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sobre o mercado de
User Experience no Brasil
noone.is
“Uma grande verdade
sobre UX é que ninguém
é UX Designer.”
Gerente de Design, Florianópolis
Este report começa com uma verdade um tanto “(…) é tudo relacionado à sua experiência com o
inconveniente: existe um gap entre o conceito de produto (…). Isso é o que nós queríamos dizer quando
User Experience e o que é realmente aplicado na inventamos o termo UX (…). Hoje esse termo é
prática. E esta distância causa um claro desconforto terrivelmente mal utilizado. Ele é usado por pessoas
em boa parte da comunidade de UX. para dizer Eu sou um User Experience Designer, eu faço
Porque desenhamos produtos e serviços. E como tal, Isso é o que você vai encontrar aqui: um raio-x do
sempre nos entendemos entregando User Experience, mercado de UX no Brasil, na voz dos próprios
independente disto significar uma tela, um design, um profissionais, além de algumas considerações da
modelo de negócio ou um processo. Portanto, na nossa NoOne sobre como o mercado pode evoluir e
visão, User Experience é, e sempre foi, negócio. Mas promover a disciplina de User Experience a algo
quando User Experience vira só aplicativos, telas… UX estratégico e fundamental de qualquer negócio.
vira UI (User Interface Design).
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Key Findings
Temos que aprender O UX designer não está no
a nos vender. mercado. Ele é o mercado.
Quando um profissional de UI se afirma como UX Designer com É preciso se aprimorar e lutar pelo espaço, através de entregas
o intuito de se encaixar nestas vagas, mesmo não possuindo consistentes; não jogar a culpa no mercado ou no cliente, por
todas as competências necessárias, ele limita o potencial de falta de verba ou prazo.
transformação da disciplina e cria um círculo vicioso.
5
Capítulos
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O que é UX?
O que é UX? Dando nome aos bois.
Antes de buscar a definição de UX, nos concentramos um Para mim é a mesma coisa, porém,
pouco na sua nomenclatura. Nosso objetivo foi entender se no mercado, parece ter um certo
as pessoas percebem alguma diferença entre as expressões status [o termo] UX. Eu uso no meu
perfil apenas para ajudar no S.E.O.
UX, User Experience e experiência do usuário.
UX Manager, Porto Alegre
Segundo os entrevistados, a diferença é apenas uma
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O que é UX? Dando nome aos bois.
ofício – projetar a experiência do usuário – mas foram O que eu faço já mudou de nome
criadas em diferentes momentos evolutivos do mercado. diversas vezes. Eu já fui chamado
de designer, web designer,
Todas têm a mesma atividade-fim, mas é notável a tentativa programador, designer de novo,
do mercado de criar mais uma buzzword. arquiteto de informação. AI - por
um período meio limbo - de
Para fins de entendimento da leitura deste report, designer centrado no usuário,
convencionamos que UX, User Experience e Experiência do designer de produto, designer de
Usuário representam diferentes formas de se referir à interface, designer de
mesma disciplina. E UX Designer representa o profissional experiência. No final, somos
todos designers.
que atua neste segmento.
UX Designer, Rio de Janeiro
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O que é UX? Que bicho é esse?
É unânime a percepção de que User Experience é um meio para Fácil de aprender e fácil
oferecer experiências melhores para os usuários, seja de lembrar.
facilitando suas vidas ou deixando-os mais satisfeitos com um
fácil e sem fricção. E ainda, sem que tenham que parar para Limpo e claro: não precisa
pensar e sem sentir qualquer insegurança antes de alguma ajudar a mãe a usar.
interação. A consequência desejada é provocar emoções boas,
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O que é UX? Que bicho é esse?
Um dos atributos mais repetidos em relação a uma boa UX foi: Fácil de aprender e fácil
“é fácil”. Essa expressão apareceu tanto em relação às de lembrar.
funcionalidades – simples, intuitiva e não exige que as pessoas
precisem pensar sobre como realizar alguma tarefa –, quanto Fazer coisas legais
em relação ao seu efeito emocional - dá tranquilidade, para as pessoas.
A partir daí, surgiram duas polaridades bem claras quanto à Limpo e claro: não precisa
definição de UX: um lado funcional e outro emocional. Ficou ajudar a mãe a usar.
claro que é preciso balancear estes dois aspectos para se ter
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O que é UX? Que bicho é esse?
fácil legal fácil memorável Note que alguns atributos estão listados tanto
como funcionais, quanto como emocionais.
intuitivo claro intuitivo beleza
Estes atributos não apenas são difíceis de
prático limpo legal felicidade classificar, como são quase universais na
sem esforço sem atrito realização satisfação descrição de uma boa UX.
simples segurança
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O que é UX? A mágica da UX.
Como falamos, é justamente na intersecção das duas Desta forma, as marcas que têm como estratégia de
polaridades, a funcional e a emocional, que acontece o negócio gerar uma experiência de uso memorável (e a
que foi descrito por entrevistados como a “mágica da gente recomenda que todas tenham!) em seus
UX”. Eis a mágica: a experiência une técnica produtos e serviços, devem fluir exatamente nesta
usuário não vê os mecanismos que a construíram. camada de realização da tarefa a que se destinam
Produtos, negócios e serviços que focam demais em (funcionar bem, e sempre bem), quanto aspectos
um dos dois aspectos podem deixar a desejar. Por emocionais (gerar realização e sensações positivas,
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O que é UX? Invisibilidade.
usuário, a fim de mostrar que foi um detalhe X que Head of UX, San Francisco
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O que é UX? Promessa é dívida?
Uma das questões que debatemos com Já para os profissionais um pouco mais distantes do
entrevistados foi se, ao falarem em “desenhar uma usuário, a experiência se concretiza apenas no
experiência”, os UX Designers não estão fazendo contexto do uso, criada pelo próprio usuário, e será
uma promessa que não pode ser cumprida. sempre absorvida de forma diferente por cada um.
experiência.
Para os profissionais mais íntimos, que exploram
muito as ferramentas de pesquisa e se mostram *Vale mencionar que este nível de intimidade com o usuário
é uma inferência feita com base nas respostas dos
abertos a compartilhar com usuários seu processo
entrevistados, quando questionados sobre métodos de
de criação, este é apenas um detalhe semântico. pesquisa e relação com usuário, bem como sobre seu
Para eles é possível, sim, projetar a experiência do envolvimento no processo criativo de UX Design. No
capítulo O Espectro de UX, você pode encontrar mais sobre
usuário, fazendo com que ele viva algo pré-
este nível de intimidade e como ele impacta a maturidade
concebido e, ao mesmo tempo, deixando espaço do mercado e dos profissionais.
aleatório.
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O que é UX? Promessa é dívida?
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O que é UX? Promessa é dívida?
terão mais medo que outros, uns ficarão enjoados, outros russa foi a mesma para
não. Mas, no momento da grande queda, a grande maioria todos, mas se não fosse
vai sentir frio na barriga.
possível projetar uma
experiência, as pessoas
não gritariam juntas na
grande queda.
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O que é UX? The big picture.
pelo seu espaço entre todas estas frentes do design e, claro, pela verba das
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O mercado
O mercado
Diga-me o que fazes e te direi quem és.
organizado.
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O mercado
Diga-me o que fazes e te direi quem és.
Desde o princípio deste projeto, ao buscar indicações de quem "O UX está crescendo
eram as maiores referências de UX hoje no Brasil (profissionais e muito pelo digital. A
empresas), encontramos uma tendência clara de atuação na esfera referência das
de experiência digital. pessoas sobre a área
está cada vez melhor,
Quem trabalha na área justifica esta tendência com o argumento
mas ainda acho que
de que a inovação* vem sendo puxada pelo digital e que, por isso,
não é 100% do
aí estão concentrados os maiores investimentos, levando à mercado. 30% ainda
especialização do mercado e dos profissionais. fazem UX pela
intuição de que este é
Outra razão para esta concentração na esfera digital é que, no
o caminho.”
Brasil, muitos profissionais de UX migraram de áreas como
UX Designer, Campinas
arquitetura da informação e web design, bem como de outras
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O mercado
Diga-me o que fazes e te direi quem és.
pelo próprio mercado, que levam a tal equívoco. O cara não é UX, mas tem que
dizer que é porque está na moda.
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O mercado
Diga-me o que fazes e te direi quem és.
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O mercado
Diga-me o que fazes e te direi quem és.
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O mercado
Diga-me o que fazes e te direi quem és.
Buscamos dezenas de job descriptions nas redes Isto vai ao encontro do que escutamos nas
sociais, em grupos voltados à divulgação de vagas e entrevistas: ainda há barreiras para que os
junto a recrutadores, para tentar compreender os profissionais atuem além da tela, em parte pelo
requisitos de contratação de UX Designers. Desde mercado estar criando nichos, mas também pelos
vagas de analistas (até quando chamaremos profissionais não enxergarem um papel para si fora
profissionais de analistas para designar maturidade do digital e por não buscarem se instrumentalizar
de mercado ou hierarquia? ok, ok, um assunto para para atuar de forma mais holística, aprimorando seu
outro paper) até sêniores e líderes de áreas, os papel no negócio e nas decisões estratégicas.
entender de negócio.
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O mercado
Diga-me o que fazes e te direi quem és.
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O mercado
Um passinho à frente, por favor.
Por mais que UI esteja dentro de UX, é importante Uma boa analogia para este cenário é o trânsito.
tomar cuidado para que não haja um esvaziamento Motoristas são, na mesma medida, vítimas e
do termo UX. Vale mencionar que a distorção do geradores dos engarrafamentos. Não adianta
termo é criada pelo mercado do qual os próprios reclamar do trânsito se você está sozinho no carro.
UX Designers fazem parte. O que pode fazer para mudar isso? Dar carona?
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O mercado
Um passinho à frente, por favor.
UX Designer, Campinas
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O mercado
Aprendendo com unicórnios.
Nesta temática, surgiu uma questão sobre a existência ou O time hoje é divido em 3 tipos de UX.
não de um UX Designer generalista: aquele que atua em Tem quem faz wireframes e protótipos
pesquisa, estratégia, interface, tudojuntoaomesmotempo. lindíssimos, tem o perfil mais
pesquisador e tem o perfil mais
Todos compreendem que é preciso dominar o processo
estrategista, aquele que gosta menos
inteiro para trabalhar com UX, mas até mesmo quem
dos detalhes da interface e mais da
recruta não consegue enxergar o unicórnio.
estratégia de canais. Mas todos estão
alinhados à marca e aos usuários.
Para os contratantes, e até mesmo dentro das equipes de
Head of UX, San Francisco
UX, vimos que existem três perfis de UX Designers: o visual,
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O mercado
Nado sincronizado.
Ainda sobre contratação, nossa primeira hipótese era que UX é uma área geral. Não vou ser
a maioria dos profissionais de UX estavam subordinados designer de UX. UX é uma equipe de
às áreas de tecnologia das empresas, mas a realidade se pessoas.
mostrou mais diversa. UX Designer, São Paulo
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O mercado
Fala que eu te escuto.
26%
21%
13% 13%
11%
8%
5%
3%
Produto TI Marketing Negócios Gestores Diretoria Pesquisa Outro
de projeto de mercado
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O mercado
Fala que eu te escuto.
Mas para que essas relações sejam efetivas, é necessário que A gente tem um problema de se
quem toma as decisões dentro das empresas – geralmente a posicionar mais estrategicamente
diretoria e a área de negócios – compreenda o impacto que a dentro das empresas. As empresas que
contratam "o cara que enxerga o
experiência do usuário pode ter nos objetivos do negócio.
wireframe”, o que elas mais fazem é um
Neste cenário, ouvimos muito sobre a importância de teste de usabilidade. Mas se não for
algo contínuo, não tem muito valor.
equilibrar business goals com user needs (aqui, o inglês reflete
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O mercado
Os evangelistas estão chegando.
34
O mercado
Esquemas táticos.
Embora este não tenha sido o foco prioritário da nossa Uma boa experiência tem que ser
investigação, um ponto que está sendo cada vez mais onde o usuário está, onde ele quer,
discutido é a forma como as empresas estão se no momento em que ele quer. Então
organizando para acomodar UX e a gestão da experiência não precisa jogar o cliente para lá e
para cá, precisa trazer facilidades.
do usuário. E sim, comecemos por este grande ponto: a
Não é uma entrega no site e outra
experiência do usuário ainda é, muitas vezes, gerida de
no telefone e etc.
forma fragmentada e descolada da usabilidade de sites e
UX Designer, São Paulo
aplicativos, da criação de features de produto, da
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O mercado
Esquemas táticos.
vs.
O que importa efetivamente para o sucesso da
fragmentada também.
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O mercado
Do futebolzinho de terça à Copa do Mundo.
Uma grande referência para observar melhor o papel da evangelização, a cultura organizacional e a gestão de experiência é a Matriz de
Maturidade de UX nas Organizações, do NNgroup. Ela vai do Stage 1, em que o usuário quase nunca é mencionado e a UX é discutida
apenas em termos de algo ser bonito ou não; passa pela fase em que as empresas já compreendem os benefícios do Design UX, mas ainda
não a priorizam em relação a outros investimentos; chegando até a maturidade, quando a experiência do usuário está firmemente
arraigada em todas as áreas da organização .
Stage 6:
Tracking user experience quality 6-7 years
Systematic Process
Stage 4:
Usability is planned for 2-3 years
Dedicated Budget
Stage 2:
Design team relies on its own intuition 2-3 years
Developer-Centered
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O mercado
Do futebolzinho de terça à Copa do Mundo.
Por fim, uma descoberta interessante e compreensível foi O design deveria estar muito
o desejo das grandes empresas de absorverem um pouco preocupado com a parte de negócio. Eu
da energia - e da agilidade - das startups para desenvolver quero garantir que a empresa continue
a ganhar dinheiro (…)! Falta este senso
seus novos produtos ou serviços.
de urgência que toda a startup tem, que
Isso acontece porque as startups conseguem se aproximar fica batendo a cabeça para sobreviver
no mês seguinte. A longo prazo, a gente
mais do que é UX na essência. Definem o problema que
tem que estar mais maduro em relação
precisam resolver a partir de uma real necessidade dos
a quanto consegue faturar.
usuários, mas mais que isto: em geral, nas startups o
Interaction Designer, Rio de Janeiro
produto é o próprio negócio, a cultura de usuário é
estratégia.
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A mira da User
Experience
A mira da User Experience
• Foco no usuário
Foco no Objetivos
• Objetivos de negócio
usuário de negócio
• Medição do retorno
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A mira da User Experience
Neste diagrama, podemos visualizar também Talvez a situação mais recorrente: empresas que
intersecções parciais (pontos B, C e D), que denotam focam no usuário, alinham suas necessidades
com os objetivos de negócio, mas não medem o
circunstâncias observadas ainda com predominância
retorno das iniciativas de UX. ponto B.
no mercado. São elas:
Foco no Objetivos
usuário B de negócio
C D
Os profissionais que focam em
usuários reais, que medem o As empresas ou profissionais que têm objetivos
retorno sempre que possível, mas Medição do de negócio muito claros, que medem o retorno
têm dificuldade de integrar nesta retorno extensivamente, mas não trabalham em
equação os objetivos do negócio. profundidade com usuários. Ou ainda, que focam
ponto C. em usuários internos e não reais. ponto D.
UX Designer, Campinas
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A mira da User Experience
Foco no usuário.
Apesar disso, embora o usuário seja o pivô da User Experience, o mercado tende a envolvê-lo mais
como forma de testar as soluções criadas, do que como catalisador do processo de design. Se fala
muito em pesquisa para o desenho de uma UX, mas se ouve pouco e se interage menos ainda, com
Num primeiro momento, a falta de tempo e de verba parece ser o principal argumento para isso.
Mas com um olhar atento às perguntas, percebe-se um certo receio de ouvir o usuário. Seja por
uma dificuldade em lidar com a metodologia ou por medo de ver sua ideia criticada. A relação
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A mira da User Experience
Foco no usuário.
Ouvimos, por exemplo, que falar com o usuário muito cedo
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A mira da User Experience
Foco no usuário.
Quando perguntamos aos entrevistados como era sua relação com o usuário, foi bastante
comum ouvir respostas como "hoje somos totalmente data driven". A cultura de dados é a onda
do momento e está sendo entendida como uma boa forma de ouvir os usuários.
É claro que a análise dos dados é de absoluta importância, em especial para produtos que já
estão no mercado, mas para um trabalho maduro de UX, é importante tomar cuidado para que
ela não resuma toda etapa de pesquisa. É preciso qualificar a relação dos UX Designers com
seus usuários para além de dados e números. Neste sentido, notamos uma preocupação maior
atividade pesquisa é a mais importante dentro das suas atribuições. Quando abrimos este dado,
tentando entender como lidam com a pesquisa, a arrebatadora maioria dos profissionais (82%)
indicam ser benchmarking a metodologia mais usada, seguida por analytics (76%), ambas
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A mira da User Experience
Foco no usuário. Onda data driven
82%
76% 74% 71%
50%
42%
37%
29%
16% 13% 11%
Benchmarking Análise de Teste de Surveys/ Entrevistas em Desk Teste de Grupos Invasão Eye Outro
dados de usabilidade questionários profundidade research usabilidade focais de cenário tracking
analytics presencial remoto
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A mira da User Experience
Objetivos de negócio.
metas ou business goals, fazendo com que esta engrenagem flua em sinergia com as
objetivos de negócio com as user needs, existe uma tentativa de ouvir ambos os lados,
atividades. Ao explorar esta questão, notamos ainda a existência de uma certa bolha ao
usabilidade e desejos do usuário, sem considerar como elas podem atuar em prol dos
business goals, ou até mesmo, influenciar estes business goals, atividade já mais
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A mira da User Experience
Objetivos de negócio.
Por sorte, existe um movimento dos UX Designers de aproximação da realidade do cliente (no caso
com a utilização de metodologias como design sprints, que costumam reunir designers e área
comerciais e do negócio numa mesma sala para criar e iterar features de produto. Como citaram
alguns entrevistados, a ideia de que "UX pode ser muito mais efetiva, olhando para o negócio do
que para a tela, produto ou ponto de contato” e muito mais alinhada com a estratégia do negócio,
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A mira da User Experience
Medição de retorno: o calcanhar de Aquiles da UX.
certamente, é ponto fundamental de qualquer disciplina que busca seu lugar ao sol no mercado.
No entanto, isso ainda é um desafio para as experiências digitais - e ainda mais para as offline,
pois a mudança ou entrega final pode ser quase imperceptível (lembra da mágica?) para o
usuário, como por exemplo, deixar a página de um site mais leve, criar uma nova funcionalidade
pontual, fazer uma pequena mudança de fluxo em uma loja para diminuir o tempo de espera em
alguns minutos.
Um exemplo de como essa medição pode ser difícil foi citado por um entrevistado, líder de
experiência de uma rede de varejo que possui lojas físicas, site e mobile. Para criar uma simples
funcionalidade online - permitir ao usuário das lojas online saber em que loja física poderia
encontrar determinado item -, foi necessária uma grande movimentação e negociação nas áreas
de logística, de estoque e comercial e ainda uma mudança do fluxo de comunicação entre todas
elas. Só assim isto pôde estar disponível para os usuários de forma confiável. Ao mesmo tempo,
prever esse retorno em conversão de vendas (portanto, unindo previamente argumentos para
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A mira da User Experience
Medição de retorno: o calcanhar de Aquiles da UX.
Como geralmente o investimento em User Experience é algo que acontece por uma expectativa ou
crença no retorno - não por uma certeza concreta -, um dos argumentos mais usados pelos profissionais
no processo de convencimento é um dado da Forrester que indica que, em média, cada dólar investido
em UX traz US$ 100 de retorno. Isso significa um ROI de 9900%. Claro que inúmeros investimentos em
diferentes áreas acontecem sem uma certeza do retorno, mas por User Experience ainda se tratar de
uma disciplina nova, o ceticismo em torno do seu ROI real ainda é uma barreira em alguns segmentos de
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A mira da User Experience
Medição de retorno: o calcanhar de Aquiles da UX.
Quando questionamos UX Designers sobre quais métricas utilizam, muitos não souberam responder
como esperam medir o retorno das suas atividades. Suportando esta percepção, uma pesquisa
Dentre os que evoluíram nas respostas, as formas mais mencionadas para medir resultado foram
feedbacks de usuários nos suportes e nas redes sociais, bem como a performance financeira, com
https://www.slideshare.net/
AnaColi1/panorama-do-mercado-
de-ux-no-brasil-76228572
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A mira da User Experience
Medição de retorno: o calcanhar de Aquiles da UX.
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A mira da User Experience
Força, foco e fé.
vez mais estratégica. Mas para que essa disciplina não seja
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O Espectro
de UX
O Espectro de UX
Alguns estão imersos em estruturas que não priorizam o usuário ou onde isso
usuários como drivers nas decisões importantes sobre marca, produto e negócio, e a
Estas diferentes formas de atuação em prol de uma experiência de uso fácil, intuitiva
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Perfil Perfil Perfil Perfil Perfil
Profissional 1 Profissional 2 Profissional 3 Profissional 4 Profissional 5
Faz as telas de um ponto de contato É responsável por traduzir a visão de Busca alinhar a experiência que é Busca a consistência de Utiliza o conceito de experiência do
digital ficarem mais legais e com usuários reais em telas mais legais. proporcionada no ponto de contato experiência em diferentes pontos usuário que geralmente está bem
melhor usabilidade. à estratégia de negócio. de contato (online e offline) e faz disseminada na organização em que
isso trabalhar a favor do negócio. atua, como direcionador de decisões
de negócio.
Conceito É ter um app com interface É facilitar a vida de usuários reais do app, É transformar a estratégia do negócio É enxergar a personalidade da marca e É ser plenamente feliz como usuário ao
bonita e funcional. fazendo com que não precisem pensar em features no app, fazendo com que o os objetivos do negócio em qualquer se relacionar com uma marca.
de UX para executar uma tarefa. usuário queira voltar por conta própria. ponto de contato que se use.
Foco de
atuação
Foco no digital Foco no digital + Foco no digital ++ Foco holístico nos pontos de contato Foco holístico nos pontos de contato
Momentos
em que
pesquisa
antes durante a criação depois antes durante a criação depois antes durante a criação depois antes durante a criação depois antes durante a criação depois
ferramentas
Conversas com pessoas reais mas que
de pesquisa não utilizam o produto/serviço
Pesquisa informal com usuários reais Pesquisa informal com usuários reais Pesquisa com usuários reais Pesquisa com usuários reais
Testes informais de usabilidade Testes de usabilidade presencial e/ou remoto Testes de usabilidade presencial e/ou remoto Testes de usabilidade presencial e/ou remoto Testes de usabilidade presencial e/ou remoto
Pesquisa etnográfica
Intimidade Não busca entender os porquês do Entra em contato com o usuário, mas Prefere que terceiros se aproximem do Busca empatizar com os usuários Está sempre tentando aliar os objetivos
comportamento detectado via Analytics sem apego a metodologias. usuário através de pesquisas e tragam através da investigação de seus pontos do negócio com os desejos de usuários
com usuários insights. de vista, comportamentos, reclamações reais, que estão constantemente sendo
reais Responsabiliza o usuário quando a Por muitas vezes se considera o principal
e sugestões, utilizando diversos tipos de pesquisados.
utilização não se dá como planejado. usuário do que está produzindo e isso faz
pesquisa para isso.
com que sua opinião seja mais Além disso, está sempre refletindo sobre
importante que a do usuário real. os insights gerados pela pesquisa.
Relação com Faz com que a aparência do app reflita o Tenta trazer a visão de usuários reais Tem o papel de mediador dentro do Possui voz ativa junto à liderança do É co-autor das estratégias de negócio,
que o negócio quer ser. para dentro do negócio. negócio, atuando como evangelizador do negócio, atuando como mediador dos que tem como prioridade uma
a estratégia pensamento centrado no usuário. interesses do negócio, dos usuários e da experiência incrível para o usuário.
do negócio experiência proporcionada nos pontos
de contato.
Envolvimento
do profissional
nos projetos
da empresa
Pontual Pontual Pontual, mas com duração mais longa Contínuo Contínuo
Citações Fala em UX e só fica na frente do Ir atrás de quem realmente usa o Não adianta eu apontar que o link Uma boa experiência tem que ser Ter o cliente próximo faz toda a
computador. produto é essencial. está travando. O melhor é eu onde o usuário está, onde ele quer, no diferença, o nosso papel é reunir a
conseguir mostrar que aquela momento que ele quer. Então tu não visão do cliente e do mercado, que
UX Designer, São Paulo UX Designer, Porto Alegre interface talvez não seja a precisa jogar o teu cliente para lá e as vezes é bem diferente, colocar as
ferramenta mais adequada para ele para cá, tem que oferecer facilidades cartas na mesa e tomar a decisão
atingir a estratégia de negócio. nos canais. juntos.
58
Nossa
recomendação
pro mercado
Nossa recomendação pro mercado
1
ux designer
Não tenha medo
de envolver
usuários reais.
Abrace a pesquisa e a co-criação com usuários reais. usuário
Ao fazer isso, fica mais fácil aliar os desejos de
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Nossa recomendação pro mercado
2
Projetos são mais
efêmeros do que
produtos e
serviços.
Atue de forma contínua na experiência que você
gera. Projetos de melhoria de experiência tendem
apenas a arrumar a casa para as visitas, quando
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Nossa recomendação pro mercado
3
Encare pontos de
contato de forma
transversal.
Mantenha o foco nos principais features e
momentos da jornada do usuário, ao invés de focar
em pontos de contato. Isso faz com que a
experiência seja mais fluída, cada vez que um
usuário entra em contato com sua marca,
62
Nossa recomendação pro mercado
4
Unifique a gestão
da experiência.
Dependendo da sua estrutura, isto pode significar
uma área ou um cargo que fique acima de todo o
desenho de experiência. Ou então uma gestão
transversal e descentralizada. O que importa é que
todos que projetam experiências estejam alinhados,
63
Nossa recomendação pro mercado
5
Não desista de
criar formas de
medir resultados.
Conhecer os resultados das atividades relativas à
User Experience não apenas será sempre uma das
mais fortes estratégias de evangelização dentro de
uma organização, como é a grande forma de medir a
real efetividade do seu trabalho e garantir a
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Nossa recomendação pro mercado
6
Entenda e utilize
o Espectro de UX
para qualificar as
relações de
contratação.
É importante haver clareza em relação à atuação
7
Aproxime-se do
design (lato sensu)
I
Design
66
Metodologia
A NoOne conduziu e analisou uma pesquisa qualitativa,
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Contribuíram com esta pesquisa
Este estudo foi construído com base nos inputs desta incrível lista de profissionais, através de entrevistas, recomendações e participação
em grupos de discussão. Esta contribuição não significa, necessariamente, seu endosso à versão final deste report.
Ademir Novaes, Engenheiro de UX, Itaú Pedro Becker, Diretor de Criação, Bonaparte Berlim
Andrea Damas Neris, Empresária, Next Touch Gerson Barbos, Coordenador CallCenter, Panvel
Milão
Ana Laura, Product Researcher, Tienda Nube Guilherme Marques, Arquiteto de Informação, Globo.com
Lisboa
Ana Coli, Diretora, Saiba + João de Freitas Neto, UX Designer, CI&T Campinas
Alex Ziegler, UX Designer, ThoughtWorks Luis Felipe Fernandes, Diretor UX, Handmade UX São Paulo
Alessandra Nahra, UX Designer, Saiba + Luciano Pouzada, Customer Experience Manager, Huge Porto Alegre
Augusto Rücket, Gerente de Desenvolvimento, Op. Services Melissa Lesnovski, Innovation Management, Aldeia
Rio de Janeiro
Bianca Brancaleone, UX Designer, Freelancer Moisés Ribeiro, Gestor de Produto, Globo.com
Florianópolis
Bernardo Carvalho Wertheim, Chief Happiness Officer, The Bridge Otávio Falcão, Service Design, Meraki Design
Bruno Cambraia, UX Designer, Kinghost Paulo Ricardo Araújo da Silva, UX Designer, Grupo Dimed Buenos Aires
Bruno Cammarosano, Lead Designer, Skuad Paulo Bridi, Frontend Developer, Bode Santiago do Chile
Bruno Canato, UX Researcher, Try Pedro Belleza, Gerente de Design, Resultados Digitais
San Francisco
Cainã Nunes, UX Specialist, Globo.com Ricardo Rohr, Product Lead, Creators.co
Cristiano Medeiros Dalbem, UX Designer, Isobar Thiago Esser, UX Designer Consultant, Wildtech
Eurico Antunes, Gerente de E-commerce, Grupo Dimed Tati Kubotani, Recrutadora tecnologia, ThoughtWorks
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Sobre a NoOne
A NoOne é uma consultoria de estratégia e inovação através do design, especializada em facilitar o entendimento entre as organizações
e as pessoas. Colocamos usuários no centro do processo de design para criar produtos, serviços e negócios transformadores.
noone.is
Ajudamos nossos clientes a acompanhar as mudanças tecnológicas e sociais. Seja criando para fora ou para dentro das organizações, o
design, a User Experience e a inovação são os fios condutores do nosso trabalho.
Para saber mais sobre nossos serviços, procure Mariana Gutheil em mari@noone.is ou (51) 3398-4956.
Sobre os autores
Marcelo Quinan - Co-fundador e Head de UCD Mariana Gutheil - Co-fundadora e Líder de Estratégia
Marcelo Quinan é sócio-fundador da NoOne, professor da Perestroika, Mariana é sócia-fundadora da NoOne, onde atua no processo de
especialista em User Experience e hacker de metodologias de inovação. transformação das organizações a partir do desenvolvimento de
Tem na multidisciplinaridade um dos seus maiores assets: já abriu e produtos, serviços e negócios. Já criou projetos de inovação pra dentro
fechou negócios, foi diretor de criação de uma das maiores agências e para fora de empresas como Natura, Coca-cola, Sicredi, Lojas Renner,
digitais do país – a AG2 –, fundou a agência BOCA e teve na Apple o seu Nike, Globo, Prefeitura de Porto Alegre, entre outras tantas empresas
primeiro trabalho como designer de interfaces com apenas 18 anos. legais que estão buscando um jeito de se manterem relevantes,
Fotógrafo amador e artista das metáforas, Quinan ajuda a transformar reiventando a forma como atuam.
o jeito como as pessoas e organizações trabalham.
É criadora do curso New Ways da Perestroika, especialista em Design
Thinking pela D-School da Alemanha e em Biologia-Cultural na Escuela
Matríztica de Santiago.
Raquel Webber - Pesquisadora e Estrategista
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Pesquisa independente
Esta pesquisa foi realizada de forma independente, foi inteiramente financiada pela NoOne e tem o intuito de
ajudar o mercado a evoluir. Este report pode ser lido, utilizado e compartilhado, apenas solicitamos que, por
favor, seja dado o devido crédito à NoOne quando for compartilhado, parcial ou integralmente.
Permissões
Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International (CC BY-NC-SA 4.0)
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
Agradecimentos
Agradecemos a carinhosa contribuição da equipe da NoOne, parceiros e amigos que, de uma forma ou de
outra, colaboraram com a realização deste report: Simone Uriartt, Fábio Nuno, Juliana Lubianca, Marina
Brazeiro, Rui Quinta, Tiago Nunes, Gustavo Leal, Douglas da Iluminação, Fábio Buss, Carla Link Fedrizzi,
Katia do Outback, Januza Lemos, Volnei, Denise Pilar, UX Now, UX Conf BR e The Bridge.
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