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11-02
HISTÓRICO
São aquelas que não são a razão de ser da criação dos poderes, mas
que acabam sendo por eles exercidos, por força das determinações
constitucionais.
Ex:
- para garantir a autonomia do poder, cada poder se auto regula, para o
legislativo comprar cadeiras para as suas salas, ele deve fazer licitação
para essa compra, que é uma atividade típica do poder executivo.
- Os crimes de responsabilidade são julgados pelo legislativo, que é uma
função do judiciário.
- quando tem que fazer um concurso público para juizes é o judiciário,
essa é uma atividade típica do executivo.
Direito Administrativo - O ramo do direito que disciplina a
função administrativa do Estado. Não importa quem a exerça.
18-02-08
• LEGALIDADE
Art 37, caput e art 5, II da CF.
Ninguém poderá fazer ou deixar de fazer, senão em virtude de lei.
Somente a lei pode introduzir, em caráter primário, direitos e deveres.
A incidência do principio da legalidade no mundo Público, é bem
diferente do Privado.
Quer dizer que:
- Mundo Privado: O que não é proibido, é permitido.
- Mundo Administrativo: O que não é permito, é proibido.
Ele é uma decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse
público. O administrador só pode fazer aquilo que a lei autoriza.
Ele foi colocado na CF 88 com bastante força, o que nem sempre
encontramos em todas as Constituições Modernas. Mas ainda cabe
algumas poucas exceções.
Esse princípio é cláusula pétrea.
Exceções:
1. MEDIDA PROVISÓRIA: É expressa no exercício da função legislativa do
Estado, mas não pode ser confundida com a lei. Ela tem força de
lei apenas. Ela tem prazo fixado para a sua existência, ela é
provisória. Além disso, há limites para a sua criação, requisitos
sobre a matéria e sobre a situação de urgência necessária.
Portanto, ela enseja exceções ao principio da legalidade, na
medida em que não sendo lei, ela cria deveres e direitos.
2. ESTADO DE DEFESA: Tem tempo determinado e área a ser abrangida. É
decretado pelo Presidente, que estabelecerá por meio de Decreto,
limites e cerceamento a direitos dos cidadãos. Valerão como se a
lei tivesse expressado.
3. ESTADO DE SÍTIO: Estende os efeitos do estado de defesa.
4. REGULAMENTOS AUTÔNOMOS.
Percebe-se que as exceções ao princípio tem que estar previstas na
própria Constituição.
PODER REGULAMENTAR
• REGULAMENTO AUTORIZADO
São aqueles que o legislador ordinário, em matéria que por lei
originalmente deveria ser tratada, remete à disciplina do executivo por
regulamento.
• BRASIL:
Existe o regulamento de execução da Lei, estão previstos no art 84,
inc IV, da CF. Compete privativamente ao Presidente da República,
expedir regulamentos e decretos para a fiel execução da lei. A forma
correta é por meio de decreto administrativo, é um ato privativo do
chefe do executivo. Decreto é forma e regulamento é conteúdo.
Não há na CF vedação à matérias que o legislativo não pode tratar. O
legislativo sempre pode tratar, de qualquer matéria. Por isso, tinha-se
que não há regulamento autônomo no Brasil. Mas em 2001, a EC 32
mudou isso, mudou o art 84, inc VI, compete privativamente ao
Presidente, dispor sobre a organização interna do executivo, criação de
cargos públicos, entre outros, desde que não aumente o orçamento. Ou
seja, só o Presidente e não o legislativo, pode, por meio de decreto.
Agora, muitos passaram a afirmar que o regulamento autônomo existe
no Ordenamento Jurídico Brasileiro.
Entretanto, Celso Antonio Bandeira de Mello e o Prof, defende que o
regulamento autônomo é aquele que vai tratar de um assunto que a lei
não pode tratar. Mas no caso, o regulamento não pode criar órgão, nem
extinguir, nem ultrapassar o orçamento, ou seja, ele pode renovar
coisas que a lei já fixou, são situações de mera execução da lei, não é
algo independente de lei. Então não é autônomo, mas regulamento de
execução.
O Regulamento autoriza se verifica na seguinte circunstancia: a lei diz
que é o executivo que vai tratar. Na verdade, a lei está delegando ao
executivo uma função tua. Isso fere a separação dos três poderes,
porque o legislativo só pode delegar uma parte de sua função a outro
órgão, se estiver expresso na CF. As delegações pretendidas no plano
infraconstitucional não podem fazer isso. Portanto, o regulamento
autorizado no Brasil, ofenderia o princípio da Separação dos 3
Poderes.
Mas na prática, se encontra leis que dá cheque em branco ao executivo,
em matéria que ela deveria tratar e não tratou. A lei que disciplina a
ANATEL criou uma modalidade de licitação chamada consulta, que será
regulamentada pelo regulamento, está delegando atribuições do
legislativo ao executivo. Isso é uma delegação simulada, situação
inconstitucional.
25-02
• IMPESSOALIDADE
É o que afirma que a administração pública não pode exercer suas
atividades visando o favorecimento ou o prejuízo de quem quer que
seja, por suas condições pessoais.
Dois aspectos:
Impessoalidade do administrador – ele não pode tirar êxito
pessoal dos seus atos administrativos. Não pode ter
propaganda que vincule nomes ou imagens dos servidores
públicos, eles não podem se promover as custas do erário
público.
Impessoalidade do administrado. Não importa quem seja, as
condições pessoais não será levada em conta na hora de
sujeito passivo do serviço público. Ex: o governador não poderá
passar na frente da fila do hospital público, só porque ele é
governador.
• MORALIDADE
É o que afirma que não basta ao administrador cumprir a lei, é
necessário cumprir, pelos seus atos, os valores éticos predominantes na
sociedade.
Antes da CF 88 – discutia se era um princípio jurídico ou não. Meirelles
dizia que sim, que se não fizesse, tinha que se submeter a sanções.
Outros diziam que era moral e merecia sanções morais.
CF 88 – colocou a moralidade como um princípio jurídico, então, seu
descumprimento exige sanções jurídicas.
Exemplos de ações legais, mas imorais:
Nepotismo: é a designação de parentes em favorecimento de
outros, para o exercício de funções públicas. Essa proteção é
bem comum no Brasil, tanto que a lei proibiu a contratação de
parentes. Mas está liberado para os cargos de confiança, o
imoral é contratar alguém menos preparado do que o outro, só
porque é parente.
Improbidade administrativa – sofre sanções.
QUAL DIFERENÇA ENTRE IMPROBIDADE E IMORALIDADE?
Conceito - A improbidade é uma espécie do gênero imoralidade.
BRASIL - Improbidade significa ofender os princípios da administração,
então, no Brasil, a improbidade é mais ampla que a moralidade.
03-03
• PUBLICIDADE:
Afirma que os atos da administração não devem ser sigilosos, de modo
a que todos os atingidos pelos seus efeitos devem ser formalmente
cientificados da sua existência.
A lei é quem dirá o modo pelo qual a publicidade será dada.
Em regra, é através de publicação da Imprensa Oficial. Cada ente tem o seu
mecanismo, como os diários oficiais.
Há exceções, onde não basta a publicação da Imprensa Oficial, tem que publicar
em jornais de grande circulação. Há casos ainda que nem precisa da Imprensa,
como a licitação na modalidade convite, este é feita por carta, ela será afixada em
local de público acesso e enviado a um número mínimo de 3 pessoas.
ATOS ADMINISTRATIVOS DE EFEITOS EXTERNOS:
São aqueles que atingem terceiros, que estão fora dos muros da administração.
Nesse caso, a falta de mandamento legal indica que a publicidade é feita através
da publicação.
ATOS ADMINISTRATIVOS DE EFEITOS INTERNOS:
Os efeitos estão restritos à administração. A publicidade será satisfeita com a
ciência daqueles que serão atingidos (através de circulares).
Publicidade no art 37, §1, tem haver com propaganda e não com a publicidade
dos atos jurídicos.
ATINGE A EFICÁCIA OU A EXISTÊNCIA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS?
Lei fala que os contratos devem ser publicados em determinados
tempo, se não forem, será sustada a eficácia.
No caso da publicação, a lei não dispõe.
Prof - Falta da disposição legal que diga o contrário, a publicação é
necessária para a existência.
• EFICIÊNCIA
Afirma que não basta ao administrador utilizar os meios adequados para
a execução da sua competência, mas é necessário ainda que por esses
meios produza os melhores resultados qualitativos e quantitativos
possíveis.
Privado – eficiência é ligado ao resultado.
Público – o resultado final é importante, mas os meios são muito
importantes.
É eficiente quem usa o melhor meio possível, para chegar ao melhor
resultado.
10-03
• PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO
LEGAL
Art 5º, LIV e LV
É o princípio que afirma que quaisquer situações restritivas de direitos
aplicadas em decorrência de condutas indevidas dos administrados,
deverão ser precedidas da realização de regular processo em que se
assegure ao acusado o direito ao contraditório e a ampla defesa.
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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
• PRINCÍPIO DA FINALIDADE
É o que afirma que as ações da Administração Pública devem sempre
ter por fim a satisfação do interesse público.
A lei revela a vontade da coletividade, o interesse da coletividade.
Portanto, esse interesse que a lei afirma é o interesse público. O
executor deve sempre estar voltado a satisfação desse interesse, esse é
o seu papel.
• PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
É o que afirma que a pretexto de cumprir a lei, não pode o
administrador pautar-se por comportamentos irracionais, insanos ou
tresloucados.
• PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE:
É um desdobramento do da razoabilidade.
É aquele que afirma que o administrador, ao executar a lei, não pode
utilizar meios mais intensos ou desajustados aos fins que legalmente
deve alcançar.
O meio para a execução da lei deve ser proporcional, coerente, com a
intenção da lei. Sempre buscar meios menos gravosos para a execução.
• PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
ATOS ADMINISTRATIVOS
24-03
14-04
Pressuposto Motivo
Pertinêcia lógica entre Motivo, conteúdo e finalidade do ato.
O motivo tem que ter uma adequação lógica, com aquilo que o ato
declara. O motivo é o que propulsiona o ato.
Ex: o prefeito demite a funcionária que diz: Bom dia, senhor prefeito.
O conteúdo da demissão é extinguir a relação de emprego, a finalidade
da demissão é a punição. Não tem lógica que o motivo, mesmo
existente, não tenha nenhuma correspondência com os outros
elementos do ato administrativo.
Isso só tem sentido prático quando a lei não descreve o motivo ou o
descreve de forma muito vaga. Quando a lei dá liberdade discricionária
ao executor. Pois o limite da discricionariedade da escolha do motivo, é
a relação lógica com o conteúdo e a finalidade.
Não basta que o motivo exista.
Celso Antonio – segue a doutrina portuguesa, criando a causa do ato
administrativo. Causa é o nexo de pertinência lógica, que deve existir
entre o motivo, o conteúdo e a finalidade do ato. Toda a análise do
motivo deve se ater a teoria dos motivos determinantes.
Prof – a palavra causa, no ADM e na TGD, tem problemas de conceito,
muitos chamavam de causa os requisitos dos atos administrativos.
MOTIVAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
São as razões escritas, em que se apresentam os fatos e os direitos, que
levaram a prática do ato.
O motivo é o fato, a motivação é a narrativa formal.
Sempre que a motivação for obrigatória, a sua ausência gera nulidade.
Ela faz parte da forma do ato, do pressuposto formalização.