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VIDEOECONOMIA

COMO OS VÍDEOS, A EDUCAÇÃO E OS


CHIPS PODEM GERAR CRESCIMENTO
ECONÔMICO

SAMUEL VIDAL
Videoeconomia: Como os vídeos, a educação e os
chips podem gerar crescimento econômico
Nas últimas décadas têm ocorrido grandes avanços tecnológicos na
área de informática. Os computadores possuem chips com capacidade de
armazenamento 1000 vezes maior do que os computadores de 20 anos atrás e
a velocidade da Internet aumentou em média 20 vezes no mundo nos últimos
10 anos. Esses avanços também proporcionaram um grande aumento na
disseminação de vídeos. Por outro lado o uso das ferramentas digitais tem
apresentado pouco impacto na melhoria da qualidade da educação. Uma
melhor educação gera cidadãos mais produtivos, aumentando as taxas de
crescimento econômico dos países e reduzindo a pobreza. No Brasil, o
resultado de provas nacionais como o IDEB 1 tem mostrado notas
baixíssimas, principalmente no Ensino Médio, onde a nota média dos alunos
em 2009 foi 3,6 numa escala de 0 a 10, mesmo com o grande aumento do uso
de ferramentas como o computador na última década. O que também chama
a atenção é a presença de escolas “analógicas” nas primeiras colocações.
Essas escolas com poucos recursos financeiros e precária infra-estrutura
digital utilizam predominantemente estratégias tradicionais de ensino como o
uso do quadro negro e a aplicação de ditados. Os computadores não são
aproveitados ou no mínimo utilizados apenas em último caso. Se algumas
escolas não digitais conseguiram resultados excelentes nos exames nacionais,
imaginem o que seria possível fazer se os computadores, os softwares
educacionais, a Internet, os DVDs e as lousas digitais, soluções que
privilegiam a comunicação visual com o estudante, fossem usadas com alto
grau de eficiência. Essa discussão não acontece apenas no Brasil. No mundo
inteiro, os especialistas em educação procuram formas de melhorar o ensino
e encontram-se angustiados diante da ausência de avaliações que indiquem
os impactos das chamadas tecnologias da informação e comunicação (TICs)
na sala de aula. Então temos o seguinte questionamento: Como capitanear o
progresso tecnológico das ferramentas digitais nas últimas décadas para que
se obtenha um grande avanço na qualidade da educação e consequentemente
se tenha um maior crescimento econômico? A utilização dos vídeos na
educação pode ser uma grande solução para superar esse desafio. O potencial
é tão grande, alavancado pela crescente diminuição dos custos de
armazenamento e transmissão de dados, que se ele for bem aproveitado
acabará gerando um aumento expressivo da taxa de crescimento econômico
nos países ou regiões. Esse avanço econômico pode ser denominado de
VIDEOECONOMIA.
Antes de avaliar o potencial dos vídeos na educação é importante
explicar a teoria do crescimento econômico para entender porque a educação
é tão vital na melhoria do padrão de vida das pessoas. Na economia de um
país o Produto Interno Bruto (PIB) é a renda total de todas as pessoas e
depende da capacidade do país de produzir bens e serviços. O PIB representa
a melhor medida de bem-estar econômico de uma sociedade 2. O crescimento
econômico representa o aumento do PIB de um país através do aumento da
produtividade. A produtividade se refere à quantidade de bens e serviços que
um trabalhador pode produzir por cada hora de trabalho. Os principais
fatores que determinam o aumento da produtividade são o capital humano, o
capital físico, os recursos naturais e o conhecimento tecnológico. Vamos
focar apenas no fator capital humano, que se refere diretamente a educação.
O capital humano é o conhecimento e as habilidades que os trabalhadores
adquirem por meio da educação, treinamento e experiência. O capital
humano de um país depende da qualidade da educação. Uma população com
maior escolaridade e melhor rendimento escolar atinge uma maior
capacidade de raciocínio e síntese. Essa capacidade eleva a produtividade dos
trabalhadores e consequentemente aumenta a produção de bens e serviços do
país, gerando crescimento econômico. O pesquisador americano Eric
Hanushek, que estuda a influência do rendimento escolar nas taxas de
crescimento econômico ao redor do mundo, afirmou que se as notas dos
estudantes brasileiros aumentassem em apenas 15%, em testes padronizados
de avaliação como o IDEB, o Brasil somaria a cada ano meio ponto
percentual as suas taxas de crescimento 3. O PIB do Brasil cresceu em média
3% ao ano nas últimas duas décadas, sendo que devido ao aumento anual de
1% na população, isso gerou um aumento médio de 2% ao ano na renda per
capita brasileira. Se as notas médias dos alunos brasileiros passarem da nota
4 atual (considerando o ensino fundamental e médio juntos) para 4,6,
configurando um aumento de 15%, isso elevará a taxa de crescimento
econômico de 3% para 3,5% ao ano, considerando evidentemente que as
taxas de crescimento econômico futuras serão similares as taxas das duas
últimas décadas. Nesse caso, ao invés de a renda per capita crescer 2% ao
ano, ela crescerá 2,5% ao ano, representando um aumento de 25%. Após 20
anos, ao invés de a população do Brasil ter uma renda média 48% superior ao
valor atual, ele terá uma renda média 64% superior.
A relação entre crescimento econômico e educação foi bem estabelecida
no parágrafo anterior. Agora nos atentaremos as formas de melhorar a
qualidade da educação. O Ministro Fernando Haddad afirmou em uma
entrevista recente que não existe uma bala de prata para resolver os
problemas estruturais da educação brasileira 4. Como alguns especialistas
explicam, a educação é um processo e depende de uma série de fatores para
ter uma boa qualidade. Ela depende de uma boa gestão escolar, da
qualificação de professores, de um aprendizado adequado nas séries iniciais,
de uma boa grade curricular, de bons salários para os profissionais do setor,
de avaliações para verificação da qualidade do aprendizado, enfim um grupo
extenso de boas iniciativas que demandam elevados investimentos. No
entanto esse texto não pretende discutir cada aspecto do processo
educacional. A idéia central que se deseja transmitir é a seguinte: Se todas as
etapas do processo educacional forem mantidas, o acréscimo em massa de
vídeos a disposição dos alunos gerará uma melhoria no rendimento escolar. E
esse acréscimo terá um custo muito baixo devido aos avanços tecnológicos
presentes e futuros na área de armazenamento e transmissão de dados. Como
foi citado anteriormente, um aumento de apenas 15% nas notas dos alunos
brasileiros pode acrescentar 0,5% de crescimento ao PIB nacional todos os
anos. Um pequeno avanço gerará um grande impacto econômico e esse
avanço pode ser capitaneado pelo uso dos vídeos na educação. Um grande
impacto através de uma política de baixo custo significa um investimento de
elevado custo-benefício. Esse investimento pode ser feito tanto pelo Governo
Federal quanto pelas grandes fundações educacionais (Itaú, Bradesco).
A disponibilização em grande escala de vídeos com alta qualidade para
os alunos aumentará o aprendizado. No entanto será mesmo que esse impacto
pode ser tão expressivo a ponto de melhorar significativamente as notas das
avaliações de aprendizado? Será que o custo para massificar os vídeos é tão
baixo? O impacto e os custos dependerão da arquitetura de implementação.
Precisamos desenvolver conteúdos diferentes e usar as ferramentas
tecnológicas de uma forma diferente. Vamos fazer uma abordagem histórica
da participação dos vídeos na educação. Eles foram utilizados em sua grande
maioria no Brasil nas experiências educacionais de ensino a distância. A
educação a distância apresenta características específicas, rompendo com a
concepção da presencialidade no processo de ensino-aprendizagem. Para a
EAD, o ato pedagógico não é mais centrado na figura do professor, e não
parte mais do pressuposto de que a aprendizagem só acontece a partir de uma
aula realizada com a presença deste e do aluno. Podemos afirmar que a EAD
no Brasil, de 1994 até os dias de hoje, se desenvolveu a partir de cinco
modelos5, que são:

1- O modelo de tele-educação com transmissão ao vivo e via satélite em


canal aberto para todo o País. O exemplo mais conhecido e de alcance
nacional é o Telecurso da Fundação Roberto Marinho.
2- O modelo de videoeducação com reprodução pré-gravada em forma de
teleaulas.
3- O modelo semipresencial, com uma proposta de interiorização
universitária que combina a educação à distância com a presencial em pólos
regionais, que funcionam como unidades presenciais de apoio para acesso
dos alunos a laboratórios, bibliotecas, e salas de aula para realização de
tutoria presencial em parceria com as prefeituras municipais. Este modelo foi
adotado inicialmente pela UFMT, por outras instituições e pela UAB.
4- O modelo de universidade virtual, com uma EAD caracterizada pelo uso
intensivo de tecnologias digitais para a entrega de conteúdos e atividades
para os alunos e para promover a interação destes com professores, colegas e
suporte técnico e administrativo. Neste modelo as etapas presenciais são
reservadas para a realização de provas, com as demais atividades sendo
realizadas a distância.
5- O modelo em que os alunos dos cursos a distância permanecem períodos
regulares na instituição (de forma presencial) onde realizam não apenas
provas, mas atividades em laboratório, por exemplo.

A maioria dos modelos de ensino a distância citados procuraram


substituir a aula presencial por uma aula à distância usando fortemente os
vídeos como ferramenta. Essa substituição da forma A pela forma B (aula
presencial substituída pela aula à distância) motivou muitas críticas. O
modelo de tele-educação da Fundação Roberto Marinho se baseou em uma
experiência similar desenvolvida pelo Estado do Ceará a partir de 1974. O
sistema de Teleensino cearense foi universalizado no estado em 1993 6 como
resposta ao déficit de professores da rede pública. Com a universalização
afirmava-se que como a qualidade do professor da televisão era superior a
qualidade do professor presencial, o teleensino melhoraria o aprendizado. Na
realidade nem a qualidade da aula era tão boa assim, pois ela estava apegada
a um modelo curricular ultrapassado, nem o suporte dos orientadores
presenciais era adequado. As outras etapas do ensino como a orientação das
dúvidas e a avaliação do aprendizado ficaram prejudicadas porque não havia
um professor na sala de aula, representando um regresso no aprendizado. O
Estado do Ceará precisou voltar atrás e restabelecer o modelo tradicional.
Isso demonstra a necessidade de critérios na introdução dos vídeos na
educação. Mais recentemente as videoconferências, usadas principalmente no
modelo de universidade virtual, tem atenuado essa falta de interação entre
aluno e professor, utilizando sistemas bi e multidirecionais com interação por
áudio e vídeo, integrando múltiplos espaços conectados ao vivo, para
realização de aulas. No entanto ministrar uma aula para 400 alunos em 10
salas distintas de vídeo, por exemplo, mesmo com a comunicação ao vivo,
não garante o mesmo nível de interação de uma sala tradicional presencial
onde há a relação direta do professor com apenas 40 alunos. Não se pode
falar ainda numa transição definitiva das aulas presenciais para as aulas
virtuais. As melhores instituições de ensino fundamental, médio e superior
são predominantemente presenciais. Por outro lado o ensino a distância, com
a ajuda da videoconferência e de outras ferramentas digitais de última
geração, que atenuam a deficiência da presencialidade, têm buscado
oportunidades em alguns mercados educacionais não explorados pelo ensino
tradicional. A cada dia aumenta a oferta de cursos virtuais pela Internet,
principalmente de graduação e pós-graduação, onde um estudante de
qualquer pequena cidade do interior do Brasil, que na maioria dos casos não
possui uma instituição de ensino superior, pode cursar uma graduação
estudando em casa. Além da Internet, outras plataformas como a TV por
satélite residencial tem introduzido cursos de especialização à distância. A
explosão do ensino a distância no Brasil é constatada pelo aumento no
número de matrículas em cursos de graduação à distância. Veja o gráfico a
seguir demonstrando esse aumento:
Até o momento avaliamos como os vídeos estão sendo utilizados na
educação brasileira. A presença da ferramenta no ensino à distância é
decisiva para o sucesso dessa modalidade de ensino. Agora vou expor a
minha proposta de inserção dos vídeos no aprendizado educacional. Nos
modelos de educação à distância desenvolvidos até hoje têm se buscado a
substituição da aula presencial pela aula à distância (substituição de A por
B). O meu modelo somaria A+B. A aula presencial continuaria normalmente,
aproveitando os processos educacionais vigentes e mantendo o professor em
sala de aula. O vídeo se tornaria um instrumento de apoio. No entanto esse
apoio seria maciço. A implantação começaria no ensino médio, o grande
problema do nosso sistema educacional. O governo federal, os governos
estaduais, ou mesmo fundações de grande porte produziriam 2100 horas de
aulas em vídeo com as melhores técnicas de ensino e com excelentes
recursos visuais. O conteúdo teria uma grade curricular adaptada aos exames
nacionais como o IDEB e o ENEM. Cada aluno do ensino médio receberia
no começo do ano 700 horas de vídeos em DVDs, pendrives ou HDs
portáteis. As aulas em vídeo também ficariam disponíveis para download na
Internet em um programa similar ao Kazaa7, o conhecido mecanismo de
compartilhamento de arquivos. O custo de fabricação de DVDs ou HDs por
aluno seria muito baixo, devido a crescente redução de preços dos
mecanismos citados. Mais a frente esses custos e o avanço das tecnologias de
armazenamentos de dados serão melhor avaliados. Por enquanto os focos
serão a produção dos vídeos e o impacto que eles podem gerar na qualidade
da educação. A disponibilização de 700 horas anuais para os alunos do
ensino médio garantirá que eles possam assistir 24 horas por dia qualquer
aula do ano letivo em um DVD ou em um computador. Se o aluno quiser
rever o assunto ensinado ou complementar o que não foi aprendido ele terá
uma ferramenta mais poderosa do que o livro. Ao contrário do teleensino que
substitui a maior parte do processo tradicional de ensino presencial, o modelo
proposto tem a finalidade de somar uma nova ferramenta, aumentando o
nível de aprendizado dos alunos. Em alguns casos o estudante tem grande
interesse no aprendizado, mas encontra na sala de aula um professor
deficiente, que muitas vezes não tem formação na área em que ensina. Nesse
caso o aluno autodidata poderá dobrar a sua carga horária, ao assistir todas as
aulas em vídeo da disciplina em casa. Isso configurará um aprendizado em
tempo integral. Se o conteúdo se basear na proposta pedagógica cobrada no
ENEM, eles servirão de referência e instrumento de apoio para os
professores. Evidentemente ficará a cargo dos professores o nível de
utilização dos vídeos.
O Ministério da Educação (MEC) desenvolve um programa que possui
algumas semelhanças com o modelo proposto: o DVD Escola 8. O Projeto é
voltado para a educação básica e oferece as escolas públicas de educação
básica caixa com mídias DVD, contendo, aproximadamente, 150 horas de
programação produzida pela TV Escola. A TV Escola é um canal de
televisão do Ministério da Educação que capacita, aperfeiçoa e atualiza
educadores da rede pública desde 1996. Além do aperfeiçoamento dos
professores, o DVD Escola é usado como ferramenta pedagógica na sala de
aula. O problema é que o conteúdo do programa abrange uma pequena
parcela da grade curricular e não há distribuição dos DVDs para os alunos.
Quanto à disponibilização de vídeos educacionais na Internet, o MEC possui
um rico banco de arquivos em vários sites. O portal Domínio Público 9 possui
um acervo de 856 vídeos enquanto o Portal do Professor 10 apresenta 1502
vídeos na sua página. O canal TV Escola possui uma extensa videoteca em
seu site com conteúdo voltado para o aprendizado dos alunos. No entanto não
há uma sistematização clara, um desencadeamento lógico de aulas, que possa
configurar um curso completo de física do ensino médio em vídeo, por
exemplo. A maioria dos vídeos serve apenas como complementação do
aprendizado, pois não abordam diretamente os assuntos presentes na grade
curricular do MEC. Após uma avaliação criteriosa do banco de arquivos do
MEC, os melhores vídeos poderão compor uma parte das 2100 horas de
gravação do modelo proposto. O ponto chave é a qualidade e não a
quantidade. O programa mais parecido com o modelo proposto é a
Educopédia11 . Ela consiste numa plataforma de aulas digitais produzida pela
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro em parceria com o
Instituto Oi Futuro. Os alunos do 2° ano ao 9° ano navegam em lições
interativas de várias disciplinas. Essas lições correspondem àquilo que está
sendo trabalhado em sala de aula pelo professor presencial porque cobrem
integralmente a grade curricular. A diferença em relação ao modelo proposto
está no formato das aulas digitais. Apenas uma parte das aulas utiliza vídeos,
enquanto outras utilizam jogos educativos e exercícios interativos como
ferramenta. Acredito que o mais importante é que se tenha todas as aulas em
vídeo, que possam ser assistidas tanto no computador quanto em DVDs.
Outras opções como os jogos educativos devem servir como complemento.
A relação custo-benefício de uma política educacional de produção de
vídeos seria muito elevada. Após a filmagem das 2100 horas de aulas,
sobraria apenas o custo de fabricação dos mecanismos de armazenamento
como os DVDs e os custos da posterior gravação do conteúdo. Quando um
ente governamental ou uma organização do 3° setor desenvolve uma
tecnologia social, ele busca replicá-la. Um exemplo é a construção de
cisternas de placa no semi-árido nordestino com a finalidade de abastecer
com água as famílias da zona rural. A construção de uma cisterna de placa
beneficia apenas uma família. A produção de vídeos educacionais de
altíssima qualidade por outro lado tem um potencial de replicação absurdo.
Uma aula de alta qualidade pode beneficiar milhões de alunos. Esse potencial
não está sendo aproveitado nem pelos governos nem pelas grandes fundações
privadas. Talvez não exista outra tecnologia social com tamanha
possibilidade de abrangência. E isso fica ainda mais evidente quando se
percebe que a maior parte do tempo gasto em sala de aula pelos professores
ocorre na etapa de explicação dos conteúdos, etapa da aprendizagem que os
vídeos podem substituir ou complementar. O processo de produzir o
conhecimento para “milhões” através dos vídeos no Ensino Médio, difere do
processo de produzir aulas para um grupo restrito de alunos, como ocorre nas
graduações à distância das instituições privadas.
A distribuição dos vídeos para os professores é uma ótima maneira de o
MEC estabelecer um modelo, uma referência de ensino a ser seguida de
acordo com os parâmetros curriculares. Após a capacitação dos professores
em cursos de aperfeiçoamento sobre o ENEM, possuir um conteúdo visual a
sua disposição ajudará bastante. Ele sedimentará o aprendizado teórico dos
cursos. A experiência prática transmitida pelas aulas ajudará a evitar grandes
distorções na implementação da grade curricular. Evidentemente o processo
educacional não se restringe apenas a explanação de conteúdos, ele envolve
outros aspectos como a avaliação, o acompanhamento do aprendizado dos
estudantes, o momento de tirar dúvidas e o incentivo ao desenvolvimento do
senso crítico do aluno. No entanto, como foi citado anteriormente, a maior
parte do tempo em sala de aula é despendido com a explanação de conteúdos.
As aulas precisam apresentar conteúdos mais enxutos e voltados para
questões práticas. Cláudio Moura Castro, colunista da revista “Veja”,
comparou a alguns atrás a grade curricular da escola brasileira com o navio
sueco Vasa que foi construído pelo rei Gustavo em 1628 12 . O navio afundou
devido ao peso provocado pelo excesso de canhões. Como o navio, a nossa
grade curricular precisa de menos peso e mais qualidade. Além disso, é
importante salientar que educar é contar histórias, uma forma poderosa de
comunicação. Para que se tenha uma educação de qualidade é necessário que
se conte uma história que seja saborosa e que transmita a mensagem com
eficácia. A maioria dos professores está acomodada com a escrita de
fórmulas complicadas no quadro negro, numa forma insípida e ineficaz de se
contar uma história. Por outro lado as aulas em vídeo criativas podem mudar
esse cenário. Uma aula de História sobre o Nazismo pode transmitir trechos
do filme “O julgamento de Nuremberg” 13 para mostrar com mais realismo os
campos de concentração de prisioneiros. As tecnologias de animação em 3D
podem ajudar tanto em aulas de física sobre o sistema solar quanto em aulas
de geografia sobre os deslizamentos nos morros das áreas urbanas, um tema
tão atual. A empresa 3PD14 possui um banco de soluções nessa área. Aulas de
física poderiam ensinar os alunos a construírem aparelhos simples como um
telefone, um rádio ou um motor térmico. Esses aparelhos seriam montados
utilizando kits de ciências padronizados. Cada aula da área de exatas (Física,
Química, Biologia e Matemática) poderia usar um desses kits. Eles
permitiriam que o aluno em casa tivesse a oportunidade de replicar a
experiência passada no vídeo. Aulas de matemática ensinariam finanças do
dia-a-dia, desenvolvendo temas como poupança, financiamento imobiliário e
juros no cartão de crédito. Existe um espaço enorme para implementar uma
educação mais eficiente, com uma qualidade média nunca vista antes nos
vídeos. Por fim, quanto a qualidade, seria importante uma avaliação tanto dos
alunos que assistirem as aulas no local de gravação dos vídeos, quanto dos
alunos que assistirem as aulas como complemento ao professor
convencional, para medir a real influência na melhoria da educação. Como
foi dito anteriormente, um avanço de 15% das notas dos alunos em
avaliações como o IDEB, geraria um avanço econômico futuro
extraordinário para o país.
Até o momento foi mostrado que é possível produzir vídeos de alta
qualidade para milhões de alunos com uma relação custo/benefício altíssima.
No entanto na segunda fase, no momento de distribuição dos vídeos, o custo
de fabricação dos mecanismos de armazenamento de dados e os custos da
posterior gravação do conteúdo precisam de uma análise mais aprofundada.
Em 1965 Gordon Moore, presidente da Intel, previu que seria possível dobrar
a capacidade dos chips a cada 18 meses, se mantendo o mesmo custo de
produção. Os chips, os circuitos eletrônicos miniaturizados que armazenam
as informações no computador, têm seguido a Lei de Moore até os dias de
hoje. Assim o custo da tecnologia de armazenamento de dados como vídeos,
fotos e textos em computadores vêm caindo drasticamente nas últimas quatro
décadas e esse processo deve continuar no curto e no médio prazo. Enquanto
em 1970 um chip possuía mil transistores, um chip do mesmo tamanho em
2010 passou a ter 100 bilhões de transistores 15. Isso gerou a revolução que
estamos vendo na área da informática. Os custos para armazenar 2100 horas
de vídeos em computadores, em HDs portáteis, em pen drivers ou em DVDs
na atualidade são baixos. Um HD portátil com 2 Terabytes de capacidade
custa 300 reais no Brasil16 e 100 dólares nos Estados Unidos17. Considerando
que cada hora de um vídeo de boa qualidade tenha 1Giga, o HD de 2 Tera
seria suficiente para a missão das 2100 horas. Teríamos um custo de 100
reais por 700 horas, o número de horas dedicadas para cada série do ensino
médio. Assim teríamos um custo de 100 reais por aluno/ano. Se o conteúdo
for armazenado em DVDs de 4Giga e com um custo de fabricação unitário
de 1 real, teremos um custo de 170 reais por aluno/ano. Uma terceira opção
seria disponibilizar os conteúdos para serem baixados na Internet. A
tendência é que esses custos praticamente desapareçam em 5 anos ou 10
anos, não só porque a Lei de Moore se manterá com o avanço tecnológico,
mas porque o custo físico de produção de um HD portátil ou de um Blue-ray
(substituto do DVD) é muito inferior ao custo de comercialização. As
empresas vendem os seus produtos por um valor mais alto inicialmente
porque precisam garantir o retorno do seu investimento nas tecnologias de
desenvolvimento. Mas depois os preços derreterão porque a tecnologia de
desenvolvimento foi paga. Um exemplo histórico dessa questão foi o DVD,
que tinha preços muito altos tanto dos aparelhos quanto dos discos na virada
do milênio e hoje, após o pagamento dos investimentos de desenvolvimento,
está na casa dos cidadãos mais humildes. Assim, com a ajuda do avanço
tecnológico e com o pagamento do desenvolvimento dos produtos, um HD
portátil de 2TERA deve custar 10 vezes menos em 5 anos, fazendo com que
o custo caia de 100 reais por ano para 10 reais por ano. O Blue-ray, o
substituto do DVD, deverá custar daqui a 5 ou 10 anos o mesmo valor de um
DVD na atualidade, armazenando até 10 vezes mais informação. Existe ainda
as tecnologias em fase de desenvolvimento, como a criada pela Universidade
de Swinburnena na Austrália18, que promete guardar informações em 5
dimensões e garantir o armazenamento de 1,6 Terabytes de dados em apenas
um disco. Outra opção seria a tecnologia da General Eletric que promete um
disco de DVD com capacidade de armazenamento de 500 Giga. Essas duas
revoluções permitiriam guardar pelo menos 500 horas de vídeo em apenas
um disco.
Já sabemos que o custo de armazenamento de vídeos vem caindo e
deixando de ser um empecilho para a distribuição em massa dos conteúdos
educativos. Por outro lado existem outras questões que precisam ser
relevadas, como a presença dos aparelhos de transmissão de vídeos nas casas
dos estudantes. A maioria da população pobre do Brasil não possui
computador. O aparelho só está presente em 35% das residências 19. Enquanto
cada aluno pobre não tiver um computador, a melhor plataforma para assistir
os vídeos são os aparelhos de DVD, que custam menos de 100 reais na
atualidade e estão na maioria absoluta das casas. As aulas podem ser
visualizadas através dos discos de DVD ou através das entradas USB, que
permitem conectar pen drives ou HDs portáteis. Daqui a 5 ou 10 anos existe
a possibilidade dos aparelhos de blue-ray dominarem o mercado dos DVDs e
mudarem essa realidade. Se o DVD do aluno não tiver porta USB, a escola
pode distribuir um aparelho que tenha essa funcionalidade, porque os DVDs
que possuem essa característica são igualmente baratos. Quanto aos
computadores, para se tornarem uma plataforma viável, é importante que os
programas de doação em massa de laptops para crianças carentes sejam
concretizados. Uma observação importante precisa ser feita sobre os HDs
portáteis. Essa tecnologia vem sendo criticada porque permite um
armazenamento colossal de dados, mas não possui a mesma segurança física
de um HD interno do computador. O HD portátil é pequeno e pode ser
transportado para todos os lugares. Nesse transporte uma simples queda pode
ocasionar a perda de todos os dados, sendo necessário uma formatação para
voltar a funcionar novamente. Para um usuário que durante meses ou anos
armazenou seus programas, trabalhos, fotos e filmes específicos, isso
representará literalmente a perda de uma parte da sua vida. Esse problema
não se aplica ao armazenamento de vídeos para fins educativos. Como a idéia
é produzir filmes de alta qualidade para “milhões”, se um HD portátil perder
seus dados, o aluno poderá se dirigir a uma escola mais próxima e solicitar
uma nova gravação dos vídeos.
Além da revolução que está ocorrendo nos mecanismos de
armazenamentos de dados, existe outra que vem ocorrendo na transmissão de
dados, com o advento de tecnologias como a fibra ótica. Podemos utilizar o
fluxo rápido e barato de informações ao invés do estoque. As conexões
residenciais de Internet no começo dos anos 2000 eram raras e tinham
velocidades de 56 Kbps. Em fevereiro de 2011, um relatório da Nielsen
Company, que avaliou conexões de Internet ao redor do mundo, atestou que
69% das conexões de Internet do Brasil são iguais ou superiores a 512
Kbps20. No Brasil em 2010, 27% das casas possuíam Internet. Os
especialistas apontam que esse avanço exponencial continuará na próxima
década. Até mesmo conexões super rápidas de 10 mega, que ainda são
raridade, já começam a ser oferecidas por valores acessíveis como 69,90
reais por mês21 . Com 10 mega de velocidade é possível assistir um filme de
alta definição em tempo real, ou baixar um filme de 2 horas de duração em
apenas 10 minutos. Poderemos ter em menos de década uma conexão como
essa na maioria das casas dos brasileiros. Então se as 2100 horas de aula em
vídeos ficarem a disposição gratuitamente na Internet, os alunos assistirão as
aulas a qualquer momento no computador sem precisar perder tempo com
downloads. Um site específico para disponibilizar os vídeos seria criado e
usaria um padrão de transmissão semelhante ao YouTube. O YouTube é o
principal site da Internet em carregamento e compartilhamento de vídeos em
formato digital. A diferença do site de vídeos educativos em relação ao
Youtube seria a maior qualidade e o maior tamanho dos vídeos.
O avanço do uso da internet nos aparelhos portáteis como celulares e
tablets também pode ser aproveitado para disseminação dos vídeo-aulas. Os
celulares mais modernos possuem alta capacidade de transmissão de vídeos e
funções interativas fantásticas como a tela sensível ao toque. A quarta
geração da telefonia móvel, que está chegando ao mercado, permitirá
velocidades de internet de até 100 mega. O tablet é um dispositivo fino em
formato de prancheta que tem as mesmas funcionalidades de um computador
pessoal, mas onde o teclado é substituído pela tela sensível ao toque. Assim o
dispositivo é ao mesmo tempo portátil e completo. A tela grande e o formato
similar a um livro tornam o tablet literalmente um “vídeo-livro”. Alguns
educadores já suscitam até mesmo a possibilidade do tablet substituir em
algumas ocasiões o livro tradicional no aprendizado. Tanto os celulares de 4°
geração quanto os tablets ainda são ferramentas distantes da maioria dos
nossos alunos pela questão do preço. Mas quando estiverem massificados a
natureza portátil dos equipamentos garantirá disponibilizar 24 horas por dia
as aulas para os alunos via vídeo.
A TV digital seria outro padrão possível de transmissão de vídeos
educativos através do fluxo rápido de informações. A TV digital utiliza a
linguagem binária, formada por seqüências de dados numéricos (0 e 1), que é
a mesma linguagem tecnológica dos computadores. Isso permite que ela
possua recursos como interatividade com o usuário (compras pela TV,
votação em pesquisas), mobilidade sem perda de sinal e visualização de
diferentes programas no mesmo canal. Em 2016 a tradicional transmissão
analógica se encerrará no Brasil, ficando o padrão digital como o único
disponível. A Sky, a principal empresa de TV por satélite do Brasil, já possui
o padrão digital a mais de uma década. O Sky HDTV 22, o mais avançado
aparelho de recepção digital da empresa, possui importantes funcionalidades
que podem ser muito úteis na transmissão dos vídeos educacionais. Ele
permite a transmissão em alta definição e a gravação de até 400 horas de
programação em definição normal, ou 100 horas em alta definição devido a
memória interna de 500 giga. Além disso, o Sky HDTV grava os programas
que o assinante agenda, sem a necessidade dele estar assistindo a
programação no momento. Essas três funcionalidades (alta definição,
gravação e agendamento de gravação) já são disponibilizadas por outras
empresas de TV por assinatura e até mesmo por aparelhos que transmitem os
canais da TV aberta digital. Então se o Sky HDTV ou qualquer outro
aparelho semelhante transmitir 12 canais de vídeos educacionais, em uma
semana 2016 horas de programação passarão nesses canais, ou praticamente
todos os vídeos do ensino médio. Assim um aluno com um aparelho como
esse teria a possibilidade de toda semana agendar a gravação de qualquer
vídeo da grade curricular. O espaço para 400 horas de vídeo no hd interno
ajudaria na gestão das aulas. Seriam gravados em apenas 1 semana todas as
aulas necessárias para 1 semestre inteiro. Depois o aluno teria a opção de
agendar a gravação de novos vídeos e apagar os que se tornarem
desnecessários. Atualmente apenas 18% das residências brasileiras possuem
TV por assinatura, sendo em sua maioria constituídas de assinantes sem um
aparelho como o Sky HDTV. No entanto o mercado de TV por assinatura
vem crescendo exponencialmente e a tendência é que os receptores com
gravação agendada e hd interno se tornem padrão. É possível que em 4 ou 5
anos aproximadamente 50% das residências brasileiras possuam a tecnologia.
Por último ainda temos a chegada da televisão com internet ao mercado, que
permitirá tornar qualquer televisor da sala um ponto para assistir vídeos
postados na internet. A TV digital poderá complementar as outras opções de
armazenamento e transmissão de aulas digitais.
A disponibilização de 2100 horas de vídeo de alta qualidade na
Internet com a grade curricular do ensino médio pode ser complementada
com ferramentas que estimulem a colaboração de outros professores ou
agentes educacionais. Seria criado um software de compartilhamento de
arquivos educacionais parecido com o Kazza ou o Bit Torrent. Esses dois
programas utilizam a arquitetura P2P de compartilhamento de dados, onde os
arquivos são baixados de outros computadores pessoais que possuem o
programa e não de um servidor central. O software disponibilizaria tanto as
2100 horas de aula principais quanto os vídeos dos colaboradores.
Ferramentas como livros, apostilas, textos curtos, aulas em áudio, jogos
educacionais, mapas e fotos também seriam aceitas. As aulas gravadas por
professores individualmente, por fundações ou por instituições
governamentais garantiriam grandes opções de escolha para os alunos
assistirem as aulas. Cada professor com uma câmera em qualquer parte do
país poderia ajudar a melhorar a educação nacional. A única exigência para
os colaboradores seria a especificação do assunto tratado. O colaborador
ligaria a sua aula postada a alguma aula da grade principal de vídeos. Com o
tempo as melhores contribuições, escolhidas por uma comissão de
educadores, ficaria em destaque para os usuários. Assim teríamos 2 grades
de vídeo em destaque: a grade principal e a grade com as melhores
colaborações.
Olhando um pouco mais a frente, as tecnologias que estão
amadurecendo comercialmente tem o potencial de gerar um avanço ainda
mais intenso no futuro. Os vídeos produzidos em alta definição garantirão
uma melhor experiência de aprendizado. Com o avanço exponencial da
tecnologia de armazenamento de dados, em uma década eles estarão tão
absurdamente baratos quanto os vídeos em definição comum estarão daqui a
5 anos. A experiência em imagem também vem sendo aperfeiçoada com os
vídeos em 3D, que permitem literalmente que o telespectador entre na cena.
A holografia, a reprodução de uma imagem em todas as dimensões, irá mais
longe do que o 3D. Ela transportará integralmente a aula para a casa dos
alunos. Uma experiência científica demonstrada por um professor em
holografia poderá será vista por todos os ângulos, facilitando o aprendizado.
Os jogos educacionais são um mundo inexplorado. Com os avanços gráficos
crescentes, estamos próximos do sonho de termos crianças jogando e
aprendendo rapidamente na mesma velocidade que aprendem os segredos
dos jogos de puro entretenimento. É preciso qualificar pesadamente
profissionais polivalentes, que entendam tanto de programação quanto de
didática educacional. Assim poderemos ter jogos que permitam ao aluno
montar sozinho no mundo virtual um rádio, uma televisão, um ar-
condicionado, um motor de um carro, o limite dependerá de cada um. Os
programas como o Google Earth, que permitem visualizar qualquer área
geográfica do planeta Terra, ainda estão longe de terem toda a sua
capacidade de aplicação na educação aproveitada. Por fim temos o avanço
das impressoras 3D, que ao invés de imprimirem um texto, imprimem
qualquer objeto com diferentes tipos de materiais. É possível construir um
grande banco de experiências científicas simples a ser disponibilizado na
Internet, que ficaria disponível para impressão em 3D. Cada aluno escolheria
as experiências que achasse mais interessante e imprimiria com baixo custo o
seu kits de ciências.
Ao longo do texto tentei mostrar que existe um oceano de
oportunidades a ser aproveitado pela Educação brasileira. Vivemos uma era
que potencializa o surgimento de novos empreendedores da educação. Os
avanços tecnológicos permitirão que no futuro próximo uma infinidade de
meios como os HDs portáteis, os discos digitais, a Internet e a TV digital
estejam disponíveis para levar vídeos educacionais aos alunos com custos
irrisórios. Isso nos impulsiona a focar agora na produção de conteúdos
educacionais de qualidade. No entanto não podemos perder de vista que a
Educação é um processo. Precisamos continuar a defender o aumento dos
gastos no setor, priorizando fortemente a gestão escolar, a formação
profissional, o atingimento de metas e o aumento dos salários dos
professores. Esses fatores bem trabalhados e complementados de forma
robusta pela disseminação em massa de vídeos de qualidade nos abrirão a
possibilidade de termos uma educação com uma padrão similar ao dos países
desenvolvidos. Precisamos de uma grande biblioteca virtual do
conhecimento. Fiz a proposta de começar esse avanço pelo Ensino Médio, o
nosso grande gargalo educacional. Isso não significa que esse recurso não
pode ser usado para outros níveis de ensino. A influência dos vídeos
educacionais no desenvolvimento pode ser tão intensa que eu ousei propor
uma denominação para esse fenômeno: VIDEOECONOMIA. Num mundo
com a economia cada vez mais travada pelos limites ambientais, que geram o
aquecimento planetário, a ausência de recursos naturais e a ausência de
grandes áreas agricultáveis disponíveis, a criação e a disseminação do
conhecimento são as ferramentas mais poderosas para gerar crescimento
econômico e melhorar as condições de vida das pessoas, principalmente
através da produção de ciência e tecnologia avançada e da qualificação
profissional e humana da nossa juventude. E o que torna esse objetivo ainda
mais importante é a necessidade de se evitar o aumento da desigualdade
social, de se evitar a divisão entre os que possuem o conhecimento e os que
não possuem. Um processo educacional estagnado, que não se atualiza, não
está apto para conter o aumento desse abismo. Por isso precisamos de uma
nova educação com alto nível para a maioria dos nossos jovens e não apenas
para alguns privilegiados que estudam nas ilhas de excelência. Tenho certeza
que o investimento na produção de vídeos educacionais de qualidade poderá
ajudar a vencer esse desafio, que representa um dos grandes desafios do
nosso tempo.
ANEXO

Enquanto estive escrevendo o texto, achei na internet algumas novidades


interessantes. Sites que usam os vídeos para massificar a educação de
qualidade. Pode ser o começo dessa revolução na educação. Veja os
endereços eletrônicos:

1- http://www.khanacademy.org/
O site em inglês do professor Salman Khan possui uma biblioteca de mais de
2400 de vídeos cobrindo tudo, desde a aritmética à física, finanças e história
e125 exercícios práticos.

2 -http://www.manualdomundo.com.br/
O site brasileiro é produzido pelo jornalista Iberê Thenório. Ele é uma
espécie de “Manual dos Escoteiros Mirins” em vídeo, na Internet. A idéia,
segundo o site, é ensinar desde coisas simples, mas muito legais que são úteis
no dia-a-dia, até coisas completamente inúteis, mais legais ainda.
1
http://portalideb.inep.gov.br/
2
N. Gregory Mankiw, Introdução à Economia. Página 500, 2008.
3
http://veja.abril.com.br/170908/entrevista.shtml
4
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/o_povo.pdf
5
Eloísa Maia Vidal e José Everardo Maia, Introdução à Educação a
Distância. Página 16, 2010.
6
Eloísa Maia Vidal e José Everardo Maia, Introdução à Educação a
Distância. Página 15, 2010.
7
www.kazaa.com
8
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12324&Itemid=656
9
http://www.dominiopublico.gov.br/
10
www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
11
www.educopedia.com.br
12
http://veja.abril.com.br/290502/ponto_de_vista.html
13
http://www.cineplayers.com/filme.php?id=7094
14
http://www.p3d.com.br/
15
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Lei_de_moore_2006.svg.png
16
Ver preço: www.americanas.com.br
17
Ver preço: www.amazon.com
18
http://www.swinburne.edu.au/engineering/cmp/publications/thesis/pzijlstra_2009.pdf
19
http://idgnow.uol.com.br/internet/2011/06/28/menos-de-40-das-casas-no-
brasil-tem-computador
20
http://blog.nielsen.com/nielsenwire/global/swiss-lead-in-speed-
comparing-global-internet-connections/
21
http://www.gvt.com.br/portal/residencial/servicosinternet/power/index.jsp
22
http://www.skyhdtv.com.br/

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