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1 PROCESSO
Quanto ao processo, é relevante estudar os seus elementos processuais, que podem
ser tanto de existência como de validade.
A perempção, contudo, é uma limitação ao direito de ação. A ação vai ser extinta sem
analisar o mérito do pedido, de forma que um possível direito material subsiste para, por
exemplo, alega-lo em defesa (art. 486, §3º).
É necessário estar presente essas três capacidades para o processo ser válido.
2.2 EXCEÇÕES
2.2.1 Entes despersonalizados
Os entes despersonalizados não têm personalidade jurídica, mas possuem capacidade
de serem partes num processo, são titulares de direitos. O art. 75 do CPC reconhece alguns
deles, como o espólio, a herança, a massa falida, condomínio edilício e etc. No caso do espólio,
por exemplo, (art. 1.784, CC), quem o representa é o inventariante.
2.2.2 Nascituro
Também não tem personalidade jurídica, mas tem capacidade de ser parte. Pela teoria
natalista do CC/02, o nascituro tem mera expectativa de direitos. Porém, de acordo com a teoria
concepcionista, ele seria, desde a concepção, titular de direitos.
Lei de alimentos gravídicos (Lei 11804) → a mulher grávida ajuíza ação de alimentos
contra o suposto pai. O nascituro, nascendo com vida, automaticamente se torna filho e a
pensão vai para ele.
2.2.4 Capacidade de pessoas casadas (arts. 319, II, c/c art. 73)
Primeiramente, ressalta-se que casamento é diferente de união estável. No Brasil,
contudo, a união estável é equiparada em efeitos aos casamento (art. 226, CF/88). Enquanto
o casamento é um ato formal, solene, com burocracias e requisitos, a união estável é um ato
informal, sem burocracia, dependendo apenas de provas do propósito real de constituir família.
No Brasil, em regra casa-se pela comunhão parcial de bens, onde nem todos os bens se
comunicam, mas somente aqueles adquiridos durante a constância do casamento, sem avaliar
capacidade contributiva de cada um. Também é assim na união estável. Para se casar em um
regime diferente, como o da separação total, é necessário um pacto pré-nupcial. Na união
estável, isso pode ser feito através de uma escritura declaratória da união estável no cartório,
estabelecendo a data de início da união estável.
Também é possível fazer uma escritura pública declaratória negativa de união estável.
Vale lembrar que o chamado “namoro qualificado” (namoro com coabitação) é diferente de
união estável.
A relevância desta discussão é que o art. 319, II do CPC, exige que em toda Petição
Inicial que você ajuíza é preciso informar seu estado civil e se está ou não em união estável.
Isso deve acontecer em todas as ações do processo. Ademais, pelo art. 73, se é ajuizada uma
ação real imobiliária e a pessoa for casada, esta precisará do consentimento do marido ou da
mulher, que é a chamada outorga uxória, que pode ser feita de forma livre. Ou seja, o
casamento gera limitação na capacidade de estar em juízo. Só não será preciso se não houver
comunhão de bens. No caso da união estável, pelo art. 73, §3º, a pessoa também precisará da
outorga uxória.
1) Citação ficta (fraca): são os casos da citação por edital (art. 256) e citação
por hora certa (art. 252). Se houve uma citação ficta e o réu não contestou,
então este indivíduo ficou revel, e portanto está sem advogado. Sempre
que isto ocorrer será nomeado um curador.
2) Réu preso: também fica sem advogado e fica revel
3) Incapaz quando está sem representante ou
4) Incapaz quando tem representante mas os interesses estão em conflito.
** Art. 76: toda vez que durante o processo o juiz perceber um erro de postulação, ele
fixará um prazo para regularizar e suspenderá o processo. Esse vício, portanto, é um vício
sanável (princípio da primazia da solução de mérito). Assim, a falta de capacidade processual
não gerará extinção imediata do processo.
3 ATOS PROCESSUAIS
Consideram-se atos processuais aqueles que tem por consequência imediata a
constituição, a conservação, o desenvolvimento, a modificação ou a extinção do processo.
3.1 PRINCÍPIOS
3.1.1 Princípio da instrumentalidade
O processo é o meio para a solução de um litígio. A lógica desse mecanismo, portanto,
é não atrapalhar a solução do direito material, que é o centro de tudo.
Pelo art. 188, a regra é que haja liberdade das formas praticadas dos atos processuais.
Ou seja, a tipificação é de caráter excepcional. Ademais, mesmo que haja essa previsão e um
ato a viole, ainda sim não será nulo se ele preencher a finalidade essencial. Ex.: não há regra
para como você será citado (art. 243), mas há algumas vedações, como no dia do casamento.
Assim, a instrumentalidade é fazer com que se conspire para que o processo chegue a
sua resolução, mesmo que as regras tenham que ser flexibilizadas. Assim, trata-se de um
princípio relativizante das nulidades dos atos processuais. A nulidade é uma sanção, uma
penalidade de retirar o ato, e portanto é uma grande exceção, não se confundindo com mero
defeito ou vício. No caso de uma citação viciada, por exemplo, esta pode ser convalidada.
3.2 CITAÇÃO
É o ato inicial que traz o réu ao processo, para dar direito ao contraditório.
O art. 247 do CPC repetiu o 222 do antigo CPC, mas não vedando mais a citação postal
no processo de execução. Quando a isso, o Enunciado 85 da CJF consagrada essa interpretação,
permitindo tal modalidade em processo de execução.
Art. 242 → Em regra, quem recebe a citação é o próprio réu. Pelo correio, é uma carta
registrada com A.R. de volta para o Judiciário. Assim, até pelo art. 105, o advogado não tem
poderes para receber a citação em nome do cliente. Contudo, pelo art. 248, §4º, a citação pode
ser feita até mesmo no porteiro, exceto se ele assinar e responder que a pessoa já não mora
mais no local.
Ademais, pode-se fazer negócio jurídico processual sobre citação, podendo criar outra
não prevista em lei, como por e-mail, p.ex.
O art. 244 diz que não pode se fazer a citação de quem estiver em culto religioso, de
pessoa que tem um parente que veio a falecer desde o dia do falecimento até os 7 dias
seguintes, de noivos nos três primeiros dias seguintes ao casamento e de pessoa com doença
grave.
Na forma do art. 212, os atos processuais devem ser praticados em dias úteis das 06 às
20 horas. Contudo, nos juizados especiais poderá ocorrer a realização de atos processuais em
horário noturno (art. 12 da 9099/96).
Nessas hipóteses (art. 257, II), o juiz fará a citação por edital, que é uma espécie de
“chamada”. O canal de comunicação será a internet, através das redes sociais, dos sites dos
tribunais e etc. A exceção passou a ser a divulgação pelo jornal/rádio (art. 257, §único).
Haverá o prazo de 20 a 60 dias para que o indivíduo tome ciência do edital, e enquanto
isso o processo ficará parado (art. 257, III), correndo o prazo em dias corridos (art. 219 não se
aplica). Vale ressaltar que este não é o prazo de contestação. Terminado este prazo é que
começa o prazo de 15 dias pra contestação (art. 231, IV).
O prazo irá começar quando o cartório fazer a juntada dos autos do comprovante da
citação, assim como na citação postal. A partir daí, há 15 dias para a contestação. Mas há outro
prazo concomitante no cartório para enviar uma carta narrando os fatos no processo de 10 dias
(art. 254).
Ressalta-se que mesmo depois da ação rescisória ainda sim poderá ser alegado vício de
citação, pois é o único defeito no processo civil que não se convalida pelo decurso do tempo.
É um vício transrescisório.
O advogado igualmente tem que estar cadastrado no sistema para ser intimado. O
réu, por sua vez, pode ficar cadastrado no site do tribunal, podendo por lá ser citado ou
intimado. Caso ele abra, consulte, clique e etc., haverá a citação expressa e os prazos começam
a correr a partir desse momento. Contudo, haverá 10 dias corridos para este acesso. Não
ocorrendo, há a citação tácita. Caderno áudio
Pelo art. 5º, §6º da Lei 11. 419, as pessoas com prerrogativas de citação pessoal devem
acompanhar o site. O e-mail tem caráter meramente informativo.
Modalidades:
Pelo art. 269, §1º, é possível também a intimação de advogado pelo outro advogado
por carta registrada.
3.4 CARTAS
Rogatória (art. 105, I, i, CF/88) = é entre judiciários de países distintos. É ativa
quando o país está expedindo e passiva quando está ingressando no território
nacional. Neste último caso, é necessário o exequatur do STJ (autorização para
execução), que vai fazer uma análise de compatibilidade e de lá vai para a JF pra
ser cumprida. Assim, há uma cisão de competência.
Precatória = entre judiciários de comarcas diferentes
De ordem (art. 237, CPC) de um órgão judiciário hierarquicamente superior
para um inferior, como p.ex. na ação rescisória (art. 966), quando não há
estrutura para a produção de provas no tribunal e então emite-se uma carta de
ordem para o 1º grau produzir as provas.
Arbitral (Lei 9307/96 e 13129/15) = é a comunicação entre um juiz arbitral e
um juiz togado. Copiar resumo tgp
3.5 PRAZOS
Requisitos para a aplicação do art. 219:
Tem que se um prazo fixado pela lei ou pelo juiz. Se nenhum dos dois fixar, o
prazo é de 5 dias (art. 218, §3º).
O prazo tem que ser fixado em dias
E o prazo é processual, referente a atos processuais (ajuizar um MS, p.ex., não
é um ato processual).
Portanto, os prazos devem ser contados em dias úteis (art. 219), sofrendo interrupção
no curso por superveniência de feriados, p.ex.
Ademais, pelo art. 139, VI, o juiz pode ampliar os prazos se feito de modo justificado.
O prazo começa com a intimação do ato processual, e não com a decisão do juiz. Porém,
pode-se praticar ato antes do início do prazo (Art. 218, §4º).
Na forma do art. 212, os atos processuais devem ser praticados em dias úteis das 06 às
20 horas. Contudo, nos juizados especiais poderá ocorrer a realização de atos processuais em
horário noturno (art. 12 da 9099/96).
Os prazos diferenciados estão previstos nos arts. 180, 183, 186 e 229, consagrados ao
MP (na função de fiscal da lei), Fazenda Pública, Defensoria Pública e núcleos de prática
jurídica, possuindo prazo em dobro para se manifestarem nos autos, apresentar resposta,
para contrarrazões, interpor recurso na forma adesiva, manifestarem-se como assistente e
etc.
4 PLURALIDADE DE PARTES
Litisconsórcio → arts. 113 a 118
OBS.: há casos que a relação jurídica, por ser indivisível, vai obrigar a formação do
litisconsórcio, como por exemplo na ação de anulação de casamento.
5 INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
A configuração básica do processo é um autor ajuizar uma ação a um réu e etc. Nas aulas
passadas vemos que pode haver mais de um réu e mais de um autor, que é o litisconsórcio. Só
q nada impede que nesse processo tbm possa ter terceiros intervindo nesse processo, o q é
chamado de intervenção de terceiros no processo. Mas eles n podem intervir de qualquer jeito
e quando quiserem. É a lei que vai regulamentar essa intervenção de terceiros.
A oposição, na verdade, é uma ação feita por um terceiro em face das partes originárias
de um processo, reivindicando exatamente o que eles estão discutindo. É uma ação distribuída
na distribuição por dependência ao processo principal. Sempre q uma 3ª pessoa quiser se opor
às partes do processo principal. Você passa a ter duas ações em conjunto. Toda oposição gera
sempre litisconsórcio necessário. Ele vai tramitar acessoriamente, em anexo.
Se eu entro com uma ação em face do detentor, ele não tem legitimidade, então ele faz
a nomeação autoria que é chamar o proprietário ao processo. Era uma hipótese específica de
correção da legitimidade passiva, mas ela não existe mais. O que o código fez: revoga a
nomeação autoria e regulamenta a ideia dela de forma muito mais ampla, pois ela era muito
delimitada à situação de detenção. No ncpc qualquer ilegitimidade passiva passe a ser sanável,
corrigida, o que eu não existia no código passado.
Serem processos que tenham uma relevância (de qualquer natureza, como
pessoa, econômica, negocial e etc.).
E que o amicus curiae demonstre capacidade técnica, é o especialista em
conhecimento da matéria, que não necessariamente é intelectual, mas pode
ser prático (exemplo das mulheres e a anencefalia). O que importa é ter algo a
agregar àquele processo, ao contraditório.
O amicus curiae é cabível em qualquer grau de jurisdição. O juiz diz o que o amicus
curiae pode fazer, como sustentação oral, tempo dela, se vai fazer memoriais e etc.
Qualquer um pode intervir como amicus curiae, como por exemplo a União.
Intervenção do amicus curiae em casos como esse, segundo o ncpc, não desloca competência.
Em regra, ele também não pode recorrer à decisão, salvo na interposição de embargos de
declaração, que são recursos mais simples e na decisão de IRDR (incidente de resolução de
demanda resistível) Assim, sua legitimidade recursal é mega limitada. Então não é um mero
auxiliar, que não poderia recorrer.
O fiador, por sua vez, destarte destaca-se que não é devedor, é garantidor. Devedor é
o locatário. Não sendo devedor, não pode-se cobrar diretamente dele, pois sua responsabilidade
é subsidiária. Se for cobrada a dívida diretamente no fiador, ele pode indicar bens do devedor
para serem penhorados, fazendo chamamento ao processo, que se chama de “benefício de
ordem” (?). Art. 828 CC. Contudo, pode haver uma cláusula de solidariedade entre locatário e
fiador. Se o fiador for devedor ele também pode fazer o chamamento ao processo. Assim, ele
pode fazer tanto na função e devedor solidário quanto como garantidor.
Uma PJ pode pedir uma auto desconsideração? Sim. A incidência é cabível tanto pra
normal, inversa ou auto. Assim, a PJ pode pedir a auto desconsideração pra atingir um de seus
sócios que, eventualmente, tenha abusado da sua condição causando prejuízo à própria
empresa. O art. 133 não veda tal possibilidade. Esse posicionamento é positivado pelo
Enunciado 285 do CJF.
5.1.6 Assistência
A assistência é a intervenção de terceiro espontânea que tem interesse em auxiliar as
partes no processo. O terceiro assume o processo no estado em que ele se encontrar, não
agregando nenhuma postulação nova, não há inovação objetiva. A lei, contudo, não chega a
definir o que é interesse jurídico, ficando tal definição à cargo da jurisprudência.
Pelo art. 119, o interesse deve ser jurídico, que não pode ser confundido com
econômico.
Admite-se a assistência porque esse terceiro pode vir a sofrer prejuízos diretos ou
indiretos. Se os reflexos forem diretos, haverá assistência litisconsorcial. Se indiretos,
assistência simples.
1. Toda vez que houver uma cotitularidade sobre a relação jurídica discutida no
processo: nesse caso, o assistente também é titular da relação jurídica
existente, mas por opção do autor não foi incluído como parte da demanda, já
que trata-se de litisconsórcio facultativo. Há somente uma relação jurídica
material discutida. Aqui, ela é chamada de assistência
litisconsorcial/qualificada (art. 124). Ex.: aluguel.
2. Quando o assistente é titular de uma relação jurídica subordinada, acessória,
dependente ou conexa com a discutida no processo. Ex.: sublocação. Quando
há um contrato principal e um contrato acessório. A esses, chama-se de
assistência simples / adesiva (arts. 121 a 123). Ex.: seguro de carro contra
acidente de 3º.
Observações:
Pelo art. 125, denota-se que advém ou de casos de evicção ou da lei ou contrato.
Quanto ao contrato, destaca-se que toda ação de indenização em face de parte que
tem garantidor haverá denunciação da lide. É uma ação de regresso incidental, condicionada à
sucumbência do denunciante.
O art. 125 destaca que é possível a denunciação da lide por qualquer uma das partes.
Quando for pelo réu, deve ser feita no prazo da contestação, e sendo feita apenas a
denunciação o réu entra em revelia. Quando pelo autor, deve ser feita na própria petição
inicial, e portanto não de poderia falar propriamente de intervenção de terceiro, pois o autor
já inicia a demanda em face do réu e do denunciado. Ex.: propriedade usucapida.
A denunciação da lide é regulada tanto pelo CC/02 quanto pelo NCPC, mas também é
importante ressaltar mudanças em relação ao CPC/73.
É obrigatória? O art. 456 do CC/02 diz que nos casos de evicção, a denunciação
teria que ser feita nos termos no direito processual. Aí o NCPC, no art. 1072, II,
revoga este art. 456, e a partir da nova codificação processual, pelo art. 125,
§1º, a denunciação a lide não é obrigatória e não precisa ser feita na
contestação, basta ajuizar ação de regresso posteriormente.
É cabível denunciação da lide sucessiva (denunciação da denunciação)? Nos
termos do art. 125, §2º, sim, mas apenas uma vez.
É admissível a denunciação da lide per saltum? Não. Estava prevista no art. 456
do CC/02, mas este foi revogado. Só é permitido ao alienante imediato.
É cabível a condenação direta do denunciado? Pelo art. 128, §único do NPCP
diz que sim. Ademais, isto é confirmado pela Súmula 537 do STJ.