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Jurisprudência - Lei Seca
Jurisprudência - Lei Seca
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível
n.º 0169918-41.2011.8.19.0001, em que são Apelantes WALTER ALVES
SALDANHA e GUSTAVO TINOCO SALDANHA e Apelado
DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO –
DETRAN-RJ,
VOTO DO RELATOR
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VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL
APELAÇÃO CÍVEL N.º 0169918-14.2011.8.19.0001
Desembargador CARLOS SANTOS DE OLIVEIRA
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Aduz, ainda, não ter recebido notificação para defesa prévia
na forma da lei, havendo jurisprudência no sentido de que são necessárias
duas notificações ao infrator para legitimar a imposição de penalidade de
trânsito. Reitera a tese inicial quanto ao direito de não autoincriminação,
legítima recusa em realizar o teste do bafômetro, ausência de prova de
calibração do aparelho e ausência de sinais evidentes de embriaguez.
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APELAÇÃO CÍVEL N.º 0169918-14.2011.8.19.0001
Desembargador CARLOS SANTOS DE OLIVEIRA
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Contudo, essa questão afigura-se desinfluente no caso, posto
que o auto de infração é nulo, conforme será demonstrado ao longo deste
voto.
Súmula: 312
No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são necessárias as
notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração.
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APELAÇÃO CÍVEL N.º 0169918-14.2011.8.19.0001
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Finalmente, adentrando no ponto central da controvérsia, não
há dúvidas que o advento da Lei 11.705/2008 (chamada “Lei Seca”), veio a
positivar interesse coletivo pela redução dos acidentes de trânsito decorrentes
da ingestão de álcool.
A propósito:
Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou que
for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool
será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por
meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam
certificar seu estado. (Redação dada pela Lei nº 11.275, de 2006)
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APELAÇÃO CÍVEL N.º 0169918-14.2011.8.19.0001
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devem se pautar pelo princípio da razoabilidade e proporcionalidade, não
possuindo substrato em autorizações legislativas “em branco”.
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APELAÇÃO CÍVEL N.º 0169918-14.2011.8.19.0001
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0115251-78.2011.8.19.0001 - APELACAO - 1ª Ementa - DES. MARCOS ALCINO A
TORRES - Julgamento: 21/02/2013 - DECIMA NONA CAMARA CIVEL
Apelação cível. Ação anulatória c/c indenizatória por danos morais. Autuação por
infração de trânsito. Alegada embriaguez ao volante. Poder de polícia em defesa
da coletividade. Recusa do motorista em realizar o teste de alcoolemia (bafômetro)
que permite a aplicação de penalidade, desde que constatada a embriaguez. Direito
garantido ao cidadão de não fazer prova contra si mesmo. Inteligência do Pacto de
San José da Costa Rica. Constatação que demanda cumprimento de formalidades,
devendo ser descritos os índices de possível embriaguez. Aplicação dos arts. 165,
276 e 277 do CTB (redação dada pela Lei nº 11.705/08), bem como do art. 2º e
anexo da Resolução CONTRAN nº 206/06. Descumprimento que importa em
invalidade do auto de infração. Inexistência de danos morais. Ausência de comprovação.
Ônus do autor, na forma do art. 333, I do CPC. Sucumbência recíproca. Reforma, em
parte, da sentença. Provimento parcial do recurso.
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“A isenção prevista neste artigo não dispensa as pessoas de direito público interno,
quando vencidas, de reembolsarem a parte vencedora das custas e demais despesas que
efetivamente tiverem suportado”.