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1590/0100-69912017004015 Editorial
1 - Professor de Cirurgia da Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2 - Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Cirurgia Bariátrica
(Unigranrio), Rio de Janeiro, Brasil.
ças entre os sistemas público e privado de saúde. No Sis- zes, o telefone dele e de sua equipe, o acesso do paciente
tema Único de Saúde (SUS), após a alta hospitalar, uma ao sistema de saúde após a alta hospitalar. Cirurgias ba-
eventual necessidade de retorno a uma unidade de saúde riátricas ou colo-retais ambulatoriais, ou quase ambulato-
deve ser feita através das Unidades de Emergência. Em riais, colocam o cirurgião na linha de frente na avaliação
2003, o governo brasileiro, através do Ministério da Saú- de eventuais sinais e sintomas reportados por telefone ou
de, instituiu a Política Nacional de Urgência e Emergência por mensagens após a alta.
com objetivo de estruturar e organizar a rede de urgência A judicialização da medicina é outro tema im-
e emergência no país8. As Unidades de Pronto Atendi- portante. Passamos de 240 mil processos relacionados
mento, estruturas de complexidade intermediária, são a à saúde pública ou suplementar em 2012, para mais de
porta de entrada para o sistema. A Regulação Médica e 850 mil em 2015, segundo Relatório do Conselho Nacio-
suas Centrais de Regulação são os ordenadores e orien- nal de Justiça. De maneira que, quanto melhores forem
tadores. Mas a ausência de um sistema eletrônico e inte- as evidências acerca de uma nova prática, mais seguros
grado de informações médicas contribui para o retardo estaremos todos, médicos e pacientes.
nos casos cujas complicações dependem de avaliação e Desta forma, segue-se na busca de soluções
tratamento especializados. eficientes para o sistema. O protocolo ERAS pode ser uma
Na saúde suplementar os problemas são ou- delas. Entretanto, mais e mais evidências precisam ser
tros. Temos um modelo assistencial focado no médico. construídas para atestar as reais vantagens deste método,
Apesar de termos avançado em protocolos institucionais, que precisam ir além de um menor tempo de internação
com médicos hospitalistas (que trabalham com os doen- hospitalar. Adicionalmente, adaptações às realidades de
tes internados) e com serviços de referência, o médico, nossos sistemas de saúde, são fundamentais para cami-
em especial o cirurgião, é o “dono” do paciente. Ele defi- nharmos com segurança na implementação de mais este
ne condutas e assume as responsabilidades. É, muitas ve- avanço.