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Princípios básicos de
geoprocessamento
para seu uso em
saneamento
Guia do profissional em treinamento Nível 2
Promoção Rede de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental - ReCESA
Instituições integrantes do Nucase Universidade Federal de Minas Gerais (líder) | Universidade Federal do Espírito Santo |
Universidade Federal do Rio de Janeiro | Universidade Estadual de Campinas
Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia | Fundação Nacional de Saúde do Ministério
da Saúde | Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades
Parceiros do Nucase
· Cedae/RJ - Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro
· Cesan/ES - Companhia Espírito Santense de Saneamento
· Comlurb/RJ - Companhia Municipal de Limpeza Urbana
· Copasa – Companhia de Saneamento de Minas Gerais
· DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo
· DLU/Campinas - Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura Municipal de Campinas
· Fundação Rio-Águas
· Incaper/ES - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural
· IPT/SP - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo
· PCJ - Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
· SAAE/Itabira - Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Itabira – MG
· SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
· SANASA/Campinas - Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.
· SLU/PBH - Serviço de Limpeza Urbana da prefeitura de Belo Horizonte
· Sudecap/PBH - Superintendência de Desenvolvimento da Capital da Prefeitura de Belo Horizonte
· UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto
· UFSCar - Universidade Federal de São Carlos
· UNIVALE – Universidade Vale do Rio Doce
Transversal
Princípios básicos de
geoprocessamento
para seu uso em
saneamento
Guia do profissional em treinamento Nível 2
Conselho Editorial Temático SAA
Valter Lúcio de Pádua - UFMG
Edumar Coelho - UFES
Iene Christie Figueiredo - UFRJ
Bernardo Arantes do Nascimento Teixeira - UFSCAR
Créditos
Consultoria pedagógica Cátedra da Unesco de Educação a Distância – FaE/UFMG
Juliane Corrêa | Sara Shirley Belo Lança
É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.
Apresentação da ReCESA
Introdução...................................................................................10
Princípios de Cartografia.............................................................12
A representação cartográfica da Terra.................................13
Sistema de coordenadas Geográficas..................................16
Sistemas de projeção..........................................................18
Escala.................................................................................21
Cartografia Temática e Digital............................................ 22
Geoprocessamento e suas aplicações.......................................... 29
Aplicações do geoprocessamento...................................... 33
Os Recursos de Geoprocessamento............................................. 46
Organização da base de dados alfanumérica
e cartográfica.................................................................... 47
Imagens de Satélites e Fotografias Aéreas.......................... 52
Tratamento de dados......................................................... 57
As Três Gerações de Softwares................................................... 67
Exemplos de softwares de geoprocessamento................... 69
Para saber mais.......................................................................... 79
Introdução
Caro profissional,
Você já parou para pensar como o é feito o Propomos, neste guia, demonstrar como o
planejamento do saneamento básico no seu Geoprocessamento poderá ser utilizado por
município? Muitas vezes adotamos medidas você na gestão do saneamento básico e como
que nem sempre são pensadas de maneira essa ferramenta poderá auxiliar no planeja-
integrada à região, restringindo-se à reme- mento desse setor no seu município. O guia
diação do problema. No Brasil, e em muitos contém textos, atividades, figuras e infor-
outros países, a erradicação das carências em mações que serão utilizadas durante toda a
abastecimento de água, a ampliação das ações oficina. Esperamos que ele seja útil a você
para que a população mais pobre não conviva como profissional responsável pela gestão em
mais com esgoto a céu aberto e inundações, e saneamento básico e como cidadão preocu-
tenha acesso aos serviços de coleta e à dispo- pado com a preservação do meio ambiente
sição final adequada de resíduos sólidos são e com a saúde da população.
questões sociais, ambientais e de saúde públi-
ca urgentes. O tema central da nossa oficina é Desejamos-lhes bons estudos, muitas e frutí-
o Geoprocessamento, que pode ser definido feras trocas de experiências e debates que
como um conjunto de conceitos, métodos e lancem luzes ao seu cotidiano de trabalho no
técnicas aplicados na tentativa de resolver um planejamento do saneamento!
determinado problema. Nesses quatro dias,
vamos discutir como essa ferramenta poderá E, para iniciarmos, sugerimos que você faça a
nos auxiliar na gestão do saneamento básico. atividade a seguir, demonstrando seus conhe-
Vamos trocar experiências, esclarecer dúvidas, cimentos prévios sobre o tema deste guia.
relembrar o que já foi esquecido, aprender
coisas novas e conhecer outras pessoas que
fazem trabalhos semelhantes.
Agora que realizamos a atividade inicial e vimos como o contexto geográfico que envolve
um determinado problema pode ser observado, vamos compreender a representação carto-
gráfica e apreender alguns conceitos relevantes da cartografia.
- Entender os
Para compreendermos e melhor utilizar as ferramentas do geoproces-
principais concei-
samento é necessário introduzir os conceitos básicos de cartografia.
tos relacionados à
representação do Desta maneira, teremos a fundamentação teórica necessária para
planeta. discutirmos não apenas um desenho, mas sim um mapa, com todas as
suas possibilidades funcionais e interpretativas, segundo as exigên-
cias cartográficas necessárias e garantindo, com isso, consistência
nas análises das informações produzidas.
Ao longo da oficina iremos identificar vários usos que o geoprocessamento poderá ter no
âmbito da gestão de resíduos sólidos, no manejo das águas pluviais - drenagem urbana,
coleta, tratamento e distribuição das águas, coleta e tratamento de esgoto. Contudo, Profis-
sional, é necessário que haja um maior envolvimento com os conceitos cartográficos para
que possamos desenvolver um trabalho melhor. Deste modo, o texto a seguir mostrará quais
são as formas que o nosso planeta pode assumir nos estudos cartográficos.
O formato e as dimensões do nosso planeta são temas que vêm sendo pesquisados ao longo
dos anos em várias partes do mundo. Muitas foram as interpretações e conceitos desenvol-
vidos para definir qual a melhor representação da Terra. Sabe-se hoje, que a Terra tem, na
verdade, uma forma bastante complexa. Entretanto, podemos simplificá-la para fins carto-
gráficos sem que isto cause prejuízos significativos. O Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) é
composto pelas redes altimétricas, planimétricas e gravimétricas. A evolução do SGB pode
ser dividida em duas fases distintas: uma anterior e outra posterior ao advento da tecnologia
de observação de satélites artificiais com fins de posicionamento. As formas de interesse
para representação cartográfica estão demonstradas na atividade a seguir.
Você sabia?
A palavra cartografia tem origem na língua portuguesa, tendo sido registrada pela
primeira vez em 1839 numa correspondência, indicando a idéia de um traçado de mapas
e cartas. Hoje entendemos cartografia como sendo a ciência e arte que permitem a
representação geométrica, plana, simplificada e convencional da totalidade ou de parte
da superfície terrestre, apresentada nos mapas, cartas ou plantas.
Fonte: Atlas Geográfico Escolar IBGE 2002.
Após lermos alguns conceitos sobre a forma do planeta, veremos como a informação no
espaço poderá nos auxiliar a compreender um determinado contexto. Para isso vamos
realizar a seguinte atividade:
Na realização da atividade anterior, vimos que um mapa contém muitas informações que
podem ser utilizadas para visualizarmos, por exemplo, a relação entre inundações e percentual
de áreas pavimentadas. Na seqüência vamos saber o que são as linhas imaginárias ao redor
da terra. Você sabe por que existem essas linhas? Você conhece os conceitos de coordenada
geográfica, latitute, longitude e de hemisfério? Profissional, vamos saber como tudo isso
está relacionado ao geoprocessamento e ainda como poderá ser utilizado no nosso trabalho
enquanto gestor municipal.
Para que cada ponto da superfície do planeta possa ser localizado no mapa, foi criado um
sistema de linhas imaginárias chamado de Sistema de Coordenadas Geográficas. A coorde-
nada geográfica de um ponto específico da superfície da Terra é obtida pela interseção de
um meridiano e um paralelo.
Nesse sistema os círculos imaginários chamados de paralelos nos indicam a latitude, que é
A linguagem gráfica é uma das mais antigas e foi a primeira forma de linguagem escri-
ta utilizada pelo homem. Desde cedo, o homem da antiguidade sentiu a necessidade
de se posicionar no espaço para garantir a sobrevivência (onde estão os alimentos, a
água, os inimigos, etc). Informações como essas não podiam ser guardadas apenas na
memória das pessoas, de forma que começou a existir a descrição do espaço físico
por meio de símbolos.
Sistemas de projeção
Escala
Os mapas oferecem uma visão reduzida do território, sendo necessário indicar qual é o
tamanho real da superfície representada no mapa. Essa informação é indicada pela escala
que significa a relação entre a medida de uma porção territorial representada no papel e
sua medida real na superfície terrestre.
Veja o exemplo:
E = 1:5.000 (escala numérica) ou (escala gráfica)
E = 1: 1.000 significa que o elemento representado é 1000 vezes menor do que o real.
Atividade
D=d/E
Sendo:
D = valor na realidade (em cm);
d = valor medido no desenho (em cm);
E = escala
Não existe uma diferença rígida entre os conceitos de mapa e carta. É, portanto, difícil
estabelecer uma separação definitiva entre os significados dessas designações. A palavra
mapa teve origem na Idade Média, quando era empregada exclusivamente para designar
as representações terrestres. Depois do século XIV, os mapas marítimos passaram a ser
denominados cartas, como, por exemplo, as chamadas “cartas de marear” dos Portugueses.
Posteriormente, o uso da palavra carta generalizou-se e passou a designar não só as cartas
marítimas, mas, também, uma série de outras modalidades de representação da superfície
da Terra, causando certa confusão.
Mapa
Definição simplificada: Representação dos aspetos geográficos, naturais ou artificiais da
Terra destinada a fins culturais, ilustrativos ou científicos. (Oliveira, 1980). Representação
gráfica, em geral uma superfície plana e numa determinada escala, com a representa-
ção de acidentes físicos e culturais da superfície da Terra, ou de um planeta ou satélite. As
posições dos acidentes devem ser precisas, de acordo com um sistema de coordenadas.
Serve, igualmente, para denominar parte ou toda uma superfície da esfera celeste. O mapa,
portanto, pode ou não ter caráter científico especializado e é, frequentemente, construído
em escala pequena, cobrindo um território mais ou menos extenso.
Carta
Definição simplificada: Representação precisa da Terra, permitindo as medições de distâncias,
direções e a localização de pontos. Representação dos aspetos naturais e artificiais da Terra,
destinada aos aspectos práticos da atividade humana, principalmente as avaliações precisas das
distâncias, direções e as localizações geográficas de pontos, áreas e detalhes. Representação
plana, geralmente em escalas média ou grande, de uma superfície da Terra, subdividida em folhas,
de forma sistemática, obedecendo a um plano nacional ou internacional. Nome tradicionalmente
empregado na designação do documento cartográfico de âmbito naval. É empregado no Brasil,
também como sinônimo de mapa em muitos casos. Assim, a carta é comumente considerada
como uma representação similar ao mapa, mas de caráter especializado construído com uma
finalidade específica e, geralmente, em escalas média ou grande; De 1:100.000 ou maior.
Resumindo:
∙∙ Carta: predomina até 1990
∙∙ Mapa: usado para diversas situações após o aparecimento da cartografia digital
e dos SIG’s, há indicações de que seja uma tendência atual.
∙∙ Carta: maior rigor científico
∙∙ Mapa: ilustração (Cartografia temática)
Para efeitos deste guia estaremos adotando a designação de “MAPA”, para todos os produtos
que permitam a espacialização do território, em todos os seus aspectos tanto os artificiais
quanto os naturais.
Semiologia Gráfica
A definição dos objetivos a serem alcançados com o mapa e o público a que ele se destina,
precede a etapa de escolha dos signos e do tratamento gráfico. É com base nessa definição
que são escolhidos a escala e o formato do mapa. Mapas de trabalho (ainda não usados
para apresentação) e sendo a leitura feita por técnicos exigem apresentações diferenciadas
daqueles mapas de apresentação para um público com perfil diversificado. Para a cartografia
de trabalho, muitas vezes, é aconselhável a adoção de representações que são usuais entre
os técnicos uma vez que certos signos e tratamentos gráficos já possuem significados que
fazem parte da linguagem gráfica dos especialistas. Exemplo disso é o Mapa de Declividades,
no qual são representadas diferentes classes de declividade, ordenadas, sendo a variação de
valor a mais adequada. Contudo, é usual entre os técnicos adotar variações de cores frias às
cores quentes. O tratamento gráfico da informação deve basear-se em sistema monossêmico
quando um mapa é destinado a diferentes públicos e quando a cartografia é de apresentação
ou comunicação, o que torna a metodologia da Semiologia Gráfica um importante recurso.
Existem alguns elementos de identificação externa imprescindíveis em mapas temáticos. São eles:
∙∙ Título: O mapa temático expõe um tema que deverá ser declarado no título.
O título, além de dizer do que se trata, deve especificar o local e a data do
estudo. Dessa forma, ele deverá responder perguntas como “O que?”, “Onde”
e “Quando”. No mapa ele deve ser inserido na parte superior da folha e com
destaque para rápida visualização ao leitor.
Atividade
- Compreender
suas aplicações as possibilidades
de aplicação do
geoprocessamen-
to nas atividades
de saneamento
Profissional, sabemos das dificuldades no dia-a-dia da gestão urbana
básico em suas
e, principalmente, na gestão do saneamento básico. Este capítulo
quatro dimensões
tem a função de ajudar a compreender o que é Geoprocessamento e principais quais
reforçar a importância estratégica da sua aplicação para tomada de sejam: abasteci-
decisão de uma forma geral. Para tanto vamos procurar compreender mento de água,
também o conceito relacionado à micro-bacia urbana e as manei- esgotamento
ras de utilizar essa unidade de análise no planejamento das nossas sanitário, manejo
atividades nos municípios. de águas pluviais
e resíduos
sólidos;
O geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de
tecnologias voltado à coleta e tratamento de informações espaciais - Orientar, a busca
para um objetivo específico. Assim, as atividades que envolvem o por especialistas
geoprocessamento são executadas por sistemas específicos para em diversos
cada aplicação. Esses sistemas são mais comumente tratados temas, de modo
como Sistemas de Informação Geográfica (SIG). a maximizar a
utilização da
tecnologia mais
apropriada.
Atividade: tempestade de ideias
O que é geoprocessamento?
Quais são os elementos que compõem essa ferramenta?
Para que serve o geoprocessamento e qual a sua importância?
No seu trabalho você utiliza o geoprocessamento?
Por ser uma técnica de caráter multidisciplinar e transversal há uma variedade de usos e apli-
cações, além da integração de diferentes temas e abordagens. Por esta razão, na maioria das
vezes, é um instrumento utilizado em situações estratégicas, posto o interesse cada vez mais
crescente de se conhecer o território e os fenômenos que ali se desenvolvem sob diferentes
aspectos. Dessa forma, o Geoprocessamento auxilia, especialmente, no planejamento e na
gestão por permitir uma visão holística da realidade de forma sistematizada, considerando
as interrelações dos diferentes componentes e entidades que a constitui.
O holismo significa que o homem é um ser indivisível, que não pode ser entendido através
de uma análise separada de suas diferentes partes.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_Hol%C3%ADstica
Promover intervenções sem refletir sobre possíveis consequências é negar o uso de ações
planejadas e atestar um conhecimento insatisfatório e superficial da realidade vigente. O
planejamento bem sucedido requer, prioritariamente, uma visão de conjunto com o conhe-
cimento do todo. Assim, o uso das técnicas de geoprocessamento permite obter um melhor
entendimento da integração dos constituintes de uma determinada realidade, além de possi-
bilitar a construção de cenários futuros e a simulação de paisagens antes que as intervenções
se concretizem. É, portanto, a oportunidade de aperfeiçoar e planejar ações uma vez que
se torna possível visualizar as possíveis alterações no território, de maneira mais efetiva,
tendo em vista o conhecimento de causa e consequência, alcançando, com isso, resultados
mais satisfatórios. É dessa forma que o Geoprocessamento vem se destacando como uma
importante ferramenta no auxílio à tomada de decisões.
A Bacia Hidrográfica Virtual é um software desenvolvido pelo NUCASE com o intuito de ilustrar
os diversos problemas e as possíveis soluções referentes ao saneamento. Vamos realizar a
atividade a seguir com essa interessante ferramenta multimídia.
Você sabia?
Fonte: www.manage.uff.br
limites são definidos pelos pontos mais altos
do relevo, divisores de água ou espigões dos
montes ou montanhas e que tem função de
reservatório de água e sedimentos. Dentro da
Bacia a água da chuva é drenada superficial-
mente por um curso de água principal até sua
saída, no local mais baixo do relevo, ou seja,
na foz do curso de água.
Vista aérea de uma bacia hidrográfica
Na atividade anterior vimos que a bacia hidrográfica sofre intervenção não só de fatores
físicos, químicos e biológicos, mas, sobretudo, por elementos humanos nas diferentes formas
de atividades, como agricultura, pesca, pecuária, indústria, serviços etc. O planejamento e
gestão do saneamento implicam na necessidade de informações básicas diversificadas que
envolvam a localização espacial, bem como a variabilidade temporal.
Aplicações do geoprocessamento
Profissional, a análise dos serviços de saneamento poderá ser realizada com o entendimento
dos processos físicos, sociais e econômicos que interagem com o mesmo. Esses processos
serão simulados com base na utilização de modelos, com finalidade de se verificar o cenário
e as estratégias de planejamento e desenvolvimento do setor.
Vamos ver ao longo deste tópico alguns exemplos da utilização do geoprocessamento auxi-
liando na tomada de decisões em diversas áreas, com destaque para a área de saneamento.
Vamos fazer a leitura do texto sobre Mapa de Riscos Múltiplos da prefeitura municipal de
Santo André (SP).
Em Santo André, a prefeitura tem atuado em conjunto com a Defesa Civil. A Defesa Civil pode
ser entendida como gestora de riscos urbanos, por meio de ações voltadas para a proteção
da vida em situações adversas. A Política Nacional da Defesa Civil a define como um conjunto
de ações preventivas - assistenciais e reconstrutivas - e de socorros com objetivo de evitar
e/ou minimizar os desastres. Assim, a minimização dos riscos é bastante importante quando
pensamos em salvar vidas. A Defesa Civil não trabalha sozinha. O apoio da comunidade é
fundamental para o sucesso das ações preventivas e emergenciais. Por isso, a Defesa Civil
∙∙ Construção de novas galerias nas ruas Araci (Curuçá), Adolfo Bastos (Vila
Bastos) e Dominicanos (Jardim Santo André)
∙∙ Manutenção dos piscinões, tanques de retenção e limpeza mecânica do córrego
Guarará
∙∙ Saneamento Integrado do Núcleo Sacadura Cabral
∙∙ Obras contra enchentes na Região Central
∙∙ Obras de galeria e canalização da Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo
∙∙ Reservatório de Detenção e Microdrenagem da Vila América
∙∙ Drenagem da Rua Eduardo Ramos
∙∙ Obras de combate a enchentes no bairro Casa Branca
∙∙ Obras de combate a enchentes na Vila Pires
∙∙ Drenagem da Rua Camilo Castelo Branco - Sacadura Cabral
∙∙ Remoção do esgoto lançado no Tanque Bom Pastor
∙∙ Obras de contenção das margens do Rio Tamanduateí - Avenida dos Estados
∙∙ Obras de canalização do Córrego Apiaí - da Rua Baependi até a Rua Amambaí
∙∙ Muro de contenção das margens do Córrego Jundiaí
∙∙ Microdrenagem nas ruas Peru, Silva Teles e Belém - Vila Assunção
Fonte: http://www.semasa.sp.gov.br/
Saneamento Básico
Belo Horizonte (MG) realizou um diagnóstico sobre o saneamento básico no município com
base em Índices de Salubridade Ambiental (ISA), que o próprio município desenvolveu. Utili-
zando a ferramenta de geoprocessamento foi possível visualizar em mapas quais seriam as
áreas onde as intervenções deveriam ser primeiramente realizadas.
A partir dos diagnósticos setoriais foi calculado o ISA, e estabeleceu-se uma análise compa-
rativa entre as 98 bacias elementares que compõem o território do Município. Além disso, o
ISA foi calculado, pela primeira vez, para cada uma das 256 sub-bacias de Belo Horizonte.
Os índices setoriais foram definidos para cada tipo de serviço, com pesos diferenciados de
acordo com a maior carência de atendimento ou mesmo com a fragilidade dos indicadores
adotados, e o ISA a partir do somatório ponderado desses índices setoriais.
Atividade
O Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte (2006) mostra que as demandas impor-
tantes por investimentos no abastecimento de água do Município se referem à:
∙∙ regularização e padronização de ligações prediais em áreas de urbanização
precária, de forma a se eliminar o risco sanitário dos ramais a céu aberto,
muitas vezes mergulhados em valas de esgoto;
∙∙ garantia de um programa permanente de melhorias operacionais e de atualização
tecnológica, destacando-se os aspectos ligados ao controle e à redução de perdas.
Assim como Belo Horizonte, o município de Contagem é também carente dessa infra-estrutura
e, por estar contido parcialmente nas porções de montante das bacias dos ribeirões Arrudas
e Onça, contribui significativamente para a poluição dos cursos d’água da capital. Desta
forma, em função da ausência da coleta, e/ou ausência ou descontinuidade do sistema de
interceptação, grande parte dos córregos do Município, canalizados ou não, encontram-se
poluídos por lançamentos de efluentes de origem industrial e, principalmente, domiciliar.
Existe um grande número de ligações clandestinas e lançamentos de esgoto na rede de
drenagem natural ou construída, alguns desses implantados pela própria companhia de
saneamento - COPASA, apesar de o sistema ser, oficialmente, o sistema separador absoluto.
Você sabia?
Pode-se apontar pelo menos cinco grandes dimensões dos problemas ligados aos Estudos
Ambientais, onde é grande o impacto do uso da tecnologia de Sistemas de Informação
Geográfica: Mapeamento Temático, Diagnóstico Ambiental, Avaliação de Impacto Ambiental,
Ordenamento Territorial e os Prognósticos Ambientais. Nessa visão, os estudos de Mapea-
mento Temático visam caracterizar e entender a organização do espaço como base para o
estabelecimento das ações e estudos futuros. Exemplos seriam levantamentos temáticos
(como geologia, geomorfologia, solos, cobertura vegetal), dos quais o Brasil ainda é bastante
deficiente, especialmente em escalas maiores. Tome-se, por exemplo, o caso da Amazônia,
onde o mais abrangente conjunto de dados temáticos existente é o realizado pelo projeto
RADAM, no qual os dados foram levantados na escala 1: 250.000 e compilados na escala
1:1.000.000 (Medeiros e Câmara, 2009).
Desde 1988, o INPE vem produzindo estimativas anuais das taxas de desflorestamento da
Amazônia Legal. A figura a seguir, permite a realização de uma estimativa dos níveis de
desflorestamento na Amazônia.
imagens/amazonia_reduzida.JPG
Fonte: http://www.inpe.br/noticias/galeria_
Atividade
Para entender sobre a organização dos dados, vamos fazer a leitura do texto seguinte que
aborda como o ser humano realiza a modelagem das informações.
IBGE http://www.ibge.gov.br/home/
CPRM http://www.cprm.gov.br/
EMBRAPA http://www.embrapa.br/
IGAM http://www.igam.mg.gov.br/
FEAM http://www.feam.br/
GEOMINAS http://www.geominas.mg.gov.br/
ANA http://www.ana.gov.br/
MMA http://www.mma.gov.br/sitio/
Caso o usuário não encontre nenhuma informação específica desejada em meio digital,
restam algumas outras opções para obtê-la: por meio da captura de dados via GPS (Global
Positioning System ou Sistema de Posicionamento Global); por meio de recursos de sensoria-
mento remoto a partir de imagens de satélite ou fotografias aéreas; por meio da vetorização
ou digitalização de figuras (fontes secundárias) já publicadas.
Você sabia?
Esse sistema é constituído por três segmentos: o espacial (no qual se encontram 24 satélites
em órbita com cobertura em todo o globo terrestre); o controle em terra (constituído por uma
rede de estações de monitoramento localizadas por todo o planeta cuja principal função é
atualizar a mensagem de navegação transmitida pelos satélites); e o segmento do usuário,
formado por todos os receptores GPS e a comunidade
Mas lembre-se: a precisão na captura desses dados bem como a escolha dos equipamentos a
serem utilizados deverá estar em sintonia com os objetivos do trabalho inicialmente proposto.
Você sabia?
Os sinais dos satélites dificilmente penetram em vegetação muito densa, vales estrei-
tos, cavernas ou na água. Montanhas altas ou edifícios próximos também afetam sua
precisão. Isto significa que quanto menor for a interferência do ambiente físico, maior
será a qualidade na captação de sinais.
Outras fontes que possibilitam a extração de dados de interesse são as imagens de saté-
lites ou radar e fotografias aéreas. Por meio do aparato tecnológico que o sensoriamento
remoto dispõe, torna-se possível fotografar ou criar imagens de toda a superfície terrestre
registrando seus componentes constituintes e suas diversas manifestações.
Já as imagens de satélite são obtidas a partir de satélites que estão em órbita e que trans-
formam a energia refletida pelos alvos na superfície em informações sobre a natureza e/ou
condições desses alvos. A qualidade das imagens também depende das características dos
satélites e das condições atmosféricas no momento da criação da imagem. Satélites de alta
resolução como IKONOS II (4mx4m) obtêm imagens com um maior nível de detalhamento
quando comparados com as imagens CBERS (20m x 20m).
Satélite:
Fonte: http://www.cabecadecuia.com/imagem/materias
Resolução:
/2eb58bcd12c4407f311ab392aa29c1ec.jpg
Resolução:
Assim, a partir da interpretação destas imagens torna-se possível construir uma base carto-
gráfica confiável a ser trabalhada. Veja as ilustrações de obtenção de dados a partir de uma
imagem de alta resolução:
dc_inauguration_jan20_2009_dgl.jpg
Fonte: http://www.digitalglobe.com/downloads/featured_images/
Imagem de alta resolução
Mapa de declividade
Você sabia?
Podemos adquirir imagens de vários satélites pela internet gratuitamente. Sitios como
do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (www.inpe.br) possibilitam que
quaisquer usuários façam download das imagens desejadas.
Você sabia?
Significa dizer que se tivermos que digitalizar uma feição qualquer a partir de um mapa
na escala 1:100.000, para atendermos ao padrão cartográfico do tipo A (0,2 mm), pode-
remos alcançar um erro máximo de até 20 metros, em planimetria. Já em altimetria,
se um mapa apresentar curvas de nível com equidistância de 10 metros, o erro pode
chegar a até 5 metros, e um mapa com curvas de 50 em 50 metros pode apresentar
erro altimétrico de até 25 metros.
Nesse momento, o profissional deverá avaliar se o erro que poderá ter é aceitável para a
sua aplicação ou não. Caso o estudo exija maior detalhamento e, portanto, maior exatidão,
caberá ao profissional utilizar outras bases cartográficas com um maior detalhamento e que
confira menor erro ao mapeamento que será realizado.
Tratamento de dados
Vamos Ao Exemplo:
Precisamos digitalizar um mapa topográfico do IBGE para extrair informações como a hidro-
grafia, a topografia, estradas, e vegetação. Para isso, deveremos criar arquivos diferentes
para cada assunto. As cartas topográficas do IBGE são encontradas em bibliotecas públicas,
nas universidades e podem ser adquiridas no sítio do IBGE, www.ibge.gov.br
Com relação à topografia, temos duas feições representantes: as curvas de nível (linear) e
os pontos cotados (pontual). Como representar um mesmo tema com formas geométricas
diferentes? Basta criar arquivos diferentes para cada um deles. Se tivéssemos lagoas ou
represas representadas no mapa (zonais e não lineares como os cursos d’água), deveríamos
proceder da mesma forma, criando arquivos distintos.
E, por fim, a última etapa listada – edição de um banco de dados associado, consiste em atri-
buir aos desenhos cartográficos as suas características. Essas informações, ou características
das feições representadas são denominadas de atributos. Esses atributos são armazenados
em um banco de dados que está diretamente associado ao desenho. Portanto, se quisermos
saber qual o nome dos cursos d’água do nosso exemplo, é só consultar o banco de dados
que teremos a resposta. Ou ainda, se quisermos saber a que altitude determinada sede está
localizada, a informação estará também no banco de dados associado.
Você sabia?
∙∙ Representação do relevo:
Nas cartas topográficas o relevo é representado pelas curvas de níveis e pontos cota-
dos com altitudes referidas ao nível médio do mar (datum vertical). Portanto, é preciso
esclarecer alguns conceitos relacionados à interpretação das cartas topográficas, a saber:
∙∙ Ponto Cotado: é a projeção ortogonal ou perpendicular de um ponto do terreno
no plano da carta com a indicação da sua altitude.
∙∙ Curvas de Nível: são isolinhas de altitude, ou seja, linhas que representam
todos os pontos do terreno de mesma altitude. As curvas de nível constituem
a forma mais utilizada para representação do relevo nas cartas topográficas.
∙∙ Equidistância: é a separação entre curvas de nível consecutivas.
∙∙ Curvas de Nível Mestra: São as curvas de nível mais grossas e numeradas que ocorrem
de 5 em 5 curvas. A quinta curva é sempre a curva mestra nas cartas topográficas.
Atividade
Para o vetor, quanto maior for o detalhamento necessário para representar uma feição,
maior será o número de vértices inserido no desenho e maior será o tamanho do arquivo
digital gerado. Contudo, em muitas situações, é possível digitalizar a mesma feição com
um número de vértices menor e respeitando todos os seus traçados constituintes. Esse
é o procedimento de generalização cartográfica aplicado em meio digital que respeita a
geometria e os contornos do desenho sem que haja vértices em excesso, obtendo arquivos
menores com tempo de processamento também menor.
Para o raster, quanto maior for a resolução de uma imagem (melhor definição), menor será o
tamanha das células (pixel) e maior será o arquivo digital gerado (pelo maior número de pixels).
Na tabela a seguir, marque “V” para Vetor e “M” para Matriz entre
os parênteses.
Resolução ( ) ( )
Relações Espaciais ( ) ( )
entre
os objetos Relação topológica entre os obje- Relacionamento espacial deve
tos disponíveis. ser inferido pois não é explícito
(o software não entende que um
conjunto de pixels forma um
polígono, por exemplo).
Armazenamento ( ) ( )
de Atributos e asso-
ciação à um banco Facilita associar atributos a A informação é atribuída a cada
de dados elementos gráficos bem como pixel constituinte da imagem.
armazená-los internamente.
Álgebra de Mapas ( ) ( )
Escalas de trabalho ( ) ( )
Álgebra de Mapas: trata-se do cruzamento dos planos de informações (layer) feito para
obter resultados referentes aos relacionamentos espaciais entre as feições até então
não percebidos em outras formas de representação gráfica.
Contudo, resta ao usuário avaliar em cada situação qual o melhor formato a ser trabalhado
reconhecendo as especificidades inerentes a cada um, bem como suas limitações e vantagens.
Você sabia?
Podemos adquirir softwares livres gratuitamente pela internet, como o spring, terra view
(www.inpe.br), saga (http://www.lageop.ufrj.br/saga.php), dinâmica (www.csr.ufmg.br).
Análises Espaciais
As análises espaciais são admitidas a partir dos múltiplos cruzamentos de informações que
podem ser feitos para analisar os diferentes relacionamentos espaciais existentes entre elas,
podendo alcançar resultados dificilmente percebidos sob outras formas de representação
gráfica. Esses relacionamentos podem ser trabalhados nos softwares da terceira geração
(os SIG), conforme já exposto anteriormente. Alguns exemplos dos processos de análise
espacial típicos de um SIG estão sendo apresentados na tabela a seguir:
Vamos ao clássico exemplo sobre a cólera em Londres que marcou época porque o “geopro-
cessamento” foi feito manualmente:
Tomemos um exemplo concreto para explicitar os conceitos acima sobre análise espacial.
Em 1854, Londres estava sofrendo uma grave epidemia de cólera, doença da qual à época
Você sabia?
A cólera é uma doença causada pelo vibrião colérico (Vibrio cholerae), uma bactéria
em forma de vírgula ou bastonete, que se multiplica rapidamente no intestino humano
produzindo uma potente toxina que provoca diarréia intensa. Ela afeta apenas os seres
humanos e a sua transmissão é diretamente por ingestão oral a partir da contaminação
da água por dejetos fecais de doentes.
- Mostrar alguns
de Softwares programas de
geoprocessamen-
to que poderão
ser utilizados para
análise de dados
Todos os procedimentos, até então trabalhados aqui, não são contem-
e informações
plados por todos os softwares disponíveis no mercado. Há distinções
ambientais.
entre as funcionalidades dos programas e cada uma delas deve ser
compreendida para que o usuário faça a melhor escolha dentro dos
propósitos do trabalho que irá desenvolver. Por isso, este tópico tem
como finalidade esclarecer as especificidades de três gerações de
softwares de geoprocessamento, bem como suas potencialidades e
limitações. Portanto, de acordo com a evolução, três grupos serão
descritos e caracterizados para que o usuário consiga ter maior
autonomia na escolha de suas aplicações.
Pode-se dizer que sim, pois a maioria dos softwares apresenta recursos de “inteligência
espacial” que irão gerar novos elementos gráficos a partir dos já existentes. É a produção
de uma nova informação, de conhecimento!
Destaca-se, ainda, como principal ferramenta dos SIG’s a existência de modelos de análise
espacial que permitem não somente recuperar informações de um banco de dados, mas,
sobretudo, gerar informações antes não visualizáveis. Os aplicativos de melhores recursos
entre os SIG’s são aqueles abertos à formulação de novos modelos de análise espacial, ou seja
aqueles que atuam como Expert Information Systems – sistemas de informações elaborados
pelo conhecimento especialista, que se destinam a responder questões tais como: what it?
(O que?) – para a construção de predições e cenários. A diferenciação entre um Desktop
Mapping e um SIG está no fato de que o primeiro se destina a responder a duas perguntas
básicas, obtidas da consulta do banco de dados: “Tal característica, onde está localizada?”
ou “Em tal lugar, qual é a característica?“.
O aspecto mais fundamental dos dados tratados em um SIG é a natureza dual da informa-
ção: um dado geográfico possui uma localização geográfica (expressa como coordenadas
em um mapa) e atributos descritivos (que podem ser representados num banco de dados
convencional). Outro aspecto muito importante é que os dados geográficos não existem
sozinhos no espaço: tão importante quanto localizá-los é descobrir e representar as relações
entre os diversos dados.
Contudo, é importante que o usuário saiba em que grupo suas ferramentas de trabalho se
encaixam, assim como fazer a devida escolha ao determinar os recursos que realmente serão
necessários para seu mapeamento, tendo em vista os conceitos de planejamento sustentável.
Dessa forma, aconselha-se:
∙∙ Hoje se trabalha dentro dos conceitos de Planejamento Sustentável, ou seja:
a adequação dos investimentos aos produtos a serem obtidos.
∙∙ O melhor software é aquele que o usuário domina e consegue explorar a
maioria de seus recursos;
∙∙ Ao dimensionar uma compra, o usuário deve ter clareza sobre qual a metodologia
de trabalho e os objetivos no uso do geoprocessamento, para não correr o
risco de supervalorizar os instrumentos em detrimento das ações necessárias;
IDRISI
MapInfo
A principal característica do Mapinfo é sua capacidade de permitir associação entre dados alfa-
numéricos (tabulares) e vetoriais (desenho), e consequente espacialização dos dados de um
projeto, possibilitando, assim, novas análises. É muito utilizado para a geração de mapas temá-
ticos, tornando–se uma poderosa ferramenta de análise e apresentação de dados e resultados.
O Mapinfo organiza seus dados em forma de tabelas. Cada tabela é um grupo de arquivos
Mapinfo que constitui um mapa ou de banco de dados. Esses arquivos estão associados
uns aos outros de forma que, para a leitura e manipulação do mapa ou banco de dados, é
necessário que todos os arquivos Mapinfo estejam disponíveis. Os arquivos Mapinfo básicos
e suas funções podem ser indicados como:
*.tab: descreve a estrutura da tabela, a organização e formato dos dados tabulares;
*.dat: contém os dados tabulares, o conteúdo de cada tabela. Caso você este-
ja trabalhando com arquivos provindos de outros softwares, sua tabela será
composta pela junção do arquivo *.dat com o arquivo de origem, que pode ser
*.xls, *.dbf, *tif, *.jpg, entre outros.
*.map: descreve objetos gráficos
*.id: arquivo que vincula os objetos gráficos (*.map) aos dados tabulares (*.dat).
Vamos assistir a alguns vídeos que mostram o funcionamento do MapInfo, vá ao sítio abaixo:
http://www.geograph.com.br/site/MapInfo_Professional_videos.asp#
ArcGIS
A última versão do ArcGIS é a 9.3. A ESRI tem uma parcela dominante do mercado de software
de SIG, havendo um uso do seu software por cerca de 77% dos profissionais da área. O lança-
mento do ArcGIS constituiu uma grande mudança nas vendas de software da ESRI, alinhando
todos seus clientes e servidores sob uma única arquitetura de software , desenvolvida usando
a base do Windows e desenhado para armazenar dados no formato geodatabase.
O ArcGIS Desktop foi desenvolvido para combinar o esquema de uso do ArcView 3.x com a
funcionalidade completa disponível nos produtos posteriores da ESRI, como o ArcINFO 7.x. Outra
grande diferença é a linguagem de programação disponível para personalizar ou estender o
software para as necessidades do usuário. Na transição para o ArcGIS, a ESRI aumentou o supor-
te a aplicações específicas de linguagem de script (Arc Macro Language - AML) em favor das
Aplicações Visuais Básicas e acesso aberto aos componentes ArcGIS usando padrões Microsoft.
Dentro do pacote ArcGIS, deve-se destacar o ArcMap, com funções variadas. Além de cons-
trução de mapas e análises, ArcMap permite criar e editar dados geográficos, assim como
também dados tabulares. Com o ArcMap, você pode editar em uma interface de usuário
comum. O ArcMap também contêm ferramentas sofisticadas de edição de dados CAD.
MicroStation
Atividade
O reencantamento da cartografia
As novas tecnologias de georeferenciamento, experiências, com o conseqüente crescimento
associadas a processos participativos, têm da capacidade de medir altitudes e coordena-
permitido a distintas comunidades se reconhe- das, que os mapas foram tornando-se mais
cerem e a seus territórios, em um processo “objetivos”.
simbólico onde os mapas são também a afir-
mação de sua existência. Considera-se que a fundação da tradição
cartográfica científica ocidental seja derivada
Na história das representações espaciais, os das teorias clássicas gregas a respeito da
mapas começaram, não por acaso, como fic- forma da terra. O pensador greco-egípcio
ção, um meio de se pensar o mundo a partir Claudius Ptolomeu sistematizou, no século II
da crença e dos mitos, e não da geografia. Foi a.c, as bases teóricas para o desen-volvimento
através de um longo processo de observação cartográfico, consubstanciadas nas obras
do mundo, de elaboração de instrumentos e Almagest e Geografia, que também serviram a
Como bem assinalam Acselrad e Coli, “se ação Jornal Le Monde Diplomatique Brasil
Ano 2, Número 23, Junho/2009
Págs. 36 e 37
política diz especificamente respeito à divisão Mapas e Identidades
Artigo de Aurélio Vianna Jr. (Doutor em Antropologia social e,
do mundo social, podemos considerar que na desde 2004, Oficial da Fundaçao Ford no Brasil)
Esperamos que os temas abordados tenham acrescentado informações úteis a você como cida-
dão e como trabalhador. A seguir, estão as bibliografias utilizadas na elaboração deste guia e que
você poderá consultar caso queira aprofundar seus conhecimentos sobre “Geoprocessamento”.
BANKER, MUCIO PIRAGIBE RIBEIRO DE. Cartografia Noções Básicas DHN, 1965.
COELHO, ARNALDO GUIDO DE SOUZA, Uso Potencial dos sensores Remotos. Revista Brasileira
de Cartografia. n. 10.
MOURA, Ana Clara Mourão. Cartografia e Turismo: o papel dos elementos de fundo de mapa
na produção cartográfica. In: GIS-BRASIL 99, 1999, Salvador. Curitiba: Sagres, 1999. p.1-11.
MOURA, Ana Clara Mourão. Geoprocessamento na gestão e planejamento urbano. Belo
Horizonte: Ed. da autora, 2003.
NOVO, EVLYN M.L. DE MORAES. Sensoriamento Remoto Princípios e Aplicações, Ed. E.Blücher, 1992.