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INSTITUTO EVANDRO CHAGAS

Clipping

VEÍCULO: UOL NOTÍCIAS


DATA: 23/02/2018
ASSUNTO: LAUDO DO INSTITUTO EVANDRO CHAGAS, BARCARENA, VAZAMENTO DE RESÍDUOS PÁG. A14
TÓXICOS, MINERADORA HYDRO ALUNORTE.
TIPO: NOTÍCIA
ENDEREÇO WEB:
https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2018/02/23/laudo-confirma-vazamento-de-
rejeitos-toxicos-de-mineradora-no-para.htm
ACESSADO EM: 23/02/2018

Laudo confirma vazamento de rejeitos tóxicos de mineradora no Pará

Raimundo Paccó/FramePhoto/Estadão
Conteúdo

Comunidade Vila Nova, que fica nos fundos da empresa Hydro, tem sofrido com os efeitos dos resíduos que foram jogados
nos igarapés e rios próximos a comunidade.

Técnicos do Instituto Evandro Chagas, do Ministério da Saúde, apresentaram hoje (22) laudo
comprovando que um depósito de resíduos da empresa mineradora Hydro Alunorte, localizado
em Barcarena, região metropolitana de Belém (PA), transbordou no último fim de semana,
despejando uma quantidade ainda incerta de efluentes tóxicos no meio ambiente. Ainda de
acordo com o documento, o vazamento coloca em risco a saúde de moradores de, ao menos, três
comunidades próximas.

O Instituto recomenda que seja fornecida água potável para a população das comunidades de
Bom Futuro, Vila Nova e Burajuba, que utilizam poços artesianos rasos para abastecimento d'água.
INSTITUTO EVANDRO CHAGAS
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DATA: 23/02/2018
ASSUNTO: LAUDO DO INSTITUTO EVANDRO CHAGAS, BARCARENA, VAZAMENTO DE RESÍDUOS PÁG. A14
TÓXICOS, MINERADORA HYDRO ALUNORTE.
TIPO: NOTÍCIA
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https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2018/02/23/laudo-confirma-vazamento-de-
rejeitos-toxicos-de-mineradora-no-para.htm
ACESSADO EM: 23/02/2018

Isso porque a análise de amostras do material colhidas no local aponta a presença de níveis
elevados de chumbo, alumínio, sódio e outras substâncias prejudiciais à saúde humana e animal.
As conclusões do laudo contrariam informações divulgadas nos últimos dias pela Secretaria
Estadual do Meio Ambiente e pela empresa, que negam qualquer anormalidade.

O Instituto foi acionado pelos Ministérios Públicos do Pará (MP-PA) e Federal (MPF) para analisar
se os reservatórios em que a empresa armazena toneladas de resíduos do processamento de
bauxita tinham se rompido ou transbordado. Na inspeção, os técnicos não identificaram indícios
de rompimento ou danos estruturais nos reservatórios, mas concluíram que estes estão operando
no limite e que, com as chuvas dos últimos dias, parte do material vazou, atingindo igarapés
próximos.

Segundo o pesquisador em saúde pública Marcelo Oliveira Lima, os reservatórios da empresa


transbordaram não apenas em virtude do volume de chuvas, mas também porque a empresa não
foi capaz de tratar todos os seus efluentes. Com o transbordamento, a área interna da empresa foi
usada para escoamento dos efluentes que, posteriormente, foram carreados pelas chuvas ou
irregularmente lançados no meio ambiente.

Falta de alertas

Em seu relatório, os técnicos sugerem a criação de um plano de emergência que permita o


monitoramento diário da situação, com a emissão de alertas à população quando necessário.
"Percebemos que a população está vulnerável. Os sistemas de alertas ainda são bem falhos. Não
há um plano de emergência efetivo. E, embora a Secretaria Municipal de Meio Ambiente esteja
ajudando bastante a estas comunidades, é uma instituição que não tem condições tecnológicas de
oferecer uma resposta rápida", acrescentou Lima.
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ACESSADO EM: 23/02/2018

Ainda de acordo com o pesquisador, moradores das três comunidades afetadas continuam
denunciando o vazamento de resíduos tóxicos. E, como a previsão é de que continue a chover
forte na região, os técnicos do Instituto Evandro Chagas alertam: os moradores das comunidades
próximas estão em risco. "Não sabemos o que pode ocorrer com estas comunidades, com a
intensificação das chuvas", acrescentou Lima.

O vazamento dos dejetos tóxicos foi denunciado por moradores de Barcarena, que notaram a
alteração na cor da água de igarapés e de um rio. Segundo Petronilo Progênio Alves, a informação
de que as bacias haviam transbordado começou a circular entre as comunidades no último sábado
(17). "Estamos tentando achar uma solução para este problema, que é contínuo. Já houve
vazamentos piores, que prejudicaram muito os rios e igarapés da região. A preocupação maior da
população é que ocorra um desastre como o de Mariana, em Minas Gerais [maior desastre
ambiental ocorrido no Brasil, quando houve o rompimento de uma barragem da mineradora
Samarco, provocando a destruição de povoados, da calha de rios e a morte de 19 pessoas]".

Em função das denúncias, o Ministério Público do Estado do Pará instaurou dois inquéritos, um
pela Promotoria de Justiça de Barcarena, que vai apurar o suposto vazamento de rejeitos na Hydro
Alunorte e seus impactos ao meio ambiente; e outro pela promotora Eliane Moreira, da 1ª Região
Agrária, que vai apurar os possíveis impactos socioambientais do suposto vazamento,
especialmente os que podem ter afetado comunidades rurais e ribeirinhas.

Negativa de vazamento

Logo após o assunto se tornar público, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a Hydro
AluNorte se apressaram em descartar qualquer anormalidade. Já na terça-feira (20), a secretaria
divulgou nota garantindo que "as inspeções técnicas realizadas em conjunto com outros órgãos
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rejeitos-toxicos-de-mineradora-no-para.htm
ACESSADO EM: 23/02/2018

confirmaram que não houve rompimento e nem transbordamento da chamada 'lama vermelha'
do depósito da Hydro". O próprio secretário de Meio Ambiente, Luiz Fernandes Rocha, endossou
que não havia indícios de vazamentos de rejeitos.

A empresa, por sua vez, divulgou duas notas entre os dias 19 e 21 afirmando que, passadas as
chuvas, "as áreas de depósitos de resíduos operavam normalmente, sem vazamentos ou
rompimentos". Na nota do dia 21, a empresa chega a citar a visita de técnicos do Instituto
Evandro Chagas para atestar a segurança de seus reservatórios: "As diversas vistorias técnicas
feitas na área pelas autoridades competentes - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico
de Barcarena (SEMED), Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Abaetetuba (SEMEA), Defesa
Civil, Corpo de Bombeiros, IBAMA, Instituto Evandro Chagas e Centro de Perícias Científicas
Renato Chaves - atestaram que não houve rompimento dos depósitos".

Procurada pela reportagem para comentar o teor do relatório preliminar apresentado pelo
Instituto Evandro Chagas, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente ainda não se manifestou. A
Hydro AluNorte informou que precisa analisar o material antes de se pronunciar sobre o assunto.

Amanhã (23), deputados que integram uma comissão externa criada pela Câmara dos Deputados
para averiguar o risco de vazamentos em reservatórios existentes em Barcarena visitam a cidade.
Integram o grupo, os deputados federais Edmilson Rodrigues (PSOL/PA), Arnaldo Jordy (PPS/PA),
Delegado Éder Mauro (PSD/PA) e Elcione Barbalho (PMDB/PA).

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