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GABRIEL REBELLO
FERNANDO ALBUQUERQUE VICTORINO
RODRIGO JOSÉ DUARTE BAPTISTA FILHO
TRABALHO DE DIP
Rio de Janeiro
2018
Aspectos jurídicos da chamada “conciliação nacional”
O número de pessoas que passaram pelo DOI-Codi de São Paulo chega a 6.700,
dos quais presume-se que pelo menos 50 foram assassinados estando sob custódia do
exército. Entre eles, o operário Manoel Fiel Filho e o jornalista Vladimir Herzog.
[...]
Em primeiro lugar, ela vem como capítulo mais recente de uma nova ofensiva
das “instituições democráticas” que tem como marco inicial a Comissão Nacional da
Verdade, instituída em 2011. Em segundo, ela aparece num momento de intensa crise
política marcada, entre vários outros elementos, pelo acentuado uso das forças militares
pelo Governo Federal – cujo ápice é a intervenção federal no Rio de Janeiro – e pelas
recentes notáveis violações ao Estado de Direito (caso Lula, impeachment etc).
Assim:
[...] a Corte reitera que a alegada “falta de tipificação dos crimes contra
a humanidade” no direito interno não tem impacto na obrigação de
investigar, julgar e punir seus autores. Isso porque um crime contra a
humanidade não é um tipo penal em si mesmo, mas uma qualificação de
condutas criminosas que já eram estabelecidas em todos os
ordenamentos jurídicos: a tortura (o seu equivalente) e o
assassinato/homicídio. A incidência da qualificação de crime contra a
humanidade a essas condutas tem como efeito impedir a aplicação de
normas processuais excludentes de responsabilidade como
consequência da natureza de jus cogens da proibição dessas condutas.
Não se trata de um novo tipo penal. 4
Referências
1. Caso Gomes Lund e outros ("Guerrilha do Araguaia") Vs. Brasil, par. 135.
2. Caso Gomes Lund e outros ("Guerrilha do Araguaia") Vs. Brasil, par. 174.