Você está na página 1de 2

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

DOS CRIMES CONTRA A VIDA e) Consumação: por óbvio, consuma-se no momento


da morte decorrente da conduta dolosa do agente.
1. Introdução Obs. a Lei n. 9.434/97, em seu art. 3º, declara
Os crimes previstos nesse Capítulo, à exceção da considerar-se morta a pessoa no momento da cessação
modalidade culposa de homicídio, são julgados pelo da atividade encefálica.
Tribunal do Júri, na medida em que o art. 5º,
XXXVIII, da CF, confere ao Tribunal Popular f) Elemento subjetivo: é o dolo, direto ou eventual.
competência para julgar os crimes dolosos contra a
vida. Diferença entre a tentativa de homicídio e a lesão
corporal seguida de morte: o elemento subjetivo
2. Homicídio Doloso serve também para diferenciar a tentativa de homicídio
do crime de lesão corporal seguida de morte (art. 129,
§ 3º, do CP). Com efeito, na tentativa o agente quer
matar e não consegue, enquanto na lesão seguida de
morte ocorre exatamente o oposto, ou seja, o agente
quer apenas lesionar, mas, culposamente, acaba
provocando a morte.

2.1. Homicídio Simples g) Progressão criminosa: verifica-se o instituto da


O homicídio consiste na eliminação da vida humana progressão quando o agente inicia uma agressão
extrauterina provocada por outra pessoa. A vítima exclusivamente com intenção de lesionar a vítima,
deixa de existir em decorrência da conduta do agente. porém, durante a agressão, muda de ideia e resolve
É por exclusão que se conclui que um homicídio é matá-la. Nesse caso, ainda que o agente tenha
simples, devendo ser assim considerados os fatos em resolvido cometer o homicídio somente depois de já
que não se mostre presente quaisquer das hipóteses de haver provocado a lesão na vítima, considera-se
privilégio e qualquer qualificadora. absorvido esse delito, respondendo ele apenas pelo
homicídio, já que ambos os atos agressivos ocorreram
a) Objeto jurídico: a vida extrauterina; no mesmo contexto fático.

b) Meios de execução: o fato de admitir qualquer meio h) Ação penal e competência: o crime de homicídio
faz com que o homicídio crime de ação livre; apura-se mediante ação pública incondicionada, sendo
a iniciativa da ação exclusiva do Ministério Público.
Obs. Quando o agente realiza um ato agressivo
visando matar a vítima, mas esta sobrevive, ele só
pode ser responsabilizado por tentativa de homicídio
se ficar demonstrado que o meio executório por ele
empregado poderia ter causado a morte e que isso só
não ocorreu por circunstâncias alheias à sua vontade.

3. Homicídio Privilegiado
As hipóteses de privilégio têm natureza jurídica de
causa de diminuição de pena, pois, quando presentes,
fazem com que a pena seja reduzida de um sexto a um
terço.

3.1. Modalidades
c) Sujeito ativo: se enquadra no conceito de crime Art. 121, § 1º. Se o agente comete o crime impelido
comum porque pode ser praticado por qualquer por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob
pessoa; o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a
d) Sujeito passivo: pode ser qualquer ser humano; pena de um sexto a um terço.

Obs. O assassinato de gêmeos siameses (xifópagos) a) Motivo de relevante valor social: essa hipótese de
configura 2 crimes de homicídio, ainda que o agente privilégio está ligada à motivação do agente, no
tenha atingido o corpo de apenas um deles, pois a sentido de imaginar que, com a morte da vítima, estará
morte de um leva, inexoravelmente, à morte do outro. beneficiando a coletividade. Ex. traidor da nação.
b) Motivo de relevante valor moral: diz respeito a
sentimentos pessoais do agente aprovados pela moral
média, como piedade, compaixão etc. Ex. o crime de
eutanásia, pai que mata o estuprador da filha.

c) Violenta emoção logo em seguida à injusta


provocação da vítima:

Você também pode gostar