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Complacência Pulmonar
É a extensão na qual os pulmões se expandirão por cada unidade de aumento na pressão
transpulmonar (se um tempo suficiente for permitido para atingir o equilíbrio)
Complacência pulmonar num adulto normal: 200 mL de ar por cm de pressão de água (sempre
que a pressão transpulmonar aumentar 1 cm de pressão de água, o pulmão se encherá de 200mL
de ar, após esperar os 10 a 20 segundos que ele leva para encher
Diagrama de complacência pulmonar
- A complacência pulmonar é diferente para a inspiração e expiração
- Duas curvas: curva de complacência inspiratória e curva de complacência expiratória
- Características do diagrama são determinadas pelas forças elásticas do pulmão:
i. Força elástica do tecido pulmonar propriamente dito
Determinadas pelas fibras de elastina e colágeno do parênquima
pulmonar
Pulmão vazio: fibras contraídas e dobradas
Pulmão cheio: fibras esticadas e desdobradas, alongadas, exercem
uma força elástica maior
ii. Forças elásticas causadas pela tensão superficial do líquido que reveste as
paredes internas dos alvéolos
- Se deve à tensão superficial entre o líquido alveolar e o ar no interior
do alvéolo
- É inexistente se preenchermos os pulmões com uma solução salina
(fig. 37-4), nesse caso atuará apenas a força elástica do tecido
pulmonar
Observando a fig. 37-4 podemos concluir que as forças elásticas teciduais (I) que tendem
a provocar o colapso do pulmão preenchido com ar representam apenas 1/3 da
elasticidade total pulmonar, enquanto as forças da tensão superficial líquido-ar nos
alvéolos (II) representam cerca de 2/3.
Surfactante, Tensão Superficial e Colapso Alveolar
Tensão Superfícial
Se deve à atração forte entre as moléculas de água que estão em contato com o ar, com isso a
superfície da água está sempre tentando se contrair
Na superfície dos alvéolos, a tendência da superfçie da água a se contrair força para expulsar
o ar dos alvéolos através dos brônquios colapso do alvéolo
Surfactante e seus efeitos na tensão superficial
O surfactante é um agente ativo na superfície da água, ou seja, ele reduz a tensão superficial
Secretado por células epiteliais alveolares tipo II (constituem 10% da área alveolar)
É uma mistura de vários fosfolipídeos, proteínas e íons (os + importantes são:
dipalmitoilfosfatidilcolina, apoproteínas surfactantes e íons cálcio)
A dipalmitoilfosfatidilcolina é responsável pela redução da tensão superficial alveolar, pois uma
parte dessa subst. se dissolve na água enquanto a outra se espalha sobre a superfície
A superfície tem entre 1/12 e ½ da tensão superficial da água pura
Em termos quantitativos, a tensão superficial na:
- Água pura: 72 dinas/cm
- Líquidos normais que revestem os alvéolos sem surfactante: 50 dias/ cm
- Líquidos normais que revestem os alvéolos com quantidades normais de surfactante:
entre 5 e 30 dinas/cm
Alvéolos ocluídos
- Bloqueio da vias aéreas que levam aos alvéolos tensão superficial nos alvéolos tende
a colapsá-lo pressão positiva alveolar tenta empurrar o ar para for a
- Cálculo da pressão gerada:
2 x tensão
superficial
Pressão =
Ventilação Alveolar
É a velocidade com que o ar novo alcança as áreas em que ele está em proximidade com a circulação
(alvéolos, sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios)
“Espaço Morto” e seu Efeito na Ventilação Alveolar
Ar do espaço morto – é o ar que nunca alcança as áreas de trocas gasosas, ele simplesmente
preenche as vias respiratórias onde essas trocas nunca ocorrem (nariz, boca, faringe, traquéia),
ou seja é um ar que não é util para as trocas gasosas
Expiração: o ar do espaço morto é expirado antes do ar que estava nos alvéolos, por tanto o ar do
espaço morto é muito desvantajoso para remover os gases expiratórios dos pulmões
Medida do volume do espaço morto
- O indivíduo subitamente
respira oxigênio puro
- Uma parte do oxigênio
preenche o espaço morto e a
outra parte se mistura com o
ar alveolar, mas não o repõe
completamente
- Ao expirar, a primeira porção
de ar expirado é proveniente
das regiões do espaço morto,
onde o ar foi substiuído
completamente por oxigênio
(no registro, apenas oxigênio
aparece, não há nitrogênio)
- Quando o ar alveolar começa a
ser expirado, a concentração
de nitrogênio aumenta
rapidamente, misturando-se com o ar do espaço morto
- Após todo o ar do espaço morto ser expelido, permanece apenas ar alveolar, em que a
concentração de nitrogênio registrada alcança seu máximo que é igual à concentração
nos alvéolos
- No gráfico, a área cinza = volume de ar do espaço morto
á rea cinza x Ve
Vm =
Efeitos dos Gradientes de Pressão Hidrostática nos Pulmões sobre o Fluxo Sanguíneo Regional
Pulmonar
No adulto em posição ereta:
Ponto mais baixo dos pulmões: cerca de
30cm mais baixo que o ponto mais alto
diferença de pressão de aprox 23mmHg
Porção mais superior: 15mmHg menor
que a pressão na artéria pulmonar no
nível do coração
Porção mais inferior: 8mmHg maior que a
pressão na artéria pulmonar no nível do
coração
Diferenças de pressão têm efeito
profundo sobre o fluxo de sangue através
de diferentes áreas dos pulmões
Zona 1, 2 e 3 de Fluxo Sanguíneo Pulmonar
Os capilares nas paredes alveolares são
distendidos pela pressão arterial dentro
deles, mas, simultaneamente, eles são comprimidos pela pressão alveolar sobre suas paredes
externas
Quando pressão do ar no alvéolo > pressão capilar pulmonar os capilares se fecham e o fluxo
sanguíneo é interrompido
Três possíveis zonas de fluxo pulmonar:
- Zona 1: Ausência de fluxo sanguíneo
urante todas as partes do ciclo
cardíaco – pos a pressão capilar
nesta área do pulmão nunca se eleva
acima da pressão do ar alveolar em
nenhuma parte do ciclo cardíaco
- Zona 2: Fluxo sanguíneo intermitente
– somente durante os picos de
pressão arterial pulmonar, pois a
pressão sistólica é superior à pressão
do ar alveolar, mas a pressão
diastólica é inferior à pressão do ar
alveolar
- Zona 3: Fluxo sanguíneo contínuo – a
pressão capilar alveolar permanece o
tempo todo mais alta que a pressão
do ar alveolar durante todo o ciclo
cardíaco
Normalmente os pulmões possuem apenas fluxo 2 nos ápices e fluxo 3 em todas as áreas
inferiores.
Numa pessoa normal deitada o fluxo sanguíneo é totalmente zona 3.
A zona 1 ocorre sob condições anormais, como pressão arterial sistólica pulmonar muito baixa ou
pressão alveolar muito alta.
O fluxo sanguíneo em todas as partes dos pulmões aumento duratne o exercício.
- Na parte superior, o aumento pode ser de até 700% a 800%
- Na parte inferior, o aumento pode não exceder 200% a 300%
- Isto ocorre porque as pressões vasculares pulmonares se elevam suficientemente para
converter os ápices pulmonares de zona 2 para um padrão zona 3
Efeito do Aumento do Débito Cardíaco sobre o Fluxo Sanguíneo Pulmonar e Pressão Arterial
Pulmonar durante o Exercício Intenso
Exercício intenso fluxo sanguíneo através dos pulmões aumenta de 4 a 7 vezes
Acomodação do fluxo extra:
1. Aumento do número de capilares abertos
2. Distensão de todos os capilares e
aumento da velocidade de fluxo através
de cada capilar
3. Aumento da pressão arterial pulmonar
Na pessoa normal, as duas primeiras
acomodações diminuem tanto a resist6encia
vascular pulmonar que a pressão arterial
pulmonar se eleva pouco, mesmo durante o
exercício intenso (ver gráfico)
Capacidade de impedir o aumento da pressão
conserva a energia do lado direito do coração e
evita o edema pulmonar
Insuficiência Cardíaca Esquerda
Falha no lado esquerdo do coração acúmulo de sangue no AE elevação da pressão do AE
Quando a pressão se eleva a mais de 7 ou 8 mmHg grandes aumentos na pressão arterial
pulmonar aumento da carga sobre o lado direito do coração e aumento da pressão capilar
Aumento da pressão capilar acima de 30mmHg edema pulmonar
Dinâmica Cardíaca Pulmonar
Sangue capilar flui nas paredes alveolares como uma “lâmina de fluxo” (muitos capilares).
Pressão capilar pulmonar = 7mmHg (entre 2 e 15 mmHg)
Tempo de permanência de sangue nos capilares pulmonares = aprox. 0,8 segundo.
- Aumento do débito cardíaco tempo dimiui para 0,3 segundo
Troca de Líquidos nos Capilares Pulmonares e Dinâmica dos Líquidos no Interstício Pulmonar
A dinâmica é qualitativamente a mesma encontrada nos tecidos periféricos, mas
quantitativamente há as seguintes diferenças:
- A pressão do capilar pulmonar é mais baixa
- A pressão no líquido intersticial no pulmão é mais negativa do que a encontrada no
tecido subcutâneo periférico
- Os capilares pulmonares são relativamente permeáveis às moléculas de proteínas
- As paredes alveolares são relativamente finas e o epitélio alveolar que cobre as
superfícies alveolares é tão frágil que pode ser rompido por qualquer pressão positiva
superior à pressão do ar alveolar nos espaçõs intersticiais (0 mmHg), o que permitie
acúmulo de líguido oriundo do espaço intersticial nos alvéolos
A pressão do líquido intersticial e outras pressões no pulmão agem sobre o capilar as forças
normais direcionadas para for a são levemente maiores do que as forças direcionadas para
dentro pressão de filtração média
A pressão de filtração média causa um leve fluxo contínuo de líquido dos capilares pulmonares
para os espaços intersticiais e, exceto por uma pequena quantidade que evapora nos alvéolos,
este líquido é bombeado de volta para a circulação através do sistema linfático pulmonar.
Mecanismo para manter os alvéolos secos
O epitélio pulmonar não é forte e contínuo o suficiente para evitar o vazamento de líquido
intersticial para os alvéolos.
O vazamento não ocorre porque há uma leve pressão negativa nos espaços intersticiais, assim,
sempre que tiver um líquido a mais nos alvéolos, ele será sugado para os espaços intersticiais e
removido através dos vasos linfáticos pulmonares ou é absorvido pelos capilares pulmonares
Edema Pulmonar
Ocorre como qualquer outro edema ocorre no orgnismo
Elevacão na pressão do líquido intersticial pulmonar de uma variação negativa para positica
preenchimento rápido dos espaços intersticiais e dos alvéolos pulmonares
Causas mais comuns de edema:
- Insuficiência cardíaca esquerda ou doença da válvula mitral
- Lesão das membranas dos capilares pulmonares causadas por infecções como
pneumonia ou pela inalação de subst6ancias tóxicas (Cl2 ou SO2)
“Fator de segurança do edema pulmonar”
- A pressão capilar pulmonar normal deve-se elevar a um valor pelo menos igual à pressão
coloidosmótica do plasma dentro dos capilares antes de ocorrer edema significativo
Rapidez da morte em um edema agudo
- Um edema pulmonar pode ocorrer horas ou até minutos após a elevação do pressão
capilar. Se a pressão se elevar entre 25 e 30mmHg acima do fator de segurança, o
edema pode ocorrer em 20 a 30 minutos.
- Em uma insuficiência cardíaca esquerda, na qual a pressão capilar pode se elevar até
50mmHg, a morte geralmente ocorre em menos de 30 minutos após o edema pulmonar
agudo
Capítulo 39 – Princípios Físicos da Troca Gasosa; Difusão de Oxigênio e Dióxido de Carbono através
da Membrana Respiratória
Concentraçã o de gá s dissolvido
Pressã o parcial =
Coeficiente de solubilidade
- O dióxido de Carbono é 20 vezes mais solúvel que o oxigênio, por tanto a pressão parcial
dele na água é menos de 1/20 da exercida pelo oxigênio.
Difusão dos gases nos alvéolos e a fase dissolvida no sangue pulmonar
- A difusão resultante é determinada pela diferença entre as pressões parciais
Pressão Vapor da Água
As moléculas de água, assim como as moléculas dos gases dissolvidos, estão continuamente
escapando da água para a fase gasosa (permite, no caso da água, a umidificação das vias aéreas).
Pressão de vapor da água é a pressão a pressão parcial que as moléculas de água exercem para
escapar através da superfície.
Aprox. 47mmHg (a 37°C), ou seja, quando a mistura de gases está em equilíbrio com a água.
Difusão dos Gases através de Líquidos
A difusão resultante do gás da área de alta pressão para a de baixa pressão é igual ao número de
moléculas que se move nessa direção menos o número de moléculas que se move na direção
oposta.
É proporcional à diferença da pressão parcial do gás entre as duas áreas = diferença de pressão
que causa difusão
Quantificação da taxa resultante de difusão nos líquidos
- Outros fatores, além da diferença de pressão, que afetam a taxa de difusão em um
líquido:
- Solubilidade do gás no líquido (S)
- Área do corte transversal do líquido (A)
- Distância pela qual o gás precisa difundir-se (d)
- Temperatura do líquido (no corpo, é considerade cte.)
∆P x A x S
D
d x PM
∆P = diferença de pressã o
PM = peso molecular
A
- Dióxido de Carbono
- A PCO2 é diretamente proporcional à taxa de
excreça de CO2.
- A PCO2 alveolar é inversamente proporcional à
ventilação alveolar.
- Ver figura ao lado.
-
- Ar expirado
- É uma combinação do ar do espaço morto e ar
alveolar.
- Sua composição é determinada pela:
- Quantidade de ar expirado do espaço morto
- Quantidade de ar alveolar
- O ar expirado normal tem concentrações gasosas e
pressões parciais entre aquelas do ar alveolar e do as
do ar atmosférico umidificado (ar do espaço morto).
Difusão de Gases Através da Membrana Respiratória
Unidade Respiratória
- Composta de bronquíolo respiratório, ductos alveolares, átrios e alvéolos.
- Os gases alveolares estão bastante próximos do sangue dos capilares pulmonares.
- A troca gasosa se dá nas membranas respiratórias (= membrana pulmonar).
Membrana Respiratória
- Camadas:
1. Camada de líquido revestindo o alvéolo e
contendo surfactante (redua a tensão
superficial do líquido alveolar)
2. Epitélio alveolar com céls. Epiteliais finas
3. Membrana basa epitelial
4. Espaço intersticial fino
5. Membrana basal capilar que, em muitos
lugares se funde com a membrana basal
do epitélio alveolar
6. Membrana endotelial capilar
- A diâmetro dos capilares é muito pequeno as
hemácias se espremem através deles a
membrana das hemácias toca a parede capilar
aumenta a rapidez da difusão
Centro Respiratório
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