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APOSTILA DE FOTOGRAFIA

APOSTILA DE FOTOGRAFIA

Conteúdo
1 introdução .............................................................................................................. 3
2 FOTOGRAFIA DIGITAL......................................................................................... 5
2.1 PIXEL ............................................................................................................. 5
2.2 Tamanho da Imagem...................................................................................... 6
2.3 Como funciona uma máquina digital ............................................................... 7
2.3.1 O que é cor .............................................................................................. 9
2.3.2 Tipos de fotosensores ........................................................................... 11
2.3.3 Resolução óptica e interpolada .............................................................. 14
2.3.4 Proporção de Aspecto ........................................................................... 15
2.3.5 Profundidade de cor .............................................................................. 16
2.3.6 Sensibilidade ......................................................................................... 18
2.3.7 Qualidade da imagem............................................................................ 18
2.3.8 Velocidade entre Exposições................................................................. 19
3 CONTROLES PARA FOTOGRAFAR .................................................................. 21
3.1 Controles da câmera e criatividade ............................................................... 21
3.2 Automatismo................................................................................................. 22
3.3 OBJETIVAS .................................................................................................. 23
3.3.1 Distância focal ....................................................................................... 24
3.4 Focalização .................................................................................................. 27
Foco automático ativo ....................................................................................... 28
Autofoco passivo ..................................................................................................... 29
Qual sistema de foco automático minha câmera possui? ..................... 31
O foco automático é sempre preciso e rápido?......................................... 32
Trava de foco: a chave para ótimas fotos com foco automático ........ 32
Quando devo usar o foco manual? ................................................................ 34
3.5 Diafragma e obturador (Abertura e exposição) ............................................. 34
3.5.1 Diafragma .............................................................................................. 35
3.5.2 Profundidade de campo (PC) ................................................................ 37
3.5.3 Obturador .............................................................................................. 39
Obturadores das câmeras digitais ................................................................... 41
3.5.4 Usando velocidade de obturador e abertura de diafragma ao mesmo
tempo 42
Escolhendo modos de exposição .................................................................... 43
Usando o flash ................................................................................................... 44
3.6 Formatos para câmera digital ....................................................................... 45
4 COMPOSIÇÃO E ENQUADRAMENTO ............................................................... 48
4.1 ELEMENTOS IMPORTANTES NO ENQUADRAMENTO E NA
COMPOSIÇÃO ....................................................................................................... 49
4.1.1 ENQUADRAMENTO ............................................................................. 52
4.1.2 COMPOSIÇÃO ...................................................................................... 53
5 Termos mais usados em fotografia digital ............................................................ 63

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 2 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

1 INTRODUÇÃO

A fotografia digital é uma evolução recente da fotografia. Surgiu com


o advento do computador, que trouxe todo um mundo novo de
possibilidades e de mudanças para a sociedade moderna. Na
verdade, foi a pesquisa espacial a principal responsável pelo
surgimento da fotografia digital, com a necessidade de um sistema
que enviasse imagens capturadas por sensores remotos e
retransmitidas via rádio para a Terra.

Um ponto interessante na fotografia digital é que as fotos podem ser


vistas instantaneamente. Desse modo, praticamente fica afastada a
possibilidade de erros. Outra vantagem é a facilidade de se repetir a
foto em caso de necessidade - acabam assim as surpresas
desagradáveis, como, por exemplo, quando se vai buscar um filme no
laboratório e se descobre que a tampa da máquina ficou cobrindo a
objetiva, que o filme estava vencido (e as cores ficaram alteradas) e
assim por diante...

A maior de todas as vantagens, contudo, é que ninguém precisa mais


economizar “cliques”, ou seja, hesitar em fazer qualquer foto,
preocupar-se com o custo de filmes, revelação ou a quantidade
disponível de material. Com a foto digital, utilizando-se uma câmera
equipada com um cartão de grande capacidade de armazenamento,
clica-se à vontade, e com isso o fotógrafo acaba obtendo boas
imagens que de outra forma poderiam ser perdidas num momento de
dúvida... Já que o custo da imagem é zero, ou melhor, apenas
limitado ao custo inicial da máquina fotográfica, clicar à vontade não
causa nenhum tipo de preocupação.

Outra vantagem da fotografia digital é que ficou fácil mostrar fotos


para outras pessoas. Por exemplo, publicando-as em páginas da
Internet. Também se pode mostrar as fotos pela tela de uma
televisão, bastando conectar a câmera digital à entrada de vídeo do
aparelho de TV. Graças a esse recurso, é possível selecionar as
melhores fotos que estão gravadas no computador, regravá-las no
cartão de memória da câmera digital e depois apreciá-las num
aparelho de TV. Softwares podem fazer apresentação de fotos como
se fosse uma projeção de slides. E mais, como a maioria das câmeras
digitais de melhor qualidade também podem produzir vídeos, filmar
também é muito simples, bem como transferir as imagens para um
CD ou DVD.

Para qualquer pessoa acostumada a fotografar com máquinas


fotográficas tradicionais, o uso da câmera digital, apesar de

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incorporar novidades, não exige muito esforço para adaptação.


Vamos relacionar as principais semelhanças e diferenças:

Nas câmeras digitais não se utilizam


filmes, e sim um cartão de memória
para armazenamento das imagens.
Esse cartão permite que se grave,
copie e apague (delete) arquivos de
imagens (inclusive vídeo).

• A luz do flash funciona quase como numa câmera comum, e


dependendo do modelo da câmera digital, pode vir embutido no
corpo e/ou utilizando um flash externo através de conexão por
sapata ou pino (a diferença, tecnicamente, é que na fotografia
digital existe um pré-disparo para avaliar a luz branca, ou
whitepoint, o que obriga ao uso de flashes especiais).

• As câmeras digitais, além de um visor idêntico às das máquinas


fotográficas tradicionais (não SLR), incorporam talvez a maior
novidade que é um visor através de tela de cristal líquido (LCD)
localizado na parte posterior do corpo da câmera. A principal
vantagem é que o fotógrafo vê a imagem exatamente como
será fotografada. A maior desvantagem é que em ambientes de
muita luz (sob o sol, por exemplo), é praticamente impossível
usar o visor LCD e, além disso, o uso contínuo do visor acaba
rapidamente com a bateria.

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• As objetivas são muito semelhantes, mas na fotografia digital


muitas câmeras incorporam o recurso de zoom digital, além do
zoom ótico. Acontece que o zoom digital é irreal, uma
“aproximação”, ou, melhor ainda, uma “ampliação” gerada por
software. Isso resulta numa imagem imprecisa e de cores
inconsistentes. De qualquer modo, mais tarde, através de
qualquer software editor de imagens pode-se ampliar qualquer
parte da imagem.

• Os ajustes de foco, velocidade de obturador e abertura de


diafragma, nos modelos mais simples de câmeras digitais, são
totalmente automáticos. Contudo, nas câmeras digitais mais
modernas, pode-se regular não apenas cada um desses itens
individualmente, mas também estabelecer “sensibilidade do
filme”, ou seja, definir se a captura da imagem se dará numa
sensibilidade correspondente a 100, 200, 400 ASA ou até mais,
dependendo da sofisticação do modelo.

• Muitos dos mais modernos modelos de câmeras digitais


também incorporam o recurso de áudio e vídeo, ou seja, é
possível filmar alguns segundos ou minutos (depende da
capacidade de armazenamento em cartão de memória do
equipamento). Também é possível anexar “anotações” de voz
numa imagem.

As câmeras digitais, diferenciando ainda das tradicionais, vem


equipadas com um cabo (geralmente USB) para conexão da câmera à
um computador, para transferência das imagens, mais uma ou mais
baterias recarregáveis de longa duração, um cabo de áudio e vídeo
que pode inclusive ser conectado a uma aparelho de TV ou
videocassete, e o cartão de memória (existem vários tipos que
estudaremos adiante) onde as imagens são armazenadas.

2 FOTOGRAFIA DIGITAL
2.1 PIXEL

As fotografias digitais são compostas de centenas de milhares ou de


milhões de quadrados minúsculos chamados elementos- ou pixels.
Como os pintores impressionistas que pintaram maravilhosas cenas
com apenas pontos pequenos de tinta, o computador e a impressora

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podem usar estes pixels minúsculos para representar uma fotografia.


Para fazer isso, o computador divide a tela ou a página impressa em
uma grade de pixels. Daí, usa os valores armazenados na fotografia
digital para especificar o brilho e a cor de cada pixel nesta grade -
uma forma de "pintar" pelo número. Controlando, ou "endereçando"
esta grade de pixels individuais é chamado "bit mapping" (fazendo o
mapa dos bits), e a imagem digital assim criada é um "bit-map".

Aqui você vê um retrato de


Amelia Earhart feito
inteiramente de bom-bons
Pense de cada bom-bons
como um pixel e fica fácil de
ver como pontos pode dar
forma às imagens.

2.2 TAMANHO DA IMAGEM

A qualidade de uma imagem digital, tanto impressa como


apresentada numa tela, depende em parte no número de pixels
usados para criar a imagem (também conhecido como sua
resolução). Mais pixels adicionam detalhes e nitidez.
Se você ampliar qualquer imagem digital o suficiente, os pixels
começarão a mostrar um o efeito chamado pixelização. Isto não é
diferente da fotografia convencional, onde os grãos de prata no filme
começam a ficar visíveis quando a imagem é ampliada. Quanto mais

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pixels há em uma imagem, mais ela pode ser ampliada antes que
ocorra pixelização.

A foto do rosto aparece normal, mas quando o olho é demasiadamente ampliado,


os pixels aparecem. Cada pixel é um pequeno quadrado composto de uma única
cor.

O tamanho de uma fotografia é especificado em uma de das duas


maneiras- por suas dimensões nos pixels ou pelo número total dos
pixels que ela contem. Neste exemplo, a mesma imagem pode ser
dita ter 1800 x 1600 pixels (por onde "x" é pronunciado "por" como
em "1800 por 1600"), ou para conter 2,88-milhões de pixels (1800
multiplicado por 1600).

Esta imagem digital de uma borboleta Monarch tem 1800 pixels de largura e 1600
pixels de altura. Se diz, 1800x1600.

2.3 COMO FUNCIONA UMA MÁQUINA DIGITAL

As câmaras digitais são muito parecidas com as convencionais. As


duas possuem uma lente, uma abertura, e um obturador. A lente leva
a luz da cena no foco para dentro da câmara, assim expondo uma
imagem. A abertura é um furo que pode ser feito menor ou maior
para controlar a quantidade de luz entrando na câmara. O obturador

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é um dispositivo que pode ser aberto ou fechado para controlar o


tempo que a luz é permitida entrar para gravar a imagem.

A grande diferença entre câmaras


tradicionais e câmaras digitais é como
elas captam a imagem. Em vez de filme,
as câmaras digitais usam um dispositivo
eletrônico chamado o sensor da imagem,
geralmente um dispositivo CCD (Charge
Coupled Device). A superfície de cada
uma destes sensores contém centenas de
milhares ou milhões de diodos
fotossensíveis chamados fotosites,
fotoelementos, ou pixels. Cada Um fotosensor sobreposto
fotoelemento representa um único pixel numa imagem ampliada de
na fotografia que será criada. uma pequena parte dos seus
fotoelementos

Quando você pressiona o botão do obturador de uma câmara digital,


uma fotocélula mede a luz entrando pela lente, e a câmara ajusta a
abertura e velocidade do obturador para obter a exposição correta.
Quando o obturador abre momentaneamente, cada pixel no sensor
da imagem grava a luminosidade da luz que cai nele, acumulando
uma carga elétrica. Quanto mais luz cai no pixel, mais alta a carga
que ele cria. Os pixels que captam a luz de áreas muito iluminadas
terão cargas elevadas. Aqueles capturando luz das sombras terão
cargas baixas.

Quando o obturador se fecha,


a carga de cada pixel é medida
e convertida em um número. A
série dos números pode então
ser usada para reconstruir a
imagem, ajustando a cor e o
brilho dos pixels representados
na tela ou no impresso.

Os pixels em um sensor da imagem podem somente capturar o brilho,


não cor. Eles gravam somente tons de cinza, em 256 tons variados, do
preto até o branco puro. Como a câmara cria uma imagem colorida dos
tons de cinza é interessante.

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2.3.1 O que é cor

Quando a fotografia foi inventada, existia apenas fotografia preto e


branco. A busca para a cor era um processo longo e difícil, e por
muitos anos, a única opção era de pintar, ou “colorir” as fotos.

Um grande avanço veio em 1860, quando James Clerk Maxwell


descobriu que uma foto colorida poderia ser criada usando filtros
vermelho, azul e verde. Ele pediu para que um fotografo fotografasse
uma cena tres vezes, cada uma com outro filtro na lente. Essas três
imagens foram projetadas numa tela, com três projetores
simultaneamente, cada um com um filtro diferente. Casando as
imagens projetadas, se formou uma imagem colorida. Mas de cem
anos mais tarde, os fotosensores de hoje funcionam de maneira
bastante parecida.

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As cores numa imagem fotográfica


geralmente são baseadas nas três cores
primarias: vermelho, verde, e azul
(RGB). Isto é chamado sistema aditivo
da cor, porque quando as três cores são
combinadas ou adicionadas em
quantidades iguais, dão luz branca. O
sistema aditivo RGB é usado sempre
quando a luz é projetada para dar a cor,
como por exemplo no monitor, e até
mesmo nos olhos.

Já que a luz de dia é composta de luz vermelha, verde e azul,


colocando filtros vermelho, verde e azul sobre os pixels individuais no
fotosensor podemos criar imagens coloridas da mesma maneira que
Maxwell fez em 1860. Na configuração Bayer, existem duas vezes
mais filtros verdes que filtros azuis ou vermelhos. Isso é porque o
olho humano é mais sensível a variações em tons verdes.

Filtros coloridos cobrem cada fotoreceptor


no sensor da imagem, assim permitindo
que cada fotoreceptor capta somente a
intensidade de sua respectiva cor. As
microlentes transparentes intensificam a
luz captada, deixando o fotosensor mais
sensível.

Com os filtros coloridos, cada pixel pode registrar apenas a


intensidade da luz da cor que coincide com seu filtro. Por exemplo,
um pixel com um filtro vermelho registra apenas a intensidade de luz
vermelho caindo nele. Para determinar qual cor será gravado naquele
pixel da imagem, um processo chamado “interpolação” é aplicado,
sendo que a intensidade da luz deste pixel é comparado com a
intensidade de luz de cada cor dos pixels adjacentes.

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Ou seja, se o pixel vermelho indica muita


luz, o processo compara seus vizinhos
verdes e azuis. Se eles também mostram
muita luz, pode ser determinado que a luz
naquela região do sensor é branca. Afinal,
oito pixels são analisados para criar a cor
de um. Este processo exige muito
processamento pelo computador interno
da câmara, e por isso tem um momento
de demora entre bater uma foto e poder
bater a próxima. Como a cor é interpolada

Cada vez que você bate uma fotografia, milhões de cálculos são feitos
no espaço de menos de alguns segundos. São estes cálculos que
permitem que a câmara analisa, capta, comprime, filtra, armazena,
transfere e apresenta a imagem. Todos estes cálculos são executados
por um microprocessador na câmara similar a esse em seu
computador.

Todas as câmaras de filme são apenas caixas escuras em que você


pode introduzir qualquer tipo de filme que você quiser, sendo do
tamanho correto. Se o filme que você escolhe deixa suas imagens
muito azuis, o vermelhas, ou o que for para o seu gosto, você pode
usar outro filme. Com câmeras digitais, o "filme" faz parte da câmera,
tanto que comprar uma câmera digital em parte é como selecionar
um filme para usar. Como os filmes, sensores diferentes apresentam
as cores diferentemente, tem variações de "grão", diferentes
sensibilidades à luz, e assim por diante. A única maneira para avaliar
estes aspectos dos fotosensores é de comparar fotos feitas em
diferentes câmaras, ou ler as avaliações feitas por editoras de
confiança, tento de revistas como da internet.

2.3.2 Tipos de fotosensores

Até recentemente, os fotosensores CCD (charge-coupled device)


eram os únicos sensores de imagem usados em câmeras digitais.
Foram bem desenvolvidos devido ao seu uso extensivo em
telescópios astronômicos, scanners e filmadoras. Entretanto, há um
concorrente novo no horizonte, o sensor da imagem CMOS, que
promete se transformar eventualmente no sensor da imagem de
preferência em um grande segmento do mercado. Os sensores CCD e
os de CMOS captam a luz em uma grade de pixels pequenos em suas
superfícies. É como processam a imagem e como são fabricados que
se diferenciam.

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Esta foto mostra alguns dos pixels num sensor de imagem, fotografado com um
microscópio.

Sensor CCD

O charge-coupled device (CCD) ganhou seu nome devido à maneira


que as cargas em seus pixels são lidas após uma exposição. Após a
exposição, as cargas na primeira fileira de pixels é transferida a um
lugar no sensor chamado o "read out". De lá, os sinais são
amplificadas e logo processadas num conversor analógico/digital.
Uma vez que a fileira foi lida, suas cargas na fileira do registro do
readout são excluídas, e a fileira inteira seguinte entra, e todas as
fileiras acima descem uma fileira. As cargas em cada fileira são
"acopladas" àquelas na fileira acima, assim quando uma abaixa, o
seguinte abaixa para encher seu espaço. Nesta maneira, cada fileira
pode ser lida, uma fileira cada vez.

O CCD desloca as
informações de toda
uma fileira de pixels à
fileira abaixo, cada vez
que o registro é lido.

Foto sensores CMOS

Os sensores de imagem são fabricadas em fábricas chamadas


fundições de wafer, onde os dispositivos e os circuitos minúsculos são
gravados em microplaquetas de silicone. O maior problema com
CCDs é que não há demanda suficiente para baratear os custos de
produção. Eles são fabricados nas fundições usando processos
especializados e caros que podem somente ser usados fazer outros

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CCDs. Entrementes, as fundições vizinhas estão usando um processo


diferente chamado semicondutor do óxido de metal de Complementar
(CMOS) para fabricar os milhões de microchips para processadores e
memórias de computador. O CMOS é muito mais comum e o mais
eficiente processo de fabricação de wafers de silicone na terra. Os
processadores mais avançados de CMOS, como o Pentium IV,
contenha mais de 20 milhões de elementos ativos. Usando este
mesmo processo, os custos dos sensores de imagem CMOS são
dramaticamente reduzidos porque os custos fixos da fábrica são
espalhados sobre um maior número de dispositivos. Em conseqüência
destas economias, o custo de fabricar um wafer CMOS é um terço do
custo de fabricar um wafer similar usando o processo especializado
do CCD. Os custos são reduzidos mais ainda porque os sensores
CMOS podem ter seus circuitos processadores criados no mesmo
chip. Quando CCDs são usados, os circuitos processadores precisam
de outro chip. As versões antigas de sensores CMOS tinham muitos
problemas com ruído, e são usado principalmente nas câmeras
baratas. Entretanto, grandes avanços foram feitos nos sensores
CMOS, tanto que hoje sua qualidade é comparável aos CCDs usados
em algumas das melhores câmeras.

Resolução do Sensor

A definição da imagem é uma maneira de expressar o quanto de


nitidez que a câmara oferece. Atualmente, câmaras amadores básica
oferecem dois a três megapixels, apesar de que isso esta sempre se
melhorando. Câmaras melhores oferecem entre 4 e 6 megapixels. As
câmaras profissionais hoje oferecem 10 ou 12 megapixels.
Impressionante, mas nem estas resoluções alcançam a resolução
(estimada) do filme 35mm de uns 20 megapixels, nem os 120
megapixels do olho humano.

Todos os outros fatores sendo iguais, o preço da câmara sobe com a


resolução. Alta resolução cria outros problemas também. Por
exemplo, mais pixels significa arquivos maiores. Arquivos maiores
não são apenas mais difíceis de armazenar, mas também mais
difíceis de manipular, enviar por e-mail, colocar em website, etc.

Resoluções baixas, como 640 x 480 são perfeitas para uso na


Internet, impressões pequenas, ou para incluir em documentos
eletrônicos. Usando imagens de alta resolução nestas aplicações
aumenta o tamanho do arquivo sem proporcionar benefício.

Resoluções de 3 MP ou mais, são melhores para imprimir fotos até o


tamanho 13x18cm, com perfeita qualidade fotográfica.

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Uma câmera com aproximadamente 1MP dará uma foto 13x18 foto-
realística. Porém, até neste tamanho é possível ver a diferença entre
a imagem criada de 1MP e uma de 2-3MP.

2.3.3 Resolução óptica e interpolada

Preste bem atenção à que certos fabricantes chamam de "resolução",


pois existe resolução óptica, ou real, e resolução interpolada. A
definição de resolução óptica de uma câmara ou de um scanner é o
número absoluto de fotoelementos que o sensor de imagem possui.
Para melhorar a definição em alguns, a definição óptica pode ser
aumentada usando software. Este processo, definido interpolação,
adiciona pixels à imagem para aumentar o número total dos pixels.
Para fazer assim, o software avalia aqueles pixels que cercam cada
pixel real para determinar sua cor e intensidade. Por exemplo, se
todos os pixels ao redor do pixel recentemente introduzido forem
vermelhos, o pixel novo será vermelho. O que é importante de se
manter na mente é que a definição interpolada não adiciona nenhuma
informação nova à imagem; ela apenas adiciona pixels, deixando o
arquivo maior. O mesmo efeito pode ser aplicado em um programa
como Photoshop. Fique sempre atento à que o fabricante esta
anunciando. Se a resolução óptica não estiver claramente definida
pelo fabricante, evite este produto.

Ao trabalhar com imagens digitais, você tem sempre um número fixo


dos pixels originais. O número é determinado pelo número de pixels
no sensor da imagem. Para reduzir uma imagem, alguns pixels são
removidos. Para fazer com que uma imagem fique maior, pixels
novos são adicionados. A adição dos pixels novos não adiciona

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nenhuma informação nova à imagem. A imagem à esquerda era


primeiramente "interpolada" a um tamanho menor (abaixo à direita
superior) e logo ampliado novamente com interpolação.

2.3.4 Proporção de Aspecto

Como os negativos de diferentes formatos de filme, os fotosensores


também existem em diferentes proporções, sendo a proporção de
altura por largura. A proporção de um quadrado é 1:1, enquanto o
quadro do fotograma 35mm é 1:1,5, sendo 1,5 vezes mais largo do
que ele é alto. A maioria dos fotosensores caem entre estes
extremos, sendo mais quadrados que o negativo 35mm, mas não tão
quadrado quanto um quadrado. Esta proporção é importante, pois ela
determinará as proporções da fotografia. Quando o fotosensor tem
uma proporção diferente à da mídia em qual a imagem será
impressa, é necessário ou cortar a imagem ou perder parte do papel.
Isso pode ser visualizado tentando enquadrar uma fotografia
quadrado numa folha retangular e as proporções das fotografias que
você cria.

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A proporção de aspecto do fotosensor da imagem determina o


formato das suas cópias. Uma imagem somente encherá
perfeitamente uma folha de papel se ambos tiverem a mesma
proporção de aspecto. Se as proporções forem diferentes, você tem
que escolher entre cortar parte da imagem, ou deixando algum
espaço branco no papel.
Imagem Largura x Altura Proporção de Aspecto

Fotograma 35 mm 36 x 24 mm 1.50

Monitor 1024 x 768 1.33

Câmara Digital 1600 x 1200 1.33

Papel fotográfico 10x15cm 1.50

Papel fotográfico 20x25cm 1.25

Papel fotográfico 15x21 1.40

Folha papel ofício 210 x 297 1.41

TV 2x3 1.5

HDTV 16 x 9 1.80

Para calcular a proporção de aspecto de uma câmera, divida o


número maior em sua definição pelo número menor. Por exemplo, se
um sensor tiver uma definição de 3000 x 2000, divida 3000 por
2000. Neste caso a proporção de aspecto é 1,5, igual ao fotograma
do filme 35mm.

2.3.5 Profundidade de cor

A resolução não é o único fator que dita a qualidade das suas


imagens. De igual importância é a cor. Quando você vê uma cena
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natural ou uma cópia fotográfica colorida bem feita, você pode


distinguir milhões de cores. As imagens digitais podem aproximar
cores realísticas, mas como as cores são apresentadas depende muito
do computador e suas configurações. O número de cores distintas
que uma imagem pode ter á conhecido como a profundidade de cor,
profundidade dos pixels ou profundidade dos bits. Computadores
mais antigos conseguem apresentar apenas 16 ou 256 cores. Os
computadores de hoje podem apresentar cores no padrão de 24 (ou
32) bits chamado "True Color" (cor verdadeira). É chamado Cor
Verdadeira estes sistemas apresentam 16 milhões de cores, similar
ao número de tons que o olho humano consegue distinguir.

DICA: Testando seu Computador


Pode ser necessário ajustar seu sistema para que ele apresente todas
as cores, algo que não acontece automaticamente. Para ver se seu
sistema de Windows suporta True Color, clique no botão direito do
mouse em qualquer área vazia da área de trabalho, e logo clique em
"Propriedades". Logo, clique na aba "Configurações" no menu que
aparece. Em "cores", selecione "True Color".

Por que precisa-se de 24 bits para criar 16 milhão cores? É


matemática simples. Para calcular quantas cores diferentes podem
ser apresentadas, simplesmente leve o número 2 para o expoente do
número de bits usados para gravar a imagem. Por exemplo, 8-bits
lhe dá 256 cores porque 28=256. Estude esta tabela para ver
algumas outras possibilidades.

Número de
Nome Bits por pixel Fórmula
Cores

Preto e Branco 1 21 2

Display do
4 24 16
Windows

Tons de Cinza 8 28 256

256 cores 8 28 256

High color 16 216 65.000

True color 24 224 16 milhões

Algumas câmeras digitais (e scanners) usam 30 ou mais bits por


pixel, e algumas aplicações profissionais requerem profundidade de
36-bits, um nível disponível somente em câmeras digitais
profissionais. Estes bits adicionais não são usados diretamente para
gerar as cores que serão apresentadas. São usadas para melhorar a

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cor da imagem enquanto ela é processada e reduzida para a sua


configuração final de 24-bit.

2.3.6 Sensibilidade

O número ISO (International Organization for Standardization) que


aparece na embalagem do filme especifica a velocidade ou
sensibilidade do filme. Quanto mais alto o número, "mais rápido" ou
mais sensível à luz o filme é. Se você já tem costume de comprar
filme, você já deve conhecer certas velocidades, tais como 100, 200
ou 400. Cada vez que se dobra o número ISO, duplica-se a
sensibilidade do filme.

Os fotosensores da câmara digital também são classificadas usando


números equivalentes ao ISO. Igual ao filme, um fotosensor com um
ISO mais necessita de mais luz para obter uma exposição boa do que
um de ISO mais alto. Para obter mais luz, precisa-se de mais tempo
de exposição, o que pode causar fotos tremidas ou de abertura maior
da lente, reduzindo a profundidade do campo de foco. Por isso, é
melhor ter um fotosensor mais sensível, permitindo captar imagens
em pouca luz. Classificações ISO de fotosensora existem tipicamente
de 100 até 3200.

Algumas câmaras também permitem ajustar o ISO. Em situações de


pouca luz, é possível aumentar a amplificação do sinal gerado pelo
senso. Note que, como o filme, um ISO elevado aumenta o grão e o
"ruído"eletrônico na imagem, deixando-a menos nítida.

Situações de pouca luz


requerem uma lente
rápida e um ISO alto,
ou você precisa usar o
Flash.

2.3.7 Qualidade da imagem

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O tamanho do arquivo de uma imagem depende em parte na


definição da imagem. Quanto mais alta a definição, mais pixels
precisam ser armazenados, causando este aumento. Com propósito
de reduzir o tamanho do arquivo, freqüentemente os arquivos são
salvos em formato JPEG, o qual comprime os dados. Este formato
não apenas comprime as imagens, mas também permite escolher
quanta compressão deve ser aplicada. Isso é prático, pois o quanto
mais a imagem é comprimida, mais sofre sua qualidade. Com menos
compressão você pode imprimir fotos maiores, de melhor qualidade,
mas cabem menos fotos na memória. Mais compressão permite
armazenar muitas fotos perfeitas para enviar por e-mail ou colocar na
Web, mas sua qualidade pode não ser adequada para imprimir uma
ampliação.

Uma imagem com pouca compressão Uma imagem muito comprimida


permanece nítida. mostrará "artefatos" digitais quando
ampliada.

Além de, ou ao invés de usar compressão, algumas câmeras


permitem que você mude a definição como uma maneira de controlar
o tamanho dos arquivos de imagem. Já que cabem mais imagens de
resolução 640x480 numa memória do que imagens 1280x1024,
podem existir momentos em que você prefira salvar em resolução
reduzida para economizar espaço, sacrificando qualidade por
quantidade.

2.3.8 Velocidade entre Exposições

O fotógrafo Henri Cartier-Bresson ficou famoso devido à sua


habilidade de captar "momentos" em suas fotografias, quando ações
aleatórias que aparecem em um único instante permitem criar uma
fotografia cativadora. Sua coordenação era inédita, e ele podia
conseguir os resultados que obteve porque estava sempre pronto,
nunca tendo que ajustar os controles da câmara, assim evitando

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 19 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

oportunidades perdidas. A maioria das câmaras digitais possuem um


sistema automático de exposição que livra o fotografo da
preocupação sobre controles. Entretanto, estas câmeras apresentam
outros problemas que podem dificultar fotografar "momentos". Há
dois atrasos inerentes nas câmeras digitais que afetam sua habilidade
de responder ao comando do disparador. Estes atrasos podem variar
de alguns segundos à metade um do minuto.

- O primeiro é o atraso entre o momento que você pressiona o


disparador, e o momento em que a câmara capta a imagem. Este
atraso, chama-se o refresh rate (taxa de atualização), e ocorre
porque a câmara zera o fotosensor, ajusta o ponto branco, calcula a
exposição e focaliza a imagem. Só apos tudo isso ela pode bater a
foto.
- O segundo atraso ocorre quando a imagem recem-tirada é
processada e armazenada na memória. Dependendo da câmara, isso
pode levar entre menos de um segundo a meio-minuto.

O atraso entre o momento em que


pressione o disparador e o em que a foto
é captada implica que as vezes é preciso
antecipar o momento desejado, ou
perder o momento.

Ambos atrasos afetam a habilidade de se tirar rapidamente uma


seqüencia de fotos. Se este atraso for muito longo, você pode perder
a oportunidade de tirar a foto. Para captar rapidamente uma foto
após a outra, muitas câmaras possuem uma função chamada
contínua, ou seqüencial, permitindo tirar rapidamente uma foto após
a outra enquanto manter o disparador pressionado. Para permitir
isso, essas câmaras incorporam uma memória chamada buffer, que
armazena os dados de várias imagens, permitindo que a câmara as
processe e salve normalmente uma vez que se terminou a seqüencia
(ou o buffer se esgotou). Quantas fotos podem ser tiradas neste
modo depende do tamanho da imagem e do buffer.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 20 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

3 CONTROLES PARA FOTOGRAFAR

Uma grande fotografia começa quando se reconhece uma grande


cena ou motivo. Mas reconhecer uma grande oportunidade não é o
suficiente para fotografá-la; o fotógrafo deve estar preparado. E isso
envolve o conhecimento de sua câmera de modo a fotografar o que
se vê.
• Conceitos de fotografia são os princípios sob os quais está a
câmera que o fotógrafo está utilizando. Incluem coisas tais
como a relação entre nitidez e tempo de exposição e seus
efeitos numa imagem. Entender conceitos responde a qualquer
questão de “por que”, que se pode ter sobre fotografia.

• Procedimentos são aquelas características específicas de um


tipo de câmera, e a explicação, passo a passo, de como utilizar
os controles de uma câmera para capturar uma imagem.
Entender procedimentos dá a resposta às questões de “como”.

Discussões sobre procedimentos que se usa para câmeras específicas


estão integradas aos conceitos, aparecendo quando se aplicam. Esta
visão integrada permite que o fotógrafo entenda primeiro os
conceitos de fotografia e depois veja como procurar no manual de
sua câmera os passos necessários para utilizá-los em qualquer
situação.

Para conseguir fotografias mais interessantes e criativas, o fotógrafo


precisa entender como e quando usar um mínimo de recursos de sua
câmera, como profundidade de campo e controle de exposição.

Assim, estará pronto para manter tudo numa cena com nitidez
absoluta para exibir melhores detalhes, ou deixar meio nebuloso para
dar um ar impressionista à um retrato. Ou tomar closes dramáticos,
congelar ações rápidas, criar maravilhosos panoramas, e capturar a
beleza de arco-íris, pôr-do-sol, queimas de fogos e cenas noturnas.
Não existem regras ou “melhores” modos de fazer fotos. Grandes
fotógrafos aprenderam o que sabem experimentando e tentando
novos modos de fotografar. Câmeras digitais tornam isso muito fácil
porque não existem custos de filmes ou demoras para se ver os
resultados. Cada experiência é livre, e cada fotógrafo poderá registrar
os resultados imediatamente, ou passo a passo.

3.1 CONTROLES DA CÂMERA E CRIATIVIDADE

Câmeras digitais com recursos oferecem controles criativos sobre as


imagens. Elas permitem que se controle a luz e o movimento em

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 21 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

fotografias, bem como o que deve aparecer nítido e o que não deve.
Embora a maioria das câmeras digitais simples sejam totalmente
automáticas, algumas permitem que se faça ajustes que afetarão a
imagem. As melhores câmeras oferecem uma ampla gama de
controles, em alguns casos mais do que se podia encontrar em uma
câmera 35 mm SLR. De qualquer modo, independentemente de quais
controles a câmera oferece, os mesmo princípios básicos estão
presentes. Mesmo que a câmera seja totalmente automática, é
possível controlá-la indiretamente, ou tirar vantagem desses efeitos
para controlar as imagens.

3.2 AUTOMATISMO

Todas as câmeras digitais possuem um modo automático que


determina o foco, a exposição e o balanço de cor (White-balance).
Tudo o que o fotógrafo tem a fazer é apontar a câmera e apertar o
botão do disparo.

• Preparando: Ligue sua câmera e deixe no modo automático.


• Enquadrando a imagem: O visor apresenta a cena que está
para ser fotografada. Para enquadrar melhor, experimente o
zoom da lente, aproximando ou afastando a cena para escolher
a melhor composição.
• Autofoco: a área que estiver no centro da imagem será
utilizada pela câmera como ponto de nitidez principal. O quanto
se pode focar dependerá da câmera que se estiver usando.
• Auto-exposição: a auto-exposição programada pela câmera
mede a luz refletida pela cena e usa a leitura para estabelecer a
melhor exposição possível.
• Autoflash: se a luz estiver muito fraca, o sistema de auto-
exposição irá disparar o flash da câmera para iluminar a cena.
Se o flash será disparado, uma lâmpada de aviso na câmera,
geralmente vermelha, irá piscar quando você pressionar o
disparador metade do caminho.
• Balanço de luz (White balance): O colorido de uma fotografia
será afetado pela cor da iluminação que afeta a cena, assim a
câmera automaticamente ajusta o balanço de cor para fazer os
objetos brancos na cena parecerem brancos na foto.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 22 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

3.3 OBJETIVAS
A objetiva é um conjunto de
lentes que tem a capacidade de
formar, através de leis físicas
específicas, uma imagem nítida de
um determinado assunto num
plano qualquer, em que uma
emulsão disposta neste plano
registrará a luz que entra de
maneira ordenada, formando uma
imagem.

Primeiramente, cabe uma distinção técnica de grande utilidade:


Chamamos de LENTE a um vidro polido com características
específicas capazes de, ao transmitir os raios de luz que por ele
passam, formar uma imagem qualquer sob determinadas condições.
As lentes mais comuns são as Convexas e as Côncavas.

Lente biconvexa e bicôncava

As primeiras refratam a luz para dentro e criam uma imagem


invertida do outro lado dela. As segundas exercem efeito contrário:
são tão divergentes que não podem formar uma imagem na parte
posterior, mas os prolongamentos dos raios tendem a formar a
imagem na parte anterior, isto é, antes da lente.

É necessário que se aproxime


da lente para que se veja o
objeto. Geralmente se
confunde o termo lente
com o termo OBJETIVA, que
é, na verdade, um conjunto
de lentes, e assim deveria ser
chamada a lente fotográfica.
Apesar disso, é comum
chamar vulgarmente uma
objetiva de lente.

Existem diferentes tipos de objetivas, que se diferenciam por diversos


fatores, como construção ótica, luminosidade, e principalmente, seu
ângulo de abrangência, que determina a perspectiva da imagem
projetada, aspectos estes determinados, por sua vez, pela distância
Elaboração: Raimundo Sampaio Página 23 de 70
APOSTILA DE FOTOGRAFIA

focal da objetiva.

3.3.1 Distância focal

Todas as lentes e objetivas têm distância focal, que é definida como:

A DISTÂNCIA ENTRE A LENTE E O PLANO ONDE SE FORMA UMA


IMAGEM NÍTIDA DE UM ASSUNTO COLOCADO NO INFINITO.

Considera-se infinito um ponto muito distante, como por exemplo, o


Sol. Se pegarmos uma lente e a apontarmos para o Sol, poderemos
queimar um papel colocado logo atrás da lente, no ponto em que os
raios do Sol, concentrados ao máximo, o queimem. Basta então
medir a espaço que separa o papel da lente para encontrar a
distância focal desta.

Numa lente simples, mede-se a distância focal a partir do centro da


lente. Numa objetiva, a medição leva em conta fatores mais
complexos, embora o princípio seja o mesmo.

Quase todas as objetivas, mesmo as mais baratas, trazem gravadas


em seu aro externo a distância focal, que poderá estar expressa em
milímetros, centímetros ou polegadas, sendo antecedida pela
notação f= ou F=: , que poderá estar ausente em alguns casos.
Ex.: f = 50mm ou F = 50mm ou 50mm simplesmente.
Sabendo-se a distância focal de uma determinada objetiva e o
tipo de filme para o qual se destina, saberemos se é uma
objetiva normal, grande-angular ou teleobjetiva.

Esta classificação diz respeito ao ângulo de abrangência da objetiva,


ou, em outras palavras, quanto de imagem ela capta em relação à
Elaboração: Raimundo Sampaio Página 24 de 70
APOSTILA DE FOTOGRAFIA

objetiva normal, que é a de perspectiva mais próxima ao olho


humano. O fator que determina este ângulo de abrangência é a
medida da DIAGONAL do formato para o qual ela foi desenhada.

Por exemplo, se temos uma objetiva cuja distância focal é admitida


pelo fabricante como 50mm, dependendo da diagonal do fotograma,
ou seja, o formato do negativo, é que saberemos se ela é grande
angular, normal ou tele. No formato mais comum, que é o de 35mm
(tomar cuidado com a medida em mm, que pode tanto se referir à
distância focal como ao formato do negativo), a diagonal tem uma
medida de 43 milímetros. Portanto, uma lente normal para o formato
35 mm seria a de 43 mm, mas todas as fábricas têm tendência a
adotar a lente de 50 mm como normal para esse formato, que
acabou sendo consagrada pelo uso.

Já com formato 6x6 cm, a lente normal é de 75 ou 80 mm, pois a


diagonal deste é maior e, portanto, a mesma lente 50mm neste
formato seria uma grande-angular. Podemos ver, pelo gráfico abaixo,
que diversos formatos apresentam diferentes diagonais.

FORMATO OBJETIVAS
DIAGONAL CAMPO
FILME DO NORMAIS
(mm) ABRANGIDO
NEGATIVO (mm)
110 13x17mm 21,4 20 53
126 27x27mm 38,2 35 53
135 24x36mm 43 50 45
120 45x60mm 75 75 53
120 60x60mm 85 80 57
120 56x72mm 90 85 55
120 60x90mm 111 105 53
FOLHA 4x5 pol 160 150 53
FOLHA 5x7 pol 222 210 55
FOLHA 8x10 pol 320 300 57

Considerando-se, portanto, um determinado formato, as objetivas


com distâncias focais MAIORES que a normal são consideradas
teleobjetivas ou telefotos, e as MENORES que a normal são chamadas
grande-angulares. Quanto mais teleobjetiva, mais reduzido o campo
abrangido, e quanto mais grande-angular, mais amplo o campo.

Vemos, portanto, que a distância focal determina o ângulo de


abrangência de todas as objetivas, justamente porque este ângulo
varia conforme a área de projeção da imagem formada.

Em outras palavras, objetivas de distância focal longa (maior que a


normal, as teleobjetivas) ampliam a projeção da imagem, mas a área
de captação, que é o fotograma, continua do mesmo tamanho, dando

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 25 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

a impressão de uma aproximação. Do outro lado, objetivas de


distância focal curta (menor que a normal, as grande-angulares),
projetam imagens de menor proporção, por estarem mais próximas
do plano em que a imagem irá se formar, dando a impressão que
afastam o assunto. Mas em termos técnicos, o que a objetiva está
fazendo é AMPLIANDO ou REDUZINDO a projeção da imagem.
Assim, uma objetiva de distância focal 80mm, é normal para o
formato 120 (6x6), teleobjetiva para o formato 135 e grande-angular
para o formato 4x5pol.

Temos, portanto, a seguinte subdivisão:

TAMANHO IMPLICAÇÃO
MAIOR QUE A DIAGONAL DO
TELEOBJETIVA
FOTOGRAMA
DISTÂNCIA
FOCAL IGUAL À DIAGONAL DO
NORMAL
FOTOGRAMA
MENOR QUE A DIAGONAL DO
GRANDE ANGULAR
FOTOGRAMA

A) Objetiva normal

Produz uma imagem com perspectiva que se aproxima da visão


normal, em que a proporção dos assuntos enquadrados não sofre
ampliação nem redução perceptível.

B) Objetiva Grande-angular
Este tipo inclui mais da cena do que uma normal. Isto a faz útil para
fotografias de panoramas e interiores. As grande-angulares mais
populares para máquinas 35 mm são as de 28 e 35 mm de distância
focal. Grande-angulares com distâncias focais mais curtas, como 18,
20, 21 ou 24mm (sempre para máquinas de filme no formato 135 ou
35mm) exigem maiores cuidados, pois leves desnivelamentos da
câmara provocam efeitos desproporcionados de perspectiva.

As objetivas chamadas "olho-de-peixe" na verdade são grande-


angulares ao extremo (11mm, 15mm). Existem as que cobrem todo o
negativo, isto é, sua imagem toma todo o fotograma, e outras que
fornecem uma imagem circular do assunto, bem no centro do
negativos. São objetivas que, pela sua natureza, pouco se usa, pois,
além de muito caras, dão sempre o mesmo tipo de imagem
distorcida. Geralmente vêm com filtros embutidos no próprio corpo.
São usadas para efeitos dramáticos e criativos.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 26 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

C) Teleobjetivas
Essas lentes enquadram um campo mais estreito que uma lente
normal. Em geral, ampliam de 2 a 4 vezes o assunto com relação à
lente normal. Por causa desta propriedade, essas lentes são usadas
para fotografar assuntos de aproximação difícil. Objetivas telefoto de
85 a 135 mm são muito usadas para retratos, pela perspectiva
agradável do rosto que conseguem, e, se usadas com aberturas
grandes, em volta de f/4, desfocam o fundo, dando realce à pessoa.

D) Objetivas ZOOM
As objetivas zoom nada mais são que objetivas cuja distância focal é
variável, e trazem sempre gravadas as distâncias focais mínima e
máxima para cada modelo. Assim, por exemplo, podemos ter 70-
210mm, 28-90mm, e assim por diante. Algumas Zoom de última
geração podem ser focalizadas a curtas distâncias, possibilitando
tomadas de objetos pequenos; é a chamada posição macro, na qual
pode-se chegar bem perto do assunto sem auxílio de acessórios.
Devido à versatilidade e conveniência, as objetivas zoom são talvez
as mais populares de todas. Como uma zoom tem uma distância focal
variável de maneira contínua, ela pode substituir todas as lentes fixas
compreendidas dentro de suas distâncias focais máxima e mínima.

3.4 FOCALIZAÇÃO
O que é foco automático?
O foco automático (AF) realmente pode ser chamado de foco
potente, já que freqüentemente usa um computador para acionar um
motor em miniatura que focaliza as lentes para você. Focalização é o
movimento que as lentes fazem para dentro e para fora até que uma
imagem mais precisa do objeto a ser fotografado seja projetada no
filme. Dependendo da distância que o objeto a ser fotografado esteja
da câmera, as lentes devem estar a uma certa distância, para formar
uma imagem nítida.

Na maioria das câmeras modernas, o foco automático é um dos


diversos recursos automáticos que trabalham juntos para tornar o ato
de fotografar o mais fácil possível. Estas características incluem:
Elaboração: Raimundo Sampaio Página 27 de 70
APOSTILA DE FOTOGRAFIA

• flash automático
• exposição automática

Existem dois tipos de sistemas de foco automático: ativo e passivo.


Algumas câmeras talvez possuam uma combinação dos dois tipos,
dependendo do preço da câmera. Em geral, as mais baratas usam um
sistema ativo, enquanto que câmeras mais caras com lentes
intercambiáveis (lentes de reflex simples) SLR usam o sistema
passivo.

Foco automático ativo


Em 1986, a Polaroid Corporation usou uma forma de ajuste de
navegação sonora (SONAR), como em um submarino. A câmera
Polaroid usou um emissor de freqüência ultra-alta de som e então
ouviu o eco. A Polaroid Spectra e depois os modelos SX-70
calculavam o tempo para refletir uma onda de som ultra-sônico para
alcançar a câmera e então ajustar a posição das lentes
conseqüentemente. Este uso dos sons tem suas limitações - por
exemplo, se você tentar tirar uma foto de dentro de um ônibus de
excursão com as janelas fechadas, as ondas de som irão ricochetear
na janela em vez do objeto a ser fotografado, então irá focalizar as
lentes incorretamente.
Este sistema Polaroid é um clássico sistema ativo. Ele é chamado de
"ativo" porque a câmera emite algo (neste caso, ondas sonoras) para
detectar a distância do objeto a ser fotografado pela câmera.

O foco automático ativo das câmeras de hoje usam um sinal


infravermelho em vez de ondas sonoras, e é ótimo para objetos a
serem fotografados a uma distância de aproximadamente 6 metros
da câmera. Os sistemas de infravermelho usam uma variedade de
técnicas para determinar a distância. Sistemas podem usar:

• triangulação
• soma de luz infravermelha refletida do objeto a ser
fotografado
• tempo

Por exemplo, esta patente (em inglês) descreve um sistema que


reflete um pulso infravermelho de luz do objeto a ser fotografado e
examina a intensidade da luz refletida para calcular a distância. O
infravermelho é ativo porque o sistema de foco automático está
sempre enviando energia de luz infravermelha invisível em pulsos
quando o foco é formado.

Não é difícil imaginar um sistema em que a câmera envia pulsos de


luz infravermelha exatamente como a câmera Polaroid envia os

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 28 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

pulsos de som. O objeto a ser fotografado reflete uma luz


infravermelha invisível novamente para a câmera, e
o microprocessador da câmera calcula a diferença entre o tempo de
navegação dos pulsos de luz infravermelha que são enviados, e o
destino dos pulsos infravermelhos que são recebidos. Usando esta
diferença, o circuito do microprocessador informa ao foco como
mover as lentes e o quanto mover. Este processo de foco se repete
várias vezes enquanto o usuário da câmera aperta o botão do
obturador metade do percurso. A única diferença entre este sistema e
o sistema de ultra-som é a velocidade do pulso. As ondas de ultra-
som se movem a centenas de quilômetros por hora, enquanto as
ondas de infravermelho se movem a milhares de quilômetros por
segundo.

Pode haver problemas com a absorção de infravermelho, por


exemplo:
• uma fonte de luz infravermelha de uma chama acesa (velas
de bolo de aniversário, por exemplo) podem confundir o
sensor de infravermelho;
• um objeto de superfície preta ao ser fotografado, pode
absorver o feixe de radiação infravermelha;
• a radiação infravermelha pode ricochetear em algo em frente
ao objeto a ser fotografado mais do que pelo próprio objeto.

Uma vantagem de um sistema de foco automático ativo é que


funciona no escuro, tornando as fotografias com flash mais fáceis.
Em qualquer câmera, usando um sistema infravermelho, você pode
ver o emissor de infravermelho e o receptor na frente da câmera,
geralmente perto do visor.

Para usar efetivamente a focalização infravermelha, tenha certeza de


que o emissor e o sensor tenham caminho sem obstáculos para o
objeto a ser fotografado. Se o objeto não estiver exatamente no
centro, a radiação pode passar direto pelo objeto a ser fotografado e
ricochetear em um objeto indesejado à distância, então tenha certeza
de que o objeto está centralizado. Objetos muito claros ou muito
iluminados podem impedir que a câmera "veja" a radiação
infravermelha refletida - evite estes objetos quando for possível.

Autofoco passivo
Geralmente, o foco automático passivo, é encontrado em câmeras de
foco automático de lentes reflex simples (SLR), e determina a
distância do objeto a ser fotografado por análise computadorizada da
imagem. A câmera realmente olha para a cena e conduz as lentes
para frente e para trás para melhorar o foco.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 29 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

Um típico sensor de foco automático é um dispositivo acoplado por


carga(CCD) que fornece a entrada dos algoritmos que calculam o
contraste dos reais elementos da foto. Geralmente, o CCD é uma
faixa única de 100 ou 200 pixels. A luz da cena atinge esta faixa e o
microprocessador vê os valores de cada pixel. As imagens seguintes
irão ajudar a entender o que a câmera vê:

Cena fora de foco

Faixa de pixel fora de foco

Cena em foco

Faixa de pixel em foco

O microprocessador da câmera examina a faixa de pixels e vê a


diferença de intensidade entre os pixels adjacentes. Se a cena estiver
fora de foco, os pixels adjacentes têm intensidades muito similares. O
microprocessador move as lentes, procurando os pixels CCD

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 30 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

novamente, e vê se a diferença de intensidade entre os pixels


adjacentes melhorou ou piorou. O microprocessador procura então
por um ponto onde haja diferença máxima de intensidade entre os
pixels adjacentes - este é o ponto do melhor foco. Veja a diferença
nos pixels nas duas caixas vermelhas acima: na caixa superior, a
diferença de intensidade entre os pixels adjacentes é muito leve,
enquanto que na caixa inferior é muito grande. Isto é o que o
microprocessador procura para levar as lentes para frente e para
trás.

O foco automático passivo deve ter claridade e contraste de imagem


para fazer este trabalho. A imagem deve possuir algum detalhe que
forneça o contraste. Se você tentar fotografar uma parede branca ou
um grande objeto de cor uniforme, a câmera não pode comparar
pixels adjacentes e não consegue focalizar.

Não existe limitação de distância ao objeto a ser fotografado com


foco automático passivo, como existe com os raios infravermelhos de
um sistema de foco automático ativo. O foco automático passivo
também funciona bem através de uma janela, desde que o sistema
"veja" o objeto a ser fotografado através da janela assim como você
faz.
Normalmente, o sistema de foco automático passivo reage
aos detalhes verticais. Quando você segura a câmera na posição
horizontal, o sistema de foco automático passivo terá dificuldade em
mirar para o horizonte, mas não terá problemas em focalizar o
mastro de uma bandeira ou qualquer outro objeto vertical. Se você
estiver segurando a câmera no modo horizontal comum, focalize no
limite vertical da face. Se você estiver segurando a câmera no modo
vertical, focalize em um detalhe horizontal.

Recentemente, os projetos de câmeras mais caras têm combinações


de sensores verticais e horizontais para resolver este problema.
Porém ainda é trabalho do usuário da câmera evitar que seus
sensores fiquem confusos em objetos de cores uniformes.

Você pode ver o tamanho da área que os sensores de foco


automático de sua câmera podem abarcar, olhando através do visor
para uma pequena figura ou um interruptor em uma parede branca.
Mova a câmera para a esquerda e para a direita e veja em que ponto
o sistema de foco automático se torna confuso.

Qual sistema de foco automático minha câmera possui?


Veja os tipos de câmera que você tem:

• se for uma câmera barata ou descartável, esta é certamente


uma câmera de foco fixo sem qualquer tipo de sistema de
focalização. Este tipo de câmera tem seu foco fixo de fábrica,
Elaboração: Raimundo Sampaio Página 31 de 70
APOSTILA DE FOTOGRAFIA

e normalmente funciona melhor se o objeto a ser fotografado


estiver a uma distância de cerca de 2 metros. O mais próximo
que você pode chegar do objeto a ser fotografado com uma
câmera de foco fixo é 1 metro. Quando você olha através de
uma câmera de foco fixo, normalmente não vê os colchetes
quadrados ou círculos encontrados em câmeras de foco
automático. Entretanto, talvez você veja um indicador de
"flash pronto";
• câmeras fotográficas SLR com lentes intercambiáveis
normalmente usam o sistema de foco automático passivo;
• normalmente, câmeras sem lentes intercambiáveis usam
infravermelho ativo, e você pode ver o emissor e o sensor na
frente da câmera.

Aqui está um teste rápido para dizer qual sistema de foco automático
está em uso em sua câmera (algumas câmeras talvez tenham os dois
sistemas):
• vá para fora e aponte o visor para uma área do céu sem
nuvens, cabos de energia ou árvores. Pressione o botão do
obturador até a metade;
• se você vir uma indicação de "foco ok", este é um sistema de
foco automático ativo;
• se você tiver uma indicação de "foco não ok", este é um
sistema de foco automático passivo. O CCD não consegue
encontrar nenhum contraste no céu azul, então ele desiste.

O foco automático é sempre preciso e rápido?

É realmente possível que uma pessoa use a câmera para determinar


se o objeto a ser fotografado está em foco. A câmera somente te
ajuda a tomar esta decisão. As duas causas principais de fotos
borradas tiradas por câmeras de foco automático são:

• focalizar por engano o fundo


• mover a câmera enquanto pressiona o botão do obturador

Seu olho possui um rápido foco automático. Faça esta experiência


simples: segure sua mão para cima, perto de sua face e focalize-a, e
então rapidamente olhe para algo acima de sua mão à distância. O
item à distância estará claro e a sua mão já não estará tão clara.
Olhe novamente para a sua mão. Ficará claro, enquanto no canto do
seu olho o mesmo item distante não parece claro. Sua câmera não é
tão rápida nem tão precisa, de forma que muitas vezes você precisa
ajudá-la.

Trava de foco: a chave para ótimas fotos com foco automático

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 32 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

Freqüentemente, o usuário da câmera pode enganar o sistema de


foco automático. Uma pose de duas pessoas centralizadas na imagem
pode não ficar clara se a área de foco (a área entre os dois colchetes
quadrados) está no meio das duas pessoas. Por quê? Normalmente, o
sistema de foco automático da câmera focaliza a paisagem ao fundo,
que é o que se "vê" entre as duas pessoas.

A solução é mover seus objetos a serem fotografados para fora do


centro e usar o foco fechado característico de sua câmera.
Normalmente, o foco fechado funciona pressionando-se o botão do
obturador e segurando até que você componha a foto. Os passos são:
• ajustar a foto de forma que o objeto a ser fotografado esteja
no terço a esquerda ou no terço a direita da foto, isto
contribui para fotos satisfatórias. Você voltará para esta
posição.

• mova a câmera para a direita ou para a esquerda de modo


que os colchetes quadrados no centro fiquem sobre o objeto
real a ser fotografado.

• pressione e segure o botão do obturador na metade de modo


que a câmera focalize o objeto a ser fotografado. Mantenha
seu dedo no botão.

• mova levemente sua câmera para onde você ajustou sua foto
no passo 1. Pressione (aperte) o botão do obturador até o fim.
Talvez isto implique em algum treino para sair direito, mas o
resultado será ótimo.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 33 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

Você também pode usar o procedimento acima na direção vertical,


quando for fotografar montanhas ou litoral como fundo.

Quando devo usar o foco manual?


Anéis de foco manual ainda são encontrados em muitas câmeras
SLR. Quando fotografamos um animal atrás das grades em um
zoológico, a câmera de foco automático focaliza as barras da jaula ao
invés do animal. Na maioria das câmeras de foco automático, usa-se
foco manual quando:
• você tem uma lente de zoom em uma câmera de foco
automático ativo e o objeto a ser fotografado está a mais de 7
metros de distância;
• você tem uma câmera de foco automático passivo e o objeto
a ser fotografado é pequeno ou sem detalhes, como uma
camisa branca sem gravata;
• você tem uma câmera de foco automático passivo e o objeto
a ser fotografado não é bem iluminado ou é muito claro e está
a mais de 7 metros de distância.

3.5 DIAFRAGMA E OBTURADOR (ABERTURA E EXPOSIÇÃO)

Os olhos se ajustam com muita rapidez às mudanças ocorridas na


intensidade de luz, e só quando essa transição é radical (por
exemplo, quando saímos do laboratório de óptica em dia ensolarado)
evidencia-se a ampla gama de densidades comumente encontrada
por nossos olhos.

Na verdade o olho humano possui uma abertura automática - a íris, e


esta se abre ou fecha-se, a fim de exercer o máximo de controle
possível sobre a luminosidade que chega até a retina.

De modo análogo, para registrar uma boa imagem, um determinado


filme fotográfico exige uma quantidade bastante exata de luz, e salvo
exista algum dispositivo destinado a diminuir ou aumentar a

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 34 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

luminosidade, a câmara só poderá tirar fotos aceitáveis se a própria


luz permanecer inalterada .

Analogia entre o olho humano e máquina fotográfica

A quantidade de luz que atinge o filme/sensor é afetada por diversos


fatores - em especial, a duração da exposição e o diâmetro da
abertura.

A fim de assegurar uma exposição correta para a foto, deve existir


uma relação entre ambas, não obstante, o controle das variáveis é
bastante simples: a exposição é ajustada através de mudanças na
velocidade do obturador e no tamanho da abertura do diafragma, que
é calibrada em números "f".

3.5.1 Diafragma

A abertura do diafragma, um série de placas sobrepostas formando


uma espécie de anel, ajusta o tamanho da abertura das lentes
através da qual passará a luz para atingir o sensor. Conforme isso
muda de tamanho, afeta tanto a exposição da imagem como a
profundidade de campo (o espaço dimensional no qual tudo ficará em
foco).

Os números "f", em geral obedecem a uma sequência padrão : 1.2 -


1.4 - 2 - 2.8 - 4 - 5.6 - 8 - 11 - 16 - 22 , e assim por diante. A
passagem de um número f para outro constitui um "ponto" e indica
que a luminosidade foi duplicada ou reduzida a metade.

Exemplificando: a combinação de uma exposição de 1/60 s com


abertura f 8 resulta em uma exposição idêntica a de 1/30 s com
abertura f 11 (dobro do tempo, metade da abertura). A escolha de
um ou outro parâmetro como preferencial é o que vai determinar o
sucesso ou não da fotografia. Por exemplo, para se fazer uma foto de
objeto em movimento não podemos trabalhar com tempos de
exposição grandes (1/30, 1/60s) devemos trabalhar com tempos da

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APOSTILA DE FOTOGRAFIA

ordem de 1/500 até 1/4000s se houver luz suficiente e uma grande


abertura ( f ).

Na realidade o número f é aproximadamente o diâmetro da abertura


do diafragma pelo qual é dividida a distância focal da lente, ou seja,
quando a lente é focalizada num objeto a uma distância grande, ela
fica posicionada a uma distância do filme igual a sua distância focal.
Assim, a luz transmitida pela lente deve percorrer a distância focal.
Apesar de "estranhos" existe uma razão muito lógica para a série de
números "f": Quanto maior for o percurso da luz, tanto mais ela se
espalhará, quanto maior for a sua difusão, tanto menor será sua
intensidade em uma determinada área. Há uma lei física que explica
isto: "A intensidade da luz sobre determinada área é inversamente
proporcional ao quadrado da distância da fonte da luz"; Assim se a
distância da fonte de luz for dobrada, a intensidade da luz que se
projeta sobre determinada área fica reduzida a metade.

número f = distância focal / diâmetro da abertura


Diz-se que uma lente de 50mm ajustada para um diâmetro de
12,5mm, é regulada a f4 (50/4).
Uma lente de 100mm regulada a f4 tem uma abertura de 25mm,
uma aritmética mais simples torna evidente que uma abertura de
25mm admite 4 vezes mais luz que uma abertura de 12,5mm. Mas
neste caso a luz deve percorrer 100mm, o dobro de uma lente de
50mm.

Relação entre os índices-f


Com um pouco de observação podemos notar que a progressão 1.0 -
1.4 - 2.0 - 2.8 - 4.0 - 5.6 - 8.0 - 11.0 - 16.0 - 22.0 - etc é o número
anterior multiplicado pela raiz quadrada de dois com um
arredondamento, já que para reduzir a área de um círculo pela
metade é só dividir o seu diâmetro pela raiz quadrada de dois. Assim
se você desejar proporcionar um número f pelo qual será dividida a
distância focal, de modo a dar uma abertura que seja a metade da
anterior, deverá multiplicar esse primeiro índice-f pela raiz quadrada
de dois.

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3.5.2 Profundidade de campo (PC)

A mais importante função do anel de aberturas é o aumento ou


diminuição da profundidade de campo, ou melhor, a distância em que
os elementos da foto ainda estão nítidos.

A profundidade de campo é gama de distâncias em torno do plano


focal na qual há nitidez aceitável. A profundidade de campo depende
dos tipos de câmeras, aberturas e distância, apesar de também ser
influenciada pelo tamanho da impressão e pela distância de
visualização da imagem.

A profundidade de campo não muda em nenhuma região da imagem


de modo abrupto, ou seja, em nenhum ponto observa-se transição de
nitidez total para desfoque, sempre ocorre uma transição gradual. Na
verdade, tudo imediatamente em frente ou atrás do plano de foco já
começa a perder nitidez -- mesmo que não percebamos com nossos
olhos ou pela resolução da câmera.

Círculo de confusão

Já que não existe um ponto crítico de transição, um termo mais


rigoroso chamado de 'círculo de confusão' é usado para definir quanto

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 37 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

um ponto precisa estar borrado para ser visto como desfocado. A


região onde o círculo de confusão se torna perceptível está fora da
profundidade de campo e então não é mais 'aceitavelmente nítida',
isto é, está fora de foco. O círculo de confusão acima teve o tamanho
exagerado para ficar mais claro; na realidade ele teria um tamanho
equivalente a uma pequena fração da área do sensor da câmera.

Quando que um círculo de confusão se torna perceptível aos nossos


olhos? Um círculo de confusão aceitavelmente nítido é definido de
uma maneira não muito rigorosa como um que não é percebido se
observado a uma distância de 30 cm e numa impressão padrão de
20x25mm.

Há um círculo de confusão máximo diferente para cada tamanho de


impressão e distância de visualização da mesma. No exemplo anterior
com os pontos borrados, o círculo de confusão é, na realidade, menor
que a resolução da sua tela para os dois pontos mais próximos ao
ponto de foco, e por isso eles são considerados dentro da
profundidade de campo. Isso significa que a profundidade de campo
pode ser baseada em onde o círculo de confusão se torna menor que
o tamanho de um pixel do sensor da sua câmera digital.

Note que a profundidade de campo só determina um valor máximo


para o círculo de confusão, e não descreve o que acontece em
regiões quando elas estão fora de foco. Essas regiões são chamadas
de 'bokeh' (do japonês, pronuncia-se 'bou'-'quei'). Duas imagens com
profundidade de campo idênticas podem ter bokeh muito diferentes
uma da outra, já que isso depende da forma do diafragma da lente.
Na realidade, o círculo de confusão não é um círculo, mas
normalmente pode ser aproximado por um já que é pequeno próximo
ao ponto de foco. Quando ele se torna grande, a maioria das lentes
geram uma forma poligonal com algo entre 5 a 8 lados.

As regiões imediatamente adiante e atrás do foco são ainda bastante


nítidas para serem consideradas desfocadas. Diz-se que há pouca
profundidade de campo quando logo após e pouco antes do ponto
focalizado, a imagem já se apresenta sem nitidez.

Os fatores que regulam a profundidade de campo (PC) são:


a) Diafragma - Quanto mais fechado, maior a distância registrada na
foto em foco.
b) Distância focal da objetiva - Quanto maior a distância focal, menor
a profundidade de foco.

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c) Distância do objeto focalizado - Quanto mais no infinito, maior a


profundidade de campo. A focalização em ponto mais próximo da
câmara resulta em profundidade de campo reduzida.

Explorando a abertura
Ao contrário do que normalmente se imagina, uma boa foto não
depende apenas do equipamento, mas também e principalmente do
fotógrafo, que deve conhecer a técnica e dela conseguir o máximo
para transmitir em uma imagem de duas dimensões, sem cheiro, sem
som, e sem movimento a mesma sensação de quem estivesse ao
vivo na situação ali representada.

Dependendo do tipo de foto, o que se quer mostrar ou esconder, será


a abertura escolhida, e o tempo de exposição, dependendo
obviamente do tipo de iluminação, sua intensidade e ainda do filme
que está sendo usado.

3.5.3 Obturador

A função principal do obturador é bastante simples: Enquanto está


fechado, o sensor não é exposto a luz, porém quando se aciona o
propulsor, ele se abre (durante uma fração de segundo) permitindo
que a luz atinja o sensor, registrando nele a imagem, e em seguida
fecha novamente.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 39 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

Quanto mais tempo o obturador


permanecer aberto mais luz irá
sensibilizar o sensor. Se o
modelo fizer algum movimento,
este também será registrado
borrando o negativo, fato este
que pode até ser interessante se
a foto quiser transmitir a
sensação de movimento.

Velocidades baixas de exposição do obturador deixam luz atingir o


sensor da imagem por mais tempo, permitindo uma foto mais
brilhante. Velocidades mais rápidas permitem menos tempo de luz, e
assim a foto resulta mais escura.

Entender a velocidade do obturador é vital quando se pretende que


um objeto apareça nítido ou tremido na fotografia. Quanto mais
tempo o obturador ficar aberto, mais tremido ficará o objeto na
imagem (tanto em função de movimentos do objeto como por
qualquer tremor do fotógrafo).

Apesar das câmeras digitais poderem selecionar qualquer fração de


segundo para uma exposição, há uma série de ajustes que tem sido
tradicionalmente utilizados quando se usa uma câmera manualmente
(que não podem ser feitas em algumas câmeras digitais simples). A
velocidade tradicional de disparo (listada a seguir das velocidades
mais rápidas às mais lentas), incluem 1/1000, 1/500, 1/250, 1/125,
1/60, 1/30, 1/15, 1/8, 1/4, 1/2, e 1 segundo (em câmeras mais
sofisticadas podem chegar a 1/35.000 num extremo e no outro ficar
o obturador aberto pelo tempo que o fotógrafo quiser).

Fotógrafos tornaram-se
famosos por capturar sempre “o
momento certo” quando ações
acontecem e apenas um único
momento a torna interessante.
Para isso precisavam estar
sempre pronto. Nunca se
atrapalhar com controles e
oportunidades perdidas. A
grande maioria das câmeras
digitais tem um sistema de
disparo automático que deixa o
fotógrafo livre de preocupações,
mas por outro lado essas
câmeras têm problemas que
Elaboração: Raimundo Sampaio Página 40 de 70
APOSTILA DE FOTOGRAFIA

torna os momentos decisivos


mais difíceis de serem obtidos.

Nas câmeras digitais mais simples, amadoras, acontece uma demora


entre o momento de pressionar o disparador e a tomada da foto. Isso
porque, no primeiro momento em que se pressiona o botão, a câmera
rapidamente realiza um certo número de tarefas. Primeiro limpa o
CCD, depois corrige o balanço de cor, mede a distância e estabelece a
abertura do diafragma, e finalmente dispara o flash (se necessário) e
tira a foto. Todos esses passos tomam tempo e a ação pode ter já
ocorrido quando finalmente a foto é feita. Assim, fotografia de ação
com uma câmera digital amadora (esportes, por exemplo), é
praticamente impossível. Somente as chamadas câmeras avançadas,
ou semi-profissionais, mais as SLR Digitais Pro, têm capacidade de
fazer fotos em sequências rápidas inferiores a um segundo.

Depois ocorre um longo intervalo entre a foto tirada e a


disponibilidade da câmera para uma nova foto porque a imagem
capturada primeiro precisa ser armazenada na memória da câmera.
Como a imagem precisa ser processada, uma certa quantidade de
procedimentos são requeridos, e isso pode tomar alguns segundos
(que parecerão uma eternidade para um fotógrafo que precisa
fotografar uma ação rápida, já que não poderá ser feita outra foto
enquanto isso tudo não for processado).

Mesmo nas câmeras SLR digitais, com mais recursos, pode ocorrer
uma limitação na quantidade de fotos que se tira em sequência, em
função do tempo que a câmera necessita para gravar a imagem num
cartão de memória (o que pode depender da velocidade de gravação
e leitura do próprio cartão). Por exemplo, uma câmera digital pode
fazer fotos numa velocidade de 3 tomadas por segundo, mas até um
máximo de 8 imagens.

Obturadores das câmeras digitais


Quando um obturador se abre, ao invés de expor um filme, na
câmera digital ele coleta luz no sensor de imagem – um dispositivo
eletrônico de estado sólido. Como se viu anteriormente, o sensor de
imagem contém uma grade de pequenas fotocélulas. Conforme a
lente foca a cena no sensor, algumas fotocélulas gravam as luzes
mais fortes, outras as sombras, enquanto terceiras os níveis de luzes
intermediárias.

Cada célula converte então a luz que cai sobre ela numa carga
elétrica. Quanto mais brilhante a luz, mais alta a carga. Quando o
obturador fecha e a exposição está completa, o sensor recorda o

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APOSTILA DE FOTOGRAFIA

padrão gravado. Os vários níveis de carga são então convertidos para


números binários que podem ser usados para recriar a imagem.
Uma vez que o sensor tenha capturado a imagem, esta precisa ser
convertida, ou seja, digitalizada, e depois armazenada. A imagem
armazenada no sensor não é lida de uma vez, mas em partes
separadas. Existem dois modos de se fazer isso – usando
escaneamento interlaçado (interlaced) ou progressivo. Num sensor
de escaneamento interlaçado, a imagem é inicialmente processada
por linhas ímpares, depois por linhas pares. Este tipo de sensor é
freqüentemente utilizado em câmeras de vídeo porque a transmissão
de TV é interlaçada. Num escaneamento progressivo, as colunas são
processadas uma após outra em seqüência.

3.5.4 Usando velocidade de obturador e abertura de diafragma


ao mesmo tempo

Como tanto a velocidade do obturador como a abertura do diafragma


afetam a exposição (a quantidade total de luz que atinge o sensor da
imagem), assim se pode controlar se a foto será mais clara ou
escura, mais nítida ou menos nítida, e assim por diante. A velocidade
do obturador controla o tempo que o sensor da imagem será exposto
à luz e a abertura controla a quantidade de luz que entrará para
compor a imagem. O fotógrafo, ou o sistema automático da câmera,
pode casar uma velocidade de obturador curta (para deixar entrar luz
num período curto) com uma abertura grande (para deixar entrar
mais quantidade de luz); ou uma velocidade de obturador longa (para
deixar entrar luz por um período maior) e uma abertura pequena
(para deixar entrar menos luz). Em termos técnicos, não faz
diferença a combinação usada. Contudo, os resultados não serão os
mesmos, daí a magia de se controlar manualmente a câmera, ao
invés de deixar ao sistema automático. É controlando de forma
criativa essa combinação que se pode obter grandes fotografias.

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APOSTILA DE FOTOGRAFIA

O objeto sempre se move, ou pelo menos a câmera poderá ser mover


num curto espaço de tempo. Também a profundidade de campo será
afetada. A conjugação desses fatores, e o controle sobre eles, é que
fazem a diferença entre fotos convencionais e fotos de grande
qualidade.

Como vimos, cada abertura de um número f/ determina metade ou o


dobro da abertura seguinte (para mais ou para menos). Assim, uma
abertura de f/8 deixa entrar metade da luz de uma abertura de f/5.6.
Já uma velocidade de obturador de 1/60 s deixa passar metade da
luz que uma abertura de 1/30. Se o fotógrafo mudar a regulagem de
uma exposição que mostra luz correta (balanceada) de f/8 com 1/30
s para f/5.6 com 1/60, obterá o mesmo resultado técnico correto – só
que a profundidade de campo muda, assim como o controle dos
movimentos – portanto, na primeira foto, teremos maior
profundidade de campo com menos velocidade, na segunda, o
contrário. Quanto maiores as diferenças nos controles, mais
dramáticos serão os resultados da foto.

Para fotografia “padrão”, precisa-se de uma média de velocidade em


torno de 1/60 e de abertura f/5.6. Velocidades menores resultarão
em tremores (embora um tripé possa ajudar) e aberturas menores
limitarão a profundidade de campo. Uma câmera automática “pensa”
pelo padrão, assim dificilmente se obterão fotos espetaculares com
um sistema automático.
• Para objetos em movimento rápido, será necessária uma
velocidade maior para congelar o movimento (embora a
distância focal das lentes, a proximidade do objeto e a direção
do movimento também afetem a nitidez final da foto).
• Para uma máxima profundidade de campo, com a cena nítida
do mais próximo ao mais longínquo, será necessária uma
abertura de diafragma menor (embora a distância focal da lente
e a distância aos objetos do cenário também afetem).

Escolhendo modos de exposição


Muitas câmeras oferecem mais de um modo de exposição. No modo
totalmente automático, a câmera faz um ajuste de velocidade e
abertura para produzir a melhor exposição possível. Geralmente,
existem dois outros modos, que são muito usados, o de prioridade de
abertura, ou de prioridade de velocidade. Todos oferecerão bons
resultados na maioria das condições de fotografia. De qualquer modo,
alternar entre esses modos pode trazer algumas vantagens.
Vamos examinar cada um desses modos.
• Totalmente automáticos – este modo configura a velocidade
e abertura, mais o balanço de cor (White-balance) e foco sem a

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APOSTILA DE FOTOGRAFIA

intervenção do fotógrafo. Permite que o fotógrafo preste


atenção na cena e ignore a câmera.
• Modo programado – permite que o fotógrafo selecione uma
variedade de situações como fotos de retrato, cenários,
esportes, crepúsculo, etc. Ainda é a câmera que estabelece a
abertura e a velocidade nessas condições.
• Prioridade de abertura – este modo permite que o fotógrafo
selecione a abertura necessária para obter uma certa
profundidade de campo enquanto o sistema combina essa
abertura com a velocidade de obturador necessária para correto
balanço da exposição. Usa-se esse modo sempre que a
profundidade de campo for importante. Para ter certeza de um
foco geral num cenário, escolhe-se uma pequena abertura (ex,
f/16). O mesmo funciona para uma foto close-up (onde o foco é
crítico). Já para deixar o fundo fora de foco e concentrar a
nitidez num único plano, seleciona-se uma abertura grande,
exemplo f/4.
• Prioridade de obturador – este modo permite que se escolha
a velocidade do obturador como prioritária, e é necessária
quando se pretende congelar uma imagem ou tremer
propositalmente um objeto, deixando a escolha da abertura
para a câmera. Por exemplo, quando se fotografa ação de
esportes, animais ou em fotojornalismo, a escolha de
velocidade de obturador é quase obrigatório, com velocidades
maiores, 1/500 por exemplo, para congelar a ação, ou baixas
velocidades, 1/8 por exemplo, para tremer a imagem.
• Modo manual – permite que se selecione tanto a velocidade
como a abertura. Recomendado somente para fotógrafos
experientes e profissionais.

Um dos fatores que fazem da fotografia algo tão fascinante é a


chance que temos de interpretar a cena do nosso ponto de vista.
Controles de velocidades de obturador e de abertura são dois dos
modos mais importantes de fazer fotos únicas. Conforme o fotógrafo
vai se tornando mais familiar com os efeitos da foto, encontrará a
oportunidade de fazer escolhas instintivamente.

Usando o flash
O flash incorporado em câmeras digitais, apesar de suas limitações,
pode ser aproveitado com criatividade pelo fotógrafo. Existem
basicamente os seguintes modos de uso de flash em câmeras digitais
(algumas acrescentam mais ou menos recursos)
• Automático – neste modo, a câmera faz a leitura da luz
ambiente, e se for necessário, dispara o flash para melhor
iluminar a cena

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 44 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

• Nunca disparar – neste modo, a câmera não dispara mesmo


que tenha detectado iluminação insuficiente. Este é um recurso
interessante para se conseguir efeitos especiais em fotos
noturnas
• Sempre disparar – obriga a câmera a disparar o flash mesmo
que as medições concluam que há luz suficiente. Este é um
recurso bom para melhorar a iluminação de rostos em contra-
luz, por exemplo, ou para melhorar o contraste em cenas de
pouco contraste
• Redução de olhos vermelhos – um recurso da câmera para
evitar o chamado efeito de olhos vermelhos que ocorrem às
vezes no uso de flash.

3.6 FORMATOS PARA CÂMERA DIGITAL


Praticamente todas as câmeras digitais salvam as fotos no formato
JPEG, embora algumas poucas (as mais sofisticadas) também o
façam em TIFF. Algumas ainda salvam no modo original em que
capturam a imagem, também conhecido como formato RAW (palavra
que significa cru, natural, matéria-prima). Vejamos as principais
características de cada um desses formatos.

JPEG
O formato JPEG (Joint Photographic Experts Group), que os
americanos pronunciam “jay-peg”, e no Brasil “jota-peg”, é um dos
mais populares, principalmente para fotos na Web. Ele tem duas
características importantes:

A primeira é que o JPEG utiliza um esquema de compressão que sofre


perdas, mas o grau de compressão (e conseqüente perda de
qualidade) pode ser ajustado. Em resumo, muita compressão, muita
perda, pouca compressão, pouca perda.

A segunda é que este formato suporta 24 bits de cores. Já o formato


GIF, o outro tipo de arquivo muito utilizado na Internet suporta
apenas 8 bits.

Um detalhe importante é que se uma foto em JPEG for aberta e


depois salva novamente, cada vez que é salva torna a ser
comprimida, o que gera mais perda. Portanto, a perda de qualidade é
acumulativa. Para evitar que uma imagem vá se deteriorando, deve-
se abri-la e tornar a salvá-la o menos possível. Uma recomendação
quando se trabalha com imagens em JPEG é salvar um original em

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 45 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

TIFF (formato sem compressão como veremos adiante), e sempre


que for necessário trabalhar nesse formato, para somente no
momento de enviar a foto ou disponibilizá-la por outros meios (como
a WEB) gravar a imagem em JPEG.

Em termos práticos, quando se utiliza o formato JPEG, que é


praticamente o padrão utilizado pelas câmeras digitais por causa do
problema de falta de espaço para armazenamento de arquivos, na
primeira vez em que o arquivo é aberto a perda é quase
imperceptível em relação a uma mesma foto salva sem compressão.
Contudo, se a mesma imagem for sendo editada, aberta e novamente
salva, consecutivamente, vai chegar um momento em que a perda
será notável.

O formato de imagem JPEG pouco tem mudado desde que surgiu.


Contudo, recentemente se trabalhou num novo projeto de formato
JPEG pelo Digital Imaging Group (DIG).O novo formato JPEG tem
20% a mais de compressão com menos perda de qualidade, ou seja,
ficou ainda melhor. Contudo, ainda não está sendo utilizado pelos
softwares mais importantes. Sua extensão pode ser J2K ou JP2.

TIFF
O formato TIFF (Tag Image File Format), foi originalmente
desenvolvido para salvar imagens capturadas por scanners e para
uso em programas editores de imagens. Este formato, sem
compressão e sem perda de qualidade, é largamente aceito e
praticamente reconhecido por qualquer software e sistema
operacional, impressoras, etc. Além disso, é o formato preferido para
aplicações em editoração eletrônica. O TIFF também é um modo de
cores de 24 bits.

CCD RAW
Quando um sensor de imagem captura informação que gera uma
imagem, algumas câmeras digitais permitem que se salve um arquivo
não processado, ainda “cru” (por isso é chamado RAW). Este formato
contém tudo o que a câmera digitalizou. O motivo para seu uso é
livrar o processador da câmera digital da tarefa de realizar os cálculos
necessários para otimização da imagem digital, possibilitando que
isso seja feito no computador. Uma imagem em RAW terá, depois de
aberta no computador e otimizada, de ser salva num formato
qualquer para ser utilizada.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 46 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

Uma vantagem desse formato é gerar um arquivo menor do que no


formato TIFF (pelo menos 60%). Como um computador terá muito
mais capacidade de processamento que a câmera, a imagem final
também terá melhor qualidade do que se for diretamente salva pela
própria câmera em formatos JPEG ou TIFF. Contudo, vale notar que o
usuário deverá ter domínio de técnicas de otimização de imagem
para poder aproveitar este formato.

Aqui uma observação importante: de qualquer modo, utilize a câmera


que for, o fotógrafo mais exigente terá que aprender a conviver com
softwares editores de imagens de modo a corrigir pequenos
problemas de processamento incorreto gerado no arquivo da imagem
pela câmera digital - os processadores desta sempre serão mais
limitados do que os dos computadores, e assim, a imagem sempre
terá algum trabalho a ser feito. O básico sobre o que fazer e como
fazer veremos adiante.

GIFs (.GIF)
O formato GIF (Graphics Interchange Format) é
amplamente usado na Internet, mas principalmente
para artes e desenhos, não para fotografias. Este
formato armazena apenas 256 cores numa tabela
chamada “palette”. Contudo, em termos de
fotografia, podemos deixá-lo de lado a não ser que
se pretenda exibir uma animação – no caso, o GIF funciona bem para
isso.

Mais como curiosidade, existem duas versões do GIF na Web; o


original GIF 87a e uma nova versão mais nova, a 89a. Ambas
utilizam um processo chamado interlacing (entrelaçado) – as imagens
são armazenadas em quatro passadas ao invés de uma, como na
versão antiga. Assim, quando a imagem é exibida num browser, vai
surgindo uma linha por vez. Outra característica importante é que o
fundo pode ser transparente, para isso é preciso especificar que cor
da tabela será assim considerada; quando o browser abrir a imagem,
substituirá a cor selecionada como transparente pelo que estiver
sendo apresentado na janela do browser sob a imagem.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 47 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

Quanto à animação, uma imagem em GIF consegue simular um


pequeno filme, o que pode tornar interessante para uso com fotos.
Só que a resolução tem que ser baixíssima, e a qualidade muito ruim,
já que apenas 256 cores serão apresentadas (ou até menos). Caso
contrário, será muito demorado de carregar a imagem e o visitante
pode se desinteressar.

4 COMPOSIÇÃO E ENQUADRAMENTO

Estes dois aspectos são de grande importância e interferem


sensivelmente na qualidade da fotografia, sem falar no bom gosto. O
enquadramento se dará conforme for o objetivo do fotógrafo, ou seja,
ele poderá enquadrar o objeto de interesse da maneira como achar
melhor, porém não deixando dúvidas ao observador da sua intenção.

Geralmente, procuramos centralizar o objeto de interesse no espaço


do visor. Quando se tratar de fotos em que o objeto é muito pequeno
em relação ao meio onde se encontra, devemos nos aproximar ao
máximo do objeto (se possível), caso contrário, utilizaremos
equipamentos especiais, que nos permitirão registrar o objeto, sem
nos aproximarmos.

Quanto a composição, isto dependerá exclusivamente do fotógrafo.


Para realizar uma foto, é preciso que se faça um estudo prévio do
local ou do objeto, analisando as suas cores, o tipo de iluminação
presente e o posicionamento do objeto em relação à iluminação.
Todos estes fatores analisados poderão influenciar extremamente a
foto, além de serem indispensáveis para se obter uma boa foto.

O que está dentro da fotografia é muito mais importante do que os


elementos desnecessários que você deverá deixar de fora. Para uma
perfeita composição, você poderá utilizar da "regra dos terços", que é
uma divisão do visor da câmera em um diagrama com duas linhas
imaginárias verticais e duas linhas horizontais.

O visor fica assim dividido em terços (nove terços), sendo que o


ponto ideal para localizar o motivo principal de sua foto será a
interseção das linhas. Os quatros pontos de interseção são chamados
por "pontos de ouro", onde o elemento principal é priorizado.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 48 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

4.1 ELEMENTOS IMPORTANTES NO ENQUADRAMENTO E NA


COMPOSIÇÃO
Alguma vez você já se perguntou por que as fotografias apresentam-
se, em grande maioria das vezes, RETANGULAR? O fotograma assim
como os cartões de visita e de crédito, algumas formas arquitetônicas
bem como a maioria dos seres vivos obedecem a um Princípio de
Proporção que foi observado desde Pitágoras e Aristóteles em que
foram feitas analogias com o crescimento orgânico, as harmônicas
musicais e a arquitetura.

Existem alguns números que divididos entre si apresentam como


resultados um número harmônico em torno de 0,68. Exemplo:
2:3=0,666 ; 3:5=0,6 ; 5:8=0,625. Tais números obedecem ao
princípio de proporção assim como uma fotografia 6x9, 10x15 ou
mesmo 17x25. Com a relação entre estes números criam-se
retângulos, também harmônicos, chamados Retângulos Áureos.

Retângulo Áureo. Espiral logarítmica, típica de expansão da concha.


Estágios sucessivos são marcados por "quadrados rodopiantes" e
retângulos áureos expandindo-se em progresso harmônico a partir do
centro 0. Assim podemos aplicar uma regra de composição e
enquadramento chamada Regra dos Terços. Tal regra consiste em
dividir um retângulo áureo em duas linhas verticais e duas linhas
horizontais.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 49 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

Os pontos de interseção entre as linhas verticais e horizontais, os


pontos de ouro representam locais que, ao enquadrar a foto,
distribuem harmoniosamente os elementos, chamando a atenção e
criando uma estética na composição. Ao enquadrar um elemento
isolado do todo, tente priorizar estes pontos.

Pontes, caminhos, estradas, pontas de montanhas, quebra-mar,


entre outros elementos e paisagens, quando enquadrados nas
diagonais da fotografia criam aspectos de continuidade, não
"quebrando" a composição da foto. É importante que se evite ao
máximo enquadramentos em que pessoas, plantas e objetos
importantes da composição não sejam cortados durante o
enquadramento.

Outra forma de enquadrar paisagens com algum horizonte definido


como por do Sol em montanhas ou mar, é saber primeiro o que
priorizar. Caso seja o céu, utilize o terço inferior para as montanhas e
o contrário para priorizar as montanhas Evite enquadrar o horizonte
no meio da fotografia, a fim de impedir a competição entre os
elementos que a compõem.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 50 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA
Em uma composição cuja preocupação é distribuir os elementos da foto
harmoniosamente requer apenas conhecimentos básicos para o bom emprego
da Regra dos Terços e principalmente bom senso.

Lembre-se que algumas vezes é preciso mudar de ângulo para procurar um


melhor enquadramento, usar um tripé para compor uma foto com calma.
Observar o sentido do crescimento dos elementos. Por exemplo, uma árvore
ou uma pessoa. Virar a câmera na vertical, respeitando o sentido do
crescimento destes seres.

Evite preencher a fotografia com vários elementos afim de não compor uma
foto "suja" em que tudo aparece mas nada se evidencia.
O mais importante na composição não é preencher todos os espaços e sim
saber entender os vazios existentes na fotografia.

Assuntos em primeiro plano e em movimento

Num retrato em close, por exemplo, coloque o elemento mais


importante – talvez o olho mais próximo – num dos pontos de
interseção superiores das linhas, para evitar muito espaço vazio
acima do assunto. No caso de temas em movimento, deixe espaço
diante do assunto animado em repouso – um animal ou uma pessoa -
, deixe um espaço para ele “olhar”, caso ele não esteja mirando a
câmera.

A riqueza das roupas desta gueixa foi realçada pelo enquadramento


que localizou seu rosto – mesmo que esteja escondido pelo véu – na
parte superior da imagem, evitando deixar espaços vazios acima
dele.

Da esquerda para a direita


Nas culturas ocidentais, estamos habituados a ler da esquerda para a
direita e tendemos a “ler” uma imagem também dessa forma. Por

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 51 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

isso, é adequado deixar o assunto principal na parte esquerda do


quadro.

4.1.1 ENQUADRAMENTO

Procure enquadrar o tema corretamente, observando o alinhamento


das linhas horizontais e verticais da câmara. Enquadramento significa
composição, isto é, a seleção e o arranjo que se deve fazer do
assunto, antes de fotografá-lo. Pode-se conseguir a melhor
composição do assunto de várias maneiras:
- Coloque alguma coisa no primeiro plano para preencher os espaços
vazios. Um portão, uma árvore ou uma pessoa, para servir de
moldura à cena.
- Ao fotografar pessoas, procure deixá-las em destaque, para ocupar
a maior área do fotograma. O espaço ocupado pelas pessoas deve ser
maior na frente do que atrás.
- As pessoas devem ser fotografadas em atitudes naturais, assim
você conseguirá maior beleza e naturalidade em suas fotos. Evite
poses rígidas e forçadas. Procure conversar com a pessoa para
mantê-la despreocupada. Quando perceber o momento oportuno,
acione o disparador e você verá que os resultados serão bem
melhores.
- Acostume-se a escolher o ângulo a ser fotografado, através do visor
da câmara. Procure examinar o assunto de vários ângulos: mais
perto, mais longe, de cima para baixo, de baixo para cima. Analise
bem todos os ângulos e escolha o que mais lhe agradar e só então
aperte o disparador. Se tiver dúvidas, tire duas ou três fotos de
ângulos diferentes e assim será mais fácil estudá-las para escolher a
melhor depois.
- Seja por falta de atenção ou excesso de pressa, evite captar
elementos demais ou fora do tema na sua foto. A foto neste caso
Elaboração: Raimundo Sampaio Página 52 de 70
APOSTILA DE FOTOGRAFIA

torna-se dispersiva, onde a visão humana tende a fugir do tema


principal.

- As fotos por serem bi-dimensionais, são compostas por linhas e


planos que, se não forem organizados e coerentes, a visualização
será dificultada, dando a sensação de desordem. Sendo assim devem
ser evitadas as linhas que dividem as fotos pela metade, tanto nos
sentido vertical como no horizontal.

- Quase todas as fotos, possuem um objetivo em ação. Sendo assim


esta ação precisa de um determinado espaço para que possa se
desenvolver, do contrário a ação será cortada e não terá
continuidade.

- Para a visão humana, é mais agradável, que a ação se desenvolva


da esquerda para a direita ou de cima para baixo, respeitando-se
sempre a regra do “Campo de Ação”.

- Procure observar atentamente as fotografias feitas por outras


pessoas. Os erros cometidos podem ser evitados nas suas fotos. Esse
exercício ajudará a melhorar sua técnica fotográfica.

Se quiser aperfeiçoar o gosto pela arte fotográfica, visite as


exposições de fotografia, consulte álbuns de reprodução de fotos
premiadas, com senso crítico. Observe cada detalhe, procurando
descobrir a regulagem utilizada, os efeitos conseguidos com lentes,
filtros e as possíveis modificações que tornariam a foto ainda melhor.
Assim, estará aguçando sua capacidade de observação. Cada vez que
analisamos uma foto, em todos o seus aspectos, passamos a tirar
uma série de conclusões sobre nossos próprios trabalhos e nossa
imaginação começa a vislumbrar uma infinidade de assuntos a serem
fotografados.

4.1.2 COMPOSIÇÃO

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 53 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

Ponto de vista e composição - A capacidade para


selecionar e dispor os elementos de uma fotografia
depende em grande parte do ponto de vista do
fotógrafo. Na verdade, o lugar onde ele decide se
colocar para bater uma foto constitui uma de suas
decisões mais críticas. Muitas vezes uma
alteração, mesmo mínima, do ponto de vista, pode
alterar de forma drástica o equilíbrio e a estrutura
da foto.

Por isso, torna-se indispensável andar de um lado


para o outro, aproximar-se e afastar-se da cena,
colocar-se em um ponto superior ou inferior a ela,
a fim de observar o efeito produzido na fotografia
por todas essas variações. A composição nada
mais é do que a arte de dispor os elementos, do
assunto a ser fotografado, da forma que melhor
atenda nossos objetivos.

Perspectiva - A perspectiva é um indicador de profundidade para a


fotografia. Em essência, a perspectiva dá a impressão de que você
está olhando para uma cena tridimensional. Os principais tipos de
perspectivas usados na fotografia são:
• perspectiva linear: mais evidente, linhas paralelas (trilho de trem),
parecem convergir ou se encontrar ao longe.
• perspectiva aérea: deve levar em conta que as cores e os tons
clareiam e tendem para o azul a medida que se distanciam.
• formas justapostas: assunto a ser fotografados deve estar em
distâncias diferentes.
• redução de escala: as coisas parecem menores à medida que se
afastam.
• foco diferencial: os objetos focados e os desfocados devem estar a
distâncias diferentes da câmera.

Planos - Os Planos determinam o distanciamento da câmera em


relação ao objeto fotografado, levando-se em conta a organização
dos elementos dentro do enquadramento realizado. Eles se dividem
em três grupos principais (seguindo-se a nomenclatura
cinematográfica) Plano Geral, Plano Médio, Primeiro Plano. Uma
mesma fotografia pode conter vários planos, sendo classificada por
aquele que é responsável por suas características principais.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 54 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

• Plano Geral - o ambiente é o elemento primordial. O sujeito é um


elemento dominado pela situação geográfica.
• Plano Médio: neste plano, sujeito ou assunto fotografados estão
ocupando boa parte do quadro, deixando espaço para outros
elementos que deverão completar a informação. Este plano é
bastante descritivo, narrando a ação e o sujeito.
• Primeiro Plano: enquadra o sujeito dando destaque ao gesto, à
emoção, à fisionomia, podendo também ser um plano de detalhe,
onde a textura ganha força e pode ser utilizada na criação de
fotografias abstratas.

Também é comum utilizarmos a expressão "Segundo Plano" para nos


referirmos a assuntos, pessoas ou objetos, que mesmo não estando
em destaque ou determinando o sentido da foto, têm sua
importância.
• A forma plana: a forma pura – silhuetas
• Forma plana geométrica
• Forma plana dinâmica
• Forma plana x cor: a cor tem uma enorme força, mesmo em área
limitadas.

Harmonia de Linhas:
As linhas dominantes ajudam a organizar a fotografai. Pode ser a
borda de um objeto, o horizonte, um rio que cruza uma cena. Elas
estabelecem pontos de interesse e conduzem a vista. Mantém unidos
todos os demais temas da imagem. A imagem é definida pela escolha
dos elementos visuais e a manipulação destes elementos, de acordo
com o efeito pretendido.

Linhas
Limite – forma – intenção
• Linhas diretas – rigor, decisão
• Linhas curvas – união, totalidade
• Linhas quebradas – desordem, confusão
• Linhas horizontais repetidamente – calma, paz
• Linhas verticais repetidamente – grandeza, extensão
• Linhas oblíquas convergentes – infinito
• Linhas oblíquas repetidamente – ação, dinamismo

LINGUAGEM FOTOGRÁFICA

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 55 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

A linguagem fotográfica se confunde um pouco com composição, pois


há elementos em comum. Mas está um degrau acima, com um olhar
mais artístico em relação à imagem produzida. O efeito de linguagem
pode ser obtido com elementos como sombra, textura, linha,
grafismo e cor, além de recursos técnicos aplicados à criação
artística, como foco, velocidade e corte.
Os elementos são vistos e encontrados na natureza, na arquitetura e
em todas as coisas produzidas pelo homem. Desde uma bela
paisagem até um simples garfo podem ser matéria para uma foto
inspirada. No caso dos recursos técnicos aplicados à linguagem, são
os oferecidos pelo equipamento fotográfico. Por isso, é fundamental
ter intimidade com a câmera para tirar proveito deles.
O foco e a profundidade de campo, por exemplo, servem para dar
maior nitidez ao primeiro plano ou ao objeto principal da composição.
Mas também são aliados fantásticos para fugir da "poluição visual"
que muitas vezes estraga uma boa foto.
A velocidade é outro recurso importantíssimo - mas pode ser o mais
difícil de ser usado, além de exigir maior concentração. Com o
controle da velocidade da câmera pode-se "congelar" uma imagem ou
criar um "efeito de movimento". Já o corte nada mais é do que a
forma de trabalhar o enquadramento. Um corte mais arrojado pode
tirar um retrato facilmente do lugar-comum.

Sombras
Em algumas situações pode ser um problema, como nos retratos
quando há sombra no rosto do fotografado. Porém, este elemento se
mostra um magnífico aliado para a criatividade. Pode-se enriquecer
uma foto de uma árvore com a sombra de seus galhos projetada
sobre o asfalto ou uma janela com a sombra de grades, criando um
efeito gráfico interessante. A incidência de luz "dura" (como a do sol,
principalmente das 10h às 15h) favorece a presença de sombras,
criando a dramaticidade característica deste tipo de elemento de
linguagem.
Uma luz por trás do assunto ou objeto
pode criar uma contraluz proposital que
dê a impressão de um clima mais denso
para a imagem. Pode-se usar tochas de
iluminação de forma a criar uma luz
mais agressiva. A sombra é, sem
dúvida, um elemento importantíssimo
para dar ao trabalho um aspecto

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 56 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

psicológico mais ou menos "carregado"


ou com maior ou menor "força"
dramática.

Grafismo
Linhas, sombras, curvas, cor... Estes elementos, em conjunto ou
isoladamente, criam um efeito por vezes abstrato e plástico que
despertam a atenção do olhar. Muitas vezes não se identifica de
imediato o que se vê, criando-se uma situação misteriosa e forte. Há
inúmeras possibilidades de criação usando-se a linguagem do
grafismo. O detalhe da sombra de uma grade sobre uma superfície de
textura diversificada, como na foto do exemplo, é uma das muitas
formas de compor com grafismo.

O fotógrafo que se aventura a este tipo de


fotografia deve ter muita atenção a detalhes
arquitetônicos. O grafismo pode ser buscado tanto
numa pequena textura com a ajuda de um filtro
close up como num elemento distante, utilizando-
se a teleobjetiva. Até a "poluição" visual urbana
pode ser usada a favor da criatividade.

Cor
A cor funciona muito com um bom contraste entre o fundo e o
elemento principal. Implica em saber utilizar a principal regra de
composição, a de simplicidade. Nela, o que interessa é criar uma
imagem com poucos elementos, limpa e sem poluição visual. É muito
importante saber escolher o tema e trabalhar os detalhes.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 57 de 70


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Fundamental também é fazer a revelação num bom laboratório, para


que a cor não seja "falseada" na hora de ver os resultados.
O fotógrafo deve "sentir" a cor no momento do enquadramento,
perceber o contraste e saber combinar cores "frias" (verde, violeta,
azul, roxo, celeste e cinza) e as "quentes" (vermelho, amarelo,
marrom, laranja...). É importante fugir do excesso para que a
imagem seja equilibrada e não um carnaval de cores. Em alguns
casos, recomenda-se o uso do filtro polarizador para evitar reflexos
indesejáveis e para ressaltar a força e luminosidade das cores.

Reflexo
Nesta foto, vê-se o reflexo num riacho,
próximo a um castelo. Se a imagem for
virada ao contrário, por um momento
pode-se achar que está na posição certa.
A luz cristalina de um final de tarde de
outono empresta à foto uma tonalidade
excepcional, que cria a sensação de que a
torre se vê num espelho. A luz "dura"
também é favorável ao trabalho com
reflexos, que pode ser encontrado em
mais coisas do que podemos imaginar,
como vidros, vitrines, janelas, latarias,
poças d'água, lagoas, prataria... Seu uso
serve para criar boas e insólitas
composições.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 58 de 70


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Textura
Troncos, paredes, paralelepípedos,
tijolos de barro, ferrovias, fábricas
abandonadas, vagões enferrujados,
maçanetas... Há uma infinidade de
interessantes tipos de texturas que,
com um bom contraste, podem criar
uma temática de grande plasticidade

É importante valorizar todos os detalhes, sabendo se posicionar em


relação ao elemento a ser fotografado. A qualidade da luz é
importantíssima para fotografar textura, pois é ela que vai dar
relevância e nitidez.
Também a luz "dura" é um pouco mais recomendável para se
trabalhar com textura. Mas não é imprescindível, como no caso da
sombra. Uma luz média, na lateral, que incida sem "violência" sobre
o objeto fotografado, pode ser até melhor vinda que uma luz
"chapada", que tira da superfície as nuances ou médios tons - que no
caso da textura, são muito importantes. Por isso, não é recomendável
usar flash. Mas supondo que haja necessidade numa emergência, a
luz deve ser rebatida e com cuidado de criar um bom contraste.
Como na textura é importante trabalhar detalhes, é muito útil uma
lente de aproximação, como os filtros close up + 2 e + 3.

Corte
Uma boa definição de corte numa foto seria dizer que é a opção de
enquadramento para criar imagens fora dos padrões consagrados. O
corte, hoje, é uma tendência mundial. Muito usado em fotografias de
moda, em retratos mais ousados, é fundamental para fugir do lugar-
comum e, às vezes, para criar uma perspectiva dramática ou dar
maior força a uma imagem. O corte está intimamente ligado ao que
foi colocado em relação à linha: um corte vertical cria uma intenção
ou sugestão de agressividade e "calor"; um corte horizontal insinua
uma tendência de tranqüilidade e paz.
Aparentemente "fácil" de usar, é o que mais expressa a evolução dos
fotógrafos. O suíço Robert Frank, o húngaro André Kertész, os
americanos Garry Winogrand e Lee Friedlander, além dos brasileiros
Maureen Bisilliat ou Mário Cravo Neto, são alguns de uma longa lista
de importantes fotógrafos que se tornaram exemplos consagrados de
excelente uso deste recurso.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 59 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

EXEMPLO DE RECURSOS EM ALGUMAS MÁQUINAS

O novo recurso de Obturação Automática decide qual é o intervalo de tempo ideal e


libera o obturador automaticamente.

Além de otimizar o foco e o brilho, também detecta a expressão da


face da pessoa e libera o obturador automaticamente quando detecta
um sorriso.*
*As faces podem não ser detectadas corretamente em alguns casos.

O movimento das mãos durante a operação do


botão do obturador é a principal causa de
distorção de imagem. A obturação automática
anti-distorção elimina esse problema, além de
minimizar a chance de imagens destruídas,
através da liberação automática do obturador
quando a câmera detecta que a mão e o tema estão parados.

Mesmo quando você não puder ver a


tela do monitor, a câmera detecta
automaticamente quando existe uma
face dentro do espaço da tela do
monitor. A câmera também libera o
obturador quando detecta que o tema
está livre de fazer qualquer movimento
que cause distorção.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 60 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

Mesmo para imagens de pan difíceis de capturar, basta seguir o tema


em movimento e a câmera grava a imagem automaticamente quando
seu movimento coincidir exatamente com o do tema.

A obturação automática em conjunto com a obturação contínua grava uma série de imagens,
disparadas por um rosto sorrindo ou pela eliminação de movimentos causadores de distorção.
* O modo de Obturação Contínua de Alta Velocidade grava até 10 imagens, enquanto a Obturação Contínua com Flash
grava até três imagens.

A famosa cena BEST SHOT da Aponte a câmera para o tema para


EXILIM agora está melhor do que selecionar automaticamente a cena BEST SHOT.
nunca. Basta apontar a câmera para
o tema e ele focaliza e detecta
automaticamente o movimento do
tema. Em seguida, ela
automaticamente seleciona uma
entre seis cenas mais comumente Retrato Paisagem Flor (Macro)

usadas e configura a câmera de


acordo.

Cena noturna Retrato em cena noturna Esportes (Movimento)

A câmera detecta o movimento do tema e minimiza a distorção de imagem devido ao


movimento da mão e do tema.

Uma sensibilidade mais alta e


velocidade de obturação mais rápida
minimizam a probabilidade de
distorções nas imagens causadas
por movimentos na cena, produzindo
imagens mais claras sem a
necessidade do uso do flash.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 61 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

A câmera aumenta a sensibilidade


ISO automaticamente para minimizar
a distorção quando detecta o
movimento do tema, e diminui a
sensibilidade para minimizar ruídos
digitais quando detecta que o tema
está parado.

Os efeitos do movimento das mãos podem ser minimizados durante a gravação de filmes.
Os efeitos do movimento das mãos também podem ser corrigidos durante a reprodução do
filme.

A Identificação de Face localiza e foca a face das pessoas e otimiza o brilho.


O movimento do tema é rastreado automaticamente.

A câmera localiza faces em qualquer


lugar dentro do espaço da tela do
monitor e otimiza o foco e o brilho.
Mesmo em cenas com iluminação de
fundo, as faces saem com brilho e
nitidez.

Quando um tema se
move, a câmera
automaticamente segue
as faces detectadas,
enquanto atualiza o
ajuste de foco.

Depois de registrar uma face, a


câmera automaticamente a localiza
em uma imagem e dá a ela
prioridade nos ajustes de foco e
brilho.

* Em alguns casos, a atribuição da mais alta prioridade de identificação de face não se aplica às faces pré-gravadas dos
membros da família, dependendo da expressão da pessoa, das condições de captura ou de outros fatores.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 62 de 70


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5 TERMOS MAIS USADOS EM FOTOGRAFIA DIGITAL


ACESS TIME: é o tempo que a cabeça do HD (mecanismo de
gravar/reproduzir) leva para chegar a posição de operação no disco duro, e a
correspondente rotação do HD até atingir a posição correta.

ALPHA CHANNEL: num programa de desenvolvimento gráfico, cada pixel possui


três canais de cor: vermelho, verde e azul - em vários níveis de profundidade de bits.
Em um display de 24 bits, existem 8 bits para cada cor por pixel. Mas quando a placa
gráfica possui 32 bits, os 8 bits adicionais são utilizados como o canal alfa, para
converter informação não visível ou transparente em elemento de composição. Com alfa
pixels são definidas a opacidade das cores, brilho e a escala de cinzas para definir a
transparência parcial.

ARQUIVOS RAW: disponível em algumas câmeras é uma linguagem de maquina que


grava as imagens “cruas”. Depois pode-se transferir para o computador em formato
TIFF ou JPEG e fazendo a edição de luz, contraste e cor, o original fica preservado.

ADAPTADOR AC: é um adaptador que permite conectar a câmara à corrente elétrica.

ADAPTADOR FLOPPY: é um dispositivo parecido com um disquete, que permite ler


os cartões SmartMedia ou Memory Stick através da unidade floppy de um computador.

BATERIAS: é um detalhe importante na hora de escolher sua câmera digital é o tipo de


bateria que ela usa. Existem câmeras que trabalham com pilhas recarregáveis padrão
AA. Em caso de emergência, podem também ser usadas pilhas alcalinas comuns. A
desvantagem é que elas duram menos do que as recarregáveis.
As câmeras que usam apenas baterias recarregáveis específicas para cada modelo têm
maior autonomia, porém são mais caras e o ideal é ter uma bateria de reserva.

BIT: é a menor unidade de informação digital: a 1 byte equivalem 8 bits . As imagens


digitais são descritas pelo número de bits para representar a quantidade de cores
possíveis para cada pixel.

BMP: os arquivos BMP usam um formato bitmap do Windows. É pouco utilizado para
a revelação de fotos digitais, por possuir alto tamanho em kb dificultando o envio destas
imagens através da internet.

BURST: é o modo de disparo contínuo para capturar várias imagens consecutivas


apertando o disparador somente uma vez

BUFFER: é uma área de memória RAM usada para armazenamento de informações e


para onde as imagens são enviadas antes de serem gravadas no cartão de memória.O
buffer é necessário porque gravar a foto num cartão é um processo relativamente lento.
Gravar em memória RAM é mais rápido. Usando um buffer a máquina consegue fazer
diversas fotos em sequência para posteriormente gravar as imagens no cartão.Caso as
máquinas não tivessem buffer não seria possível fazer fotos em sequência.

CABO USB: trata-se de um cabo que possibilita a ligação em velocidade entre


periféricos (câmeras, scanners) ao computador, os mais modernos possuem pelo menos
Elaboração: Raimundo Sampaio Página 63 de 70
APOSTILA DE FOTOGRAFIA
duas portas USB (sockets).

CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO : é a quantia de fotografias que se pode


arquivar em uma câmara digital em função do espaço de memória que dispõe o suporte
de armazenamento.

CARTÃO DE MEMÓRIA: é onde ficam gravadas as imagens da câmera digital.


Quanto maior a capacidade do cartão mais fotos podem ser armazenadas.

CCD (Charged Coupled Device): é o sensor eletrônico que capta as imagens na


câmera digital. É formado por uma matriz de pixels sensíveis aos diferentes
comprimentos de onda da luz visível.

CD-R : compact disc gravável, permite uma única gravação de dados, depois de
gravado não é possível deletar e fazer uma nova gravação.

CD-RW : compact disc regravável, oferece a possibilidade de gravar e deletar as


informações gravadas quantas vezes forem necessárias.

CANVAS: em alguns softwares o canvas refere-se ao tamanho da imagem. Em outros,


refere-se a uma função na qual podemos ajustar o tamanho da imagem sem alterá-la, ou
seja, adicionando bordas.

CLONE(CLONING):é uma ferramenta presente na maioria dos programas de


manipulação de imagens, a qual é utilizada para fazer cópias fiéis de determinadas
regiões. Trata-se de uma das ferramentas mais utilizadas para restauração de imagens,
sendo normalmente representada por um carimbo.

CLOSE-UP: Imagem maior que a normal obtida pelo uso de uma objetiva mais
próxima do objeto que o normal.

CMYK: é o espaço de cor no qual são utilizadas as cores subtrativas: Ciano, Magenta e
Amarelo, aliadas ao preto.

COMPACT DISK: é uma espécie de mídiaóptica a qual permite a gravação de dados.


Basicamente, utilizamos dois tipos de CD: CD-R e CD-RW.

COMPRESSÃO DE ARQUIVOS: é o processo no qual reduzimos o tamanho dos


arquivos em bytes. Este processo pode ser realizado "COM" ou "SEM" perda de
informação. O processo sem perda de informações utiliza programas de compactação,
os quais analisam os dados no formato armazenado (binário), por exemplo WINZIP.
O processo de compactação com perda, utiliza algoritmos os quais analisam a imagem.
Estes algoritmos tendem a desprezar os detalhes de imagem os quais não seriam vistos
pelo olho humano, por exemplo: formato JPEG.

CONVERSOR ANALÓGICO DIGITAL: é o dispositivo eletrônico utilizado em


Câmaras Digitais e Scanners para quantificar as cargas elétricas registradas pelo CCD.

CROPPING: é o processo de corte de uma imagem digital.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 64 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

CRT: é o tubo de Raios Catódicos. Trata-se do tubo utilizado nos monitores de vídeo.
CURSOR: é o objeto gráfico o qual normalmente possui formato de seta, permitindo
identificar a posição do mouse.

COMPACT FLASH: é um dos mais formatos de cartão de memória. O cartão de


memória é o dispositivo no qual as imagens são gravadas. Existem diversos formatos e
tamanhos de cartão. Este é um deles.

COMPRESSÃO: comprimir uma imagem significa reduzir seu tamanho em kb, ou


seja, quando mais comprimida uma imagem, menos espaço ela ocupará em seu
computador. A compressão reduz alguns pontos da imagem, eliminando alguns
detalhes. Pode ser feita automaticamente por sua câmera digital (algumas câmeras
possuem recursos de compressão para otimizar os arquivos dentro de sua memória, ou
seja, permitir que mais fotos sejam armazenadas). Imagens com compressão baixa
geralmente proporcionam melhores resultados, mas ocupam mais espaço de
armazenamento.

CONEXÃO USB (Universal Serial Bus): usada pela maioria dos modelos de câmeras
digitais para transferir as imagens para o computador via cabo, tem uma velocidade de
transmissão muito rápida - a partir de 1,5 mbps e a conexão com o computador é feita
por meio da porta USB.

COOKIE: é o arquivo enviado por um site e armazenado no computador do internauta.


Permite que as preferências e os dados do usuário sejam reconhecidos pelo site que o
enviou.

Digitize: é o processo de conversão da informação analógica em digital.

DEFINIÇÃO: é o resultado da resolução. Para cada tamanho de impressão existe uma


resolução adequada para que a foto fique com boa qualidade. Quanto maior a resolução
mais definição terá a imagem.

DIGITALIZAÇÃO: é o processo no qual convertemos imagens convencionais em


BitMap.

DISCO FLEXÍVEL (DISQUETE): é o disco magnético utilizado para


armazenamento de dados. Pouco utilizado no processo de imagens, pois possui pequena
capacidade de armazenamento.

DISCO JAZ: é um meio de armazenamento desenvolvido pela IOMEGA, no qual


podemos registrar uma grande quantidade de informações. Em outras palavras, podemos
defini-lo como um disco rígido, acondicionado em um cartucho.

DISCO MAGNÉTICO ÓTICO: é um meio de armazenamento que utiliza ambas


tecnologias: Magnética e Ótica. Desta forma, podemos utilizá-lo como uma mídia
magnética, ou seja, efetuando regravações, porém com a alta integridade da tecnologia
óptica.

DISCO RÍGIDO: é um disco magnético utilizado normalmente na parte interna dos

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 65 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA
computadores. Normalmente possui alta capacidade de armazenamento, porém pouca
portabilidade.

DISCO ZIP: é um disco magnético de alta capacidade de armazenamento. A alta


capacidade de armazenamento, em uma mídia flexível, somente foi possível devido ao
uso da tecnologia ATOMM. Tal tecnologia foi desenvolvida e, posteriormente, aplicada
ao ZIP. Devido a detenção da tecnologia, todos os "cookies" (parte interna) dos discos
ZIP são fornecidos pela FUJIFILM.

DPI: é o valor que indica a resolução da imagem digital, informando a quantidade de


pixels existentes em uma polegada quadrada.

DROPOUT: é o mais comum e chato problema do vídeo. Partículas de metal


desprendem-se da camada de óxido sobre a superfície do tape, produzindo ruído
eletrônico na imagem e problemas de sincronismo.

DYE SUBLIMATION: é o processo de impressão no qual os pigmentos de cores são


aplicados a um papel base, através da sublimação dos mesmos.

DUAL MEGAPIXEL: é a designação utilizada para câmaras digitais que possuem


mais de 2 (dois) milhões de pixels.
DIGITIZE: é o processo de conversão da informação analógica em digital.

EASYSHARE: é uma base da Kodak que fica conectada ao micro via cabo USB, onde
as câmeras Kodak podem ser acopladas para transferir as imagens e também para
recarregar as baterias.

ESPECTRO VISÍVEL: é a parte do espectro eletromagnético o qual é visível ao olho


humano.

FEATHER: é o efeito digital usualmente aplicado para atenuar áreas de transições


entre imagens.

FILTROS DIGITAIS: são algoritmos os quais podem ser aplicados as imagens,


visando obter determinados efeitos ex: posterização, nitidez, etc.

FOTOMULTIPLICADOR: é dispositivo eletrônico fotosensível, superior ao CCD,


principalmente nas áreas de sombra. Este tipo de sensor está presente somente em
Scanners de Cilindro, destinados ao mercado Gráfico.

HARD DISK: ou HD é o mesmo que disco rígido ou winchester. É um equipamento


interno ou externo para o armazenamento de dados (programas, textos, sons, imagens
etc).

HIGHLIGHT: é a área de altas luzes da imagem

HISTOGRAMA: é uma espécie de gráfico, no qual podemos visualizar a distribuição


dos pixels em função do nível. Normalmente, utilizamos o histograma como base para
efetuarmos ajustes.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 66 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA
I.D.E. (Integrated Drive Eletronics): é o padrão adotado em discos rígidos que
possuem a controladora integrada diretamente na placa dos circuitos de controle do
mecanismo.

INTERPOLAÇÃO: é o processo de alteração do tamanho da imagem, no qual os


pixels são analisados para efetuarmos a criação de outros, visando ampliar o tamanho da
mesma.

JATO DE TINTA: processo de impressão no qual são utilizadas tintas acondicionadas


em cartuchos. Este processo de impressão é utilizado em impressoras como Plotters

JPEG (Joint Photographic Experts Group): é um tipo de formato de imagem digital


que permite uma variedade bastante grande de compactação (atualmente 12 níveis).
Quanto maior a compactação, menor a qualidade. Este é o formato mais utilizado nas
câmeras digitais e na internet de um modo geral.

KEY FRAME : em alguns processos de compressão, os frames são chamados de key


frames, isto é, como a maioria do que está numa dada sequência de frames não se
diferencia essencialmente do frame seguinte ou anterior, apenas as modificações são
apresentadas e conservadas salvando espaço no disco.

LAYER: é o recurso o qual permite manipular imagens digitais em camadas distintas.

L.C.D.: é um visor de Cristal Líquido. Este dispositivo está presente na maioria das
câmaras digitais voltadas ao mercado amador.

LEITOR DE CARTÃO: é um dispositivo que permite a leitura de um ou mais cartões


de memória e a transferência do seu conteúdo para o computador.

MAGIC WAND: é a ferramenta utilizada para seleção de áreas através da semelhança


dos pixels. Também conhecida como "Varinha Mágica"

MOIRE: é um efeito indesejável o qual surge quando efetuamos a digitalização de


materiais gráficos.

MEGAPIXEL: é uma medida que expressa o tamanho e a resolução das fotografias


tiradas por uma câmera digital. Uma câmera de 2 megapixels possui capacidade
máxima de dois milhões de pixels (1800 x 1200).

MÍDIAS: é o nome usado para designar o local onde se armazenam dados, imagens,
sons, vídeos. Podem ser: Disquetes, CDs, DVDs, ZIPs, Cartões de memória etc..

MP3: é um arquivo de compressão de áudio que reduz em até 12 vezes o tamanho do


arquivo original. Viabilizou a distribuição de música pela Web, através de serviços
como o Napster.

NOISE: trata-se de um defeito na imagem digital produzida por sinais elétricos que
deixam uma espécie de granulação indesejável.

NTSC: é um padrão de cores utilizado no sistema americano de TV.

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 67 de 70


APOSTILA DE FOTOGRAFIA

PAL: é um sistema de cores para TV utilizado no Brasil e Europa.

PCX: é o formato de cores originalmente utilizado no software PaintBrush.

PDF: é o formato de arquivo o qual permite representar imagens vetoriais e BitMap.


Sua aplicação é muito difundida na preparação de catálogos, folhetos e manuais digitais.

PICT: é o formato de arquivo utilizado para transferência de arquivos entre aplicativos


para Macintosh.

PIXEL: são pequenos pontos que compõem uma imagem digital. Os pixels são
dispostos em fileiras e colunas no CCD (sensor de imagem) aparentando estar
conectados formando assim, a imagem. Ao invés de usar filme para gravar dados de
quantidade de luz, a câmera digital utiliza o CCD que contém milhões de pixels, cuja
função é captar e gravar a quantidade de luz quando o botão do obturador for
pressionado.

PLUG-IN: é um software que trabalha em conjunto com outro. Normalmente, estes


softwares são desenvolvidos por terceiros para controlar dispositivos ou implementar
novas funções.

PROCESSADOR: é o circuito integrado o qual pode ser programado para executar


tarefas de manipulação e processamento de dados. Em aplicações de manipulação de
imagens, usualmente utilizamos processadores da linha Power PC, presente nas
máquinas Apple-Macintosh, porém não podemos desprezar a relação custo/benefício do
uso de máquinas baseadas em processadores Intel.

PROFUNDIDADE DE PIXEL: é um dos atributos do pixel. A profundidade está


relacionada a capacidade de representação de cores. 1 bit = 2 cores (branco ou preto) / 8
bits = 256 cores (escala de cinza) / 24 bits (8 bits R + 8 bits G + 8 bits B) = 16,7 milhões
de cores.

RESOLUÇÃO: é a quantidade de pixels que uma imagem digital tem por polegadas
(medida mais difundida no mercado). Quanto mais alta a resolução de uma imagem,
mais qualidade ela terá para impressão em papel. Ao contrário, quando há baixa
resolução, percebemos o defeito comumente chamado de “serrilhamento”.
RESOLUÇÃO DA CÂMERA: é também conhecido como “resolução do sensor
digital”, o número caracteriza o equipamento.É mensurado em megapixels (MP) de que
a máquina dispõe: as amadoras têm até seis MP e as profissionais têm até 22 MP.

RESTAURAÇÃO DE IMAGENS: é o processo no qual utilizamos dos recursos do


programas de manipulação de imagens para recuperar áreas perdidas, bem como,
danificadas de imagens.

SCANNER: é o dispositivo utilizado para digitalizar imagens. Tais dispositivos podem


utilizar CCD ou Fotomultiplicadores, sendo que este último possui custo mais elevado.
Além disto, podemos classificar os Scanners pelo tipo de original que os mesmos
podem digitalizar.

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APOSTILA DE FOTOGRAFIA
SCSI (Small Computer System Inferface): é um padrão de conexão de periféricos
onde cada periférico possui sua própria controladora. Desta forma, a interface de
conexão dedica-se a gerenciar a troca de dados com o computador. Devido a atualização
tecnologia, existem vários padrões de interfaces: SCSI 1,2 (Fast,Wide,Fast Wide), Ultra
SCSI, Ultra2 SCSI, Ultra 3 SCSI)

SENSIBILIDADE: a máquina digital tem sensibilidade (também conhecida por ASA


ou ISO) variável. Enquanto o equipamento convencional exige que seja mantido o
mesmo ISSO em todo rolo, na digital, o ISSO pode ser alterado a cada chapa. E, quanto
mais sensibilidade se aplica, mais se obtêm ruído (aquilo que é chamado de grão no
convencional).

SENSOR DIGITAL: é o dispositivo responsável por captar a imagem fotografada. Ele


substitui o filme e está posicionado, fisicamente, na mesma posição onde antes ficava o
filme. Um sensor é formado por milhares de pixels. Uma máquina de 6 megapixels tem
um sensor com 6 milhões de pixels ou (fotocélulas). O sensor digital é uma das partes
mais caras de uma máquina. Quanto maior o sensor, mais complexa e onerosa é a sua
fabricação. Por este motivo, muitos fabricantes projetam máquinas com sensores
menores que um filme de 35 mm.

SERRILHADO: é o efeito indesejável o qual surge em imagens de baixa resolução,


também conhecido como pixelação. Neste efeito é possível observar os pixels
("quadradinhos"), devido a falta de definição.

SHADOW: áreas de sombra de uma imagem

SHARPNESS: é referente a nitidez/foco de uma imagem

TEMPLATE: são molduras criadas, utilizando motivos variados (calendários, datas


comemorativas, etc), visando a fusão em imagens digitalizadas. As maiores aplicações
são em estações digitais de auto atendimento, por exemplo Picture Plus, bem como em
Minilabs Digitais, por exemplo FRONTIER.

TIFF (Tagged Image File Format): é um tipo de formato de arquivo digital muito
comum entre o meio de edição profissional de imagem. Tem a vantagem de permitir um
tipo de compactação (LZW) sem perda de qualidade (oposto do formato JPEG). Este
formato geralmente gera arquivos de tamanho muito grande para ser enviado pela
internet.

WHITE BALANCE: sistema disponível em câmaras digitais para adequação de uma


captura correta da imagem de acordo com a temperatura de cor da luz na cena. A
maioria das digitais oferece o modo automático de White balance, no qual a câmara faz
a leitura de cores gerais da cena e ajusta o balaço de branco segundo dados
programados.

ZOOM DIGITAL: é um recurso eletrônico das câmeras digitais que aproxima o


assunto da foto por meio da ampliação de uma área selecionada do CCD. Uma câmera
com CCD de 1.600 por 1.200 pixels, por exemplo, ao fotografar com zoom digital de
2x, vai produzir uma imagem com a metade da resolução, ou seja, 800x600 pixels.

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APOSTILA DE FOTOGRAFIA
Bibliografia
Curso de Fotografia – Eduardo Justiniano
Curso de Fotografia – SENAC
Curso de Fotografia – Studio Premium
Curso de Fotograifa – National Geografic

Elaboração: Raimundo Sampaio Página 70 de 70

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