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Métodos Elétricos

Sala G -058

Marco Antonio Braga


Sala G -058
Geofísica Aplicada
Métodos Geoelétricos

Classificação
Principais Áreas de Aplicações

As principais áreas de aplicações dos métodos de


prospecção geofísicos são:

- Geotecnia
- Hidrogeologia
- Estudos Ambientais
- Geologia de Engenharia e Engenharia Civil
- Mineração
- Arqueologia
- Geofísica Forense (ou Geofísica Legal)
Geofísica Aplicada à Geotecnia
Aplicações dos Métodos
Geofísicos:

Eletrorresistividade

1) Cavidades;
2) Determinação de topo rochoso
e espessura de capeamentos;
3) Aquíferos regionais e/ou
suspensos;
4) Caminhos preferenciais de
água (erosão interna/pipping);
5) Identificação de corpos
minerais
Geofísica Aplicada à Hidrogeologia
As principais aplicações geofísica na Hidrogeologia tem os seguintes objetivos:

-Identificação e caracterização litológica das rochas armazenadoras do


aqüífero. (arenosas, argilosas, etc...);

- Determinação do topo rochoso (embasamento do aqüífero);

- Determinação de falhas e fraturas, bem como a presença de diques e


outros corpos intrusivos;

- Determinação do nível d’água e a direção do fluxo;

- Determinação do contato água doce/água salgada em aqüíferos costeiros;

- Estimativa da porosidade, permeabilidade e transmissividade dos aquíferos;

O principal método geofísico utilizado na prospecção hidrogeológica é o


método elétrico, seguido pelos métodos potenciais e sísmicos.
Geofísica Aplicada a Estudos Ambientais
As principais aplicações da geofísica nos Estudos Ambientais tem os
seguintes objetivos:

- Determinação da pluma contaminante no solo e no aqüífero subterrâneo;

- Determinação de estruturas preferenciais em subsuperfície por onde a


contaminação pode se propagar;

- Contribuição aos estudos de locais propícios para a construção de aterros


sanitários;

- Localização de materiais enterrados;

- Localização de cavidades (naturais ou não);

Os métodos geofísicos mais utilizados são: elétricos, eletromagnéticos e


sísmicos
Geofísica Aplicada à Geol. de Engenharia
As principais aplicações da Geofísica Aplicada na Geologia de Engenharia
tem os seguintes objetivos:

-Determinação do topo rochoso para fundações;

-Determinação dos parâmetros elásticos dinâmicos de solos e rochas;

- Determinação do nível d’água;

- Caracterização Litológica;

- Estratigrafia Geológica Geotécnica;

- Detecção de zonas de fraturamento no maciço rochoso;

- Inspeção de estruturas;

Os métodos geofísicos mais utilizados nesta área são os métodos sísmicos e


elétricos
Geofísica Aplicada à Mineração
Na prospecção mineral a geofísica pode participar com os seguintes objetivos:

-Estudos geológicos regionais, para a definição de províncias mineralizadas;

- Determinar a geometria de depósitos minerais aluviais (ouro, diamante,


cassiterita,etc..);

- Determinar a orientação de fraturas e veios mineralizados;

- Detectar presença de minérios disseminados (sulfetos);

- Determinar a capa de material estéril;

Os métodos mais utilizados são: elétrico, eletromagnético e potenciais


Geofísica Aplicada à Arqueologia e à
Geofísica Legal
A geofísica aplicada pode auxiliar os estudos arqueológicos e a geofísica legal
das seguintes formas:

- Detecção de fundações e construções subterrâneas;

- Detecção de artefatos enterrados;

- Detecção de cavernas e túneis;

- Detecção de covas e ossadas.

Métodos mais utilizados: métodos eletromagnéticos e elétricos


Visão Geral
•Método Eletrorresistividade

O método de eletrorresistividade caracteriza-se por medir a variação da resistividade elétrica das


rochas em subsuperfície.

A resistividade elétrica depende basicamente da composição, granulometria, porosidade, grau


de saturação e salinidade da água que preenche os vazios (poros e fraturas) das rochas. Quando
o terreno não é homogêneo e isótropo considera-se que o valor medido para cada posição dos
eletrodos corresponde a uma resistividade elétrica aparente ra, que reflete a contribuição de
diferentes resistividades elétricas das rochas em profundidade, sob a zona central do arranjo dos
eletrodos.

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Visão Geral
Aquisição de Dados

É usando um sistema de quatro eletrodos AMNB ligados ao terreno (Figura 1). Os


eletrodos A e B constituem o denominado Circuito de Corrente, enquanto que os
eletrodos M e N compõem o Circuito de Potencial. O primeiro transmite corrente elétrica
I (miliamperímetro) para o interior da Terra, e o segundo mede a diferença de potencial
elétrico ΔV (milivoltímetro) entre os outros dois eletrodos.
A profundidade alcançada aumenta, à medida que o mesmo ocorre com a distância
entre os eletrodos de corrente AB.

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O que é medido
A resistividade elétrica é obtida através da relação r = K . ΔV / I, sendo : r resistividade
elétrica do terreno; K constante geométrica que depende da geometria do arranjo
entre os eletrodos e da distância entre os mesmos; ΔV diferença de potencial entre M
e N medida no circuito de potencial e I corrente elétrica transmitida para o interior da
Terra, medida no circuito de corrente.
Os Métodos Elétricos utilizam corrente contínua ou mesmo alternada, mas de
freqüência muito baixa ( < 10Hz), tal que o fenômeno de indução possa ser
desprezado. A corrente pode ser introduzida no terreno através de eletrodos enquanto
a diferença de potencial é medida através de outros eletrodos, trazendo as
informações sobre a subsuperfície. Dentre estes métodos elétricos destacam-se:

Método do Potencial Espontâneo ( SP – utiliza correntes naturais que podem


aparecer, por exemplo, nas imediações de concentrações de minerais condutivos);

Método da Eletrorresistividade ( as correntes são geradas artificialmente );

Método da Polarização Induzida ( IP – correntes também geradas artificialmente,


porém a diferença de potencial é medida após cessada a corrente ou fazendo-se variar
a sua freqüência, o que permite avaliar a capacidade das rochas de armazenar energia
elétrica)
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Justificativa de utilização
A aplicação do método justifica-se pelo fato de que a resistividade elétrica de rochas é
controlada normalmente pela presença de água e pela carga iônica dissolvida na
mesma. À exceção de zonas com mineralização metálica, que também podem
provocar efeitos semelhantes, as anomalias de baixa resistividade detectadas em
subsuperfície são devidas à presença de águas subterrâneas e à concentração de sais
dissolvidos nas mesmas.
Método da Eletrorresistividade

No método da eletrorresistividade, corrente elétrica alternada de baixa freqüência


(inferior a 10 Hz) ou contínua é injetada no subsolo através de dois eletrodos
(denominados A e B), medindo-se em seguida a diferença de potencial (voltagem)
com outros dois eletrodos (denominados M e N).
Técnica de Campo
Fundamento físico

Lei de Ohm: Relação entre corrente fluindo através do condutor e o potencial de


voltagem requerido para conduzir esta corrente.

V  RI

R - resistência do material (ohms – O), I - corrente (Ampére-A) e V - voltagem


(volts). Se aumentarmos L (Comprimento) ,o valor de R aumenta. Se o
diâmetro do condutor diminui, o valor de R também aumenta. Resistividade é
indicada por 
Resistividade
• Fatores que influenciam na resistividade dos materiais litológicos:

– resistividade do minerais que formam a parte sólida da rocha;


– resistividade do líquidos e gases que preenchem seus poros;
– umidade da rocha;
– porosidade da rocha;
– textura e forma de distribuição de seus poros;
– processos que ocorrem no contato dos líquidos com a estrutura mineral
(adsorção de íons).
Influência sobre a resistividade

1) Resistividade dos minerais que formam a parte sólida da rocha.

2) Resistividade dos líquidos e gases que preenche os seus poros.

3) Umidade da rocha.

4) Porosidade da rocha

5) Textura da rocha e a forma e distribuição de seus poros; e,

6) Adsorção de íons na superfície do esqueleto mineral


Mecanismos de propagação de corrente

Condutividade eletrônica (metais e semi-condutores): deve-se ao transporte


de elétrons na matriz da rocha, sendo a sua resistividade governada pelo
modo de agregação dos minerais e o graus de impurezas.

Condutividade iônica (eletrólitos sólidos – dielétricos e eletrólitos líquidos):


deve-se ao deslocamento dos íons existentes nas águas contidas nos poros
de uma massa de solo, sedimentos inconsolidados ou fissuras das rochas
Método de Polarização induzida

Medição de voltagem em função do tempo (IP- domínio do tempo) ou freqüência


(IP- domínio da freqüência).

Origem:
1) Polarização Metálica ou Eletrônica
Na superfície limite de um corpo ou partícula submetida a corrente elétrica,tem-se
uma passagem da condução iônica para a eletrônica e vice-versa.

2) Polarização de Membrana
Ocorre em rochas carentes de substâncias metálicas,e é devido a uma diferença
de mobilidade entre ânios e cátions produzida pela presença de minerais de argila.
IP – domínio do tempo
Ao se aplicar uma corrente elétrica no solo, cria-se uma diferença de potencial
V primária, conseqüentemente é provocada uma polarização do mesmo. A
diferença de potencial primária Vp não se estabelece e nem se anula
instantaneamente quando a corrente é cortada em pulsos sucessivo. Varia com
o tempo na forma de uma curva Vip=f(t).

Curva de Descarga IP - O parâmetro iP(tempo) é chamado de cargabilida


(M),expresso em miliVolt/Volt (mV/V)
Método do Potencial Espontâneo
SP – utiliza correntes naturais que podem aparecer, por exemplo, nas
imediações de concentrações de minerais condutivos.

Trata-se de um método de campo natural e baseia-se no fato de que mesmo na


ausência de qualquer campo elétrico criado artificialmente, é possível medir uma
diferença de potencial entre dois eletrodos impolarizáveis introduzidos no terreno, que
pode ser de alguns milivolts até algumas dezenas de milivolts.

Em se tratando de prospecção mineral, as anomalias SP, geralmente negativas, são


relacionadas à presença de condutores, sulfetos maciços, no caso. O fenômeno, neste
caso, é explicado por reações eletroquímicas na interface corpo/rocha encaixante nos
níveis acima e abaixo do nível freático. A origem do conjunto destas reações é
baseada nas diferenças de potencial redox nestes dois níveis separados pelo nível
d'água (Sato & Mooney, 1960).

O método do potencial espontâneo (SP), em casos ambientais ou de engenharia, tem


suas principais aplicações no estudo dos movimentos da água em subsuperfície.
outros.
Método do Potencial Espontâneo

Consiste na produção de um campo elétrico pelo movimento de eletrólitos no


solo. São conhecidos como per ascensum e per descensum. Per descensum
corresponde a infiltração de águas através de terrenos permeáveis. Como a
água arrasta os cátions, aparecem anomalias negativas em locais de pouca
saturação e anomalias positivas em locais saturados.
Potencial espontâneo: Origem

Potenciais elétricos naturais e espontâneos (SP) ocorrem naturalmente no interior das


rochas e devem-se a:

atividade bioelétrica da vegetação,

variação de concentração dos eletrólitos,

fluxo de fluidos e íons,

fluxo de calor.

Portanto, a investigação com SP tem sido usada na localização e delineação das


fontes associadas com tais fluxos.

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Aplicação do SP

Inicialmente aplicado extensivamente na exploração mineral, hoje, o método tem sido


usado no estudo geotérmicos, de problemas de engenharia e meio ambiente.

Por oferecer rapidez e baixo custo, o método é adequado no reconhecimento


preliminar, precedendo os estudos mais intensivos usando outras técnicas geofísicas
e geotécnicas.

Mapeamento de vazamentos associados com barragens, diques, reservatórios


subterrâneos e outras estruturas para armazenamento.

Estudos de fluxo de água subterrânea e delineamento dos seus padrões nas


vizinhanças de encostas, poços, falhas, estruturas de drenagem, poços, túneis e
sumidouros.

Estudos geotérmicos para o mapeamento das frentes de fluxo de vapor e incêndio


em minas de carvão.

Gradientes de concentração química associados a contaminação em subsuperfície.

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Potencial de difusão

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Potencial de membrana

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Potencial de mineralização
􀁡 Origem do potencial em mineralizações de sulfeto (Sato e Mooney, 1960).

􀁡 Duas semi-células com reações eletroquímicas de sinais opostos:

a) catódica (acima do nívelfreático)


b) anódica (em profundidade)

􀁡 Catódica: redução química das substâncias em solução.


􀁡 Anódica: oxidação do corpo metálico.

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Técnica da sondagem vertical elétrica
a) Wenner : neste tipo de arranjo o espaçamento entre eletrodos é constante.

V
  2a
I

Schlumberger: Consiste em manter o espaçamento entre os eletrodos MN


constante aumentando a distância AB.

V  AM . AN 
   
I  MN 
Eletrorresistividade

Caminhamento Elétrico: Dipolo-Dipolo.

Retirado da apostila de Geofísica, Braga (Unesp)


Eletrorresistividade

Caminhamento Elétrico:
Perfil de processamento
Vantagens da utilização da técnica imageamento elétrico 2D com
aquisição automática dos dados.

Diversas técnicas de aquisição de dados podem ser empregadas para se


medir a resistividade elétrica dos materiais.
A técnica da sondagem elétrica vertical mede a variação vertical da
resistividade em subsuperfície gerando uma curva de resistividade aparente. O
modelo em uma direção (1D) de resistividades verdadeiras pode então ser
calculado (Figura 4).

Figura 4. Curva de resistividade aparente obtida através da técnica de sondagem elétrica vertical. No cálculo do modelo há uma camada argilosa de baixa
47 resistividade (14 ohm.m) sobreposta as rochas do embasamento pré-cambriano (resistividade maior que 1000 ohm.m
Possível caminho de passagem de
água proveniente da área
denominada Dicão.

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Profundidade de investigação

A profundidade de investigação é controlada pela distância entre os eletrodos de


corrente AB.

A B1 B2

1

2
Profundidade de investigação

SEV: Profundidade de investigação = 10 a 30% de AB ou AB/4


Ex: AB = 1 km  Prof ~ 100 a 300 m

Multi-eletrodo: Wenner, Schlumberger, Dipolo – Dipolo:

Profundidade de investigação = 20% do comprimento do cabo.


Ex: Cabo com 48 eletrodos espaçados de 5 m = 240 m
Profundidade de investigação ~ 48 m

SEV - Utilizada quando as camadas a serem mapeadas são essencialmente


horizontais.
Recomenda-se que a distância máxima de separação entre os locais de
investigação seja igual a duas vezes a profundidade do objetivo
a) Dipolo - Dipolo: Neste arranjo um dos eletrodos de corrente e potencial são
separados por uma distância constante entre si. Neste caso também na >> a.

A a B
V
  an(n  1)(n  2)
M
a N I

na

b) Polo - Dipolo: Neste arranjo um dos eletrodos de corrente é posicionado longe


dos outros três. A distância “a” é muito menor do que a distância “na”.
A B V
M a N   2an(n  1)
I
na
Pseudo-seção geoelétrica aparente

Z  R/2
Arranjos e configurações de eletrodos:
Fatores para a seleção de arranjos de eletrodos:

1. Relação sinal / ruído  é maior quando os eletrodos de potencial estão


inseridos dentro dos eletrodos de corrente. Além disso, o ruido é menor
quando a distância MN é pouco menor do que a distância AB.
Arranjo Fator
Wenner 1
Gradiente 3
Schlumberger 2
Polo – Dipolo 4
Dipolo - Dipolo 5

2. Acoplamento eletromagnético  ocorre entre os cabos dos eletrodos de


corrente e de potencial quando a injeção de corrente é interrompida ou
alterada. O acoplamento aumenta com a freqüência e diminui com a distância
entre os eletrodos.
Arranjo Fator
Wenner 5
Gradiente 3
Schlumberger 4
Polo – Dipolo 2
Dipolo - Dipolo 1
3. Resolução lateral  é a capacidade de delimitar os limites do corpo geológico
lateralmente.
Arranjo Fator
Wenner 5
Gradiente 1
Schlumberger 4
Polo – Dipolo 3
Dipolo - Dipolo 2

4. Resolução de estruturas com mergulho acentuado  é a capacidade de


identificar e individualizar duas estruturas com mergulho acentuado.
Arranjo Fator
Wenner 3
Gradiente 1
Schlumberger 2
Polo – Dipolo 5
Dipolo - Dipolo 4
5. Resolução de camadas horizontais  é a capacidade de identificar e
individualizar duas camadas diferentes. A diferença entre os métodos é
pequena.
Arranjo Fator
Wenner 1
Gradiente 5
Schlumberger 1
Polo – Dipolo 2
Dipolo - Dipolo 2

6. Sensibilidade a profundidade  é a capacidade de identificar e individualizar


corpos causadores de anomalias em diferentes profundidades.

Arranjo Fator
Wenner 1
Gradiente 5
Schlumberger 1
Polo – Dipolo 3
Dipolo - Dipolo 2
7. Sensibilidade a mergulho  é a capacidade de mapear o grau de inclinação das
estruturas. Wenner, apesar de diferenciar corpos horizontais e verticais, é pouco
sensível a mergulhos superiores a 30°.
Arranjo Fator
Wenner 2
Gradiente 1
Schlumberger 2
Polo – Dipolo 5
Dipolo - Dipolo 4

8. Sensibilidade a heterogeneidades superficiais  arranjos simétricos são mais sensíveis a


este tipo de heterogeneidade. A medida que se aumenta a distancia entre eletrodos a
sensibilidade diminui.

Arranjo Fator
Wenner 2
Gradiente 5
Schlumberger 1
Polo – Dipolo 3
Dipolo - Dipolo 4
9. Sensibilidade a topografia  como no caso anterior, arranjos simétricos são
mais sensíveis a este tipo de heterogeneidade. A medida que se aumenta a
distancia entre eletrodos a sensibilidade diminui.

Arranjo Fator
Wenner 2
Gradiente 5
Schlumberger 1
Polo – Dipolo 3
Dipolo - Dipolo 4
Medidas de Eletrorresitividade nas Rochas
Variações de resistividade elétrica que ocorrem em diferentes tipos de rochas e solos.

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Valores de resistividade e cargabilidade para alguns tipos de sedimentos e
rochas
• Arranjo Gradiente

• O arranjo gradiente consiste de uma linha de transmissão de corrente AB


fixa, com medidas efetuadas entre os eletrodos MN, que são deslocados
sobre perfis paralelos à linha AB;

• A profundidade de investigação cresce com L e é sempre possível realizar


vários gradientes simultaneamente, superpostos, com diferentes extensões
de linha AB;

• As estações de medida permanecem no interior de um retângulo central,


com centro coincidente com o meio de AB e o lado menor não ultrapassa
AB/2 ou AB/3. Assume-se que na porção 1/3 central de AB o campo elétrico
seja uniforme e não varie a profundidade investigada;

• Os dados são apresentados em perfis justapostos e/ou mapas de contorno.


As anomalias podem ser interpretadas quanto à posição com boa resolução
lateral.
Arranjo gradiente
Os eletrodos AB permanecem fixos, somente os eletrodos de recepção MN são
deslocados ao longo das linhas a serem estudadas
Arranjo Gradiente
ELETRORRESISTIVIDADE 3D - Gandolfo e Gallas, 2005

Arranjo polo-polo Arranjo cross-diagonal

Medidas ao longo de linhas horizontais, verticais e


Eletrodo de corrente permanece fixo na posição da estaca 1 e efetua-se diagonais a 45◦, partindo-se do eletrodo de corrente
a leitura do potencial em cada ponto da malha (estacas 2, 3, ..., 25). O posicionado no grid .
procedimento se repete ate o fechamento da malha.

Modelo de discretizacao utilizado no processamento dos dados


3D
Interferências : encanamentos,tubulações,formigueiros, caixas de alta tensão. Entre
MN podem provocar distorção do campo elétrico e próximas a AB apresentam
distorção pontual.
Estruturas geológicas: falhas, fraturas, etc. A linha AMNB deve ser paralela a
estas e de modo que a superfície topográfica apresente a mínima variação
possível

Para o espaçamento AB final , pode-se tomar a relação AB/4 como sendo a


profundidade teórica atingida.
Calibração : através de afloramentos e/ou de furos de sondagem que tenham
descrição geológica
Espaçamento
Cravação dos eletrodos de corrente e recepção
Resistências de contato elevadas podem inviabilizar o trabalho.
Circuito de emissão
Em locais de alta resistência há procedimentos: aprofundar os eletrodos no solo,
saturar o local com água ou ainda conectar mais os eletrodos formando uma rede
triangular.
Circuito de recepção
Para Rm e RN não serem diminuídos é melhor que a RI resistência interna seja
maior que estes ou seja deve-se empregar no equipamento uma impedância de
entrada muito grande.

Eletrodos com
80cm ideal 1,5m
sendo introduzido
no solo 2/3 de seu
comprimento,é
recomenda do
saturado com água
Eletrodos

Linha de eletrodos Detalhe do eletrodo


Eletrodos cravados e um solo fofo com muita raíz e posteriormente cravados mais
profundo
Escape de corrente - Em função do escape de corrente (i) gerado pelo
transmissor, em um ponto do circuito diferente das posições dos eletrodos AB.
Ex.:problemas de isolamento dos cabos, fios submersos em água ou na própria
bobina do circuito AB. As embreagens começam a se distanciar.
Verificar: desconectar A ou B, mantendo a sua extremidade isolada, envia I pelo
equipamento e se as leituras são não nulas, existe fuga
Equipamentos Resistivímetros
Equipamentos:

a. Equipamentos que utilizam corrente alternada são mais recomendáveis pois


evitam problemas de polarização.
b. Frequência deve ser baixa (~ 10Hz) a fim de evitar problemas de interferência
na parte mais superficial do solo, reduzindo profundidade de investigação.
c. Corrente deve ser baixa para evitar eletrólise (especialmente se material tiver
água).
d. Movimentação de eletrodos no campo pode ser difícil reduzindo a taxa de
aquisição de dados.
e. Levantamentos ambientais e de engenharia exigem alta densidade de dados;
f. Levantamentos de exploração exigem maior profundidade e menor densidade
de dados;
Equipamentos – Ohm Mapper - Geometrics

 É um sistema dipolo – dipolo


 Detecção: 3 a 100.000 Ohm/m
 Armazenagem: 2 MB de dados
 Corrente de saída: 0.125 a 16 mA
 Precisão: < 3% da medida
Prof de investigação: 0 – 30 m
Custo = US$ 50 mil
Equipamentos – Syscal Pro – Iris Instruments

 É um sistema de IP e Resistividade
 Detecção: < 1 a 100.000 Ohm/m
 Armazenagem: 2700 leituras
 Corrente de saída: 1 a 16 mA
 Precisão: < 0,5% da medida
Prof de investigação: ? m
Custo = US$ 96 mil
Equipamentos – SuperSting R8 – Advanced Geosc

 Aceita vários arranjos de eletrodos


Aceita medidas de IP
Armazenagem: 79000 leituras
 Corrente de saída: 1 mA a 2 A
 Precisão: 1% da medida
Prof de investigação: variável
Custo = US$ 50 mil
Equipamentos – Resecs – DMT Gmbh

 Aceita vários arranjos de eletrodos


 Armazenagem: 20 GB
 Corrente de saída:
 Precisão: 1microVolt
Prof de investigação: 0 a30m
Custo = € 36 mil
Equipamentos – Mc OHM EL – Oyo

 Para perfilagem de poço


Espaçamento de eletrodos: 25, 50 e 100
cm
Corrente de saída: 2 120 mA
 Precisão: 1microVolt
Custo = ??

Especifico para uso em


agricultura
Equipamentos – 2000 XA – Veris Technology
Usa arranjo Wenner
Armazenamento: 26 horas de
dados
Prof de investigação: 90 cm
Processamento:

O usuário pode interagir com o programa em 4 níveis.

1. Os valores de resistividade são plotados com barras de erro, indicando a


precisão da medida;

2. O modelo geológico é inserido no programa que tenta ajustar as medidas ao


modelo (dados a priori);

3. Ajustes de tentativa e erro são realizadas até que os dados de campo possam
ser ajustados ao modelo.

• Programas Surfer e RES2DINV.


Inversão 2D dos dados e geração de um modelo de resistividades verdadeiras.

A partir da aquisição dos dados em campo, são obtidos valores de resistividade


aparente. A inversão destes dados permite a obtenção de uma seção (modelo) de
resistividades verdadeiras, que corresponde, de forma mais aproximada, à geologia da
seção, permitindo a definição e a visualização em profundidade das orientações reais
das rochas e estruturas.

As Figuras 6 e 7 podem ser apresentadas como exemplos da importância da inversão


dos dados. Ambas as figuras apresentam três seções: a primeira com valores de
resistividade aparente medida, a segunda com valores de resistividade calculada com
base no modelo, e a terceira com valores de resistividade verdadeira (modelo
responsável pela seção calculada, semelhante à medida).
Figura 6 dois blocos retangulares (um com resistividade mais baixa e o outro com
resistividade mais alta que o background) somente apresentam a sua forma retangular
de modo bastante próximo do real, através da realização da inversão e geração de um
modelo de resistividade verdadeira.

Figura 6. Exemplo de inversão 2D em local de ocorrência de dois blocos retangulares.

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Na Figura 7 é apresentado o exemplo clássico de uma zona de fratura verticalizada
com resistividade baixa (anomalia em azul), situada abaixo da distância 25. Somente no
modelo de resistividade verdadeira aparece a anomalia verticalizada na forma real da
estrutura geológica. Na seção de resistividade aparente medida, a forma da anomalia
obtida é a de um V invertido.
.

Figura 7. Exemplo de ocorrência de uma zona fraturada verticalizada.


Interpretação
Nos processos interpretativos de uma SEV os parâmetros de resistividade e
cargabilidade e espessura determinam uma coluna geoelétrica (a) várias SEV ao
longo do perfil caracterizam uma seção geoelétrica (b).
Cada camada constitui um nível geoelétrico (ou camada geoelétrica).
Associação destes estratos com a geologia da área resulta em estratos
geoelétricos.
Um estrato geoelétrico formado por um ou mais níveis associados pode
corresponder a um tipo litológico específico.
Interpretação:

Forma de apresentação:
Dados de eletro-resitividade podem ser apresentados de três maneiras:

Perfil = 2D (xz)
Mapa = 2D (xy)

Bloco 3D Fatias 3D
Modelagem de Anomalias:
Modelagem de Anomalias:

Modelagem numérica
Contato vertical
Modelagem de Anomalias:

Modelagem numérica
Bloco falhado
Aplicações

• Geologia básica

• Hidrogeologia

• Geotecnia

• Geologia ambiental

• Etc
Aplicações
a) Arqueologia: Estudar área onde supostamente deveriam existir antigos
sepulturas do índios Ananasis (1200 AC). Sepulturas são compostas por muros
de pedra e possuem aproximadamente 1 m de altura.

Configuração do levantamento:
• Arranjo: Dipolo – Dipolo
• Espaçamento: 0.75 m
• Local: Colorado - USA
b) Detecção de túneis: Localizar antigos tuneis utilizados como locais de
fabricação dos foguetes V1 durante a 2ª Guerra Mundial.

Configuração do levantamento:
Arranjo: Dipolo – Dipolo
Espaçamento: 8 m
Local: Mery sur Oise - França
c) Vazamento em represas: Localizar zonas de fratura no dique de Amistad que
estavam com infiltração de água.

Configuração do
levantamento:
• Arranjo: 3 tipos
diferentes
• Espaçamento: 5 m
• Local: Fronteira MEX -
USA
d) Localização de falhas: Mapear embasamento rochoso e localizar zonas de
fratura preenchidas com material argiloso

Configuração do levantamento:
• Arranjo: Wenner
• Espaçamento: 1,5 m
• Local: Tenesse, USA
e) Vazamento de resíduo radioativo: Localizar vazamento de resíduo radioativo

Anomalias condutivas
próximas aos depósitos
de rejeitos

Configuração:
Arranjo: Wenner
Espaçamento: 2 m
Local: USA
e) Localização de furo para poço de água:

Baixas resistividades
associadas a falhas
com água.
f) Geotécnica: Verificar condições de assentamento dos pilares da ponte

Configuração do levantamento:
• Arranjo: Wenner
• Espaçamento: 3 m
• Local: Pennsilvania, USA
g) Geotécnica: Verificar consistência da rocha para perfuração de túnel.

Configuração do levantamento:
• Arranjo: Dipolo - Dipolo
• Espaçamento: 20 m
• Local: Korea
h) Furo direcional : Furos direcionais são realizados quando existe a necessidade
de passar dutos ou cabos sobre áreas construídas ou de preservação
ambiental

Camada argilosa mais Menores


compacta  melhor condição resisitividades
de estabilidade do furo associadas a areias
mais friáveis
i) Localização de cavernas: Localizar cavernas em terreno carbonático para
passagem de duto terrestre.

Configuração do levantamento:
• Arranjo: Wenner
• Espaçamento: 2,5 m
• Local: Brasil

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