18

Com a nova LDB, a obrigatoriedade de habilitar para o trabalho e formar


profissionais toma caráter facultativo. As finalidades deste nível de ensino
encontram-se expressas no art. 35 da Lei 9.394/96:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para


continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade
a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo


a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico;

IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos


processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de
cada disciplina.

Cabe aos Estados e ao Distrito Federal atuar nos ensinos fundamental e médio. O
Governo Federal exerce função supletiva, prestando assistência técnica e financeira
aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios.
Em termos educacionais, sua função é redistributiva e supletiva, cabendo-
lhe prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios.
·· Educação Superior10: A educação superior abrange os cursos de gradu-
ação nas diferentes áreas profissionais, abertos a candidatos que tenham
concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em
processos seletivos.

A Secretaria de Educação Superior - SESU é responsável por planejar, orientar,


coordenar e supervisionar o processo de formulação e implantação de políticas e
programas educacionais destinados à educação superior.

Também faz parte desse nível de ensino a pós-graduação, que compreende


cursos de especialização, assim como os programas de mestrado e doutorado.
9 TÍTULO V, CAPÌTULO II, Seção IV, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/JP1Hqc>. Acesso em:
16 jan. 2017.
10 TÍTULO V, CAPÌTULO IV, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/dJ6PME>. Acesso em: 16 jan. 2017.

12
Cursos de mestrado e doutorado (Stricto Sensu) são de responsabilidade exclusiva da CAPES
Explor

(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Para saber mais sobre


esses cursos, acesse: https://www.capes.gov.br/

A finalidade da educação superior é formar profissionais de diferentes áreas do


saber; promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos.

Seus objetivos são a criação cultural, desenvolvimento do espírito científico


e do pensamento reflexivo, incentivando a pesquisa e investigação científica e
promovendo a extensão.11

Uma novidade prevista na nova LDB de 1996 é a criação de cursos sequenciais12


por campo do saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que
atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino superior. Compete
ao governo federal organizar o sistema de educação superior.

Quanto aos níveis de ensino propostos na LDB – Lei nº. 9.394/96, para nosso
sistema educacional, analise o esquema abaixo para melhor entender como se
organiza nossa educação.
Níveis de Ensino

Educação Infantil
(0-5 anos de idade)

Educação Fundamental
Educação Básica
(9 anos)

Ensino Médio
(Mínimo 3 anos)

Cursos Sequenciais

Cursos de Graduação

Educação Superior
Cursos de
Pós-Graduação

Cursos de Extensão

Figura 2
Fonte: NASCIMENTO, Julia C. P. (2010)

11 Art. 43 da Lei 9.394/96. Disponível em:<https://goo.gl/fcqngR>. Acesso em: 16 jan. 2017.


12 Art. 44, inciso I da Lei 9.394/96. Idem.

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UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no
Processo Histórico da Educação Brasileira

Modalidades de Ensino
A Lei nº. 9.394/96, ao destacar as diretrizes e bases da educação nacional,
apresenta três modalidades de educação: educação de jovens e adultos, educação
profissional e educação especial.

A divisão em modalidades visa atender às diferentes necessidades educacionais


nos níveis de ensino, uma vez que o ensino brasileiro tem praticamente uma única
modalidade até o final do ensino médio, vindo a se diversificar no ensino superior,
daí ser chamado de “sistema regular”.

Educação de Jovens e Adultos13 – Esta modalidade da educação destina-se


a jovens e adultos que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino
fundamental e médio na idade própria.

É realizada através de cursos ou exames supletivos, respeitando as características


e necessidades dos alunos e garantindo as condições para acesso e permanência
na escola.

A educação de jovens e adultos prevê a oferta de cursos e exames gratuitos nas


escolas públicas para os jovens maiores de 15 anos no ensino fundamental e para
os maiores de 18 anos no ensino médio.

Os programas de EJA – Educação de Jovens e Adultos são vinculados à Secretaria


de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – Secadi14.

Educação Especial15 – Modalidade destinada aos alunos portadores de


necessidades especiais. Deve ser desenvolvida de forma inclusiva e oferecida,
preferencialmente, na rede regular de ensino, com apoio complementar específico,
quando necessário.

De acordo com a Declaração de Salamanca, estabelecida durante a Conferência


Mundial sobre Educação Especial, o conceito de necessidades especiais se refere a
“todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou
de suas dificuldades de aprendizagem” (ESPANHA, 2016).

Ofertar a educação especial é dever do Estado, estando expressa no art. 205 e


208 da Constituição Federal de 1988, assim como no art. 58, § 3º da LDB de 1996.

Esta modalidade de ensino requer currículos, métodos e técnicas específicos;


terminalidade específica conforme condições do educando; professores especia-
lizados; oferecimento de formação para o trabalho e acesso aos benefícios dos
programas sociais.

Esta modalidade de ensino estava ligada à Secretaria de Educação Especial –

13 TÍTULO V, CAPÍTULO II, Seção V, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/L50DKw>. Acesso em:
16 jan. 2017.
14 Visite o portal Secadi em: <https://goo.gl/H18PCA>. Acesso em: 16 jan. 2017.
15 TÍTULO V, CAPÌTULO V, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em <https://goo.gl/bh92gF>. Acesso em: 16 jan. 2017.

14
Seesp16, que é responsável pelo desenvolvimento de programas, projetos e ações
a fim de implementar no país a Política Nacional de Educação Especial. Mas, hoje
em dia, esta secretaria, seus programas e ações estão vinculados à Secadi.

Nesta nova dimensão educacional, os alunos considerados público-alvo da edu-


cação especial são aqueles com deficiência, transtornos globais de desenvolvimen-
to e com altas habilidades/superdotação.

Educação Profissional17 – Modalidade destinada ao desenvolvimento de


aptidões laborais, podendo ser articulada com o ensino regular. Tem por finalidade
o permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva, proporcionando
qualificação ou habilitação profissional aos egressos do Ensino Fundamental e
Médio ou aos alunos do Ensino Médio.

Desenvolvida em articulação com o ensino regular, ou por diferentes estratégias


de educação continuada, pode ser realizada em escolas de ensino regular, em
instituições especializadas ou no ambiente de trabalho, compreendendo os
seguintes níveis:
· Básico: refere-se à educação não formal, independente de escolaridade
anterior, destinada à qualificação e requalificação de trabalhadores;
· Técnico: educação formal destinada a proporcionar habilitação profissio-
nal a alunos matriculados ou egressos do Ensino Médio;
· Tecnológico: correspondente a curso de nível superior, destinado a alu-
nos egressos do Ensino Médio e técnico.

A Educação Profissional18, que se desenvolve através de cursos profissionalizantes


de nível básico e técnico, com duração prevista em normas específicas, destinados
à qualificação e à habilitação profissional. A organização curricular é própria,
desvinculada do Ensino Médio, podendo ser anual, semestral ou modular. A oferta
dessa modalidade é disciplinada pelo Conselho Nacional de Educação e pelas
Secretarias Estaduais de Educação em legislação específica.

Na educação profissional, poderá ser adotada a organização modular, que


corresponde a uma forma de organização curricular na qual o ensino é estruturado
em módulos progressivos e integrados. Cada módulo é uma unidade pedagógica
autônoma e completa em si mesma, possibilitando terminalidade, com direito a
certificado de qualificação profissional. O conjunto de módulos de determinado
curso corresponde a uma habilitação profissional, com direito a certificado de
técnico, desde que comprovada a conclusão do Ensino Médio.

O ensino de nível técnico é ministrado de forma independente do ensino médio.


Este, entretanto, é requisito para a obtenção do certificado de técnico.

16 Visite o portal da Seesp em: <https://goo.gl/h7sQdz>. Acesso em: 16 jan. 2017.


17 TÍTULO V, CAPÍTULO III, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/dHqPfg>. Acesso em: 16 jan. 2017.
18 Decreto nº. 5154, de 23/07/ 2004. Disponível em: <https://goo.gl/Rmo9lo>. Acesso em: 16 jan. 2017.

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UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no
Processo Histórico da Educação Brasileira

Educação a Distância19 - A LDB – Lei nº. 9.394/96 ressalta em seu art. 80: “O
Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de
ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada.” Cabe aqui, portanto, uma breve discussão sobre este tipo de ensino,
que por si já se configura como uma nova modalidade de educação e ensino.

Trata-se de forma de ensino que possibilita ao educando a autoaprendizagem


(heutagogia) com a mediação de recursos didáticos ou a veiculação por meios de
comunicação. Caracteriza-se pela flexibilidade de funcionamento, principalmente
quanto ao tempo e local de estudo, reduzindo ou dispensando a exigência de
situações presenciais de ensino. Pode ser desenvolvida no ensino fundamental,
para jovens e adultos, no ensino médio e na educação profissional.

As políticas e programas de EaD do MEC são formuladas para o desenvolvimento


de conteúdos e ferramentas que promovam o uso das tecnologias da informação e
da comunicação na sala de aula20.

A EaD – Educação a Distância reconhece a escola como espaço de atividade


educacional, mas tenta expandir as oportunidades de estudo oferecendo um sistema
tecnológico que visa ampliar o potencial didático-pedagógico. Permite também
que os alunos entrem em contato com a tecnologia, com chances de atualização
profissional permanente e contínua.

A EaD conta com incentivo, pelo poder público, de veiculação de programas de


ensino a distância em todos os níveis e modalidades de ensino, com programas de
ensino a distância e educação continuada.

As modalidades de ensino previstas na LDB – Lei nº. 9.394/96 atendem às


necessidades educacionais dos níveis de ensino.

Educação Indígena21 - A Constituição Federal e a LDB consideram que as


sociedades indígenas têm direito a processos escolares que respeitem sua cultura,
propagando e mantendo as línguas maternas e respeitando os processos de
aprendizagem próprios de cada comunidade.

Esta modalidade é orientada e supervisionada pela Secadi, que planeja, orienta,


coordena e acompanha a formulação e a implementação de políticas educacionais
voltadas para as comunidades indígenas.

Analise o esquema a seguir sobre as diferentes modalidades de ensino oferecidas


por nosso sistema educacional.

19 TÍTULO VIII, Art. 80, da Lei nº. 9.394/96. Disponível em: <https://goo.gl/YjS0JQ>. Acesso em: 16 jan. 2017.
20 Acesse o portal do MEC e saiba mais sobre EaD. Disponível em: <https://goo.gl/0gHLXF>. Acesso em: 16 jan. 2017.
21 Acesse o portal do MEC e saiba mais sobre educação indígena. Disponível em: <https://goo.gl/rq89eA>. Acesso
em: 16 jan. 2017.

16
Modalidades de Ensino

Educação de Jovens Ensino Fundamental - maiores de 15 anos • Qualificação profissional


Nível Básico
e Adultos (EJA) Ensino Médio - maiores de 18 • Independe de prévia escolaridade

Desenvolvimento de aptidões • Habilitação profissional


Educação Profissional Nível Técnico
para a vida produtiva • Alunos ou egressos do Ensino Médio

Inclusão dos educandos portadores • Cursos superiores


Educação Especial Nível Tecnológico
de necessidades especiais • Tecnológos

Declaração de
Salamanca 1994

Educação a Distância Uso da tecnologia para atualização • TV Escola


(EaD) profissional permanente e contíuna • Programa Nacional de Informática na Educação

Reduzir desiguldades e ampliar • Respeito à cultura


Educação Indígena
o acesso à educação • Manutenção das línguas maternas

Figura 3
Fonte: NASCIMENTO, Julia C. P. (2010)

As modalidades de ensino previstas na LDB – Lei nº. 9.394/96 atendem às


necessidades educacionais dos diferentes níveis de ensino e possibilitam educar
os cidadãos brasileiros de acordo com o que nossa sociedade espera da educação
e de acordo com as finalidades que somos capazes de formular num determinado
momento histórico.

Excertos da Educação Básica contidas na


atual LDB
Vamos agora analisar as propostas para educação contidas na LDB. Tratare-
mos de assuntos como Currículo, Avaliação, Educação, Proposta Pedagógica e
Carga Horária.

Diretrizes presentes na Lei nº. 9394/96


· O conceito de educação é abrangente, a educação acontece em vários
locais, inclusive na instituição escolar.
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade
civil e nas manifestações culturais.

· A verificação do rendimento escolar do Ensino Básico – identifica-


se no texto da lei palavras como “promoção”, “progressão continuada”
ou “progressão parcial”, que pressupõem que a passagem de uma série
para outra possa privilegiar, principalmente, aspectos, qualitativos do
ensino e não quantitativos, buscando maior acompanhamento e, por
consequência, diminuindo a evasão escolar e a repetência nas séries

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UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no
Processo Histórico da Educação Brasileira

iniciais. A concepção de série poderá ser modificada, de acordo com a


LDB, podendo ser concebida de diversas formas (ciclos, grupos seriados,
com base na idade cronológica ou em outros critérios), desde que favoreça
o processo de aprendizagem. A verificação do rendimento escolar deve
ser contínua e a recuperação deve ser oferecida durante o período letivo.
Há exigência de frequência mínima de 75% dos dias letivos.
· A educação escolar deve acontecer, segundo a LDB, em instituições
próprias (escolas), por meio do ensino (professor).
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I -
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade
de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte
e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV -
respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições
públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação
escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e
da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extraescolar; XI - vinculação entre a
educação escolar, o trabalho e as práticas sociais; XII – consideração com
a diversidade étnico-racial.

· Ao tratar de Currículo do Ensino Fundamental (art. 26) e Médio (art. 36),


a LDB instituiu conteúdos obrigatórios, porém deu abertura para que esses
conteúdos possam ser tratados de acordo com as características regionais.
Art. 26º. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e
médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada
sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada,
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e dos educandos.

· A carga horária mínima é de oitocentas horas, distribuídas no mínimo


em duzentos dias letivos, excluindo o tempo reservado para exames finais.
· Está prevista a existência de uma proposta pedagógica para nortear o
trabalho nas escolas, executada e elaborada de acordo com as necessidades
e situações reais de cada estabelecimento, visando à autonomia na
proposta pedagógica de cada instituição.

Consulte, sempre que precisar, a


LDB nº. 9.394/96. Não se esqueça
de que toda lei sofre alterações,
inclusões e correções, com o
passar dos anos. Disponível em:
https://goo.gl/AFpbu

18
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
A nova LDB: ranços e avanços
DEMO, P. A nova LDB: ranços e avanços [livro eletrônico]. Campinas-SP: Papirus,
1997. (Biblioteca Virtual Universitária).
LDB esquematizada: comentada e atualizada
LIMA, F.; FIRMINO, F. LDB esquematizada: comentada e atualizada [livro eletrônico].
Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2016. (Biblioteca Virtual Universitária).
Educação a distância: pontos e contrapontos
VALENTE, J. A.; MORAN, J. M.; ARANTES, V. A. (Orgs.). Educação a distância:
pontos e contrapontos [livro eletrônico]. São Paulo: Summus, 2011. (Biblioteca
Virtual Universitária).

Vídeos
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UNIDADE Inserção e as Contribuições da Lei de Diretrizes e Bases no
Processo Histórico da Educação Brasileira

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