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1 QUEM SOMOS

A Organização dos Estados Americanos é o mais antigo organismo regional do mundo.


A sua origem remonta à Primeira Conferência Internacional Americana, realizada em
Washington, D.C., de outubro de 1889 a abril de 1890. Esta reunião resultou na criação da
União Internacional das Repúblicas Americanas, e começou a se tecer uma rede de
disposições e instituições, dando início ao que ficará conhecido como “Sistema
Interamericano”, o mais antigo sistema institucional internacional.
A OEA foi fundada em 1948 com a assinatura, em Bogotá, Colômbia, da Carta da
OEA que entrou em vigor em dezembro de 1951. Posteriormente, a Carta foi emendada
pelo Protocolo de Buenos Aires, assinado em 1967 e que entrou em vigor em fevereiro de
1970; pelo Protocolo de Cartagena das Índias, assinado em 1985 e que entrou em vigor em
1988; pelo Protocolo de Manágua, assinado em 1993 e que entrou em vigor em janeiro de
1996; e pelo Protocolo de Washington, assinado em 1992 e que entrou em vigor em setembro
de 1997.
A Organização foi criada para alcançar nos Estados membros, como estipula o Artigo
1º da Carta, “uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar sua
colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência”.
Hoje, a OEA congrega os 35 Estados independentes das Américas e constitui o
principal fórum governamental político, jurídico e social do Hemisfério. Além disso, a
Organização concedeu o estatuto de observador permanente a 69 Estados e à União
Europeia (EU).
Para atingir seus objetivos mais importantes, a OEA baseia-se em seus principais
pilares que são a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento.

1.2 – NOSSO PROPÓSITO

Para realizar os princípios em que se baseia e para cumprir com suas obrigações
regionais, de acordo com a Carta das Nações Unidas, a Organização dos Estados Americanos
estabelece como propósitos essenciais os seguintes:
a. Garantir a paz e a segurança continentais;
b. Promover e consolidar a democracia representativa, respeitado o princípio da não-
intervenção;
c. Prevenir as possíveis causas de dificuldades e assegurar a solução pacífica das
controvérsias que surjam entre seus membros;
d. Organizar a ação solidária destes em caso de agressão;
e. Procurar a solução dos problemas políticos, jurídicos e econômicos que surgirem entre
os Estados membros;
f. Promover, por meio da ação cooperativa, seu desenvolvimento econômico, social e
cultural;
g. Erradicar a pobreza crítica, que constitui um obstáculo ao pleno desenvolvimento
democrático dos povos do Hemisfério; e
h. Alcançar uma efetiva limitação de armamentos convencionais que permita dedicar a
maior soma de recursos ao desenvolvimento econômico-social dos Estados membros.
1.3 - PRINCÍPIOS

Os Estados americanos reafirmam os seguintes princípios:


a. O direito internacional é a norma de conduta dos Estados em suas relações recíprocas;
b. A ordem internacional é constituída essencialmente pelo respeito à personalidade,
soberania e independência dos Estados e pelo cumprimento fiel das obrigações
emanadas dos tratados e de outras fontes do direito internacional;
c. A boa-fé deve reger as relações dos Estados entre si;
d. A solidariedade dos Estados americanos e os altos fins a que ela visa requerem a
organização política dos mesmos, com base no exercício efetivo da democracia
representativa;
e. Todo Estado tem o direito de escolher, sem ingerências externas, seu sistema político,
econômico e social, bem como de organizar-se da maneira que mais lhe convenha, e
tem o dever de não intervir nos assuntos de outro Estado. Sujeitos ao acima disposto, os
Estados americanos cooperarão amplamente entre si, independentemente da natureza de
seus sistemas políticos, econômicos e sociais;
f. A eliminação da pobreza crítica é parte essencial da promoção e consolidação da
democracia representativa e constitui responsabilidade comum e compartilhada dos
Estados americanos;
g. Os Estados americanos condenam a guerra de agressão: a vitória não dá direitos;
h. A agressão a um Estado americano constitui uma agressão a todos os demais Estados
americanos;
i. As controvérsias de caráter internacional, que surgirem entre dois ou mais Estados
americanos, deverão ser resolvidas por meio de processos pacíficos;
j. A justiça e a segurança sociais são bases de uma paz duradoura;
k. A cooperação econômica é essencial para o bem-estar e para a prosperidade comum dos
povos do Continente;
l. Os Estados americanos proclamam os direitos fundamentais da pessoa humana, sem
fazer distinção de raça, nacionalidade, credo ou sexo;
m. A unidade espiritual do Continente baseia-se no respeito à personalidade cultural dos
países americanos e exige a sua estreita colaboração para as altas finalidades da cultura
humana;
n. A educação dos povos deve orientar-se para a justiça, a liberdade e a paz.

1.4 – ESTADOS MEMBROS

Todos os 35 países independentes das Américas ratificaram a Carta da OEA e


pertencem à Organização1.

1
Em 3 de junho de 2009, os Ministros de Relações Exteriores das Américas adaptaram a
Resolução AG/RES.2438 (XXXIX-O/09), que determina que a Resolução de 1962, a qual excluiu o Governo
de Cuba de sua participação no sistema interamericano, cessa seu efeito na Organização dos Estados
Americanos (OEA). A resolução de 2009 declara que a participação da República de Cuba na OEA será o
Países Membros originais:
21 países se reuniram em Bogotá, em 1948, para a assinatura da Carta da OEA, eram
eles:
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba1, Equador, El
Salvador, Estados Unidos da
América, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Repúb
lica Dominicana, Uruguai e Venezuela (República Bolivariana da).
Países que se tornaram Membros posteriormente:
Barbados, Trinidad e
Tobago (1967), Jamaica (1969), Grenada (1975), Suriname (1977), Dominica
(Commonwealth da), Santa Lúcia (1979), Antígua e Barbuda, São Vicente e
Granadinas (1981), Bahamas (Commonwealth das) (1982), St. Kitts e
Nevis (1984), Canadá (1990), Belize, Guiana (1991).

2 – O QUE FAZEMOS

A OEA utiliza uma estratégia quádrupla para implementar eficazmente esses objetivos
essenciais. Os quatro pilares da Organização (democracia, direitos
humanos, segurança e desenvolvimento) se apoiam mutuamente e estão transversalmente
interligados por meio de uma estrutura que inclui diálogo político, inclusividade, cooperação,
instrumentos jurídicos e mecanismos de acompanhamento, que fornecem à OEA as ferramentas
para realizar eficazmente seu trabalho no hemisfério e maximizar os resultados.

2.1 – DIÁLOGO POLÍTICO

A OEA é o principal fórum político da região, o lugar em que os países da América


do Norte, América Central, Caribe e América do Sul se reúnem para superar suas diferenças
e promover suas metas comuns. Numa era de globalização, é mais importante do que nunca
que os países se reúnam constantemente.
Assim como nos temas que se seguem, o diálogo político é importante dentro de cada
um dos pilares. Foi na OEA, por exemplo, que os países da região negociaram a Carta
Democrática Interamericana, um plano mestre do que significa ser uma democracia. Seja na
questão dos direitos dos povos indígenas, disputas territoriais entre países ou metas regionais
de educação, a OEA é o lugar em que ocorre o diálogo multilateral. Isso acontece em diversos
níveis, inclusive no Conselho Permanente, reuniões regionais de ministros e Cúpula das
Américas.

2.2 – COOPERAÇÃO

A OEA presta apoio crucial aos Estados membros no fortalecimento da capacidade


institucional e humana para enfrentar novos desafios. Por exemplo, a Secretaria Geral tem

resultado de um processo de diálogo iniciado na solicitação do Governo de Cuba, e de acordo com as práticas,
propósitos e princípios da OEA.
trabalhado com os países, a pedido deles, para ajudar a implementar reformas técnicas do
sistema eleitoral. Além disso, fornece treinamento a funcionários do governo em áreas tão
diversas como negociações comerciais e mitigação de desastres naturais. Os programas de
treinamento e bolsas da OEA deram a muitos habitantes da região a oportunidade de
desenvolver habilidades que eles podem aplicar em seus países.
 Observações Eleitorais
 Negociações Comerciais
 Atenuação de Desastres Naturais
 Bolsas de Estudo
 Governança Municipal
 Nossos Projetos de Desenvolvimento

2.3 – MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO

Os Estados membros da OEA prestam contas entre si sobre uma ampla gama de
questões. Eles adotaram mecanismos inovadores para avaliar o progresso no combate às drogas
ilegais, corrupção e violência doméstica.
 Mecanismo de Avaliação Multilateral (MEM)
O Mecanismo de Avaliação Multilateral (MEM), baseado no princípio da
responsabilidade partilhada na abordagem do problema das drogas, foi concebido como
um instrumento de avaliação das iniciativas dos governos para solucionar esses
problemas. O Mecanismo foi criado em 1999 como um método de avaliação
governamental multilateral, sob os auspícios da Comissão Interamericana para o
Controle do Abuso de Drogas (CICAD), visando monitorar os esforços nacionais para
controlar a produção e o tráfico de drogas ilícitas, e fortalecer a cooperação internacional
nesta área.
 Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção
Interamericana contra a Corrupção
A finalidade deste Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção
Interamericana contra a Corrupção (MESICIC) consiste em promover a implementação
da Convenção da OEA, acompanhar o cumprimento dos compromissos nela assumidos
pelos Estados Partes e analisar o modo como vêm sendo implementados.
O MESICIC visa, ainda, a facilitar a execução das atividades de cooperação técnica, o
intercâmbio de informações, experiências e melhores práticas, bem como a
harmonização da legislação dos Estados Partes.
 Mecanismo de Seguimento da Convenção de Belém do Pará (MESECVI)
O Mecanismo de Seguimento da Convenção de Belém do Pará (MESECVI) tem como
objetivo dar seguimento e analisar como a Convenção de Belém do Pará está sendo
implementada, promover sua implementação e facilitar a cooperação entre os Estados
Partes entre si e o conjunto de Estados Membros da OEA, contribuindo assim para a
consecução dos propósitos da Convenção. O Mecanismo é regulado por um Estatuto
próprio.
 Grupo de Revisão da Implementação de Cúpulas (GRIC)
O Grupo de Revisão da Implementação de Cúpulas, conhecido pela sigla GRIC, é o
órgão gestor do processo das Cúpulas e compreende os 34 governos democraticamente
eleitos do hemisfério, representados pelos Coordenadores Nacionais designados pelos
países.
O GRIC foi criado em 1995 e é presidido pelo Presidente do Processo das Cúpulas das
Américas. Colombia, como sede da Cúpula, é o atual Presidente do GRIC.
 Sistema de Acompanhamento das Cúpulas das Américas (SISCA)
A fim de procurar mecanismos para melhorar o Processo de Cúpulas, e para propor
soluções concretas e viáveis, a Secretaria de Cúpulas trabalhou ativamente e preparou
uma proposta de um sistema de acompanhamento dos mandatos da Cúpula das
Américas (SISCA) com base na experiência da PNUD com o Sistema de Programação
e Gestão de Governo (SIGOB). O SISCA é um mecanismo que fornece aos Estados
Membros as ferramentas necessárias para facilitar a realização dos objetivos contidos
nos mandatos, com o propósito de medi-los a médio e longo prazos através de uma
gestão orientada para resultados.

3 – NOSSA ESTRUTURA

A OEA realiza os seus fins por intermédio dos seguintes órgãos:


 Assembléia Geral;
 Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores;
 Conselhos (Conselho Permanente e Conselho Interamericano de Desenvolvimento
Integral);
 Comissão Jurídica Interamericana;
 Comissão Interamericana de Direitos Humanos;
 Secretaria Geral;
 Conferências Especializadas;
 Organismos Especializados e
 outras entidades estabelecidas pela Assembléia Geral.

A Assembléia Geral realiza períodos ordinários de sessões uma vez por ano. Em
circunstâncias especiais reúne-se em períodos extraordinários de sessões. A Reunião de
Consulta é convocada a fim de considerar problemas de natureza urgente e de interesse
comum e para servir de Órgão de Consulta na aplicação do Tratado Interamericano de
Assistência Recíproca (TIAR), o principal instrumento de ação solidária em caso de
agressão. O Conselho Permanente toma conhecimento dos assuntos de que o encarreguem
a Assembléia Geral ou a Reunião de Consulta e executa as decisões de ambas, quando seu
cumprimento não haja sido confiado a nenhuma outra entidade; vela pela manutenção das
relações de amizade entre os Estados membros, bem como pela observância das normas que
regulam o funcionamento da Secretaria Geral e, ademais, atua provisoriamente como Órgão
de Consulta para a aplicação do TIAR. A Secretaria Geral é o órgão central e permanente
da OEA. A sede, tanto do Conselho Permanente como da Secretaria Geral, é a cidade de
Washington, D.C.

3.1 ASSEMBLÉIA GERAL


A Assembléia Geral é o órgão supremo da Organização dos Estados Americanos. É
constituída pelas delegações de todos os Estados membros, que têm direito a nela se fazer
representar e a emitir um voto cada um. A definição dos mecanismos, políticas, ações e
mandatos da Organização tem origem na Assembléia Geral. Suas atribuições acham-se
definidas no Capítulo IX da Carta, que, no artigo 57, dispõe que a Assembléia se reunirá
anualmente na época que determine o Regulamento e na sede escolhida conforme o princípio
de rotatividade. Em circunstâncias especiais e com a aprovação de dois terços dos Estados
membros, o Conselho Permanente poderá convocar um período extraordinário de sessões da
Assembléia Geral.

3.2 REUNIÕES DE CONSULTA DOS MINISTROS DAS RELAÇÕES EXTERIORES

A Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores realiza-se com a


finalidade de considerar problemas de caráter urgente e de interesse comum para os Estados
americanos e para servir de Órgão de Consulta.
Qualquer Estado Membro poderá pedir que se convoque a Reunião de Consulta. A
solicitação deverá ser dirigida ao Conselho Permanente da Organização, o qual decidirá por
maioria absoluta de votos se a Reunião é procedente.
Quando um ou mais Estados membros que tiverem ratificado o TIARsolicitarem a
convocação da Reunião de Consulta de acordo com o artigo 13 desse Tratado, o Conselho
Permanente, por maioria absoluta dos Estados que tiverem ratificado o TIAR decidirá se a
reunião é procedente.
A agenda e o regulamento da Reunião de Consulta são preparados pelo Conselho
Permanente da Organização e submetidos à consideração dos Estados membros. A atuação
do Conselho Permanente como Órgão de Consulta rege-se pelo disposto no TIAR.
Se, excepcionalmente, o Ministro das Relações Exteriores de qualquer país não puder
concorrer à Reunião, far-se-á representar por um Delegado Especial.
Em caso de ataque armado ao território de um Estado americano ou dentro da região
de segurança delimitada pelo tratado vigente, o Presidente do Conselho Permanente reunirá
o Conselho sem demora para determinar a convocação da Reunião de Consulta, sem prejuízo
do disposto no Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) no que diz respeito
aos Estados Partes nesse instrumento.
O Secretário-Geral Adjunto atuará como Secretário da Reunião de Consulta dos
Ministros das Relações Exteriores quando assim o dispuser o Regulamento da Reunião.

3.3 CONSELHOS

 Conselho Permanente
O Conselho Permanente da Organização depende diretamente da Assembléia
Geral e tem a competência que lhe é atribuída pela Carta e por outros instrumentos
interamericanos, bem como as funções de que for encarregado pela Assembléia Geral
e pela Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores.
Vela pela manutenção das relações de amizade entre os Estados membros e,
para essa finalidade, ajuda de uma maneira efetiva na solução pacífica de suas
controvérsias. Executa as decisões da Assembléia Geral ou da Reunião de Consulta
dos Ministros das Relações Exteriores cujo cumprimento não tenham sido
encarregado a nenhuma outra entidade. Zela pela observância das normas que
regulam o funcionamento da Secretaria Geral e, quando a Assembléia Geral não está
reunida, adota as disposições de natureza regulamentar que habilitem a Secretaria
Geral a cumprir suas funções administrativas. Atua como Comissão Preparatória.
Prepara, a pedido dos Estados membros, projetos para promover e facilitar a
colaboração entre a OEA e a ONU e outros organismos americanos. Formula
recomendações à Assembléia Geral sobre o funcionamento da Organização e a
coordenação de seus órgãos subsidiários, organismos e comissões. Considera os
relatórios dos órgãos, organismos e entidades do Sistema Interamericano e apresenta
à Assembléia Geral as observações e recomendações que julgar oportuno.
 Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral (CIDI)
O Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral (CIDI), órgão
diretamente subordinado à Assembléia Geral, com capacidade decisória em matéria
de cooperação solidária para o desenvolvimento integral, foi criado com a entrada
em vigor do Protocolo de Manágua, em 29 de janeiro de 1996 (Capítulo XIII). É
constituído pelos seguintes órgãos que a ele se submetem: a Agência Interamericana
de Cooperação e Desenvolvimento (AICD), as Comissões Especializadas Não-
Permanentes (CENPES), as Comissões Interamericanas e as Comissões Permanentes
do CIDI.

3.4 COMISSÃO JURÍDICA INTERAMERICANA

A Comissão Jurídica Interamericana é um dos órgãos mediante os quais a OEA realiza


seus fins (artigo 53 da Carta). O Capítulo XIV da Cartadefine sua composição, atribuições e
funções da seguinte maneira: serve de corpo consultivo da Organização em assuntos jurídicos;
promove o desenvolvimento progressivo e a codificação do Direito Internacional; e analisa os
problemas jurídicos referentes à integração dos países com vistas ao desenvolvimento do
Hemisfério.

3.5 COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) foi criada por resolução da


Quinta Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores em Santiago, Chile, em
1959. A CIDH foi formalmente instalada em 1960, quando o Conselho da Organização
aprovou seu Estatuto. O Regulamento da Comissão, aprovado em 1980, foi modificado em
várias oportunidades, a última delas em 2013.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos é um dos órgãos do Sistema
Interamericano responsáveis pela promoção e pela proteção dos direitos humanos. É
constituída por sete membros, eleitos pela Assembléia Geral, que exercem suas funções em
caráter individual por um período de quatro anos, podendo ser reeleitos uma só vez.
3.6 SECRETARIA GERAL

A Secretaria Geral é o órgão central e permanente da Organização dos Estados


Americanos. Exercerá as funções que lhe atribuam a Carta, outros tratados e acordos
interamericanos e a Assembléia Geral, e cumprirá os encargos de que for incumbida pela
Assembléia Geral, pela Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores e pelos
Conselhos.
A Secretaria Geral desempenha também as seguintes funções:
a. Encaminhar ex officio aos Estados membros a convocatória da Assembléia Geral, da
Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores, do Conselho
Interamericano de Desenvolvimento Integral e das Conferências Especializadas;
b. Assessorar os outros órgãos, quando cabível, na elaboração das agendas e regulamentos;
c. Preparar o projeto de orçamento-programa da Organização com base nos programas
aprovados pelos Conselhos, organismos e entidades cujas despesas devam ser incluídas
no orçamento-programa e, após consulta com esses Conselhos ou suas Comissões
Permanentes, submetê-lo à Comissão Preparatória da Assembléia Geral e em seguida à
própria Assembléia;
d. Proporcionar à Assembléia Geral e aos demais órgãos serviços de secretaria
permanentes e adequados, bem como dar cumprimento a seus mandatos e encargos.
Dentro de suas possibilidades, atender às outras reuniões da Organização;
e. Custodiar os documentos e arquivos das Conferências Interamericanas, da Assembléia
Geral, das Reuniões de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores, dos Conselhos
e das Conferências Especializadas;
f. Servir de depositária dos tratados e acordos interamericanos, bem como dos
instrumentos de ratificação dos mesmos;
g. Apresentar à Assembléia Geral, em cada período ordinário de sessões, um relatório
anual sobre as atividades e a situação financeira da Organização; e
h. Estabelecer relações de cooperação, consoante o que for decidido pela Assembléia Geral
ou pelos Conselhos, com os Organismos Especializados e com outros organismos
nacionais e internacionais.

3.7 CONFERÊNCIAS ESPECIALIZADAS

As Conferências Especializadas são reuniões intergovernamentais destinadas a tratar de


assuntos técnicos especiais ou a desenvolver aspectos específicos da cooperação interamericana
e são realizadas quando o determine a Assembléia Geral ou a Reunião de Consulta dos
Ministros das Relações Exteriores, por iniciativa própria ou a pedido de algum
dos Conselhos ou Organismos Especializados.

3.8 ORGANISMOS ESPECIALIZADOS

O Capítulo XVIII da Carta da OEA define os organismos especializados como


organismos intergovernamentais estabelecidos por acordos multilaterais, que tenham
determinadas funções em matérias técnicas de interesse comum para os Estados americanos.
Gozam de ampla autonomia técnica no âmbito das recomendações da Assembléia Gerale
dos Conselhos.
 Organização Pan-Americana da Saúde
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), criada em 1902 pela Segunda
Conferência Internacional dos Estados Americanos, é o organismo regional
especializado em saúde do Sistema Interamericano, bem como o Escritório Regional
para as Américas da Organização Mundial da Saúde (AMRO/OMS). A missão da OPAS
é “orientar os esforços estratégicos de colaboração entre os Estados membros e outros
parceiros, no sentido de promover a eqüidade na saúde, combater doenças, melhorar a
qualidade e elevar a expectativa de vida dos povos das Américas”.
 Instituto Interamericano da Criança
O Instituto é um organismo especializado que contribui para a articulação das políticas
públicas para a infância nas Américas, a promoção da relação do Estado com a
sociedade civil e o desenvolvimento de uma consciência crítica frente aos problemas
que afetam a infância e a adolescência na Região.
 Comissão Interamericana de Mulheres
Criada pela Sexta Conferência Internacional Americana (Havana, 1928), a Comissão
Interamericana de Mulheres (CIM) é um organismo consultivo da OEA e o principal
foro gerador de políticas hemisféricas para a promoção dos direitos da mulher e da
igualdade e eqüidade de gênero. Seu objetivo é promover a incorporação da perspectiva
de gênero aos projetos, programas e políticas da Organização e incentivar os governos
a desenvolver políticas públicas e programas com perspectiva de gênero, a fim de que
homens e mulheres tenham as mesmas oportunidades em todos os âmbitos da sociedade.
 Instituto Pan-Americano de Geografia e História
Criado pela Sexta Conferência Internacional Americana (Havana, 1928), o Instituto
Pan-Americano de Geografia e História (IPGH) oferece cooperação técnica,
capacitação em centros de pesquisa, divulgação de publicações e organização de
reuniões técnicas nos campos de cartografia, geografia, história e geofísica.

Com o apoio do sistema de seções nacionais e com o concurso da comunidade científica


afim na região pan-americana, o IPGH responde à crescente demanda da comunidade
científica internacional na tarefa de interpretação do território com base na análise
geográfica e histórica e numa visão autenticamente continental. Também desenvolve
mecanismos de comunicações efetivas e oportunas entre os especialistas, com base em
parâmetros específicos.
 Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura
Fundado em 1942, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)
é o organismo especializado do Sistema Interamericano para o setor agropecuário e os
territórios rurais. Incentiva, promove e apoia os esforços dos Estados membros por
alcançar o desenvolvimento sustentável da agricultura e a prosperidade das
comunidades rurais.

4 NOSSA HISTÓRIA
Embora alguns estudiosos remontem os antecedentes do Sistema Interamericano ao
Congresso do Panamá, convocado por Simón Bolívar em 1826, o fato é que somente em
1889 os Estados americanos decidiram se reunir periodicamente e criar um sistema
compartilhado de normas e instituições. Nesse ínterim, realizaram-se conferências e reuniões
para gerar o sistema, mas foi somente a convite do Governo dos Estados Unidos que teve
início o processo que se desenrola ininterruptamente até hoje. A Primeira Conferência
Internacional Americana foi realizada em Washington, D.C., de outubro de 1889 a abril de
1890, "com o objetivo de discutir e recomendar para adoção dos respectivos governos um
plano de arbitragem para a solução de controvérsias e disputas que possam surgir entre eles,
para considerar questões relativas ao melhoramento do intercâmbio comercial e dos meios
de comunicação direta entre esses países, e incentivar relações comerciais recíprocas que
sejam benéficas para todos e assegurem mercados mais amplos para os produtos de cada um
desses países".
Dezoito Estados americanos participaram da conferência, na qual decidiu-se
constituir a "União Internacional das Repúblicas Americanas para a pronta coleta e
distribuição de informações comerciais," com sede em Washington, que depois tornou-se a
"União Pan-Americana" e, finalmente, com a expansão das suas funções, a Secretaria Geral
da OEA. Com respeito a questões jurídicas, a conferência recomendou a adoção de
disposições para governar a extradição; declarou que a conquista não cria direitos; e produziu
orientações para a redação de um tratado sobre arbitragem que evitasse o recurso à guerra
como meio de resolver controvérsias entre as nações americanas. Essa conferência assentou
as bases do que depois se tornaria o Sistema Interamericano: interesses comerciais dirigidos
no sentido de obter maior integração; preocupações jurídicas com o fortalecimento dos
vínculos entre o Estado e o setor privado num ambiente pacífico de cooperação e segurança
regional; e o estabelecimento de instituições especializadas em diferentes esferas.
As conferências de Estados americanos se reuniram em intervalos variados até serem
substituídas pelas sessões da Assembléia Geral da OEA em 1970, quando entrou em vigor o
Protocolo de Reforma da Carta da Organização dos Estados Americanos, adotado em Buenos
Aires. Além dessas conferências, havia também reuniões de Ministros das Relações
Exteriores e reuniões especiais, como a Conferência Interamericana sobre Problemas da
Guerra e da Paz, realizada em 1945 na Cidade do México, para discutir atividades conjuntas
a serem realizadas pelos Estados americanos no âmbito da Organização das Nações Unidas,
que estava sendo estabelecida, e a Conferência Interamericana para Manutenção da Paz e
Segurança no Continente, realizada no Rio de Janeiro (Brasil), em 1947, que adotou o
Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, com o fim da Segunda Guerra Mundial e
início da Guerra Fria, de modo a assegurar a autodefesa coletiva legitima no caso de um
ataque de potência estrangeira de fora da região e decidir ações conjuntas no caso de um
conflito entre dois Estados partes do tratado. Em todo esse período, foram adotados vários
acordos que estabeleceram os princípios básicos do que depois se tornaria a Organização dos
Estados Americanos. Por exemplo, em 1923, a Quinta Conferência Internacional Americana
(Santiago, Chile) adotou o Tratado para Evitar ou Prevenir Conflitos entre Estados
Americanos (Tratado de Gondra) e em 1933 a Sétima Conferência Internacional Americana
(Montevidéu, Uruguai) adotou a Convenção sobre os Direitos e Deveres dos Estados, que
reafirmou o princípio de que "os Estados são juridicamente iguais, desfrutam iguais direitos
e possuem capacidade igual para exercê-los", reiterou o princípio de que nenhum Estado tem
o direito de intervir (proibição de intervenção) em assuntos internos ou externos de outro e
sublinhou a obrigação de todos os Estados no sentido de que "as divergências de qualquer
espécie que entre eles se levantem deverão resolver-se pelos meios pacíficos reconhecidos".
Nas décadas iniciais do Sistema Interamericano, também foram adotadas várias
convenções de direito internacional privado, notadamente a Convenção de Direito
Internacional Privado, adotada na Sexta Conferência Internacional Americana em Havana
(Cuba), e seu Anexo: o Código Bustamante de Direito Internacional Privado. Embora essa
convenção tenha recebido poucas ratificações e, principalmente, não tenha sido adotada
pelos países meridionais da América do Sul, que preferiram as disposições dos Tratados de
Direito Internacional Privado de Montevidéu de 1889 e 1939, foi um passo importante para
a codificação e progressivo desenvolvimento do direito internacional privado.
Além da União Pan-Americana, estabeleceu-se gradualmente um conjunto de
instituições para facilitar a cooperação em áreas específicas. Ao longo dos anos, e com vários
nomes, as seguintes instituições foram formadas e iniciaram tarefas importantes: a
Organização Pan-Americana da Saúde (1902), que depois se tornou o escritório regional da
futura Organização Mundial da Saúde; a Comissão Jurídica Interamericana (1906); o
Instituto Interamericano da Criança (1927); a Comissão Interamericana de Mulheres (1928);
o Instituto Pan-Americano de Geografia e História (1928); o Instituto Indigenista
Interamericano (1940); o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (1942);
e a Junta Interamericana de Defesa (1942), que foram seguidas, após o estabelecimento da
OEA, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, Comissão Interamericana de Direitos
Humanos, Corte Interamericana de Direitos Humanos, Comissão Interamericana para o
Controle do Abuso de Drogas, Comissão Interamericana de Telecomunicações, Comissão
Interamericana de Portos, Centro de Estudos da Justiça das Américas, e outras. Uma Corte
Interamericana de Justiça foi proposta em 1923, mas nunca se materializou, embora houvesse
um precedente na forma da Corte Centro-Americana de Justiça, que funcionou de 1907 a
1918. Assim, estabeleceu-se uma rede de instituições regionais para fortalecer a cooperação
entre Estados americanos sobre uma ampla gama de temas da agenda regional.
A Nona Conferência Internacional Americana, que se reuniu em Bogotá (Colômbia),
em 1948, com a participação de 21 Estados, adotou a Carta da Organização dos Estados
Americanos, o Tratado Americano sobre Soluções Pacíficas ("Pacto de Bogotá") e a
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem. Essa mesma conferência adotou
o Acordo Econômico de Bogotá, que buscava promover a cooperação econômica entre os
Estados americanos; contudo, este nunca entrou em vigor.
Como a própria Carta da OEA, o "Pacto de Bogotá" obriga as Altas Partes
Contratantes a resolver as controvérsias entre Estados americanos por meios pacíficos e
indica os procedimentos a serem adotados: mediação, investigação e conciliação, bons
ofícios, arbitragem e, finalmente, recurso à Corte Internacional de Justiça de Haia, o que
significou que algumas controvérsias foram realmente submetidas a essa Corte. A
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, adotada meses antes da
Declaração Universal, sublinhava o compromisso da região com a proteção internacional dos
direitos humanos e preparou o caminho para a Convenção Americana de Direitos Humanos
("Pacto de San José", Costa Rica), que foi adotada em 1969 e entrou em vigor em 1978.
A Carta da Organização dos Estados Americanos foi o resultado de um longo
processo de negociação iniciado em 1945. Vários nomes foram originalmente propostos para
a nova instituição: "União", "Comunidade Regional" e "Organização"; depois que esta última
denominação foi escolhida, discutiu-se o uso de "Estados", "Nações" ou "Repúblicas." A
palavra "Repúblicas" não foi escolhida para não excluir outras formas de governo que
pudessem existir na região e "Nações" foi descartada por ser mais um conceito cultural ou
sociológico do que jurídico. Assim, escolheu-se o nome que conhecemos hoje: "Organização
dos Estados Americanos".
Estabeleceu-se também a relação da nova organização com o sistema universal
(Nações Unidas), criado três anos antes. O Artigo 1º da Carta estipula: "Dentro das Nações
Unidas, a Organização dos Estados Americanos constitui um organismo regional", segundo
as disposições do Capítulo VIII (Acordos Regionais) da Carta das Nações Unidas, e como
tal participou de atividades relacionadas com a paz e a segurança da região, de modo especial
e mais recentemente em vários momentos da história do Haiti, quando as duas organizações
realizaram missões conjuntas.
A Carta de 1948 foi modificada, mediante Protocolos de Reforma, em quatro
ocasiões: Buenos Aires, 1967; Cartagena das Índias, 1985; Washington, 1992; Manágua,
1993.
Embora não tenham sido previstas na Carta, desde 1994 realizaram-se importantes
Cúpulas de Chefes de Estado e de Governo das Américas, que emitiram decisões e
recomendações, geralmente na forma de uma Declaração e Plano de Ação, sobre objetivos a
serem atingidos pelas organizações do Sistema Interamericano, especialmente a OEA.
A OEA também atua como secretaria de várias reuniões ministeriais, em particular
reuniões de Ministros da Justiça, Ministros do Trabalho, Ministros da Ciência e Tecnologia
e Ministros da Educação das Américas.

CARTA DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS*

EM NOME DOS SEUS POVOS, OS ESTADOS REPRESENTADOS NA NONA


CONFERÊNCIA INTERNACIONAL AMERICANA,

Convencidos de que a missão histórica da América é oferecer ao Homem uma terra de


liberdade e um ambiente favorável ao desenvolvimento de sua personalidade e à realização
de suas justas aspirações;
Conscientes de que esta missão já inspirou numerosos convênios e acordos cuja virtude
essencial se origina do seu desejo de conviver em paz e de promover, mediante sua mútua
compreensão e seu respeito pela soberania de cada um, o melhoramento de todos na
independência, na igualdade e no direito;
Seguros de que a democracia representativa é condição indispensável para a estabilidade, a
paz e o desenvolvimento da região;
Certos de que o verdadeiro sentido da solidariedade americana e da boa vizinhança não pode
ser outro senão o de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituições
democráticas, um regime de liberdade individual e de justiça social, fundado no respeito dos
direitos essenciais do Homem;
Persuadidos de que o bem-estar de todos eles, assim como sua contribuição ao progresso e à
civilização do mundo exigirá, cada vez mais, uma intensa cooperação continental;
Resolvidos a perseverar na nobre empresa que a Humanidade confiou às Nações Unidas, cujos
princípios e propósitos reafirmam solenemente;
Convencidos de que a organização jurídica é uma condição necessária à segurança e à paz,
baseadas na ordem moral e na justiça;
e De acordo com a Resolução IX da Conferência sobre Problemas da Guerra e da Paz, reunida
na cidade do México,
RESOLVERAM
Assinar a seguinte

CARTA DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS


PRIMEIRA PARTE
Capítulo I
NATUREZA E PROPÓSITOS
Artigo 1
Os Estados americanos consagram nesta Carta a organização internacional que vêm
desenvolvendo para conseguir uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade,
intensificar sua colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua
independência. Dentro das Nações Unidas, a Organização dos Estados Americanos constitui
um organismo regional.
A Organização dos Estados Americanos não tem mais faculdades que aquelas expressamente
conferidas por esta Carta, nenhuma de cujas disposições a autoriza a intervir em assuntos da
jurisdição interna dos Estados membros.

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