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O PAPEL DO DOCENTE E DA ESCOLA EM TEMPOS DE EDUCAÇÃO

INCLUSIVA: UMA REALIDADE A SER BUSCADA


Rose-Anne Holanda, Psicopedagoga, discente do Curso de Psicologia
na Faculdade Luciano Feijão.
Maria Eduarda Sousa Rocha, discente do Curso de Psicologia na
Faculdade Luciano Feijão.

A educação inclusiva é um direito assegurado e uma obrigação moral da escola e, pensando


nisso, a presente pesquisa foca a importância da inclusão, juntamente com o papel do docente
e da escola regular nesse processo. A escola regular deve assumir seu papel na busca pela
inclusão e esta só será alcançada quando todas as pessoas, indiscriminadamente, tiverem
acesso à informação, ao conhecimento e aos meios necessários para a formação de sua
cidadania, visto que a escola é sujeito nesse processo, devendo se perceber como tal. Para
tanto, far-se-á uso da pesquisa qualitativa, com observação do cotidiano escolar, conversas
informais e entrevistas semiestruturadas com docentes e gestores de escolas públicas, de um
município da zona norte do Ceará. O objetivo será a obtenção de dados acerca do contexto em
que estão inseridas, sendo feito também um levantamento das características pedagógicas e
inclusivas percebidas nessas escolas. Os aspectos éticos dessa pesquisa serão considerados de
acordo com a Resolução nº 466 de 12/10/12 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do
Ministério da Saúde. Sabendo-se que a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988)
assegura que a educação é direito de todos e dever do estado e da família, sendo ministrado
com base em vários princípios, dentre os quais a igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola, fica evidente a garantia do direito de todos à educação e o acesso à
escola, não podendo excluir nenhuma pessoa em razão de sua deficiência ou necessidade
educacional especial. Carvalho (2003, p.8) já alertava para o fato de que “a sociedade mudou
e a escola se transformou e as propostas de ensino devem acompanhar essas mudanças”. Essa
questão tem feito a escola repensar seu papel e suas práticas, trabalhando sob uma nova
perspectiva educacional, na qual os professores, gestores e demais funcionários estejam
preparados para desenvolver um bom trabalho com todos os alunos. Mantoan (1997, p. 121)
afirma que a inclusão muda a perspectiva educacional, pois “não se limita a ajudar somente os
alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia a todos: professores, alunos, pessoal
administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral.” Segundo Villela,
Lopes e Guerreiro (2013) o uso de estratégias de ensino adequadas a diferentes tipos de
necessidades de aprendizagem contribuem para o desenvolvimento de todos os envolvidos no
processo, que poderão garantir sua aprendizagem e seu processo de inclusão. Hoje a escola
deve ser vista como um espaço de todos e para todos, influenciando e gerando alternativas
que garantam o acesso dos alunos com necessidades educativas especiais, para que possam
iniciar/prosseguir seu processo de escolaridade. Em tempos de respeito à diversidade, as
diferenças existentes precisam ser respeitadas, tornando-se essencial que a escola (docentes,
gestores, demais funcionários) se perceba como parte do processo de inclusão que envolve
toda a sociedade. Deve fazer constante reflexão sobre sua participação nesse processo,
compreendendo as dificuldades existentes, buscando os conhecimentos e ferramentas de
trabalho necessárias à inclusão e, finalmente, tome seu lugar como sujeito e agente de
mudança.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde – Resolução N. 466, de 12 de


dezembro de 2012 (240ª Reunião Ordinária, realizada nos dias 11 e 12 de dezembro de 2012).

________ Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Atlas, 1988.

CARVALHO, A.M.P. (coord.) Formação Continuada de professores: uma releitura das


áreas de conteúdo. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2003.

MANTOAN, M. T. E. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma


reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon. Editora SENAC, 1997.

VILLELA, T. C. R.; LOPES, S. C.; GUERREIRO; E. M. B. R. Os desafios da inclusão


escolar no Século XXI. Educação Inclusiva, 2013. Disponível em:
<http://www.bengalalegal.com/desafios> Acesso em: 04 mar. 2018.

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