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Teorias da Cristalização
Quando ocorre a cristalização em uma fase homogênea, se forma uma nova
fase sólida. O conhecimento dos mecanismos de formação dos cristais e seu posterior
crescimento são importantes no projeto e operação dos cristalizadores, e diversos
trabalhos experimentais e teóricos ajudam a compreender melhor a cristalização.
O processo total de cristalização em uma solução supersaturada consta das
etapas básicas de formação de núcleos (nucleação) e formação dos cristais.
O primeiro passo num processo de cristalização é a Nucleação. É necessário
criar condições no seio da mistura para as moléculas se aproximarem e darem
origem ao cristal. A cristalização é uma operação unitária baseada, simultaneamente,
nos mecanismos de transferência de massa e de quantidade de movimento. A
existência de uma concentração de soluto na solução superior à concentração de
saturação (limite de solubilidade) é um estado naturalmente muito instável, daí ser
possível a nucleação. Contudo, para haver cristalização ainda é necessário ocorrer
agitação ou circulação da mistura líquida, a qual provoca a aproximação e choque
entre as moléculas, ocorrendo transferência de quantidade de movimento. A
nucleação a que nos referimos até aqui é a Nucleação Primária (as próprias
superfícies sólidas do cristalizador podem ser agentes de nucleação). Uma vez
formados os primeiros cristais, pequenos fragmentos desses cristais podem
transformar-se também em novos núcleos. Estamos perante a Nucleação
Secundária. Muitas vezes, para tornar o processo de cristalização mais rápido,
podem-se introduzir sementes (núcleos) no cristalizador.
Uma vez formado o núcleo, o cristal começa a crescer, e entramos na etapa de
crescimento do cristal. A velocidade de agitação ou circulação no cristalizador, o
grau de supersaturação, a temperatura, etc. são parâmetros operatórios que
condicionam a velocidade de crescimento dos cristais e as características do produto
final. Por exemplo, um grau de supersaturação muito elevado e, consequentemente,
uma situação muito instável do ponto de vista termodinâmico, pode dar origem a uma
velocidade de nucleação muito elevada. Formam-se muitos núcleos simultaneamente
e o produto final é formado por cristais muito pequenos.
Uma das características do processo de cristalização é a de que o mesmo
composto pode dar origem a formas cristalinas diferentes (polimorfismo) dependendo
das condições de operação. Os diferentes tipos de cristais, que correspondem a
condições termodinâmicas, no estado sólido, diferentes para o mesmo composto,
terão propriedades distintas (velocidade de dissolução, ponto de fusão, forma, etc.) e,
como tal, correspondem a produtos diferentes. É o caso, por exemplo, da produção
do carbonato de cálcio, por cristalização, o qual pode ser fabricado em diferentes
formas cristalinas. O controle da forma cristalina do composto a separar é um aspecto
fundamental e extremamente difícil da cristalização industrial.