MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIEÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE HISTÓRIA

JOÃO VITOR LORENZI DA ROSA

Projeto de pesquisa

Julho 2017

Dourados/MS
 JOÃO VITOR LORENZI DA ROSA

Igreja matriz Nossa Senhora Aparecida de Douradina: de sua fundação aos tempos
atuais.

Trabalhos apresentado ao prof. Dr. Claudio Vasconcelos docente do curso de

História Faculdade de Ciências Humanas (FCH) da Universidade da Grande Dourados

Como uma das notas para a aprovação na unidade curricular de projeto de pesquisa..

Julho 2017

Dourados/MS
 Introdução.

Douradina é um município brasileiro da região Centro-Oeste, situado no estado

de Mato Grosso do Sul. Com cerca de 280 km² de área, é o menor município
em área de Mato Grosso do Sul. Está situada a 5 km da BR-163, faz parte da
Regional de Dourados/MS e destaca como o segundo polo econômico em
agropecuária, em função das terras férteis e da sua formação geológica, que
apresenta extensas áreas planas sendo cercadas pelo Rio Brilhante e três
principais córregos: Laranja Lima, Panambizinho e Laranja Doce. Este último
percorre grande parte do território do município, desaguando no Rio Brilhante.

Douradina nasce dentro do contexto da CAND (Colônia Agrícola Nacional de

Dourados) aonde Dourados foi distrito de Ponta Porã em 1914 e elevada a
Município em 1935 e no final da década de 1940, a partir da “Marcha para o
Oeste”, se iniciou intenso processo de povoamento e ocupação com a "Colônia
Federal de Dourados" a região atraiu pessoas de várias partes do Brasil e dos
países fronteiriços.

Os fundadores da atual cidade de Douradina foram: Luiz Zahran, José Manoel

da Silva, João Francisco Janos, Abrão Nunes Cerqueira, Firmo Inácio da Silva,
Abílio Janos e José Nunes de Andrade, proprietários dos lotes, pertencentes ao
Núcleo Colonial de Dourados. Resolveram eles lotearem toda a gleba formada
por lotes contíguos e à margem de rodovias, a fim de implantar um novo
povoado. O resultado desse trabalho foi o nascimento da cidade de Douradina
que marcou o dia 20 de dezembro de 1.956 como data de sua fundação. Foi
descrita como Distrito pela lei nº. 2.093, de 20 de dezembro de 1.963. O
município foi criado pela lei nº. 78 de 12 de maio de 1.980. Comemora-se no
dia 12 de maio, sua emancipação política.

O Município de Douradina/MS é habitado principalmente por famílias de origem

nordestina, sendo que a partir da década de 70 iniciou-se um fluxo migratório
dos Estados de São Paulo, Paraná e da Região Sul do País, provocado pela
expansão de novas áreas, em busca de melhores condições de vida. A
população chegou a atingir 8.671 habitantes na área urbana e 3.779 habitantes
na área rural, totalizando 12.450 habitantes, a reduzida capacidade financeira,
os custos elevados da produção, a falta de equipamentos e máquinas, fatores
climáticos e o lucro reduzido em função dos baixos preços dos produtos
agrícolas no mercado frente às despesas da manutenção da atividade
contribuíram para que os moradores deixassem o município em busca de
terras e trabalho nas regiões de Acre, Rondônia, Mato Grosso e atualmente em
Tocantins. Com isso a população estimada em 2014 contava com 5.670
habitantes(IBGE)
Desenvolvimeno.

Compreendendo que a história do municipio se dá de uma forma recente,, a

história da igreja matriz (o nosso objeto de pesquisa nesse artigo) se dá de
certa maneira recente históricamente.

A paróquia foi criada por Dom Teodardo Leitz, no dia 12 de outubro de 1972,
justamente no dia de Nossa Senhora Aparecida cuja a mesma se tornou
padroeira do municipio, dentro da diocese de dourados (imagem 5) já era a
quinta comunidade criada no episcopado de Dom Teodardo, ( A Diocese de
Dourados é composta por 6 foranias. Forania é a união de diversas paróquias
mais próximas territorialmente para favorecer o trabalho pastoral mediante
uma ação em comum. Cada forania possui um representante legal eleito
pelos representantes das paróquias (párocos e vigários) por 2 anos, que por
sua vez, representam aquele território, ou seja, a forania junto ao conselho
presbiteral.)

Até o ano de 1972 a população católica douradinense era assistida pelos

sacerdotes que residiam no distrito douradense popularmente conhecido
como “Vila São Pedro”, o primeiro pároco da comunidade foi o Padre Zenildo
Gomes da Silva padre formado pelo seminário diocesano e recém-ordenado
sacerdote pelo Bispo Dom Teodardo.

Padre Zenildo assumiu a comunidade no mesmo dia de sua criação

(12/10/1972), realizou o serviço de Padre por dois anos esmerando-se na
evangelização e educação, pois durante um tempo lecionara na cidade.

Após dois anos de missão, por motivos pessoais Padre Zenildo deixou a
Diocese e se transferiu para Porto velho estado de Rondônia, aonde passou a
residir desde então!

A Diocese de Dourados tinha um tamanho problema: alem de ser muito nova

tinha um tamanho relativamente grande, e isso dificultava a administração da
cúria dentro da diocese, e com isso as mudanças de sacerdotes se tornara
rotineiras, o que dificultava uma organização pastoral e administrativa.

Após a saída do Padre Zenildo em 04/09/1974,os Padre Palotinos receberam

a missão de assistir a comunidade que fora criada recentemente, estes padre
já tinham a missão de assistir a comunidade Nossa Senhora de Fátima de
Dourados, nas pessoas de Padre Hilário Cervo e do Padre Luiz Vendrúsculo,
e diante da distancia (Dourados/Douradina) a relação entre paroquianos e os
Padres era estreita, dificultando a congregação, isto gerou descontentamento
dentro da comunidade, alguns paroquianos se juntaram e foram até a cúria,
com o ideal de ir até a pessoa do Bispo e reclamar para a comunidade um
Padre que residisse dentro do município.
Com a Diocese enfrentando este problema da falta de sacerdotes, a
comunidade voltou a ser assistida por Padres residentes da Vila São Pedro,
principalmente na pessoa do Padre Felipe Zentner, SBD, ele ficou
responsável pela comunidade durante os anos de 1978 à 1981.

A partir de 1981 sucessivamente ocorreram diversas mobilidades dos Padres

responsáveis pela comunidade, no dia 01/02/1981 fora enviado um sacerdote
Franciscano, Frei Martino Schmitt, era um Padre muito carismático e
conseguira reconciliar a comunidade com a cúria, era um momento muito
conturbado dentro da comunidade: pessoas se afastando, brigas, acusações
referentes á possíveis desvios do dinheiro da igreja, problemas nas divisões
ministeriais dentro das pastorais. Mas Frei Martino com seu jeito “Franciscano
de ser” (refere se aqui ao lema Franciscano: Paz e Bem) conseguiu resolver
todos os problemas.

Como foi dito anteriormente as mudanças de Padres eram constantes, e no

final de 1983 Padre Martino foi enviado em missão para Campo Grande para
coordenar o diretório central dos Franciscanos, e com isso os Franciscanos
de Rio Brilhante tornaram-se responsáveis pela comunidade, periodicamente
ficara responsável o Frei Arno Heck, o mesmo deu suporte e assistência
religiosa até dia 01/05/1986 quando tomou posse como pároco o Frei João
Jorge Ribeiro.

Infelizmente sucedeu se que apenas após 2 anos de sua chegada à

comunidade, se afastara por motivos pessoais, após isso durante 2 anos
houve um embaraço, pois aconteceram alguns desentendimentos entre a
Cúria Diocesana e a diretoria Franciscana, em relação a Arque Diocese de
Campo Grande. E através disso nesses dois anos não houve algum religioso
ou instituto que ficara responsável pela comunidade Douradinense, passaram
por lá: Padres de Indápolis (Salesianos), Padres Diocesanos residentes de
Prudêncio Thomas (popularmente conhecido como Aroeira) distrito de Rio
Brilhante e inclusive houve uma época aonde as Irmãs Vicentinas residentes
em Indápolis, fizeram visitas apostólicas a comunidade.

Após esse momento conturbado, a missão Palotina voltou a assumir a

comunidade, o diretório central localizado na cidade de Palotina/PR enviaram
para a comunidade o Padre Aquiles Pio Redin, um Padre com um
temperamento forte e aplicado, ficou muito conhecido pelos sermões durante
as missas.

Padre Aquiles teve um trabalho árduo, um problema que se arrastava à muito

tempo dentro da paróquia, as comunidades Nossa Senhora da Glória da Vila
Macaúba e a Nossa senhora de Aparecida da Vila Formosa estavam se
organizando para desligar-se da Matriz e tornar se independente, com o seu
modo conciliador conseguiu unir mais uma vez as comunidades, e com isso
tornou se muito querido. Padre Aquiles permaneceu durante um tempo bem
extenso, incomum referente ao tempo normal das missões sacerdotais que é
de 5 a 7 anos no máximo, ele permaneceu durante longos 13 anos, ao final já
estava com a saúde bem debilitada e isto causou o seu afastamento no final
de 2003, provocando grande comoção popular!

Neste período de tempo a Diocese passava por um advento de

transformações estruturais devido a chegada do novo Bispo: Dom Redovino
Rizzardo, chegará ainda muito jovem e com uma sede de mudanças para a
Diocese, uma das inovações foi a abertura para novas irmandades religiosas,
como por exemplo a Fraternidade Jesus Salvador, que viria a assumir a
Comunidade Douradinense e assumiria o Santuário Diocesano Nossa
Senhora Aparecida da vila São Pedro, aonde nessa localidade (São Pedro)
além de assumir a paróquia trouxeram representantes do Instituto Feminino
(irmãs Salvistas) cujas ficaram responsáveis pela manutenção do Santuário a
priori e após um tempo abriram o centro de evangelização Nossa Senhora
Aparecida (CENSA).

Após o afastamento de Padre Aquiles, a Irmandade Palotina teve de entregar

a comunidade de volta para os cuidados da Diocese, mediante à escassez
vocacional dos seminários Palotinos, com este acontecimento, Dom Redovino
recém chegado na Diocese ficou preocupado, pois o seminário Diocesano
também passava por escassez vocacional, e eis que surge os Padres
Salvistas.

O Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador (IMSJS) foi fundado na

Diocese de Santo Amaro SP, a 17 de setembro de 1994, pelo sacerdote
diocesano, Pe. Gilberto Maria Defina,sjs (in memoriam) e devidamente
aprovado por Dom Fernando Antônio Figueiredo, bispo da citada Diocese,
como Instituto Religioso Clerical de Direito Diocesano no dia 10 de novembro
de 2014.

Eis que no dia 11 de fevereiro 2004 Dom Redovino confiara a comunidade

aos Salvistas, e no dia 15 de fevereiro do mesmo ano, Padre Leomar
Nascimento assumia a comunidade. A partir desta data tudo tornou se
diferente dentro da comunidade Douradinense, pois começava ali um Kairós (
tempo de graça) os Salvistas chegaram com um “Carisma” diferente de todos
os “Carismas” que já haviam sido vivenciados dentro da comunidade, eles
(Salvistas) trouxeram uma espiritualidade ligada a RCC (Renovação
Carismática Católica) donde surgira o “carisma” da fraternidade, isto foi algo
que mudou muitas coisas dentro da comunidade, mediante que normalmente
os Padre Diocesanos não vivenciam este movimento ( alguns até abominam),
outro diferencial foi a “juventude” dos Padres desta congregação, como dito
antes era uma congregação bem recente e através disso os padre também
tinha uma idade bem abaixo do vivenciado na comunidade, como por
exemplo Padre Aquiles tinha quase 80 anos ao deixar a comunidade
Douradinense.

E assim se deu, no dia 24 de abril de 2005, assumiu Padre Paulo Mariani da

Cruz di Lello,Padre Paulo foi outro Padre muito marcante na história da
comunidade Douradinense, uma características que era e é presente nos
Padres Salvistas é a questão da proximidade com os paroquianos, e isto
marcara a passagem de Padre Paulo pela cidade.

Ainda houve tempo para iniciar uma reforma estrutural da igreja matriz, que
demorara mais que o esperado e sucedeu se que após 4 anos com o fim de
sua missão na comunidade, Padre Paulo foi embora, e no dia 17 de maio de
2009 Padre Rogério Rodrigues Gomes assumiu a comunidade e com pulso
de ferro e muita alegria levara muito bem e com muito sucesso a reforma da
igreja matriz, inaugurando com a presença de Dom Redovino, foi um dia de
muita alegria em toda a comunidade, pois era um sonho plantado no coração
da comunidade desde a passagem de Padre Léo, Padre Rogério era muito
presente na vida dos paroquianos

Padre Rogério permaneceu por 5 anos na comunidade graças a sua

passagem de Diácono para Padre, mais em 25 de fevereiro de 2012 por
problemas de saúde e problemas pessoais teve de se ausentar da
comunidade, deixando muita saudade no coração de todos!

Após a saída de Padre Rogério no inicio de 2012, assumiu Padre Thiago

Gonçalo Oliveira, um Padre que marcou a vida de todos na comunidade, ele
já era vigário na época de Padre Rogério, tendo sua chegada ao final de
2011.

E assim chegado o final de 2015, Padre Thiago deixou a comunidade, foi

enviado em missão para Franca/SP, e foi enviado para Douradina Padre
Odair José Maria Defina, que assumiu no início de 2016, e iniciou uma
renovação em toda a comunidade.

Nesta narrativa inspirei-me em Bernardo kuster, um jornalista católico que

tem como ministério pesquisar sobre as histórias das igrejas das pequenas
comunidades, como fundamento, diz ele: “ Em cada pequena comunidade, á
uma história de luta, suor e lagrimas, e é isso que buscamos nas histórias das
pequenas igrejas que vemos a grandeza do amor de Deus por nós”.
Fontes:

http://www.douradosnews.com.br/dourados/getulio-vargas-e-a-colonia-agricola-de-
dourados-por-tibirica-55313cbe2/366988/

https://www.douradina.ms.gov.br/a-douradina/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Douradina_(Mato_Grosso_do_Sul)

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ms/douradina/panorama

https://www.cnm.org.br/municipios/registros/100150/100150032
FONTES:

http://www.salvistas.com.br/

(imagens)
(Imagem 5)