dz Somane defende colega

Diário da Zambézia
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Director interino: Joaquim Chibalo
Ano XIII Edição n°2.746 Terça-feira: 26/06/2018
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43 anos de Independência

Abaixo sanguessugas
“Abaixo Sanguessugas
do Estado
do Estado”
 Diário da Zambézia 26 de Junho de 2018 Edição n° 2.746

Sociedade Aos 43 anos de Independência lembrando Samora Machel

“Na sociedade nova que queremos construir, só come quem
trabalha, chega de sanguessugas no Estado”- Samora Machel

O
país assinalou esta
segunda-feira, 25
de Junho, o seu 43°
aniversário desde que se
tornou independente em 1975.
Depois deste marco importante,
Moçambique experimentou dias
difíceis com a guerra dos 16 anos
que opôs o governo da Frelimo
e a Renamo, que culminou com
a assinatura dos Acordos Gerais
de Paz, a 4 de Outubro de 1992.
O processo da paz culminou
com a democratização do país
e a realização de eleições
gerais e multipartidárias.
Mas antes, portanto, antes de
Samora Machel, o Presidente
que proclamou a independência
nacional no Estádio da
Machava, sempre foi forte nas
suas palavras, mostrando aos
moçambicanos que o país não só
tem potencial económico, social
e humano, mas também muita
maldade e falta de compromisso
por parte de alguns dirigentes.
Numa destas suas aparições,
Samora vaticinava construir uma
Sociedade em que só podia
comer aquele que trabalhasse,
porque segundo ele, havia muitas
sanguessugas que prejudicam
sobre maneira o Estado.
Morreu Samora e os dirigentes
que tomaram o país, parece terem
se esquecido das muitas “aulas”
que o Marechal deu. Hoje, tudo
contrário. Temos governantes
sanguessugas, triunfalistas que
gostam de relatórios falsos,

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 Diário da Zambézia 26 de Junho de 2018 Edição n° 2.746

gostam de ser adulados,
conforme dizia Machel. Tudo
isso, só prejudica este povo que é
forçado a produzir tanto para não
ter mercado. Prejudica à milhares
de jovens que recebem apelos
de empreendedorismo, mas nem
sequer receber o primeiro apoio.
Enquanto isso, a máquina do
Estado anda carregada de inúteis,
improdutivos que se preocupam cada mandato de facto saem
apenas com seus umbigos. da província alegres por terem
Samora sonhava em reduzir conseguido independência
estes improdutivos todos, partindo financeira, prejudicando este
do princípio que só comem povo que eles juraram servir.
aqueles que trabalham. Temos
Enfim, 43 anos de independência
hoje, dirigentes que recebem
sim, mas há que pôr mão
comissões em troca de obras,
na consciência porque
concursos públicos, etc. Afinal,
o Estado virou lugar de
a verdadeira independência
sanguessugas. (Redacção)
está com eles, porque no fim de

No aparelho do Estado
Meia centena de funcionários expulsos
C
inquenta e três funcionários
e Agentes do Estado,
foram expulsos durante o
ano 2017 do aparelho do Estado
na Zambézia por corrupção,
falsificação de documentos, faltas
injustificadas, desvios dos bens
públicos, nepotismos na admissão
do pessoal e outras infracções de
não observância das normas e
procedimentos da função pública.
A informação foi revelada na
semana finda em Quelimane, pela
Secretária Permanente Provincial,
por ocasião do 23 de Junho dia
da Função Pública, assinalado no
último sábado, tendo explicado
que ao mesmo período, 15
funcionários foram demitidos
dos seus postos de trabalho.
De acordo com, Elisa Somane,
no ano 2107 foram instaurados
132 processos disciplinares
contra funcionários que
cometeram infracções de vária
ordem, se comparado com o igual
período do ano 2016, registou-
se uma subida de 13 casos,
cujos mesmos culminaram com
advertências, despromoções,
multas entre outras sanções.
Somane anunciou que para
colmatar o cenário, o Governo
tem vindo a trabalhar em acções
de capacitação dos funcionários
para observância das normas e
procedimentos da função pública.
Actualmente, Zambézia conta
com 49.546 Funcionários e 5.979
Agentes do Estado, dos quais
91% encontram-se a exercer suas
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 Diário da Zambézia 26 de Junho de 2018 Edição n° 2.746

funções nos distritos, porém, o
sector da Educação é que tem
maior número de funcionários e
Agentes do Estado com 35.705,
seguido do sector da Saúde
com 16% respectivamente.
Sabe-se que a província da
Zambézia é uma das regiões do
país, que foram reportados muitos
casos de corrupção e ou cobranças
ilícitas, evolvendo servidores
públicos cujo alguns deles já
foram expulsos no aparelho
do Estado. (Nhama Armando)

Política Defesa à honra

SP de Namarrói “emocionou-se”
• Justifica Elisa Somane, chefe de Arvisco Hairone

A
forma como o Secretário
Permanente Distrital
de Namarrói, Arvisco
Hairone, apresentou os dados
do distrito aquando da visita
do Presidente da República,
deixou “meio mundo” de boca
aberta, porque Filipe Nyusi,
questionou coisas simples, que
o SPD não conseguiu responder.
E como foi uma componente da
equipa do Governo Provincial
que esteve mal, eis que o Diário
da Zambézia, procurou ouvir a
Secretária Permanente Provincial, Quando questionamo-la sobre é feita por pessoas que o
Elisa Somane, para se pronunciar os critérios de nomeação ou normal devem ser competentes.
em relação a este assunto. indicação dos quadros para
Refira-se que a situação do
cargos como estes, a nossa fonte
Em resposta, Somane nada SPD de Namarrói, foi viral
explicou que tudo é na base
podia fazer, senão partir para e por exemplo, circula nas
da competência profissional,
defensa à honra, porque afinal redes sociais as declarações
porque afinal, segundo explicou
foi também um SP que “meteu” dele aquando da visita do
Somane, a máquina do governo
água, diga-se de passagem. Presidente.(Nhama Armando).
Falando no último Sábado à
Imprensa, a fonte defendeu
que Arvisco Hairone, SPD de
Namarrói estava emocionado
e ficou meio baralhado por se
tratar de um chefe do Estado
que estava a pedir-lhe dados.
Aliás, Elisa Somane argumentou
que não é fácil naquele nível
encarar o PR, por isso que o
SPD de Namarrói saiu dos caris.

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Ciência Usando areia e cola da planta de murrabua

Tinta natural produzida a baixo custo

• A experiência vem dos estudantes da Escola Profissional de Mugeba

E
studantes da Escola
Profissional de Mugeba
distrito de Mocuba
colocaram a prova a produção de
tinta natural a baixo custo, feita de
areia e cola da planta de Murrabua,
para a pintura de tecidos,
telas ou até mesmo paredes.
Num passado muito recente,
os estudantes fizeram a
demonstração desta tinta na
cidade de Quelimane, onde
explicaram que se pode usar tinta
acrílica e areia como pigmento
para produzir matéria-prima,
num processo simples, que os
estudantes definem como “limpo,
natural e barato”. Dependendo
da terra colhida, a cor resultante
fica com tonalidades de
marrom, vermelho ou amarelo.
Higor Manuel, representante
dos alunos disse em entrevista
ao Diário da Zambézia, que
qualquer tipo de terra pode ser
usada para fazer tinta, mas para
tal tudo depende da cor e do
efeito que se busca. “Usa-se
a mão, uma peneira ou pilão
para depurar torrões de terra.
O processo varia conforme o
efeito desejado" – disse para
depois dar exemplo que, “para
produzir tinta homogénea,
com textura igual à comercial,
a terra deve ser triturada e
peneirada por mais tempo,
eliminando pedras e raízes. Se
preferir que ela tenha texturas,
é só deixar a terra mais bruta".
Segundo Higor, o pigmento
obtido da trituração da terra deve
ser misturado a uma cola da
planta Murrabua, 100% vegetal,
escolhido o aglutinante, como
explicou a fonte, acrescenta-
se uma quantidade pequena ao
pigmento, em geral a metade
do volume de terra e mistura-se
com uma quantidade de água
dependendo da quantidade da
matéria juntada. “Mas cuidado,
o excesso de aglutinante
pode fazer a tinta “craquelar”
(ficar cheia de rachaduras)
depois de aplicada” – explicou
para depois acrescentar que
quanto mais água, mais a tinta
fica com aspecto de aguarela.
Estudantes indicam tecido,
madeira e papel, como as
superfícies ideais para pintura
com tinta à base de terra. Mas
o produto também pode ser
usado, por exemplo, nas paredes
da casa, até mesmo externas.
A pintura dura oito anos, em
média. É possível pintar vidro,
embora sejam necessárias várias
camadas. O plástico, porém, não é
recomendado, porque além de não
ser ecológico, a tinta não adere.

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 Diário da Zambézia 26 de Junho de 2018
Como adoptaram esta técnica?
Entretanto, os estudantes
defendem que o uso de plantas
como fonte de tinturas é bastante
antigo, pinturas rupestres indicam
que o extrativismo vegetal já
era praticado na Pré-história.
Naquela época, conseguiam-
se os pigmentos coloridos da
Economia
CEP sonha com fábrica de processamento de cereais
O
presidente do Conselho
Empresarial Provincial da
Zambézia disse na semana
finda, que gostaria que os cereais
cultivados localmente tivessem
uma fábrica de processamento
dentro da província, sobretudo
nos distritos da Alta Zambézia,
que têm tido excedentes.
Chaual Naparia, que falava a
jornalistas durante uma reunião
com o Vale do Zambeze, este
explicou que esta pretensão
surge devido ao deslocamento
dos agricultores até a província
de Nampula de modo a processar
os cereais, facto que considera
de oneroso olhando pelos
custos do transporte. "Gostaria
que encontrássemos uma
terra, sendo vermelho e marrom
bem como os tons amarelados
e esverdeados dos vegetais.
Esses pigmentos segundo eles,
eram esfregados nas paredes
das cavernas com as mãos ou
misturados a gordura de animais
e aplicados com pincéis feitos
de caniços, penas e pelos.
Para alavancar o agronegócio
linha de financiamento que
respondesse esta parte do
agroprocessamento"
afirmou para depois
avançar que seria
benéfico para
a província.
Questionado em
que distrito estaria
instalada a fábrica,
Naparia respondeu
que este assunto e
discutível, entretanto os
distritos com maior índice de
produção de cereais estaria bem
enquadrada. “Milange, Gurué e
Alto Molocué seriam os distritos
ideais para implantação da
fábrica de processamento”
opinou Naparia para depois
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Edição n° 2.746
Arqueólogos descobriram
provas que os homens primitivos
usaram tinta para fins estéticos,
como pintura corporal, que
é uma manifestação cultural
presente em várias sociedades,
como as dos indígenas, dos
hindus, dos africanos e na
sociedade ocidental, por meio
da maquiagem e da tatuagem.
Como os indígenas, muitas
tribos africanas também usam a
pintura corporal com significados
particulares a cada evento,
sendo forma para embelezar-se.
Foi assim, que de acordo com
explicações dos estudantes
de Mugeba, descobriram
que era fácil produzir tinta a
partir de custos muito baratos.
A partir desta iniciativa utiliza-se a
pintura corporal nos casamentos,
ocasião em que as noivas são
pintadas por todo o corpo com
desenhos decorativos que
representam sorte para a moça
e um rompimento com a antiga
vida em família e, para exibir a
condição de mulher casada, um
sinal vermelho no centro das
sobrancelhas. (Joaquim Chibalo)
acrescentar que resolveria
a cadeia de valores.
Para o presidente
do CEP, a fábrica
poderá criar
postos de
emprego, onde
teríamos os
produtores,
transportadores,
processadores
e por fim a
comercialização.
No entanto, para concretização
deste projecto, Chaual disse
que está negociar com o Banco
Nacional de Investimento (BNI)
de modo a ter um financiamento
sustentável. (Ernesta Missage)
 Diário da Zambézia 26 de Junho de 2018 Edição n° 2.746

Acto considerado preocupante

Nyusi intolerante aos casamentos prematuros

• Entretanto insta os líderes comunitários a mobilizar as famílias

O
Presidente da República,
Filipe Nyusi, mostrou
o seu repúdio contra os
casamentos prematuros, acto que
segundo ele, faz com que muitas
crianças fiquem sem estudar,
daí que apelou às famílias e os
líderes comunitários a envidar
esforços no combate a este mal.
O governante falava num comício
popular, por si orientado em
Mulevala, por ter observado
muitas meninas com bebés no
colo e que a maioria delas, já
não frequenta a escola, devido
a responsabilidade que têm.
Nyusi disse que as crianças não
só têm direitos como também
deveres, e que o Governo está
comprometido com o crescimento
harmonioso da criança. “Esta deve
ser responsabilidade de todos,
Assinaturas mensais USD 20 Edições mensais
Mensal (Singulares): 40,00 Mensal (Instituções-Nacionais): 45,00 * Instituições Estrangeiras: 60,00
Cobrado em USD ou em moeda convertível ao Câmbio do dia
não podemos admitir que isso
aconteça” – disse o governante.
Para o Estadista moçambicano,
no seu entender, são três factores
que fazem com que as crianças
abandonem dos estudos, sendo
que algumas são forçadas pelos
seus pais e outras devido ao
acto comportamental derivado
as brincadeiras que desviam a
mente, para além dos adultos que
forçam as meninas a terem filhos.
Mudança de postura
Entretanto, o Presidente da
República (PR), defende que
a melhor forma de acabar com
os casamentos prematuros no
país é a mudança da atitude
individual, tendo clareza da acção
que cada um deve tomar quando
confrontado com um casamento
PREÇÁRIO DE ASSINATURAS
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de uma rapariga menor de 18 anos.
PR convidou aos moçambicanos,
em geral, e as confissões
religiosas, em particular, a
darem o seu contributo na busca
de soluções para os desafios
que o país ainda enfrenta, um
dos quais é o de combater
os casamentos prematuros.
Refira-se que Moçambique é
um dos países com alta taxa de
casamentos prematuros. Devido
ao problema, que se faz sentir mais
nas zonas rurais, as raparigas
engravidam precocemente,
abandonam a escola, ficam
expostas à contaminação por
doenças, entre as quais o HIV/
SIDA, tornam-se mais pobres
e vulneráveis a todo tipo de
violência como física, sexual e
psicológica. (Joaquim Chibalo)