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PARTE 2
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Brandão - 2017
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Rua 218 Q. 43 Lt. 04 - Setor Universitário - Goiânia – Goiás Fone: (62)9987-5645 /3541-6124/ 9357-7250/ 8107-4071
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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE GOIÁS – FATEGO
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Outro fator que pode contribuir para as fobias é a transmissão de informações/ instruções
(Rachman). Por exemplo, se forem transmitidas muitas informações negativas em relação a um objecto/
situação, ele pode ganhar propriedades aversivas.
Para Seligman (1971), as fobias podem resultar de uma combinação de aspectos biológicos e de
aprendizagem.
Glossário de Fobias
Agorafobia - medo de espaços abertos e/ou com muitas pessoas, como centros comerciais, praças,
jardins, lojas apinhadas, etc. A agorafobia leva ao comportamento de evitação, provocado por lugares ou
situações onde seria difícil ou embaraçoso sair ou escapar, caso surja uma crise de pânico ou algum mal
estar (metro, transportes públicos, multidões, auto- estrada, caves, etc).
Amaxofobia - medo de andar de carro/ conduzir
Astrapefobia -medo de relâmpagos
Atelofobia - medo da imperfeição.
Aviofobia - medo de viajar de avião.
Ciberfobia - medo dos computadores.
Cinofobia- medo de cães
Claustrofobia - medo de lugares fechados, como elevadores, túneis e ambientes pouco ventilados.
Climacofobia - medo de escadas.
Eritrofobia- medo de se ruborizar, corar, em frente a outras pessoas
Glossofobia - medo de falar em público.
Hipsiofobia ou altofobia - medo de altura.
Logofobia- medo das palavras (do que pode dizer-se)
Rupofobia - medo de sujidade, de ser contaminado ao tocar objetos ou pessoas.
Tanatofobia- medo patológico da morte
Fobia Social, Ansiedade Social e Timidez
Quando o medo dos outros nos atrapalha a vida...
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Este tema torna-se cada vez mais um motivo para a consulta psicológica. Numa sociedade exigente,
competitiva e individualista, onde os contactos sociais tendem a ser mais reduzidos, quer seja pelo uso
intensivo do automóvel, o viver em apartamentos, em grandes cidades e ter atividades que desfavorecem
os contactos entre as pessoas (internet, videojogos, "ipod"...) não é de espantar que cada vez mais pessoas
sintam uma ansiedade excessiva e desproporcional a quando das interações sociais.
A ansiedade social pode ser caracterizada pelo medo, nervosismo ou apreensão que algumas
pessoas sentem na interação com outras pessoas. A ansiedade social inibe e constrange, porque há a
sensação de que pode haver algo humilhante ou embaraçoso durante o contacto social. Com frequência,
há pensamentos mais ou menos vagos que traduzem a ideia de que os outros vão fazer julgamentos,
devido a algo que se possa fazer ou dizer. Nestas circunstâncias, as conversas são desconfortáveis, porque
há o receio de revelar alguma inadequação ou limitação ou de que os outros vão perceber que a cara fica
corada... Por vezes estas situações sociais são vividas de modo doloroso: é sentir que os outros vão
desaprovar ignorar, criticar ou mesmo rejeitar por não ter um comportamento mais aceitável.
Isto torna a relação com os outros numa coisa difícil e dura, evitando fazer amigos ou contactos.
Muitas vezes, isto leva ao isolamento social e à solidão, evitando que se crie intimidade com outras
pessoas ou mesmo encontrar uma pessoa com quem partilhar a vida.
As pessoas com ansiedade social não sentem facilidade no trato com os outros, inibindo a expressão
das suas qualidades positivas, podendo até perder a confiança nas suas virtudes. É compreensível
sentirmos uma vez ou outra ansiedade social, mas é importante ter uma ideia mais clara de que quando
isto se torna um problema que exige mudança e que interfere negativamente na nossa vida.
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A Fobia Social pode ser caracterizada segundo 3 componentes, que são aquilo que as pessoas
sentem, pensam e fazem. Existem, portanto, sintomas físicos, sintomas cognitivos (os pensamentos) e
sintomas comportamentais.
- Alguns exemplos de sensações físicas, típicas da Fobia Social: Palpitações ou sentir o coração a
bater depressa, alta de ar ou respiração rápida, tonturas, dificuldade em engolir ou de garganta seca,
tremer as mãos, palmas dos pés e das mãos transpiradas, náusea ou diarreia ou "borboletas" no estômago,
riso nervoso, dificuldade de concentração, músculos tensos.
- Exemplos “de Interpretações ou pensamentos ansiosos, nas situações sociais: “É importante causar
uma boa impressão”, “ Vou fazer uma figura ridícula", " Se fizer um erro, as pessoas vão-se rir de mim", "
As pessoas acham-me desinteressante", " A ansiedade é um sinal de fraqueza", " Eu não posso mostrar
que estou com medo", " Se tremer, as pessoas vão achar que sou um anormal", " Tenho de dizer algo de
interessante, senão vão-me achar um chato"...
- Exemplos de comportamentos relacionados com a Fobia Social: recusar um convite para sair ou
para uma festa com amigos, inventar uma desculpa para não estar com desconhecidos, chegar tarde a um
encontro para não ter de fazer conversa, evitar contacto ocular ou falar baixo em frente aos outros,
maquiar a cara para disfarçar o corar, chegar cedo a uma sala para os outros não repararem e para se
sentar na cadeira do fundo, beber álcool antes de um encontro, para relaxar...
Tratamento
A Associação Americana de Psicologia recomenda a terapia cognitiva- comportamental no
tratamento da Fobia Social e que realizamos no nosso consultório. A sua eficácia tem sido demonstrada
em muitos estudos científicos. Além disso, os benefícios obtidos através da terapia são mantidos ao
longo do tempo.
Existem múltiplas causas para o surgimento da fobia social: experiências de vida, factores genéticos
e desenvolvimento psicológico precoce, experiências traumáticas condicionadoras, familiares com
transtorno de ansiedade... A combinação destes fatores provavelmente condicionará o início do
transtorno.
Muitas vezes a Fobia Social é confundida com a timidez. Devido a isto, é frequentemente
minimizado o sofrimento que existe nas pessoas com este transtorno, pois ele é bastante comum. Mas se
uma situação muito simples de interação social provoca um medo intenso, um "terror esmagador" e o seu
evitamento, poderemos estar a falar de uma situação de fobia social. Nas suas formas mais graves, este
problema pode ser incapacitante e ter efeitos devastadores na vida das pessoas. Pode implicar desistir de
um emprego devido ao terror de que, por exemplo, possíveis contactos sociais teriam de ser realizados
nesse mesmo emprego. O fóbico pode recusar um emprego com melhor remuneração, porque esta nova
situação poderá implicar muitos contactos interpessoais, mesmo tendo todas as habilitações acadêmicas e
profissionais para o seu desempenho.
De acordo com a teoria de Beck e Emery, estes indivíduos vêem "o mundo como um lugar
perigoso", no qual deve estar constantemente alerta contra uma ameaça potencial.
O tratamento e duração da terapia psicológica dependem de cada caso, principalmente das
estruturas de pensamento específicas desenvolvidas. Pretende-se, entre outros aspectos, modificar erros
lógicos no pensamento, como uma hipersensibilidade e hipervigilância de possíveis sinais que mostrem
uma avaliação negativa pelos outros.
A terapia psicológica
O indivíduo com ansiedade social, quando confrontado com outra (s) pessoa (s) , forma uma
imagem mental de como se apresenta para a "audiência". Esta imagem é distorcida porque a visão da
situação é orientada por ideias negativas sistemáticas, por exemplo sobre como é que aparece para os
outros, preocupação com qualquer detalhe de si que possa despertar uma reação negativa dos outros, auto
rotulação ("pareço um pateta, vão me gozar, não consigo falar direito, sou feio e desajeitado"), etc.
Outra característica da ansiedade social é a alta consciência e vigilância em relação a qualquer sinal
do corpo ou do seu comportamento que possa confirmar as suas expectativas negativas ("tremer com a
mão"). O indivíduo também se compara e avalia com aquilo que julga ser o "padrão" da "audiência".
Frequentemente avalia o padrão ("formação dos outros indivíduos, aspecto físico, facilidade de
comunicação e descontração dos outros", etc ). Como parte de ideias negativas de si próprio, este
indivíduo, em muitas circunstâncias, vai acreditar que falha as expectativas da audiência. Estas
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percepções levam a sintomas físicos e psicológicos (ansiedade), que por sua vez reforçam e mantêm as
crenças negativas.
Total:
55 a 65: Fobia Social moderada.
66 a 80: Fobia Social média.
81 a 95: Fobia Social grave.
Mais de 95: Fobia Social muito grave.
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Não existe uma pessoa que nunca tenha experimentado ansiedade, seja por estar prestes a realizar
um exame importante ou porque ouviu um ruído estranho do lado de fora da casa. A ansiedade é uma
reação do organismo face ao perigo ou ameaça. Todavia, o ataque de pânico é distinto por ser súbito ou
imprevisível, ocorrendo em situações inesperadas. O transtorno do pânico é um dos problemas mais
frequentes e por vezes incapacitantes, pois a experiência é assustadora e fica "gravada" uma grande
expectativa sobre quando e onde poderá ocorrer o próximo ataque. “Muitas vezes as pessoas realizam
inúmeros exames médicos sem encontrarem uma explicação até ao momento em que compreendem, por
intermédio de um médico ou psicólogo, que se trata do transtorno de pânico”.
O que define um ataque de pânico é "um período distinto de intenso temor ou desconforto, no qual
quatro (ou mais) dos seguintes sintomas desenvolveram-se abruptamente e alcançaram um pico em 10
minutos. Os 13 sintomas somáticos ou cognitivos são: palpitações, sudorese, tremores ou abalos,
sensações de falta de ar ou sufocamento, sensação de asfixia, dor ou desconforto torácico, náusea ou
desconforto abdominal, tontura ou vertigem, desrealização ou despersonalização, medo de perder o
controle ou de "enlouquecer", medo de morrer, parestesias e calafrios ou ondas de calor". (DSM IV).
Durante o ataque o indivíduo pode-se sentir estranho ou irreal e/ou sentir que o mundo é irreal.
Estes sintomas aparecem subitamente e aumentam rapidamente de intensidade em 10 minutos. Durante o
ataque de pânico, podem aparecer medos aterradores:
Obsessões e Compulsões
Quando a ansiedade prega uma partida com pensamentos e comportamentos...
Todos nós temos pensamentos estranhos, que conseguimos afastar ou que não nos causam grande
incomodo. O pensamento é um processo muito rápido, algo involuntário em que nós não escolhemos
deliberadamente aquilo que queremos pensar. Por isso termos uma imagem de uma cena violenta ou em
que podemos fazer mal a alguém é habitual quando estamos com ansiedade, pois estes pensamentos
tendem a desaparecer quando ficamos mais calmos. O estado de humor pode por isso, influenciar um
modo de pensar mais negativo. Mas quando os pensamentos aparecem fora de controlo, sendo tão
intensos e intrusivos que nos obrigam a comportamentos e rituais para nos libertarmos dessas ideias e
medos, poderá tratar-se do Transtorno Obsessivo- Compulsivo (TOC).
Preocupações excessivas com a limpeza, lavando as mãos inúmeras vezes, verificar se as portas e
janelas estão fechadas, mesmo depois de ter acabado de verificá-las 10 vezes, ficar ansioso porque os
quadros ou objetos não estão ordenados simetricamente... Tudo isto poderão ser sintomas do TOC.
Tratamento
De acordo com a maioria dos peritos em TOC ( http://www.psychguides.com/ocgl.html ) , o
tratamento de eleição para o transtorno obsessivo compulsivo é a terapia cognitivo - comportamental
(TCC) que realizamos. Os medicamentos só proporcionam uma redução parcial dos sintomas, o que
também pode ajudar à eficácia do tratamento.
A terapia tem o objetivo de conseguir tolerar a ansiedade sentida quando os comportamentos rituais
não são realizados. À medida que os rituais vão deixando de serem realizadas, as obsessões vão
desaparecendo. Uma boa parte da terapia consiste em reforçar o lado "racional" , em contraposição com a
irracionalidade das "obsessões". O indivíduo vai tendo uma ideia cada vez mais clara que não é ele que
deseja executar os rituais, mas é o TOC que leva a tal comportamento.
A TCC centra-se naquilo que acredita que o pensamento obsessivo significa e no comportamento de
resposta ao pensamento (a evitação, a compulsão, os atos neutralizantes ou tentativas de controlo). À
medida que compreende que o pensamento pode não significar aquilo que pensa, a resposta emocional
torna-se menos intensa e diminui a vontade de evitamento ou de realizar uma compulsão.
Orientação Sexual
Como se pode caracterizar o comportamento sexual "normal"?
Casal heterossexual
Não existem respostas definitivas que expliquem a origem das orientações sexuais. Muitas teorias
(biológicas, neuro- anatômicas psicológicas) têm sido avançadas por diversas ciências ao longo das
últimas décadas, para tentá-las explicar. Mas será possível encontrar explicações, causas ou origens para
um conceito que é complexo, multivariado, flexível, fluído e que pode variar ao longo da vida e que tem
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tido diversos significados ao longo do tempo? Provavelmente, a Orientação Sexual será o resultado de
uma complexa interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Também se têm
observado comportamentos homossexuais em quase todas as espécies animais em que se estudou o seu
comportamento sexual.
Muitas pessoas já ouviram falar de certos termos relacionados com a orientação sexual. Existem
alguns conceitos "populares" que em geral, quase que pretendem "dividir" ou classificar as pessoas
segundo algumas categorias. Se bem que por vezes possa ter alguma utilidade algum tipo de classificação,
porque nos ajuda a compreender a realidade e a ordena-la, o mais provável é estarmos a simplificar e a
reduzir uma infinita complexidade e variedade de pessoas a meras "categorias".
Muitas vezes ouvimos falar de alguns termos “convencional” como homossexual, bissexual,
heterossexual. Basicamente, homossexual refere-se a alguém com uma preferência emocional e física por
pessoas do mesmo sexo, bissexual à atração física e emocional por ambos os sexos e heterossexual à
atração física e emocional por pessoas de sexo diferente.
Todavia, estas definições restritas não conseguem explicar, por exemplo, o porquê de muitos
homens e mulheres perfeitamente heterossexuais terem fantasias com pessoas do mesmo sexo ( e vice-
versa). Da mesma forma que um homem ou mulher, heterossexuais, possam ter sonhos eróticos ou
mesmo apaixonar-se e ter relações sexuais com uma pessoa do mesmo sexo, não deixando de ter a
orientação heterossexual.
Além destas definições, é sabido que a orientação pode mudar ao longo da vida e muitas vezes são
dinâmicas: ela pode variar infinitamente na sua complexidade e vamos ver porquê. Os estudos também
demonstram que a orientação sexual não é uma escolha voluntária (Coleman, 1987); este tipo de
motivação é algo que transcende a cada indivíduo, pois não é possível mudar "conscientemente" nem
através de técnicas psicológicas (na época em que erradamente a ciência e a cultura determinavam como
adequado ou normal, apenas a orientação heterossexual). Provavelmente, em alguns países do mundo que
ainda punem a homossexualidade, certamente não teríamos aí indivíduos homossexuais, pois não
desejariam a pena de morte.
Um casal de mulheres
Em 1948, Kinsey propôs uma forma um pouco mais rigorosa de descrever a orientação sexual,
ultrapassando as categorias dicotômicas da época (homossexual/ heterossexual). Para Kinsey, o
comportamento sexual podia ser descrito num continuum, numa escala de 0 a 6, onde cada um dos
extremos representa um comportamento exclusivamente hetero ou homossexual:
0 1 2 3 4 5 6
0. Exclusivamente heterossexual
1. Predominantemente heterossexual e apenas incidentalmente homossexual
2. Predominantemente heterossexual e com experiências homossexuais mais que incidentais
3. Igualmente heterossexual e homossexual
4. Predominantemente homossexual e com experiências heterossexuais mais que incidentais
5. Predominantemente homossexual e apenas incidentalmente heterossexual
6. Exclusivamente homossexual
Mais tarde, em 1978, Bell & Weinberg, adotaram esta mesma escala de 0-6, mas os indivíduos
seriam avaliados segundo o comportamento sexual e segundo as fantasias eróticas.
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Foi outro autor, Klein (1978, 1980) , quem expandiu a compreensão da orientação sexual,
considerando-a dinâmica e multi variada. Inclui 7 dimensões na composição da orientação sexual. Além
disto, para a melhor compreensão da orientação sexual ao longo da vida, ela pode ser descrita em 3
momentos: no presente (os últimos 12 meses), no passado (há mais de 12 meses) e o ideal (que
corresponde à intenção real e predição do comportamento futuro do indivíduo).
Para Fritz Klein, a complexidade da orientação sexual poderá ser descrita tendo em conta cada uma
destas dimensões e a variável "tempo". Para preenchimento da grelha pode-se utilizar a escala de Kinsey
citada.
Esta perspectiva mais ampla torna os tradicionais polos homo/ bissexual obsoletos pois não
explicam nem descrevem a complexidade da orientação sexual. Nesta perspectiva, quando é que
poderemos considerar alguém heterossexual? Será alguém que sente atração e desejo sexual por
indivíduos de sexo diferente e experimenta sentimentos positivos e de afeto por eles; o indivíduo terá
consciência disto e pode-se reconhecer como heterossexual (a sua identidade) e ter relações sexuais de
acordo com ela.
Um casal homossexual
Algumas pessoas podem reconhecer algum nível de "bissexualidade" na descrição da sua orientação
sexual. Mas mesmo que um indivíduo tenha comportamentos heterossexuais (ou homossexuais) não quer
dizer obrigatoriamente que se auto identifique como heterossexual (ou homossexual). Pode haver
comportamentos homossexuais sem que as pessoas se sintam homossexuais tal como pode haver
comportamentos heterossexuais sem que a pessoas se sintam heterossexuais.
Alguns autores (Sell, 1997) criticam a escala de Fritz Klein porque a importância relativa de cada
dimensão da orientação sexual não foi devidamente investigada ou fundamentada teoricamente. Todavia,
Wayson (1983), considera a grelha de Klein um instrumento válido e fiável na avaliação da orientação
sexual.
Ainda de referir a concepção de Shively e DeCecco (1977), segundo a qual a identidade sexual tem
4 componentes:
- Sexo Biológico: o sexo definido pelos cromossomas/ genética
- Identidade de Gênero: é a convicção de cada indivíduo de ser homem ou mulher, é o gênero com
que cada pessoa se identifica.
- Papel Sexual Social: pode-se definir pelo conjunto de comportamentos associados com
masculinidade e feminilidade, num grupo ou sistema social. As sociedades possuem um sistema sexo e de
gênero, ainda que os componentes e funcionamento deste sistema variem bastante de sociedade para
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sociedade. Por exemplo, aquilo que era considerado "feminino" há poucos anos atrás (como usar brincos,
perfumes ou cremes de beleza), é considerado "masculino" atualmente ou considerado um
comportamento aceitável para os homens ( o que seria intolerado há poucos anos).
- Orientação Sexual: Preferências emocionais e/ou sexuais em relação a um ou ao outro sexo.
Provavelmente teremos no futuro uma concepção ainda mais vasta e complexa que permita
melhorar a compreensão da orientação sexual. As categorias “convencionais” de orientação sexual
(homossexual, bissexual, heterossexual) são muito simplistas para compreendermos a diversidade sexual.
Estes conceitos não são estáticos e certamente terão outros significados de acordo com as constantes
evoluções das sociedades e das culturas, que interagem na construção das identidades individuais. Outra
hipótese é que estas "categorias" de orientações sexuais poderão não fazer sentido e desaparecer, no
futuro. O conceito de homossexualidade só apareceu no XIX, construído pela medicina e deu-lhe um
significado preciso, médico. Mas da mesma forma que estes significados das orientações sexuais foram
construídos culturalmente, elas poderão ser "desconstruídos" ao longo do tempo. Será que, tendo em
conta as infinitas características da identidade de alguém (gênero, sexo, idade, profissão, origem social,
etc) fará algum sentido descrever alguém pela sua orientação sexual? Qual o significado que atribuímos
às pessoas devido à sua orientação sexual?
O importante será termos uma concepção das pessoas em que a orientação sexual é simplesmente
algo que não aumenta ou reduz o valor de alguém; cada pessoa é exatamente tão respeitável, qualquer que
seja a sua orientação sexual, ou cor de pele, altura, credo ou cor do cabelo.
Consequências do preconceito social exercido contra gays, lésbicas e bissexuais repercussões
psicológicas.
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sexismo, como vimos no exemplo anterior, (discriminação baseada no gênero) e pelo idadismo
(discriminação baseada na idade).
Uma das razões que estará na origem do preconceito e discriminação, será o estereótipo, que será
um conjunto de crenças sobre os atributos pessoais de um grupo de pessoas, ou seja, são as características
que um indivíduo atribui aos membros de um grupo social. Frequentemente, o estereótipo é uma
generalização e uma ideia excessivamente simplificada e errônea de uma categoria de pessoas.
A categoria de preconceito associada à orientação sexual chama-se heterossexismo, que é um
conjunto de crenças culturais, muito difundidas, e de valores, que define a heterossexualidade como a
única forma válida de expressão sexual e estigmatiza e critica todas as formas não heterossexuais de
comportamento (Herek, 1990). Todavia, as ciências sociais e humanas e a própria medicina, desde há
décadas que concluíram que não existem diferenças psicológicas nos indivíduos em função da sua
orientação sexual e que “a diferença básica entre homossexuais e as outras pessoas é apenas o seu
comportamento sexual” (Dannecker, 1981). Esta conclusão da ciência culminou com a retirada da
homossexualidade da lista de transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria, em 1973.
Ainda assim, é frequente a referência de um conjunto de estereótipos em relação a homens
homossexuais como a promiscuidade sexual, a emocionalidade, gostarem de arte e de música, de serem
femininos e de serem criativos e complicados e também a referência de estereótipos em relação a
mulheres lésbicas: serem “masculinas", terem cabelo curto e serem negativas com os homens. A própria
psicologia e especialmente o modelo psicanalítico, serviu para perpetuar uma concepção da
homossexualidade como algo de patológico (p. exemplo como resultado de uma dinâmica familiar
desadequada, pai ausente, mãe hiperprotetora; como sintoma de uma personalidade narcísica, etc). Na
realidade nunca se encontrou evidência científica para isto e os estudos indicam que os antecedentes de
hetero e homossexuais são os mesmos.
Outro problema atual é uma possível interpretação da homossexualidade como algo de patológico ,
por alguns técnicos (psiquiatras e psicólogos), que conduzem " a terapias desajustadas e a enviesamentos
na avaliação dos clientes" (Moita, 2001). Esta leitura patológica da homossexualidade é obsoleta há
décadas, mas foi encontrada no discurso de técnicos portugueses, sendo "configurada como um défice",
para além de alguns clínicos terem mesmo construído uma categorização da homossexualidade,
"preenchida por um discurso preconceituoso" (Moita, 2001). Esta situação é paradoxal porque em vez de
estas pessoas conseguirem um maior bem estar com a terapia, podem ainda ficar com mais crenças
negativas, e sentirem-se pior, devido a um "psi" preconceituoso. Por isso é fundamental recorrer a um
técnico que aceite incondicionalmente as diversas orientações.
A homofobia será uma manifestação mais ativa e severa do preconceito. Pode ser definida como
medo ou desprezo pelos homossexuais e uma repulsa face às relações afetivas entre pessoas do mesmo
sexo e/ ou ódio generalizado aos homossexuais. Em 1976, Lehne (re) define homofobia como "um medo
irracional ou intolerância relativamente à homossexualidade".
Não será difícil relembrar alguns acontecimentos em Portugal que ilustram o heterossexismo/
homofobia:
- Censura ao beijo de duas alunas numa Escola Secundária em Vila Nova de Gaia (Novembro 2005)
- Reações violentas dos vizinhos de Helena Paixão e de Teresa Pires, o casal que o Estado recusou
casar (Fevereiro 2006).
Poderíamos enumerar um conjunto de situações que, não raramente, são experiência das pelas
minorias sexuais: perda de emprego, perda de custódia de crianças, ser discriminado, sofrer violência
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física, esconder a orientação sexual no trabalho ou mesmo ouvir piadas anti- homossexuais. Mas a
discriminação e os experienciais tratamentos negativos da sociedade relacionam-se com um maior
número de problemas psicológicos (Meyer, 1995). Não é de estranhar que crescer numa cultura que
frequentemente transmite mitos e estereótipos, por vezes muitos negativos, eles sejam assimilados por
todos nós, e internalizados pelos homossexuais, chocando com a sua identidade. Isto pode corromper
fortemente o sentido de valor pessoal e de autoestima ("vou beber para esquecer, "não interesso a
ninguém", "eu não presto enquanto homossexual"). Estas atitudes e sentimentos negativos, internalizados
no homossexual, estão relacionados com depressão, ansiedade, alcoolismo, abuso de substâncias,
distúrbios alimentares, ideias suicidas e suicídio. Todavia, muitos gays e lésbicas têm vidas extremamente
felizes, saudáveis e produtivas (Bradford, Ryan & Rothblum, 1994)
Alguns autores falam no "stress das minorias" (Virgínia Brooks, 1981), como resultado da
estigmatização. A causa inicial deste stress é uma atribuição cultural de status inferior a grupos
particulares. Esta atribuição de "imperfeição" ou "defeito" pode dirigir-se a várias categorias de pessoas,
especialmente categorias baseadas no sexo, raça e orientação sexual, podendo originar acontecimentos
negativos na vida do membro minoritário.
Consequentemente, se a cultura transmite a ideia de que só a heterossexualidade é válida e
"normal", e reprime, discrimina e nega outras possibilidades não heterossexuais, não é de admirar que
alguns homossexuais tenham sentimentos de exclusão, isolamento e solidão que frequentemente
conduzem à ansiedade e depressão. Neste contexto cultural, será mais difícil desenvolver um auto
conceito positivo e é frequente a vivência de um conflito entre a pressão social para a heterossexualidade
e a motivação homossexual. Mas, gays e lésbicas, em média, não diferem dos heterossexuais em
ajustamento psicológico (Gonsiorek, 1991).
Provavelmente, a consequência mais negativa do preconceito social será a Homofobia
Internalizada, que é a internalização, pelo próprio homossexual, das atitudes negativas da sociedade e a
incorporação de sentimentos negativos na sua autoimagem, no que resultará uma hostilidade face à sua
orientação sexual (Herek, 1996). Outros grupos sociais poderão também interiorizar preconceitos em
relação ao seu grupo social, como os negros e as mulheres.
Potencialmente, este stress pode provocar prejuízos na saúde sobre os membros da minoria sexual,
mas nem todos os membros podem sentir estas consequências.
Apesar da homofobia, lésbicas e gays não diferem dos heterossexuais na adaptação psicológica
(Gonsiorek, 1991), havendo mesmo muitas situações em que é vantajosa uma orientação sexual
homossexual. A diferença é que, enquanto algumas pessoas aprendem a lidar com sucesso sobre este
stress, outras têm mais dificuldade. Determinando quais são os fatores relacionados com as repercussões
positivas e negativas para a saúde, isto pode sugerir direções futuras para intervenções psicológicas com
gays, lésbicas e bissexuais que têm dificuldade em lidar com o seu "status" minoritário.
A avaliação / investigação deste stress tem sido operacionalizada de duas formas: avaliação do
número de acontecimentos de vida negativos e de preocupações/ conflitos no dia-a-dia. Quanto maior for
o número de acontecimentos negativos/ preocupações, maiores serão as hipóteses de depressão, dores de
cabeça crônicas, humor negativo, etc.
No contexto da vida das minorias sexuais, ao experienciarem homofobia e estigmatização, e
eventos negativos relacionados com a sua orientação sexual (perda de emprego, casa, custódia de
crianças, violência ou discriminação), bem como situações perturbadoras no dia-a-dia (ex: piadas anti-
homossexuais), poderão ficar propensos a uma maior número de situações stressoras.
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Por que este tipo de intervenção psicológica para homossexuais?
Uma das questões centrais, vivida por muitos gays e lésbicas é o conflito ou desconforto com sua
orientação sexual, a dúvida e o questionamento sobre as suas implicações. É algo que pode ser vivido
com sofrimento, pois envolve a auto- imagem do indivíduo e o lidar com as pressões que enfrenta ou
enfrentará para afirmar sua identidade. São crises vividas por indefinição da orientação sexual, por quem
teme o que acontecerá com a revelação de sua orientação ou por quem assumiu uma orientação e passa
por situações problemáticas por isso.
Casal lésbicas
Os medos relacionados com a identidade sexual podem estar relacionados com a vulnerabilidade à
discriminação, violência, hostilização pelos outros ou o receio de perdas pessoais possíveis (na família,
entre amigos, no trabalho, na comunidade religiosa). Além disso, os estereótipos ou as experiências do
cliente a esse respeito podem ser negativos e influenciar a sua situação de crise, como por exemplo,
percepcionar o estilo de vida homossexual como indesejado ou promíscuo. Para pessoas religiosas
(católicos, protestantes, evangélicos, etc) há a questão religiosa envolvida associado a um grande medo
da reação familiar e/ou da comunidade.
Muitos gays e lésbicas podem sentir-se culpados em relação à sua identidade ou ter ódio de si
mesmo. Existe uma maior complexidade quando o cliente vem de grupos raciais ou étnicos específicos,
pois existem variações culturais, como normas, valores e crenças que podem ser importantes fontes de
stress psicológico. A idade do cliente também é um fator do qual podem emergir diferentes questões. Mas
independentemente do conteúdo da psicoterapia, a nossa posição é sempre de cooperação, respeito e
aceitação. (inspirado nas recomendações da American Psychologycal Association)
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valores, atitudes, crenças, e comportamentos que são transmitidos aos clientes através da comunicação
verbal e não verbal do psicólogo.
Algumas definições
Orientação Sexual- Refere-se às diferentes possibilidades de atração emocional e sexual. Pode ser
dirigida a pessoas do mesmo sexo (homossexual), a pessoas de ambos os sexos (bissexual) ou a pessoas
do sexo diferente ao seu (heterossexual). A orientação sexual não envolve apenas comportamentos
sexuais, envolve também os desejos, fantasias e atração.
Heterossexismo- Ideologia que incluiu a crença cultural de que todas as pessoas são ou deveriam
ser heterossexuais; é a crença de que a heterossexualidade é o único modelo "normal" ou "ideal" para
relações românticas ou sexuais, o que pode ser usado para ignorar ou desvalorizar a experiência de gays e
lésbicas na sociedade (Iasenza, 1989). É um sistema de crenças culturais, de valores e de hábitos que
exalta a heterossexualidade e critica e estigmatiza qualquer forma não heterossexual de comportamento
ou identidade (Bem, 1993). Sistema ideológico que nega, denigre e estigmatiza qualquer forma não
heterossexual de comportamento, identidade, relação ou comunidade (Herek, 1990). É importante ter
consciência da influência subtil e persuasiva do heterossexismo. Pode-se infiltrar em qualquer aspecto da
cultura. Se um terapeuta perguntar "É casado?”, o cliente gay/ lésbica pode perceber uma falta de
sensibilidade e uma desvalorização das relações entre gêneros iguais.
Na realidade, o valor das pessoas é o mesmo, qualquer que seja a sua orientação sexual, pois não
existem diferenças no funcionamento psicológico ou qualquer outra diferença significativa.
Homofobia- Enquanto o heterossexismo negligencia ou omite, a homofobia é um medo irracional
ou ódio em relação a gays e lésbicas (Fassinger, 1991). Porque todos nós estamos condicionados em
relação a formas tradicionais da sexualidade, a homofobia não é facilmente detectada. Por vezes, gays e
lésbicas internalizam a homofobia pela interiorização de crenças sociais, se sentido desconfortáveis em
relação à sua orientação sexual, desenvolvendo uma "vergonha" em relação à atração por pessoas do
mesmo gênero. Esta situação é possível de ser ultrapassada com a terapia afirmativa, tendo em vista a
criação de uma imagem positiva de si própria enquanto gay/lésbica, desenvolvendo um auto- conceito e
auto- estima elevados.
De acordo com Warren Blumenfeld (1992), a homofobia é um problema social que afeta todas as
pessoas, independentemente da orientação sexual.
Desenvolvimento da Identidade- Processo social dinâmico que as pessoas atravessam, passando
por uma variedade de estádios e sequências, no sentido de uma auto definição aceitável. (Weinberg,1983)
O processo de desenvolvimento da identidade é motivado por um desejo de congruência sobre a nossa
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percepção de uma característica (incluindo a orientação sexual) , o comportamento que resulta deste traço
e a visão das outras pessoas em relação à característica.
Desenvolvimento Identitário nos Jovens e Adolescentes- Poderá ser um processo especialmente
difícil e doloroso, para ultrapassar o stress relacionado com a gestão da sua identidade sexual, conflitos
com os pares, medo das reacções da família e dos amigos, solidão, doenças sexualmente transmissíveis, o
eventual estigma implicado nos contextos sociais, etc.
Orientação Vocacional
O que é a Orientação Vocacional?
Jovem vestido de medico
A concepção mais recente é considerar a Orientação Vocacional como tendo o objetivo de capacitar
o indivíduo para tomar decisões, não apenas em termos de carreira (na escola e na profissão), mas sempre
que for necessário.
Com este objetivo, são realizadas várias atividades num processo de orientação vocacional,
idealmente entre 5 a 10 consultas:
- Análise de si próprio em relação ao mundo de trabalho, através da realização de questionários de
interesses e valores profissionais. Os valores são os ideais para as pessoas, fonte de motivação e de
realização pessoal. Explorar capacidades e aptidões.
- Avaliação da Maturidade Vocacional
- Análise dos Mitos Vocacionais. Os indivíduos possuem, muito frequentemente, crenças sobre o
desenvolvimento vocacional, que podem interferir de forma negativa na capacidade de tomada de
decisão. (ex: " Tenho que ter a certeza absoluta antes de agir; " Se tiver um bom emprego serei feliz")
- Exploração das Ofertas de Formação. Explorar e conhecer as possibilidades de formação
oferecidas pelo sistemas educativo. Conhecer cursos e profissões.
- Integração de todo um processo de Orientação Vocacional
A Orientação Vocacional destina-se a Jovens e Adultos, a partir dos 15 anos.
Perguntas e Respostas...
O meu filho não sabe que curso superior deve escolher e eu não sei qual a melhor forma de o
aconselhar? Existem testes que podem ajudá-lo a escolher? Que critérios ele deve ter em conta para
decidir? Que tipo de estratégias ele pode seguir para o ajudar a decidir qual a área que deve seguir?
É frequente o medo e indecisão na escolha de um curso, porque optar por uma carreira depende do
grau de maturidade/ conhecimento de si próprio e do mundo que nos rodeia, cada vez mais incerto e
precário. Como nos “reconstruímos” toda a vida, quanto melhor for o questionar, vivenciar e experienciar
da realidade, mais habilitado estará o seu filho para “escolher” nesta altura.
A escolha vocacional é facilitada num processo onde o seu filho explora um conjunto de
situações/experiências que visam desenvolver competências que aumentem a consciência as suas
potencialidades/qualidades e dos seus constrangimentos/ recursos, para que construa o seu “caminho”
vocacional. Pode ser feito numa escola, em alguns serviços públicos (Câmaras ou GIP´s) ou com um
psicólogo.
Neste processo poderá explorar que aptidões possui (predisposições ou tendências para certas
áreas), quais são os seus interesses profissionais ( que profissões lhe atraem), que características da
personalidade poderão favorecer determinadas profissões (por exemplo, ser mais criativo ou menos
introvertido) , quais são os seus ideais ou valores que possam influenciar essa escolha, que competências
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e capacidades possui ou que gostaria de desenvolver. É importante conhecer bem a oferta formativa e o
mundo do trabalho, bem como contatar profissionais das áreas que lhe despertam interesse. Estas
experiências podem levar a convergir numa possível escolha, imperfeita, mas a possível no seu contexto
de vida.
Psicologia Positiva
Uma Psicologia que se centra no melhor de cada pessoa
Depois de décadas em que a Psicologia apenas se centrou em patologias ou no comportamento
"anormal", chegou a altura de pensar nas coisas que fazem com que a vida valha a pena. A Psicologia
positiva centra-se na descoberta das qualidades das pessoas e na promoção do seu funcionamento
positivo. O autor pioneiro deste campo é Martin Seligman, chamando a atenção deste tema quando foi
presidente da Associação Americana de Psicologia. Partilha a crença que as pessoas querem levar uma
vida satisfatória e significativa.
A Psicologia Positiva tem 3 preocupações centrais: emoções positivas, traços individuais positivos e
as instituições positivas. Para percebermos as emoções positivas, é necessário estudar a satisfação com o
passado, a felicidade no presente e a esperança no futuro. A compreensão positiva dos traços individuais
implica estudar as forças e virtudes como a capacidade de amar e trabalhar, coragem, compaixão,
flexibilidade, autocontrole, curiosidade, integridade, auto conhecimento e sabedoria. Compreender as
instituições positivas implica o estudo das forças que promovem melhores comunidades, como a justiça,
educação saúde, ética no trabalho e tolerância.
A felicidade, ou melhor, os estados de felicidade, já que não é realista viver continuamente num
estado felicidade, mas mais num estado de "satisfação", podem ser em larga medida, aumentados e até
controlados por nós. Por exemplo, fazer exercício físico ou estar com amigos recompensadores, aumenta
a satisfação. A inatividade ou estar a pensar durante muito tempo num assunto, aumenta a insatisfação.
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Qualquer problema psicológico pode ser descrito ou explicado em termos de pensamentos, emoções
e comportamentos.
Indivíduo 1: Por exemplo, diante a situação de falar em público, um indivíduo pode ter
pensamentos automáticos como "vou corar; vou fazer um papel de tolo; ninguém vai gostar da minha
apresentação, vão perceber a minha ansiedade; corar é uma vergonha; se gaguejar vai ser horrível; estou
tão preocupado com a minha ansiedade que nem me consigo concentrar no que tenho para dizer ". Em
função destes pensamentos, o indivíduo vai sentir emoções negativas, como medo, tristeza e culpa.
Depois poderá ter comportamentos que podem agravar a situação como preparar-se excessivamente,
procurar adivinhar o que vai acontecer, imaginar uma "catástrofe" ou procurar controlo daquilo que não é
possível controlar (ex: procurar a aprovação de toda a gente ou exigir-se uma apresentação perfeita).
Estes três elementos (pensamento, emoção e comportamento) são interligados entre si, muitas vezes
levando a ciclos viciosos. Por exemplo, a emoção de ansiedade pode desencadear pensamentos ansiosos e
também estes pensamentos de desastre eminente podem provocar mais sentimentos de ansiedade. Na
terapia mudam-se em pequenos passos os pensamentos, emoções e comportamentos e deverá ser tolerante
pelo tempo que é necessário para esta mudança e não esperar uma alteração radical em 24 horas.
Indivíduo 2: Agora imagine outra pessoa diante a situação de falar em público, com pensamentos
do gênero: "Aceito que há uma porção de pessoas que possivelmente não vão gostar, mas aceito que há
um grupo que gosta; vou procurar ser eficaz e não ser perfeito, aceito que posso sentir ansiedade e
respirar lenta e pausadamente, as pessoas vão estar lá para me ouvir e não para avaliar se estou ansioso ou
não; já apresentei outras vezes e sinto-me mais ou menos bem preparado desta vez; vou procurar focar-me
naquilo que preciso de transmitir às pessoas e não na minha própria ansiedade; se gaguejar continuo
normalmente pois as falhas são naturais e humanas". Esta pessoa na mesma situação vai sentir emoções
como confiança, satisfação, uma ligeira apreensão e optimismo. O seu comportamento vai ser eficaz, pois
vai preparar-se adequadamente, não vai imaginar o futuro, vai ler e estudar (sem exigir perfeição), vai
respirar lenta e pausadamente se sentir ansiede, se corar vai achar piada a isso e até pode brincar com a
situação ("está tanto calor que até estou a corar", ou " a ansiedade é engraçada pois fez-me corar") sem se
julgar ou avaliar por isso. Como não se está a rotular por corar nem por sentir ansiedade, vai estar muito
melhor numa próxima situação, pois não aprendeu ideias negativas desta experiência, e foi apenas uma
oportunidade de aprender.
Em suma, diferentes interpretações dos mesmos sintomas podem levar a emoções completamente
diferentes e o modo como agimos ou nos comportamos pode afetar profundamente os nossos padrões de
pensamento e as nossas emoções.
Mas o primeiro indivíduo poderá estar muito convencido de que os seus pensamentos são úteis e
eficazes e acreditar que não existem outras formas de ver a situação, e pior ainda, achar que é a situação
de falar em público que provoca a ansiedade e o medo! Outra forma ineficaz é usar medicamentos para
lidar com a situação, que apenas "disfarçam" a ansiedade, pois os pensamentos "automáticos", que
surgem espontaneamente na mente que estão na origem do medo, não vão ser alterados pela medicação.
Isto até parece simples! Mas porque não consegui mudar até agora?
O seu corpo e cérebro emocional não distinguem entre coisas que pensa ou imagina e a experiência
real, física. Se pensar num filme de terror, o coração pode começar a bater rápido; se pensar numa praia
pode começar a ficar relaxado. Nós estamos sempre a falar conosco próprios e o conteúdo deste diálogo
poderá ser negativo. Nós entramos facilmente num ciclo de autocrítica, adivinhação, auto- instrução,
auto- aconselhamento e depois de repetirmos algo as vezes suficientes, nós acabamos por acreditar
(mesmo não sendo necessariamente verdade). Nós raramente paramos para avaliar os nossos pensamentos
e as emoções que em geral, que vão acompanhar o que pensamos. Se disser a si próprio “nunca vou
conseguir o emprego”, e reforçar este pensamento com sentimentos de medo e pessimismo, pode ir a uma
entrevista com isto em mente e ao mostrar-se com pouca confiança, é menos provável de conseguir o
emprego. Muitas vezes, estes pensamentos irracionais já existem há anos ou até desde a infância,
acompanhados por emoções fortes. Quando temos um pensamento acompanhado por uma emoção forte,
como o medo, esta interpretação parece credível e tendemos a agir de acordo com ela (Ex: "Eu sinto um
medo muito forte de ser criticado ou ridicularizado naquele jantar ou situação social, por isso é melhor
não ir; Se sinto medo por o coração bater rápido, é porque vou ter um ataque cardíaco”). Portanto, a
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tendência é entramos neste ciclo intenso e viciante de pensamento- emoção- comportamento. Com o
tempo isto tende a generalizar-se a outras situações. Este ciclo é muito rápido, automático e
aparentemente convincente.
De qualquer das formas, é sempre possível aprender a mudar, mesmo que os problemas existam há
muito tempo. Os pensamentos não estão fixados no cérebro, tal como num computador poderá trocar o
software. Mas em seres humanos, o pensamento negativo costuma ser um hábito associado a emoções e
comportamentos negativos, o que torna a mudança mais difícil, mas possível.
Nas situações, surgem pensamentos automáticos que se forem "negativos", por sua vez provocam
emoções negativas, que por sua vez provocam certos comportamentos prejudiciais (como evitar situações,
evitar pessoas, desistir, adiar as tarefas). Em geral, nós conseguimos compreender mais facilmente este
ciclo nas outras pessoas, mas quando estamos mergulhados no nosso próprio mar de pensamentos, é
muito difícil para nós termos o distanciamento e “frieza” para identificar e corrigir os nossos próprios
padrões irracionais de pensamento. Daí ser importante o papel do psicólogo (cognitivo- comportamental)
que ajuda a reconhecer, a desmontar, a dar feedback e a corrigir os padrões de pensamento. Daí a terapia
ser cognitiva (compreender e corrigir o próprio pensamento) e comportamental (treinar novas formas
mais eficazes e realistas de comportamento, tal como fazem as outras pessoas que funcionam bem na
mesma situação). Por exemplo, se existe medo de falar em público, não vamos começar o treino falando
para muitas pessoas. Vamos treinar pensamentos lógicos, aprender a gerir emoções negativas e só depois
definir passo a passo situações em que pode praticar estas ideias, desde situações acessíveis como fazer
um discurso para 2 amigos.
Tal como um dentista não consegue tirar dentes a si próprio, também por vezes é necessário
testarmos o nosso ponto de vista com outra pessoa (neutra e imparcial).
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Uma série de técnicas cognitivas é usada em TC, como identificação, questionamento e correção de
pensamentos automáticos, avaliação de pressupostos e regras, avaliação e gestão das preocupações,
correção de erros de lógica, aprender a colocar os acontecimentos em perspectiva, técnicas de gestão e
processamento de emoções, ensaio cognitivo e outros procedimentos de treino de imagens mentais
positivas. Técnicas comportamentais são, por exemplo, criar um horário de atividades, avaliações de
prazer e habilidade, definir um conjunto de tarefas graduais, experimentos de teste da realidade, role-
plays, treinamento de habilidades sociais e técnicas de solução de problemas. O tratamento inicial é
centrado no aumento da consciência por parte do paciente de seus pensamentos automáticos e um
trabalho posterior centra-se nas crenças mais antigas, mais profundas e subjacentes. O tratamento pode
começar identificando e desafiando pensamentos automáticos e o que pode ser realizado de maneiras
diferentes. O terapeuta pode orientar os pacientes a avaliar seus pensamentos automáticos, principalmente
quando há uma forte emoção percebida durante a consulta, simplesmente perguntando: “O que está se
passando na sua mente?”, ou qualquer variação desta pergunta.
À medida que este conjunto de intervenções vai prosseguindo e que o cliente pratica e utilizam
formas diferentes de pensar e de agir, os sintomas vão melhorando e novas formas eficazes de lidar com
as situações vão sendo estabelecidas no comportamento do cliente.
Depressão
As pessoas com ansiedade e depressão experimentam emoções negativas, como medo e tristeza,
com muita frequência ou intensidade, sem a habilidade para regular ou gerir estes sentimentos.
No caso da depressão endógena que constitui cerca de 10% dos casos e tem origem em disfunções
químicas no cérebro ou em fatores hereditários (genes), o tratamento privilegiado deverá ser o
medicamentoso.
Mas a grande maioria das depressões tem origem em reações psicológicas a acontecimentos de
vida, negativos ou stressantes é a depressão exógena. Ou seja, são os eventos negativos que podem
desencadear a depressão. Por exemplo, o desemprego, relacionamentos que terminam sentimentos de
perda, rejeição amorosa, divórcio, conflitos, ou frustração em atingir um objetivo pessoal, são fatores
frequentes que explicam o início de uma depressão.
Mais do que os acontecimentos em si, é a forma como as pessoas interpretam os acontecimentos,
que é, em geral, uma leitura ou avaliação negativa de si e dos outros, o que permite manter e desenvolver
a depressão. O problema é que estas pessoas passam a distorcer a realidade e a avaliar negativamente, de
forma sistemática, as informações do meio. Se nós temos um sentimento de tristeza ou depressão, é
porque os nossos pensamentos conduziram a esse sentimento e não tanto devido aos acontecimentos
exteriores a nós. É o pensamento que determina a nossa forma de sentir. Por exemplo, a ansiedade está
frequentemente associada a pensamentos de perigo ou de que algo de negativo pode vir a acontecer.
Na depressão as pessoas estão convencidas que os seus pensamentos são verdadeiros, válidos e
úteis, quando na realidade, eles são na sua maioria interpretações irrealistas e distorcidas da realidade. Por
exemplo, depois de uma rejeição amorosa, podem haver pensamentos como estes:
" A culpa é minha"
"Ninguém me vai amar"
"Nunca mais vou conseguir amar alguém"
Estes e outros pensamentos estão na base dos sentimentos de tristeza e/ou depressão.
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É através da terapia que o cliente vai descobrindo os padrões de pensamento irrealistas e que não
funcionam e que permitem que a depressão se mantenha. O psicólogo ajuda a encontrar interpretações
realistas e adaptativas e apoia na mudança do comportamento, pois a ação é fundamental na superação da
depressão.
Ou seja, o medicamento não vai alterar a nossa visão ou perspectiva dos acontecimentos, apenas vai
proporcionar um alívio dos sintomas depressivos, mas não resolve a origem da depressão, que está, na
grande maioria dos casos e situações, na forma distorcida e negativa de ver as coisas. O medicamento é
útil porque torna as pessoas mais aptas e capazes de compreender o que se faz na terapia psicológica.
Assim, o medicamento atua nos sintomas na depressão, mas não nas causas. Aqui pode surgir outro
problema: a ilusão de melhoria dos sintomas provocada pelos medicamentos pode desmotivar o indivíduo
a iniciar a terapia psicológica. Ou seja, o indivíduo ao não realizar a terapia psicológica não se permite a
compreender o processo que levou à depressão nem a implementar as formas alternativas, lógicas e
racionais, nem a um conjunto de ações que além de irem ao cerne da depressão, permitiria evitar,
frequentemente, recaídas. É por esta razão que existem muito mais recaídas no tratamento da depressão
que é feito apenas com medicamentos. As estratégias para gerir e enfrentar os acontecimentos de vida não
foi "apreendido” com o medicamento. Existe ainda um crescente número de estudos independentes
(Antonuccio et al, 1998) que apontam apenas para uma ligeira vantagem dos anti- depressivos em
comparação com um placebo (substância sem qualquer ação no organismo). Todavia, ainda persiste a
crença popular que as drogas são a forma mais eficaz de tratamento da depressão, ansiedade, do
transtorno obsessivo compulsivo.
A teoria biológica preconiza que são alguns distúrbios químicos no cérebro que estão na origem da
depressão, mas também é verdade que a bioquímica do cérebro altera-se de acordo com as maneiras de
pensar e com as experiências de vida - ou seja, a terapia cognitivo- comportamental ao alterar as maneiras
irrealistas de interpretar certos acontecimentos também altera a química do cérebro. As nossas
experiências de vida e as formas de interpretá-las alteram a química do cérebro bem como as suas
associações neuronais. Quando aprendemos uma nova habilidade, como andar de bicicleta ou aprender a
tocar um instrumento musical, essa informação fica em novas associações de neurônios. Com a prática,
esse comportamento fica automatizado e deixa de ser necessário "pensar" nele.
Os medicamentos podem mudar a química do cérebro durante algum tempo (pois só funcionam
enquanto estão a atuar no cérebro e depois de sintetizados pelo organismo, o efeito desaparece). Mas só
com a terapia cognitivo- comportamental é que os efeitos poderão ser permanentes pois ao aprender
novas estratégias e praticar novas métodos (por exemplo, novas formas de interpretar e lidar com o falar
em público ou o medo das alturas), isto cria novas associações neuronais. Com a prática, isto também
altera a química do cérebro e de forma permanente.
As pessoas são muito mais ajudadas quando são encorajadas a tomarem um papel ativo nas suas
vidas, a identificarem os seus erros de pensamento e a desafiarem a sua maneira de pensar, verificando se
os seus pensamentos são verdadeiros ou não.
O problema é que existem alguns modelos de psicoterapia, bastante lentos e de eficácia por
comprovar, que contribuíram para alguma desvalorização do papel da psicologia ou da eficácia da terapia.
Alguns tipos de terapia não definem objetivos de intervenção ou não indicam estratégias para enfrentar
certos problemas e na qual o terapeuta tem um papel muito passivo. Por exemplo, apesar de muitas
pessoas passarem por muitas sessões de psicanálise, ela não tem demonstrado funcionar na depressão
(Seligman, 2006).
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É por todas estas razões que a terapia cognitivo- comportamental ultrapassa a medicação a médio e
longo prazo.
Esta técnica – definição dos termos – é conhecida como a 'técnica semântica' porque lhe pede para
definir o significado dos termos que está a utilizar para si próprio".
Imagine que é um cientista (ou um psicólogo) fazendo investigação. Alguém diz: "João é um
fracasso", e você quer determinar se esta afirmação reflete a percepção acurada de João. A primeira coisa
que precisamos fazer é definir fracasso. Por exemplo, podemos defini-lo como:
· Não ter sucesso.
· Não ser capaz de obter recompensas, prêmios
· Ser inferior a quase todos em tudo.
Ou, se você for propenso à autocrítica e à depressão, talvez tenha uma maneira própria de definir
fracasso para si mesmo. Você pode defini-lo como algo com o qual quase ninguém, além de si,
concordaria. Por exemplo, poder-se-ia defini-lo pelos seguintes critérios:
Como você definiria as coisas que o estão a incomodar? Por exemplo, como saberíamos que alguém
não tem valor, é bem-sucedido, é um fracasso, e assim por diante? Como saberíamos que alguém não é
alguma dessas coisas? Dê uma definição detalhada.
O cliente escreve as suas respostas numa das colunas da folha de registo de pensamentos
automáticos.
TERAPEUTA: Você disse que se sente um fracasso desde que Bill a deixou. Como você definiria
fracasso?
PACIENTE: Bem, meu casamento não deu certo.
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TERAPEUTA: Então você acredita que o casamento não deu certo porque você, como pessoa, é
um fracasso?
PACIENTE: Se tivesse dado certo, ele ainda estaria comigo.
TERAPEUTA: Então podemos concluir que as pessoas cujos casamentos não dão certo são todas
fracassadas?
PACIENTE: Não, acho que eu não iria assim tão longe.
TERAPEUTA: Por que não? Devemos ter uma definição de fracasso para você e outra para o
restante das pessoas?
Este exemplo ilustra como o simples fato de extrair as definições negativas e extremas dos
pacientes pode ajudá-los a compreender quão irracional é sua perspectiva. “Indivíduos que definem
fracasso como menos do que “sucesso extraordinário” poderão ver que sua definição é polarizada, que
emprega termos do tipo tudo-ou-nada – isto é, -sucesso completo” versus "fracasso completo".
Uma variação da técnica semântica é perguntar ao paciente como os outros definem
"sucesso"ou"fracasso". Eu prefiro fazer que o paciente se concentre na extremidade positiva do
continuum, pedindo que defina termos como "sucesso" ou "o que vale a pena".
TERAPEUTA: Você vê que sua definição de fracasso é bem diferente de como outras pessoas
poderiam defini-lo. Poucas pessoas diriam que alguém que se divorciou é um fracasso. Vamos nos
concentrar agora na extremidade positiva. Como a maioria das pessoas define sucesso em relação a
alguém?
PACIENTE: Bem, elas podem dizer que as pessoas têm sucesso quando atingem alguns de seus
objetivos.
TERAPEUTA: OK. Então, poderíamos dizer que se alguém atinge seus objetivos, essa pessoa é
bem-sucedida?
PACIENTE: Certo.
TERAPEUTA: Também poderíamos dizer que as pessoas têm diferentes graus de sucesso?
Algumas pessoas atingem mais objetivos do que outras?
PACIENTE: Acho que sim.
TERAPEUTA: Então, se aplicarmos essas ideias a si, poderíamos dizer que atingiu alguns de seus
objetivos na vida?
TERAPEUTA: Sim, eu terminei a faculdade e trabalhei nos últimos seis anos. Crio meu filho e ele
teve alguns problemas médicos há alguns anos, mas eu consegui bons médicos para ele.
TERAPEUTA: Então, poderíamos dizer que esses comportamentos foram bem-sucedidos?
PACIENTE: Certo. Eu tive alguns sucessos.
TERAPEUTA: Será que não existe uma contradição em sua forma de pensar – chamar a si mesma
de fracasso, mas dizer que teve vários sucessos?
PACIENTE: Sim, isso não faz sentido, faz?
O cliente escreve alguns pensamentos e conclusões lógicas e o resultado desta técnica na folha de
registro de pensamentos. Para continuar a eficácia deste exercício, o cliente leva para casa uma ficha onde
pode praticar a definição dos termos de seus pensamentos negativos, por exemplo, quando estiver a
pensar em termos de tudo ou nada, a rotular-se, a desqualificar-se. Depois as suas definições são
analisadas em consulta para testar a possibilidade de seu pensamento ser errôneo. Finalmente, nas
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semanas seguintes o cliente escreve crenças, atitudes, e definições de "sucesso" mais razoáveis e justas
que acredita poder usar consigo próprio.
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Objetivos
A Terapia Cognitiva para perder peso tem os seguintes objetivos:
- Mudar o pensamento e o comportamento sobre a dieta,
- Aprender a tolerar o emagrecer devagar,
- Treinar o pensamento para ter bons hábitos alimentares,
- Saber lidar com as pessoas que estimulam a comer,
- Aprender a ser tolerante à fome (quando esta é apenas um desejo e não uma necessidade)
- Gerir adequadamente a emoção e o desejo incontrolável de comer,
- Lidar de forma diferente com a emoção negativa que leva ao comer compulsivo,
- Aprender a manter a motivação e a lidar com os inevitáveis avanços e recuos, quando estamos a
lidar com mudanças psicológicas.
Tal como a Terapia Cognitiva tem sido aplicada com sucesso a problemas como a ansiedade e a
depressão, também se desenvolveu desde há vários anos, a partir do Instituto Beck, uma forma de terapia
cognitiva aplicada à perda de peso. Da mesma forma que na depressão existem várias maneiras de
distorcer a maneira de pensar (como catastrofizar, pensar apenas no pior, esquecer os eventos positivos,
adivinhar o futuro, etc), também na perda de peso existem pensamentos sabotadores, que que impedem
que a dieta tenha sucesso, mesmo que exista uma boa orientação nutricional ou médica.
Alguns destes pensamentos "irracionais" que aparecem durante a dieta (que em si já é uma
experiência com um certo grau de stress) podem ser:
- Pensamento tudo ou nada: “Ou faço a dieta sem qualquer falha ou então desisto”. Como qualquer
mudança implica erros e tolerância ao imperfecionismo, este pensamento não funciona.
- Filtro Mental: "Comer este doce agora não faz diferença... ". O acumular de "exceções" deste
gênero pode sabotar a dieta.
- Pensamento Ilusório: "Já que comi um doce hoje, então posso comer tudo o que quiser no resto do
dia".
- Regras disfuncionais: "Não devo desperdiçar comida".
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- Leitura Mental "Aquela pessoa vai pensar mal de mim se não comer o que ela me ofereceu"
Estes e outros pensamentos dificultam o seguimento da dieta, muitas vezes ao ponto de desistir ou a
não manter o peso saudável. Para emagrecer e manter o peso desejado, é preciso saber lidar com vários
problemas práticos como, por exemplo:
- Lidar com a sensação de estar sobrecarregado pela pressão da dieta.
- Lidar com a sensação de estar em privação
- Lidar com desmotivação quando o emagrecimento não corresponder ao que desejava.
- Lidar com ansiedade em relação a outros problemas da vida.
FD: Por que razão, apesar de saberem as consequências, as pessoas continuam a cometer
excessos alimentares?
Por razões emocionais: se alguém sente um humor deprimido, a comida calórica pode
proporcionar um alívio temporário, criando um ciclo vicioso em que automaticamente se come para obter
conforto; por pressão cultural (é desejável socialmente aceitar comida numa festa, por exemplo); devido a
desconhecimento: não sabem como perder peso e não sabem que estão a cometer um excesso; porque os
maus hábitos alimentares tornaram-se um ciclo automático e não se apercebem disso; têm pensamentos
sabotadores do gênero “é muito difícil perder peso…” ou “sou um caso perdido”; perderam a esperança
de emagrecer, a motivação não é suficiente; subavaliam as calorias dos alimentos, etc.
FD: Que conselhos deixam de modo a que se possa estabelecer uma “boa relação” com a
comida?
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- Aprendendo a gerir as emoções: pensar e agir de forma a evitar a depressão e a ansiedade
excessiva, bem como manter hábitos saudáveis na alimentação e praticar exercício físico. Ao praticar uma
psicologia positiva e a ter bons hábitos de saúde mental é possível evitar um comer emocional.
- Distinguir entre fome, vontade e desejo incontrolável de comer.
- Permitir-se comer sem sentir culpa nem pressão, equilibrando com uma alimentação equilibrada e
exercício. (outras ideias estão na resposta seguinte)
De que modo se pode “usar” a psicologia para travar os excessos alimentares?
- Se existirem problemas psicológicos subjacentes à obesidade, estes devem ser tratados com terapia
cognitiva, pois é muito difícil perder peso quando existem problemas psicológicos importantes.
- A psicologia cognitiva- comportamental tem um arsenal de técnicas para gerir os pensamentos
“sabotadores” , que fazem agir de maneira disfuncional, ensinando respostas lógicas para os pensamentos
irracionais. “Por exemplo, em vez de pensar “Foi terrível hoje ter comido muitos doces”, poderá pensar “
Não é importante, amanhã continuo a dieta, eu tolero as imperfeições”.
- Escrever as vantagens de emagrecer e trazer consigo esse cartão na carteira, pois os pensamentos
irracionais podem fazê-lo desviar do percurso que lhe interessa.
- Comprometer-se com a mudança. Perceber o que realmente valoriza e deseja e que escolhe fazer
as coisas difíceis para se tornar feliz. Agir e resolver problemas em vez de se preocupar com eles,
aceitando que eles existem.
- Suspender os julgamentos! Ao preocupar-se com o peso carrega julgamentos inúteis sobre o que é
bom ou mau, que só aumentam a pressão para perder peso. Em vez de julgar a realidade, descreva-a em
termos de cores ou impressões. “Apenas vi o meu peso na balança”, em vez de “estou horrível”. Agir é
diferente de estar a preocupar-se!
- Aprender a progredir por passos graduais e imperfeitos. Se quiser mudar, isso não é numa semana.
O sucesso significa adotar comportamentos que não terão um resultado perfeito. Significa progredir por
meio de passos imperfeitos. Cada passo (ou exercício) imperfeito que fizer irá conduzi-lo na direção
desejada. O perfecionismo desmotiva, mas se tolerar a imperfeição pode começar hoje a seguir a dieta.
-Praticar um desconforto construtivo: aceitar que vai sentir ansiedade ao evitar o excesso alimentar.
Começamos fazendo do desconforto uma meta – com a entrada na zona de desconforto –, para fazer
coisas que não queremos. O desconforto torna-se um meio para um fim pois ajuda a atingir as outras
metas.. É muito mais produtivo fazer coisas desconfortáveis do que se preocupar anos em perder peso.
- Escolher duas dietas razoáveis, saudáveis e flexíveis: uma com planejamento de refeições e outra
que permita gerir um certo número de calorias por dia.
- Posteriormente, é útil aprender uma forma de pensar mais racional que permita manter uma
maneira de pensar em direção aos objetivos, como por exemplo, seguir uma terapia cognitiva. Algumas
das tarefas a seguir são: elogiar-se, comer devagar , conviver com pessoas positivas que a motivem;
organizar o tempo para fazer dieta; comprometer-se por escrito; definir metas realistas; aprender a tolerar
a fome; aprender a gerir emoções negativas com atividades construtivas, em vez de usar a comida, etc…
Por outro lado, a preocupação excessiva pode incidir sobre o corpo e o seu grau de musculatura. A
vigorexia pode ser caracterizada como um problema psicológico quando existe uma distorção na
autoimagem corporal: o individuo vê-se como mais fraco, menos muscular ou menor do que aquilo que
realisticamente é. Assim, existe uma convicção (irrealista) de que é fraco pequeno ou inferior e
compulsivamente vai realizar intensos exercícios físicos para atingir um suposto ideal de corpo físico. Na
vigorexia, ou complexo de Adônis, como o autor deste conceito chama, Harrison Pope, existem crenças
fortes e preocupações acerca da aparência e da musculatura. Pode ser considerada uma forma de
transtorno obsessivo- compulsivo, apesar de também se relacionar com as características dos transtornos
alimentares.
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ilegais, nem da diferença entre aquilo que interpreta e o corpo real (à semelhança com a anorexia), em
que mesmo possuindo uma grande musculatura, vê-se como pequeno ou fraco. É raro procurarem ajuda.
Parecem existir algumas características frequentes nas pessoas com vigorexia: perfeccionismo,
grande preocupação com o corpo ou com algum defeito físico (como nariz grande ou o cabelo), extrema
necessidade de aprovação pelos outros, percepção de ser inadequado socialmente, grande preocupação
com a aparência, medo de ser fraco, imaturo ou “pouco masculino”, sentimentos de inferioridade, baixa
auto estima, muita atenção e vigilância ao próprio corpo e ao desempenho social e até predisposições
biológicas. Parece ser mais comum por volta dos 20 anos. Pode levar a transtornos de ansiedade e
depressão, ao isolamento social e a um alheamento das atividades sociais e laborais, pela preocupação e
tempo que esta obsessão exige. No limite, pode levar ao consumo de drogas ilegais que poderão ser fatais.
Para o diagnóstico correto, existem questionários que permitem avaliar a satisfação corporal, o
desejo pela musculatura, e o grau do transtorno dismórfico muscular. Pode haver uma avaliação médica,
com exames físicos e apoio do nutricionista.
O tratamento cognitivo- comportamental é o mais eficaz. Ele procura corrigir os padrões errôneos
de pensamento, que estão na origem das possíveis causas do transtorno cognitivo que cria um ciclo
vicioso de pensamento- emoção- comportamento. Quando uma pessoa tem uma avaliação negativa da
imagem corporal interna, ele influencia a representação externa da aparência. Procura-se ensinar padrões
eficazes e realistas de interpretar o corpo, aumentar a auto estima e as competências sociais, transformar o
perfeccionismo num imperfecionismo eficaz, aprender a lidar com a desaprovação, gerir emoções
negativas e reduzir a ansiedade, etc.
Erros comuns a corrigir são o pensamento tudo ou nada (“ou tenho o corpo perfeito ou não valho
nada), a leitura mental (““ estão a pensar que sou um fraco”; os outros têm má opinião do meu corpo”) e a
catastrofização (“ se não tiver x kilos de músculo, é horrível e insuportável”; "Sinto-me fraco, defeituoso
ou inferior")
Acreditava-se que somente as mães sofriam desse mal, no entanto, novos estudos mostram que elas
também podem afetar os pais.
Depressão pós-parto não é uma falha de caráter ou uma fraqueza. Se você tem depressão pós-parto,
o tratamento imediato pode ajudar a gerir os seus sintomas e desfrutar de seu bebê.
Causas
Não há uma única causa para depressão pós-parto. Fatores físicos, emocionais e de estilo de vida
podem influenciar de alguma forma no surgimento da doença.
Após o parto, ocorre uma queda dramática nos hormônios estrogênio e progesterona, e essas
mudanças por si só podem contribuir para um quadro de depressão pós-parto. Outros hormônios
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produzidos pela glândula tireoide também pode cair bruscamente - o que pode aumentar o cansaço e
sensação de tristeza. Mudanças no seu volume de sangue, pressão arterial, sistema imunológico e
metabolismo podem contribuir para a fadiga e alterações de humor.
Fatores emocionais
Quando você está privado de sono e sofrendo algum tipo de estresse ou pressão psicológica, você
pode ter problemas para lidar com situações do dia a dia. A mãe também pode se sentir menos atraente ou
sentir que perdeu o controle sobre sua vida. Qualquer um desses fatores pode contribuir para a depressão
pós-parto.
No caso dos homens, a depressão pós-parto pode surgir por conta da preocupação com sua própria
capacidade de educar um recém-nascido. A ansiedade em prover uma boa vida para a criança, o aumento
das responsabilidades e o suporte que se deve dar ao parceiro(a) estão entre as causas do problema.
Apesar de essas causas serem comuns nos pais, também podem ocorrer com as mães.
Estilo de vida
Muitos fatores de estilo de vida podem levar à depressão pós-parto, incluindo um bebê exigente,
dificuldade de amamentação, filhos mais velhos com ciúmes, problemas financeiros, falta de apoio do
parceiro ou de outros entes queridos.
Fatores de risco
Fatores de risco para depressão pós-parto incluem:
História de depressão pós-parto anterior
Falta de apoio da família, parceiro e amigos.
Estresse, como um recém-nascido doente, problemas financeiros ou problemas familiares
Limitações físicas anteriores ou após o parto
Depressão durante a gravidez
Depressão anterior
Transtorno bipolar
História familiar de depressão ou transtorno bipolar
História de desordem disfórica pré-menstrual (PMDD), que é a forma grave de tensão pré-menstrual
(TPM)
Violência doméstica, que podem aumentar durante a gravidez e quando um casal está se ajustando a
um novo bebê. Se o seu parceiro é violento ou emocionalmente abusivo, você e seu bebê estão
fisicamente em risco, e você tem um maior risco de depressão pós-parto. Procure ajuda se possível.
Fatores de risco para psicose pós-parto incluem:
A história pessoal ou familiar de transtorno bipolar
Psicose pós-parto anterior.
Sintomas de Depressão pós-parto
Os dois sintomas mais comuns da depressão são:
Sentimento de tristeza ou desespero constante
Perder o interesse ou não sentir prazer na maioria das atividades diárias.
Um sintoma particularmente grave de depressão é pensar na morte e suicídio. Algumas pessoas com
depressão pós-parto também podem ter uma vontade súbita e assustadora de prejudicar seus bebês.
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Quase todos os dias, você também poderá:
Perder ou ganhar peso
Vontade de comer mais ou menos do que o habitual
Dormir muito ou não dormir o suficiente
Inquietação ou indisposição
Cansaço e energia
Sentimento de indignação ou culpa
Dificuldade para se concentrar ou tomar decisões
Ansiedade e excesso de preocupação.
Psicose pós-parto
Esta condição grave é mais susceptível de afetar as mulheres que têm distúrbio bipolar ou histórico
de psicose pós-parto. Os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas após o
parto, incluem:
Sentir se desconectada com seu bebê e com as pessoas em seu entorno.
Sono perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo.
Pensamento extremamente confuso e desorganizado, aumentando o risco de prejudicar o bebê, a si
mesma ou qualquer pessoa.
Mudanças drásticas de humor e comportamento bizarro
Extrema agitação ou inquietação.
Alucinações, que pode ser visuais, auditivas, olfativas ou pode contato.
Pensamento delirante que não se baseia na realidade.
Diagnóstico e exames
Buscando ajuda médica
Se você tiver pelo menos cinco dos sintomas acima por duas semanas ou mais, e um dos sintomas é
ou tristeza ou perda do interesse, você pode ter depressão pós-parto e precisar de tratamento.
Ainda que você não tenha outros sintomas além da tristeza ou indisposição, é importante buscar
ajuda médica e conversar sobre os benefícios que um tratamento poderia trazer. Quanto mais cedo você
começar o tratamento, melhor será a sua chance de uma recuperação rápida e completa.
Se você está se sentindo deprimido após o nascimento do seu bebê, você pode estar relutante ou
vergonha de admitir isso. Mas é importante chamar o seu médico se os sinais e sintomas de depressão
piorar e prejudicarem suas atividades.
Para pessoas que tem sintomas de psicose pós-parto, deve ser tratada como uma emergência que
requer tratamento médico imediato. Se você ou sua parceira tiver quaisquer sintomas psicóticos, procure
ajuda de emergência imediatamente.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar uma depressão pós-parto são:
Psicólogo
Psiquiatra
Endocrinologista
Ginecologista e Obstetra
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você
já pode chegar à consulta com algumas informações:
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Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos
que ele tome com regularidade.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
Quais são os sintomas e quando eles começaram?
Os sintomas estão melhorando ou piorando ao longo do tempo?
Os sintomas afetam sua capacidade de cuidar do bebê?
Você se sente tão ligada ao bebê quanto esperava?
Você é capaz de dormir tem a chance e sair da cama quando é hora de acordar?
Como você descreveria o seu nível de energia?
O seu apetite mudou?
Quantas vezes você diria que fica ansiosa, irritada ou com raiva?
Você já teve algum pensamento de autoagressão ou agressão ao bebê?
Qual é o apoio que você tem para cuidar do seu bebê?
Você sofre com algum problema financeiro ou no relacionamento?
Você recebeu o diagnóstico de quaisquer outras condições médicas, incluindo distúrbios
psiquiátricos, como depressão ou transtorno bipolar?
Você recebe ou recebeu tratamento para outros sintomas psiquiátricos? Se sim, que tipo de
terapia ajudou mais?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais
importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da
consulta acabar. Para depressão pós-parto algumas perguntas básicas incluem:
Qual é o meu diagnóstico?
Quais tratamentos vão me ajudar?
Quais são os possíveis efeitos colaterais dos tratamentos que você está propondo?
Quanto e em quanto tempo você espera que os meus sintomas melhorem?
O medicamento que você está prescrevendo seguro para tomar durante a amamentação?
Durante quanto tempo vou precisar receber tratamento?
Que mudanças de estilo de vida podem me ajudar a gerenciar os sintomas?
Quantas vezes tenho que fazer visitas de acompanhamento?
Estou em risco aumentado para outros problemas de saúde mental?
Estou em risco dessa condição voltar se eu tiver outro filho?
Existe alguma maneira de evitar a reincidência se eu tiver outro filho?
Há algum material impresso que eu posso levar comigo? Quais sites você recomenda?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Tratamento e cuidados
Tratamento de Depressão pós-parto
Medicamentos
Os antidepressivos são frequentemente utilizados, geralmente em combinação com a orientação e
suporte.
Você pode começar a sentir-se melhor dentro de 1-3 semanas após iniciar o tratamento com
antidepressivos. Mas pode levar até 6-8 semanas para ver mais melhorias. Se você tiver dúvidas ou
preocupações sobre seus medicamentos, ou se você não notar nenhuma melhora por três semanas, marque
uma consulta médica.
Os antidepressivos são normalmente utilizados durante pelo menos seis meses. Para evitar uma
recaída, o seu médico ou médica pode recomendar o medicamento por até um ano antes de pensar em
parar. Pacientes que tiveram várias crises de depressão podem precisar tomar o medicamento por um
longo tempo.
Psicoterapia
O aconselhamento ajuda a prevenir e tratar a depressão pós parto e depressão durante a gravidez.
Para melhorar o sucesso do tratamento, ambos os pais devem tentar participar.
Terapia cognitivo comportamental ajuda a tomar conta da maneira como você pensa e sente.
Aconselhamento interpessoal fornece suporte emocional e ajuda na resolução de problemas e
definição de metas.
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O seu médico ou médica pode recomendar um(a) psicólogo(a) ou psiquiatra que se especializou no
tratamento da depressão pós-parto. Para tratar eficazmente a depressão, é importante que você e seu
conselheiro tenham uma relação confortável.
Você também pode se beneficiar de:
Ter um(a) babá durante meio período ou em tempo integral
Exercícios para fortalecer os laços entre paciente e bebê.
Terapia hormonal
A reposição hormonal pode ajudar a neutralizar a queda rápida nos níveis de estrogênio que
acompanha o parto, aliviando os sintomas de depressão pós-parto em algumas mulheres. Entretanto, ainda
não é comprovado que a terapia hormonal possa prevenir ou tratar a depressão pós-parto. Tal como
acontece com os antidepressivos, é importante pesar os riscos e benefícios potenciais do tratamento com
terapia hormonal.
Psicose pós-parto
Psicose pós-parto requer tratamento imediato, muitas vezes no hospital. Quando a segurança da
paciente está garantida, uma combinação de medicamentos - como antidepressivos, antipsicóticos e
estabilizadores de humor - pode ser usado para controlar os sintomas. Às vezes, a eletroconvulsoterapia é
recomendada também.
O tratamento para a psicose pós-parto pode afastar a mãe do bebê por muito tempo e tornar a
amamentação difícil, e alguns medicamentos utilizados para tratar a psicose pós-parto não são
recomendados para mulheres que estejam amamentando.
Convivendo (prognóstico)
Depressão pós-parto geralmente não é uma condição que você pode tratar por conta própria - mas
você pode fazer algumas mudanças que ajudam o tratamento a ser mais efeito. Veja:
Faça escolhas de vida saudáveis, como praticar atividade física, manter uma dieta equilibrada e
evitar vícios como tabaco e álcool
Não coloque cobranças excessivas em cima de você
Arranje um tempo para si mesma
Se concentre em manter seus pensamentos positivos
Evite o isolamento.
Lembre-se, a melhor maneira de cuidar de seu bebê é cuidando de si mesma.
Complicações possíveis
Se não for tratada, a depressão pós-parto pode interferir com o vínculo mãe-filho e causar
problemas familiares. Filhos de mães que têm depressão pós-parto não tratada são mais propensos a ter
problemas de comportamento, como dificuldades para dormir e comer, crises de birra e hiperatividade. Os
atrasos no desenvolvimento da linguagem são mais comuns também.
Depressão pós-parto não tratada pode durar meses ou mais, por vezes tornar-se um distúrbio
depressivo crônico. Mesmo quando tratada, depressão pós-parto aumenta o risco de futuros episódios
depressivos.
Prevenção
Peça ajuda de outras pessoas para que você consiga dormir bem, manter uma alimentação saudável,
fazer exercício físico e receber apoio na medida do possível.
Fique longe de cafeína, álcool e outras drogas ou medicamentos, a menos que recomendado pelo
seu médico ou médica.
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Se você está preocupado com a depressão pós-parto, faça seu primeiro check-up pós-natal três ou
quatro semanas após o parto em vez das habituais seis semanas.
Mulheres cujo risco para depressão pós-parto é maior pode querer tomar medidas adicionais para
prevenir a depressão pós-parto.
Bibliografia consultada (básica):
Plante, T. (2005) Contemporary Clinical Psychology, 2nd edition. New Jersey: Wiley.
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