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PENSANDO BEM

Por Gerhard Grube

Artigos publicados no Centro de Mídia Independente: http://www.midiaindependente.org/

Idéias, que a vida ensinou.

RIQUEZA – GG publicado 29/04/2006

O que leva as pessoas, tentar a riqueza?

Riqueza e poder confundem-se, são semelhantes. Andam quase sempre juntos,


entretanto, não é a mesma coisa. O poder manda, a riqueza compra. Ambos dão
liberdade. Liberdade de fazer o que for desejado. Coisas difíceis e mesmo as proibidas e
ilegais. E isto, é poder fazer as coisas. É poder!

Dizem que a finalidade última, não é o enriquecimento, e sim o poder. Os que têm como
objetivo a riqueza, na verdade querem obter com ela, poder.

Entretanto, são muitos os que apenas acumulam riquezas. Dão-se satisfeitos com a
perspectiva, a possibilidade de ser poderoso, e nada mais. Muitos não gastam nunca a
riqueza que acumularam, a não ser pequena parte. O objetivo é o que ela pode comprar,
o poder que significa, mas não é para gastar.

Quem deseja apenas uma bela casa, um belo carro e uma vida agradável, na verdade não
deseja ser rico. Não é poder, o que está almejando. A maioria é assim. Pois quem quer
ser rico, verdadeiramente, não pára nunca. Enriquecer é compromisso vitalício.

Muitos iniciam, pensando apenas em uma vida segura e agradável, e então continuam,
não param nunca mais.

Riqueza e miséria são conceitos relativos. Só existe ricos se existirem, em contrapartida,


os pobres. É importante para os ricos pois, que os demais sejam pobres e que
permaneçam assim. E quanto mais pobres forem os pobres, mais ricos serão os ricos.

Os ricos são contrários à igualdade plena entre as pessoas, sempre. Pois, significaria
diminuir a sua riqueza. Não é maldade congênita que os impele pensar e atuar desse
modo, é a própria definição de riqueza que faz isso.

Mas, por que riqueza afinal?


Certamente não é simples a resposta, se é que existe.

Talvez o início dessa idéia fosse, com ela, garantir a sobrevivência. Evitar a morte, o
mais mortal dos inimigos da vida. Pavor que assola todo e qualquer ser vivente.

Assegurar a sobrevivência, garantir imprevistos, todos os imprevistos. Fazer isso até,


excessivamente, acumulando riqueza. Que tudo compra e tudo resolve.

Enriquecer para sobreviver, mesmo que às vezes, coloque-se em risco a própria vida,
que se deseja proteger.

Pela sobrevivência. Este seria um aspecto otimista. Apenas uma conseqüência, a


continuação de um instinto natural, nada mais.

Poderia, entretanto, ser pior que isso, a motivação para a riqueza poderia ser vaidade ou
orgulho. Sentimentos infinitamente mais complexos, de mais difícil entendimento. E
muito mais sórdidos.

Poderia ser, para viver mais tempo, pela longevidade. Para evitar as situações que
colocam em risco a continuação da vida. Que então podem ser enfrentadas com mais
facilidade. Pois a riqueza, tudo compra. Quase milagres são realizáveis, quando existe
dinheiro. Sem dúvida, com dinheiro, prolonga-se a vida.

Mesmo que para isso, tenha que se investir tempo. Tempo de vida, que se pretende
ganhar depois. Gasta-se vida, para obter dinheiro, e com isso viver mais.

Podendo acontecer até, gastar-se juventude e ganhar apenas velhice. Ou nem mesmo
isso.

Poderia ser fruto da preguiça, uma conseqüência da lei do menor esforço, a que todos
nós estamos sujeitos.

Se eu posso obter, que alguém trabalhe em meu lugar, por que moveria eu, um dedo
sequer?

E se conseguir até, que muitos façam isso, iria acumular riqueza enorme, sem
absolutamente nenhum trabalho. É só achar uma maneira eficiente de convencer os
outros a fazer isso.

É claro que isto nada mais é, do que aproveitar-se dos demais. Pois este atuar, não cria
riqueza, apenas tira dos outros.

E, como devem ser muitos os que são explorados, é certo também, que apenas poucos
possam beneficiar-se disso, ou seja, possam tornar-se ricos. E muitos serão os
insatisfeitos.
Poderia ser apenas pela liberdade. Liberdade de se fazer coisas. Qualquer coisa que
fosse desejado. Para criar espaço, ampliar as possibilidades, alargar os horizontes.
Orbitar em torno da Terra, até isso é possível para quem tem dinheiro, turista espacial. É
só uma questão de preço.

Poderia ser simplesmente uma maneira de se viver a vida. Já que, verdadeiramente,


ninguém sabe o porquê, qual o objetivo da vida, bastaria escolher uma das centenas de
propostas que existem, não importam se verdadeiras ou não, e segui-la. Filosofia,
religião, caridade, esporte, trabalho, conhecimento, sexo, arte, ciência etc.

Ser rico é uma das propostas. E muito comum. Pelo menos na vontade, no desejo das
pessoas, mesmo que não consiga a maioria, realizá-lo. Tão certa ou errada como todas
as outras, que também nunca foram comprovadas como sendo válidas e verdadeiras.

Poderia ser também, apenas um mandamento religioso. Riqueza, ser rico, é o nirvana, o
supremo objetivo. Enriquecer é glorificar deus. O deus Baal. Engrandecê-lo, sobre todas
as coisas.

Esta explicação, a menos racional de todas, é a que seja talvez, a mais verdadeira.

Pois, enriquecer ilimitadamente, não tem finalidade prática, não tem sentido. É
inexplicável o motivo pelo qual se tenta fazer isso, com tanto empenho. Talvez,
impulsionado por uma irresistível, onipotente e incompreensível força. Força divina.
Mandamento religioso.

Os que defendem a validade da existência da riqueza particular, dizem que as


oportunidades são iguais para todos. E que todos tem a chance de lutar pelo seu
enriquecimento pessoal.

E, fazer isso, nada mais seria que aprimorar a espécie humana, evolução darwiniana.
Exatamente como acontece com os demais seres vivos. Perece o menos apto e
permanece aquele que melhor enfrentou um dado momento.

Este pensar pode valer para os bichos, como realmente vale.

Entretanto para o ser humano que em tudo é quase que apenas bicho, esta regra já não
se aplica mais.

Tornamo-nos diferentes, adquirimos superpoderes. Somos artificiais, fabricamos


ferramentas e armas que os bichos não têm. Não poderíamos utilizá-las como se
fossemos bichos simplesmente. Teríamos que, obrigatoriamente, ser racionais. Para que
o planeta dure mais um pouco, não seja arrasado tão rapidamente, como está
acontecendo.

Destruímos a nossa espécie, como nenhuma outra espécie faz, porque agimos como se
fossemos bichos. Destruímos todas as demais espécies, como nenhuma outra espécie
faz, porque atuamos como bichos. Criamos armas poderosíssimas, que não poderíamos
administrar como se fossemos bichos. Mas é o que estamos fazendo.
E, procurar obter riqueza, nos faz atuar como se fossemos bichos, como se fossemos
cachorros, brigando por um osso. Briga feia, muito mais feia, pois usamos as mortíferas
armas que inventamos.

E, chances iguais, para lutar pela riqueza, só se fossem todos iguais. O que
evidentemente não somos. Existem os que têm sob o seu comando direta ou
indiretamente, armas nucleares, mísseis cruiser e aviões invisíveis ao radar e aqueles
que apenas dispõem de arcos e flechas. Existem aqueles que já nasceram ricos, e os
que não têm absolutamente nada, já desde nascença.

São mais ricos aqueles que têm mais força. Força que o dinheiro compra. Ficam mais
fortes os ricos. E mais ricos os fortes.

Achar que existem chances iguais, seria afirmar, que o filho de um carrinheiro com um
pedaço de pau na mão, tem a mesma chance de tornar-se rico, do que o filho de um rico,
com uma AR-15.

Inicialmente luta-se pelas coisas mais evidentes, sabidamente como sendo essenciais:
Abrigo, alimentação, saúde e segurança. É instintivo. Todos os seres vivos fazem isso.

Qualquer carência em um destes aspectos é traumática, pois aproxima a vida do seu


oposto, a morte.

O retorno do trabalho, do investimento que se faz para a satisfação destes objetivos é


imediato, visível e recompensador. Com estas coisas, ou um pouco mais, vive-se
sossegado, com tranqüilidade. Menos que isso faz falta, muita falta.

Além desse essencial, nada pode ser definido com clareza. Supérfluo tudo.

Os valores então são outros. Vale a relatividade, a subjetividade, a comparação, a razão


rico/não rico. Fator que mede a felicidade, daqueles que optaram pela riqueza, como
sendo o objetivo final de suas vidas.

Desde que mundo é mundo, sabe-se que existem os ricos, poderosos e também os
miseráveis. Os primeiros são pouquíssimos e os últimos, sempre, imensa maioria.

Cinco mil anos, dez mil, provavelmente muito mais. Desde que História é História, e
muito antes disso.

Mas, bem no início, certamente não era assim, ou se era, as diferenças não eram
importantes. No início, eram poucos os dispositivos que facilitavam a vida do ser
humano, as ferramentas as máquinas simples os animais domésticos. Dependendo tudo,
quase que exclusivamente do trabalho individual, esforço e habilidade de cada um. Era a
única maneira de se obter o que era desejado: alimentos abrigo artefatos produtos etc.

Os grupamentos de pessoas eram reduzidos. A pequena sociedade podia ser


compreendida, no seu todo, com mais facilidade.
O acaso tinha naturalmente, grande influência no resultado desse trabalho individual.
Mas era de um modo geral semelhante para todos. A sorte e o azar alternando-se. Não
sendo duradouro, nem um, nem outro.

Assim os resultados individuais, tinham que ser, obrigatoriamente parecidos.

O que um indivíduo podia acumular em riquezas, não poderia ser diferente, muito
diferente, do que os outros também poderiam fazer. Pois as condições eram
semelhantes e os recursos parecidos.

Sendo poucos os meios de proteger e conservar riquezas, tornava-se até


desinteressante possuí-las. Tendo que deslocar-se periodicamente, à procura de novas
frentes para prover-se de alimentos, nem podiam carregar também, muitas coisas.

Entretanto, não demorou muito, começaram a surgirem os ricos e poderosos; aqueles


que tinham muito mais que os outros. Mesmo que até nós não tenham chegado provas
materiais disso.

O que aconteceu só mais tarde, através dos inúmeros demonstrativos, arquitetônicos


principalmente, que os agentes naturais e cataclismos, pouparam da destruição.

Realizações, verdadeiramente "faraônicas", atribuídas muitas vezes a um único


indivíduo (ou deidade, representada naturalmente, por algum ser humano). Riquíssimos
pois, estes indivíduos.

Sendo impossível eles mesmos, pelas próprias mãos fazerem tudo isso; sem pensar
muito pode-se facilmente concluir que tornaram-se ricos, simplesmente porque
apropriavam-se do resultado do trabalho de outros.

E como fizeram isso?

Provavelmente, como se faz ainda hoje: Pela força, pela ameaça, pela esperteza, pela
persuasão.

Mas, não era fácil, como ainda não é hoje em dia. Dezenas de artimanhas, as mais
capciosas possíveis, foram inventadas, nesta finalidade: Legislação, democracia,
liberdade, direitos, propriedade, herança, juros, lucro, vontade divina, comércio, prisões,
punições, negociação, contratos, salários, sorteios, inflação, justiça, dízimo, impostos
etc. etc.

Além da força bruta pura e simplesmente. Solução universal, para desatar qualquer nó
górdio, com simplicidade.

Tornaram-se ricos, sem exceção, dessa maneira: Apropriando-se do resultado do


trabalho dos outros.

Todas as riquezas particulares, desde o início até hoje, nada mais são que o resultado
deste apropriar-se do trabalho dos outros. Não existe como ser diferente.
Negam isso porém, negam que seja assim que tenha acontecido.

Antes se alegava, no caso das igrejas, reis e imperadores, o direito divino e coisas
assim. Hoje, dizem sempre, que é devido ao trabalho intenso que tiveram, à iniciativa, à
coragem e determinação, aliada naturalmente, a uma incrível intuição, inspiração e
genialidade. Mas sempre com muito, muito trabalho. Acreditam piamente nisso. Dizem
sempre: "Batalhei muito, por tudo isso".

Mas, poderia existir riqueza, que não tenha sido resultado do trabalho de outros?

Tal como, por exemplo, um extraordinário golpe de sorte, um simples abaixar-se e catar
do solo um diamante bruto, extremamente valioso. Ou mina de ouro encontrada ao
acaso e coisas assim.

Se a natureza fosse infinita, poderia até ser verdade. A sorte, o acaso, escolhendo então
os legítimos ricos. Num sorteio, em que realmente ninguém teria que pagar pelo prêmio
máximo embolsado pelo vencedor.

Mas, a natureza não é assim, quase tudo que existe, é limitado. E o que não é só tem
valor, se for dependente do trabalho humano para transformar-se em riqueza.

Assim, se alguém se apropriar de algo encontrado na natureza, e isso fizer falta aos
demais, está na verdade, tirando dos outros. Pois que, tornando seu, deixará de estar
disponível aos demais.

Enriquecer deste modo é também, um tirar dos outros, apenas isso.

Considera-se a natureza, como sendo de graça. É só pegar.

E é assim que tem sido sempre, como se ela fosse interminável. O único custo
computado é o que se gasta, para tornar aquilo que se retira da natureza disponível ao
ser humano.

Entretanto, desaparece o minério e fica o buraco. Desaparece a vida e fica o deserto.


Desaparece o valor e fica o lixo.

A reposição e a recuperação são ignoradas, invariavelmente.

Se gasta assim a natureza, que irá fazer falta aos outros. Ou seja, utilizá-la deste modo, é
também, um tirar dos outros, nada mais.

Na verdade, a natureza, os recursos naturais, pertence a todos. Todos deveriam


beneficiar-se de sua exploração, e não apenas aqueles, aos quais foi outorgada a
concessão ou a sua propriedade. Inclusive as futuras gerações, deveriam ter direito a
esses recursos.

Só é valorizado, só tem valor, aquilo que for cobiçado, não importa o motivo desta
cobiça. Pode ser necessidade, modismo ou diletantismo.
O que existe, e não importa o que seja, mesmo sendo extremamente importante, se
estiver amplamente disponível, não tem nenhum valor. Como o ar que respiramos.

Também não tem valor, tudo aquilo que é inalcançável, por mais precioso que seja.
Como os metais existentes no núcleo terrestre.

Restringir o acesso aumenta o valor das coisas fáceis. Tornar acessíveis as coisas que
são difíceis, as valoriza.

E quem souber aproveitar-se disso enriquece. Sem trabalhar quase.

Sempre, a riqueza e suas considerações, são critérios humanos. Só a eles interessa ser
rico.

Os bichos não possuem riquezas. Não pelo menos, como o ser humano. As posses dos
demais seres vivos, não são e nunca serão ilimitadas, como é a vontade do ser humano,
no seu querer as coisas.

Neste aspecto os bichos são racionais. Não abraçam o que não podem abarcar. Dão-se
satisfeitos com o suficiente.

E os seres humanos, bestas irracionais.

Certa ocasião, um empresário dono de uma das grandes fortunas do Brasil, quando
estava sendo cogitado taxar as riquezas neste país, por meio de um imposto, afirmou
indignado: "Isso seria penalizar, quem trabalha doze horas por dia!".

Imagino como deveria sentir-se uma pessoa comum, ao ouvir isto, que trabalha também
doze horas por dia. E mal sobrevive.

Mas digamos que tal empresário trabalhasse realmente doze horas diariamente, e não
apenas fingisse fazer isso. Valeria a pena?

Não teria ele que, chegado os quarenta, cinqüenta anos, parar, e então gastar tudo
aquilo que trabalhou? De modo que, ao morrer, não possuísse mais nada?

Teria que gastar, não apenas parte do que conseguiu, mas tudo. Pois se não, teria
trabalhado demais, excessivamente, inutilmente.

E trabalho, o trabalhar, sempre é ruim. Desagradável sempre. Trabalhar, nunca é


prazeroso. É obrigação, é compulsório, faça chuva faça sol, compromete, é cansativo.

Tanto é que ninguém trabalha, se não receber algo em troca. Nem que seja um prato de
comida. E nem que seja a recompensa, uma simples ausência de castigo. Os escravos
de antigamente, e os de hoje, que o digam.
Assim, esse empresário, trabalha bastante, para que? Por si mesmo não é. Pelos filhos
então?

Que vão brigar, que nem gato e cachorro, pela herança?

É difícil imaginar, o que leva as pessoas, a acumular riquezas, muito além do que
poderiam gastar. Por mais fina e requintada que seja a refeição que possam fazer,
almoçarão, apenas uma vez ao dia. Por mais estrelas que tenha o hotel em que se
hospedem, dormirão apenas em uma cama. Por mais caros e luxuosos que sejam os
automóveis que possuam, estes só os levarão de um lugar a outro.

E muitos gastam a sua vida nisso. Acumulando riquezas, que não irão usufruir.

Diferente é claro, quando se faz algo, que é de gosto. Aí nem é trabalho, é prazer, é lazer,
é diversão. Talvez os ricos e os que desejam ser, façam isso. Divertem-se, trabalhando
para enriquecer, mesmo que não enriqueçam.

Assim, chegando ao final de suas vidas, enriquecidos ou não, podem dizer: "Trabalhei a
vida inteira para ser rico e consegui (ou não consegui, mas tentei) e por isso sou feliz." E
morrem então. Felizes da vida.

Como João Alves, o feliz e sortudo senador brasileiro, ganhador de incontáveis loterias
esportivas, centenas delas. Quando foi compelido a parar com isso, tinha já, setenta e
tantos anos de idade. Aposentou-se então.

Agora, já está morto. Certamente, contorcendo-se de felicidade, em seu túmulo.

Com o advento das máquinas, robôs e computadores, substituindo o trabalho humano,


as coisas mudaram bastante. A riqueza dos ricos aumentou ainda mais, e muito.

Pois, se dantes era imprescindível apropriar-se do trabalho dos outros, estes muitas
vezes não concordavam com isso. Rebelavam-se, exigiam direitos. Queriam a sua parte.
E sempre, a mais significativa possível.

As máquinas porém, não se recusam. São dóceis. Fornecendo-lhes energia e a


manutenção necessária, elas são perfeitamente obedientes e submissas. Trabalham
incansavelmente e não reclamam.

Mas, o pior de tudo, é que elas estão tornando supérfluo, cada vez mais desnecessário,
o próprio trabalho humano.

Com isso, a grande arma do trabalhador, do empregado, que era recusar-se a trabalhar,
a greve, as reivindicações estão se tornando cada vez mais inoperantes. Os empregos
escassearam.
Sem eles ou apenas com subempregos as pessoas comuns ficam pobres. E os pobres,
mais pobres ainda. E, com as máquinas cada vez mais produtivas e eficientes, os ricos
ficam cada vez mais ricos.

É uma tendência, sem volta. Os empregos serão cada vez menos e os excluídos cada
vez mais.

Incoerentemente, as máquinas, que deveriam facilitar a vida dos humanos, fazem isso
apenas para alguns poucos. Para a maioria, as coisas com elas, pioram. E, ao que tudo
indica, irão piorar ainda mais.

Poderia tudo isso ser diferente?

Poderia, simples seria fazer isso, mas não vai acontecer.

Satisfazer os pobres seria fácil, facílimo e custaria apenas uma ninharia. Nada que
afetasse seriamente a riqueza dos ricos. Pois, apenas 0,4% do PIB dos países ricos, ou
apenas 4% das duzentos e vinte e cinco maiores fortunas do mundo, apenas isso,
resolveria o problema de alimentação, saúde, educação e habitação, de todos os
habitantes da Terra. Todos!

Seria pouquíssimo, para deixá-los satisfeitos, resignados e conformados. Suficiente


também para a proteção, eficiente, de todas as formas de vida existentes no planeta.

É o que estudiosos, e a própria ONU, concluíram. Tão pouco assim.

Mas não vai acontecer. Pois, gente que não está morrendo de fome, de ignorância e de
doenças, cuja única preocupação não seja exclusivamente sobreviver, por pelo menos
mais um dia, poderia começar a pensar. E pessoas pensando, poderiam ser uma
ameaça.

A miséria de muitos é pois, uma necessidade para os ricos. Ressalta também, muito
mais, a riqueza do rico. Pois riqueza e pobreza são relativas.

Alguém só é rico se os demais possuírem menos, muito menos. Assim, quanto maior a
miséria de muitos, maior também, será a riqueza de poucos.

Se, satisfazer os pobres custa pouco, pois pouco é o necessário para que se tenha uma
vida modesta, mas satisfatória, o mesmo não acontece com os ricos.

Para os que possuem muito, nada que ainda é almejado, seria suficiente. Não existe
limite quanto à riqueza a ser atingida. Se um único proprietário possuísse todas as
riquezas do planeta e toda a vida humana, animal e vegetal lhe fossem totalmente
submissos, ele estaria mesmo assim, insatisfeito. Iria procurar então outros mundos,
para possuir e subjugar. E continuaria insatisfeito.
Pois, uma vez satisfeitas as necessidades, o essencial, o imprescindível, além disso, não
existe racionalidade, não existem parâmetros, desaparecem os limites. Nem o infinito é
suficiente.

Talvez até a desigualdade, a extrema desigualdade, seja nada mais que um medidor do
grau de cultura e civilização, das sociedades ditas desenvolvidas e superiores.
Estratificadas naturalmente, ao extremo.

Assim são as culturas das grandes conquistas, as que deixaram monumentos, deixaram
História. Deixaram feitos homéricos e também, memoráveis guerras e destruição. Estas
são lembradas e importantes. Nelas, entretanto, sempre existiu a escravidão. E a
submissão de outros povos, que lhes provia a riqueza.

Ao contrário, quando existe igualdade entre as pessoas, são considerados selvagens,


primitivos e atrasados, os constituintes dessa cepa cultural. Nada mais que povos sem
passado, sem História. Povos sem gosto e sem sal.

Convencionou-se, já desde muito, ser o sagrado objetivo de todo o ser humano


verdadeiramente culto e civilizado, da nata da humanidade, dos escolhidos, o enriquecer
ao infinito. Ser infinitamente mais rico que os outros. Apesar de que o prêmio,
verdadeiramente, só possa ser de um só.

Sendo os demais, a turba os ímpios, gente que não acredita nisso, seres inferiores
primitivos irracionais e sem alma, bichos quase.

É a demência que acometeu parte da humanidade, já há muito tempo. E está destruindo


os demais. E o planeta Terra também. E sem dúvida é o que vai acontecer.

Entretanto, a riqueza não tem só aspectos negativos.

Muitas coisas, inquestionavelmente boas, estão ligadas à riqueza de indivíduos.

Uma delas é a arte.

A arte é uma inutilidade. Assim, só pode ser desenvolvida, quando estiverem resolvidos
os problemas mais imediatos de sobrevivência. Quando sobra tempo e dinheiro.

Sendo necessário também que técnicas e recursos materiais estejam disponíveis.


Principalmente tratando-se da arquitetura, caríssima sempre, ao ser executada.

A arte portanto, para que não aconteça apenas fortuitamente, deve ser incentivada,
estimulada, o que só é possível quando existe dinheiro em excesso, quando pode-se
gastá-lo em inutilidades, tal como a arte.

Grandes manifestações de arte, quase só, onde existe muito dinheiro.


Igualmente a pesquisa e os conhecimentos. Muita coisa perder-se-ia ou teria sido
protelado, se a inutilidade momentânea de uma idéia nova, de um novo conceito, não
tivesse respaldo financeiro, que incentivasse o seu criador a prosseguir no seu trabalho.

É claro que o essencial é a genialidade, a criatividade, assim como na arte. Entretanto o


dinheiro, que permite adquirir os meios, deve estar disponível. Deve ser dinheiro, que
pode ser "jogado fora" em testes e experimentos, que podem não dar nenhum resultado.
Dinheiro pois, que não faça falta, dinheiro em excesso.

Historicamente, muitos grandes cientistas, pesquisadores e inventores tiveram esse


apoio, que lhes possibilitou uma excelente formação e sólidos conhecimentos, como
também, meios para desenvolver a sua criação. Eram ricos eles mesmos, ou apoiados
por pessoas ricas.

Sendo hoje a principal fonte desse dinheiro, não a riqueza particular, mas a
governamental, e a de corporações. Que, por sua vez, orientam o que deve ser
pesquisado, segundo os seus interesses.

Os talentos, em todas as suas formas, deveriam ser incentivados. Se não, perder-se-ão,


quase todos. Futebol, música, ciência, qualquer coisa. Não deveriam ter que se
preocupar com a sobrevivência. Deveriam ser treinados. E para isso é necessário
dinheiro. No caso, particular ou público. Só assim os talentos aparecem.

Assim, existindo riqueza, até arbitrariedades, excentricidades, idéias não racionais,


podem ser colocadas em prática, à vontade, dependendo apenas do quanto é desejado
gastar em um empreendimento qualquer. O que nem sempre dá bons resultados,
jogando-se assim o dinheiro fora, nada mais.

A idéia de Cristóvão Colombo de procurar um caminho para a Índia, indo sempre para
Oeste, só foi concretizada, devido ao apoio dado a ele, nesse empreendimento, pelos
reis católicos da Espanha, que para tanto, empenharam as jóias da coroa. Ou seja,
utilizaram uma riqueza que estava disponível, para financiar uma idéia maluca.

E isto foi uma catástrofe para os povos indígenas das Américas (do ponto de vista
destes é claro).

O estilo de vida dos ricos, o seu modo perdulário de vida, o gastar dinheiro em
abundância, sem dúvida, promove o desenvolvimento de procedimentos e produtos, que
atendem a esse mercado.

E podem tornar-se então, de uso generalizado, acessível a muito mais pessoas, pelo
barateamento do custo de produção.

O que é produzido, destinado inicialmente para um mercado sofisticado e caro, pode


atingir as demais classes, à medida que as vendas aumentam e os preços diminuem.

O que, novamente, pode ser bom ou ruim.


Como no caso dos automóveis. Inicialmente raros e custando uma fortuna. Só os
riquíssimos podiam tê-los. Atualmente existem mais de um bilhão deles, em todo o
mundo. Baratearam enormemente.

Entretanto, continuam sendo uma extravagância. São duas toneladas de aço vidro e
plástico e milhares de peças montadas em um conjunto complexo, cuja finalidade é
transportar de um lugar para outro, 1,3 pessoas em média. Míseros noventa
quilogramas. Um absurdo!

O automóvel é poluidor, atropelador de pessoas, fazedor de deficientes, gastador de


derivados de petróleo. Este por sua vez, motivo de guerras e conflitos.

Muitos já choraram e chorarão ainda, amargamente, neste mundo, por essa idéia
extravagante dos ricos ter-se popularizado tanto assim.

Utilitários tais como computadores, televisões, aparelhos de som, máquinas


fotográficas, inicialmente de preço elevado, produzidos para serem consumidos pelos
ricos, rapidamente baixam de custo.

Seus principais característicos são componentes, tais como o "chip", com muita
tecnologia, mas pouquíssimo material. E isto permite distribuir o custo (único) desta
tecnologia, por todos os consumidores. E os preços ficam reduzidíssimos.

Os produtos originários do dinheiro em excesso, normalmente são supérfluos, luxos


agradáveis, mas, em princípio, desnecessários.

Alguns poucos se tornam indispensáveis, de real utilidade, não servindo apenas ao


divertimento e lazer. Como é o caso dos microcomputadores. E também a tecnologia e
processos, desenvolvidos especificamente, e que são aplicáveis também a outras áreas.

Mas, de um modo geral, são dispensáveis, descartáveis, lixo.

Todas essas coisas desconsideram totalmente a natureza. As necessidades reais e as


artificiais são atendidas, utilizando-se a natureza indiscriminadamente. Se a matéria
prima é fácil e custa pouco, esbanja-se. Não importa se é finita, se irá escassear ou até
faltar um dia.

A riqueza e seus produtos estão sujeitos a critérios econômicos, que não incluem nunca
em sua lógica, a preservação do meio ambiente nem o futuro. O valor presente é maior
que o valor futuro. Utiliza-se pois o presente. E o futuro, lixe-se.

Se os seres humanos pensassem nos demais, e nas demais formas de vida do planeta,
teriam que restringir-se, e muito, nas coisas que fazem e utilizam. Mas, bichos que são
(com superpoderes), nunca farão isso. Todos teriam que se restringir, mas este
consenso, nunca acontecerá. Não existe a Utopia, que nos leva a pensar assim.
Portanto, os que querem ser ricos não estão errados em seu raciocínio. Não tem como
ser diferente, apenas poucos terão muito e muitos nada terão. E já que não pode ser
diferente, é só escolher o lado a ficar.

Se não escolher ser rico, terá que ser pobre. E trabalhar então, para enriquecer os ricos.

O modo de vida do Primeiro Mundo não é extensível a todo o planeta. Os recursos


materiais e energia seriam totalmente insuficientes. Os ricos terão que ser poucos,
forçosamente.

E, se a alguns é permitido atuar desse modo, as regras já estão definidas: Todos devem
tentar o enriquecimento. Não existe outro caminho.

Se as máquinas substituem o trabalho humano, por que os humanos deveriam continuar


trabalhando? Ora, é só escolher não trabalhar. E que trabalhem as máquinas. E também
aqueles, que se dispõe a fazê-lo.

Neste pensar é válida a idéia do enriquecimento. E se uns podem fazer isso, é direito de
todos.

É claro que com isso, toda a "bagagem" antiquada de preconceitos, que aprendemos
desde pequenos, que nos é ensinada em casa e nas escolas, deve ser abandonada.
Estudo, profissão, trabalho, salário, remuneração justa, honestidade, tudo isso é balela.

Quem trabalha, não tem tempo para ganhar dinheiro.

Se você trabalhar como empregado e tudo correr bem, o patrão fica rico, mas se as
coisas derem errado, você perde o emprego.

Em crise o patrão pede que os empregados compreendam os tempos difíceis e apertem


o cinto. Mas, quando tudo vai de vento em popa, o empregado é esquecido, não é
convidado a participar.

Ou seja, para que se tenha uma vida abastada, não se pode trabalhar como empregado.
Se o objetivo é ganhar dinheiro, deve-se trabalhar com dinheiro, ou algo que signifique
dinheiro, o mais diretamente possível. De preferência sem investir, sem gastar, sem
trabalhar e sem se comprometer. Este é o meio.

Entretanto, quem lhe fornecerá a riqueza, serão pessoas, sempre. Deve-se pois lidar com
pessoas, e obter delas o dinheiro. Este é o objetivo.

Para enriquecer, deve-se pois trabalhar com pessoas. Gente, que lhe forneçam de graça
a riqueza almejada. Sendo os caminhos de somenos importância, secundários.
Tolos são aqueles que escolhem uma profissão, estudam com afinco, e trabalham então
como empregados. Nunca ficarão ricos. Poderão até viver bem, relativamente aos que
possuem menos, mas serão, nada mais que escravos bem pagos. Enriquecendo os que
lhe pagam os salários.

E se não fizerem isso intensivamente, serão demitidos.

Abrir uma empresa então, ser patrão.

Só que, de dez empresas que são criadas, apenas uma chega ao terceiro ano de idade. É
assim que as coisas funcionam. A realidade é essa, e não existe otimismo que supere
este fato.

Seria loucura pois, fazer isso. Com toda certeza. Pois o investimento que se é obrigado a
fazer, iria simplesmente desaparecer. Depois de três anos, pertencerá a outros e parte irá
para o lixo. Sobrando, provavelmente, dívidas.

Não é pois o que deve ser feito, a não ser que se tenha absoluta certeza que irá
funcionar.

A maioria das pessoas prefere então, a segurança de um emprego. Se é que existe


segurança em um emprego qualquer. Se é que existirão empregos em suficiência, para
dar tal segurança.

Ser dono, ser seu próprio patrão é dificílimo. Quem foi empregado e sempre pensou
como empregado, dificilmente irá ser um patrão eficiente.

Tendo uma empresa, a primeira coisa que se descobre, é que não é importante o que se
faça, ou se saiba fazer. Não que isso não seja importante, é até fundamental, mas
importante mesmo, é vender o produto ou serviço! Pois, se não houver receita, e isto
não estiver plenamente assegurado, o empreendimento só pode dar errado. Assim,
cuidar da receita, da entrada de dinheiro, é o mais importante de tudo.

E das despesas, que elas sejam mínimas. Pois a diferença entre os dois é o lucro. E o
que interessa sempre, é apenas o lucro. Não importa o que se faça, ou se saiba fazer. O
lucro é mais importante!

E nisso, os conhecimentos aprendidos são de pouca valia. Não se aprende em escolas


como vender (na verdade lucrar), nem mesmo nos cursos específicos, de modo que
realmente isso aconteça. As teorias funcionam, mas não na prática.

E não existe produto ou serviço que venda a si mesmo, que seja tão bom que a
comercialização seja desnecessária.

Assim o empresário tem que ser, em primeiro lugar, um vendedor. O que a maioria não é.

E qual é a moralidade do lucro?


Quem estiver comprometido com o lucro, deve desfazer-se também de muitos
(pré)conceitos, que talvez tenha aprendido desde criança.

Lucro é receita menos despesas. Deve ser maximizado. Fórmula simples, simplérrima.
Que nada diz no entanto, como isso deve ser alcançado.

Se cadáveres em genocídio, quilômetros quadrados forem transformados em deserto e


muitos se tornarem miseráveis e esquálidos pedintes, se tudo isso resultar em pelo
menos um centavo de lucro, é passível ser realizado. Está justificado que se o faça, pois
foi atendido o objetivo, obteve-se lucro.

Furtar, roubar, surrupiar milhões significa receita. Sendo, pelo menos um centavo a
maior, que os subornos e corrupções necessários (despesas) é válido que seja feito.
Pois foi atendido o objetivo, obteve-se lucro.

Seria possível obter-se lucro de forma menos impactante, menos destrutiva, menos
imoral? Sim, é claro, mas quem liga? Quem iria restringir-se, se os demais
absolutamente não fazem isso?

Como pensam os "bem sucedidos", os que já se desvencilharam dos preconceitos


estabelecidos, ou nem chegaram a aprendê-los?

Se um funcionário vale quinhentos, pague-lhe cem, e ele trabalhará quatrocentos.

Não existem amigos, empregados amigos, muito menos. E seja duro com eles. Não
esqueça, o passarão para trás, na primeira oportunidade.

Seja mesquinho, com cada centavo. E nunca as pessoas lhe pedirão mais que isso.

Não seja dominado pelo dinheiro, não pense no que ele pode comprar. Ele é um meio
para tornar-se rico, não é o seu patrão.

Não gaste o seu dinheiro, ele não foi feito para isso. Dinheiro só serve para gerar
dinheiro.

Tenha total controle sobre os seus negócios e não delegue isso a ninguém.

Faça os outros confiar em você, mas nunca confie neles.

E assim por diante.

É claro, as pessoas que foram educadas desde crianças, para valorizarem conceitos
diferentes destes, sentirão dificuldades enormes em se adaptar a essa realidade, que é
sem dúvida, muito mais poderosa.

Não existem duas maneiras de se fazer as coisas em uma sociedade. Apenas a mais
forte, não importa se certa ou não.

Mas, a maioria das pessoas não pensa assim, mesmo sabendo que o caminho só
poderia ser este.

Continuam defendendo idéias que os levarão, invariavelmente, ao insucesso financeiro.


Simplesmente porque nunca aprenderam nada diferente.
Nisso tudo, sem dúvida as religiões são importantes, fundamentais. Elas são a
motivação de todas as nossas atuações. Mesmo nas famílias e pessoas que se
consideram, como sendo totalmente ateus. Pois os ensinamentos religiosos permeiam
as sociedades, as culturas, os comportamentos e as leis. Disto, pouco temos
consciência, mas é o que acontece.

É o que faz o judaísmo e o protestantismo imporem-se, perante o "retrógrado"


catolicismo. E muito mais, perante as crenças que pregam a vida, toda ela, como de
igual validade à do ser humano. Como o faziam os índios com o seu animismo.

Os costumes e a legislação nos obrigam a seguir estes conceitos. Todos, mas


principalmente os não ricos, são obrigados a seguir, se querem evitar represálias e
punições.

Os ricos encaixam-se pouco nesta ordem das coisas, pois são eles os que legislam. E
fazem isto segundo os seus interesses, sempre. Com menos obrigações, e mais direitos.

É desde pequenos que aprendemos nas escolas e em casa estes valores, os falsos
conceitos, que nos levam a formar a grande boiada, o gado de corte que é tangido
docilmente para o matadouro, por aqueles que pensam mais espertamente que nós.

Aprendemos que roubar é errado, que usura é errado. Temos que ser verdadeiros,
honestos e trabalhadores, estudar, trabalhar bastante, e que esse é o único caminho.
Não devemos tirar dos outros e sim, com trabalho honesto, obter o que é nosso. A
religião nos ensina isso. As leis nos obrigam a isso. Fazemos o que achamos ser
correto, e ficamos indignados, quando vemos pessoas, que simplesmente, não se
preocupam nem um pouco, com estes valores.

Mas, este é o modo de pensar de perdedores, diante de uma força mais poderosa
dominante e vencedora. Idéias antagônicas, que não podem coexistir. E se isso
acontece, vence a mais forte e desaparece a mais fraca ou escraviza-se. Assim como os
índios desapareceram. E os humildes tornam-se escravos, cada vez mais.

As pessoas fazem o que fazem e são o que são, porque a sua religião assim o determina.

E religiões diferentes, só poderiam coexistir se não interferissem umas nas outras. Se os


conceitos conflitantes ficassem restritos a cada uma delas.

Se isso não acontece, é inevitável o confronto e a relação entre as pessoas terminará


sendo a de senhor e de escravo, no final das contas. Como tem sido historicamente e
como ainda acontece. E nunca deixará de acontecer, se diferentes religiões, interferem
umas nas outras.
As religiões não são iguais. Podem assemelhar-se em muitas coisas, entretanto, às
vezes pequenas diferenças entre elas, é que faz a diferença. O enriquecer sem limites, o
que só pode ser feito à custa dos outros e destroçando a natureza, é um conceito
religioso. Os juros, o capital, a propriedade são conceitos religiosos. Ganhar o pão com
o suor do seu rosto, a caridade, a igualdade, a bondade, o amor ao próximo, são
conceitos religiosos. A preservação da vida, de toda ela, não só dos seres humanos, é
um conceito religioso. As guerras, genocídio e escravidão, são conceitos religiosos.

É em nome da religião que se faz tudo isso. É a religião que nos autoriza e incentiva, ou
tolhe e proíbe.

Os índios americanos tinham as suas idéias próprias, diferentes das dos brancos
invasores. Das quais não abdicaram. Por isso foram exterminados. E os índios que
sobraram, tentam até hoje, viver segundo essas idéias. Terão pois, que desaparecer
totalmente. Pois insistem, em idéias perdedoras.

E não é o acerto, a veracidade dos conceitos que valem, e sim, simplesmente a sua
força. Se os índios não prezam a propriedade, não valorizam a riqueza e consideram-se
partes integrantes da natureza, e não como sendo superiores a ela, eles até que
poderiam estar certos, e provavelmente estão. A devastação da natureza que os brancos
fazem, por não pensarem deste modo, é prova disso.

Mas, vale a força, e não o acerto da idéia.

E a força é enriquecer sem trabalhar. É a poderosa idéia, que não deixa alternativa para
ninguém. Que só admite poucos senhores e muitos escravos. A esta idéia, tudo e todos,
devem subordinar-se, pois é a mais poderosa, onipotente. Destruindo tudo e todos que
se atravessam em seu caminho.

Não é como a evolução darwiniana, porém semelhante. Não é uma competição entre
espécies, mas de indivíduos de uma mesma espécie, com conceitos conflitantes.
Restando apenas o conceito mais forte, e a submissão dos demais, pela escravidão.

Ricos e miseráveis. Não pode ser diferente. Pois os conceitos são conflitantes, as
religiões são conflitantes.

Não existe entendimento ou legislação que supere isso. Não existem leis que integrem
religiões e conceitos. A religião mais forte em suas idéias vence, rege e legisla, e as
demais se escravizam ou perecem. Como acontece com os índios. Como acontece com
os que são miseráveis.

Enriquecer, utilizando-se do trabalho alheio, naturalmente não é idéia nova.

E, com o encurtamento das distâncias, a velocidade das informações, a rapidez das


providências, a tecnologia, a constante implantação e aceitação de normas e diretrizes
econômicas, está tornando-se cada vez mais fácil e eficiente fazer isso.
Cada vez mais efetivas a persuasão, a esperteza, a ameaça e a força, cada vez mais
poderosas as ferramentas para o enriquecimento à custa dos outros.

E cada vez maior é a aceitação de que enriquecer, mesmo que sejam poucos os que o
façam, seja plenamente válido. E que este é o único objetivo, sobre todas as coisas.

Os entraves estão sendo eliminados, mundialmente.

As barreiras da comunicação praticamente caíram, as barreiras ideológicas estão


cedendo, e as barreiras religiosas sendo desmanteladas. Abrindo espaço para
implantação desta idéia única e toda poderosa.

Talvez por isso a insistência na total liberdade religiosa, em todos os lugares. Para que
novas idéias possam ser introduzidas em ambientes fechados e monolíticos.

Talvez por isso a insistência, que os todos os Estados devam ser laicos. Para que
conceitos divergentes da predominância religiosa possam ser implantados mesmo
assim.

Talvez por isso a insistência, nos movimentos de liberdade sexual e feminista. Para
uniformizar pensamentos, para quebrar a hegemonia, a autoridade e a credibilidade de
religiões recalcitrantes.

Por isso a globalização de estereótipos, padrões de beleza, alimentação, estética, arte,


consumismo, ideais e objetivos. Para que não seja necessário recorrer à força, para
mudar a cabeça das pessoas. O que é dispendioso sempre, e às vezes até, ineficiente.

E por isso, com toda certeza, o "combate ao terrorismo" e a implantação da "liberdade"


e "democracia", mundialmente. Mesmo que à força, mesmo que as sociedades sejam
refratárias e não as queiram.

Não são conceitos filosóficos, nem movimentos espontâneos ou anseios populares. São
ferramentas artificiais, criadas para impor a idéia do dinheiro fácil e rápido, como dogma
supremo. Disfarçadas de direitos humanos, universais.

Com isso as pessoas estão ficando iguais, os pensamentos estão ficando uniformes. Os
grupos, as diferenças, estão desaparecendo. O ser humano está perdendo diversidade.

Mas, em vez de formar-se um grande agrupamento de pessoas com idéias comuns, as


pessoas estão tornando-se indivíduos na multidão. Cada vez mais solitários. As famílias
estão diminuindo, os parentes ficando distantes. É cada vez mais, o cada um por si. O
importante é a auto-estima, o eu gosto de mim, o "é só meu".

Massa mundial homogeneizada, sem coesão, esfarelada totalmente. Sem grumos nem
caroços. Totalmente fluida e maleável.

Válvulas de escape para a cada vez maior individualidade e solidão, são as torcidas de
futebol, as corridas de automóveis, os esportes, as olimpíadas, o falso patriotismo. Os
jogos, os videogames, os eventos, os "shows", as competições nos programas de
televisão. Dão um falso sentimento de pertinência, de grupo, de empenho, de atividade.

Torcer pelo Brasil; existe algo mais patriótico e empolgante do que isso?

Entrega-se gratuitamente o país a interesses estrangeiros, rouba-se descaradamente o


erário público. Mas o importante é vencer nos jogos e competições. Que a copa seja
nossa, que na Fórmula 1 estejamos bem colocados, e que do vizinho ganhemos na
sinuca ou no truco.

Queima-se assim a energia, que poderia acumular-se, e tornar-se perigosa, explodir.

Assiste-se à televisão, escuta-se música, vibra-se e torce-se por seus artistas e atletas
preferidos. E com isso deixa-se de pensar. As pessoas não conversam. As idéias não
ruminam. Segue-se o modelo indicado nas telas de vídeo, folhas de jornais e revistas.

Tudo pré-mastigado, é só engolir. E é o que fazemos.

E assim, acontecerá mundialmente, uma nova Roma, toda poderosa que nunca será
destruída. Por bárbaros ou quem quer que seja. Pois estes, simplesmente não existirão.

A cultura única mundial será a dos poucos senhores e seus muitos escravos. Os
senhores fazendo as suas leis e mandamentos e os escravos obedecendo. Tendo sido
educados para isso e concordando plenamente.

Escravos serão, se tiverem sorte. Pois, se o que fazem ou sabem fazer, não enriquecer
os seus donos ainda mais, serão descartados simplesmente. E desaparecerão vitimados
pela fome, pobreza e ignorância. Nada diferente, uma continuação do que já está
acontecendo.

Uma Roma diferente entretanto. Não é cidade, não é país. Sem território, sem fronteiras,
sem mapas, sem ideais. Apenas propriedades, proprietários e escravos. Nada a defender
a não ser a propriedade. Que são as riquezas. Uma Roma sem pátria, virtual, intangível,
intocável.

E os proprietários onipotentes, quase sempre desconhecidos, escondidos atrás de


conglomerados, e gigantescas corporações. Nada diferente do que está se delineando
atualmente.

Uma nova Roma então, império mundial, de durabilidade infinita?

Não, pois a natureza e os recursos, desconsiderados totalmente neste processo, não


são infinitos.

Irão acabar-se, rapidamente. Combustíveis fósseis, água, metais, alimentos. A maior


parte tendo sido simplesmente desperdiçado. Pois são apenas meios, o objetivo é o
enriquecimento.
O grande provedor de riquezas é a natureza. E as riquezas são materiais sempre, e serão
cada vez menos, por esgotamento.

E então, as coisas mudarão novamente, imprevisivelmente.

Mas, quem afinal, são os que estão promovendo tudo isso? Ditam as regras, e dizem que
é assim que tem que ser? Quais são os que optaram pela irracionalidade do
enriquecimento infinito, mesmo que tudo seja destruído inevitavelmente? Quem são os
que estão por trás da mundialização deste pensamento? Onde está escrito, que deve ser
este o comportamento e o objetivo?

Por que, em vez de escolher a vida, toda ela, de todos e para todos os seres vivos, com a
sua diversidade, seus mistérios, belezas e sabedoria, opta-se por esta única opção,
totalitária, egoísta e destruidora?

Porque uma idéia minoritária está tornando-se ordem mundial?

A resposta está na religião. Na religião, ou em desvairada, irracional demência.

É a religião dos que são ricos, verdadeiramente ricos e dos que desejam ser ricos de
verdade, que lhes dita o comportamento!

E se muitos deles, até nem sejam religiosos, mesmo assim, seguem os seus princípios.
Muitos dizem-se ateus, comportam-se como ateus, ou são religiosos, apenas um pouco.
Mas seguem os ditames, religiosamente!

Todos, em obediência a uma entidade superior, onipotente, o deus Baal, bezerro de


ouro, que lhes diz: "Seja rico, seja poderoso, é o meu desejo, é a minha ordem, obedeça-
me".

E então fazem isso, destruindo tudo e todos que se atravessam em seu caminho.

HISTÓRIA MUNDIAL - GG publicado 25/09/2010

Nos Estados Unidos existem mais espécies de beija-flores que no Brasil.

Inacreditável. Como pode ser isso? Com a enorme diversidade de vegetais e


conseqüentemente flores diferentes, forçosamente teríamos que ter também muito mais
beija-flores. Lógico.

É que lá eles são mais estudados e maioria das espécies já foi catalogada, e no Brasil
ainda não. Assim o Brasil tem menos beija-flores que os Estados Unidos.

Teremos mais quando eles forem devidamente identificados.


Assim é a História. História não é um relato dos acontecimentos humanos no mundo. O
que não se sabe, simplesmente não faz parte dela. Por certo teríamos que dizer sempre:
"História do Mundo Conhecido". Para enfatizar a existência de coisas não sabidas.

Para não fazer com a História o mesmo que com os beija-flores.

É um defeito do estudar-se o passado. Só se fica sabendo aquilo que restou vestígios,


ruínas, artefatos e notadamente a escrita. Assim como vida ancestral, que não deixou
fósseis nos bilhões de anos de existência da Terra, ou ainda não os encontramos,
simplesmente ignoramos, nunca existiu. Mesmo que tenha existido.

A História tem este tipo de problema, e muitos outros mais. Nunca é um relato frio e
imparcial como pretendem os historiadores. E quanto mais recente os acontecimentos,
pior. Humanos que são, nunca deixam de agregar adjetivos, diminutivos e superlativos,
mesmo que apenas de leve, nas entrelinhas. Mantendo zelosamente, aparente
neutralidade.

Uma espécie de rede globo dos noticiários e reportagens.

Henry Ford, gênio de sua época, taxou a História de "baboseira".

Um homem prático, não via finalidade na História, além dela ser sempre torcida e
distorcida. Foi severamente criticado por isso, lógico. Foi chamado de grosso, ignorante
e sem cultura. Ainda mais num país extremamente orgulhoso do seu passado, como é
os Estados Unidos.

Ford não tinha estudo, tudo que realizou foi devido sua extraordinária habilidade
pessoal. Não via utilidade, decorrente do estudar História. De certo modo é isso mesmo.
É apenas curiosidade, como a astronomia, e tantas outras cientificidades.

Mas enfim, faz parte do ser humano conhecer o passado, escarafunchar coisas inúteis.

Desde pequenos aprendemos História. E sempre a mesma baboseira, mesopotâmia,


fenícios, gregos, egípcios, romanos, Inglaterra, França, Alemanha etc. Os gregos
suprasumo naturalmente, e os bárbaros sempre bárbaros.

Para os historiadores isso é a História Mundial. Sempre o ponto de vista ocidental. É só


o que estudamos. Como se não houvesse outras culturas além destas. Culturas tão
milenares, extremamente ricas em obras monumentos e conhecimentos. Como a China,
Índia, Indonésia, Maias, Incas etc.
No Sri Lanka tropeça-se a todo instante em ruínas parcialmente cobertas por vegetação,
e ninguém se preocupa em estudá-las, tantas que são. E assim milhares e milhares de
sítios arqueológicos ao redor do planeta.

Para as escolas e historiadores, não fazem parte da História Mundial. São histórias com
agá minúsculo, desimportantes. Atrapalhos quase.

Culturas riquíssimas, com muitas obras monumentos conhecimentos e idéias, inclusive


registros e farta escrita, são deixadas de lado, deliberadamente. Não é por desconhecer
sua existência, como os beija-flores ainda não catalogados. É egocentrismo, soberbia,
preconceito. Ocidente o umbigo do mundo, o resto é apenas resto.

Possivelmente a idéia é doutrinas pessoas, desde crianças, no caminho desejado. Para


que nem sequer saibam sobre outras maneiras de viver.

O Brasil historicamente não faz parte do mundo. Até historiadores brasileiros


concordam com isso. Assim estuda-se, à parte, História do Brasil, assunto que só
interessa aos brasileiros. Matéria escolar distinta da História Mundial uníssona e
universal. E assim os demais países, cada qual com sua Históriazinha particular
secundária. E lambam as unhas.

História é principalmente enunciar rol sem fim de guerras, conquistas, matança,


destruição, invasões, derrubadas de poder, interesses econômicos etc. Descrevem-se
detalhadamente impérios riqueza e poder. É só o que lembram citar os historiadores dos
idos viventes deste planeta. Como se dinheiro, poder, morte e destruição fossem a mola
mestra da humanidade.

Ora, isso é história de guerra e conquistas, não História da humanidade. Mas a ênfase é
nestes assuntos. Povos em paz parecem não ter História, passam em brancas nuvens,
simplesmente não são lembrados. Não mataram não invadiram não destruíram. Nada
fizeram, no entender dos historiadores.

Cadê na História Mundial citações das descobertas, conquistas tecnológicas,


ferramentas, conhecimentos, agricultura, máquinas, saneamento, metalurgia, medicina e
física?

Por que estas coisas, que são as que verdadeiramente transformaram o mundo, só são
mencionadas superficialmente? Por que não se cita nomes, datas, detalhes, como se faz
amiúde dos políticos, reis e imperadores?

Estou lendo um livro, "History of the World". A mesmice de sempre. Repisam os


mesmos assuntos, as mesmas culturas que aprendemos desde pequenos. Intuímos que
é só o que existe: História única, ocidental, umbigo do mundo.
Este livro vai desde os primórdios da humanidade aos últimos acontecimentos da
atualidade. Com suas 1200 páginas, dedica apenas 21 páginas à Índia e 22 páginas à
China Imperial. Incas, Maias e Astecas são contemplados com 6 páginas. E só.

Este livro fala dos atentados em 11 de Setembro 2001 nos Estados Unidos e fala da
invasão do Iraque. Mas simplesmente omite que neste conflito morreram um milhão e
meio de iraquianos. Isso é História?

Cada qual que descreva e publique suas preferências. Ninguém é obrigado a ser
abrangente e imparcial, nem mesmo historiadores. Com o seu eterno escrever a história
dos vencedores. Como foi na primeira e segunda guerras mundiais. Os perdedores
crápulas, os vencedores salvação da humanidade.

Mas que pelo menos tenham a honestidade de não chamar seus escritos de "História
Mundial".

Cero Henry Ford, História é baboseira. E não tem utilidade.

OPORTUNIDADE ÚNICA, APROVEITEM! - GG publicado 19/07/2010

Imperdível, verdadeiramente única!

A civilização atual é poderosa, abrangente e dominante, como nunca aconteceu


anteriormente. A tecnologia e conhecimentos, uma escalada contínua desde tempos
imemoriais, nunca estiveram tão desenvolvidos.

Mas será que vai continuar assim por muito tempo?

Atualmente estamos a usar intensamente todos os recursos disponíveis: carvão, gás,


petróleo, metais, metalóides, gases, madeira, água doce, energia etc. Que
invariavelmente ficarão cada vez mais difíceis de serem obtidos.

O mais fácil primeiro, sempre foi assim, desde o começo da humanidade. Quando algum
recurso começa a ficar escasso ou mais trabalhoso, novos métodos são desenvolvidos
para continuar obtendo este recurso. Procura-se substitutos e alternativas, por vezes até
mais eficientes. Melhora-se o aproveitamento e recicla-se, na medida do possível.

O petróleo está ficando mais difícil, a procura por ele já se faz em lugares cada vez mais
inacessíveis, como em águas profundas, com sofisticada tecnologia.

Muitos metais estão sendo substituídos por plásticos, nos automóveis por exemplo. A
própria madeira está sendo substituída por materiais sintéticos, como o forro de PVC
utilizado atualmente. E assim por diante.
O que permite continuar usando os recursos e continuar desenvolvendo alternativas é a
tecnologia e a disponibilidade de energia. Duas coisas que não podem faltar. É o que
mantém a nossa civilização em pé.

A energia é necessária para a obtenção cada vez mais trabalhosa dos recursos e
também na elaboração dos substitutos. E a tecnologia é essencial para que tudo isso
possa ser realizado.

Sem estes dois voltaríamos rapidamente à idade da pedra, em bem piores condições.
Sem possibilidade de recomeçar tudo de novo. Pois as facilidades que tivemos até agora
não existiriam mais.

Esta civilização atual é a última que o planeta Terra vai ver em toda a sua existência. Se
falharmos, nunca mais vai existir no planeta qualquer civilização, humana ou não
humana, nos próximos bilhões de anos! É única, esta oportunidade de continuarmos
civilizados! Imperdível!

Simplesmente porque os recursos e a energia nunca mais estarão tão amplamente


disponíveis como tem sido até agora. Os recursos e a energia, ou estarão esgotados ou
tão disseminados que será impossível utilizá-los. Se esta civilização se extinguir,
nenhuma outra poderá se desenvolver novamente.

Se eventualmente surgir novamente seres inteligentes, mais até que o próprio ser
humano, simplesmente nada poderão fazer. Teriam que buscar recursos e energia em
outros planetas ou estrelas. Mas como fazer isso sem energia e sem recursos?

A responsabilidade da atual civilização é enorme. Teríamos que estar preocupados em


não perecer como seres inteligentes. Não apenas nas próximas décadas, mas por
centenas de milhares de anos!

Em vez disso ficamos correndo atrás do lucro, riqueza, e poder. Tolhemos os


conhecimentos com "direitos autorais". Gastamos os recursos para fabricar armas e
bombas. E usamos a tecnologia para matar e destruir com mais eficiência.

EVOLUÇÃO DARWINIANA - GG publicado 17/07/2010

É possível um tornado passar por um pátio de ferro velho, e do caos e confusão resultar
um Boeing 747 perfeito, tudo funcionando, pronto para decolar? Inclusive com
computador de bordo e milhões de linhas de programa?
Ninguém vai dizer que sim. Mas, se trilhões de tornados, por bilhões de anos, passarem
por ferros velhos, então seria criado um Boeing 747?

Repetição das tentativas aumenta a probabilidade de um evento acontecer. Mesmo


assim, um avião de tal complexidade não seria o resultado, nem mesmo um teco-teco.
Não aleatoriamente!

Mas é mais ou menos assim que dizem funcionar a evolução darwiniana, aleatoriamente
cria complexidades como, por exemplo, o olho humano com lente ajustável, diafragma
automático, interpretação de cores e percepção tridimensional. E também seu
computador, o cérebro, com milhões de linhas de programa.

Só poderia acontecer se desde o verdadeiro início, o olho rudimentar, a simples


fotossensibilidade de uma única célula, fosse decisivamente vantajosa. E nunca mais
deixasse de ser vantajoso. Para seguir aprimorando por mutações aleatórias.

A seleção genética é um fato, tanto a dirigida pelo homem quanto a natural.


Indiscutivelmente, a evolução existe e é facílima de comprovar. Um pouco de
observação é suficiente, mesmo para não entendidos.

Insetos resistem a inseticidas. Bactérias tornam-se resistentes a antibióticos. É a


diversidade que faz isso, diversidade oriunda de mutações aleatórias. Evidentemente as
asas de morcego são garras ou dedos que evoluíram.

Já o mimetismo é bem mais difícil explicar. Certa lagarta, para proteger-se da predação
por passarinhos, assumiu aspecto semelhante a uma víbora!

Como é que fez isso, progressivamente por mutações aleatórias, se somente com o
aspecto completo de víbora é que estaria protegida da predação?

Teria que acontecer de súbito. Mas isto seria criar, de repente, um Boeing 747.

Fica a pergunta: É possível evoluir um Boeing 747, nos míseros 4 bilhões anos de
tentativas aleatórias disponíveis até agora? Ou lagarta víbora? Ou o ser humano?

Muita gente afirma que não, e por isso deve ter existido a premeditação, o planejamento,
a intenção de atingir um objetivo. Ou seja, deus.

Como nos mais simples programas de computador, aleatoriamente absolutamente nada


se consegue. Não adianta tentar trilhões de vezes. Tem que haver intenção na
elaboração de um programa!

Qualquer erro ou descuido nunca melhora o programa, só piora! Pois a natureza das
coisas não é a ordem e sim o caos. Nada fica em pé tudo é destruído.

Deixadas a si mesmas, as coisas vão de mal a pior (lei de Murphy).


Os ateus matemáticos teriam que explicar essas coisas, antes de descer o cacete nas
religiões.

Se deus, criador de todas as coisas não existe, são falsas as religiões que acreditam
nisso. Ou seja, quase todas elas. Aparentemente este é o objetivo dos ateus, destruir as
religiões.

Mas, porque combater as religiões? Muitas pessoas vivem bem com ela. Não importa se
é farsa ou se estão sendo enganadas e exploradas. Por que tirar das pessoas, esta
confortante ilusão? Para melhorar o mundo?

Então os ateus certamente deveriam combater os muitos países declaradamente laicos.


Que são os que mais matam gente na atualidade.

E que ninguém me acuse de evangélico ou assemelhado, sou ateu. Mas sei que para um
ateu a vida é mais difícil, mais sem recursos, mais sem esperança.

Religiosos não conseguem provar que deus existe. Mas ateus também não conseguem
provar que ele não existe. Pois afinal, apesar de tudo que se teoriza com muitas e muitas
palavras, continua sem explicação o inacreditável sopro de vida original.

COMPETIÇÃO E CAPITALISMO - GG publicado 24/06/2010

Todos os seres vivos competem, com outras espécies e entre os indivíduos de sua
própria espécie.

Mas quando vivem em sociedade, como é o caso do ser humano, a característica


predominante é a cooperação (apesar da competição também existir). Vivem juntos, em
cooperação, porque é vantajoso para a espécie.

Pois que senão nem viveriam em sociedade, seriam como os ursos, que só se juntam
para acasalar.

No capitalismo a competição é enaltecida de todas as maneiras. Como se nunca


existisse outra coisa. É a mola mestra do capitalismo. Cada um por si e ninguém por
todos.

Mas esta acirrada competição, não é a natureza do ser humano. É artificial. É apenas
argumento, justificativa do capitalismo, para mais livremente poder explorar o próximo.
SOCIEDADE LIMITADA - GG publicado 22/06/2010

Escolhemos viver um mundo competitivo.

Em qualquer assunto ou atividade ser o primeiro é tudo. Ao vencedor os louros e todas


as glórias. Só interessa ser o mais forte, mais rápido, mais rico, mais inteligente, mais
bonito, mais esperto, mais poderoso, com mais propriedades etc. Os demais, míseros
perdedores, escória, fracassados.

Assim indivíduos, empresas e países.

Como os vencedores são necessariamente pouquíssimos, nos tornamos imensa legião


de infelizes frustrados. Zeros à esquerda que não chegaram ao objetivo, fracassados.

Almejamos todos, o ápice. Mesmo quando não existe finalidade prática, como ser o
primeiro no vôlei, natação, atletismo etc. Cujo resultado é freqüentemente apenas uma
medalha, troféu e aplausos. Mas os campeões comemoram como se tivessem tirado a
sorte grande na loteria.

Competir não é conviver, não é vida social. Competir é eliminar, destruir o adversário,
fazer com que ele deixe de ser concorrência ao prêmio único. Não importa como isso
seja alcançado, vale qualquer coisa, o objetivo justifica os meios. Impossível impedir as
falsidades, artimanhas e falcatruas.

Meio termo não serve. Não existe meio campeão, é tudo ou nada. Das infinitas
possibilidades de vida que o mundo oferece, o homem escolheu apenas uma: Ser
vencedor.

Limitamos, restringimos nossa liberdade, escolhemos arbitrariamente um único objetivo,


ser o primeiro, que necessariamente só pode ser alcançado por poucos.

Mas, voluntariamente impomos também outras restrições, e uma delas, verdadeiro filtro
em tudo que fazemos e deixamos de fazer, é o dinheiro. Com dinheiro é válido qualquer
coisa, sem dinheiro simplesmente impossível. É filtro que separa todas as atividades e
pensamentos, não importa a qualidade.

O que gera dinheiro é permitido, mesmo que imoral, injusto, cruel, antiético e destrutivo.
E o que não gera dinheiro simplesmente não pode ser feito. Mesmo se fosse para salvar
o planeta.

Um artista, pensador ou cientista só pode ser artista pensador ou cientista, se o que ele
faz pode ser vendido. Se não, não tem sentido, e terá que deixar de fazer a expressão do
seu talento.

Mas só gerar dinheiro não é suficiente, qualquer atividade ou criação deve proporcionar
retorno financeiro rapidamente. As invenções de Leonardo da Vinci só se tornaram
rentáveis centenas de anos depois. Pelo certo os quadros de Van Gogh deveriam ter ido
para o lixo, nada valiam enquanto ele era vivo. Só por mero acaso sobrevivem no tempo,
criações que não geram dinheiro imediatamente.

Inimaginável a quantidade de talentos perdidos, que não chegam a se desenvolver, que


morrem na casca, simplesmente pela falta de dinheiro. As pessoas tendo que fazer
outras coisas, para poderem viver.

Existem exceções, quando existe patrocínio. Aí alguém, empresa ou Estado fornece os


meios necessários. Como é o caso da astronomia, que não é nem nunca vai ser uma
atividade lucrativa. Simplesmente não existiria sem patrocínio a fundo perdido.

Adotamos outros filtros restritivos, e certamente um deles são os meios de


comunicações. Ditam o consenso, as regras, as normas, os anseios e comportamento
mundiais. Estabelecem as metas e objetivos, e a imensa maioria adota automaticamente,
sem muito pensar.

Matam a liberdade de atuação, iniciativa e criatividade dos indivíduos já desde o berço,


quando mal e mal começam a enxergar uma tela de televisão. E mais tarde quando mal e
mal começam a decifrar a palavra escrita.

De pequenino se torce o pepino. Pelo resto da vida tornam-se reféns das mensagens
transmitidas através das imagens e escrita. Do universo infinito, só ficamos sabendo os
mesmos poucos assuntos mostrados na televisão jornais e revistas. E são uníssonos
sempre, não existe variedade, todos eles falam as mesmíssimas coisas.

Mas nem todos são obedientes. Os moradores de rua: párias da sociedade. Os pobres:
jogados em favelas e abatidos a tiros. Os drogados: criminalizados. Os loucos:
internados. Os criminosos: encarcerados. Aberrações, não se encaixam nas normas
estabelecidas. Não seguem as regras e restrições limitantes criadas arbitrariamente pela
sociedade.

São parcelas da sociedade que não têm direito à vida, devem desaparecer. Não
competem como os demais, não se submetem ao dinheiro como os demais, não seguem
o consenso indicado pelos meios de comunicações como os demais.

Vivemos uma sociedade limitada por nós mesmos. Além das restrições físicas e naturais
às quais todos devem se submeter, nós ainda restringimos voluntariamente a
diversidade, liberdade e criatividade das pessoas.

E achamos que o mundo fica melhor com isso.


HIPOCRISIA - GG publicado

Estados Unidos invadiram o Afeganistão para pegar Osama Bin Laden. Mataram
milhares, e continuam lá até hoje. A "comunidade internacional" aplaude.

Invadiram o Iraque, não encontraram armas de destruição em massa, mataram um


milhão e meio de iraquianos, e continuam lá. A "comunidade internacional" aplaude.

Israel está exterminando o povo palestino, possui 200-400 armas nucleares. Estados
Unidos possuem 5.000 ogivas. Mas país criticado é o Irã, que não tem nenhuma e nunca
invadiu ninguém. A "comunidade internacional" aplaude.

O urânio empobrecido é subproduto do enriquecimento nuclear. Metal pesado, e por não


ter utilidade é muito barato. Mas por causa do enorme peso é excelente para projéteis
balísticos. Oxida ao impactar, pega fogo, evapora.

É pouco radiativo, mas ingerido ou inalado vai localizar-se na medula rins e outros órgão
vitais, irradiando-os com raios alfa. Causando doenças e alterações no DNA. E
deformidades congênitas nos descendentes.

Legado estadunidense e israelense para os muçulmanos e para a vida na Terra, por


muitos e muito anos.

A "comunidade internacional", falsa covarde e hipócrita, aplaude.

SOCIEDADE DO DINHEIRO - GG publicado 9/05/2010

Somos a civilização mais avançada que existe, a sociedade do dinheiro.

Mas a única certeza sobre ele, é que faz muita falta, quando não se tem. No mais é total
desconhecido.

Dinheiro nunca é igual a dinheiro. O mesmo dinheiro hoje não compra as mesmas coisas
amanhã. Nem ontem.

Alguns trabalham muito, pelo mesmo dinheiro que outros conseguem sem esforço
algum.

Em lugares diferentes o mesmo dinheiro tem valores diferentes, não compra as mesmas
coisas.

Hoje o dólar tem um valor, amanhã certamente vai ser diferente. E assim todas as
moedas.

Um cheque (representante do dinheiro) pode ter valor integral. Ou nada, se for um


cheque sem fundo.
Para quem tem muito dinheiro, cem mil pode não ser muito. Já para que tem pouco é
uma fortuna!

Sempre existe inflação. E lenta ou rapidamente o dinheiro desaparece.

Afinal, se o dinheiro nunca tem valor certo e definido, por que raios dos infernos ainda é
utilizado?

HOMENS SAFADOS - GG

Além da sogra, a infidelidade o alcoolismo e dificuldades financeiras devem ser os


principais motivos das separações.

Num casamento ou união estável, a traição é considerada sempre transgressão


imperdoável. Quase sempre é a mulher que pede a separação, muito freqüentemente por
causa da infidelidade do marido.

É voz corrente: Os homens são uns safados! Tudo mundo sabe disto, nem se discute,
fato incontestado. Até os homens concordam.

Mas, (deixando de lado a homossexualidade) toda vez que um homem está transando,
uma mulher também está. Como é possível que o homem seja mais safado que a mulher,
sendo a quantidade de homens e mulheres praticamente iguais? A safadeza não teria
que ser exatamente a mesma?

Um(a) casado(a), transando com solteira(o) ou casada(o) é infidelidade, safadeza. Mas


também é safadeza um(a) solteiro(a) transar com casada(o).

Só não existe safadeza quando ambos são solteiros, aí não é infidelidade.

A safadeza é pois igual, homem e mulher!

O motivo, pelo que se considera que os homens são mais safados, é que eles são uns
gargantas incorrigíveis. Gostam de contar vantagem, espalham para todo mundo.
Mesmo quando nem transaram, dizem que fizeram.

Já a mulher é muito mais discreta. Tem um nome a zelar, e de modo algum este nome
pode ser: Puta, vagabunda, biscate, piranha etc. Elas são "come quieto", mas a safadeza
é a mesma.
Mesmo assim o homem é considerado um safado e a mulher não! Num relacionamento
entre mulher descompromissada com homem casado, o homem é pichado. Como é o
caso das prostitutas. (Ainda bem que existem. Paga-se e vai-se embora. Não sai barato,
mas é bem melhor que correr o risco de pagar uma conta bem maior ao transar com uma
não prostituta).

Ninguém acusa prostitutas pela destruição de um casamento. É o homem quem as


procura e portanto ele é responsabilizado. As prostitutas inocentes profissionais do
sexo, nada mais.

Mas elas nunca recusam "clientes" casados. Não sobreviveriam apenas dos jovens
solteiros de salário mínimo, que estão precisando tirar o atraso.

Seria diferente se a profissão mais antiga da humanidade fosse exercida também por
homens. Que ficariam a aguardar mulheres sedentas por sexo, e que pagassem por isso.

Mas é impossível fisicamente. Mulher, é só abrir as pernas, pode fazer isso muitas vezes,
todas as noites. Já o homem normalmente consegue dar algumas, por semana!

Mesmo quando mulheres solteiras ou sem compromisso se envolvem com homens


casados, quem leva a culpa normalmente é o homem. Safado irresponsável.

A "fulana" também não é bem vista, por ninguém, mas normalmente sai ilesa. Podendo
sempre alegar que foi enganada, que não sabia que ele era casado.

E vem a separação. O homem perde mais. Tem que dividir o patrimônio, que
normalmente foi conquistado com o trabalho dele. Tem que pagar pensão para os filhos,
mas a mulher vai usá-la em proveito próprio também. Vai poder ver os filhos apenas
ocasionalmente. Ele tem que sair de casa, é direito da mulher à única moradia do casal.

A mulher (que não trabalha) está acostumada a ficar em casa sozinha. Para ela os
afazeres do lar são coisas corriqueiras. A rotina muda pouco com a separação. A
dificuldade é normalmente financeira, a pensão dos filhos sendo quase sempre
insuficiente.

A separação é mais fácil para a mulher, mas indiscutivelmente o que ela quer mesmo é
uma família. Certa a igreja católica: A família é a célula da sociedade!

Já o homem fica num mato sem cachorro. Não suporta ficar sozinho, não está
acostumado. Não sabe limpar a casa, lavar roupa, cozinhar, nada.

E lá vai ele viver com a amante, "culprit" da separação do casal. Quase nunca dá certo.
Jantares, motéis e aventuras furtivas é bem diferente de amor e companheirismo.

Por isso o homem dificilmente quer a separação. Donos de empresas, carrancudos


diretores, ríspidos com seus subordinados, viram manteiga derretida ao falar com suas
mulheres.
Acontece, volta e meia, numa importante reunião de diretoria, altos assuntos
empresariais, a secretária dizer ao chefão que a esposa está ao telefone.

Ele volta minutos depois e diz que precisa sair, e que a reunião fica para outro dia.

Se pela de medo da mulher!

Sabe que numa separação, metade da empresa é dela. E ela também sabe.

VALOR DO ESTUDO - GG

Ler e escrever têm que ser aprendido sempre, muito bem aprendido. Ler é a porta para
os conhecimentos, matemática, física, química, filosofia etc.

Mas o estudar não é um estudar de qualquer modo, qualquer coisa, sob qualquer
pretexto. Aí pode até ser prejudicial, no mínimo uma perda de tempo. Ser doutrinado é o
grande perigo da educação, aprender coisas erradas, cujo objetivo é moldar as pessoas,
mais que transmitir conhecimentos.

Somos educados desde pequenos para aceitarmos o sistema, tal como ele é, sem
questionar. E nunca mais nos livramos disso. Enquanto coisas que deveríamos saber,
conceitos que nos acompanharão pelo resto de nossas vidas, não nos é ensinado
direito. Ensinam superficialmente aquilo que realmente importa em nossas vidas.

Este estudar é totalmente errado.

Certa vez um conhecido queria continuar os estudos, e pediu que o ajudasse. Explicava
para ele os planetas, órbitas, estações do ano e coisas assim. Mas percebi que ele não
estava entendendo nada.

Perguntei então como ele imaginava ser o planeta Terra.

Ele respondeu: Uma bola gigantesca, dividida ao meio por um plano. Neste plano
estavam os continentes, os mares, as plantas bichos e os humanos. O céu, acima de
nós. Grudados na abóbada transparente, a lua os planetas e as estrelas. Na semi-esfera
inferior, o solo. E para quem acredita, o inferno.

Expliquei como era o mundo na realidade. E esse conhecido, com uns trinta anos nas
costas, chorou feito criança!

Tinha aprendido incorretamente. Um estudar assim não tem nenhum valor!


RIQUEZA E TRABALHO - GG publicado 16/03/2010

Petróleo facilmente acessível é riqueza, indiscutivelmente. Mas a 30 km de profundidade


não vale nada.

Só tem valor se for extraído e puder ser utilizado. O que invariavelmente envolve
trabalho humano. Qualquer riqueza, no final das contas é apenas trabalho humano!

Um custo qualquer é somatório dos custos de: Mão de obra, materiais, energia,
equipamentos etc.

Por sua vez, cada um destes "materiais, energia, equipamentos etc." é resultado de: Mão
de obra, materiais, energia, equipamentos etc.

E assim por diante. No final resta apenas mão de obra. Riqueza é apenas mão de obra!

Riqueza real, verdadeira, que pode ser medida, decorrente do trabalho.

Diferente a riqueza subjetiva, não pode ser avaliada, como é o caso de uma obra de arte,
objetos de colecionador, papeis especulativos, propriedades improdutivas etc. Cujos
valores são simplesmente arbitrados ou de mercado.

DESVANTAGENS DO ESTUDAR - GG publicado 9/04/2010

Desde pequenos nos é dito que precisamos estudar, para ser alguém na vida.

E, de fato, maioria daqueles que estudam têm uma renda maior do que aqueles que
estudaram muito pouco, ou nada. Pelo que é bom estudar sempre. Nem que seja só para
adquirir conhecimentos raciocínio e habilidade mental.

Sem citar os milionários e bilionários que se fizeram riquíssimos sem ter estudo
nenhum, estudar não é invariavelmente vantajoso. Pelo menos no aspecto financeiro.

Gasta-se tempo e dinheiro, estudando muitas vezes coisas que nunca serão utilizadas.
Como investimento, é freqüentemente um péssimo negócio, o retorno simplesmente não
acontece.

Sabem muito bem disso, principalmente aqueles que com entusiasmo iniciam um curso,
e depois abandonam. Desinteressam-se, não conseguem passar de ano, não conseguem
pagar as mensalidades, ou precisam trabalhar para viver.
Muita gente estuda, faz até um curso superior, e acaba não trabalhando na área
escolhida, por não conseguir emprego, ou outros motivos. E aqueles que conseguem, a
maioria verifica que o que estudaram é de pouca utilidade. Na prática é que terão que
aprender a profissão, quase tudo dela.

Muita gente esquece rapidamente tudo aquilo que estudou. Fazem até questão disso:
Estudar é uma coisa, trabalhar outra, bem diferente.

Outra desvantagem do estudar é que tira a liberdade, restringe. Principalmente quando


já se adquiriu alguma experiência profissional. Fica mais difícil fazer outra coisa. O
currículo simplesmente não permite mudanças.

Diplomado, envereda-se pelo caminho do primeiro emprego, e mesmo que tenha sido
um erro essa escolha inicial, dele só sai, aposentando. É muito difícil mudar de
profissão.

Os que são forçados pelas circunstâncias a trocar de atividade, retornam à estaca zero.
Normalmente sujeitando-se a uma remuneração muito menor.

Já quem nunca estudou pode fazer qualquer coisa. A liberdade é total, todas as
possibilidades estão abertas. Pode arranjar emprego em qualquer lugar do mundo,
qualquer coisa. Sendo lhes vedadas apenas atividades que exigem estudo. Mas até
estudar é possível, se for o caso.

A competição é enorme e o salário limitado, claro. Pois que muita gente existe nesta
situação. O que vai fazer a diferença é o empenho e habilidade.

Mas é assim também em qualquer profissão, mesmo aquelas que requerem muito
estudo. Também o que importa, no final das contas, é a atuação pessoal.

O estudo também tira a liberdade de iniciativa, tolhe a criação. Com o estudo aprendem-
se conceitos, e preconceitos também. Fica-se bitolado. Já não é mais possível pensar
com a própria cabeça. Só quem não sabe nada, tem a coragem de tentar qualquer coisa.
Mesmo aquilo, que os estudados sabem ser impossível.

Quebram a cara, maioria das vezes, principalmente nas áreas técnicas. Como aqueles
que tentam construir o moto-contínuo, por exemplo. Mas adquirem vivência com isso,
ficam sabendo das coisas por convicção, não imposição. E algumas vezes, até
descobrem coisas inéditas.

Estudar, estudar cada vez mais, é o que muitos fazem. Mas, por vezes o excesso de
qualificação se torna até desvantajoso. Fica mais difícil empregar-se. Significa salário
mais alto, que muitas empresas não estão dispostas a pagar. As oportunidades são mais
limitadas, se é obrigado a mudar de cidade, ou se sujeitar a uma remuneração muito
inferior.
Especialistas estão condenados a trabalhar em sua especialidade. Por vezes um beco
sem saída.

Uma alta qualificação impede exercer atividades mais corriqueiras. Um estudadíssmo


PhD tem menos chance de trabalhar como mecânico, balconista ou repositor de
supermercado. Psicologicamente inviável. Insatisfeito, trabalharia pior que qualquer
outro.

Um engenheiro civil não pode trabalhar como pedreiro, um médico não pode trabalhar
como enfermeiro, um economista não pode trabalhar como caixa. Nem que estejam
morrendo de fome e precisando muito, lhes é bem mais difícil arranjar tais colocações. O
empregador sabe que seria apenas um quebra galho, e que na primeira oportunidade
cairão fora. Além de serem sempre, muito mais insubordinados.

Mesmo que, pela formação que tiveram, não adquiriram habilidade para ser pedreiro,
enfermeiro nem caixa. São inexperientes.

Quando pequenos, nas escolas e principalmente em casa, somos ensinados a não


roubar, não enganar, não tirar proveito dos outros, não mentir etc. Considerado sempre
como sendo falta de caráter fazer essas coisas.

Já como adultos, são exatamente estas mesmas coisas que nos tornam mais eficientes.
Somos então admirados pela ambição esperteza e por sermos ferrenhos competidores,
destinados ao sucesso.

Melhor seria que não aprendêssemos coisas erradas quando pequenos, em casa nem
nas escolas.

Pelo menos estudar, significa prestígio, dizem. É verdade, em parte. O dinheiro é muito
mais importante socialmente do que o estudo. Um gênio intelectual muito estudado, mas
paupérrimo, é tido como sendo excêntrico e um chato, dificilmente é apreciado.

Prestigioso, os dois juntos, estudo e dinheiro, mas essencial mesmo é o dinheiro, as


posses materiais.

Pelo que a maioria estuda, não pelo estudar, mas para alcançar o dinheiro, que lhe vai
proporcionar segurança material, riqueza e bastante prestígio.

Elogia-se muito, aqueles que lograram enriquecer, sem ter estudado. Sem dúvida, para
eles foi mais fácil tentar caminhos pouco usuais (muitas vezes incorretos, antiéticos e
até ilegais), caminhos que um estudado hesitaria trilhar.

Quem sabe até, justamente a falta de estudo tenha sido receita para o sucesso.

São raridades. A imensa maioria dos pobres que não estudam, permanecem pobres. E
mesmo muitos dos pobres que estudam, continuam sendo. A única maneira
verdadeiramente eficiente de resolver a pobreza, é nascer rico (casamento hoje em dia,
já não se presta mais para essas coisas).

Estudar não é invariavelmente vantajoso, como tanto é apregoado.

Apesar disso tudo, estudar é muito importante. Estudar, só pelo estudar. Sem estudar e
transmitir os conhecimentos voltaríamos à idade da pedra em algumas gerações. E
maior parte da humanidade já não tem mais capacidade de viver dessa maneira.
Pereceríamos todos.

Estudar é importante também para nos libertar dos grilhões da ignorância. Espantar os
muitos fantasmas que assombram nossas vidas. Que os conhecimentos facilmente
identificam como sendo o que verdadeiramente são: Inexistentes fantasmas.

E estudar é muito importante, para satisfazer a natural curiosidade do ser humano.

VER PARA CRER - GG publicado 13/03/2010

Qualquer assunto pode e deve ser contestado. Nada é eternamente verdadeiro. Princípio
básico, na busca da verdade.

Tem gente que sinceramente acha que o homem nunca pisou na lua. Para eles, ver (na
televisão) para crer, não é suficiente.

Tem gente que afirma que somos freqüentemente visitados por seres extraterrestres.
Acreditam sem ver direito. Já que as provas apresentadas são sempre, de certo modo,
duvidosas.

E os religiosos acreditam, mesmo sem ver. Religião é uma questão de fé.

É um direito interpretar as coisas, acreditar ou não, cada um à sua maneira. As pessoas


não deveriam ser criticadas ou ridicularizadas por acreditar ou duvidar dos assuntos,
mesmo os mais óbvios e evidentes.

Faz parte do eterno pesquisar e, se realizado honestamente, o resultado é elucidação da


verdade.

Uma tese fica fortalecida a cada questionamento. A melhor maneira de comprovar uma
proposição é atacá-la, de todas as maneiras. Se ela se mantém diante das críticas, torna-
se cada vez mais verdadeira.

Johannes Kepler estudou por décadas as órbitas planetárias, tidas como sendo círculos
perfeitos desde os tempos aristotélicos. Duvidou questionou e finalmente descobriu que
elas são levemente elípticas. Foi o incessante duvidar, que o levou a uma verdade mais
verdadeira.

Tudo pode e deve ser questionado. Menos o holocausto judeu.

Na Alemanha, Áustria, Suíça, Bélgica, Portugal, França, Polônia e Holanda o duvidar do


holocausto é crime, punido por lei.

Como descendente de alemães, sempre senti certo mal estar pelas atrocidades
cometidas pelos nazistas na segunda grande guerra. Por causa disso nunca procurei
saber sobre este assunto tão comentado e divulgado, décadas a fio, nos meios de
comunicações. Para mim, fato consumado, aconteceu, não havia o que discutir.

Até que resolvi ler alguma coisa sobre isso, na Internet. Existe gente que duvida que o
holocausto tenha acontecido assim como afirmam os judeus. E foram encarcerados.

Imaginei que a primeira coisa que iria encontrar, seriam provas claras e contundentes do
genocídio de milhões de judeus nos campos de concentração, exterminados nas
famigeradas câmaras de gás.

Tudo bastante investigado claro, como se faz sempre nos crimes que comovem as
sociedades.

Mas qual, prova mesmo, tipo análise de laboratório, resultados de escavações,


procedimentos científicos, laudos técnicos ou documentos, nada. Absolutamente nada.
Procurei bastante, mas não encontrei.

Apenas muito palavreado e muitas afirmações. Testemunhos de sobreviventes,


afirmações dos conhecidos e parentes dos que lá pereceram. Milhares de palavras
acusatórias e fotografias bastante duvidosas. Mas nenhuma prova material consistente!

O holocausto é um acreditar no que dizem os judeus, sem ver, sem provas materiais!

Não posso acreditar em fotos filmes e testemunhos apenas. Pois que senão teria que
acreditar nos exorcismos da Igreja Universal do Reino de Deus, e em discos voadores
também. E para mim não existem provas suficientes para dizer que somos visitados por
alienígenas. Nem que somos possuídos por demônios.

Um cadáver foi encontrado nas montanhas geladas dos Alpes, fronteira da Áustria com a
Itália. Vem sendo intensamente estudado desde sua descoberta em 1991. Pelos vestígios
foi possível identificar até por onde ele perambulou, enquanto era vivo! Descobriu-se
como vivia, quais doenças padeceu, e o que causou a sua morte.
Tudo isso foi possível esclarecer, dada a sofisticada tecnologia disponível atualmente.

Não foi o cadáver de um judeu exterminado pelos nazistas na segunda grande guerra.

Ötzi o seu nome. Da idade do cobre, com 5.300 anos de idade!

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%96tzi

Mas de gente exterminada há apenas seis décadas, milhões de judeus, não se apresenta
um comprovante sequer.

A não ser convincentes leis punitivas, encarcerando aqueles que ousam duvidar.

O DIREITO DE ERRAR - GG

O mundo dos conhecimentos foi construído por observação, raciocínio e


experimentação. Até obter-se resultado favorável, quando então passa a ser
conhecimento válido.

Logo inventaram métodos eficientes para se chegar mais rapidamente a resultados


consistentes. Mas, não existem regras. A única que deve ser observada rigorosamente é
a honestidade e imparcialidade na busca da verdade.

Como praticamente tudo que se possa imaginar já foi alguma vez pensado estudado e
experimentado, é muito mais prático procurar primeiro o que já existe sobre o assunto.
Ver o que os outros fizeram. Não simplesmente partir da estaca zero, repisando
trabalhosamente etapas já conquistadas.

A maioria das pesquisas é simplesmente isso: Procurar o que existe sobre determinado
assunto, analisar e concluir. Sem absolutamente nenhuma experimentação.

No entanto, as fontes têm que ser verdadeiras, se não os resultados serão falsos. É o
que se diz em computação: GIGO (Garbage In, Garbage Out).

Quando então é melhor partir do zero. E muitos, trabalhosamente, acabam reinventando


a roda. É o preço que pagam pela verdade que, em vez de inovadora, é apenas
confirmada.

Perderam tempo, mas não se empenharam, em vão. Analisaram o assunto sob aspectos
diferentes, adquiriram experiência, tornaram-se especialistas.
Nada é dogmático, aceito sem contestação. E nenhuma autoridade precisa ser
respeitada. Não importa o assunto. Só que, duvidar de tudo e de todos, não leva a lugar
nenhum.

Então o que se faz é aceitar e aproveitar, ou não aceitar e descartar. E tocar o barco pá
frente.

É o que fazemos quase sempre, no cotidiano. Acreditamos simplesmente, ou não.


Julgamos superficialmente quase tudo do nosso dia a dia. Acreditamos mais facilmente
naquilo que nos é apresentado de modo convincente. Também acreditamos mais
facilmente quando é uma autoridade que dá o seu parecer.

Por falta de tempo ou comodidade, confiamos, e com isso deixamos de ser objetivos.
Erramos muitas vezes. Mas não deveríamos ser condenados por isso.

QUAL É O PROBLEMA? - GG publicado 23/02/2010

Excluindo a crise financeira e econômica, que está apenas começando e não sabemos
se vai evoluir para terrível ou para catastrófica, qual é o grande problema que vai afligir
principalmente os países do primeiro mundo?

A energia!

Fala-se muito na escassez de água doce. Mas a própria água é em grande parte
dependente de energia, para bombear, irrigar, purificar, construir canais represas e
adutoras, fabricar encanamentos bombas hidráulicas dessalinizadores etc. Sem energia
cidade nenhuma pode sobreviver, pois imediatamente iria escassear a substância mais
importante para o ser humano: Água.

Fala-se bastante em aquecimento global, lixo, poluição, desertificação e outros


problemas, mas fazer mesmo, muito pouco. Bem diferente quando o assunto é energia
convencional, petróleo, gás natural, carvão mineral e energia nuclear. Aí é briga de foice,
no escuro. O preocupante, verdadeiro problema, prioridade, é a energia!

Apesar das muitas notícias que se tem sobre as novas descobertas, petróleo profundo,
hidratos de carbono, areias betuminosas, agro-combustíveis, eólica, solar etc., o que
ainda faz o mundo industrializado funcionar são os convencionais petróleo, gás natural,
carvão mineral e energia nuclear. E não vai deixar de ser assim tão cedo.

Não existe opção, principalmente para os grandes consumidores de energia, a não ser
apropriar-se do restante que existe no planeta. Por bem ou por mal.
Boa parte dos acontecimentos nos últimos tempos gira em torno da imprescindível
energia:

Kuwait (petróleo), Afeganistão (oleodutos), Iraque (petróleo), Irã (petróleo e gás natural),
quarta frota (visando o pré-sal brasileiro e petróleo da Venezuela), bases militares na
Colômbia (petróleo venezuelano), Niger (urânio), Ormuz (estreito por onde passam
navios petroleiros) etc.

Combate ao terrorismo é desculpa esfarrapada. Países como Japão, Alemanha e França


são quase totalmente dependentes de energia importada. Por isso apóiam, sem discutir
muito, a "democracia" estadunidense que está sendo implantada à força, nos países
ricos em energia. Imaginam eles, que os estadunidenses não vão deixar que lhes falte, a
essencial energia.

Muitos países com bastante energia, como a Arábia Saudita, já estão sob controle
estadunidense, é só mantê-los assim. Outros têm que ser conquistados na marra, como
o Iraque e Irã. Já alguns, como a Rússia, atualmente maior produtor mundial de petróleo,
vai ser bem mais difícil fazer isso.

Esta briga toda mostra que a energia convencional é que vai ser o grande problema
mundial, em curto prazo. Mostra claramente também que, por mais que seja comentado
e alardeado, não existem alternativas.

A crise financeira foi adiada pela decisão universal de injetar trilhões de dólares, euros,
libras, yens, yuans, rublos, patacas etc. nas entidades financeiras quebradas ou
inadimplentes. Ninguém esperava por isso, entendidos e não entendidos.

Não foi um imenso e generalizado cataclismo que causou a crise. Ela aconteceu per se,
simplesmente. Morte do sistema por causas naturais, falência múltipla de órgãos. A crise
foi adiada, mas vai voltar, com força redobrada.

Se coincidir ainda uma escassez da energia convencional, não vai haver recuperação,
nem amenização, nem mais o empurrar com a barriga. Criar dinheiro é facílimo, inventa-
se, imprime-se. São nada mais que bits na memória de computadores.

Mas energia é matéria, não pode ser inventada, tem que existir. Escassez de energia vai
dificultar enormemente a produção do que quer que seja, de toda e qualquer mercadoria.
Exceto papéis especulativos.

O mundo pode viver, muito bem, sem o capitalismo, que só atrapalha desperdiça e
destrói, mas não sem energia. Principalmente os países industrializados.
LEIS - GG

Ninguém pode alegar desconhecimento da lei

Está na lei, ninguém pode dizer: "Eu não sabia que era proibido". Um absurdo exigir isso
de uma pessoa comum. Se os próprios estudados juristas promotores advogados e
juízes divergem, não sabem, ou interpretam as leis, cada um à sua maneira?

Resta ao ignorante cidadão comum agir intuitivamente, na base do "não faça aos outros,
o que não quer que te façam". E rezar para que não cometer ilegalidade, sem saber. Isto
é, até pode cometer, o que não pode é ser flagrado.

Naturalmente a lei é assim, para que ninguém possa usar isso como argumento em sua
defesa. Pelo que exige-se que 190 milhões de brasileiros conheçam de fio a pavio todas
as leis. Inclusive as muitas leis que são aprovadas todos os dias pelo legislativo federal
estadual e municipal. Um incabível cipoal, emaranhado que ninguém entende.

Mas todo brasileiro tem que saber, de cor e salteado.

Nem dá para imaginar como é possível viver numa sociedade estruturada desta maneira.
Se as leis fossem aplicadas à risca, não restaria um para fechar a porta do xilindró.

Escolhido a esmo, qualquer pessoa invariavelmente já cometeu algum crime. É só


escarafunchar sua vida em detalhes. E teria que ser encarcerada.

Mas é assim que vivemos, culpados todos, passíveis de punição todos. Em tudo que
fazemos no dia a dia infringimos, sabendo ou não sabendo, alguma lei qualquer. Só que
a punição dificilmente acontece, nos pequenos e nos graves delitos. Culpados sempre,
mas felizmente a impunidade é muito grande.

Aleatoriamente ou quando de notoriedade a lei é aplicada. Para servir de exemplo,


intimidar, para que as pessoas saibam que aquilo dá cadeia. Este é o grande objetivo da
punição: Mostrar que o crime não compensa (ricos e políticos naturalmente estão
excluídos).

Escolhe-se o boi de piranha. Passam os demais.

As leis deveriam ser de fácil entendimento, lógicas e principalmente intuitivas. Para que
as pessoas comuns as cumpram naturalmente, sem constrangimento, sem
contrariedade. Sem ter que ser um estudado jurista.

Pois que senão, a lei simplesmente "não pega", ou gera quantidade absurda de (pobres)
encarcerados.
BUSCA POR UMA VIDA MELHOR - GG

A civilização é enaltecida sempre, como sendo vida melhor para os seres humanos.

Dez mil anos atrás as pessoas viviam em pequenos grupos. Vida razoável, mas vida bem
simples. Conseguiam sobreviver bem, resolveram satisfatoriamente as principais
necessidades do ser vivo: abrigo e alimentação.

Integrados ao meio ambiente, amoldavam-se a ele, em vez de contrariá-lo.

Proliferavam, sempre em equilíbrio com a disponibilidade de recursos. Sabiam


instintivamente que se fossem muitos, iriam faltar alimentos e outras coisas, e o grupo
corria o risco de desaparecer. Do mesmo modo, se fossem poucos excessivamente,
estariam mais suscetíveis a eventualidades, e o grupo também deixaria de existir.

Com pouco trabalho já conseguiam atender suas necessidades. Sobrando-lhes bastante


tempo para lazer e descanso. Vida fácil, quase sempre.

Havia tempo de sobra, imprescindível para obter alimentos e abrigo nas adversidades.
Trabalhavam mais então, deixando de lado o lazer, gastando este tempo disponível, para
suprir suas necessidades.

A normalidade era trabalhar pouco. Vida difícil, só excepcionalmente. Assim todas as


espécies. Não só o ser humano.

O constante aprimoramento que se pode constatar em todas as espécies não é pela


sobrevivência imediata, mas o longo prazo, a sobrevivência da espécie. Provendo
reserva, folga, excesso e tempo ocioso. Que pode ser utilizado para enfrentar
adversidades.

Esta versão dos acontecimentos é contestada. Muitos afirmam que a vida, antes da
civilização, sempre foi extremamente difícil e trabalhosa.

Aparentemente as espécies vivem em constante e interminável luta pelas necessidades


básicas da vida, sempre no limite entre a vida e a morte. Não é assim. Se isso fosse
verdade extinguiriam, já na primeira grande dificuldade.

Na necessária e contínua adaptação, os obstáculos acontecem, mas não podem ser


intransponíveis. Freqüentemente ocorre um "exagero", a adaptação excedendo as
necessidades imediatas. Como que antevendo a possibilidade de um futuro pior.

O veneno da aranha marrom pode matar até uma pessoa, mas a finalidade é apenas
pequenos insetos. Que gradativamente vão se adaptando ao poderoso veneno.
A eficiência o aprimoramento proporcionam excesso, tempo ocioso, folga para enfrentar
excepcionalidades. O resultado é a vida fácil, na maior parte do tempo.

Como civilizados é difícil aceitar essa idéia. Achamos que a vida simples, mais próxima
da natureza é sempre extremamente difícil e cheia de perigos e privações. Só que
olhamos para essas coisas com olhos civilizados.

Não entendemos por que os índios brasileiros insistem tanto em manter o seu peculiar
modo de vida. Simplesmente recusam a civilização. Os taxamos de ignorantes e
primitivos, que não sabem o que é bom. E os exterminamos.

Indiscutivelmente a civilização trouxe benefícios. Mas criou problemas também, que


antes não existiam.

Muitas adversidades, frio e calor intenso, doenças, pragas, secas, inundações,


terremotos, atividade vulcânica, são incontroláveis e devastadoras. Continua sendo
assim, até hoje. Conseguimos dominar e superar muitas dificuldades, graças à
civilização. E por isso a longevidade aumentou e proliferamos muito. Muitas coisas
foram resolvidas. Mas criamos novos problemas, muitos deles inéditos.

Sem dúvida um dos mais importantes é a explosão populacional.

Se instintivamente, embutidos nos genes, tínhamos as respostas para muitos problemas


de sobrevivência, hoje em dia tudo que fazemos com este mesmo objetivo, tem que ser
aprendido. E repassado para os descendentes.

Se outrora todos sabiam viver por si sós, sem depender muito uns dos outros,
atualmente este mesmo objetivo só é alcançado pela interação de uma cadeia enorme de
indivíduos.

Indiscutivelmente a sobrevivência da espécie humana ficou fragilizada com a civilização.

Mas poderia dizer-se que a vida melhorou muito. A longevidade aumentou. Os


conhecimentos nos proporcionam liberdade para fazer muitas coisas. Sofremos menos.
Somos mais felizes.

Com a descoberta da insulina conseguimos manter vivos os diabéticos, por mais tempo.
Só que com isso perpetuamos a doença, que tem um forte componente genético. Já não
podemos mais abdicar deste conhecimento específico. Bom para os diabéticos, não
precisam morrer, ruim para a espécie.

Como civilizados, a vida realmente melhorou?

Teríamos que definir primeiro o que é vida melhor. Poderia ser uma vida longa, ou seja,
ausência de doenças e violência, vida saudável e boa alimentação. Poderia ser riqueza,
poder, capacidade para moldar as coisas à nossa vontade. Poderia ser a igualdade
completa entre os seres humanos. Poderia ser a harmonia com a natureza. Poderia ser a
compreensão do funcionamento das coisas materiais e imateriais. Poderia ser sexo,
videogames, música, drogas, não fazer nada, a vida eterna. Poderia ser felicidade.

Poderia ser a preservação da espécie, não apenas por alguns milhares de anos, mas
milhões. Isto sim, a melhor vida que se pode imaginar. O que certamente não estamos
fazendo.

Não temos certeza o que é uma vida melhor, a melhor de todas as vidas. Mas é certo que
ainda não alcançamos. Temos que nos apressar, pois nessa busca por uma vida melhor,
estamos destruindo a nossa espécie, outras espécies, e o planeta.

EFEITO BORBOLETA - GG publicado 21/01/2010

Dizem que já existem armas ultramodernas, capazes de provocar cataclismos, furacões,


terremotos etc. onde se queira.

Por enquanto, isso é ficção científica, totalmente impossível.

O bater de asa de uma borboleta pode causar um furacão no outro lado do mundo. Não é
uma impossibilidade, mas na prática a teoria é bem diferente.

É tão provável acontecer quanto um tornado passar por um ferro velho, e deixar para
trás um Boeing 747 completo, perfeito, tudo funcionando, pronto para voar.

Quantidades gigantescas de energia estão envolvidas nos fenômenos naturais, raios,


tempestades, tornados, terremotos, tsunamis, vulcanismo. Muito, mas muito além da
energia que o ser humano é capaz de produzir ou controlar.

Não existe como provocar ou impedir estes fenômenos artificialmente, simplesmente


não dispomos de energia suficiente.

Teria que se descobrir o catalisador, o bater de asa da borboleta. Tão provável quanto
um tornado construir um avião completo, a partir de ferro velho.
DEMOCRACIA E LIBERDADE - GG publicado 15/01/2010

Imagens: be nice, bush democracia

A "liberdade" e "democracia" são apregoadas como sendo essência da humanidade,


almejada universalmente.

Estados Unidos, Inglaterra, Israel não pensam duas vezes em pressionar, embargar,
corromper, invadir, fazer guerras e destruir no objetivo de implantar tais "liberdade" e
"democracia", em qualquer parte do mundo. Por bem ou por mal. Nem que tenham que
matar todo mundo!

Mas quando a população obedece e segue rigorosamente a receita democrática deles e


elegem seus governantes, como na Venezuela, Bolívia, Equador, Honduras, Jango no
Brasil, Salvador Alliende no Chile, Ahmadinejad no Irã, Hamas na Palestina, eis que de
repente, não é bem assim. Não é isso o se imagina ser "democracia" e "liberdade".

Os governantes passam a ser acusados de populistas, ditadores, terroristas, negadores


do holocausto etc., e precisam ser derrubados do poder.

Ora bolas!

DEUS, ONIPOTENTE E BOM? - GG publicado 13/01/2010

Se deus não pode nem quer fazer coisas boas, não precisamos dele.

Se deus quer fazer coisas boas, mas não pode, é porque é impotente.

Se deus pode fazer coisas boas, mas não quer, é porque não se importa conosco.

Mas se deus quer e pode fazer coisas boas, porque não faz?
VIDA MELHOR - GG

Dinheiro não traz felicidade. Mas isso eu ainda quero verificar. (Millôr Fernandes)

Parece fácil distinguir uma vida ruim de uma vida boa. Ninguém se detém muito nos
detalhes. Queremos sempre alcançar uma vida melhor, e desde cedo entramos na
refrega prá valer. Mas, o que é vida melhor?

Para um alcoólatra, drogado ou fumante inveterado, vida melhor é ter disponível a


bebida a droga o cigarro. Vida pior é sentir os terríveis sintomas da abstinência.

Para as crianças, melhorar de vida é quando chegam as férias escolares. E qualquer


ocasião em que as escolas estão fechadas.

Para quem trabalha, vida melhor seria trabalhar de terça à quinta ou menos, como os
políticos.

Os viciados sabem muito bem, que vida melhor mesmo, seria sem o vício. As crianças
sabem muito bem (lhes é incutido diariamente), que vida melhor vai ser se estudarem
bastante. E a chusma, simplesmente fica felicíssima em poder trabalhar 10 horas por dia
a salário de fome, pois não morrerá de fome.

Não é tão fácil como parece, distinguir vida melhor de uma vida pior. Afinal o que é
importante? Paz, segurança, vida saudável, longevidade, sexo, aventura, saber,
divertimento, emoção, liberdade, riqueza, poder?

Para a maioria, vida melhor é ter muito dinheiro. Pois dinheiro tudo compra. Mesmo que
se gaste a vida inteira para alcançar este objetivo. Quando então, de nada adiantou.

Para quem passa dificuldades, não consegue morar nem se vestir adequadamente, não
consegue se alimentar direito, não pode tratar uma doença, é fácil saber o que precisa
ser feito para melhorar de vida.

Mas resolvido isso mais ou menos satisfatoriamente, começa o problema: O que é vida
melhor?

Sendo rico ou pobre, só podemos assistir filmes ou programas de televisão, um de cada


vez. Só podemos fazer algumas poucas refeições por dia, viver em uma só casa, e
dormir em apenas uma cama, dirigir apenas um automóvel. E não adianta muito
torneiras ouro maciço no banheiro. A mijada banho e cagada não melhoram muito por
causa disso.

Adianta se esforçar para ter um corpo bonito e saudável, gastar juventude malhando e
fazendo exercícios, para conquistar apenas velhice? E às vezes nem isso?

Adianta trabalhar muito e justamente por causa do trabalho intenso não poder desfrutar
direito do resultado?
Ou melhorar de vida seria a perpetuação da espécie, objetivo supremo?

Deveríamos nos fazer muitas perguntas, antes de se jogar de cabeça no objetivo de


alcançar uma vida melhor, sem pensar. Simplesmente porque todos fazem isso.

COTAS NAS UNIVERSIDADES - GG

Basicamente é uma discussão, se existe ou não, racismo no Brasil. A questão é, se os


negros não alcançam a universidade porque são negros. Ou por outros motivos, como
por exemplo, falta de recursos financeiros.

Se compararmos os estadunidenses, ingleses, alemães, holandeses etc. com os


brasileiros, certamente pode-se dizer que eles são racistas, e nós não. Portanto o que
para eles é imprescindível ser feito no sentido de mitigar a discriminação, não se aplica
ao Brasil.

Somos uma só raça, a raça brasileira. Uma mistura de brancos índios e negros em todos
os matizes. Inédito no planeta. Se fôssemos racistas como eles, a nossa intensa
miscigenação nem aconteceria.

Como dizia Darcy Ribeiro, explicando porque este país, diferentemente dos demais,
ainda não deslanchou:

"Invadir, matar todo mundo e introduzir uma cultura já experimentada, é fácil. Fizeram
isso os europeus em muitos lugares. Difícil é pegar uma cultura totalmente inédita como
a nossa, e fazer disso um país."

Somo diferentes, não podemos seguir modelos estrangeiros.

Existe racismo no Brasil? Claro, assim como em todos os lugares do mundo. Mas não é
tão acentuado como nos países sabidamente racistas. Aqui as raças conversam, bebem
cerveja juntos, namoram e casam. O que dificilmente acontece nos Estados Unidos,
Inglaterra, Alemanha, Holanda etc. Lá preto é preto, branco é branco, amarelo é amarelo.
E permanece assim. Eles não se misturam!

O melhor critério para avaliar racismo é o casamento!

Na sociedade, os deficientes físicos, parcela significativa da população, não deveriam


ser segregados, nem estigmatizados. A sociedade deve adaptar-se a eles, de modo que
possam se integrar, respeitando as suas peculiaridades. São cidadãos como os demais.

Mas negros e índios já são iguais aos demais, e nem têm deficiências, por que criar
diferenças de raça que verdadeiramente não existem?
Afinal, com esta história de cotas, está-se querendo afirmar que os negros são
discriminados, ou que eles são burros e incapazes?

É perigoso fazer distinção de raça. Pois, se hoje isso está sendo usado para beneficiar
negros e índios, amanhã poderá ser usado para prejudicá-los!

Alguém poderia sugerir mais tarde, salas de aula só para os cotistas, alegando que
seriam beneficiados com isso. Depois universidades só para os cotistas. Depois ônibus
para os negros, calçadas para os negros, banheiros para os negros etc.

Feita a distinção inicial, quem vai impedir que coisas assim venham a acontecer?

Este é o principal argumento, para que todos os brasileiros sejam tratados igualmente,
independentemente de sua cor.

Além de, dada a mistura existente, ser muito difícil fazer distinção de raça entre os
brasileiros. Bem diferente dos países racistas. O paliativo da auto-declaração, é
tremenda palhaçada.

Certamente, nas universidades existem pouquíssimos negros e índios. O motivo mais


importante deve ser a falta de recursos financeiros. Como dizia Monteiro Lobato: "O que
o Brasil precisa não é estudo, e sim riqueza. Um pai, por mais bronco que seja, sempre
que ver no seu filho um doutor."

E é fato. Aqueles que estudam, mesmo em escolas públicas, quase sempre fazem isso
devido ao decisivo apoio financeiro que recebem dos pais.

Os negros são pobres historicamente. A abolição da escravatura se deu há 120 anos,


não é muito tempo. Escravos absolutamente nada possuíam de seu. Nenhum patrimônio
e nenhum estudo. Não lograram até hoje, ficar abastados, não conseguiram livrar-se da
hereditária miséria.

A Lei de Terras de 1850 contribuiu muito para eternizar esta situação. Quem era pobre,
não importa a cor, não podia ser proprietário. Não lograram sair da pobreza.

A escassez de dinheiro é fator importante no impedimento do estudar e freqüentar a


universidade. Alguém duvida disso?

Não somos isentos da prática da discriminação. Os meios de comunicações enaltecem


as coisas e modo de vida dos europeus e estadunidenses. Procuramos ser iguais a eles,
copiamos o exemplo.

Entre contratar uma negra e uma loira de olhos azuis, a escolha vai ser a loira. Com
salário mais alto. Para disfarçar, aqui e ali uma neguinha, só para mostrar ao mundo que
não somos racistas.
Este modelo estrangeiro, racista, enaltecido pelos meios de comunicações, deveria ser
combatido. Temos que cultivar o modo de ser brasileiro!

Para não nos tornarmos racistas, como eles.

DITADURA MILITAR - GG publicado 3/01/2010

Quando fiz vestibular, eu e um amigo de cursinho estudamos feito condenados. E


logramos ser aprovados.

Mas eu nunca o vi na escola de engenharia. No último ano encontrei com ele e perguntei
o que tinha acontecido.

Ele tinha participado de uma reunião da UNE (União Nacional dos Estudantes) numa
chácara perto de Curitiba, que tinha sido proibida pelo governo. E foi preso. Ficou um
ano na cadeia. E nunca mais conseguiu entrar na escola.

Mas ele não era subversivo nem nada, assim como eu também não. Ele tinha passado no
vestibular e por isso achou que devia ir a tal reunião da UNE.

Eu, talvez tivesse ido também. Mas fiquei com preguiça.

O ÍNDIO QUE DESCANSAVA - GG

Por Inam 16/10/2008 às 10:19

Um homem da cidade caminhava por um bosque quando viu um índio descansando sob
uma majestosa árvore repleta de frutos enormes e bonitos.

Homem branco: "Eu posso te dar um conselho, meu caro amigo índio?" Diz o homem,
sorrindo para ele.

Índio: "Claro!"

Homem branco: "Por que você não pega as sementes das frutas dessa bela árvore e
planta por toda essa terra fértil? E quando ela te der mais frutos, você pega uma parte e
vende na cidade."

Índio: "Para que vendê-los?"

Homem branco: "Para que você conseguir dinheiro, contratar pessoas para te ajudarem
a plantar cada vez mais. Dessa forma você trabalha bastante e consegue mais dinheiro e
vai plantando, trabalhando e contratando cada vez mais pessoas para trabalharem para
você."

Índio: "E depois?"

Homem Branco: "Depois de trabalhar bastante e juntar muito dinheiro, você pode
descansar!"

Índio: "Mas é o que eu estou fazendo agora!"

EXPROPRIAÇÃO DO TRABALHO - GG

As riquezas são geradas pela mão de obra. Mas quem fica com elas, é gente que não
trabalha.

O resultado do produto do trabalho é expropriado pelo industrial a título de lucro, pelo


agiota a título de juros, pelo latifundiário a título de renda da terra, pelos agentes
religiosos a título de dízimo, e pelos políticos a título de tributos/impostos.

MODO DE VIDA - GG publicado

Todo mundo quer mais, sempre está insatisfeito, porque assim é o capitalismo.

Mesmo quem tem tudo, deve achar que não está satisfeito. Isso é artificial, não faz parte
do ser humano. É burrice querer mais, mais e mais, infinitamente. E deixar os outros
sem nada.

O que existe de salutar quando se promove a acumulação de riquezas, com muitos não
tendo nem o suficiente para sobreviver? Um e outro são destrutivos! Qual é a finalidade
deste pacto que dizem existir, de competitividade sem limites?

O ser humano é um ser social, se não viveriam isolados uns dos outros, como os ursos.
Competimos sim, mas cooperamos também, pois sem cooperação não teria sentido
viver em sociedade. E provavelmente já estaríamos extintos, nem chegaríamos aos dias
de hoje.

A essência do ser humano é ser cooperativo. Mas falamos somente em competição,


porque isso é enaltecido pelo capitalismo.
No capitalismo não existe justiça. É dar o mínimo e pegar o máximo. É muito difícil
compreender por que a humanidade tem que viver deste modo tão sórdido. Destrutivo
de pessoas, de outros seres vivos, e dos recursos.

Não seria melhor cada um dar para a sociedade o que pode e sabe fazer. E receber dela
aquilo que necessita?

Mas não pode ser. Pois isso seria: Comunismo!

ECONOMIA NÃO É CIÊNCIA - GG publicado 8/11/2009

Estudam-se os muitos fenômenos que acontecem, e procura-se descobrir as leis que


regem tais fenômenos. Física química biologia astronomia termodinâmica etc.

E tudo funciona, comprova-se na prática. Sem o que, não seriam ciências.

Mas a economia é diferente, foi inventada. Não existe, tem aparência de ciência, mas é
falsidade. Leis econômicas são temporárias, só têm validade na imaginação das
pessoas. Tanto é que invariavelmente acontecem as crises e tragédias. Um dos motivos,
sem dúvida, é que são pessoas que seguem (ou não) as regras econômicas, e pessoas
são imprevisíveis.

Leis econômicas não são leis físicas, das quais não podemos escapar. Não
conseguimos anular a lei da gravidade ou da conservação da energia. Nem que
queiramos.

Mas uma regra econômica pode ser transgredida. Pela força das armas. Por força de lei.
Pela esperteza, como é o caso da especulação. Pelo "livre mercado", manipulado
sempre. Pelos cartéis, monopólios e estelionatos. O que deveria ser lei para todos, não
é. Vale para alguns, para outros não.

Com as leis da física isso não é possível, são universais, não podem ser desobedecidas.
Por isso economia não é ciência, como aparenta ser. É um acordo entre as pessoas,
obedecido ou não, como se queira.

Se analisarmos as duas fórmula básicas do dinheiro:

Lucro=Receita-Despesas

ValorFuturo=ValorPresente(1+Taxadejuros)^Períodos
Podemos ver que são ficções científicas, não existe equilíbrio, tendem ao infinito
rapidamente, não têm durabilidade.

O lucro é um receber sem dar nada em troca, vem de graça. É o que diz a fórmula do
lucro. Se isso não for restringido, um lado pode ficar com tudo e o outro com nada. Não
existe equilíbrio. Poucas empresas gigantescas cada vez maiores, e mais e mais gente
com cada vez menos. Até que um único indivíduo possua tudo que existe no planeta. E
os demais absolutamente nada.

No cálculo de juro sobre juros (a segunda fórmula), um mísero Real, a dez por cento de
juros ao mês, por cinqüenta anos, resulta numa bola de ouro, quase do tamanho da
Terra. Um absurdo, mas é assim o cálculo que se faz sobre valores ao longo do tempo, é
isso que é cobrado de juros nos empréstimos.

Estes são os fundamentos da economia! É assim que as pessoas se relacionam, ao


trocar trabalho produtos e serviços. Uma atividade social, comportamento humano. Mas
não é ciência. Na prática as "leis econômicas" não se confirmam!

Enquanto existir o lucro a usura e o capital, sempre vai acontecer o desastre, cedo ou
tarde. Mesmo com, e apesar de, os prêmios Nobel de economia. Que nunca conseguem
prever ou explicar porque acontecem, nem sabem como resolver as crises.

Existindo recursos energia mão de obra e conhecimentos é o que basta. É o necessário


e o suficiente. As pessoas trabalham. As máquinas, robôs e computadores trabalham. E
as pessoas consomem e utilizam. Como poderia isso não funcionar?

ESPERANÇA, A ÚLTIMA QUE MORRE - GG publicado 01/01/2010 e 18/01/2010

Somos irremediavelmente otimistas.

Esquecemos as coisas ruins, e as boas ficam em boa memória. É por isso que os mais
velhos falam sempre nos bons velhos tempos. Esqueceram as tempestades e trovoadas,
o mau tempo em suas vidas.

Se agruras fossem acumuladas progressivamente, sem limite, explodiríamos. Lembrar


coisas boas nos dá ânimo, e vontade de tocar o barco prá frente.

Somos otimistas. Na dúvida, por maior que seja essa dúvida, acreditamos sempre que
não vai acontecer o pior. Temos certeza, que não vai nos acontecer coisas ruins, pelo
que passam outras pessoas. Somos especiais, imunes a acidentes tragédias e doenças
dos outros.
Deus é grande, e no final vai dar tudo certo. Mesmo os mais ferrenhos ateus, em
desespero, usam este infalível argumento. Que nunca funciona.

De algum modo temos a convicção, que a sorte nos vai ser especialmente favorável,
mais que aos outros. E por isso jogamos, nos bingos e loterias. Somos sortudos, mais
que os outros. Mesmo quando se sabe que estatisticamente só é possível perder.

Não conseguimos pagar à vista e então compramos uma casa à prestação, vinte trinta
anos. Confiamos que o futuro vai melhorar sempre, e que ano após ano vai ser mais fácil
pagar essa casa. Mesmo sabendo que o financiamento nos vai custar o preço de várias
casas, idênticas à que financiamos.

Se não podemos pagar uma casa sequer, como é que imaginamos ser possível pagar
várias? A esperança nos diz que o futuro vai ser mais fácil que o presente. Sempre mais
cor de rosa.

Esse irracional otimismo é uma defesa, uma proteção, uma maneira de se manter vivo.
Pois que, tendo certeza de um porvir muito ruim, nada mais restaria que pular fora desta
vida.

Manuais de sobrevivência enfatizam sempre, que o maior perigo que um náufrago ou


alguém que se perdeu vai enfrentar, é ele mesmo. Principalmente quando está sozinho.
O desespero toma conta, já não deseja mais viver. E simplesmente desiste.

Mesmo quando teria sido possível salvar-se.

Enquanto há vida, existe esperança, dizem. Mas é o contrário, há vida enquanto existe
esperança.

Um conhecido meu já com bastante idade, dizia com plena convicção, que viveria até
aos cento e cinqüenta anos de idade. Todos estranhavam esta afirmação, incompatível
com o que ele era: professor de matemática, inteligente e letrado.

Esclarecido e racional em todas as coisas, neste ponto era irredutível. Ninguém o


convencia do contrário, impossível contra-argumentar.

Cercou-se, protegeu-se da fatalidade à qual ninguém nunca escapou. E com isso viveu
bem, até o dia em que foi dormir à noite, e não mais acordou.

E algo assim, todos nós fazemos, de um modo ou de outro. Desde pequenos a morte é
temida. Mas então ainda se encontra bem distante, e não incomoda muito.

Com o correr do tempo, a morte sempre à espreita, diz em surdina que nossa hora está
chegando. Ignoramos os avisos, não queremos saber nada disso.
Trabalhamos com afinco, estudamos, nos divertimos, desviamos o assunto extirpamos
tal pensamento de nossas mentes. Vivendo intensamente espantamos a nossa própria
morte, edificamos um escudo protetor impenetrável. Repudiamos qualquer coisa que
nos lembre dela.

Por este motivo as propagandas só falam em prazeres, juventude, alegria e saúde.


Queremos vida. Absolutamente nada venderiam se, mesmo remotamente, insinuassem
esta terrível fatalidade.

A morte de outros certamente não é agradável, mas incomoda menos que a nossa. E até
achamos interessante, mórbido atrativo, desde que observada à distância. Por isso os
tantos noticiários sobre mortes e tragédias. Sentimos certa alegria, que não tenha
acontecido conosco.

Quando morrem amigos e parentes choramos muito. Eram queridos. Mas lamentamos
também, por nós mesmos. Pois, com a morte de parentes e amigos, mais e mais, a
nossa vez se aproxima. Por isso choramos tanto.

De algum modo temos que impedir que a morte aconteça. Tentamos nos imortalizar.
Tentamos ser maior que a vida que deixaremos para trás. E nos metemos a realizar
coisas extraordinárias. Boas ou ruins. Para alcançar a eternidade, que imaginamos estas
realizações irão proporcionar.

Construímos pirâmides. De todos os tipos, pequenas, grandes ou intelectuais. Marcos


que dirão ao mundo que estamos vivos, que não morremos verdadeiramente.

Andrew Carnegie foi um dos maiores industriais do capitalismo norte-americano.


Cresceu do nada e tornou-se um dos mais ricos de sua época. Desrespeitava seus
empregados, os quais trabalhavam 84 horas semanais e as greves eram reprimidas com
violência.

Nos seus últimos anos de vida, doou quase toda a sua fortuna para obras filantrópicas.
Juntou e desjuntou, por que então juntou? Dando a riqueza que possuia, talvez quisesse
justificar o modo como foi obtida.

Junto ao mausoléu do primeiro imperador da China, Qin Shihuang, foram enterradas oito
mil figuras em terracota, guerreiros e cavalos, em tamanho natural. A construção desse
mausoléu começou em 246 a.C. e acredita-se que 700.000 trabalhadores e artesãos
levaram 38 anos para a completar. Descoberto recentemente está lá, intocado, este seu
exército particular. Nunca foi utilizado.

Gengis Khan, o grande e corajoso conquistador, lutava à frente dos seus homens, era o
primeiro. Numa reunião com seus generais e amigos perguntou qual o maior prazer de
um homem.
Responderam: "bebida", "mulheres", "jogo" etc.

Ele disse: "Não! O maior prazer de um homem é matar o adversário numa batalha."

Quando pressentiu a sua própria morte, enviou emissários por todo o império. Para que
encontrassem um mágico que lhe proporcionasse vida eterna.

Tentamos construir, pirâmides da imortalidade. Como os faraós egípcios.

Escavações arqueológicas sempre mostram mortos enterrados com objetos valiosos,


armas, ferramentas alimentos e até pessoas, parentes e servos. Na finalidade de tornar
mais agradável a vida no além. Mas que acabam não sendo usados, ficam sem serventia.

Ótimo para os historiadores e pesquisadores, que podem assim decifrar mais facilmente
o passado, mas para os que se foram, sem utilidade.

Obras materiais, obras de caridade e de ajuda ao próximo, obras de arte, estudos e


pesquisas científicas, livros. Tudo pirâmides, para a nossa eternidade.

Mas também guerras conquistas torturas matanças atrocidades e destruição, que desde
tempos imemoriais parecem ser, até mais ainda, a marca registrada do ser humano, em
sua procura pela imortalidade. Um matar para viver, eternamente. Um matar, para viver
eternamente.

No final, apesar de tudo que foi tentado, o que sobra é a esperança. E a morte vem do
mesmo jeito. Não escapamos dela.

Tudo aquilo que deixamos para trás, não nos é de nenhuma serventia. E muitas vezes,
nem para os que ficaram.

Somos semelhantes aos salmões. Que, numa hercúlea epopéia, nadam milhares de
quilômetros pelo mar e rio acima para alcançar o lugar onde nasceram e então desovar.
Em seguida morrem rapidamente, em poucos dias. Seu legado é a imortalidade da
espécie.

Nós, freqüentemente, nem isso.

CUSTO BRASIL - GG publicado 31/10/2009

O governo brasileiro paga de juros aos bancos, 150 bilhões de Reais por ano!

As empresas brasileiras pagam de juros aos bancos, mais que a folha de pagamento de
todos os brasileiros juntos!
Os brasileiros estão endividados com os bancos e financeiras, em 35% de sua renda.

É aí aonde vai o nosso dinheiro. É o motivo da miséria dos brasileiros, e de sermos país
do terceiro mundo.

É por isso não tem dinheiro para a saúde, educação, aposentadoria, salários decentes
para o funcionalismo público, saneamento, saúde pública etc.

Essa usura praticada pelos bancos e financeiras tem que ser revista. E tem que acabar!

MOTOQUEIROS! - GG publicado 2/11/2009

Cansados de serem pichados pelos meios de comunicações?

Cansados de aumentos no seguro obrigatório, da obrigatoriedade de faixas refletivas?


Das multas e infindáveis acusações de atrapalharem o tráfego? De ser gente de segunda
classe, corja, bandidos e assaltantes?

Chega de serem empurrados para as sarjetas, das fechadas e finas de automóveis e


caminhões. Chega de xingação dos motoristas.

Motoqueiros: Propaganda e propina é a alma do negócio!

Reúnam-se. Façam enorme vaquinha, para engraxar políticos, otoridades e contratar


propaganda nos meios de comunicações. Rede globo, revista veja etc.

Se possível, até mais propina e propaganda que os fabricantes de automóveis.

Verão então, como subitamente as reporcagens mudarão, do ácido ao néctar.

Motocicletas serão enaltecidas, por consumir pouco combustível, desentravar ruas e


estradas, e salvar o planeta do aquecimento global.

Políticos farão leis privilegiando o nobre serviço prestado por motoboys, mototaxi,
entregas rápidas e de pizzas para o STF e congresso nacional. Concederão isenções e
incentivos fiscais para os fabricantes das duas rodas. ICMS zero, prorrogável ao infinito.

E até a turma do "CANSEI" posará orgulhosamente no programa da Hebe Camargo, ao


lado de suas hondas harleydavidsons, yamahas e ducattis.

As autoridades engenheiras dos detrans brasileiros revisarão suas filosofias


transitoriais, removerão os caroços e tartarugas que tanto desequilibram as
motocicletas. Farão estacionamentos preferíveis para motocicletas. Pintarão faixa única,
exclusiva para automóvel, do lado direito de ruas e estradas.

As gatinhas não mais torcerão seus pescoços para os carrões de vidros escurecidos. E
sim para motoqueiros, que podem enxergar. Adorarão esvoaçar os cabelos aos ventos
da liberdade, na carona de uma reluzente motocicleta!

As reporcagens passarão a mostrar apenas horríveis tragédias com ignóbeis motoristas


embriagados, em seus poluentes e beberrões Sport Utility Vehicles 4x4, matando gente e
engarrafando o trânsito. Assaltantes e traficantes em seus carros pretos, sendo
perseguidos pela polícia. Desastres e acidentes, apenas os com automóveis e
caminhões.

E nos domingos veremos corrida de motocicletas. Em vez de F1 e fórmula Truck.

Pensem no assunto. Não sai barato, mas vale a pena.

SOLUÇÃO PARA A CRISE - GG publicado 25/10/2009

Imagens: crise desemprego usa (jpeg)

Como provavelmente vai ser resolvida a crise e o desemprego nos Estados Unidos.

Na última coluna da tabela (Unemployed) podemos observar que durante a década de


1930 o desemprego nos Estados Unidos foi em média 6 vezes maior do que o
desemprego em 1929. Ano em que se deu o "crash" na bolsa de Nova York e começou a
grande depressão.

Foi um desemprego acentuado, por uns doze anos.

Só voltou a melhorar novamente a partir de 1942.

1942 foi o ano em que o Estados Unidos entrou na segunda guerra mundial!!!

Será que a solução para a atual crise capitalista vai ser guerra mundial, novamente?

(tabela copiada de: http://mrzine.monthlyreview.org/wolff241009.html )

PAZ TRANQÜILIDADE E SEGURANÇA - GG publicado 7/11/3009

Gostaríamos pensar que os humanos se comportam com humanidade. Já que


invariavelmente repudiamos a opressão torturas e mortes violentas.

Em tempos idos talvez fosse possível atribuir a crueldade humana, às necessidades


materiais, à luta pela sobrevivência. Um matar para não morrer.

Pelo que se explicariam as terríveis atrocidades historicamente cometidas. Que tanto


nos deixam horrorizados.

Vieram os conhecimentos, ciência, medicina, tecnologia e melhoramos de vida.


Dominamos as coisas materiais. Longevidade, máquinas, ferramentas, já não
precisamos nos esforçar tanto. Poderíamos nos comportar como seres humanos. E viver
em paz, com tranqüilidade e segurança.

Mas é justamente o contrário. Matar ficou muito mais fácil. E é o que se faz, com muito
mais intensidade. Mas não apenas matar: Intensificou-se a crueldade e as torturas.

Em vez de abdicar das atrocidades, agora elas são práticas refinadas, com muita ciência
e tecnologia.

Países ricos e poderosos. Justamente aqueles que mais poderiam deixar de fazer isso.
Mais sabem que ficarão impunes e mais cometem crueldades.

Em nome da paz tranqüilidade e segurança, é claro.


DENTISTA - GG publicado 19/10/2009

Um sujeito com insuportável dor de dente, vai correndo ao dentista. Que poderia
aproveitar-se da situação e cobrar dele 50, 500, 5.000 Reais pelo tratamento. Sem
alternativas, o rico ou paupérrimo, teria que concordar. Qualquer coisa para aliviar a dor.
Isso se chama livre mercado.

Os dentistas só não cobram mais, porque o coitado poderia procurar outro dentista ou
até preferir agüentar a dor de dente. Isso se chama lei da oferta e procura.

Mas os dentistas podem combinar os preços, ou ser o único dentista disponível na


região. Isso se chama cartelização e monopólio.

É assim com alimentos, moradia, vestuário, luz, água, transporte, saúde etc. Sem os
quais as pessoas não podem viver. São chantageadas.

E mesmo com coisas menos essenciais, sem o que são consideradas pessoas de
segunda classe: Televisão, carro, computador etc.

DEFESA DO DIREITO À PROPRIEDADE - GG publicado 7/10/2009

Os sem terra estão sendo combatidos na alegação de não respeitarem a propriedade dos
outros. Esse é o argumento. O intangível direito à propriedade.

Mas quem defende o direito à propriedade daqueles que não possuem propriedades?
Por que não se defende também esse direito, para todos?

É o que o MST está fazendo. Os sem terra estão defendendo esse direito! Defendem o
direito à propriedade daqueles que não têm propriedade!

E é criticado por isso.


EXTINÇÃO - GG publicado 1/10/2009

Qualquer ser vivo interfere no ecossistema em que vive. Inclusive o ser humano. Os
índios certamente extinguiram várias espécies. Assim como muitas espécies provocam
a extinção de outras espécies. Isso é assim já há bilhões de anos!

A diferença é a velocidade com que o civilizado faz isso. Os índios norte-americanos


conviveram com 60 milhões de bisões e se alimentavam deles, durante milênios. Os
brancos praticamente os exterminaram, em menos de duzentos anos. Exterminaram
inclusive os peles-vermelhas.

O civilizado não dá oportunidade para que a natureza se recupere. E o motivo é a


ambição, a ânsia por riqueza. Uma insanidade.

Deveriam ser tratados dessa doença mental. Com choques elétricos. Até sair fumaça!

COM OUTROS OLHOS - GG publicado

Os ocidentais acham que o mundo inteiro deve seguir os seus princípios. Intrometem-se,
forçam, e até fazem guerra. Na verdade, é apenas uma desculpa para dominar e explorar
outros povos. Mas também, indisfarçável arrogância.

Evidentemente não existe uma única forma de se viver. É só olhar a vida, com os olhos
dos outros.

Praticamente os últimos caçador/coletores que ainda existem hoje em dia são os


bosquímanos, no deserto de Kalahari. Muito estudados, por isso.

Eles trabalham apenas duas horas por dia para prover o seu sustento. Os alimentos que
caçam e coletam são muito mais nutritivos e variados que os da nossa "cultura"
ocidental.

Eles quase não têm propriedades, por causa dos freqüentes deslocamentos. Mas não
são pobres. A sua riqueza são os conhecimentos da natureza, o convívio em sociedade,
a solidariedade. E vivem muito bem.

Incompreensível vida para nós, "superiores" civilizados.

Só existem ainda, por viverem em um deserto sem água, que ninguém quer. Qualquer
potência militar, das menores, os arrasaria. E então implantaria a sua superior forma de
vida: macdonalds, coca-cola e tênis nike.

Que os bosquímanos nunca iriam poder comprar.


O modo de vida deles não é atraente para nós civilizados. Seria um desastre se
tentássemos fazer o mesmo. Em quinze dias, morreríamos de fome, frio, sede ou
insolação. E tédio, por falta de televisão e computador.

Eles também morreriam, se tentassem a nossa vida. Principalmente de vergonha, por


não conseguir consumir o mínimo indispensável para uma vida de gente civilizada.

E assim, tantos outros povos e costumes.

Deveria ser, cada um na sua.

CRISE - GG publicado 16/08/2009

Uma pessoa, empresa ou país, que constantemente gasta mais do que recebe, cedo ou
tarde entra em dificuldades.

Para não quebrar de imediato, precisa tomar dinheiro emprestado (ou emitir títulos,
imprimir moeda etc.). O que resolve temporariamente o problema, mas torna o futuro
mais difícil. Pois além dos problemas atuais, vai ter ainda que devolver o empréstimo.

A solução, como antes, continua sendo ter que gastar menos e arrecadar mais. Se não
lograr fazer isso, vai quebrar do mesmo jeito. Em pior situação do que antes do
empréstimo.

O Estados Unidos está endividado até o pescoço. E, atualmente, na fase de tentar evitar
as quebras imediatas, injetando na economia (principalmente financeira) trilhões de
dólares. Que toma emprestado de outros países.

Mas não está movendo uma palha sequer, para aumentar a receita e reduzir despesas.
Assim está sendo com as pessoas, as empresas e os governos municipal, estadual e
federal deles.

O que significa que o problema está sendo empurrado com a barriga. Para um futuro
pior.

COMPETIÇÃO, COOPERAÇÃO - GG

O mundo vive em ferrenha competição. Darwinismo social, lei do mais forte. Competir
tornou-se a mola mestra da sociedade civilizada.
A competição entre os indivíduos de uma mesma espécie sempre existiu, faz parte da
vida. Egoísmo natural. É conseqüência da necessidade de manter-se vivo, a qualquer
custo. Mesmo quando isso causa prejuízo ao seu semelhante.

Eliminando os menos capazes, a competição tende ao aprimoramento da espécie. Mas


reduz a diversidade, podendo colocar em perigo a própria sobrevivência da espécie
como um todo. Por isso a competição existe, é essencial, mas nunca foi
verdadeiramente destrutiva.

Em contrapartida a cooperação e a solidariedade. Com seus muitos aspectos favoráveis.


Por isso muitas espécies vivem em sociedades.

Sociedade não é um agrupamento de indivíduos que agem individualmente. E sim de


indivíduos que, mesmo competindo uns com os outros, atuam e pensam no conjunto.

A existência de um equilíbrio adequado entre a competição individual e a cooperação de


muitos é essencial para a longevidade de muitas espécies.

No ser humano civilizado este equilíbrio foi rompido. Rompido pela civilização.

Subitamente, em poucos milhares de anos, as intransigentes imposições do meio


ambiente, que ditam as regras de atuação, comportamento, competição e cooperação,
puderam ser contornadas. O ser humano logrou compreender e dominar muita coisa do
seu entorno. Já não se submete mais, adquiriu força e liberdade de ação.

Mas nunca conseguiu controlar direito essa liberdade.

Apesar da dependência entre as pessoas ter aumentado muito na sociedade cada vez
mais complexa, freqüentemente o individualismo e a competição mostraram ser mais
fortes do que a cooperação e a solidariedade. Sendo por isso, mais valorizados.

Claramente prejudicial ao todo, futuro, coletividade e meio ambiente, o individualismo e


a competição estão sendo enaltecidos, justamente com a argumentação de beneficiar
todos e o todo. Tornaram-se norma nas sociedades civilizadas.

A cooperação e a solidariedade não deixaram de existir, continuam em nós. Mas são


desvalorizadas e impedidas de todas as maneiras.

Como bem mostra o desenvolvimento cooperativo do sistema operacional Linux e


programas correlatos. Mesmo com seu enorme potencial, não consegue desalojar o
Windows e suas tramóias mercantis.

Outro exemplo de cooperação é a Wikipédia, enciclopédia gigantesca, que saiu do nada,


apenas pela colaboração de voluntários. Indiscutível sucesso.

E também a solidariedade no intercâmbio e disponibilização de textos, jogos, livros,


músicas, vídeos, programas e filmes na Internet, sem interesse lucrativo. Severamente
pichado como piratagem e tornado ilegal.
Se considerarmos as conquistas tecnológicas e científicas, concluímos que, já faz muito
tempo, resolveram-se os principais problemas e anseios da humanidade. E poderíamos
viver tranquilamente nossas vidas, toda a humanidade. Mas não aconteceu.

As demais formas de vida já não mais competem com o ser humano, ele as dominou
quase totalmente. Voltou-se então contra sua própria espécie, o seu semelhante. É com
ele que passou a competir.

Com as armas que inventou ficou mais fácil subjugar e matar o adversário. O egoísmo
natural sobrepujou a solidariedade. A cooperação passou a ser defeito. A competição
uma virtude, incentivada e idolatrada, como se o egoísmo fosse característica única no
ser humano.

Os conflitos, fome, miséria, violência e destruição em vez de diminuir, só aumentaram.

TRANSGÊNICOS, SOLUÇÃO PARA A FOME NO MUNDO? - GG publicado 31/07/2009

Transurânicos e transgênicos, duas coisas que se pode afirmar serem inéditos nos 4,5
bilhões de anos de vida do planeta. A reação em cadeia nuclear mostrou logo o perigo
que são as radiações alfa beta e gama, mortíferas para os seres vivos.

Já os transgênicos, imprevisíveis as conseqüências. Estão sendo liberados na natureza,


sem nenhuma possibilidade de se voltar atrás. Seres vivos nunca dantes existentes,
mistura de peixe e tomate, bactéria e vegetal, sapo e inseto vão replicar-se
indefinidamente por centenas, milhares e milhões de anos.

Não existe sequer um único estudo científico sobre o assunto.

Os fabricantes de transgênicos tais como Monsanto, Bayer, Pioneer(Dupont), Syngenta


etc. detêm as patentes, e proíbem que particulares ou empresas independentes façam
testes com os seus produtos.

Conforme trabalho publicado em Agosto 2009 na revista "Scientific American", desde


1994 não existe em toda a comunidade científica mundial, publicação independente
sobre os organismos geneticamente modificados. Nada se sabe sobre os transgênicos,
a não ser o que os próprios fabricantes divulgam!

É claro que qualquer um pode testar, o quanto quiser. O que não vai poder é divulgar os
resultados. Ao adquirir o produto, o comprador concorda em não fazer experiências com
os transgênicos. Precisa respeitar os direitos autorais.

Outro agravante é que apenas cinco por cento dos cientistas que lidam nessa área são
verdadeiramente independentes, não trabalham para fabricantes de transgênicos.
Os Estados Unidos, sem respaldo técnico ou científico, absolutamente sem nenhuma
comprovação, consideram os trangêncos equivalentes aos produtos naturais. Portanto
sem necessidade de legislação específica.

Nenhum estudo prévio foi feito por órgãos governamentais, FDA (Federal Drug
Administration) etc. neste sentido. Foi simplesmente decisão política.

Pressionam o mundo inteiro para que aceitem seus transgênicos, sem contestação. Os
europeus reagiram, negam-se a comer transgênicos. No Brasil a soja da Monsanto foi
introduzida ilegalmente. E então, dado o fato consumado, o governo brasileiro acabou
aceitando este trangênico. E muitos outros depois disto.

São totalmente desconhecidos os efeitos dos transgênicos sobre o meio ambiente, a


diversidade, água, solo, animais, pessoas e até simples ratos de laboratório. O que se
sabe sobre os transgênicos é apenas o que os próprios fabricantes dizem.

http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=14570

Aí os defensores dos transgênicos vão dizer: "São amplamente consumidos e nunca se


ouviu que façam mal algum".

Nem nunca vão ouvir! A Monsanto, Syngenta etc. não permitem.

Evidentemente, os transgênicos não matam instantaneamente. Mas nunca saberemos se


provocam a morte indireta de, por exemplo, 10% das pessoas que os consomem durante
vários anos seguidos. Nunca saberemos se causam aumento do colesterol no sangue,
obesidade, osteoporose, acidente vascular cerebral, autismo etc. Nunca.

Os transgênicos não são rotulados (Estados Unidos), ou rotulados sem eficácia (Brasil).
Fica muito difícil rastrear um problema de saúde qualquer, no sentido de identificar se
algum transgênico poderia ter sido a origem de determinada doença. As pessoas
simplesmente não sabem se consumiram transgênicos.

E os médicos e pesquisadores não sabem como funcionam os transgênicos,


simplesmente não foram estudados. A doença então é atribuída a outras coisas, ou fica
sem explicação.

Bom para os fabricantes de transgênicos, que não podem ser responsabilizados, nem
processados.

Os direitos autorais têm que ser respeitados. Estudos com transgênicos, só com
autorização dos portadores das patentes.

Seria algo como: Para se estudar as doenças causadas pelo cigarro (câncer, enfisema
etc.), é necessário pedir autorização para a Souza Cruz e Phillip Morris. Que só permitem
divulgar o que lhes é conveniente. E eles mesmos, claro, não fazem testes que poderiam
indicar que o cigarro faz mal.

Ou algo como: Não se pode executar testes em pneus, para ver quais são os que
estouram mais facilmente em alta velocidade. A Pirelli, Goodyear, Michelin etc. não
autorizam.

Quem poderia fazer estes testes, sem impedimentos, são as entidades estatais. Que não
fazem. A Embrapa é uma delas. Nunca se pronunciou quanto aos transgênicos.

Fez convênio e recebe verbas da Monsanto. Para desenvolver transgênicos!

OSSOS E CACHORROS - GG

Quem nunca viu cachorros brigando por um osso? A luta é ferocíssima, onde por vezes
saem bastante machucados. E até morrem.

Instinto, luta pela sobrevivência? Deve ser alguma coisa assim.

Mas se estivessem amplamente disponíveis centenas de ossos, será que eles ainda
iriam disputar ferrenhamente, cada um desses ossos?

Provavelmente não. Estariam arriscando a ferir-se, por pouca coisa. Não valeria a pena.

De um modo geral, os seres vivos se satisfazem com o suficiente. Lutam para obter o
que lhes é necessário. Além disso, seria trabalho inútil e desperdício de energia.

E só excepcionalmente matam os de sua própria espécie.

O ser humano, instintivamente, também atua desse modo. Isto, enquanto sua vida era
mais parecida com a dos bichos.

Mas tornou-se diferente. Aprendeu a confeccionar armas e ferramentas. Dominar o fogo.


Aprendeu a plantar e pastorear. Descobriu a cerâmica, fundiu metais e inventou a
escrita. E começou a viver em cidades.

O homem tornou-se civilizado: Absolutamente não se importa mais em matar os de sua


própria espécie.

Deixou de ser bicho e, não se sabe por que, já não se satisfaz com o suficiente. Quer
mais, muito mais, o limite é o infinito. Mesmo sabendo que nunca vai utilizar.
Quer tudo, no entanto, é impossível alcançar este (inalcançável) limite sozinho, contando
apenas com o seu próprio esforço. Necessariamente precisa tirar dos outros. Que não
concordam com isso. A matança começou.

E nunca mais parou.

Sendo civilizado, para tirar dos outros, já não é necessário enfrentá-los diretamente
corpo a corpo, de igual para igual. Como fazem os cachorros quando brigam por um
osso.

O simples pressionar de um gatilho ou botão, à distância, é suficiente. Sem se


machucar. Ou, mais fácil ainda, através de leis acordos e tratados. Que, se não
obedecidos "voluntariamente", são impostos à força pela ameaça das armas.

Ficou muito mais fácil tirar dos outros. Não é preciso mais ser valente nem corajoso.

Por isso é que existem as leis e os acordos nacionais e internacionais. Para tirar dos
outros. É mais efetivo, menos custoso, e menos destruidor do cobiçado patrimônio. O
objetivo das leis é o mesmo das armas: A bolsa ou a vida.

As leis e acordos, aparentemente iguais para todos, nunca são. O objetivo é apropriar-se
de trabalho e patrimônio. Aqueles que promovem as leis e os acordos sabem disso.
Ficam ricos e poderosos. Usam a legalidade como um eficiente promotor de
desigualdade.

É o que está acontecendo nesse nosso mundo, dito civilizado. Onde algumas pessoas e
empresas são mais ricas e poderosas que países inteiros, com milhões de pessoas. E a
tendência é que isto se acentue, cada vez mais.

Ricos, com seus milhões ou bilhões em propriedades, poderíamos imaginar então que,
mais satisfeitos, se tornassem um pouco mais "humanos". E que não lutassem mais tão
ferrenhamente para tirar dos outros. Que deixassem de enganar roubar torturar prender
e matar, em se tratando de quinquilharias.

Mas o que vemos é o contrário. Quanto mais ricos e poderosos, pessoas empresas e
países, mais eles apertam gatilhos, impõe leis e acordos, matam e destroem. Mais
prendem pessoas, mais torturam e mais se apropriam do quase nada dos outros.

Como se existisse em todo o planeta, um único osso a ser disputado.

Pior que cachorros.


VALOR REAL E VALOR DE MERCADO - GG publicado 18/10/2009

Valores existem, de todos os tipos e para todos os gostos.

VALOR REAL - A idéia que temos de valor, só faz sentido para nós seres humanos. É
clara e bem definida, se considerado como sendo resultado do empenho humano.

Assim, o valor real de qualquer objeto material ou imaterial, só pode ser medido
corretamente pela quantidade do trabalho humano nele embutido. Só isto faz sentido.

Em assim sendo, terras intocadas ou diamantes brutos, nada valem. Nenhuma mão de
obra humana foi aplicada para que adquirissem valor. Só terão valor depois de
trabalhados, valendo então, apenas a quantidade de mão de obra que lhes foi aplicada.

Um artesanato, muita mão de obra tendo sido aplicada, vale muito.

Os materiais, recursos e energia, a natureza os coloca à nossa disposição totalmente de


graça, é só pegar. Portanto, nada valem.

Evidentemente, não é assim que vivemos. A mão de obra é apenas parte do conceito de
valor. Freqüentemente, ínfima parcela. Isso sempre foi, e vai ser assim.

Todos nascem iguais, nus e sem nada. E morrem todos, também em igualdade, nada
levando consigo. Numa mesma sociedade as pessoas só são diferentes, por receberem
tratamento diferenciado. O começo e fim sendo iguais, durante a vida as pessoas
também deveriam ser iguais, ou pelo menos, muito semelhantes.

A mão de obra que cada um pode oferecer para dela se beneficiar, direta ou
indiretamente, não pode exceder digamos, 16 horas diárias. Já que não podemos ficar
sem dormir.

Assim, as pessoas, em suas posses, não poderiam ser muito diferentes umas das
outras. Principalmente em se considerando o mundo atual, interligado e quase sem
fronteiras, não se justifica o enorme contraste entre indivíduos, cada vez mais
acentuado.

Naturalmente a sorte, o acaso, pode influenciar bastante. Mas isso só acontece


esporadicamente. Ninguém poderia ser proprietário exclusivo de coisas que têm
embutido na sua produção, muito mais que 16 horas diárias de um ser humano. Estaria
sendo dono de coisas dos outros.

E as diferenças? Habilidade, inteligência, força, esperteza, as pessoas são diferentes.


Condições favoráveis facilitam a vida, trabalha-se menos com maior resultado. Gênios
existem assim como retardados. E até uma herança, beneficia gente que nada fez por
merecê-la. Coisas assim fazem com que as pessoas se diferenciem umas das outras, em
suas posses.

Mas não significa que um deva ser riquíssimo e o outro, paupérrimo. Como está
acontecendo cada vez mais em nossa sociedade, dita civilizada.
Não existe justificativa para afirmar que determinada mão de obra valha muito mais, ou
muito menos, que outra qualquer. Um carrinheiro que trabalha doze horas por dia não
deveria ganhar tão menos, do que um empresário "bem sucedido", que também trabalha
doze horas por dia.

Em valores reais as pessoas não poderiam ser muito diferentes, umas das outras. Se
isso acontece é porque de algum modo, legal ou ilegalmente, tiraram de outrem.

Mais que isso ainda, especialização. Com a qual a humanidade logrou sair da idade da
pedra. Cada um deveria dar integralmente à sociedade aquilo que sabe fazer bem, seu
talento e habilidade especial.

E receber da sociedade integralmente, tudo que necessita, independentemente do que


forneceu. Mesmo quando não tem talentos especiais.

Isto, para não condenar à morte os incapacitados para o trabalho. Nem glorificar
excessivamente as genialidades e os espertos.

Só então poderíamos dizer que nos tornamos diferentes dos bichos, que somos seres
superiores e civilizados.

Os finalmente, sendo invariavelmente igual para todos, sem exceção: Cinza a cinza, pó
ao pó. Não tem absolutamente nenhum sentido acumular riquezas.

Isso tudo, pensando em termos de valores reais. Um modo de vida racional, lógico e
justo, mas utópico. Nunca vai acontecer, nunca seremos o suficientemente civilizados.

VALOR DE MERCADO - Valor de mercado é totalmente diferente. É o quanto uma pessoa


(ou entidade) quer, pode, ou é obrigado a pagar por algum bem, produto ou serviço.
Função da oferta e procura. É impreciso e sujeito a manipulações. Praticamente
independe da quantidade de trabalho humano.

Um diamante encontrado por acaso na natureza sem esforço humano algum, mesmo
assim tem altíssimo valor. Isto porque é raro e muito desejado. (No caso dos diamantes,
raridade mantida artificialmente, pelos cartéis mundiais de diamantes, para que os
preços permaneçam elevados.)

Um artesanato pode valer quase nada, apesar de dar muito trabalho para ser
confeccionado. Se ninguém quer, ou existindo em grande quantidade, seu valor de
mercado é muito reduzido.

Se o valor real pode ser racionalizado pelas muitas técnicas e tecnologias disponíveis, é
exato e pode ser determinado com precisão, o valor de mercado é quase totalmente
imprevisível.
Nesta incerteza, para saber o valor de mercado de coisas conhecidas, tenta-se usar o
histórico. Com o que, se supõe o futuro. Que, muitíssimas vezes, não acontece. Prever o
valor de mercado é praticamente impossível.

O motivo é simples, valor de mercado não é função do tempo. Traçar gráficos, com o
tempo em abscissa e extrapolar, simplesmente não funciona. É pouco mais que pura
adivinhação.

Produtos novos ou inéditos então, para saber qual vai ser o seu preço de mercado, só
no chute. No livre mercado, a oferta e a procura podem ser e são manipuladas. O futuro
é sempre duvidoso.

A única certeza que se tem, é que não dá para ofertar algo, abaixo do custo. E nunca se
sabe se os compradores vão estar dispostos a pagar, mesmo esse preço reduzido.
Mesmo sendo ele o mais baixo possível.

O próprio custo é uma incógnita, já que não é imutável. Mão de obra, insumos, energia,
equipamentos, tudo isso está subordinado à volatilidade do mercado da oferta e
procura. O custo hoje pode ser totalmente diferente amanhã. Imprevisível sempre.

Diante dessas incertezas, qualquer empreendimento, pode falhar. E falha. Seguidamente,


riquezas de carne e osso são destruídas. Por não se saber de antemão, no mercado da
oferta e procura, qual deveria ser o preço do produto e se o comprador vai comprar.

É o caso, por exemplo, das gigantes Chrysler e GM, fabricantes estadunidenses de


veículos. Erraram nos seus cálculos, atualmente a procura não quer pagar o preço de
sua oferta. Entraram em concordata e fábricas são desativadas, equipamentos
sucateados, e muita gente perdendo os seus empregos.

Valor Real e Valor de Mercado coexistem e sempre vai ser assim.

O valor real gera uma sociedade mais justa e mais igualitária. A eficiência é maior, as
perdas e o desperdício são reduzidos. As incertezas são menores. É mais fácil controlar
e remediar imprevistos, desastres naturais etc.

O valor de mercado gera sociedade competitiva e egoísta. Com maior liberdade de ação
mais dinâmica, emotiva e desorganizada. E certamente mais destrutiva. Incentiva a
criatividade, é a sociedade das desigualdades. Imediatista e sem preocupação com o
futuro. Vale mais a intuição do que a racionalidade.

Melhor ou pior? Vão coexistir sempre. Se o valor real não for adequado prevalece o valor
de mercado.

Mas só poderíamos dizer que somos civilizados, verdadeiramente, se usássemos apenas


o valor real, ou seja, a racionalidade.
MOEDA, UMA QUESTÃO DE CONFIANÇA - GG publicado 18/10/2009

É possível uma sociedade, sem dinheiro?

Muita gente vive assim, os desempregados, vivem sem dinheiro. Mas, não são invejados,
vida bem pior do que aqueles que ganham dinheiro fácil sem trabalhar. Como os
políticos e os banqueiros.

Involuntariamente, os cronicamente desempregados, já que não têm dinheiro, acabam


criando suas próprias moedas, muitas delas ilegais: Pedras de crack, armas, objetos de
furto etc.

Estar desempregado, não é isso o que se imagina de uma sociedade sem dinheiro. A
idéia é que as pessoas vivam normalmente, trabalhem, possam comprar e vender os
seus bens e mercadorias, sem serem espoliados por políticos e banqueiros. E de
preferência, sem ir para a cadeia.

No entanto, os valores têm que ser medidos, para poderem ser trocados. Uma maneira
de fazer isso é através da moeda. Aliás, uma péssima maneira.

A finalidade inicial da moeda era tão somente facilitar a troca de mercadorias. Um


intermediário, uma promessa de pagamento. A moeda é uma convenção, um acordo
entre as pessoas cujas regras os envolvidos devem obedecer. Moeda é uma questão de
confiança. Sem o que se desfaz este acordo.

E para essa confiança não existe substituto, a não ser valores verdadeiros. Ou seja, uma
volta ao escambo, troca direta de mercadorias.

Quem estabelece as regras, fiscaliza, pune, coloca e retira dinheiro de circulação deveria
ser uma entidade idônea, imparcial, e sem interesses escusos. Como se supõe que
sejam os governos, quando soberano e legítimo representante da população. O controle
da moeda, finanças e economia têm que estar firme nas mãos do próprio povo, e no seu
interesse.

Em mãos alienígenas, cedo ou tarde leva qualquer sociedade ou país à total destruição.
Como os muitos países que se subordinaram ao capital estrangeiro, FMI, Banco Mundial
etc.

A moeda só deve existir em quantidade suficiente, para facilitar as trocas. Não mais, nem
menos. Excesso de moeda (e principalmente, meios de pagamento) em circulação
produz inflação, a escassez provoca deflação. E isso tem que ser muito bem controlado.

A moeda em si não é mercadoria, ela mesma não é riqueza. Não poderia ser negociada.
Não deveria existir dinheiro "caro" ou "barato", como fazem os bancos e financeiras,
com as taxas e juros que cobram dos tomadores de empréstimo. A moeda não tem valor
algum, é apenas um número registrado em um suporte qualquer. Uma convenção, que
serve para facilitar as trocas. Uma questão de confiança.

O dólar, a moeda universal, está perdendo credibilidade, o que fazer? Nada. Mesmo se a
moeda fosse um valor verdadeiro qualquer, como ouro, por exemplo. Continua sendo
uma questão de confiança. A confiança é que é imprescindível!

Nas moedas de ouro, o meio de troca não é o metal em si (seria escambo), e sim o valor
cunhado sobre a moeda (sempre significativamente mais alto que o valor do metal). E
nas demais transações o ouro é apenas uma garantia de valor. O que se usa é o papel
moeda, que vale ouro. Confia-se neste pedaço de papel, que não diz nem quanto ouro
pode ser trocado por ele. E depois se descobre que, em verdade, não pode ser trocado
por ouro nenhum.

Foi assim com o dólar estadunidense. E tantas outras moedas, no mundo todo.

Ouro já foi o lastro do dólar estadunidense. Não é mais. E tem muita gente dizendo que o
forte Knox, (que deveria estar entulhado com centenas de toneladas de ouro, então
lastro da moeda estadunidense), esteja totalmente vazio! Simplesmente desapareceu.

E por este motivo o dólar teve que ser desvinculado do ouro, em 1971.

Seria facílimo o governo estadunidense desfazer esse boato, simplesmente mostrando


todo aquele ouro. Mas, pelo jeito, não quer fazer isso. Ou não pode.

(Parece ter sido em vão a valorosa atuação de James Bond, famoso agente secreto com
autorização para matar. Que no filme "007 contra Goldfinger" defendeu arduamente e
com sucesso, a enorme quantidade de ouro do Fort Knox. Roubaram do mesmo jeito.)

Ouro é um elemento nobre, durável, não pode ser fabricado nem falsificado. É raro e
sempre foi considerado valioso. Por isso sua utilização como moeda ou como lastro
para a mesma. Mas a própria raridade dificulta colocar mais moeda em circulação, se
isto fosse desejado. Além disso, a quantidade de ouro no mercado pode ser manipulada
por aqueles que o possuem em grande quantidade. E com isso manipular também, à
vontade, o preço de todas as coisas.

Aliás, ouro não garante absolutamente nada. O ouro ser valioso é uma convenção, nada
mais. Também está sujeito aos caprichos da oferta procura e especulação. É um metal
amarelo de utilidade até limitada. Na época dos descobrimentos, quando o ouro das
Américas começou a fluir em quantidade para a Espanha, proveniente do México e Peru,
ele perdeu valor, significativamente. Ouro, passou a valer menos ouro!

Nos anos de 1930 nos Estados Unidos, de nada adiantou as pessoas acumularem ouro,
pensando em se proteger da crise que estava acontecendo. Foram obrigados, por lei, a
entregá-lo para o governo. Sob pena de prisão e multa elevadíssima.
Foi praticamente um confisco, já que receberam por ele, um terço do que o governo
pagava pelo ouro vindo de fora dos Estados Unidos.

Ouro ou não, moeda é uma questão de confiança. E sem essa confiança, nada vale.

As pessoas confiam umas nas outras, e definem um intermediário qualquer para facilitar
as trocas. Sendo assim tranquilamente poderíamos deixar de usar a moeda oficial, seja
ela qual for, se nos causa sabidos prejuízos. E criar a nossa própria moeda, destinada
exclusivamente para facilitar as trocas. Quase um escambo, a moeda de troca sendo a
confiança.

Que a moeda oficial causa prejuízo isso é mais que sabido. Enriquece os políticos.
Enriquece bancos, cuja renda é maior que a folha de pagamento de todos os brasileiros
juntos! Sem trabalhar e sem produzir absolutamente nada!

A inflação, sempre presente, transfere continuamente dinheiro daqueles que não podem
corrigir os seus valores, para aqueles que podem fazer isso.

Evidentemente, a moeda oficial não serve, não é útil para a maioria das pessoas! Deve
ser abandonada!

Um dos grandes problemas nas trocas de mercadorias, por exemplo, pela Internet é o
pagamento. Não temos como tirar o governo bancos financeiras e seus cartões dessa
jogada. Tudo isso envolve taxas, comissões, juros, impostos etc. Além de um
indesejável controle, que tira a liberdade deste comércio. Controle que está sendo cada
vez mais rígido, em nome de um combate à sonegação de impostos, pedofilia, direitos
autorais etc. Quando a intenção é tolher este mercado, que oferece produtos muitíssimo
mais baratos do que os das lojas comerciais.

Mas, assim como confiamos nos bancos, praticamente sem nenhuma garantia quanto
aos nossos haveres, poderíamos confiar em um sistema qualquer, que facilite as trocas
de mercadorias. No "fio de bigode", sem cobrar taxas nem juros.

Temos que confiar que um produto adquirido (pela Internet, por exemplo), realmente nos
seja entregue. E o vendedor deve confiar que vai receber o valor correspondente. Isso é
confiança! Independe de bancos, financeiras e entidades governamentais.

Adquirida essa confiança, poderíamos trocar mercadorias. Sem pagar taxas, impostos e
sem inflação. Sem ingerência de qualquer entidade estatal ou particular.

Um exemplo é o sistema operacional Linux e programas correlatos. Desenvolvido por


milhares de pessoas no mundo todo. Mostra que coisas dificílimas e trabalhosas podem
ser realizadas em cooperação.

O Centro de Mídia Independente é a mesma coisa. Rede mundial de informações, tocada


por voluntários, sem fins lucrativos. Bem como programas (Emule etc.) que permitem
compartilhar pela Internet qualquer coisa que se possa imaginar, gratuitamente.
Outro exemplo é a Wikipédia. Gigantesca enciclopédia construída por voluntários. Pelo
que, nada custa ao usuário. As pessoas confiam e utilizam.

Por que não fazer algo semelhante, para coordenar a troca de mercadorias?

O perigo é que não sabemos de antemão, se vamos cair no conto do vigário e perder
nossos valores. Uma questão de confiança, sem a qual nada pode ser concretizado.

Mas, nas transações legalizadas, com nota fiscal, impostos recolhidos etc., qual é a
garantia que isso não vai acontecer também? Nenhuma!

Dentro da lei compramos algo, pagamos e não recebemos, ou recebemos com defeito.
Serviços contratados não são executados ou são executados aquém do combinado.
Cobranças são feitas a maior do que deveriam ser.

Celulares, telefones fixos, planos de saúde, automóveis, móveis, transporte coletivo,


imóveis, pedágios, bancos e financeiras, milhões são os exemplos, todos eles "dentro
da legalidade". Somos enganados do mesmo jeito, caímos no conto do vigário,
perdemos nossos valores.

Temos proteção? Apenas teoricamente. Na prática estamos indefesos. Procom,


pequenas causas, processos judiciais, não funcionam ou são muito demorados. Em se
tratando de pequenas quantias nunca vale a pena. É sempre muito caro, já que no
mínimo temos que pagar pelo aconselhamento legal.

Quem está disposto se incomodar durante anos e até décadas, por um resultado
extremamente duvidoso? A maioria nem tenta. As coisas foram feitas de propósito, para
que não se reclame. Estamos desprotegidos.

Sabedores disso, os trambiqueiros legalizados, deitam e rolam. Principalmente aqueles


de nomes e marcas consagradas, com muita propaganda bonita na televisão. Estes são
os piores vigaristas, sabem que ficarão impunes. Cativam não só o consumidor, como
também delegados, promotores e juízes. Que então, muitas vezes sem sequer se
aperceber disso, lhes são favoráveis em suas decisões.

Uma moeda baseada na confiança seria diferente. Sem os entraves da legalidade, que só
beneficia a vigarice institucionalizada, poderia funcionar muito melhor. Todos sendo
iguais, sem privilégios especiais. Uma moeda qualquer, diferente da moeda oficial. Cuja
base é a imprescindível confiança.

Sem dúvida, o escambo mediante esta "moeda" seria considerado ilegal imediatamente,
e reprimido violentamente. Com belas reporcagens na rede globo, mostrando o quanto
essa atividade prejudica o país, a economia, o comércio e as pessoas.
Ilegalidade que obriga este escambo a ser um relacionamento de gente honesta, de boa
vontade, que não precisa da intimidação ou punição para honrar seus compromissos.
Como sempre foi a idéia, ao se trocar mercadorias.

A infra-estrutura existe: Milhões de pessoas que estão sendo espoliadas por políticos e
banqueiros. O hardware é fácil, milhares de microcomputadores interligados. Falta o
software, elaborado por exímios hackers, de modo que não seja possível a interferência
de políticos e banqueiros.

É só começar.

GRIPE E CATÁSTROFES - GG publicado 1/05/2009

O capitalismo, tão elogiado por tanta gente, simplesmente não está preparado para
enfrentar desastres como maremotos, terremotos, furacões, e agora a gripe suína.

O objetivo do capitalismo é o lucro. Todas as atividades humanas, direta e


indiretamente, devem resultar em lucro, sem o que simplesmente não são executadas.

Abrandar as conseqüências de maremotos, terremotos e furacões é despesa, não dá


retorno financeiro. Não existe motivação para que sejam tomadas medidas preventivas
ou remediar situações de emergência e catástrofes.

Um maremoto devastou a Indonésia e países da região em 2004, o furacão Katrina


causou a inundação de Nova Orleans em 2005, as enchentes em Santa Catarina em 2008
deixaram milhares de desabrigados. Tragédias que os afetados tiveram que suportar
praticamente sozinhos, recebendo muito pouca ajuda. O sistema capitalista não prevê
ajudar pessoas em necessidade. É cada um por si, e ninguém por todos.

Alguma coisa se faz preventivamente, mas muito pouco, pois significa despesas, a
fundo perdido. Os estadunidenses souberam com algumas horas de antecedência que o
maremoto na Indonésia ia acontecer. Mas nada fizeram. A inundação de Nova Orleans
era certíssima acontecer um dia, mas nada fizeram. Santa Catarina foi pega de surpresa,
ninguém antecipou a possibilidade de enchentes.

Mas se fosse lucrativo, tudo isso seria muito diferente. Só que não é. Assim o que se faz
é esperar o desastre acontecer.

E depois de acontecido, quais são os recursos para abrandar as conseqüências?


Caridade trabalho voluntário e alguma ajuda estatal, mais nada. É a solução capitalista
para as tragédias.
E agora, uma pandemia possivelmente está para acontecer, a gripe suína. Como fazer
qualquer coisa, se absolutamente não rende lucro? Como evitar que se espalhe, se tudo
o que é feito neste sentido, só dá despesas e tolhe as atividades lucrativas?

Restaurantes, escolas, empresas aéreas, turismo, eventos esportivos, criadores de


porcos etc. vão entrar no vermelho, se ficarem inativos por muito tempo. Situação
insustentável no capitalismo.

Alguns ficaram contentes: As empresas de comunicações, com o prato cheio de


notícias, os fabricantes de máscaras protetoras vendendo horrores, e o laboratório que
produz o antiviral Tamiflu. Que ninguém sabe ao certo se resolve o problema dos
infectados com esta gripe.

Mas vai resolver os problemas da Roche, o fabricante. Vai tirar o pé da lama.

Capitalisticamente falando não existe como segurar essa pandemia. O único que poderia
fazer alguma coisa é o Estado. O humilhado e estropiado Estado mínimo. Agonizante
anêmico e massacrado pelo neoliberalismo privatizante. Já não tem fôlego para resolver
estas coisas.

Tudo está em mãos particulares. Que não conseguem enxergar lucro numa pandemia.

Se realmente uma terrível pandemia está para acontecer, a única esperança é rezar
bastante, mesmo os mais ferrenhos ateístas, para que essa gripe não se espalhe. E se
isso acontecer, que seja principalmente nos países ricos. E não no terceiro mundo.

Porque então será investido maciçamente na pesquisa dessa doença. E eventualmente


será encontrado um medicamente ou vacina. Que será devidamente patenteado e
vendido a preços astronômicos. E vai salvar muitas vidas.

Dos que podem pagar.

REGULARIZAÇÃO DE RIOS - GG publicado 28/04/2009

Um dos argumentos usados para justificar a construção de barragens é que elas servem
para regular a vazão dos rios.

Quando as chuvas se intensificam, deveriam soltar água, aumentando o nível do rio à


jusante. Nunca excessivamente, para não prejudicar quem se encontra abaixo da
represa.

Nas estiagens deveriam soltar a água acumulada para garantir vazão mínima, e o rio não
fique muito abaixo do nível normal.
Mas, não fazem isso. Água acumulada é dinheiro, seja para geração de energia elétrica,
irrigação ou abastecimento d'água. Não jogam água fora, deixam o reservatório encher,
o mais possível. Estão acumulando dinheiro.

Quando então, em chuvas muito intensas, verificam que a barragem corre perigo de
transbordar e abrem as comportas. E uma vazão enorme, maior que o fluxo normal,
desce pelo rio, inundando tudo.

Inundação maior do que a inundação que seria causada pelo rio sem a barragem.

CAPITALISMO, UMA QUESTÃO DE FÉ - GG publicado 21/04/2009 e 26/06/2010

Deus criou o Céu e a Terra. Muitas religiões dizem coisas assim, e muita gente acredita
nisso, uma questão de fé.

Mas crédulos mesmo são os que professam e seguem a religião capitalista. Para eles,
tudo que existe, sem o capitalismo, não existiria. Acreditam e de tal modo estão
convencidos, que sem emprestar o imprescindível capital, Deus não poderia criar o Céu
a Terra e nem mesmo a sua mais infeliz criação: O Homem.

No início era o caos. Depois veio o capital, o lucro e os juros, santíssima trindade. E só
então fez-se luz e separou-se a terra das águas. Assim crêem os que seguem o
capitalismo, religião radical e fundamentalista.

E finalmente, depois de milhares de anos de muitos altos e baixos, chegamos ao ápice e


glória do capitalismo: A atual e derradeira crise financeira mundial!

Onde o capital passa a destruir tudo que existe: o ser humano, o próprio planeta, e
possivelmente até o firmamento. Cinza a cinzas, pó ao pó.

Lucro juros e capital, agora cavaleiros do apocalipse. E o caos voltará a reinar.

Estou exagerando um pouco. Mas tente convencer um capitalista que é possível realizar
uma coisa qualquer, qualquer coisa, sem capital.

Usamos celulares computadores automóveis aviões e bombas atômicas. O capitalista


jura de pés juntos, que tudo isso não é resultado de conhecimentos desenvolvidos e
acumulados por milhares de anos, nem mérito de pessoas que pensaram, inventaram,
planejaram, trabalharam e construíram. E sim exclusivamente do capital. Nada disso
seria possível sem capital, o marco zero de todas as coisas.

Portanto o Universo só pode ter sido criado, do Big Bang aos saltos quânticos, depois
que surgiu o capital. Não se pode concluir outra coisa.
Conseguimos construir máquinas que trabalham por nós, fazem força, são mais
eficientes e até pensam por nós. Se quiséssemos poderíamos ficar apenas
administrando tais máquinas, e viver a vida.

Poderíamos então nos dedicar ao que sabemos mais: Escarafunchar e descobrir coisas,
inventar e encontrar verdades. Pensar, filosofar, inventar maluquices. Ou não fazer
absolutamente nada. Ou apenas se divertir.

Mas não podemos fazer isso, temos que trabalhar feito condenados, não por prazer ou
por gosto, mas por obrigação. Pelo dinheiro, sem o qual, morreremos de várias
maneiras, de fome de frio de doenças e de ignorância. Principalmente de vergonha, por
não possuir coisas que os outros têm. Temos que trabalhar para devolver com juros o
capital que, sem opção, e de modo direto ou indireto, tomamos emprestado. Para que
este capital cresça sempre, e atinja o seu supremo objetivo: o infinito.

É por isso que as pessoas precisam trabalhar. Apesar de existir máquinas que fazem
força por nós, que fazem os entediantes serviços repetitivos por nós, que calculam e até
pensam por nós. O capital, sem o qual o Céu e a Terra não existiriam, não pode deixar de
crescer.

Trabalhamos múltiplas vezes o que trabalham os demais seres vivos no planeta. Que,
estranhamente, dizemos serem irracionais não pensantes e inferiores.

Só que atualmente, os empregos estão em falta, o capitalismo está em crise. Tem gente
que quer e precisa consumir, mas não tem dinheiro. Não tem dinheiro porque não tem
emprego ou o salário é insuficiente. Tem gente que quer produzir ou prestar algum
serviço. Não pode fazer isso porque não vai ter compradores que possam pagar, não
pode produzir porque não tem dinheiro para pagar salários e comprar os insumos e
máquinas.

Matéria prima existe, terras férteis existem, energia existe, fábricas, máquinas,
conhecimentos, tecnologia e muita mão de obra, tudo isso existe.

No entanto as pessoas perdem seus empregos, são despejadas, passam fome e


necessidades. As fábricas fecham e enferrujam, os campos são abandonados. O mundo
capitalista está em crise.

Não temos como superar isso. Não conseguimos abdicar da crença que, sem os juros
lucro e capital, santíssima trindade, nada é possível ser realizado em todo o Universo.

Sem dúvida, uma questão de muita fé.


OS INÚTEIS, OS RICOS E OS SERVOS - GG publicado 6/03/2010 e 9/03/2010

O futuro ninguém sabe como vai ser, tendência não é destino. Mas se fosse, poderíamos
analisar o passado e o presente, e então extrapolar. E assim antever o futuro.

Quais são as tendências? Já faz um bom tempo que a sociedade mundial, em vez de se
tornar mais igual, está se diferenciando. Os ricos estão ficando em menor quantidade e
cada vez mais ricos. Os mais ou menos bem de vida, estão sendo jogados na pobreza, e
os pobres ficando paupérrimos.

Atualmente já existem indivíduos que têm mais posses do que países inteiros, com
milhões de habitantes. E a tendência é aumentar essa desigualdade.

Pelo modo como as coisas estão se encaminhado teremos mundialmente, em futuro não
muito distante, três sociedades distintas: Os inúteis, os ricos e os servos.

Sociedade dos inúteis:

Imensa maioria, a quase totalidade da humanidade, nada possuirá de seu. Não terão
emprego salário nem propriedade de onde possam tirar o seu sustento
satisfatoriamente. Nem matéria prima ou recursos que possam trabalhar para sobreviver.
Sua mão de obra, a única coisa que podem oferecer, nada vale.

Sem direitos e nem deveres também, nenhuma lei os protegerá e não serão obrigados a
nada. Deles não se cobrará impostos, pois simplesmente não iriam pagar. Massa
disforme, não serão registrados demograficamente. Ninguém saberá quem são ou
quantos são. Seu controle será feito apenas por meio de câmeras satélites e
helicópteros. Como se bichos fossem.

Não terão direito a saúde, água tratada, luz elétrica, moradia, educação, nada. Sem
educação passarão a ser totalmente analfabetos e ignorantes. Sem dinheiro para
comprar qualquer coisa, serão desimportantes economicamente. Nenhuma empresa,
indústria agricultura ou serviços existirá para eles. Viverão bem pior que os bichos.

Os meios de comunicações não se interessarão por eles, já que não saberão ler e não
têm dinheiro para comprar os produtos anunciados. Nem mesmo para comprar um
televisor. E nem eletricidade para ligá-la.

Não precisarão ser doutrinados, deixaram de ser perigosos. Ideologias e direitos já não
fazem mais sentido para eles, nem os preocupam, serão fracos e ignorantes. Nem
saberão que existe outro modo de vida diferente da deles. Não se revoltarão.

Muitos dos que hoje ainda vivem razoavelmente bem, empregados ou com sua empresa,
não conseguirão manter seu padrão vida, irão perder seus empregos ou empresas, e
serão jogados nesta classe inferior. A classe média atual, quase toda ela deixará de
existir, farão parte dos inúteis excluídos. Em uma geração, nem lembrarão mais, que
outro mundo era possível.
Poderão brigar e matar-se, uns aos outros, ninguém se importará. Matá-los não vai ser
crime nem ilegal, e quem quiser pode fazê-lo, o quanto quiser. Quem desejar poderá
fazer deles escravos, se quiser, sem absolutamente nenhuma obrigação.

Hoje, já existe um bilhão de pessoas nesta situação. Carrinheiros, sem terra, sem teto,
sem instrução, favelados, desempregados, doentes e incapacitados.

Atualmente o mundo ainda finge serem exceções, pessoas com direitos, mas
injustiçadas pela sociedade. Com o aumentar dessa classe vai cessar o fingimento e
eles deixarão de ser gente totalmente. Não farão parte, nem mais das estatísticas. Como
na verdade já está acontecendo.

Ocuparão as áreas degradadas, exauridas, poluídas, insalubres e os espaços


abandonados nas cidades e no campo. Espaços outrora valorizados, mas que já não
servem para mais nada. Já não existe mercado para o que neles se produzia. Outrora
destinado para ser consumido também pelas grandes multidões que ainda tinham algum
poder aquisitivo.

Grande parte perecerá por não saber mais como se vive da terra diretamente. E os que
ainda sabem não conseguirão, por causa das condições adversas, que terão que
enfrentar.

Bilhões morrerão rapidamente, como moscas. De frio sede fome e doenças. O objetivo é
mesmo que desapareçam, são inúteis.

Sociedade dos ricos:

Reduzidíssima quantidade de pessoas, elite mundial, a nata da civilização. Terão tudo


como jamais se viu em toda a história da humanidade. Pois que, para eles, estarão
disponíveis todos os recursos que antes eram disputados e consumidos também pela
classe média e classe baixa. Que já não podem comprar mais nada.

Existirão luxo e fartura nunca imaginados, resultado de proficiente tecnologia, destinada


exclusivamente para atender as necessidades e luxo dos ricos. Pertencerá a eles tudo
que existe de valor sobre a face do planeta. Suas valiosas propriedades estarão
cercadas e extremamente bem protegidas. Desfrutarão com total segurança todos os
lugares mais aprazíveis que se possa imaginar.

Serão solidários, não disputarão entre si as riquezas. Não irão competir uns com os
outros, pois isso só iria destruir a sua privilegiada sociedade. Farão controle de sua
reduzida população. De modo que permaneçam sempre, poucos e riquíssimos.

Ínfima porcentagem da população mundial, e assim, por muito e muito tempo, recursos
de todos os tipos não ficarão escassos nem se esgotarão. Apesar de esbanjarem e
gastarem perdulariamente.

Terão sob seu comando exclusivo as mais poderosas terríveis e mortíferas armas. De
modo que nunca suas riquezas e propriedades venham a ser disputadas. A seu dispor
estará o mais eficiente sistema de segurança controle e vigilância que se possa
imaginar.

Não tanto para se proteger dos inúteis, que são inofensivos. Mas, principalmente, para
controlar os servos, que trabalham para os ricos. Estes sim, potencialmente perigosos.

Sociedade dos servos:

Será mais numerosa que a sociedade dos ricos. É a sociedade que proverá aos ricos as
suas riquezas e o seu bem estar material e lazer. Estudados, inteligentes, gênios
intelectuais e trabalhadores dedicados, produzirão tudo que os ricos desejam e
precisam. Na melhor das qualidades.

Selecionados entre os melhores, serão educados desde pequenos para adquirir os


conhecimentos necessários, e saberão desempenhar a sua função com esmero e
dedicação. Bem recompensados, sua vida será infinitamente mais agradável que a dos
inúteis.

Mas nunca lhes será permitido acumular riquezas ou poder. Nunca terão a liberdade para
ser tornar verdadeiramente ricos. Nunca lhes será permitido acessar o armamento e o
sistema de vigilância que eles mesmos criaram e produziram para os ricos.

Pelo menor motivo serão castigados severamente. Seja por insubordinação, seja por
incompetência, seja por falta de dedicação. Castigo que consiste principalmente na
perda dos seus privilegiados empregos. Quando então serão jogados na sociedade dos
inúteis. A pior coisa que lhes pode acontecer.

Ou pena de morte. Que vai ser sempre o caso dos revoltosos, para que suas idéias não
contaminem outros servos, e nem mesmo os inúteis.

Os servos estudarão nas melhores escolas, terão primorosa educação e competirão


ferrenhamente pelo enorme privilégio de trabalhar para os ricos. Pois isso significa bem
estar. E reduz a possibilidade de ser despejado na sociedade dos inúteis.

É o que vai ser o nosso porvir, se as coisas continuarem como estão acontecendo. Três
sociedades: Inúteis, ricos e servos. E certamente tem gente trabalhando bastante, para
que isso se torne realidade.

Os inúteis desaparecerão, quase todos, rapidamente. A população mundial vai reduzir-se


drasticamente. E com isso, a vida humana na Terra continuará ainda, por muito tempo.

Não haverá mais escassez de recursos, problemas com dejetos, poluição e nem falta de
energia. A humanidade terá conquistado então, o apogeu civilizatório. Na opinião dos
ricos.

Até que finalmente, também para eles, faltem os recursos.


ÁGUA - GG publicado 27/03/2009

Não lave calçadas nem automóveis com mangueira, ao escovar os dentes não deixe a
torneira aberta. Banho não mais que 10 minutos. Etc.

Quando se fala em água, a população é exortada a economizar, para que esse precioso
líquido não falte. Se faltar é culpa do povo, que não soube economizar.

Cada um de nós gasta 200 a 300 litros de água por dia em nossas residências. E
pagamos um preço elevado por essa água fornecida. A água residencial é
freqüentemente privatizada, um negócio lucrativo.

No entanto, por habitante, as indústrias e agricultura gastam 15.000 litros ao dia! E para
eles a água é praticamente de graça. O custo é bombear de rios ou perfurar um poço
semi-artesiano. Não pagam nada mais que isso pela água que consomem.

E, além disso, poluem rios e lagos, com os seus efluentes e dejetos.

Este consumo nunca é questionado. Nunca se fala que as indústrias e agricultura


deveriam usar procedimentos e processos mais eficientes, tendo em vista a redução do
consumo de água. Esbanjam a rodo, pois ela não lhes custa quase nada.

Água que vai faltar às pessoas.

TELAS EDUCATIVAS - GG

Desde bem cedo em suas vidas as crianças jogam videogames usam computador e
vêem televisão. É a educação que elas têm. É a sua formação para a vida de adulto.

Dos dois anos em diante, as imagens que ficarão registradas em suas mentes, até o final
de suas vidas, é o que é mostrado nas televisões. Os videogames ensinam como é fácil
destruir e matar, usando força bruta e habilidade. Os computadores fazem as crianças
viver um mundo virtual, sem contato com pessoas de verdade.

São essas telas que indicam às crianças, quais os princípios morais e sociais que irão
usar no decorrer de suas vidas. O certo e o errado, o bom e o ruim, modelos e as
aspirações. Através dos desenhos, programas humorísticos, noticiários, reportagens,
novelas, filmes, propaganda, jogos e relacionamentos virtuais.

Quase tudo voltado para o individualismo, o fazer dinheiro fácil, a aparência, o eu me


amo, o consumismo, o vencer, e principalmente a competição.
Os pais por sua vez, ocupados com os seus múltiplos afazeres, quase não tem tempo
para os filhos. A mãe não é mais aquela que cuida dos filhos enquanto o pai trabalha.
Compete com ele pela profissão bem remunerada. Ou, sem alternativa, obriga-se a
trabalhar.

Se pudessem dedicar mais tempo aos filhos, provavelmente nem iriam querer. Estão
cansados, esgotados e tem seus próprios lazeres e fazeres. E, vamos e venhamos,
criança é uma encheção de saco!

A consciência pesada e falta de dedicação aos filhos é resolvida com enxurrada de


presentes. Mostra a todos, e a si mesmos, o quanto amam seus filhos.

Espantam-se então quando por vezes os filhos tomam caminhos inesperados. Ficam
abismados e perguntam-se: Onde é que eu errei?

A resposta está nas telas educativas! Os filhos apenas seguiram a educação que
tiveram.

DOIS MIL ANOS DE CRISTIANISMO - GG publicado 10/03/2009

Atualmente está na moda exigir que a igreja concorde com o aborto.

Não sou religioso, pelo contrário, ateu até debaixo d'água. Mas quando vejo atacarem
uma religião de modo grosseiro, tenho que contestar.

A igreja católica, obrigatoriamente deve ser conservadora, ou seja, fiel aos seus (certos
ou errados) princípios milenares. Não pode abdicar deles.

Se assim fosse, ela já não existiria mais. Seria totalmente diferente a cada cinqüenta
anos. Seria modificada constantemente segundo as tendências e modismos de cada
época. Certo ou errado, a igreja católica não pode mudar!

Atualmente, insiste-se bastante, que o catolicismo deveria permitir a prática do aborto.


Pois o aborto traz muitas e muitas vantagens. Só que, cinqüenta anos atrás, não se
pensava assim. Aborto era imoral, não só para católicos, todos pensavam assim. E não
só no Brasil.

Insiste-se no aborto e, imediatamente a seguir, ataca-se com os erros que a igreja


católica cometeu através dos tempos, principalmente a inquisição, na idade média. Pois
que se errou na época, erra também agora, em não aceitar o aborto.
Só esquecem que, no Brasil, ninguém é obrigado a ser católico, protestante, evangélico,
budista e nem mesmo ateu. Se alguém não concorda com as idéias de uma religião
qualquer, que procure outra, ou nenhuma. As igrejas não obrigam, elas não têm força
para isso. Quem obriga é o Estado, com sua legislação, penas de multa e cadeia.

Liberdade religiosa tem que existir. E isso significa que as religiões não devem ser
forçadas a mudar os seus princípios. Quem fizer isso está tolhendo a liberdade religiosa.

Através da legislação é possível contrariar as religiões. Por exemplo, se o aborto for


legalizado no Brasil a igreja católica não tem como impedir isso.

Mas ela pode continuar dizendo aos seus fiéis que não pratiquem o aborto, que isso é
errado e pecado. E aqueles que transgridem serão excluídos da igreja, excomungados.

Porém proibir, obrigar a não praticar aborto, só o Estado pode fazer. Só o Estado tem
poder para isso.

No Brasil o aborto provavelmente não vai ser aprovado. A imensa maioria dos brasileiros
segue o catolicismo. Que condena o aborto. Legislar em favor do aborto seria atender o
desejo de poucos, não da maioria dos brasileiros.

Muitos afirmam que abortar é certo, tem que ser permitido, pois protege as mulheres e
melhora a sociedade. É até possível que isso seja verdade.

Mas a igreja católica, que segue princípios milenares, não vai concordar. Nem pode fazer
isso, para poder continuar existindo.

TENDÊNCIA NÃO É DESTINO - GG publicado 16/12/2008

Estamos sempre querendo saber o que vai acontecer.

Boa parte de nossas atividades é dedicada a desvendar o futuro, na precisão que


gostaríamos. Como por exemplo, a previsão do tempo.

Apesar de ser importante para muitos de nossos afazeres, a previsão do tempo só


consegue ser uma mera sugestão, sem compromisso. Que falha muitíssimas vezes.

Como foi o aguaceiro que desabou recentemente sobre Santa Catarina. Ninguém soube
dizer de antemão que esta catástrofe ia acontecer.

Depois que aconteceu é claro, dezenas de explicações. Mas só depois. Quando já não
interessa mais.
Outra área onde as previsões parecem ser totalmente ineficazes é a economia. De um
modo geral, sabia-se que a atual crise estadunidense ia acontecer. Mas não quando, nem
a intensidade, nem os efeitos. E a imensa maioria foi pega totalmente de surpresa.

Como foram os habitantes de Santa Catarina, pelo mau tempo.

Existem coisas que, pela sua complexidade, são impossíveis de modelar, e por isso,
simular o futuro. Coisas da natureza como o clima, o aquecimento global, e coisas
humanas, como a economia.

Sabe-se que na meteorologia é totalmente inútil lançar os dados em um gráfico e então


extrapolar, para saber o que vai acontecer. Os fenômenos são aperiódicos, não se
repetem. Só sabemos o futuro, genericamente.

Mas se é mais que sabido na previsão do tempo, na economia insiste-se em fazer isso.

O que mais se vê em economia é gráficos em função do tempo. Mostrando uma


tendência, como se mediante essa tendência, fosse possível saber o que vai acontecer.
Quase nunca funciona. Certamente, na economia, tendência não é destino!

Mesmo em áreas estritamente técnicas, onde uma das variáveis é o tempo, justificando
assim lançar dados segundo essa variável, se parâmetros são alterados, a tendência se
modifica. Simplesmente não acontece o que se esperava.

O cálculo de juros e juros compostos é função do tempo (períodos). É possível prever o


futuro com facilidade. Desde que as premissas não se alterem!

Na economia, extrapolar qualquer coisa é pura adivinhação. Os acontecimentos


econômicos, não são função do tempo decorrido. Dependem de muitas coisas, mas não
do tempo. O ontem nada tem a ver com o amanhã.

Antes, ninguém sabia como iria ser essa crise atual. E agora, ninguém sabe no que vai
resultar. Não tem sentido plotar valores e índices em gráficos cuja abcissa é tempo (dias,
meses, anos). Um gráfico assim é um histórico, nada mais que isso.

No entanto, o que mais vemos em todos os lugares são gráficos e índices econômicos,
de todos os tipos, sugerindo tendências. Que absolutamente não se realizam.

Ainda mais em épocas de crise. Onde altos e baixos alternam sem nenhuma
racionalidade ou explicação. Como é o caso da enorme alta que ocorreu com o petróleo,
quatro meses atrás, chegando a 147 dólares o barril. E agora despencou para apenas 44
dólares. E indiscutivelmente, pode explodir novamente.

Ninguém imaginava que o dólar, moeda totalmente desacreditada, iria fortalecer-se em


relação ao Euro e ao próprio Real brasileiro. E ninguém sabe quando isso vai reverter.
Provas, mais que suficientes, que na economia, não faz nenhum sentido plotar o
passado, no intuito de conhecer o futuro.

CULPA DE TODOS NÓS? - GG publicado 1/12/2008

Os mais velhos sabem bem, a sociedade brasileira está piorando bastante. Em muitos
aspectos, e também na criminalidade.

Tempos atrás havia ladrões de galinha e só. Os bancos não tinham seguranças, nem
portas giratórias, os caixas nem vidro protetor tinham. Pois assaltos à mão armada eram
inexistentes. Coisas que só aconteciam nos cinemas e romances policiais.

No regime militar isso ficou diferente. Só que, por causa da censura, não ficávamos
sabendo.

E atualmente as coisas estão terríveis. Até uma delegacia foi explodida por bandidos em
São Paulo. Bandidos saem pela porta da frente dos presídios. As cadeias estão
superlotadas. Assaltos e seqüestros. Já não dá para sair de casa com tranqüilidade. A
sociedade está virando um caos.

Muita gente acha que a coletividade é culpada pelas coisas estarem piorando. Mas será
que é isso mesmo?

Delegamos aos representantes, eleitos, a tarefa de cuidar da sociedade. É o que


fazemos. Somos obrigados até a fazer isso. Renunciamos com isso qualquer
possibilidade de resolver os problemas, nós mesmos. Atamos nossas próprias mãos,
ficamos impotentes. Ficamos sem como resolver, nem como reclamar.

Nenhum dispositivo existe. A não ser a Justiça, que custa caro, demora décadas e,
acima de tudo, é injusta!

Podemos se quiser fazer passeatas, demonstrações e abaixo assinados, quase sempre


de efeito insignificante. Ou ainda pichar muros e paredes.

Não existe como cobrar efetivamente as falhas, falcatruas e má atuação dos


governantes.

Uma vez eleitos, eles deitam e rolam. E muitos nem podemos escolher, presidente do
Banco Central, ministros, magistrado, delegados etc. Nossa influência sobre o governo é
mínima, totalmente irrelevante!

Demos carta branca, colocamos no poder pessoas que não são obrigadas a cumprir o
seu dever ou aquilo que prometeram. E não podemos tirá-las do seu pedestal, a não ser
as rejeitando nas próximas eleições. Isto se lembrarmos o que fizeram ou em quem
votamos.

Mesmo que os eleitores fossem extremamente criteriosos, os candidatos simplesmente


não fazem o que se espera deles, depois de eleitos. Não há como modificar isso.

Quem deveria fazer justiça e zelar pelo bom andamento de tudo é o Judiciário, só que
não faz. Utiliza isto sim, o seu poder para seus próprios interesses, nunca para melhorar
a sociedade.

Que força temos nós, para obrigar um juiz a ser justo ou mesmo um delegado a cumprir
a sua obrigação? Quem tentar, e insistir bastante, vai se dar muito mal. Isso é mais que
sabido.

Assim, nada mais resta fazer, cercar e murar nossas casas e propriedades. Defender
com nossos próprios meios, o que é nosso. E quem é religioso, rezar bastante.

Mas não podemos fazer uso da força. Delegamos esse poder ao Estado. E se fizermos
mesmo assim, ficaremos na ilegalidade. Poderemos ser presos.

Nem da própria pena e palavra, mais fortes que a espada, podemos fazer uso direito.
Fora a Internet, qual o meio de comunicações que nos permite fazer isso?

Os meios de comunicações são concessões delegadas pelo povo, mas visam apenas
seus próprios interesses.

Não é culpa nossa, pela sociedade ser ruim e estar piorando. Somos obrigados a delegar
o poder, sem alternativa. Os governantes então que resolvam o problema, é
responsabilidade deles, por que a culpa seria de todos nós?

Se não é permitido expressar insatisfação e nem existe como cobrar efetivamente a


honestidade e eficiência dos governantes e autoridades. Por que a culpa seria de todos
nós?

USINAS HIDRELÉTRICAS - GG

Energia elétrica. Precisamos de energia, bastante e barata.

Mas uma usina hidrelétrica tem também seus problemas. Apesar de ser energia não tão
poluente, como a termoelétrica ou a nuclear.

O noticiário, no entanto, quando fala sobre uma hidrelétrica em construção se


desmancha em elogios. Enaltece as vantagens, e ignora totalmente os problemas.
Diz que vai gerar energia equivalente a uma cidade de tantos e tantos habitantes.

Diz que a construção dessa usina é oportunidade de emprego. Entrevista um


trabalhador, que está satisfeito em poder trabalhar na construção, pois anteriormente
estava desempregado.

Diz que depois de concluída a obra, tantas e tantas pessoas terão emprego na operação
e manutenção da usina.

Só vantagens e benefícios.

Omite os problemas para o meio ambiente, para espécies animais vegetais, para a fauna
e flora aquática, que serão profundamente afetados pela hidrelétrica. Mesmos com todas
as aprovações dos órgãos de proteção ambiental.

E ignora os problemas das pessoas que são desalojadas pela inundação de suas terras.
Parte delas sendo indenizadas insuficientemente e outras sem nenhuma indenização.
Muitas vezes terras não regularizadas, apesar de morarem no local, já por gerações.

Não diz também que a usina está sendo construída com o objetivo de beneficiar
principalmente empresas, grandes consumidores de energia, e não a população.
Empresas que pagam muito menos pela energia elétrica do que os consumidores
residenciais.

Precisamos de energia elétrica, indiscutivelmente. Mas precisamos muito mais mesmo, é


de honestidade nos meios de comunicações!

POBREZA E CRIMINALIDADE - GG publicado 23/10/2008

Carrinheiros exercem uma profissão, das piores que existem. E gostariam de ser
deixados em paz. Para viver a miserável vida, que não escolheram.

Mas são odiados. Enfeiam a cidade e atrapalham o tráfego. As pessoas os discriminam,


os chamam de vagabundos e preguiçosos. Temem ser roubado por eles.

De vez em quando eu paro um carrinheiro e dou a ele uns dez vinte reais. Sem ele pedir
(aliás, eles quase nunca pedem esmolas). E dei, está dado, que façam o que quiser com
esse dinheiro.

Faço isso, não para ajudar, nem por caridade, nem porque eles prestam um serviço para
a sociedade. É para que eles sintam que não são odiados. Não por todos, pelo menos.

Para que eles saibam, que tem gente que se preocupa com eles.
Carrinheiro é gente honestíssima, empurrada para a miséria, por uma sociedade que não
se importa com ninguém. Verdadeiro milagre que não sejam todos eles revoltados, e
bandidos da pior espécie, sem exceção. Motivos eles tem de sobra!

Mas não, são honestos, só querem que os deixem em paz.

Será que os ladrões, os muitos roubos e assaltos que acontecem, e lotam os noticiários.
Seria gente pobre que faz isso, com pouca chance de levar uma vida decente, que
procuram no crime a sua oportunidade?

Se pensarmos bem, estragos mesmo para a sociedade, não são os pequenos


criminosos, e sim os grandes. Só que estes dificilmente são justiçados.

Já entraram em minha casa, tempos atrás. E levaram os eletrodomésticos (acho que


brasileiro nenhum deixou de enfrentar situação semelhante, pelo menos uma vez na
vida).

Até telefonei para a polícia. Mas eles não podiam vir, estavam sem viatura no momento.

Disseram que eu devia ir lá fazer um boletim de ocorrências. Eu quase disse que não
podia, pois não tinha viatura. Mas me contive, fiquei quieto. E não fui.

E, como todo mundo, protegi melhor a casa, levantei o muro, reforcei o local por onde
tinham entrado. Não sei o que fazer, estou inserido nesta sociedade, não tenho como
atuar diferente. Tive que fazer o que todos fazem: Proteger-se.

Mas não fiquei com raiva pelo acontecido. Não gostei, é claro, mas meu prejuízo foi
suportável. E a vantagem deles certamente não foi grande. Vendem por mixaria o
produto do roubo.

O mais importante é que não destruíram nada. Minhas coisas, que dinheiro nenhum
paga, felizmente ficaram intactas. Não abriram uma gaveta sequer!

Ladrões, bandidos, salafrários. Será?

Culpo mais a sociedade, quando coisas assim acontecem. Numa sociedade mais justa,
mais igualitária, onde valores morais são cultivados, numa sociedade menos egoísta,
isso seria exceção. Aconteceria pouquíssimas vezes.

Onde todos têm televisores, e os televisores são praticamente iguais, sem muita
diferença entre eles, torna-se desinteressante roubar um televisor.

A nossa sociedade não recompensa a honestidade, muito pelo contrário. Castigamos


pessoas íntegras, com a pior das vidas que se pode viver.
Exige-se honestidade das pessoas e, simultaneamente, impede-se que, sendo honestas,
vivam com dignidade. É isso o que fazemos. Honestidade não deveria ser sinônimo de
miséria!

Mas é o que faz a nossa sociedade. E então tranca em cadeia os que não obedecem.

É mais fácil ser honesto, quando não se precisa. Um rico nunca iria roubar um bujão de
gás, carregar nas costas, e vendê-lo. Poderia fazer isso pela aventura. Mas não pelo
dinheiro que iria obter vendendo esse bujão.

Já para um pobre um bujão é muita coisa, a tentação é maior.

E, no entanto, honestíssimos mesmo são os pobres. São os pobres que pagam suas
contas e prestações em dia, religiosamente. São os pobres que mais respeitam a
propriedade alheia. São os pobres que são solidários nas adversidades.

É um risco enorme ser pego praticando furto. E então ser condenado a severas penas de
reclusão. Todos sabem disso.

O que leva as pessoas a fazer isso, arriscando destruir a sua própria vida,
irremediavelmente? Alguns é aventura. Outros as drogas, outros a inveja e raiva. Outros
a falta de oportunidade para uma vida decente. E outros ainda a necessidade.

Mas são os ricos que roubam de verdade. E com muito mais impunidade. E aí sim é
safadeza. Fazem por ganância, não por necessidade. E são os menos castigados.

Pois a irrelevância é agravante. Aos olhos de um juiz, um bujão de gás é irrelevante. E


isso agrava a pena.

Aumentar as condenações, reforçar a repressão ao crime, lotando as cadeias com gente


por pequenos crimes, não vai melhorar a sociedade.

A estrutura é que teria que ser corrigida!

BOLA DE CRISTAL - GG publicado 20/01/2008

O governador do Paraná, Roberto Requião foi impedido pela justiça federal de se


manifestar na "Escola do Governo" da TV Educativa.

No Brasil e quem sabe no mundo existe uma lei, que nem está no papel, mas talvez seja
a mais obedecida de todos os tempos: "Com o judiciário não se mexe!"
Todos os meios de comunicações por mais poderosos que sejam sabem disso, tanto é
que os noticiários falam de tudo e de todos, verdades, fofocas, elogios, mentiras,
suposições, acusações, insinuações etc, ninguém é poupado. Exceto os juízes!

O Governador Roberto Requião se desentendeu com o judiciário. E não é de hoje. Já no


seu primeiro mandato como governador do Paraná quase sofreu intervenção federal.

E agora foi censurado.

Mas quase ninguém parece se aborrecer com isso. Prudentemente silenciam, cientes da
onipotente lei. Outros até picham o Governador. E ninguém critica o judiciário.

É uma censura prévia, impeditiva do que ele poderia dizer se lhe fosse permitido falar.

Tipo: "Não deixe que fale, porque ele vai dizer bobagens".

Mas pode alguém ser castigado por um crime ou contravenção que ainda não tenha
cometido? Existe isso na justiça brasileira?

Pode alguém ser impedido de falar, em antecipação ao que ele vai dizer?

Ora, o que seria dito só é possível saber depois! Antes, nunca mesmo!

Nem mesmo juízes possuem essa milagrosa bola de cristal.

Sem dúvida, quem fala o que quer pode ouvir o que não quer. E terá que agüentar as
conseqüências. Mas primeiro tem que falar!

As palavras são armas, mas são diferentes de uma de fogo. Uma arma de fogo pode
matar, e isso é irreversível. A prevenção é cabível. Uma pessoa pode ser desarmada
preventivamente para que não venha a cometer crime.

Mas esta pessoa não pode ser acusada de assassinato pelo simples fato de estar
portando uma arma. Tem que existir pelo menos a tentativa de homicídio.

A intenção somente não é suficiente. Ninguém tem bola de cristal para saber o que as
pessoas desejam fazer ou o que pensam intimamente.

Se não houver tentativa de assassinato, o infrator só poderá ser acusado de porte ilegal
de arma. Nada mais.
Se alguém não disse nada ainda, nunca poderia ser censurado pelo que iria dizer!

As palavras não matam. Não impedem que o ofendido revide, retruque ou procure os
seus direitos. Não tem cabimento impedir preventivamente alguém de expressar seus
pensamentos. Isso é censura!

Fazer isso é o que o presidente Bush fez no Iraque. Agiu preventivamente, invadiu,
destruiu e matou preventivamente. Antecipando armas de destruição em massa. Que
nunca existiram.

É o que Bush pretende fazer ainda no Irã. Invadir o Irã e destruir, alegando que eles têm
a intenção de fabricar armas nucleares. Quando tudo indica que nada disso é verdade.

Bush e o judiciário brasileiro agem como se consultassem a milagrosa bola de cristal.

Que lhes permitem fazer justiça, antecipadamente, preventivamente.

Os efeitos são desastrosos!

JUÍZES, A DESGRAÇA DO PAÍS! - GG publicado 18/01/2008

Todas as falcatruas e privatarias acontecidas no governo de Fernando Henrique Cardoso


e Jaime Lerner o antigo governador do Paraná pelo PFL, foram contestadas em juízo, por
funcionários, sindicatos, associações, organizações etc., todas elas!

Mas, invariavelmente a justiça brasileira deu razão para que o patrimônio público fosse
alienado. Jogaram o Brasil fora, deram de graça ou venderam por migalhas.

E isso continua acontecendo. Privatizações fraudulentas sejam quais forem os seus


nomes, Oscip, PPP, terceirizações, venda de ações, leilões de áreas petrolíferas são
contestadas pelos brasileiros, que se sentem prejudicados. Mas o judiciário sempre as
aprova. Por mais lesivo que seja ao país.

Os juízes são a verdadeira desgraça desse país.

São os únicos que têm plena autoridade para solucionar os problemas brasileiros. Seja
qual for o assunto, particular ou estatal. Mas lhes falta honestidade, patriotismo e
nacionalismo.

A maior corrupção no Brasil está no judiciário!

Só que nunca ficamos sabendo, o silêncio é absoluto. Ninguém tem a coragem de abrir a
boca, porque os juízes punem. Eles mandam! E sua ordem é lei!
E quem ousar falar qualquer coisa pode ser preso. Mediante uma simples ordem de um
juiz. Se um meio de comunicação qualquer disser um "a" contra o judiciário será
multado, embargado e fechado e os responsáveis irão para a cadeia.

Ouvimos nos noticiários de tudo e sobre todos, denúncias, maledicência, insinuações e


fofocas, ninguém é poupado. Mas nunca sobre os juízes, nunca.

Porque os juízes têm o poder nas mãos. E são vingativos!

ORDEM UNIDA - GG publicado 26/02/2008

Qual o objetivo da ordem unida?

Fazer bonito em paradas, disciplina e coisas assim, é o que se imagina. Mas a finalidade
não é essa.

Os soldados são treinados para obedecer sem pensar. Esta é a finalidade da ordem
unida, que é uma coisa totalmente sem sentido. E é justamente esse o objetivo: Fazer
coisas sem sentido simplesmente porque lhes foi ordenado.

Devem matar sem pensar e morrer sem pensar.

O soldado não pode enxergar alvo que está em sua mira como se fosse um ser vivo,
assim como ele mesmo o é. Com sentimentos, família e vida para viver.

Não! O alvo é um monstro impessoal alienígena, que só deseja o mal e deve ser
destruído.

Acreditar na causa, sem dúvida é importante, deve-se combater na guerra com


entusiasmo, convicção e ter raiva do inimigo, deve-se lutar por algo supremo.

Este é o objetivo do patriotismo, criar motivação para combater o inimigo e se for o caso
até morrer pela pátria.

Bandeiras, distintivos, cores nacionais, hinos militares empolgantes. São coisas vazias,
ao qual se dá significado sublime. Para tornar os soldados autômatos.

Hierarquia, pontualidade e disciplina são os ingredientes necessários e suficientes para


se fazer o militar, desde o recruta aos marechais. Pensar não é necessário, pelo
contrário, só atrapalha.
RAPOSAS E O GALINHEIRO - GG publicado em 14/01/2008

Um ano da tragédia do metrô de São Paulo.

O relacionamento entre uma construtora contratada para executar uma obra e a


correspondente fiscalização governamental é sempre uma briga de foice. Isto quando a
fiscalização é honesta e bem intencionada. Exigindo que a construtora execute a obra
exatamente como foi licitado.

O fiscal tem que fazer das tripas coração para não ser enganado e para continuar sendo
honesto.

E nesta luta, vale tudo: Corromper, subornar, enganar e até pressionar a chefia do fiscal
para que ele seja mais flexível.

Muitas vezes o fiscal acaba cedendo e o custo da obra fica sendo significativamente
menor para o empreiteiro. O fiscal também sai ganhando, claro.

O resultado é uma obra imperfeita, de menor durabilidade e muito mais insegura.

A responsabilidade é do fiscal. E por temer ser chamado à responsabilidade é que as


coisas ainda saem mais ou menos bem feitas nas licitações governamentais. O fiscal
está ciente que pode ser punido e tem medo disso.

Mas no caso do metrô de São Paulo a situação é totalmente diferente. O próprio


consórcio é que define o que faz e como faz. Não existe, nem foi previsto, fiscalização
por parte do governo, nada absolutamente. Ninguém cobra a qualidade da obra, a não
aqueles que a executam. Que naturalmente nunca perdem o seu objetivo maior: o lucro!

Foi dado ao consórcio a faca e o queijo sem uma contraparte fiscalizadora. Fizeram as
raposas cuidar do galinheiro. Na ingênua suposição que a obra seria executada dentro
dos padrões de uma boa engenharia e de segurança. Confiaram nas raposas.

E o resultado foi esse buraco do metrô que agora completa um ano. Tragédias pessoais
e de patrimônio. Um caso de polícia.

E quando o metrô estiver finalmente concluído e em funcionamento surgirão mais


problemas por causa da execução mal feita. E mais tragédias poderão acontecer.
GOVERNO PARA POBRES - GG publicado 13/01/2008 e 8/05/2010

O governador do Estado do Paraná, Roberto Requião, foi censurado pelo judiciário.

E sempre foi violentamente combatido pela Rede Globo, Gazeta do Povo (principal jornal
do Paraná) e a oligarquia paranaense e brasileira.

E qual o motivo de tudo isso?

"Governo é para pobres. Os ricos vivem bem, em qualquer lugar do mundo".

É o que disse certa ocasião, o atual governador do Estado do Paraná, Roberto Requião.

Mas, não só fala assim, como atua efetivamente dessa maneira:

Luz fraterna - isentou as pessoas de baixa renda do pagamento de energia elétrica.

Uma geladeira (ligada) evita que os alimentos se estraguem, promovendo a saúde das
pessoas.

E o que o Estado perdeu com isso? Nada. Simplesmente legalizou os muitos "gatos" que
já eram feitos e nada rendiam à Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica).

Tornou com isso as ligações mais seguras, matando menos brasileiros.

Tarifa Social de água - pessoas de baixa renda pagam apenas R$10,00 de água ao mês.
Água tratada previne doenças, principalmente nas crianças.

Leite das crianças - em todos os municípios paranaenses as crianças pobres recebem


diariamente um litro de leite, enriquecido com ferro e micro-nutrientes. Pois, alimentação
melhor, sem dúvida, significa menos despesas com hospitais e serviços de saúde.

Cesta básica - isentou de ICMS todos os itens da cesta básica, tornando-os mais
acessíveis aos pobres, no Paraná.

Micro e pequenas empresas - isentou essas empresas do pagamento de ICMS, que são
as grandes empregadoras de mão de obra. O Estado, quase nada perdeu com isso, pois
a quase totalidade de arrecadação de ICMs provém de combustíveis, cigarros e bebidas.

Tirou assim, do cangote dos pequenos, os fiscais e toda a corrupção que isso significa.
Irrigação noturna - tarifa menor de energia elétrica, para agricultores que irrigam suas
plantações à noite.

Incentivos fiscais - para empresas que se instalam em regiões de baixo IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano)

Software livre - Implantou, logo ao assumir o atual governo, em todo o Estado, o


software livre, de código aberto. Economizando com isso, milhões de dólares, que eram
pagos por software proprietário. Uma simples medida administrativa!

Restam alguns ainda, contratos que não vale a pena rescindir. Mas que depois, não
serão renovados.

As escolas públicas foram interligadas com cabo ótico, com acesso à Internet, para
utilização de alunos e professores.

Fundo de aval - o Estado do Paraná é avalista de empréstimos que a agricultura familiar


e pequenos produtores fazem junto a bancos e instituições financeiras.

Combate as falcatruas e "privatarias" do governo anterior (Jaime Lerner - PFL, que foi o
Fernando Henrique Cardoso do Paraná).

Obteve sucesso, tais como com a Copel e o Porto de Paranaguá, que de prejuízo
passaram a ter altíssimos lucros.

A reintegração ao Estado da Ferroeste (que foi privatizada por vinte milhões de Reais,
nunca pagos até hoje, sendo que o Estado tinha investido, pouco antes da privatização,
trezentos milhões de Reais).

Desprivatizou a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). Cujo comando tinha


sido entregue à parte particular dessa empresa de economia mista, cujo objetivo único é
o lucro!

Combate os pedágios (conforme promessa de campanha), para reduzi-los ou eliminá-los,


mas sempre é tolhido pelo STF, que invariavelmente dá razão às concessionárias,
alegando que contratos firmados por um governo (no caso o anterior, de Jaime Lerner),
devem ser mantidos, mesmo que sejam falcatruas e prejudiciais ao Estado.

Combate as falcatruas do Banestado (Banco do Estado do Paraná), comprado pelo Itaú.

Foi privatizado por 1,4 bilhões de dólares, no governo anterior, sendo que para isso o
governo o "saneou" previamente, com 5 bilhões de dólares!
Combate no Paraná a soja transgênica da Monsanto, para preservar a soberania
nacional. Soja transgênica, que paga "royalties", tem preço inferior à soja convencional,
menos produtiva que esta e que, recentemente, mostrou-se até, muito menos resistente
ao calor e estiagem, do que a convencional.

Enviou projeto para a Assembléia Legislativa do Paraná, para implantação de um salário


mínimo no Paraná, significativamente superior ao salário mínimo em todo o Brasil.

E também projeto para elevar os vencimentos do funcionalismo público, no mínimo há


dez anos sem nenhum reajuste. Com ênfase aos que recebem menos!

Plantou já, dezenas de milhões de árvores nativas, para refazer as matas ciliares de rios
e lagos. Parte de um projeto de (se não me engano) noventa milhões de árvores.

Cobrou dos municípios paranaenses que elaborem, cada um deles, um plano diretor.
Para que investimentos municipais sejam feitos planejadamente, visando o futuro. E não
para atender a imediatismos e arbitrariedades.

Quando Lula resolveu, em continuidade à Fernando Henrique Cardoso, leiloar áreas


petrolíferas brasileiras, foi o único governador brasileiro a interpor recurso.

E assim por diante. A lista é enorme.

É um governo que pensa no povo, principalmente naqueles de baixa renda e se


preocupa com o patrimônio e a soberania dos paranaenses e brasileiros. E por isso é tão
combatido.

Tudo que ele faz é desvirtuado pela Rede Globo e Gazeta do Povo ou simplesmente
ignorado.

Todas as ações legais são travadas pelo judiciário federal.

O QUE É UMA ÁRVORE? - GG publicado

Qualquer criança sabe o que é uma árvore. Mas é extremamente difícil escrever isso,
definir com exatidão este conceito e fazer, por exemplo, por meio de instruções que um
computador consiga identificar uma árvore, diferenciando-a de tudo aquilo que lhe seja
semelhante. Árvore é um conceito quase intuitivo apesar de ter sido aprendido.
Assim a família. Todos sabem o que é uma família, um conceito quase intuitivo. Não
existe muita dúvida sobre o que seja uma família, apesar de ser difícil escrever isso.

Sem dúvida, importante é a existência de parentesco, pais e filhos é uma família. Filhos
adotados por um casal também são da família. E se um dos pais morre, a família
continua.

A idéia de família pressupõe a existência de um casal, homem e mulher, unidos por um


compromisso duradouro (matrimônio) e os filhos. Mesmo que não seja sempre
exatamente assim e mesmo quando não estejam vivendo (temporariamente) debaixo de
um mesmo teto.

Qualquer criança sabe o que é uma família.

Nada contra as pessoas viverem como bem entendem. A liberdade deve existir. E podem
até ter os direitos e deveres iguais garantidos por lei, sob todos os aspectos.

Mas dizer que a união de pessoas do mesmo sexo constitui uma família seria como
afirmar que poste, capim e palanque de cerca sejam árvores.

PATRIOTISMO - GG

- Se queres a paz, prepara-te para a guerra.

- Todo país tem forças armadas no seu território. Se não for própria, será a de algum
outro país.

O Brasil com certeza deveria fabricar a sua bomba atômica, com a possibilidade de jogá-
la em qualquer lugar do mundo. Ter várias delas até. O que o tornaria um pouco mais
respeitável.

Mas pouco resolveria, pois neste país não existem patriotas.

Para agradar aos estadunidenses, iriam jogar (ou ameaçar jogar) essas bombas na
Bolívia, Venezuela ou onde o império ordenasse. Jogariam até no próprio Brasil, se o tio
Sam assim desejasse. A verdade é que faltam brasileiros, neste Brasil de milhões de
entreguistas!

Governantes, empresários, capitalistas, os donos dos meios de comunicações e grande


parte da população acham, com toda sinceridade, que o Brasil estaria em melhores
mãos que não as nossas. Inclusive a Amazônia. Assim pouco adianta sermos forte
militarmente. Falta o imprescindível nacionalismo.

Estes "brasileiros" dizem que a Venezuela ou a Bolívia são uma ameaça para o Brasil. Só
pode ser piada. De morrer de rir, se não fosse totalmente sem graça.

Perigo para o Brasil (e para o terceiro mundo) é o primeiro mundo! E não é de agora.

E por isso todo país deveria armar-se até os dentes e não abrir mão disso. Para esboçar
reação pelo menos, e enfrentá-los. Como os vietnamitas fizeram. E se for o caso até
como os iraquianos estão fazendo.

Infelizmente, talvez os únicos que ainda pensem um pouquinho na integridade e


soberania brasileira seja os militares, apesar de tudo. Apesar de todo o entreguismo que
eles têm praticando historicamente.

Se o Brasil um dia chegar a ser fragmentado e deixar de ser o tamanho que é, não
importa quais os argumentos, e isso acontecer sem luta armada, sem guerra, sem luta
encarniçada para preservar o patrimônio nacional, será a eterna responsabilidade das
forças armadas ter permitido isso!

Terão sido eles os menos patriotas dos brasileiros, em todos os tempos!

APOCALIPSE - GG

O mundo não tem jeito, a catástrofe é certa e vai acontecer.

Mas é claro que as coisas podem não evoluir desse modo. Tudo é por demais complexo
para se fazer qualquer previsão. Principalmente porque o próprio ser humano é
imprevisível. O que ele faz hoje com toda convicção ele pode deixar de fazer já no dia
seguinte.

Se atualmente o consumismo é o nirvana que todos desejam alcançar, séculos atrás


isso não era assim. O que importava na ocasião era salvar a alma.

O grande perigo, que impede uma mudança radical, no nosso modo de ser e permita
salvar o mundo, é pensar que nada de grave vai acontecer, minimizar os problemas.
Achar que uma solução científica será encontrada a tempo. Achar que vivermos como
estamos vivendo, apenas de modo um pouco diferente vai resolver o problema.
Tem que haver uma mudança radical, imediatamente. Temos que deixar de consumir
supérfluos imediatamente, a iniciar pelos automóveis e aviões. Temos que controlar a
população mundial de modo justo, sem egoísmo.

E por isso temos que ser derrotistas. Para provocar a mudança radical que, se não
acontecer, vai nos conduzir para onde estamos indo: O apocalipse!

CAPITALISMO E RESPONSABILIDADE SOCIAL - GG publicado 3/01/2008

Meu irmão paga normalmente uma conta de água de uns trinta Reais mensalmente.

Uma vez viajou e ficou fora de casa por um mês. E então veia a conta de água:

Seis mil Reais!

As raízes de uma árvore tinham forçado o encanamento entre o contador e a residência e


causou um vazamento. Esta água encontrou um caminho subterrâneo qualquer e não
aflorou, de modo que o vazamento não foi percebido por ninguém.

Na companhia de abastecimento d'água (Sanepar) simplesmente disseram que ele tinha


que pagar a conta. E se não pagasse eles cortariam a água.

Sem dúvida um argumento poderoso, já que ninguém pode ficar sem água em sua casa.
Ou paga, ou morre de sede e sujo ainda por cima.

No Paraná a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) é em parte particular. O


que significa que o objetivo é o lucro, como qualquer empresa capitalista. O comando,
no entanto é estatal. Pelo que sei é assim.

No Paraná (em outros lugares é diferente) quem gasta pouca água, paga muito pouco
por ela, e quem é pobre não paga absolutamente nada!

A tarifa é progressiva, quem consome muita água residencial paga mais pelo metro
cúbico do que aquele que consome pouco. O que sem dúvida é justíssimo.

O governador Roberto Requião insiste muito que assim seja. A água deve estar
disponível para as pessoas, mesmo quando elas têm dificuldades financeiras.

Sem dúvida essa progressão desestimula o desperdício, principalmente por aqueles que
têm muito dinheiro, onde pagar a conta de água dificilmente é um problema.
Não há absolutamente o que reclamar disso, Requião está promovendo a tão necessária
justiça social no Paraná, sem dúvida!

Mas por causa dessa progressão o meu irmão, um consumidor normal, teria que pagar a
tarifa de um rico palácio. Lutou e conseguiu que aquele vazamento lhe fosse cobrado
pelo preço do metro cúbico que costumava pagar.

Mesmo assim era muito. Argumentou então que lhe deveria ser deduzido dessa conta o
esgoto (o esgoto é cobrado junto na conta d'água num valor igual ao consumo de água).
E já que esse vazamento não foi para o esgoto público ele não teria que pagar pelo
esgoto.

Argumentou também que os próprios abastecimentos públicos, nas suas redes de


distribuição, têm enormes perdas por vazamentos (uns trinta por cento do total!) e isso
consta até em livros sobre o assunto. A própria Sanepar tem dificuldade em localizar os
seus vazamentos e corrigir o problema.

Mas quem paga por esses vazamentos da Sanepar são os consumidores.

Por que o vazamento que aconteceu em sua casa ele teria que pagar sozinho se ele já
paga pelos vazamentos da própria empresa?

Depois de muito brigar meu irmão pagou "apenas" oitocentos Reais e regularizou a
situação. E se ele não pudesse pagar essa importância, ficaria sem água.

Sem dúvida a água, assim com tantas outras coisas (educação, saúde, transporte,
habitação, alimentos) não deveria ser objeto de mercado.

As coisas essenciais deveriam ficar na mão do governo, que sem dúvida é o único que
pode pensar socialmente. Pois empresas particulares certamente só pensam no lucro e
a responsabilidade social que se lixe!

O AUTOMÓVEL - GG publicado, e também em 15/01/2009

O automóvel transforma as pessoas, no instante em que entram nele e dão a partida.

Envoltas pela lataria protetora, como se fosse uma armadura, ficam destemidas,
corajosas e poderosas. Ao toque do pé direito o motor responde fielmente com sua
potência, que pode ser usada como se queira, para o bem ou para o mal.
Quem está dentro de um automóvel é mais forte do que gatos, cachorros, pedestres,
ciclistas, carrinheiros e motoqueiros. Os motoristas sabem disso, muito bem.

E os gatos, cachorros, pedestres, ciclistas, carrinheiros e motoqueiros também sabem.

Pacíficos cidadãos tornam-se dráculas e lobisomens sanguinários quando pisam no


acelerador. Pessoas que dificilmente iriam exaltar-se a não ser por um motivo muito
forte, quando estão dirigindo berram xingam e gritam, irritadíssimos. Em cada motorista
existe um instrutor de trânsito, que sabe exatamente o que os outros fizeram de errado e
o que deveriam ter feito. E dizem isso sempre em altos e claros palavrões.

Só não podem fazer o mesmo com ônibus e caminhões, pois levariam a pior. Aí vale a
prudente covardia.

Os legisladores e cientistas do trânsito (sem dúvida alguma, todos eles proprietários de


automóveis) estão fazendo sempre o possível e o impossível para definir com extrema
clareza que ruas e estradas pertencem aos automóveis, exclusivamente!

E que ninguém ouse ocupar este espaço, pois a pena é a morte!

Não vai demorar muito, também os gatos, cachorros, pedestres, ciclistas e carrinheiros
serão obrigados a usarem faixas refletivas e capacetes fechados com viseiras
abaixadas.

Para a sua própria segurança, naturalmente.

A DERRADEIRA CIVILIZAÇÃO - GG publicado 26/02/2008

Civilizações surgiram e desapareceram. Para ressurgir em outros lugares, e até nos


mesmos lugares.

Mas nunca houve uma civilização tão complexa e abrangente como a nossa, envolvendo
praticamente todo o planeta.

Recentemente começaram a surgir problemas aparentemente insolúveis: energia,


escassez de recursos, lixo, desertificação, superpopulação, poluição e até alterações
climáticas. Inéditos em sua abrangência, nunca dantes existentes.

Não são problemas localizados, que poderiam ser resolvidos pela migração, em se
abandonando o lugar e indo para outro. Não há mais para onde ir sem destruir o que
ainda existe de natureza. E os recursos já estão sendo extraídos de todos os lugares do
mundo, não há mais onde procurar.

Se a nossa civilização não superar estes problemas ela deixará de existir. E não vai
deixar espaço para futuras civilizações. Ou a nossa resolve satisfatoriamente todos os
seus problemas e continua, ou desaparece e mais nenhuma vai acontecer.

Por milhões de anos vivemos com poucos recursos e no final das contas é isso o que
vai ser novamente. Por bem ou por mal voltaremos a viver com mais simplicidade.

O mais provável é que aconteça por mal, que sejamos forçados a isso pelas
circunstâncias (exaustão de recursos, escassez de terras férteis etc.). Quando então o
egoísmo que está em todos nós vai se manifestar com toda força. Vamos brigar que nem
cachorros por um osso. Como já está acontecendo no Afeganistão e Iraque, por causa
do petróleo.

E depois disso não vai existir mais nenhuma civilização. A energia estará toda
consumida e os metais e matérias primas disseminados em todos os lugares e nos
lixões, irrecuperavelmente. Nada mais podendo ser aproveitado, nunca mais.

Mesmo que surja vida muito mais inteligente que a nossa, não vai haver civilização,
faltarão os imprescindíveis recursos e a energia. A nossa civilização é única e se ela se
extinguir, terá sido a última!

Os sobreviventes viverão numa extrema simplicidade, nunca vista anteriormente. Os


conhecimentos desaparecerão em algumas gerações.

Se olharmos as imagens de satélite de Rondônia e do Pará (google earth), destaca-se do


verde da floresta milhares de quilômetros de estradas paralelas, cujo único objetivo é o
desmatamento da região (extração de madeira, pasto e agricultura). Não são estradas
para ligar um ponto ao outro, são para derrubar a mata.

A floresta amazônica não vai durar nem mais cinqüenta anos!

É uma fúria destruidora. Como no Paraná, que há uns cem anos, oitenta por cento era
mata atlântica. E agora restam uns quatro por cento. Tudo foi devastado, com
ferramentas e máquinas menos eficientes das que existem atualmente.

O cerrado, nos últimos trinta anos praticamente deixou de existir, foi destruído
violentamente, restando vinte por cento apenas.

Temos que parar essa loucura! Achar que é possível continuar o mundo assim como
estamos fazendo é apressar a catástrofe. Qualquer solução que proponha continuidade,
seja qual for o bonito nome que se lhe dê: sustentável, alternativa, ecológica, renovável
etc., vai apenas dar seguimento ao desastre.
É impossível continuar vivendo este modo de vida, sem destruir o planeta. A tecnologia
não vai nos livrar de nenhum dos problemas. Na melhor das hipóteses, adiar.

Técnicas as mais estapafúrdias imagináveis estão sendo desenvolvidas: transgênicos,


nanotecnologia, transurânicos, células tronco. Não existe limite, nem mesmo diante do
perigo de danos irreversíveis que poderiam causar. A complexidade simplesmente não
pode parar de crescer! No entanto os problemas não serão resolvidos.

E a solução é tão simples: Deixar de fazer o que estamos fazendo!

A solução não está na complexidade e sim na simplicidade. Foi assim que vivemos por
milhões de anos. Mas achamos inaceitável voltar a ser assim.

Compramos um automóvel para andar de lá para cá. E para fazer exercícios vamos a
uma academia, suar na esteira ou pedalando.

Será que nunca vai ocorrer a ninguém que poderíamos andar a pé ou de bicicleta?

As pessoas precisam de alimentos e abrigo. O resto é supérfluo!

Se não nos conscientizarmos disso rapidamente vai ser muito difícil depois, até viver em
cavernas. Deveríamos procurar viver mais como os índios brasileiros faziam, negando a
acumulação de recursos e a estratificação da sociedade. Viver com mais simplicidade.

Mas já não há mais espaço para isso.

Elogiamos os computadores, a arquitetura, a ciência, a matemática, as artes, a medicina,


as viagens interplanetárias, a filosofia, os conhecimentos. Mas tudo isso é lixo, não
serve para nada. Por mais maravilhosos que sejam, e sem dúvida são, estão apenas
levando o planeta à destruição.

Os seres vivos precisam de alimentos e abrigo, nada mais. O resto é supérfluo!

Usa-se cada vez mais a tecnologia e a ciência para resolver as coisas. Sem nunca atacar
o verdadeiro problema, que é o desperdício. E desperdício é tudo aquilo que é supérfluo.

As conquistas tecnológicas nos induzem a desperdiçar os recursos e a energia. Que não


são eternos. Irão esgotar-se um dia, sem alternativas.

Atualmente fala-se em agro-combustíveis como solução para o problema da energia.

Alimentos vão ser utilizados como combustível, em vez de alimentar as pessoas.


Um automóvel transporta em média 1,3 pessoas. Para manter esse automóvel
funcionando por uma semana se gasta cinqüenta quilos de combustível. A ser extraído
de uns quinhentos quilos de alimentos.

Para alimentar 1,3 pessoas durante uma semana são necessários dez quilos de
alimentos!

Esta é a solução que nos oferece a tecnologia: Gastar cinqüenta vezes. E sequer se
cogita em restringir o automóvel.

A nossa civilização está colocando em risco o que seja talvez único em todo o Universo:
A própria vida na Terra!

Mas parece ser impossível deter essa demência, que acometeu o ser humano.

COMO SE FABRICA OVO? - GG publicado

Certa ocasião, meu filho quando era pequeno, perguntou-me como os ovos eram
fabricados. Vêm arrumadinhos em caixinhas, e a televisão nunca mostra galinhas
botando ovos. Sempre moramos em cidade.

Eu mesmo não sei distinguir os vegetais que nos fornecem os alimentos (trigo, feijão,
batata etc.).

Fazemos parte de um todo complicado, cada qual uma pequena engrenagem, criada pela
divisão do trabalho. Vivemos uma vida dependente de outras pessoas e de
procedimentos que nós desconhecemos totalmente. E que nunca vamos dominar, nem
mesmo parcialmente.

Essa dependência nunca deixará de existir, a não ser que passemos a viver com mais
simplicidade, utilizando coisas menos complexas, que nós mesmos podemos
administrar. O que enfaticamente não nos é permitido fazer (e mais que isso, ninguém
quer).

Alguns sugerem viver continuando a usar tudo que existe, mas apenas de modo
diferente, mais racionalmente, em pequenos grupos tendo em vista o sustento de cada
um. O que não elimina continuar sendo dependentes dos produtores de coisas
complicadas.

E são estes que vão determinar a sobrevivência do grupo (ou seja, como sempre, o
poderoso mercado).

Um computador nunca poderá ser construído integralmente por um pequeno grupo. O


que significa que grande parte da sociedade irá continuar vivendo como atualmente.
Para abandonar o sistema temos que reduzir a dependência e isto significa abandonar
as coisas complexas, deixar de usar a maioria de tudo aquilo que não conseguimos
produzir nós mesmos ou em pequenos agrupamentos.

O que não é levado em consideração também, é que os recursos são finitos. Sem
abdicar das coisas às quais estamos acostumados logo surgirão limites. Como é o caso
do petróleo que está a findar-se.

A LEI DO VENCEDOR - GG publicado 1/01/2008

Os alemães, perdedores da segunda guerra mundial, foram julgados pelo Tribunal Militar
de Nuremberg (1945 a 1949). Em parte condenados à morte, por enforcamento.

O código para este tribunal foi elaborado pelos países vencedores do conflito (Estados
Unidos, França, Inglaterra e União Soviética). E, conforme o artigo primeiro do mesmo,
especificamente para julgar os principais acusados de crimes de guerra dos países do
"European Axis" (Eixo Europeu).

Os vencedores fizeram uma lei para julgar exclusivamente um determinado grupo de


pessoas: Os que perderam a guerra.

Lei rigorosa, mas eles próprios não seriam enquadrados, mesmo que tivessem cometido
crimes (e certamente isso aconteceu) segundo o conteúdo dessa mesma lei.

Por esse código (artigo 6) eram crimes:

a) - Crimes contra a paz: planejar, preparar e promover guerra de agressão ou guerra


violando tratados internacionais, ou conspirar neste sentido.

b) - Crimes de guerra: violar as leis ou procedimentos de guerra incluindo assassinato,


maus tratos e deportação de população civil, assassinato e maus tratos de prisioneiros
de guerra, matar reféns, saquear propriedade pública e particular, destruir cidades vilas
e lugarejos e devastação não justificada militarmente.

c) - Crimes contra a humanidade: assassinato, escravidão, deportação e outros atos


desumanos cometidos contra a população civil, antes e durante a guerra, ou
perseguição por motivos políticos, raciais ou religiosos relacionados com qualquer
crime sob a jurisdição desse tribunal. Em contrariedade ou não às leis vigentes no país,
na época do crime.
Difícil imaginar que apenas os países do "European Axis" tenham cometido tais crimes
na época. Mas apenas eles foram julgados.

Assim como foram julgados por tribunais semelhantes Slobodan Milosevic (Iugoslávia) e
naturalmente Saddan Hussein do Iraque. Ambos perdedores nos conflitos em que
estavam envolvidos.

Fala-se em justiça sempre, mas o que vale é a lei dos vencedores.

Os acusados no Tribunal de Nuremberg não podiam alegar em sua defesa, estarem


cumprindo ordens superiores (artigo 8). Nem alegar estarem cumprindo as leis em vigor
no seu país, na época (artigo 6).

Foram julgados e condenados por desrespeitar uma lei inexistente, que foi criada
depois.

O julgamento tinha que ser rápido. O tribunal (conforme artigo 18) deveria manter-se
estritamente aos termos das acusações e rejeitar qualquer argumentação que causasse
excessiva demora no julgamento. Punindo rigorosamente se for o caso, inclusive com a
exclusão do acusado e a sua defesa nos subseqüentes procedimentos do julgamento.
Sem prejuízo das acusações.

O tribunal (artigo 19) não deveria ficar emperrado por motivos técnicos de comprovação
das evidências. Preferencialmente deveriam ser utilizados expedientes e procedimentos
não técnicos devendo o tribunal aceitar as provas que julgasse verdadeiras.

Ou seja, aceitar provas apenas pela aparente credibilidade.

Depois da aplicação das penas aos condenados, que poderia ser a morte (artigo 27) e
não era permitido apelar revisão da pena (artigo 26), o código foi extinto. Deixou de
existir.

Sem dúvida, melhor que isso só os enforcamentos dos ladrões de cavalos nos filmes de
Far West e os linchamentos dos negros pelos membros da Ku Klux Klan.

Tudo com aparência de estrita observância da lei (dos vencedores).

O objetivo era punir os alemães, não fazer justiça.

Será que algum dia os estadunidenses, ingleses e israelenses serão julgados por:

Guerra de agressão, guerra violando tratados internacionais, assassinato, escravidão,


maus tratos de prisioneiros de guerra, saquear propriedade pública e particular, destruir
cidades vilas e lugarejos e outros atos desumanos cometidos contra a população civil,
perseguição por motivos políticos, raciais ou religiosos. Assim como está escrito no
código de Nuremberg?

Enquanto vencedores, nunca!

A proposta inicial de castigar os alemães, sugerida por Henry Morgenthau, judeu e


secretário do tesouro norte-americano, era arrasar a Alemanha, muito mais do que tinha
sido feito com o tratado de Versalhes após a primeira guerra mundial. Plano apoiado por
Churchill e Roosevelt. A União Soviética, no entanto, optou pelo julgamento.

Houve também proposta de executar sumariamente todos os oficiais e condenar todos


os soldados a trabalhos forçados (o que realmente aconteceu até 1947).

E há quem disse (Germany Must Perish, by Theodore N. Kaufman) que vinte mil médicos
deveriam trabalhar em tempo integral na esterilização forçada dos alemães, homens
mulheres e crianças, toda a população, na finalidade de "acabar de vez com a raça".

Apesar da enorme injustiça com que foi conduzido esse tribunal, os alemães levaram
uma sorte danada!

BRASILEIROS COVARDES - GG publicado

Se um país riquíssimo em recursos naturais, no qual não faz frio, com terras férteis,
água abundante, ensolarado, cheio de petróleo e minérios, tem 30% de sua população
miserável, alguma coisa está errada, muito errada.

E sem duvida é a evasão de divisas e riquezas. Entregamos de graça o que é nosso e


ainda ficamos devendo.

O Brasil é escravo dessa fraudulenta dívida, assim como são escravos pela dívida os
seringueiros, carvoeiros e os bóias frias. Devem sempre mais do que tem a receber.

Esta dívida, cujos juros pagamos religiosamente e que ninguém tem a ousadia de
contestar, simplesmente tem que deixar de ser paga!

E não ousem os credores contestar, pois fazendo as contas, devedores são eles. E terão
que nos reembolsar!

Falta coragem aos brasileiros para fazer isso. Somos covardes, preferimos morrer de
fome!
RICO FORTE E BONITO - GG publicado

É o que se torna aquele que bebe excessivamente.

Gasta à-toa. Briga com facilidade. E dá em cima de toda e qualquer mulher.

E torna-se um intragável palhaço. Esse é o efeito da bebida.

As drogas transformam as pessoas, elas deixam de ser gente. As drogas aparentemente


libertam, quando na verdade estão escravizando. Nunca, nunca mesmo, a bebida torna
alguém mais perspicaz inteligente ou criativo. Pelo contrário, ficam incapazes até de
falar direito!

E com as outras drogas os efeitos são semelhantes.

Acho uma grande bobagem dizer que os artistas são criativos por causa das drogas que
consomem. São drogados sim, como todos os músicos, é a tradição deles fazer isso,
mas não é isso que os torna criativos. Tanto é que a grande maioria dos drogados não
são nem um pouco criativos, nem artistas. São farrapos humanos!

As drogas sempre existiram em todas as sociedades. Mas todas elas têm restrições
quanto ao uso indiscriminado e excessivo de drogas.

Acredito que apenas aqueles que já não conseguem mais se livrar das drogas, que já
não podem mais viver sem elas, são os que defendem a liberação das drogas.

Não querem discutir o assunto. Querem é resolver o seu problema.

AQUECIMENTO GLOBAL - GG publicado

Precaução e caldo de galinha não faz mal a ninguém

Uma placa branca exposta ao sol aumenta sua temperatura até que o calor perdido pôr
irradiação e convecção seja igual ao calor recebido do sol. Quando então sua
temperatura fica estável.

Se pintarmos essa mesma placa de preto a temperatura vai aumentar até estabilizar
novamente. A cor da superfície é determinante nesse processo.

O ser humano está alterando a cor do planeta (desmatamento, cidades etc.) e portanto
está influenciando no seu aquecimento.
A atmosfera funciona como um cobertor. Por isso as montanhas mais altas são geladas
já que a fina camada de ar sobre elas retém menos calor, que então irradia para o
espaço.

O ser humano está alterando a composição da atmosfera introduzindo CO2 metano e


outros gases, sabidamente de efeito estufa. Está portanto influenciando na temperatura
da Terra.

É difícil afirmar se isso que o ser humano está fazendo é ou não significativo. Pode ser
quase nada ou pode ser decisivo. Mas é inegável que estamos alterando coisas
importantes.

Por precaução, deveríamos deixar de fazer isso. Se é que já não é tarde demais.

COVARDIA - GG

Matar-se é covardia?

Falam que matar-se é covardia. É o que dizem dos homens-bomba, que são uns
covardes, explodem-se matando os outros. E isso é covardia.

Será?

Quase todos nós algum dia em nossas vidas já pensamos em matar-se. Pelo mais
diversos motivos.

Mas fica só no pensamento, pois para matar-se é preciso coragem. Muita coragem!

Quando alguém dá a sua vida por uma causa qualquer, então a coragem tem que ser
maior ainda. Pois é para resolver o problema dos outros.

E como são chamados os que fazem isso?

Depende. Pode ser heróis e mártires. Ou covardes e fanáticos.

Se for um soldado estadunidense que morre, mesmo contra a sua vontade, é um herói.

Se for um muçulmano que espontaneamente dá a vida para libertar o seu país, ele é
covarde e fanático.
O PROBLEMA DO BRASIL NÃO É A FOME E SIM A OBESIDADE - GG publicado

É o que disseram recentemente os meios de comunicações. Segundo as estatísticas


somos predominantemente obesos. A fome do brasileiro pois, mera demagogia.

Dor de cabeça exclui o câncer?

Se grande parte dos brasileiros sofre de dor de cabeça e relativamente poucos são
acometidos de câncer, não podemos simplesmente dizer:

"O problema do brasileiro não é o câncer e sim a dor de cabeça".

Foi, no entanto o que fizeram na citada pesquisa, disseram que o problema do brasileiro
não é a fome e sim a obesidade. Como se obesidade excluísse a fome. O que pode ser
verdadeiro para um indivíduo, mas não para a coletividade.

Os brasileiros têm os dois problemas, um é a fome (uns 30% da população) e outro é a


obesidade (cuja porcentagem é até maior).

No entanto a fome mata, assim como o câncer. E a obesidade só mata


excepcionalmente, assim como uma dor de cabeça o faz.

Lula pode estar errado em muitas coisas, mas neste caso ele acertou muito bem,
negando o resultado dessa pesquisa. O brasileiro passa fome sim, obesidade não exclui
a fome!

E por que uns passam fome e outros são obesos?

Muitas pessoas trabalham para produzir as riquezas necessárias para a totalidade das
pessoas. Se alguns ficam com muito e os outros com pouco é claro que isso causa
carência àqueles que ficam com menos.

Não existe a entidade "gênio empreendedor", como tanto apregoa o capitalismo, que
gera a sua própria riqueza e com isso permite também a sobrevivência dos mais pobres.

Pois o que gera riquezas é o trabalho humano. Nenhum gênio ou não gênio gera riqueza
sozinho. E se alguém enriquece é porque ficou com parte do resultado do trabalho de
outros.

É verdade, existem pessoas criativas, inventam processos e tecnologia que facilitam a


geração de produtos e riquezas. Mas estes quase nunca enriquecem com isso.

Enriquecem aqueles que sabem tirar dos outros, aquilo que eles criaram.
Nenhum Bill Gates criou ou trabalhou a riqueza que possui. Ele soube isso sim, pagar
pouco aos seus programadores e ficar com a maior parte. Assim como os banqueiros,
que com seus empréstimos, tiram dinheiro dos correntistas. Que sem dúvida ficam com
menos.

IANOMÂMI - GG publicado

Ficou gravada na minha memória uma cena que aconteceu já há bastante tempo.

Os ianomâmis tinham sido descobertos há pouco tempo.

Os índios, em volta de um pequeno avião bonito e colorido. Espantados, admiravam a


beleza desse engenho, acariciavam o avião e seus olhos brilhavam!

Pensei comigo mesmo: Caramba, até os índios ficam fascinados pela tecnologia!

Vai ser só uma questão de tempo para eles adotarem a cultura dos brancos.

Demoraram, eles resistiram, mas pressionados cada vez mais pela piora do seu modo de
vida, causada pela proximidade dos civilizados eles a estão abandonando. Querem
participar da vida dos brancos.

Que lhes reservou a pior parte de sua sociedade: A extrema miséria e a discriminação.

Infelizmente a civilização é uma máquina mortífera, que não permite alternativas.

Esmaga tudo por onde passa.

ARTE DE VERDADE - GG publicado comentário 10/11/2007

Um artista tem que saber reproduzir o que vê com perfeição. Se não, é enganação.

Dizem os entendidos que a fotografia liberou a pintura. Ou seja, não é mais necessário
saber reproduzir com fidelidade o que se vê. Pois a fotografia o faz com perfeição.

E com isso a pintura tornou-se uma farsa. Qualquer um sem absolutamente nenhum
talento pode fazer garranchos, rabiscos e jogar baldes de tinta na tela. Este "artista" não
sabe o que está fazendo. Fica na esperança que alguém enxergue na sua obra algo que
ele mesmo não vê. E os críticos se pelam de medo de criticar. Pois se vender bastante,
quebram a cara. A pintura agora é assim.
Já não é possível fazer o mesmo com a música. Não é possível pegar um monte de notas
musicais misturadas a esmo e jogar em cima dos ouvintes. Eles simplesmente sairiam
correndo.

Eu diria que, se a fotografia liberou a pintura, o computador a estraçalhou. Os fractais,


por exemplo, são incrivelmente mais criativos do que qualquer artista possa ser,
simplesmente em se digitando algumas teclas! As fórmulas matemáticas são muito mais
criativas que o ser humano!

Pintura é saber reproduzir o que se vê, com fidelidade. E acrescentar a sua


interpretação, como se faz exageradamente na caricatura, por exemplo. O artista tem que
ter talento para fazer isso!

E então pode divagar, extrapolar, exagerar, como fez Salvador Dalí, um excelente pintor.

Quem vai a um museu de arte contemporânea para ver as ditas "instalações", se for
honesto, só pode sair de lá dando risadas. Pois nada mais é que uma piada, de mau
gosto.

E se pagou para entrar, foi enganado.

VESTIBULAR OU SORTEIO - GG publicado 9/11/2007 e 18/12/2008

Vestibular, a grande barreira. O que deveria existir é a oportunidade de, concluído o


ensino médio, qualquer um poder fazer um curso superior, se assim o desejar. Sem
nenhum filtro, seja vestibular, falta de recursos financeiros, ou falta de disponibilidade
de tempo (por ter que trabalhar para sobreviver) etc.

A juventude é indecisa, demora em saber o que quer. Não fixaram ainda os seus
conceitos. E a escolha do curso superior é uma incógnita para a maioria. Testes
vocacionais não ajudam muito, apenas confirmam que a dúvida existe.

Deveriam ter a possibilidade de fazer várias tentativas.

Mas naturalmente isso é utopia. Os cursos superiores são insuficientes. E o filtro é o


vestibular. Que é totalmente uma droga para selecionar candidatos.

O vestibular testa os conhecimentos do ensino médio. E se o vestibular é muito


concorrido testa bastante estes mesmos conhecimentos, excessivamente até.
E passam aqueles que são os melhores em fazer vestibular. Não são selecionados os
melhores alunos que vão cursar o futuro ensino superior.

Muitos não conseguem passar no vestibular, ou nem tentam, por não poderem pagar o
curso superior ou não terem recursos para se manter enquanto estudante. Perdem-se os
talentos. É isso que o vestibular faz.

O vestibular discrimina os pobres e aqueles que não se especializaram em fazer


vestibular. E o ensino médio (propedêutico) ensina a passar no vestibular, nada mais.

A solução não é estabelecer cotas para pobres, negros, nada disso. O vestibular deve
ser eliminado. E entre os estudantes de segundo grau, deveria ser feito um sorteio. Uns
dois anos antes de terminar o ensino médio. Simplesmente isso.

Os sorteados teriam tempo de se preparar para o curso superior desejado, que seria de
sua livre escolha. E iriam esforçar-se sem dúvida, já que foram sorteados.

Um sorteio iria distribuir os cursos superiores entre ricos e pobres, negros, índios e
brancos, talentosos e não talentosos, esforçados e não esforçados, exatamente na
mesma proporção em que eles ocorrem na sociedade. Justiça maior, impossível.

E então que vençam os melhores, aqueles que conseguirem passar nas exigentes
provas dos respectivos cursos superiores!

EDUCAÇÃO - GG comentário publicado 29/10/2007

Dizem que a falta da educação está atrofiando o cérebro das pessoas.

Mas, educação vai resolver o que?

Para que as pessoas possam estudar, elas precisam primeiro poder viver. Barriga vazia
é prioridade em relação a um cérebro cheio!

As melhores oportunidades de educação (se existissem no Brasil) seriam simplesmente


desperdiçadas pela maioria dos brasileiros, que são pobres, diante da impiedosa
necessidade de sobrevivência.

Sem dúvida o estudo proporciona a oportunidade de uma vida melhor, mas em longo
prazo, dez, quinze anos. A maioria dos brasileiros não pode esperar tanto, precisam
comer já, amanhã. Estudar é um investimento que só pode ser feito por aqueles que têm
certa tranqüilidade financeira. E se eles mesmos não estudaram, sem dúvida insistirão
que os seus filhos façam isso.

Existindo oportunidade de empregos que proporcionem vida digna, a educação é


infalível conseqüência. Como dizia Monteiro Lobato: "Todo pai, por mais bronco que
seja, gostaria de ver no seu filho, um doutor."

Quando então deve existir oportunidade de um estudo de qualidade.

O grande problema é que salários dignos não podem existir no Brasil. Os salários devem
permanecer miseráveis, pois é o que movimenta a nossa economia. Somos um país de
quinhentos anos de especialização no fornecimento de produtos primários a preços
irrisórios para o primeiro mundo. Isso significa salários baixos e desemprego crônico. E
nisso não se mexe, é intocável!

O resultado sendo o empobrecimento material e intelectual da população.

E então se afirma que a culpa é dos próprios pobres, pois eles não estudam.

Acham muitos, que facilitar estudo de qualidade resolveria isso, como o senador
Cristovam Buarque. Quando o ponto nevrálgico na verdade é o salário, impossível de ser
mexido!

Estudar para só então melhorar de vida é jogar a esperança de salários dignos para o
futuro. Mais dez vinte anos as pessoas terão que apertar o cinto e estudar com afinco. E
se não der certo a culpa será novamente deles mesmos. Como já acontece hoje em dia.

É ilusório pensar que o Brasil vai gastar dinheiro em educação. Nunca vai acontecer.

E muito mais ilusório ainda imaginar que todos os brasileiros tendo estudo de qualidade,
só por causa disso, surgirão do nada, empregos bem remunerados para todos. Não vai
acontecer.

Vai apenas aumentar a competição pelos mesmos empregos mal remunerados.

Veremos mestres balconistas e doutores varredores de ruas. Sendo que os


excepcionalmente talentosos e os gênios irão para o exterior empregar-se lá, aplicando
no primeiro mundo os conhecimentos que obtiveram no Brasil.

A estes o primeiro mundo não nega a entrada, são sempre bem-vindos. Eles rejeitam,
isto sim, os pobres, mesmo quando eles se sujeitem a trabalho escravo.

A oferta de empregos não depende da oferta de candidatos com alta qualificação e sim
de investimentos. Que são feitos de modo a manter baixos os salários. Pois é essa a
regra econômica.
Educação sem dúvida é importante, deve ser incentivado. É um direito das pessoas
inclusive curso superior, mestrado e doutorado. E em todos os casos o estudo deveria
ser totalmente gratuito.

Mas se o objetivo é mudar o país, deve ser feito uma alteração no modo de ser
econômico! O que ninguém se atreve a fazer!

EVOLUÇÃO - GG publicado

As bactérias são menos evoluídas que o homem, dizem.

A palavra "evolução" não é apropriada para explicar as mudanças biológicas e culturais


que acontecem ao longo do tempo.

Evolução sugere melhoria, progressão, ida para frente, para melhor, uma ida sem volta.
Mas não é assim com os seres vivos, nem com as manifestações culturais.

Culturas evoluem e regridem, assim como evoluem e regridem as características


genéticas. Por exemplo, as antigas patas traseiras das baleias, das quais existem
apenas vestígios. Ou tantas culturas que floresceram e depois regrediram ou
desapareceram.

Os tubarões são assim como hoje já há milhões de anos. Simplesmente não precisaram
mais de mudanças. Não significa que deixaram de evoluir.

O mais certo seria dizer "transformação".

Mas o ser humano em sua vaidade, diz que "evoluiu" e tornou-se superior. Acha que a
sua civilização "evoluiu" de condições atrasadas e primitivas para estágios superiores.

Como se o destino final, ápice de todo ser vivo, fosse ser um humano, como nós.

As bactérias expandem-se até que o alimento fique escasso e então morrem de fome. A
humanidade está fazendo o mesmo. Estamos progredindo até a falta total de recursos,
quando então pereceremos.

Usamos o mesmo raciocínio das bactérias. Não evoluímos pois, nem um pouco.
MACAQUITOS - GG publicado 10/2007

O Brasil foi formado por índios, negros e portugueses principalmente. Existem também
muitos italianos, poloneses, alemães, japoneses, árabes e outros mais.

Mas a nossa cultura é exclusivamente estadunidense.

Gozado, não existe nenhum gato pingado anglo-saxão morando neste país! Isto não é no
mínimo estranho?

Já várias vezes observei que as próprias professoras das crianças, nos primeiros anos
de escola, incentivam essa cultura, que de per si não poderia ser nossa.

As professorinhas brasileiras fazem festas Halloween nas escolas, festejam o dia das
mães, dia dos pais, dia das crianças, coelhinho da páscoa e Papai Noel. Levam seus
pequenos alunos para visitas a Shoppings e McDonalds. Nas aulas de informática das
crianças os sites visitados são disney, barbie, cartoons etc.

Em dez, quinze anos estas crianças serão os nossos adolescentes e adultos,


culturalmente transformados. E não saberão viver de outra forma.

Estas professorinhas não são compelidas a fazer isso é voluntário, elas mesmas tendo
já sofrido lavagem cerebral semelhante. Nem podem pensar diferente. Acham que estão
fazendo a coisa certa, preparando as crianças para o futuro.

Sem dúvida isso é conseqüência da televisão, dos jeitos e trejeitos do primeiro mundo,
das novelas, cinema e da propaganda. Nós brasileiros copiamos avidamente essas
coisas.

E por isso somos chamados de macaquitos.

BOLSA FAMÍLIA - GG publicado

O efeito colateral.

Uma conseqüência muito importante do bolsa-família está sendo o combate ao trabalho


escravo! Uma vez que o trabalhador não precisa mais sujeitar-se a qualquer tipo de
serviço, impelido pela impiedosa necessidade de sobrevivência.

Ele adquiriu, com o bolsa-família, poder de negociação! Pode negar o emprego, se


considerar insuficiente o salário ofertado.
São chamados pelos empresários então de preguiçosos, de não querer trabalhar.

Ora, se os empregadores querem empregados eficientes, é fácil, é só oferecer um salário


decente! De modo que viver exclusivamente do bolsa família se torne menos
interessante.

Não é essa a tão cantada e decantada lei da oferta e procura no mundo dos negócios?

Os empresários maldosamente dizem que os trabalhadores gastam o bolsa-família com


prostitutas e bebidas e que até a produção e arrecadação de impostos está diminuindo
por causa do bolsa-família. Pura maledicência!

Como se empresários estivessem preocupados com a moralidade da sociedade ou com


a arrecadação de impostos! Soneguem menos, se querem que a arrecadação de
impostos seja maior!

Quem ganha pouco, com toda certeza, sabe administrar muito bem o pouco dinheiro que
recebe, mesmo que tome uma cerveja de vez em quando. Bem melhor que a porcaria da
"gente de bem" que consome porcarias de griffe.

O que os empregadores querem, todos eles, pequenos médios e grandes, é bastante


gente e pouca oportunidade de sobrevivência. Quando então os salários despencam.

O bolsa-família não é esmola! Dêem aos trabalhadores um trabalho digno com salário
decente. Ou eles sobreviverão com o precário bolsa-família!

Esta conversa de trabalhador preguiçoso já existe no Brasil há quinhentos anos! É


conversa de escravista. Os índios são preguiçosos, os negros são preguiçosos, os
caboclos são preguiçosos, os seringueiros são preguiçosos, os carvoeiros são
preguiçosos, os favelados são preguiçosos, os pedreiros são preguiçosos, os
jardineiros são preguiçosos, as empregadas domésticas são preguiçosas. Os pobres
sempre são preguiçosos!

Não são preguiçosos aqueles a balouçar-se em redes brancas e limpas na Casa Grande.
Dão um duro dos diabos. Gastam a língua dizendo que os escravos na Senzala são
preguiçosos!

Os brasileiros trabalham muito mais e recebem muito menos que os malditos


vagabundos do primeiro mundo! Mas nós não paramos de dizer que somos
preguiçosos!

Droga, vamos parar com isso! Estamos no século vinte e um! Será que não vamos sair
nunca do torpor da Idade Média?
PAIS E FILHOS - GG publicado

No berço do individualismo e da competitividade, Estados Unidos, os recém nascidos


não dormem no quarto dos pais. Desde os primeiros dias de vida eles ficam sozinhos em
seu próprio quarto.

Já com pouca idade, são enviados para as creches, onde permanecem o dia inteiro.

Á noite são cuidados por baby sitters para que os pais possam sair.

As crianças não se sentam à mesa, junto com os pais, nas refeições. E são castigadas
sempre, com muita severidade.

Nas escolas também, ficam o dia inteiro. E nas férias são enviados para os
acampamentos.

E aqueles que vão para universidade, moram então nos "campus", longe dos pais.

Pais e filhos quase nunca estão juntos, vivem cada um a sua vida!

INUTILIDADES - GG publicado como comentário 3/08/2007

Somos especialistas em acumular inutilidades.

Os animais acumulam coisas também, mas não mais do que é necessário. Pois isso
seria trabalho desperdiçado.

Nós, ao contrário, juntamos tudo que é possível, mesmo ciente que nunca vamos utilizar
ou quando isso significa muito pouco benefício. É o ter pelo ter.

E todos, em nossa cultura, principalmente a ocidental, são assim.

Se muitos têm pouco, quase nada, não é vontade deles, certamente gostariam de ter. E
se esforçam neste sentido. São cada vez mais as pessoas que desejam ter cada vez
mais.

O crescimento populacional é natalidade menos mortalidade. Se a natalidade é maior


que a mortalidade a população aumenta e vice-versa. A população ficaria estável se cada
mulher tivesse em média, na sua vida, 2,1 filhos (0,1 filhos não chegam a proliferar).

Tanto natalidade como a mortalidade são conseqüências das condições ambientes.


Incluindo nestas condições ambientes também as facilidades tecnológicas disponíveis:
Hospitais, medicamentos, saneamento, água, abrigo, ferramentas, aquecimento,
transporte, segurança, máquinas, equipamentos, energia etc.

As pessoas amoldam-se para essas condições naturalmente, e à força também.

A superpopulação que está acontecendo é conseqüência da civilização, que criou todas


essas coisas, promovendo desequilíbrio. Favoreceu a natalidade e reduziu a
mortalidade.

O ser humano retira recursos da natureza, utiliza e os devolve modificados na forma de


dejetos lixo e poluição, que não têm mais nenhuma utilidade. Como os recursos são
finitos, a vida só pode continuar enquanto ainda estão disponíveis.

Entretanto, o ser humano não produz apenas coisas essenciais, pelo contrário, a maior
parte dos recursos é desperdiçada em inutilidades. Está com isso acelerando
enormemente a exaustão dos recursos. Será obrigado a conviver então com essa nova
realidade. Que já está se manifestando na escassez de petróleo e água potável,
anunciadas.

Sem dúvida o lucro que é a finalidade de todo e qualquer empreendimento humano é que
está causando isso. Qualquer coisa é permitida, desde que gere lucro. Pensamento
imediatista, que não se preocupa com o ambiente nem com o futuro. E por isso tantas
inutilidades estão disponíveis e são consumidas.

Por enquanto não é o excesso de gente que está causando a insuficiência de recursos e
sim como eles estão sendo utilizados por uma minoria que os consome perdulariamente.
Este desperdício deveria ser combatido, pois apenas para sobreviver, necessita-se de
muito pouco.

Mas sem dúvida também este pouco vai ser problemático um dia, se a população do
planeta continuar crescendo. O que implica forçosamente em controle de natalidade, o
que ordenadamente e pacificamente, já se tornou impossível ser realizado,
mundialmente.

Vai ser então a mortalidade que aumentando, irá reduzir a humanidade. Pela sede, fome,
frio e doenças.

Se a humanidade se concentrasse de imediato na essência da vida, na sobrevivência


apenas, teríamos ainda muita "gordura" para queimar, por conta dos supérfluos.

Mas certamente não vai acontecer. As inutilidades conquistadas falarão mais alto,
abdicar delas voluntariamente é totalmente impossível. As pessoas aferrar-se-ão ao que
possuem, a qualquer custo, sendo totalmente indiferente o que aconteça às outras
pessoas e ao futuro do planeta. Este foi o motivo da invasão do Afeganistão e do Iraque.
O petróleo tornou-se imprescindível, já não se pode mais viver sem ele.

Mas com certeza irá faltar, mais cedo ou mais tarde. Qualquer solução encontrada
apenas irá postergar o que não deixará de acontecer. Assim todos os demais recursos.
A humanidade está dentro de um trem, acelerando rumo ao precipício. Todos sabem
disso. Todos sabem que o desastre vai acontecer. E, para parar este trem, seria somente
acionar os freios.

Mas ninguém quer fazer isso. E quem tentar será impedido.

EVOLUÇÃO SOCIAL - GG

Uma interessante experimentação feita com macacos demonstrou que um


comportamento social qualquer não é necessariamente benéfico para a sociedade.

Colocaram cinco macacos em uma jaula. Nesta jaula uma escada e no seu topo um
cacho de bananas. Toda vez que um macaco fazia a tentativa de subir a escada e pegar
as bananas os outros recebiam uma desagradável ducha de água fria.

Os macacos logo perceberam que não deveriam subir a escada e impediam qualquer um
deles de fazer essa tentativa.

Um a um os macacos foram então sendo substituídos. O macaco recém introduzido na


jaula imediatamente tentava pegar as bananas. E era enfaticamente impedido pelos
demais.

Este novo macaco aderia ao costume de impedir qualquer macaco de subir a escada,
mesmo sem nunca ter recebido uma ducha fria.

O costume permaneceu mesmo depois de todos os macacos terem sido substituídos por
macacos que nunca tiveram a experiência de receber uma ducha fria.

O objetivo dessa experimentação foi mostrar que os comportamentos sociais não são
necessariamente benéficos. Criou-se artificialmente um costume sem objetivo. Contrário
até á sobrevivência, que seria pegar as bananas. Mostrando que os costumes podem
não ter nenhuma utilidade prática.

Por meio de mutações, aleatoriamente, a vida faz experimentos. Numa adequação sem
fim do ser vivo ao meio ambiente. Socialmente é a mesma coisa. O comportamento das
sociedades ao longo do tempo cristaliza a melhor forma de vida sob determinadas
condições.

Diferentemente da evolução das espécies, o comportamento social não é dependente de


comportamentos sociais que o precedem. Pode surgir do nada, simplesmente. Sem
dúvida determinante é o meio ambiente, em trono do qual são construídos os hábitos e
costumes da sociedade.
No caso dos macacos aconteceu igualmente uma adequação. A experiência da ducha
fria foi resolvida socialmente.

Entretanto, deixados a si mesmos, os macacos logo iriam descobrir outros caminhos e


terminariam por descartar este comportamento não verdadeiro. É só uma questão de
tempo. Cedo ou tarde os cinco macacos iriam descobrir que poderiam pegar as bananas,
impunemente.

O comportamento social, semelhantemente à evolução das espécies, também evolui e


acaba destilando coisas essenciais para a sobrevivência, por exemplo, a proibição do
incesto. Que existe em todas as sociedades. Ou o animismo, que protege a natureza e a
própria espécie humana. E assim tantos outros costumes, mesmo que aparentemente
sem finalidade.

Muitos são ilógicos, não é evidente a sua utilidade e são seguidos apenas "porque
sempre foi assim".

Isso é muito criticado e combatido. Exige-se que costumes antigos sejam abandonados.
Exige-se que comportamentos milenares cedam espaço diante de verdades de algumas
dezenas de anos. Como é o caso das religiões do convívio familiar da liberdade sexual,
que sem aparente finalidade deveriam ser modificadas.

Nos últimos quinhentos anos inventamos muitas coisas que antes não existia, o petróleo
há apenas cento e cinqüenta anos, e nossos costumes amoldaram-se rapidamente a
tudo isso. Abandonamos prazerosamente tradições milenares, sem pensar muito.

Mas essas recentes criações são becos sem saída. Ficamos totalmente dependentes
delas, sem alternativa e sem possibilidade de retornar.

Enveredamos por caminhos sociais errados, sem permitir, sem dar tempo para que
evoluíssem e mostrassem a sua verdadeira cara. O que sem dúvida, vai ser um desastre,
e nada podemos fazer.

E a maioria nem quer fazer.


EXTINÇÃO DAS ESPÉCIES - GG

Muitas sociedades extinguiram, por falta de recursos.

Os habitantes da ilha da páscoa conheciam até a escrita. Escreviam seus dizeres em


ripas de madeira. No ocaso dessa civilização, foram utilizadas então como combustível.
Sobraram tão poucos exemplares que não foi possível decifrar o seu significado.

Não eram simples "selvagens" que irracionalmente caminharam para a extinção. Não
souberam resolver o problema, assim como a nossa civilização também não está
conseguindo. Apesar de nossa superioridade tecnológica e nos conhecimentos.

Ilhas como Bonaire no Caribe, Trindade a 1.100 quilômetros da costa brasileira e


Abrolhos no sul da Bahia, e assim tantas outras, eram originalmente florestas
impenetráveis. Floresta inimiga sempre, a ser vencida. Tinha que ser derrubada para a
extração de madeira, para lenha, para o plantio e criação de animais. Os ratos, porcos e
cabras introduzidos pelo ser humano devastaram a vegetação e não permitiram que ela
se recuperasse.

O solo fértil foi de enxurrada para o mar, entupindo corais e prejudicando a fauna
marinha. Desapareceu a água doce e com ela o restante da fauna e flora. Hoje são
desérticas, rochas quase nuas.

Se os moradores de Trindade (originalmente açorianos) não tivessem sido resgatados o


destino deles seria semelhante aos antigos habitantes da ilha da páscoa.

Em ilhas este fenômeno fica bem evidenciado, entretanto em terra firme é a mesma
coisa.

O que está ocorrendo na atualidade não é diferente, só que a velocidade é muito maior e
está acontecendo mundialmente!

A humanidade ainda vai amaldiçoar as facilidades que a sua inteligência criou e que a
fez tão poderosa e dominadora. Fizeram a humanidade esquecer que somos
pertencentes à Terra. E não o contrário.

E não vai demorar muito, o mais tardar, quando começar a faltar petróleo e gás natural.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO - GG publicado 17/05/07

Num mundo onde os meios de comunicações estão nas mãos de poucas pessoas, como
é possível existir liberdade de expressão?
Qual jornalista é independente? Qual jornalista pode expressar-se livremente?

Se uma reportagem não agradar, ela será alterada, adulterada, editada, ou simplesmente
deixará de ser publicada. E se o editor que faz essa censura, não agradar ao dono da
empresa de comunicações, sofrerá criticas e pode perder o emprego.

Se uma notícia for conveniente aos interesses dos poucos donos das redes de
comunicações, ela será distribuída globalmente e bilhões de pessoas ficarão sabendo,
caso contrário ela será suprimida.

Vivemos mundialmente uma ditadura dos donos dos meios de comunicações!

As empresas são obrigadas a comprar a benevolência dos meios de comunicações,


contratando propaganda com eles. Como a Aracruz Celulose, que fez intensa
propaganda de sua empresa, por ocasião da disputa de terras com os indígenas, no
Espírito Santo. É o preço a ser pago, para não ser atacada nas reportagens.

Por vezes, como já aconteceu, empresas obrigam-se a comprar todos os exemplares de


determinada publicação, quando a mesma contém material que lhes é desfavorável. Para
impedir que seja impressa e distribuída.

Governantes que não contratam propaganda governamental nos meios de


comunicações são pichados veementemente por eles. Como é o caso do Governador
Roberto Requião no Paraná, atacado constantemente pela RPC Rede Paranaense de
Comunicações, Gazeta do Povo e TVGlobo.

O que existe é uma ditadura, com aparência de liberdade de expressão.

Muito mais honestos são os regimes totalitários, que simplesmente censuram, oprimem.
Sem fingir, sem enganar!

TRANSGÊNICOS - GG publicado 17/05/07

E o Brasil continua liberando transgênicos.

O arroz é um alimento importantíssimo para a humanidade. Primitivamente era pilado,


para remover a sua casca, tarefa executada manualmente. Surgiu então o
descascamento mecânico, muito mais eficiente e produtivo. O arroz também passou a
ser polido, para melhorar o seu aspecto.

Quando então aconteceram surtos de beribéri nas populações consumidoras de arroz,


como nunca se viu antes. Doença grave que, se não tratada, é fatal.

Após muita investigação, descobriu-se que a causa dessa doença é a carência de uma
substância solúvel em água que foi denominada posteriormente de vitamina B1.
Essa vitamina está presente na fina película que envolve cada grão de arroz. Que era
removida pelo descascamento mecanizado e no polimento do arroz.

Uma insignificante alteração no procedimento de descascamento do arroz ocasionou


gravíssimos problemas na saúde da população e muita gente morreu. Um efeito
totalmente inesperado.

Quem poderia prever que algo assim fosse acontecer?

O amianto está causando centenas de mortes dos trabalhadores na mineração e na


produção de artefatos com esse minério (telhas de fibrocimento, caixas d’água e
material isolante).

Há muitos anos já se suspeitava que amianto causava doenças graves nos


trabalhadores, enfisema, pulmão de pedra e câncer.

Como essas doenças levam décadas para se manifestar, nunca foi dada a devida
atenção no sentido de prevenir e evitar a contaminação dos trabalhadores.
Irresponsavelmente as empresas mineradoras e manufatureiras ignoraram todos os
alertas e nada fizeram. Pelo contrário, sempre abafaram as evidências, de todas as
maneiras possíveis. Pois, como quaisquer empresas só querem saber do lucro e não se
importam com as pessoas.

Mas agora já não dá mais para ignorar o assunto. O amianto está a ser banido
totalmente, em muitos países. Mas milhares de pessoas ainda morrerão por causa dele.

Minério aparentemente inofensivo, sempre esteve presente na natureza, e mesmo assim


mostrou-se extremamente prejudicial para a saúde humana. Um simples minério, de
certa forma semelhante à argila ou rocha. Quem imaginaria que pudesse causar tantos
estragos?

Como saber de antemão que coisas assim podem acontecer?

E os transgênicos?

São inéditos na natureza. Uma invenção genuinamente humana, nunca dantes existente.
Bilhões de anos de evolução da vida na Terra podem agora ser manipulados
racionalmente. E irracionalmente também. Não precisamos aguardar milhares de anos
de experimentação em laboratório e no campo, para obter o que é desejado. Interferimos
diretamente no código da própria vida, que o homem já pode modificar a seu bel prazer,
segundo seus interesses.

A transgenia promete matar a fome no mundo, viabilizar os agro-combustíveis e até


curar a obesidade. É o que afirmam os defensores dos transgênicos.

Não é uma simples alteração de um processo, nem apenas uma substância que sempre
existiu na natureza. É algo inédito, totalmente novo. Que está sendo jogado no mundo,
sendo disseminado no meio ambiente indiscriminadamente. Numa ida sem retorno, sem
nenhuma possibilidade de voltar atrás, se alguma coisa der errado.

Mas não devemos ficar preocupados. Os transgênicos são inofensivos, nunca farão mal
algum ao ser humano nem à vida na Terra. Nem em dez, cem, nem mesmo em um milhão
de anos!

Palavra da Monsanto, Bayer e Syngenta. Que só se preocupam com o bem estar do


planeta e as pessoas. Não em lucrar.

RELIGIÃO E CIÊNCIA - GG publicado como comentário 03/08/2007

Desde que o homem tornou-se inteligente, isto é considerou-se como tal, alguns
questionamentos o vêm perturbando profundamente. Por que existimos? Qual é a nossa
origem? O que nos acontece depois da morte? Somos únicos no Universo? Por que
sentimos dor? Por que ficamos doentes? Como surgiram as coisas à nossa volta e os
astros distantes? Por que temos medo de morrer?

Sem resposta adequada, inventamos os deuses. Divindades poderosas, que regem as


coisas para as quais não temos explicação. Fizemos isso racionalmente até, como os
matemáticos fazem com suas incógnitas. Demos um nome para elas sem saber o seu
significado. Prosseguindo em nossos cálculos, por vezes as conseguimos explicitar,
encontrando a solução para aquilo que até então era desconhecido. Atuamos
cientificamente ao criar nossos deuses!

É verdade que os deuses não solucionam todos os problemas, mas pelo menos
permitem que convivamos bem com essas incógnitas. Que deixam assim, de ser um
impasse, intransponível barreira.

Surgiram então os pensadores a nos sugerir soluções. Teorias, de pouca utilidade


imediata. Sendo válido apenas o raciocínio, não interessa o que os olhos enxergam,
pode ser ilusão. Sem um pensamento lógico nada é real, simplesmente não existe. A
matéria deve subordinar-se ao pensamento, e só é real se aprovada pelo raciocínio.

Os experimentadores fizeram o contrário, mediante a observação procuravam decifrar a


lógica envolvida e explicar os acontecimentos. Os resultados que estes obtiveram,
naturalmente, são de muita utilidade.

E assim como as sumidades religiosas, que a poucos é dado compreender, aceitamos


também as sumidades científicas. Igualmente entendida por poucos. Acreditamos, tanto
numas como noutras, mais pela fé e intuição, do que pela racionalidade. Para a maioria
das pessoas as afirmações científicas são dogmas também, tanto quanto nas religiões.
Sem dúvida a fé é poderosa, remove montanhas, assim como as máquinas de
terraplenagem também o fazem. O importante é que nossos questionamentos sejam
resolvidos. Se a racionalidade mostra ser melhor, prova-se mais acertada, é nisso que
acreditamos. Se os deuses nos são mais satisfatórios é a eles que atribuímos total
racionalidade. De nada nos serve a religião se os fatos nos mostram ser falsa, e para
nada serve a ciência se não consegue explicar o que desejamos saber.

Inventamos as religiões para explicar as coisas que não compreendemos e inventamos a


ciência, para explicar as coisas que as religiões não explicam. Comprovada pela
evidência, muitas vezes a ciência é mais convincente que as religiões. E na ciência
acreditamos, com fé religiosa, mesmo quando existe a possibilidade que ela esteja
errada.

Religião e ciência na verdade não são antagônicas, não são excludentes, são isto sim,
complementares. A religiosidade sempre foi uma necessidade humana, sem ela
deixaríamos de ser humanos. Assim como a racionalidade, também ela nos é
imprescindível, sem a qual também não seríamos humanos.

Não vive melhor aquele que é apenas agnóstico, faz-lhe falta muitas explicações. E não
vive bem aquele que é exclusivamente religioso, constantemente contrariado pela
racionalidade.

Mesmos empedernidos cientistas fazem por vezes sua fezinha em algum jogo de azar,
contrariando a lógica da probabilidade e da estatística. Assim como os religiosos não
deixam de utilizar as miraculosas conquistas científicas.

Por que então escolher uma e rejeitar a outra? Quando estamos em dúvida, não serve
qualquer explicação. De antemão, nunca é possível saber qual vai ser o caminho para
solucionar um problema ainda não resolvido.

Se a origem da vida, por exemplo, ainda não foi possível ser compreendida, não
podemos simplesmente pressupor uma solução, seja ela religiosa ou científica. Nada
permite dizer que a religião ou a ciência está certa ou errada quanto à origem da vida na
Terra. Simplesmente não sabemos ainda. Não podemos descartar qualquer hipótese,
nem adotar apenas uma delas.

Não temos argumentos suficientes para demonstrar a veracidade de uma ou de outra. E


sempre a ciência e a religiosidade foram e são, bem e mal utilizadas.

O conhecedor religioso cedeu à tentação de tirar proveito do seu conhecimento para


explorar o próximo. E principalmente por isso as religiões são combatidas, utilizadas
que são como ferramentas de dominação.

Mas a ciência também é usada dessa maneira, muito mais até. Os que detêm os
conhecimentos científicos fazem uso desses saberes como artimanhas para a
dominação e exploração.
Os que combatem as religiões as colocam como sendo absurdos, entraves,
impedimentos para que o mundo melhore. E oferecem em troca a ciência e a
racionalidade, que são tão prejudiciais quanto. Naturalmente as religiões não têm
apenas desvantagens, assim como a ciência não produz só benefício. E vice versa.

Os representantes religiosos e os cientistas dizem-se estudiosos, intérpretes da


verdade, nada mais que isso. Não se consideram como sendo responsáveis pelos
desmazelos de suas deidades, ou como os conhecimentos científicos são utilizados.
Dizem-se inocentes quando o genocídio é viabilizado pelo saber tecnológico ou é
incentivado pelo pensamento religioso. Escondem-se atrás da ciência e da religião e
dizem-se inocentes. Mesmo quando atuam diretamente na produção de uma bomba de
hidrogênio ou fomentam o extermínio de hereges e infiéis.

É verdade que religião nenhuma resolve todos os problemas, sejam eles materiais ou
imateriais. A religião, assim como a ciência, é péssima solução para a maioria dos
problemas reais do ser humano, e os inventados também.

Assim como são utilizadas, tanto uma como a outra, privilegiam apenas pouquíssimos.
Em detrimento da grande maioria, que é quase sempre vergonhosamente explorada.
Como se o deus científico e o deus religioso fosse verdadeiramente, nada mais que o
dinheiro. Este sim ao que tudo indica, todo poderoso.

As religiões vendem tranqüilidade, conforto, e até cadeiras no céu.

A ciência é mercantilizada, tornando-se tão maléfica quanto as religiões, ou mais. Não os


conhecimentos em si, mas como eles são utilizados.

As religiões têm à sua disposição a credulidade dos fiéis. Argumento fortíssimo, que
dispensa toda e qualquer racionalidade. Muito efetivo na obtenção daquilo a que elas se
propõem. As pessoas religiosas acreditam e atuam com convicção, não por imposição.

Pois ser religioso é predominantemente um ato voluntário, os que acreditam em um


deus fazem isso voluntariamente. Ninguém é obrigado a acreditar sem questionamento.

A racionalidade também convence as pessoas com seus argumentos. Que então muitas
vezes acreditam nela religiosamente. As pessoas são convencidas pela lógica e pelo
raciocínio. Mas quando a ciência foge à nossa compreensão, acreditamos simplesmente.
Sem provas! Mas, igualmente, ninguém é forçado a acreditar.

Na polêmica entre religião e ciência, para chegar à verdade, muitos acham que a análise
deveria ser racional somente, argumentação científica.

Claro, sob este enfoque, nenhuma religião resistiria por muito tempo. Mas se a ciência
for estudada exclusivamente pelo aspecto religioso, também ela não iria manter-se. Seria
desmontada imediatamente.
Se a verdade não é única, por que não deixar as pessoas viverem como bem entendem?
Se quiserem ser religiosas, que sejam. Se desejarem acreditar exclusivamente na
racionalidade, que o façam. E o Estado que não contrarie isso. Se o povo é religioso ele
não deve ser laico, se o povo é laico o Estado não deve ser religioso.

A NATUREZA É DE GRAÇA - GG publicado 26/04/2007

Mas até quando?

Riqueza, tanto discutida e pela qual tanto se briga, tem algum sentido?

Realmente a riqueza é uma invenção humana. Ela só existe como nós a concebemos
porque nós mesmos a inventamos. Não tem sentido físico, a não ser para nós humanos.

Apesar de muitos animais defenderem um território, pelo qual brigam bastante, para eles
isso não é riqueza, é sobrevivência. Brigam por sua prole, brigam por alimento, brigam
por uma fêmea e defendem o seu território. Pois isso significa sobrevivência. Assim
como as abelhas defendem o mel acumulado e as formigas, que têm seus próprios
interesses, não se importam nem um pouco com a riqueza dos humanos.

Poderia dizer-se que riqueza reduz a entropia, concentra energia, contraria o caos,
organiza a desordem. Entretanto as outras formas de vida também fazem isto.

Com o tempo a natureza se encarrega de desorganizar tudo outra vez. Pois a


desorganização é o estado natural das coisas.

Inventamos a riqueza, e o ser humano a valorizou de tal modo que o objetivo inicial
perdeu-se totalmente. Riqueza é tirar dos outros. A riqueza, em vez de significar vida
passou a ser contrário a ela. Extermina sem piedade todas as formas de vida, inclusive a
própria espécie humana. Não trabalha mais pela organização e sim para o caos.

O que possibilita a concentração de riqueza é o lucro. Se não existisse (digamos que as


pessoas, espontaneamente, não desejassem enganar os outros, através da "livre
negociação", do "livre mercado", da propriedade e semelhantes), as relações comerciais
seriam facílimas de entender.

Toda riqueza é produto do trabalho humano. O próprio capital é nada mais que trabalho
acumulado. E qualquer coisa só tem valor se nela foi aplicada mão de obra humana.

Inclusive tudo aquilo que é produzido pelas máquinas, pois elas mesmas para serem
fabricadas envolvem trabalho humano. Seria só contabilizar corretamente, e cada
produto ou serviço teria estabelecido o seu custo, bem definido, que seria a mão de obra
envolvida.
Terras férteis, minérios, água, minerais quando intocados na natureza, não teriam
nenhum valor, já que não consumiram nenhum trabalho.

Essas fontes de riquezas nunca poderiam ser propriedade de alguém. Pertencem a


todos, todos deveriam poder extrair delas gratuitamente as matérias primas que
necessitam. Que através do trabalho adquirem valor e se transformam em riqueza.
Inclusive deveriam ser preservadas para as futuras gerações. Pois o que existe na
natureza pertence também aos que ainda não nasceram!

Entretanto, se alguém afirma que uma propriedade qualquer lhe pertence, e ela é
desejada por outros, imediatamente ela adquire valor artificial, valor de negociação. Que
nada tem a ver com o trabalho.

A natureza, sempre foi de graça. É só pegar.

Um diamante catado no chão não custa nada. Apenas o trabalho de abaixar-se e pegá-lo
do solo. E assim também as outras coisas, madeira, palmito, ouro, petróleo, nióbio etc.

O valor que adquirem é apenas o trabalho aplicado, para torná-los disponíveis e


adequados para o consumo. Produtos elaborados seriam caros, artesanato, programas
de computador etc., pois a eles é agregado muito trabalho humano. E outros custariam
muito pouco como realmente acontece com o cimento, por exemplo, que envolve
pouquíssima mão de obra e é relativamente barato.

Os consumidores teriam que pagar por toda a mão de obra envolvida na obtenção do
produto que consomem. E nada mais.

Isso naturalmente é utopia, dificilmente vai acontecer. Mas entre esse extremo e a total
escravidão é que vivem as sociedades. O limite da escravidão é quando o escravo
recebe tão pouco pelo seu trabalho que simplesmente deixa de viver. Morre de fome,
miséria e doenças. Não podendo mais ser aproveitado, deixando de ser útil.

A utopia seria quando todos recebem igualitariamente pelo trabalho que realizam.

O comunismo é mais utópico ainda, afirmando que cada um deveria receber o que
necessita e deveria trabalhar aquilo que é capaz de fazer. Humanismo total.

O capitalismo ao contrário, está mais próximo da realidade artificial dos seres humanos.
Cuja característica principal é o egoísmo. Um não importar-se absolutamente com os
outros. Um querer tirar vantagem em tudo. Um explorar o próximo. E nesse
procedimento vale qualquer coisa, inclusive a força bruta, a força das armas, que matam
para convencer e até destroem as riquezas já existentes. O capitalismo engrandece com
a desorganização, com a opressão, com o caos, pois assim fica mais fácil tirar dos
outros. O resultado é a concentração de riqueza, artificialmente.

Os tão apregoados "livre mercado" e "livre negociação" é pura conversa mole, na


verdade nunca existiram, são argumentos fictícios, meros eufemismos para a exploração
humana. Permitem cobrar por um produto ou serviço valores totalmente arbitrários,
mediante coação. É remuneração sem o trabalho correspondente. E por isso ninguém se
entende, existe uma confusão generalizada na economia e no estabelecimento de
valores. Impossível saber o que está acontecendo.

Nisso tudo nunca foi levado em consideração que a natureza é finita. Sempre que em
algum lugar esgotavam-se os recursos, outros eram encontrados que os substituíssem.

Mas, evidentemente, existe um limite. A natureza é finita. E aquilo que ela dá totalmente
de graça simplesmente vai deixar de existir um dia. Que é o que já está a acontecer com
o petróleo.

Nunca o ser humano enfrentou situação semelhante antes, a não se localmente. Nunca
aconteceu antes, um esgotamento total de recursos globalmente sem alternativa, sem
substitutos.

Todas as teorias formuladas até agora, as religiões inclusive, sempre ignoraram


completamente que isso um dia poderia acontecer. Nunca em lugar nenhum se pensou
que a natureza iria esgotar-se e deixar de dar de graça tudo que ela possui.

E o caos generalizado, deve acontecer.

LUCRO - GG publicado 24/04/07

A incoerência do lucro.

Lavoisier descobriu que o peso dos produtos de uma reação química é sempre igual ao
peso dos reagentes. A primeira lei da termodinâmica diz o mesmo em relação à energia.
A energia não se cria nem se perde, apenas se transforma. E Einsten (na verdade Henry
Poincaré) descobriu que matéria e energia são a mesma coisa.

O que isso tudo significa, é que do nada só se tira nada. Tudo que existe em nossa volta
é um equilíbrio, dois mais dois são quatro. A mais simples das aritméticas.

Colocando dois quilos de peixe num dos pratos de uma balança e no outro prato dois
quilos de pesos calibrados, temos um equilíbrio. Assim como dois mais dois são quatro.

Mas o ser humano inventou uma exceção, o lucro.

Colocando num dos pratos da balança de peixeiro mão de obra e mercadorias e no outro
o correspondente em moeda e papéis financeiros, a balança em vez de ficar equilibrada
pende para um dos lados. Às vezes pende muito e às vezes, apenas um pouco.
Evidentemente, se não existe equilíbrio, é porque em um dos lados da balança está
sobrando dinheiro ou mercadoria. Este excedente é chamado de lucro. Uma vez
embolsado o lucro, o equilíbrio é restabelecido e dois mais dois voltam a ser quatro.

As pessoas aceitam isso, acham o lucro perfeitamente válido.

Milagre! Com o lucro criou-se dinheiro do nada.

Como se tivesse sido criadas matéria e energia, a partir do vácuo absoluto a zero grau
Kelvin. No comércio concretizou-se o sonho dos alquimistas, da química, da física e da
matemática. O moto contínuo, ouro quanto se queira, e a vida eterna.

É claro que também no comércio vale a simples aritmética. O lucro nunca é dinheiro que
surge do nada. Numa negociação, se uma das partes teve lucro, a outra necessariamente
teve prejuízo, de igual magnitude. O lucro é pois um tirar dinheiro dos outros, sem dar
nada em troca.

Este outro pode até concordar com esse prejuízo, e então fará ele mesmo, por sua vez,
um negócio lucrativo que cobrirá o prejuízo, sobrando ainda alguma coisa.

O consumidor final, este não tem escolha, paga por tudo. Paga pelo custo daquilo que
foi adquirido e por todos os lucros embutidos. Mas todo mundo considera isso normal.

O lucro só pode ser obtido quando existe uma negociação. E negociação só existe
quando alguma coisa é transferida, não só mercadorias, podem ser serviços e coisas
abstratas também, como idéias, uso, dinheiro ou uma simples promessa. A liberdade do
lucro exige que a desregulamentação seja a maior possível sempre, valendo mais que
tudo a negociação. Quando então o lucro pode ser maximizado.

Se uma negociação fosse feita entre iguais, nunca alguém iria concordar em pagar por
ele. Ninguém concordaria em pagar mais pelo que recebe e o lucro seria zero, sempre.

Entretanto a negociação nunca é feita entre iguais. Sempre uma das partes é mais fraca
e, por bem ou por mal, é obrigada a pagar pelo lucro exigido. Sempre está presente uma
coação, se não o lucro jamais existiria.

Pode ser coação através da propaganda, do convencimento ou por simples imposição.


Mas sempre existe coação. A propaganda nos convence que o produto é mais do que
aquilo que é pedido por ele. O convencimento é feito pela conversa do vendedor, pela
beleza da vitrine e da recepcionista, pela embalagem, pela aparente sobriedade e
seriedade da empresa e vendedor. A imposição já é bem mais direta: "Eu tenho o que
você quer. Ou você paga o que eu estou pedindo, ou fica sem".

Tudo isso é legal. E ilegal também. A propaganda é uma mentira sempre, pois enaltece
as vantagens e minimizam os defeitos, nunca conta toda a verdade. Isso quando não
mente descaradamente, prometendo o que não pode cumprir. O que é propaganda
enganosa.
Se alguém tira dinheiro de um incauto em uma negociação vantajosa, ofertando algo que
é nada daquilo que foi prometido ele não é um negociante, é estelionatário.

E se alguém pede um preço exorbitante por alguma coisa extremamente desejada ele
não é negociante, é senhor de escravo ou assaltante. Trabalho escravo é assim, paga-se
se pouco ou nada pelo excessivo trabalho de alguém. Aproveitando-se que o outro não
tem escolha, é forçado a aceitar, pela fome, ignorância, desemprego ou pela ameaça de
violência.

Num assalto é a mesma coisa: "A bolsa ou a vida". Que escolha tem aquele que está
sendo assaltado? Que mercadoria seria a mais desejada neste momento, senão a
própria vida?

Essas coisas acontecem porque existe a ambição do lucro, que é dinheiro tirado dos
outros sem dar nada em troca, sem que se tenha trabalhado por ele. O lucro é o supremo
objetivo e não importa como ele seja alcançado. Agricultura, medicina, moradia,
automóveis, armas, empréstimos a juros, cocaína, falcatruas, suborno, usura,
assassinatos. Vale qualquer coisa. Mesmo quando ilegal, desde que seja possível furtar-
se ao castigo da lei. Que apenas excepcionalmente condenam aqueles que lucram
bastante.

Mesmo assim o lucro é considerado válido (quando dentro de limites aceitáveis, dizem
os entendidos). Entretanto estes limites são arbitrários sempre, flexíveis sempre e
ninguém nunca sabe quais são.

Lucro = receita - despesas. Esta é a fórmula mágica dos alquimistas do mundo dos
negócios, cria ouro do trabalho (escravo sempre) de outrem. Contraria tudo que existe
de lógico e racional, a química, a física, a moralidade e a própria vida. Diz que do nada é
possível retirar alguma coisa. Afirma que quatro não é o resultado de dois mais dois.

Lucro = receita - despesas não é uma equação, não é equilíbrio. É uma desigualdade, em
que uns ficam mais ricos e outros mais pobres.

Receita = Despesas, ou seja lucro zero, lucro inexistente, isto sim seria justo equilíbrio.
Satisfeitos estariam Lavoisier, Einstein, a Termodinâmica e a balança do peixeiro.
Satisfeitas estariam as pessoas, a natureza, o meio ambiente e a sobrevivência da vida
na Terra.

Descontentes existiriam, é claro, mas apenas alguns gatos pingados. Que então teriam
que trabalhar para viver, assim como os demais. E não seriam mais idolatrados pela
montanha de papel verde e metal amarelo que surrupiaram.

E os juros? Os juros são o supra-sumo do lucro, a essência, o ápice da safadeza. Hoje


emprestar a juros é um comércio sem mercadoria. No empréstimo a juros nunca houve
qualquer intermediário material ou intelectual que deva ser criado produzido ou
trabalhado, e que sirva de pretexto para a negociação. Atualmente, nem mesmo dinheiro.
A mercadoria é o vácuo absoluto, o nada completo, representado por simples
algarismos em colunas de débito e crédito de contas virtuais.
Como é facílimo produzir o nada, instantâneo fazer isso, trilhões de negócios podem ser
executados por segundo. Cada um deles rendendo juros, ou seja, gerando lucro infinito.
Gastando para tanto apenas elétrons, que percorrem os circuitos dos caça níqueis dos
bancos e financeiras. Tudo é automático e instantâneo.

É só convencer as pessoas que pagar juros é um bom negócio, ou induzi-las ou forçá-


las a isso. Ou convencer, induzir ou forçar os representantes legais dessas pessoas, os
políticos, a fazer isso.

O lucro é bom, só para alguns. Um desastre para a maioria e uma catástrofe para a
natureza e para o meio ambiente. O lucro, a safadeza, sem dúvida, já é praticado há
bastante tempo. Mas isso não o torna mais aceitável ou benéfico. A hanseníase e a
tuberculose são doenças que já existem também há muito tempo, mas contrariamente ao
lucro, sempre foram combatidas.

O lucro é a peste que assola a nossa civilização, é a doença que vai matar o mundo.

Muita gente afirma que sem o lucro nada seria possível. O lucro é que faz um
empreendimento crescer. E capital é lucro acumulado, aglomerado em ouro de mão de
obra humana.

Para fazer as coisas necessita-se de matéria prima, mão de obra, terra, máquinas,
instalações, água, energia etc., mas acima de tudo é necessário capital. Sem o que, nada
sai do lugar.

Sem dúvida, qualquer um que inicie um negócio, por mais insignificante que seja, vai
sentir isso: Falta dinheiro para os gastos iniciais. Para impulsionar o bonde e fazê-lo
entrar em movimento.

Realmente a acumulação de capital só é possível através do lucro, ou seja, pela


apropriação do resultado do trabalho de outros, de muitos outros. Já que ninguém por si
só, trabalhando, conseguiria acumular muita coisa ao longo de sua vida. Tirando um
pouco ou mesmo bastante de cada um (que é o que o lucro faz) torna-se possível
acumular capital imenso. E com ele então concretizar empreendimentos. Cujo objetivo é
novamente o lucro, capital e mais investimentos. Ad infinitum.

Até que tudo sobre a face da Terra pertença a uma única pessoa, dona de tudo. Este é o
supremo, divino e sagrado objetivo do lucro!

Só não aconteceu ainda porque então todas as demais pessoas ficariam sem nada. E
ninguém gosta disso. Rebelam-se, revoltam-se, destroem, explodem, matam e morrem.

O lucro nem sempre existiu, não é indispensável, muitas sociedades desconheciam o


lucro e mesmo assim prosperaram. Na verdade não é necessário capital para fazer as
coisas funcionarem ou que entrem em funcionamento. Quando existe solidariedade e
cooperação.
Os mutirões, muito na moda nos tempos dos imigrantes, eram também utilizado pelos
caboclos e índios brasileiros. Tarefas e objetivos difíceis de serem resolvidos
solitariamente eram enfrentados por todos e concluídos rapidamente. O compromisso
de cada um era ajudar os demais nestas ocasiões. Ninguém sequer pensava em lucro ou
capital, pois que, se muitas vezes existia fartura entre eles, dinheiro quase nunca.

As cooperativas são outra maneira de se fazer as coisas sem lucro e sem capital.
Máquinas impossíveis de serem adquiridas são compradas em conjunto e utilizadas por
todos. Uma cooperativa atenua as incertezas de cada cooperado, nivela os altos e
baixos, facilitando a vida. Não é mais, cada um por si e deus por todos.

Os próprios governos não precisam de capital externo, já que podem requisitar parte do
trabalho do seu próprio povo, como é o caso do serviço militar obrigatório e através do
recolhimento de impostos.

É claro que os dirigentes devem ser íntegros honestos não egoístas nem entreguistas.
Senão nada nunca funciona.

Os índios faziam algo parecido. As coisas comuns eram trabalhadas em conjunto. Cada
cidadão tinha que dedicar algum trabalho para as coisas comuns. E naturalmente nunca
tinham em mente o lucro nem o capital. Pois nem moeda nem propriedades tinham.
Mesmo assim realizaram muitas coisas, como os Maias, Astecas e os Incas.

Certamente realizaram coisas admiráveis. Mas será que chegariam a ser o que nós
civilizados somos atualmente, com tantas vantagens materiais, tanto poder e tantos
conhecimentos?

Se quase nada conseguiram resistir aos pouquíssimos espanhóis de Cortez, Pizarro, aos
cowboys estadunidenses e aos portugueses escravocratas?

É verdade, talvez os índios nunca chegassem a ser assim tão civilizados e superiores
como nós.

Mas talvez, simplesmente porque eles nunca concordariam em trabalhar como


condenados, como nós fazemos com tanta fúria, em prol do maldito lucro!

E ainda de sobra, destruindo o planeta.

VERDADE SECUNDÁRIA - GG

O ser humano discute coisas importantes como se estivesse a brincar de cabo de


guerra.

O que existe em comum no urânio empobrecido, transgênicos, amianto, celulares e


aquecimento global?
Aparentemente nada.

A não ser a polêmica, a divergência de opiniões, o radicalismo ao serem discutidos


esses assuntos. Uns dizendo que são totalmente benéficos e inofensivos e outros
jurando de pés juntos que significam a morte de tudo e de todos.

Entre os extremos, centenas de opiniões diferentes. Como se ninguém soubesse nada


sobre coisa alguma. Uns são totalmente contra, alguns totalmente a favor e muitos no
intermédio. Ficamos aturdidos, totalmente perdidos com tantas contradições e não
sabemos o que pensar de tudo isto.

São assuntos que têm em comum a confusão, a diversidade de afirmações, o exagero, a


mentira, a falta de objetividade e de bom senso. Flutuam no jogo das palavras e dos
interesses escusos.

Mas sem dúvida são coisas importantes que afetam a muitos, senão toda a humanidade
e a própria vida na Terra.

Assim o que nos resta fazer, é observar as mais variadas opiniões e dependendo de
como elas são apresentadas acabamos convencendo-nos da veracidade de uma delas. E
então tomamos partido, intuitivamente apenas, sem conhecimento. Simplesmente
porque belas e convincentes palavras e imagens cativaram-nos a opinião. Que
dificilmente saberemos algum dia ser verdadeira.

Poucas são as pessoas que verdadeiramente fazem testes, experimentam, pesquisam


em laboratório e no campo. Poucas pessoas são conhecedores e sabem do que estão
falando. E mesmo estas podem estar enganadas. E não estão isentas da influência de
interesses. E interesses existem muitos, prioritários sempre, acima de qualquer coisa.

A grande maioria baseia-se apenas no que lêem, e cada qual acrescentam um ponto. São
pesquisadores de escritório e da Internet, não criam absolutamente nada. Mas emitem
opiniões, torcidas e distorcidas de acordo com seus interesses e convicções.

Os entendidos, aqueles que provavelmente estão certos quanto a determinado assunto,


em vez de serem acreditados pela veracidade de suas afirmações, muitas vezes são até
difamados ou ignorados, quando o que dizem significa contrariedade.

A realidade só é permitida se for conveniente.

Assim, só o passar do tempo é que pode cristalizar as verdades, sejam elas quais forem.
Comprovar se são mesmo verdadeiras. Quando então, poderá não ser mais importante
saber quais sejam. Pois as coisas desatualizam, mudam e o tempo é linimento, cura as
feridas. Ou pode ser demasiadamente tarde para remediar qualquer coisa e os efeitos já
sejam totalmente irreversíveis.
Como é o caso dos transgênicos e do aquecimento global. Discute-se muito e é quase
só isso o que se faz. Providências mesmo nenhuma, a não ser para inglês ver.

Mas simplesmente não deveríamos esperar, "pagar para ver" o que vai acontecer com o
planeta. Seguro morreu de velho, seria uma mais que razoável precaução.

Os raios X, descobertos por Wilhelm Conrad Röngten em 1895, logo mostraram a sua
enorme utilidade na medicina e em muitas áreas da tecnologia. Mas cedo também se
descobriu o grande perigo que é essa radiação artificial. Causa câncer, mutações e
destroem os tecidos vivos. Sendo que o próprio Röngten faleceu em conseqüência dos
experimentos que fez com a radiação que inventara.

Mas não deixou-se de usar os raios X por causa disso. Procurou-se minimizar os danos
e maximizar o benefício. Evidentemente, se a somatória dos prejuízos fosse muito
grande, os raios X teriam que ser abandonados. E Röngten não teria sido um benfeitor
da humanidade.

Mas como seria se o perigo dos raios X não fosse reconhecido imediatamente, se
fossem em longo prazo e imprevisíveis, o que seria feito?

Será que a humanidade estaria disposta a abrir mão desse recurso, tão útil que é, por
causa de um dano no futuro, distante futuro?

Estamos a discutir atualmente conquistas tecnológicas e científicas realmente inéditas


no planeta. Inventadas pelo ser humano, sem precedentes e é dificílimo prever as
conseqüências.

Mas fazemos isso como se estivéssemos a brincar de cabo de guerra. Uns puxam para
um lado e outros em sentido contrário. Sendo que o importante é apenas vencer o
combate, derrubar os adversários. Não é uma disputa pela verdade.

O objetivo dos que puxam esse cabo de guerra é quase sempre um interesse comercial
qualquer. Tudo em nosso mundo gira em torno disso. Pois sem mercadejar as coisas,
nada mais é possível em nossa sociedade, nem mesmos os conhecimentos.

A verdade fica sempre em segundo plano.

Não importa muito se o que fazemos agora, neste momento, possa ser potencialmente
prejudicial ao porvir. O valor futuro é menor que o valor presente, é o que diz a
economia, a ciência dos juros e do lucro. Dinheiro hoje vale mais do que dinheiro
amanhã. Assim o importante é o agora. E o futuro, lixe-se.

Coisas que deveriam ser tratadas objetivamente, racionalmente, como a utilização de


substâncias radiantes, microondas, engenharia genética, células tronco, aquecimento
global e tantos outros, por causa do perigo que encerram, principalmente tendo em vista
o futuro da vida na Terra, não são. Simplesmente porque o sistema é mercantilista, o
objetivo é o lucro e a verdade é secundária.
CRIMES CONTRA A HUMANIDADE - GG comentário publicado 19/03/07

No instante que Saddam Hussein foi preso pelos estadunidenses, era mais do que
evidente que ele seria condenado à morte. E todo mundo sabia que isso ia ser assim.

É só pensar um pouco, como teria que ser o resultado do "julgamento" de Saddam


Hussein:

1 - Inocente.

Absurdo, isso seria dizer que a invasão do Iraque teria sido um enorme equívoco.

2 - Alguns anos de cadeia.

Não. Não seria suficiente para justificar as enormes despesas e mortes acontecidas na
invasão.

3 - Prisão perpétua.

Também não. Num país instável como o Iraque ele poderia fugir ou ser libertado. E
mantê-lo preso sob vigilância de uma "justiça internacional" (como aconteceu com
Rudolf Hess em conseqüência do julgamento de Nürenberg), poderia demorar décadas,
e iria custar uma nota.

Assim, só poderia ser a pena de morte, não importa o que ele tivesse feito ou deixado de
fazer.

Que foi o que aconteceu.

Achar que Saddan Hussein seria julgado por um tribunal iraquiano imparcial e justo, só
pode ser piada. Nisso, nem brasileiro acredita!
BANCO SOCIALISTA - GG publicado 22/03/07

Poderia uma instituição financeira um banco, por exemplo, ser considerado socialista?

As empresas falam muito em "responsabilidade social", mas quase nenhuma delas


pratica isso de verdade. Muito é discutido em todos os lugares sobre princípios,
ideologias, filosofias, capitalismo, comunismo e coisas assim. As pessoas perdem-se
em intermináveis discussões apaixonadas sobre as mais variadas teorias, sistemas e
métodos.

Quando o que interessa mesmo, é apenas o resultado. Não importa o fundamento das
coisas, e sim apenas como elas são concretizadas.

Que interessa a liberdade se as pessoas são oprimidas pela miséria? Que interessa a
democracia se ela só existe nas palavras? Que adianta um comunismo que nunca é
aplicado verdadeiramente? Que adianta a ordem e segurança, se as pessoas não têm
emprego?

O prêmio Nobel da paz em 2006 foi concedido a um banqueiro!

Muhammad Yunus criou um banco em Bangladesh, país muçulmano de cento e trinta


milhões de pessoas, com metade da população vivendo abaixo da linha de pobreza.

E, por incrível que pareça, foi a criação deste banco que lhe rendeu o prêmio Nobel da
paz!

Muhammad Yunus foi entrevistado no Roda Viva da TV Educativa. É economista e


estudou nos Estados Unidos. Nesta entrevista, sobre economia e sistema bancário,
respondeu às perguntas sem nenhum palavreado complicado. Respondeu com
impressionante clareza e precisão.

Mostrando que a maneira de se expressar normalmente usada por economistas e


figurões das finanças, não passa de mera enrolação, despiste geológico para confundir
as pessoas.

O banco que fundou é o Grameen Bank, especializado em fazer empréstimos para


pessoas pobres. Apenas pequenos empréstimos. Convertidos em dólares, em média os
empréstimos são de trezentos dólares. Não mais que isso.

Muhammad Yunus explicou que se o banco fizesse empréstimos de maior valor,


gradativamente iria deixar de lado o atendimento às pessoas mais pobres, e o banco
perderia sua finalidade.

Emprestando para os ricos, o banco iria dar preferência para este tipo de negócio e
acabaria não emprestando mais para os pobres.
Outro motivo importante, disse ele, é que os ricos são maus pagadores! Os ricos, com
seu poder e influência política deixam de pagar os empréstimos que fazem, por mais
garantias que se lhes exija. E saem ilesos com isso. Já os pobres são honestos, honram
a confiança que neles foi depositada e pagam religiosamente as dívidas contraídas.

A inadimplência neste banco é extremamente baixa!

Nos Estados Unidos (e naturalmente na maioria dos países capitalistas) as pessoas são
inundadas com facilidades de crédito e propaganda, incentivando enaltecendo e
embelezando o consumo. Tudo e qualquer coisa deve ser adquirido. Sem que haja a
mínima preocupação como essas coisas devam ser pagas posteriormente. E as pessoas
compram e compram, sem parar.

O banco Grameen não empresta dinheiro para consumo. Empresta para que as pessoas
apliquem em alguma atividade que lhes proporcionem renda e assim possam honrar o
compromisso assumido. Com renda própria elas passam então a ser também,
consumidores. Mas fazem isso então com dinheiro que é seu, e não com dinheiro
emprestado.

O banco Grameen não exige nenhuma garantia sobre os empréstimos que faz. Não é seu
objetivo coagir as pessoas pela força da justiça, o que iria causar enorme prejuízo aos
inadimplentes.

Entretanto, o banco não perdoa as dívidas, atua deste modo para que as pessoas ao
contrair empréstimos não contem com a possibilidade de perdão.

O que o banco faz no caso de inadimplência é emprestar mais dinheiro ainda, para que o
devedor possa recuperar-se e então saldar o que deve.

O banco empresta dinheiro também para construção de casas, tratamento de saúde e


educação, que poderia ser considerado consumo e não um investimento. O argumento é
que as pessoas precisam estar saudáveis e necessitam de um teto sobre suas cabeças,
sem o que não poderiam produzir suas rendas familiares. E o estudo significa melhoria
na renda, sem dúvida.

Quando de catástrofes naturais, que no Bangladesh são muito freqüentes, o banco


também empresta dinheiro. Para que as pessoas possam refazer as suas vidas e
produzir novamente.

Sem dúvida, é um banco que visa o bem estar da sociedade pobre do país. E mesmo
assim cresceu e se tornou enorme. Cobra juros, sem dúvida, mas em média apenas 15%
ao ano!

Tendo sido estabelecido como meta, nunca cobrar mais que 20% ao ano. Quando então
as despesas do banco teriam que ser reduzidas, apertar o cinto, para não ultrapassar
este limite. Considerando o pequeno montante de cada empréstimo, sem dúvida é
realmente muito pouco.

É só pensar que no Brasil os bancos (embutindo seguro, taxas etc.) cobram isso, ao
mês!!!

O Grameen não tem como objetivo o lucro, é quase como se fosse uma cooperativa,
porém até melhor que isso. Ao contrário de uma cooperativa não toma empréstimos
externos nem negocia com terceiros.

O banco pertence 90% aos próprios tomadores de empréstimos, todas elas pessoas
pobres. E 10% ao governo. É um banco totalmente autônomo. Não depende de nenhuma
fonte externa. E mesmo assim (ou justamente por isso) funciona muito bem.

O Grameen não só empresta dinheiro. Quer que as pessoas se escolarizem, tratem de


sua saúde e tenham uma vida melhor. Este banco criou várias empresas, cujos
proprietários são os tomadores de empréstimos do banco e seus próprios empregados.
Uma delas é para comerciar os tecidos produzidos pelas famílias de tecelões, que no
Banlagdesh são um milhão de famílias.

Exímios artesãos, extremamente capacitados, produzem verdadeiras obras de arte, mas


são muito pobres, pois não conseguem vender o que produzem a preço razoável.

Esta empresa comercializa seus produtos nos Estados Unidos e Europa, garantindo o
mercado que necessitam.

Tudo isso rendeu a Muhammad Yunus o prêmio Nobel da paz. Prêmio cuja concessão
muitas vezes é uma farsa sem igual. Mas neste caso, realmente merecido.

O Grameen, banco majoritariamente particular, é social, sem dúvida.

E o nosso BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, uma estatal


(que trabalha com o dinheiro do povo e deveria objetivar o bem estar dos brasileiros),
certamente é o oposto disso. Empresta dinheiro, exclusivamente para empreendimentos
que objetivam em última instância apoderar-se cada vez mais do pouco que os pobres
ainda possuem.

Assim um banco pode ser bom ou ruim para sociedade. Se o Grameen mudar de política,
não se interessar mais pelo bem estar dos tomadores de empréstimo e passar a cobrar
juros como se faz no Brasil, ele nada mais seria que um agiota a explorar os pobres de
Bangladesh.

Como fazem sempre todas e quaisquer entidades financeiras no mundo todo, pois o
objetivo seria maximizar o lucro.
Sem dúvida pouco interessam as teorias e ideologias. E sim como são aplicadas e os
resultados decorrentes.

Melhor do mundo, a tirania que trata bem a sua gente. E pior, a liberdade e democracia
cujo resultado é guerras e miséria.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Banco_Grameen

CRIMINALIDADE HEREDITÁRIA - GG publicado 9/03/07

Existe tendência genética para o crime?

Muita gente acredita firmemente nesta possibilidade. E estuda este assunto


extremamente complicado.

Os seres vivos transmitem à sua prole seus genes paternos e maternos. Que ao longo
do tempo sofrem mutações. As mutações são muito raras. Assim inúmeras tentativas e
gerações são necessárias para que alguma mudança significativa aconteça e se
perpetue. É muito demorado, no ser humano centenas e milhares de anos.

Sem dúvida os descendentes são semelhantes aos ascendentes, pois herdam suas
características. E existem características físicas e de comportamento que são herdadas.

Pessoas, famílias, etnias, raças sem dúvida possuem índole e comportamento


diferentes. Herança genética, as pessoas são diferentes. É a diversidade, essencial para
a sobrevivência da espécie no longo prazo.

Mas isso, absolutamente nada tem a ver com criminalidade!

Criminalidade é uma invenção do ser humano. O que hoje é crime amanhã pode não ser
mais. As leis que fazem alguém ser criminoso ou não, são arbitrárias, inconstantes,
dependem de interpretação, e alteram-se num prazo muito curto. Crime é o que a
sociedade estabelece ser crime, não está escrito nos genes.

Hoje em dia, usar trabalho escravo é crime, mas apenas há cento e vinte anos atrás não
era!

Uma pessoa que mata intencionalmente é um assassino. Mas se for um policial ou


soldado no cumprimento do dever, aí não é.

Solano Lopes foi um herói para os paraguaios. Mas assassino, no entender dos
brasileiros.

Crimes e comportamento criminoso são invenções da sociedade!


Essa idéia é originária do racismo (que também é natural nos seres humanos) quando se
tentava explicar a existência de raças superiores e coisas assim. Houve época em que
se pensava deste modo. Mas o objetivo era encontrar uma justificativa para dominação e
para o genocídio.

Afirmar que crime é genético, seria como dizer que são criminosos as pessoas mais
baixas ou mais altas que certa faixa de altura estabelecida por lei. A altura de um adulto
certamente tem forte componente genético. Mas os parâmetros limitantes são
simplesmente arbitrados pela sociedade.

Assim, o comportamento das pessoas. São diferentes, em parte devido à sua herança
genética. Mas os limites de comportamento que definem a criminalidade são arbitrários.

A origem do crime, só pode ser explicada socialmente. Pois o crime é invenção da


sociedade!

SEGURANÇA BANCÁRIA - GG publicado 14/03/07

O sistema bancário é realmente seguro?

Se perguntarmos a alguém que entenda do assunto ou a um gerente de banco ele dirá


invariavelmente que é extremamente seguro. Que é praticamente impossível burlar o
sistema. E deve ser mesmo.

Mesmo assim vemos constantemente nos noticiários, que são aplicados os mais
variados tipos de golpes. E quase sempre a falha é atribuída ao correntista que não
tomou o devido cuidado com a senha, com o cartão, com seus documentos etc. Pois o
sistema em si é muito seguro.

Tentei três vezes num caixa eletrônico 24horas retirar algum dinheiro da minha conta
bancária e o cartão ficou bloqueado.

Telefonei para o banco e me informaram que o cartão só poderia ser desbloqueado na


agência onde a conta foi aberta. Fui, vinte quilômetros para ir e depois mais vinte para
voltar.

Lá chegando entreguei o cartão para o gerente e ele o desbloqueou. Agora com a senha
alterada. E fui embora.

Nada de anormal nisso. A não ser o fato, que o gerente não pediu nenhum documento
que comprovasse que eu era realmente o dono do cartão, absolutamente nada!
Simplesmente desbloqueou o cartão e mo devolveu! E tenho certeza ele não me conhece
pessoalmente, assim como eu não sei quem ele é. Fui nesta agência apenas uma vez,
para abrir a conta.

Deveria ter reclamado na hora, feito um escarcéu dos diabos, mas isto só me ocorreu
depois, quando já estava voltando.

Por que tenho que ir pessoalmente a um lugar específico para desbloquear o cartão, se
nenhum documento de identidade é exigido? Sendo assim, o que impediria qualquer
agência desbloquear o meu cartão ou que isso fosse feito até por telefone ou Internet?

Pelo jeito, se eu tivesse perdido os documentos ou eles tivessem sido roubados,


qualquer um poderia ter ido tranqüilamente até o banco e pedir a validação de nova
senha. Tão simples assim! E então retirar tudo o que fosse possível de minha conta.

Nenhum documento foi solicitado. E se fosse feito isso, será que fariam a comparação
entre a fotografia e a pessoa, para saber se é realmente o correntista que estava pedindo
a alteração?

APOSENTADORIA - GG comentário publicado 7/02/2007

A aposentadoria é uma fraude.

As regras da previdência, tanto para funcionários públicos como para trabalhadores da


iniciativa privada foram estabelecidos pelos governos exclusivamente. Ou seja, os
trabalhadores são descontados em certa importância ao longo de suas vidas de trabalho
e então recebem isso de volta, como aposentadoria. As regras sempre foram ditadas
pelo governo.

Qual a justificativa para afirmar que não existe dinheiro, se sempre foram os governos a
ditar as normas?

Se o dinheiro não existe, ele foi roubado ou desviado para pagamento de outras coisas.
Alteraram a legislação no meio do caminho, permitindo que o dinheiro do INSS fosse
usado para pagamentos da dívida interna e externa (por pressão do FMI). É por isso que
não existe mais o dinheiro. E sem dúvida também, por causa das falcatruas.

Mas nunca deveria ser o trabalhador a pagar esta conta, já que nunca teve opção em
escolher se quer ou não ser descontado para efeito de aposentadoria.
Fernando Henrique Cardoso para fazer a sua reforma previdenciária mudou a
constituição. O que significa que direitos anteriores deixaram de ter validade. As regras
foram mudadas, no meio do caminho. E as aposentadorias ficaram tão baixas que os
trabalhadores precisam trabalhar até morrer (se tiverem a sorte de estar empregados)
para não morrer de fome.

FHC disse então para os trabalhadores complementar a renda da aposentadoria fazendo


uma previdência privada. Que é outra falcatrua, assim como foram a GBOEX, APLUB,
CAPEMI etc. dos quais muitos, ainda tem amarga lembrança.

Dizer que a previdência não tem dinheiro é mentira. Dinheiro existe, mas é usado para
outras coisas. Não sobrando assim para pagar as aposentadorias. Graças ao FHC.

O Brasil paga anualmente 150 bilhões de Reais de juros sobre suas dívidas. Dívidas
muitas delas fraudulentas. O que uma auditoria, que o governo nunca faz, constataria
serem indevidas e já pagas muitas vezes.

Mas isso parece não preocupar ninguém.

SER HUMANO RACIONAL - GG publicado 28/02/2007

Estranho este ser humano, que se diz racional.

Queima combustíveis fósseis para movimentar máquinas que derrubam as florestas.


Joga CO2 na atmosfera para eliminar a vegetação que poderia recuperar este carbono do
ar.

Cria gado, com sete quilos de alimentos vegetais e grãos para obter um quilo de carne.
O gado peida (mais elegantemente denominado flatos) metano, gás de efeito estufa
muito mais poderoso do que o CO2. Pisoteia o solo compactando-o, tornando-o
imprestável. E no Brasil existe mais gado que brasileiros.

Olhando um girassol uma plantinha de soja um pé de cana ou dendezeiro e comparando


com a quantidade de agro-diesel ou álcool que deles se pode extrair, só o dá para dizer:
É muita planta, para tão pouco combustível!

Mas, os números confundem-nos, fala-se em milhares, milhões de hectares toneladas


quilowatts litros dólares e divisas. Sem dúvida números que impressionam. Mas
continua sendo muita planta para pouco combustível.
As castanheiras no Pará e pinheiros do Paraná estão protegidos por lei. Castiga-se quem
as derrubar. Isso garante sua extinção, pois é desvantajoso tê-las em sua propriedade.
Que por causa destas árvores, perde valor.

Quando o que deveria ser feito é recompensar-se àqueles, que as mantém em pé. E
incentivar que sejam plantadas.

O milho, alimento importantíssimo para a humanidade, perdeu já faz tempo, a


capacidade de procriar-se sozinho. Uma espiga de milho que cai ao solo simplesmente
apodrece. A semente não consegue romper o invólucro da espiga, a palha de milho.

Se o homem deixar de plantar milho ele desaparecerá totalmente do planeta.


Selecionaram-se ao longo do tempo as características que interessam ao ser humano,
ignorando as demais. O milho precisa do ser humano para continuar existindo.

Pandas, coalas, tartarugas marinhas e onças se não forem protegidos, desaparecerão.


Mas deveríamos proteger milhões de espécies, pois sem nós, ou melhor, por nossa
causa, estão a sumir do mapa.

Muitas doenças possuem um forte componente hereditário, hemofilia, diabetes, doenças


cardíacas etc. O combate a essas doenças permite que as pessoas vivam mais, e
procriem. Perpetuando com isso doenças que tenderiam naturalmente ao
desaparecimento.

O argumento é salvar vidas, é obrigatório curar doenças, mesmo as hereditárias. Pois a


vida do ser humano é sagrada. Se isso é verdade, por que se faz tão pouco para
combater a desnutrição e a miséria, que matam muitíssimo mais?

A população mundial está aumentando. Os ricos acham que os pobres deveriam ter
menos filhos (eles próprios não precisam fazer isso, pois os podem sustentar com
folga). E o que, os ricos oferecem aos pobres, se estes salvarem o planeta da
superpopulação?

Nada, nenhum benefício. A não ser o fato de não ficarem mais pobres ainda, pois ter
filhos aumenta a pobreza. A recompensa dos pobres é poder continuar a sua pobreza
normalmente, sem filhos. Protegendo assim os recursos, para aqueles que podem
comprar.

Belo incentivo!

Se eu fosse pobre teria uma dúzia de filhos. Para formar uma quadrilha e assaltar os
ricos!
Há não muito tempo atrás éramos caçadores/coletores. A caça foi então substituída
pelos animais domésticos. Os vegetais raízes e frutos que eram coletados cederam lugar
à agricultura.

Restou a pesca como sendo a única fonte natural de alimentos. Mas também isto está
mudando, pois já atualmente, 30% de todo o pescado e marisco consumido no mundo
são provenientes de cultivo.

Criamos um mundo artificial, em tudo dependente de nossa atuação. E achamos que


isso é liberdade, pois estamos fazendo o que desejamos fazer. Quando é justamente o
contrário!

Estamos cada vez mais comprometidos com o andamento das coisas, cada vez mais
tudo à nossa volta depende do que fazemos e deixamos de fazer.

O pior é que não estamos dando conta. As coisas estão saindo do controle.

REALIDADE E FICÇÃO – GG publicado 10/10/2006

Vivemos entre verdades e mentiras

A verdade não é única. Não existem simplesmente coisas verdadeiras e em


contrapartida, as falsas.

Até as leis físicas são assim, muitas comprova-se com facilidade a sua validade.
Entretanto, no microcosmo, no zero absoluto de temperatura, perto da velocidade da luz,
algumas delas simplesmente deixam de funcionar. A verdade tem pois a sua
abrangência e apresenta limites. E praticamente tudo, é passível ser questionado, de
uma forma ou de outra, mais cedo ou mais tarde.

Fatos históricos, relatados friamente, revelam a verdade para uns. E mentira para outros.

Solano Lopes, para os paraguaios foi um herói, para os brasileiros um crápula. Duas
verdades contraditórias. Qual seria a verdade verdadeira?

O depoimento de autoridades não tem validade absoluta. Por princípio, é errado supor
que mesmo o mais erudito conhecedor de um assunto qualquer, seja infalível. Muito
menos o "chefe", ao qual apenas foi delegado o poder de decisão. Pois nenhuma
verdade é definitiva, não existe o dono da verdade, não existe a última palavra, nunca. O
preço da verdade é o seu eterno questionamento.

Se assim não fosse, os conhecimentos estariam estagnados, já há muito tempo. Como


de certo modo aconteceu, na Idade Média.
O consenso também não é garantia de validade. Se todos, ou a maioria, concordam em
determinado assunto, não significa que o mesmo seja verdadeiro. É perfeitamente
possível que milhões de pessoas acreditem piamente, em uma deslavada mentira.

Como as religiões. Onde cada qual afirma ser ela a única verdadeira. Como podem
coexistir, se apenas uma delas é necessariamente, a verdadeira?

A verdade é pois dúbia sempre, incerta, fugidia. E torna-se então uma questão de fé,
simplesmente. O que significa acreditar sem provas. Verdade é aquilo em que se
acredita, nem que seja uma falsidade. A verdade não existe por si só, tem que ser
acreditada.

Importante para alguns, sem significado para outros, a verdade nunca é universal.
Altera-se com o tempo e lugar, não é uma constante. Vivemos segundo as verdades e
mentiras que construímos e nas quais acreditamos e que não são eternas.

As pessoas devem convencer-se, ou serem convencidas. É mais importante do que


saber se a verdade é, ou não, verdadeira. E é o que sempre tem sido feito na
humanidade: Convencer as pessoas sobre as verdades, nem que sejam mentiras.

As verdades são aprendidas, e de pequenino se torce o pepino. Os costumes e a


educação formam as pessoas, desde cedo elas aprendem o que devem aprender. É uma
imposição, sem opção, da qual poucos logram escapar. E os que fazem isso são
considerados antisociais, delinqüentes e perigosos. São repudiados sem exceção,
rejeitados e castigados.

Já depois, na vida adulta, torna-se mais difícil alterar o cimento moldado e endurecido
pelo tempo. São os adultos os que mais relutam em aceitar idéias novas. Recusam-se a
desmontar o edifício de credibilidade, que trabalhosamente construíram ao longo de
suas vidas.

E como convencer uma pessoa sobre um assunto qualquer, se ela não acredita?

Existem as leis que obrigam. Obrigam a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, não
importa que não se acredite nelas, ou não se esteja convencido de sua validade.
Obrigam pela ameaça de punição. E assim, não existe uma única lei, sem que haja
castigo pelo seu descumprimento!

Com isso deve existir obrigatoriamente uma estrutura que fiscalize e uma estrutura
punitiva. Que podem tornar-se inviáveis, se forem muitos os transgressores. A
sociedade pode tornar-se opressiva em excesso, cruel e desumana.

O caminho das leis é um caminho caro e difícil, melhor é convencer as pessoas. Que
então farão, ou deixarão de fazer, tudo aquilo que é desejado, espontaneamente. Pois
acreditarão nisso.
E as pessoas são maleáveis, a maioria. Isso é considerado até, uma virtude. Ninguém
gosta de turrões que fincam o pé em um ponto de vista e não cedem milímetro, nem a
pau. Mesmo que essa pessoa esteja corretíssima em sua afirmação. Mesmo assim, ela
deve ceder, deve abdicar da verdade e submeter-se ao consenso. Isso é considerado
virtude, é virtuoso aceitar a mentira.

As pessoas podem ser convencidas mais ou menos facilmente, raríssimas as exceções.


É só achar os meios para se fazer isso. Que, de preferência, devem ser dissimulados o
suficiente para que as pessoas não percebam que estão sendo enganadas.

E é enganação sempre, sem dúvida, fazer com que as pessoas aceitem uma idéia
qualquer. Já que nunca está em jogo transmitir a verdade. Que é sempre duvidosa.

Como a propaganda, seja ela para vender algum produto ou desfazer uma ideologia.

É bem mais custosa, se a idéia tem que ser martelada incessantemente por dias, meses
e anos a fio. É efetiva sem dúvida, principalmente porque nunca é mencionado o outro
lado da moeda (nunca são citadas as desvantagens do produto ofertado, nunca fala-se
sobre as virtudes da idéia que está sendo combatida). As pessoas acabam achando que
é a única opção existente, e acreditam.

Mas é custosa, e demorada.

Muito mais eficiente e bem mais dissimulada, é a pretensa neutralidade. Mantém-se a


aparência de imparcialidade. Divulga-se com habilidade as duas faces da moeda,
ressaltando porém as características que são desejadas e inferiorizando as que se quer
combater. Com naturalidade e aparente neutralidade.

E então o grande truque, o pulo do gato: Fica em aberto o "gran finale".

Deixa-se que o receptor da mensagem, ele mesmo, chegue às conclusões desejadas!

Uma verdade que fica escondida, não existe, não é verdade. Como diz o ditado: Longe
dos olhos, longe do coração. Milhões de acontecimentos nada significam, se eu os
desconheço totalmente e nem sei se aconteceram. E se pouco sei sobre elas, pouco sou
afetado.

Tremendamente mais importante é a tempestade em copo d’água, que insistentemente é


esmiuçada, comentada e divulgada. Esta sim move moinhos e remove montanhas.

As verdades pois, além de muitas vezes serem deslavadas mentiras, tem ainda a sua
mentirosa classificação: Verdades importantes e verdades sem importância.

As importantes são detalhadas minuciosamente, as pessoas envolvidas têm passado,


presente e futuro, tem nome, sobrenome, família, gato, cachorro e papagaio. Vivem,
sentem e se emocionam.

As sem importância são ignoradas simplesmente. Quando muito um frio número


estatístico.
Associando-se as coisas, influencia-se mais facilmente as pessoas. Textos, falas,
documentos, imagens, sons, melodias, opinião de autoridades. Sozinhos, cada um
destes, tem efeito limitado. Juntos porém, são quase imbatíveis. Um confirmado o outro,
não existe como duvidar. E a idéia é aceita, sem muito questionamento.

A música "heawy metal" que é apresentada quando um surfista está pegando uma onda,
não pode ser utilizada quando a reportagem é sobre uma criancinha que está chorando a
perda dos pais. Evidentemente.

Na verdade, a música não existe em nenhuma destas ocasiões, é introduzida para


influenciar (subliminarmente poderia dizer-se) o acontecimento. De certo modo
falsificando a realidade.

Um menino afogou-se. A reportagem relata o acidente e as imagens mostram o rio em


que aconteceu a tragédia. Sem dúvida acredita-se que a notícia seja verdadeira, pois
associou-se a fala do repórter com a imagem do rio. Ouvidos e olhos receberam a
informação.

Mas, o rio filmado poderia não ser aquele em que o menino se afogou, poderia ser um
outro rio qualquer. E o que o repórter disse, também poderia ser simplesmente mentira.

O que tornou a notícia acreditável foi a associação da fala com a imagem.

Não existe muito motivo para duvidar de uma notícia dessas, como a de um afogamento.
Mas a verdade é que muitas e muitas notícias são falsificadas dessa maneira. E todas
elas, sem exceção, são adulteradas para que se tornem mais impactantes.

Selecionando-se fotos, textos, falas e imagens, com cuidado, praticamente qualquer


verdade pode ser fabricada. Qualquer um que exponha a sua opinião utiliza, mais ou
menos, esse recurso. É impossível a total imparcialidade, seja qual for o assunto,
mesmo na mais técnica e científica das exposições.

Pois sempre o objetivo é convencer pessoas, e as pessoas não são racionais, tem que
ser convencidas, devem acreditar.

É o que fazem os editores e as agências de notícias. Sendo eles que determinam se, e
como, as notícias são publicadas, mundialmente. Construindo assim as verdades
universais.

Faz-se tanto uso disso, que já estamos acostumados, nem estranhamos mais. Mistura-se
realidade e ficção e nem notamos mais a diferença.
NEGAÇÃO DO HOLOCAUSTO - GG publicado 7/10/2006

A origem da negação do holocausto pode ser simplesmente, o fato de existir dúvida que
ele tenha realmente acontecido! Apenas isso.

Mas, parte-se do princípio que o holocausto existiu, fato intocável. É mais ou menos
como fazem todas as religiões: Deus existe! E então explicam o universo, partindo dessa
premissa.

A verdade só pode ser encontrada se ela for trabalhada e discutida sem preconceito e
com toda liberdade. O que não é o caso do holocausto. É mundialmente antiético e
mesmo ilegal em muitos países, colocar em dúvida o holocausto.

Assim, é muito provável que o holocausto, seja simplesmente mentira.

As verdades normalmente podem ser explicadas em poucas palavras e compreendidas


com certa facilidade. Como acontece com muitas leis da física. Sentenças matemáticas
simples, e pouco palavreado.

O holocausto, entretanto, não é assim. Palavras e mais palavras, milhões delas, milhares
de testemunhos de judeus, relatos, pseudo-documentários, filmes, propaganda,
fotografias mal feitas. Como se quantidade substituísse qualidade, para esclarecer a
verdade.

Comenta-se o holocausto, tenha ele acontecido ou não, milhares de vezes mais, do que
os muitos outros genocídios que aconteceram e ainda continuam acontecendo
atualmente.

Mas não só é comentado como providências são tomadas, que beneficiam os judeus, em
função do holocausto. Indenizações, museus e monumentos erigidos mundialmente, e a
criação do estado de Israel.

Isto nunca foi feito em relação aos demais genocídios. Ou seja, o holocausto é também
um negócio lucrativo. Por isso ele não pode ser desmentido!
TRISTE SOCIEDADE – GG

Diz o urubu, sempre de preto: "O que mais gosto nos velórios, é a comida". (Gastão
Blanc)

Morte, a solução para todos os problemas.

As coisas só são importantes para quem está vivo. Qualquer assunto, mesmo quando
totalmente impossível de ser resolvido, com a morte deixa de existir. Simplesmente
desaparece. É a solução universal para todos os problemas. Definitiva e irretratável. A
última instância.

As sociedades fazem uso disso. De diversas maneiras. Morte rápida, numa execução
legal ou ilegal, com ou sem julgamento. Morte lenta, numa tortura física ou psicológica
interminável. Morte sem responsáveis, por meio do descaso, da fome, frio, doença,
miséria e exclusão social. Morte raivosa nas guerras, brigas de trânsito e em brigas de
boteco. Morte voluntária num suicídio, que nunca é verdadeiramente espontânea. Morte
no sacrifício da vida por uma causa qualquer, denominada heroísmo/patriotismo ou
fanatismo/terrorismo.

Mortes para todos os gostos.

Morte importante é chorada copiosamente nos meios de comunicações, em lágrimas


sem fim, numa hecatombe social.

Em contraste dezenas, centenas, milhares de mortes são secundárias insignificantes,


simples dados estatísticos. Mortes sem nome, sem idade, profissão, história, passado,
futuro, família, sem anseios, sem desejos, esperanças e realizações, são mortes
corriqueiras, ridículas até. Representadas mais que suficientemente por frios e
insensíveis números. Quando muito.

Certamente pode-se afirmar que uma sociedade que faz uso da morte, não é uma
sociedade feliz.

Ninguém está disposto a morrer, a morte aterroriza todo e qualquer ser vivo, sem
exceção. E a sociedade que usa esse recurso para se impor, é uma sociedade terrorista.
Usa o terror da morte para aterrorizar as pessoas!

Sociedade infeliz, mesmo quando mata apenas inimigos, reais ou inventados, sob
alegação de salvaguardar os seus cidadãos, ou outra desculpa qualquer. Pois
intimamente as pessoas sabem, que por mais que se justifique a morte, boa coisa não é.

As pessoas transformam-se em monstros surdos, cegos e mudos, insensíveis ao


sofrimento alheio. Só escutam o que lhes apraz, só enxergam o que desejam, em suas
falas torcem e distorcem a verdade. Criam uma raiva insana e poderosa. E matam sem
piedade.
Triste a sociedade que faz uso da pena de morte, legaliza o aborto, pratica a eutanásia e
faz uso da guerra. Triste a sociedade que mata pessoas para resolver seus problemas,
reais ou inventados.

Triste a sociedade que usa a morte, na intenção de melhorar a vida.

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE! – GG publicado 28/09/2006

Nem se discute. Qualquer trabalho deve ser executado da maneira mais simples e mais
eficiente possível. Seria irracional não proceder assim. O que significa utilizar cada vez
menos energia, menos matéria prima, menor custo e (infelizmente) também, menos mão
de obra.

O problema é que os benefícios da racionalização do trabalho não são distribuídos. Vão


para os proprietários, e os trabalhadores ficam a ver navios, perdem seus empregos. É
assim qualquer empresa que pretende manter-se competitiva. Tem que atuar deste
modo.

A mão de obra que ainda não foi descartada enfrenta o problema de ter que competir
com o excedente de trabalhadores, demitidos pela racionalização do trabalho. O que
força os salários para baixo.

Com a internacionalização do mercado e das empresas, a competição por salários está


acontecendo mundialmente. E existe muita gente sobrando. O resultado é desemprego e
trabalho escravo, sem alternativa.

As máquinas ultrapassaram o ser humano. A mão de obra humana não tem mais valor!

Poderia ser um benefício para todos, se acontecesse desde o início distribuição das
riquezas geradas pelas máquinas. Isto é, se as pessoas trabalhassem cada vez menos
horas, sem sofrer redução salarial. E pela criação de empregos não necessariamente
lucrativos (planejamento, pesquisa, conhecimentos). Mas isso a competição entre as
empresas não permite.

Atualmente, deixa de existir cada vez mais a idéia única de sobrevivência por meio do
trabalho assalariado. Pois só é possível (imensa maioria) empregar-se em trabalho
escravo.

Não é como afirmam alguns, resultado da falta de estudo, preparo ou de capacitação. Os


empregos simplesmente não são suficientes.

A humanidade está caminhando para um impasse, de difícil solução.


BRIGA DE CRIANÇA – GG

Será que um dia nos tornaremos adultos?

Quando crianças estão brigando a tapa, socos e pontapés, e são repreendidas pelos
pais, justificam-se: "Mas ele me bateu primeiro... Foi ele que começou... Ele que
provocou..."

E invariavelmente o motivo, a origem da briga é insignificante. Totalmente insignificante.


Nem vale a pena saber qual é.

Mas adultos também fazem isso, não só as crianças.

Varnhagen, historiador brasileiro afirmou: "Foram os índios que atacaram os brancos


primeiro, comendo dois tripulantes dum navio, que desembarcaram no Cabo de São
Roque em 1501.

Assim, a primeira ruptura e agressão entre os da terra e os futuros colonizadores não


partiu destes, os quais foram vítimas de traição."

Desde então milhões de índios pereceram, nos desentendimentos que aconteceram.


Mas, que nunca seja esquecido: Foram os índios que começaram!

No complexo prisional de Carandiru morreram em 1992, pelas mãos de policiais, cento e


onze presos, a tiros, facadas, pauladas e rajadas de metralhadoras. Mas a culpa foi deles
mesmos, não obedecendo às normas prisionais, tentando fugas e fazendo rebeliões.
Foram eles que provocaram!

Numa briga de boteco ou briga de trânsito também é assim. Já que o cara xingou a
minha mãe, eu posso pregar um tiro na fuça dele. E exterminar a sua família. Pois foi ele
que começou!

A queda das torres gêmeas de Nova York, onde morreram três mil pessoas, justificou a
invasão do Afeganistão e do Iraque, com 650 mil mortos. E mais guerras acontecerão
com essa motivação.

Justificou que se façam guerras baseadas em meras suspeitas e suposições, sem


nenhum prova. Justificou ataques defensivos e guerras preventivas. Feitas sem a
existência de uma causa. O cúmulo de criancice!
Até as crianças ficam pasmas com tanta inventividade, que nem mesmo elas
imaginariam.

Pelo jeito a humanidade não vai crescer nunca. Brigaremos eternamente, pior do que
crianças. Com armamento de gente grande.

O ESPÍRITO DA LEI – GG

As leis são feitas de um modo e aplicadas de outro.

Fale mal dos israelenses e israelitas. Critique ou discorde de qualquer coisa que fazem,
fizeram ou deixaram de fazer e, não importa qual seja o assunto, serás acusado de anti-
semitismo. O holocausto será invocado e dirão que você é racista e neonazista.

Isto faz você esquecer as criticas que vinha fazendo, pois o seu problema passa a ser
agora, defender-se desta acusação, do griteiro que fazem.

E como existem várias leis que, forçando a interpretação, encaixam-se nessa choradeira
deles, você poderá ser processado, condenado e preso ou deverá pagar multa e
indenização.

Sem dúvida, o alerta é claro: "Nunca, jamais ouse criticar os judeus ou discordar deles!".

Em uma briga de rua ou de boteco vale a força bruta. O mais forte ou mais esperto
ganha. Em uma discussão, num bate boca vale a presença de espírito. O que menos
importa nisso tudo é quem está certo, quem tem razão. E os motivos são quase sempre
fúteis, irrisórios, sem importância.

As brigas e discussões são assim mesmo, o objetivo é vencer, não importa como. Cada
um valendo-se de qualquer arma que esteja disponível.

Entretanto se você chamar o outro de "neguinho de merda", aí você pode se ferrar, de


verdade. Pois, caso ele seja negro, se quiser pode usar a legislação existente e
eventualmente colocá-lo na cadeia. Pois racismo é crime. E crime dá privação de
liberdade.

Principalmente se algum canal de televisão se interessar pelo assunto, ai então você


pode encomendar a alma.

Na verdade, quase nunca está em jogo o racismo e sim vencer a briga, polêmica ou
discussão. E neste contexto são proferidos impropérios, impensadamente.
Provavelmente nenhuma das partes é racista o bastante, que mereça ser punido por
isso.

E a alegação de racismo torna-se apenas uma ferramenta, utilizada para encostar o outro
na parede.

Algo semelhante acontece com o movimento "gay" e o feminismo. Pois, se atualmente


eles já não contrariam as leis, muitas vezes ainda afrontam as tradições e os costumes
locais. Muitas pessoas não estão habituadas a esse comportamento dos gays e das
feministas, no seu entender imoral. Não fazem isso por discriminação, é que
simplesmente não estão acostumadas. E então são chamadas de "homofóbicas" e
"machistas". O que muitas vezes, simplesmente não é verdade.

Racista, anti-semita, homofóbico, machista são palavras com várias utilidades. Uma
delas seria defender-se honestamente de uma discriminação. Mas, certamente pouco
utilizada neste sentido.

A outra é como arma de agressão, não uma defesa. Para forçar os outros a ceder ou
calar-se, não importa qual seja o assunto. Esta sim, muitíssima aplicada.

As leis existentes, e que deveriam proteger aqueles que são discriminados, seja em
função de sua religião, cor, postura sexual ou gênero, estão sendo desvirtuadas e
utilizadas como ferramenta de coação. Certamente ao serem elaboradas as leis, o
"espírito da lei" não era este.

Ou era?

O PODER DAS ARMAS – GG publicado 22/07/2006

O que impede o Brasil, de invadir os Estados Unidos?

Pergunta idiota, no mínimo!

Mas, com este questionamento, pode-se identificar o que é realmente importante no


relacionamento entre os países, entre as sociedades e até entre as pessoas
individualmente.

É a força simplesmente, nada mais que isso. E talvez nunca tenha sido diferente.

Por mais que sejam ensaiadas teorias econômicas, sociológicas, geográficas,


geológicas, botânicas, ideológicas, financeiras, religiosas, jurídicas, históricas e sei
mais lá o que, o que vale mesmo, no frigir dos ovos, é simplesmente a força. Força bruta,
a força das armas.

E todos sabem disso.

Se as forças das armas não estão equilibradas, qualquer acordo, tratado e convênio
celebrado pelas pessoas, sociedades e países, nunca será decorrente de justas e livres
negociações entre as partes. Invariavelmente paira, sobre a mesa de negociações, o
espectro da intimidação pelas armas. E o mais poderoso beneficia-se disso, sem dúvida.

É a lei do mais forte.

O dinheiro, a persuasão, a corrupção, a propaganda, a educação, a mídia etc., fazem a


sua parte. Apresentam a vantagem de fazer a cabeça das pessoas. Que então concordam
"voluntariamente", com qualquer assunto. E existem as coações, os embargos, as
retaliações econômicas.

E, atrás de tudo isso, como pano de fundo a ameaça velada, a perspectiva de utilização
da violência, da força bruta, da força das armas.

Lei do mais forte, que o mundo finge não existir. Pois já não somos mais trogloditas.
Não estamos mais na idade da pedra. Somos evoluídos, organizados, cultos e
civilizados. Estamos no século XXI. Já há muito deixamos de ser bichos e usamos o
raciocínio, negociamos nossos problemas.

Fingimos que não é a força bruta que decide.

O mundo, diante da poderosa força das armas estadunidense finge-se de cego, surdo e
mudo. É omisso e conivente, nem com palavras ousa contestar. Pelo contrário dá todo o
seu apoio. Pois teme irritar as bestas assassinas, que tudo e a todos pode destruir. O
mundo treme de medo, que nem vara verde.

Impedimentos morais para o Brasil invadir os Estados Unidos não existem.

Seguindo o exemplo deles, poderíamos alegar que eles têm armas de destruição em
massa (e tem mesmo) e invadi-los.

Poderíamos dizer que estamos protegendo os interesses dos brasileiros (imigrantes


legais e ilegais) que lá se encontram, e invadi-los.

Poderíamos dizer (como eles fazem) que o regime deles é antidemocrático e que o seu
povo deve ser libertado, e invadi-los.

Poderíamos dizer que eles apóiam o regime terrorista de Israel, país que está
bombardeando países amigos (e matando brasileiros), e invadi-los.
Poderíamos dizer que os subsídios que fazem à sua agricultura e indústria prejudicam o
comércio e as exportações brasileiras, e invadi-los.

Poderíamos dizer que as leis de patentes e propriedade intelectual que fazem a seu
favor, prejudicam o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro, e invadi-los.

Poderíamos, poderíamos, poderíamos...

E porque não fazemos?

Claro, não somos burros. Não damos murro em ponta de faca.

Assim fingimos que o motivo de tudo que nos acontece (quase só desgraças), não é
este. Que não é a força que eles têm, e nós não. Ignoramos isso, desconversamos,
dizemos que nós mesmos, é que somos culpados. Pois não temos diplomacia, não
sabemos negociar, somos corruptos, preguiçosos e até (a última moda),... racistas.

E levamos paulada, uma atrás da outra.

Num país que tem tudo, não temos nada. Porque somos fracos. Porque temos medo das
armas estadunidenses.

SEMEANDO VENTO – GG publicado 15/07/2006

Os brasileiros estão se tornando cada vez mais criminosos. É natural isso, ou estamos
sendo compelidos a isso?

A guerra do Contestado, a sua principal motivação, foi a concessão ao estadunidense


Percival Farquar (o mesmo da Ferrovia Madeira Mamoré), de uma ferrovia a atravessar
os estados do Paraná e Santa Catarina. Na ocasião estes dois estados estavam em litígio
quanto às suas fronteiras.

O governo federal cedeu à ferrovia uma imensidão de terras (uma das alegações era a
necessidade de lenha para as fornalhas das locomotivas), quilômetros de cada lado do
traçado da ferrovia. Os moradores simplesmente foram expulsos, pois não eram
proprietários legais das terras que habitavam.

Esta gente, junto com os trabalhadores da ferrovia demitidos e que não tinham mais
como voltar ao seu lugar de origem por falta de dinheiro, acabaram por revoltar-se. E a
guerra aconteceu. Brasileiros contra brasileiros.

O governo ao fazer a concessão, do modo como fez, semeou vento e depois, colheu
tempestade.
É o que está acontecendo em São Paulo e também, no Brasil inteiro.

O combate às drogas e ao contrabando (ambos a mando dos estadunidenses), a cessão


de latifúndios para empresas (Aracruz Celulose e tantas outras), a criminalização dos
movimentos sociais, a priorização do capital e das empresas em detrimento das
pessoas, está lhes tirando os meios de subsistência. Tornando impossível, que vivam
normalmente. As pessoas acabam cometendo ilegalidades e sendo aprisionadas.

Não é dada oportunidade a elas, para que vivam segundo as regras que os próprios
governos estabeleceram. Pois não existem empregos em suficiência, e os que existem
são de remuneração insuficiente.

Os governos, em vez de reconhecer a sua responsabilidade nestes acontecimentos,


simplesmente deixam o barco correr, continuam a atuar com a sua política anti-social. E,
ao aumentar a criminalidade, em vez de mudar de atitude, endureceram as leis. E as
prisões aconteceram.

Nunca se encarcerou tanta gente no Brasil como atualmente!

Entretanto não se gastou proporcionalmente com o sistema prisional. Simplesmente


foram prendendo mais e mais gente, sem ampliar adequadamente as instalações e
principalmente sem contratar pessoal para tomar conta dos presos.

Perdeu-se com isso, totalmente o controle sobre eles. Os presos estão presos, é
verdade, mas são eles que mandam lá dentro. Como bem mostra o livro "Carandirú" de
Drausio Varella.

Os presos são jogados na cadeia e quem determina tudo o que acontece com eles lá
dentro são os próprios presos, em que celas ficar, a limpeza, distribuição de comida e
até tratamento médico.

Formam-se chefias e comandos aos quais os presos obedecem fielmente, para não
serem punidos ou assassinados. Organizam fugas, rebeliões e controlam o comércio de
produtos dentro da cadeia.

Em praticamente todas as cadeias é assim, principalmente nas com superlotação, ou


seja, imensa maioria.

Não foram construídas cadeias em suficiência. Com a superlotação os presos são


submetidos a condições subumanas. Revoltam-se, as fugas e as rebeliões acontecem
cada vez mais freqüentemente. Destruindo as cadeias e agravando o problema.

O governo afirma que a culpa é de facções criminosas, que devem ser combatidas. O
que resolveria o assunto. Como se não houvesse terreno fértil para que elas
acontecessem. Como se não fosse o próprio governo que tenha lançado as sementes
dessa discórdia.
O governo vai endurecer e reprimir. Em curto prazo não existe outra coisa a fazer. Mais
brasileiros serão aprisionados. Preferencialmente executados, para não inchar mais
ainda as cadeias. Será a guerra. Sendo inimigos, os próprios brasileiros.

No Contestado a guerra aconteceu no meio do mato. Mas e agora, como fazer guerra em
cidades com milhões de habitantes?

Sem dúvida, os governos semearam vento. E estão começando a colher as tempestades.

LIBERDADE E DEMOCRACIA – GG

Talvez nunca na humanidade tenha se falado tanto em "liberdade" e "democracia", como


na atualidade. Como se esses conceitos fossem importantes, sobre todas as coisas.

Mas, evidentemente, as necessidades primeiras, não são essas. Para viver precisamos
de abrigo e alimentos. E só então poderíamos debater "filosofias", sejam elas quais
forem.

Necessitamos de facilitadores da vida, tal como preservação da saúde, saneamento,


educação, energia, transporte, segurança etc. E, além disso, ainda, um pensar no futuro,
para que as coisas que temos atualmente não se esgotem e façam falta às vindouras
gerações. O que certamente implica em preservarmos o meio ambiente e a natureza.

Só depois de tudo isso, verdadeiramente poderia discutir-se semelhantes quinquilharias


e inutilidades.

Mas, não é o que acontece. Coloca-se o carro na frente dos bois e fala-se nestes
princípios, como se fosse panacéia, que tudo resolve. Como se fossem premissas para a
solução de todos os problemas.

Considera-se "liberdade" e a "democracia" importantes, sobre todas as coisas. Os


povos devem ser libertados e democratizados. Mesmo que não queiram. À força se for o
caso. Nem que para isso tenham que morrer, todos. Como no Iraque que, enquanto vai
sendo "democratizado", sua gente vai morrendo.

Cadáveres serão os iraquianos, mas "livres". É o que importa?

Nos países civilizados, nos mais cultos, existem leis que devem ser cumpridas, e são,
com fidelidade. Quanto mais cultos e mais civilizados, mais as leis são obedecidas.
Entretanto as leis restringem a liberdade.
Quanto mais leis, mais organização, mais civilização. E menos liberdade.

Não seria melhor viver sem esses maravilhosos conceitos inventados pelo homem, em
nome dos quais se mata tanta gente em todo o mundo?

Não seria muito melhor o pão e circo garantidos? Sem liberdade e sem poder escolher o
dono da vez, mas viver bem. O que é mais importante do que isso?

Ou então viver com pouquíssimas normas e regras, como os índios faziam?

Os negros escravos foram trazidos à força para a América. Morriam em pouquíssimo


tempo, de tanto trabalhar. Mas se fossem bem tratados, tivessem uma vida saudável,
tanto quanto os seus donos, isso ainda seria escravidão?

Se lhes fosse ofertado uma vida adequada, poderia ser até que viessem voluntariamente.
E até brigassem por esse privilégio. Qual é a fundamental diferença entre a liberdade e a
escravidão?

Quantos de nós pode afirmar, que é verdadeiramente livre?

Somos forçados a trabalhar a maior parte da vida, obedecendo ordens (isto, tendo a
sorte de estar empregado), ou sob os ditames das "leis do mercado", sujeitos a regras e
normas que nos restringem de todos ao lados.

Teoricamente podemos ir para onde queiramos, mas na prática não temos como fazer
isso, pois não temos tempo, não temos dinheiro, ou somos impedidos por alguma regra
ou lei a fazê-lo. Podemos falar livremente, mas ninguém escuta, Podemos escrever o que
quiser, mas ninguém publica.

Ora, tudo isso é ser mais ou menos escravo.

Ideal a vida do gado nas pastagens (se não fossem castrados nem sacrificados nos
matadouros). Pastam à vontade, podem pensar na vida sossegadamente. Plenamente
protegidos das doenças e de eventuais predadores.

Que lhes interessa a cerca, que limita sua liberdade? Que lhes importa não poder
escolher democraticamente qual é o seu dono?

Não é ótima a vida de um bicho de estimação, um cachorro de raça, sendo as únicas


restrições, não poder sair de um terreno e não ter alternativa quanto à escolha do seu
dono?

O que interessa é viver bem, secundário as ideologias. E viver bem é o que prometem as
ideologias, mas não cumprem nunca. E assim são todas elas, democracia, socialismo,
comunismo, seja qual for o nome. Falam em maravilhas. Que nunca acontecem.

O que interessa, pois a tal da "liberdade" e "democracia"?


DIREITOS AUTORAIS – GG publicado 25/06/2006

Afinal de contas, porque direitos autorais?

Os direitos autorais, propriedade intelectual, patentes etc. tem por finalidade proteger os
criadores de idéias. Sendo indiretamente, até um incentivo à criação. É o que dizem.

Simples que parece, a prática desse conceito é totalmente torcida e distorcida.

Tudo que é criado deve ter valor, deve ser importante. E isso significa sempre, que pode
ser comercializado, de uma forma ou de outra.

Os direitos normalmente são negociados e a propriedade passa a pertencer a quem a


comprou e não mais ao criador. Cede o seu direito integralmente, quase sempre é assim.

Este novo proprietário fez um investimento. Não se importa com a idéia, não lhe
interessa o seu significado, não quer saber do seu conteúdo e sim exclusivamente, o
lucro que dela pode obter. Passa a ser um negócio. A idéia torna-se mercadoria.

Mas isso nunca isso poderia ser assim! Pois a idéia é única. E como vender algo que é
único, dezenas, centenas, milhares de vezes?

Mas, é o que se faz, usando-se como coação nessa "comercialização" o suporte da idéia,
que normalmente é de valor insignificante.

Um disquete, fita cassete ou compact-disc nos quais estão gravados a música, software
ou filme, um livro que contém o texto, uma pílula com o princípio ativo, um "chip"
processador. Embutido nestes suportes de custo reduzido está o preço nada
insignificante que é exigido pela idéia.

Força-se assim a aquisição, ao preço estabelecido arbitrariamente pelo proprietário


investidor. Que vende a idéia, que é única, milhares de vezes.

Para garantir esse vender ilimitadamente, elabora-se contratos, fazem-se leis, utiliza-se a
força, a polícia e combatem-se as imitações. E fala-se em direito autoral e propriedade
intelectual.

Quanto o criador recebe por aquilo que ele criou, sem o que, nada poderia ser
comercializado? Migalhas, nada mais. Recebe, se muito, alguns por centos ou ínfimo
valor fixo. E lamba os dedos.

A conversa de "proteção ao criador" é uma farsa, nada mais.


O pior de tudo é que, se o atual proprietário da idéia considerar que ela não é (mais)
lucrativa, impede que os outros a utilizem. Mesmo que para ele nada mais signifique.

É o que acontece com livros, que já não são mais encontrados nas livrarias. Encomenda-
se o livro e a resposta muitas vezes é que está esgotado e que não será reeditado. Ponto
final.

Simplesmente fica-se sem, se não tiver a sorte de encontrá-lo em um "sebo".

Não é permitido copiar o livro ou digitalizá-lo. A lei proíbe, é ilegal, pois existe um dono.
Que no momento, não está interessado em vender.

Livros, músicas e filmes em desuso, que muita gente gostaria de ler, ouvir e assistir
novamente, ficam indisponíveis, simplesmente porque não é comercialmente
interessante a sua publicação.

A "proteção intelectual" pois, além de remunerar pessimamente o criador, faz


desaparecer também a sua idéia!

Os "piratas" são combatidos veementemente. Pela fiscalização, pela polícia e


principalmente pela grande mídia. Que enfatiza "o prejuízo que causam" aos cofres
públicos, ao comércio, à indústria, aos autores e artistas. Ressaltam a sua má qualidade,
ilegalidade e sei mais lá o que.

Menosprezando a enorme vantagem dos "piratas", que é o seu reduzidíssimo preço.

Os "piratas" são considerados casos de policia. Para que não concorram, não compitam
nem ofertem um produto mais barato e/ou mais conveniente ao consumidor.

Entretanto, o que o reduzido preço dos "piratas" mostra, é que o produto poderia ser
muito, muito mais barato, do que é vendido normalmente. Mesmo incluindo impostos e a
mixaria que se pagou ao criador intelectual.

Na verdade a "propriedade intelectual" é utilizada para obter-se exclusividade no


mercado. Ou seja, nada mais que um monopólio. Permitindo então, cobrar-se o que for
desejado, arbitrariamente, sem concorrência.

É por isto que os "piratas" são combatidos. Para garantir este monopólio.

Felizmente, surgiu a Internet, com seus "sites", os mais diversos, muitos oferecendo
produtos "com papagaio no ombro". Pagos ou mesmo grátis.

Principalmente os programas como Emule, Kaaza, Limerwire, Shareaza etc. que


baixados e ativados, permitem transferir filmes, músicas, textos, livros, imagens etc., de
computador para computador. Gratuitamente.
Como não entra na jogada um servidor específico, fica dificílimo coibir esta atividade.
Que na verdade é como se alguém estivesse emprestando aos demais, seus vídeos,
fitas, discos e livros. Não existe imoralidade nenhuma nisso (ilegalidade sim).

Mas, o realmente interessante, é que quase tudo, tudo mesmo, pode ser encontrado.
Qualquer filme, mesmo os antigos, que não existem à venda ou para locação. Livros aos
montes, e principalmente músicas, qualquer música, milhares. E de graça!

Só que a qualidade às vezes, deixa um pouco a desejar. São pois, legítimos "piratas".

Acho que as empresas detentoras das propriedades intelectuais deveriam encarar essa
realidade. E, em vez de combater a "pirataria" o contrabando etc., oferecer simplesmente
um produto de qualidade e preço realmente acessível. Conquistando assim a preferência
do consumidor.

E isto para qualquer tipo de produto ou tecnologia, medicamentos, procedimentos,


processos, filmes, livros, músicas etc.

E os produtos que não estiverem sendo comercializados, que seja permitido o livre
acesso a eles, por quem quer que seja. Como é o caso dos livros, que não são
encontrados mais, nas livrarias.

É inconcebível utilizar-se a propriedade intelectual para pressionar, extorquir pessoas.


Como é o caso dos medicamentos. Principalmente aqueles sem os quais, a pessoa
simplesmente morre.

O que pode até estar legalizado. Mas certamente é imoral.

PARA QUE ESTUDAR? - GG

Alguém poderia dizer que o estudo é desnecessário. Vive-se, e viveu-se desde a


antiguidade sem estudo, muito bem. Assim como os índios fizeram. E, além disto, neste
mundo neoliberal da atualidade, cada vez mais o estudo deixa de ser garantia de
emprego e de sobrevivência. Pois, o que interessa é ganhar dinheiro. Ou seja, para que
estudar?

Um bom motivo é a liberdade, livrar-se dos grilhões da ignorância. Que nos tolhe o
raciocínio, que não nos deixa pensar livremente. Os conhecimentos espantam também,
muitos fantasmas que nós mesmos inventamos e assombram nossas vidas. Perde-se
com o estudo, o medo do desconhecido, o medo da escuridão na qual somos jogados,
pela ignorância.
Os índios não têm escolas. Mas estudo eles têm sim, com certeza. Aprendem o que lhes
é necessário e desde pequenos fazem isso. Os pais transmitindo aos filhos os
conhecimentos. E assim, compreendem o mundo à sua volta muito bem, integrando-se
perfeitamente a ele. Não lhes preocupa o que não lhes interessa, mas são peritos naquilo
que importa.

Num livro que li, sobre o "Far West" (que é para ser verdadeiro e não uma ficção), é
citado um índio que, após examinar o local de um acampamento minuciosamente, diz
aos seus companheiros:

"Dois dias atrás acamparam neste local seis pessoas". Citou o nome de quatro deles.
"Os outros dois eu não conheço".

Somos incapazes de tal façanha. E eles certamente não conseguem elaborar, por
exemplo, um programa para computador.

Nós optamos por estudar o que é necessário e também tudo aquilo que é aparentemente
sem finalidade imediata. Mesmo que a perspectiva seja, que nunca venha a ser útil um
dia. Como a astronomia, por exemplo.

E por isso temos que ter escolas. Para que possam ser ensinados estes muitíssimas
assuntos. É a forma mais racional de transferir os conhecimentos. Para que os talentos
sejam despertados e incentivados. E é isso o que as escolas fazem.

E então, a seguir, muita coisa será esquecida rapidamente. Pois o cérebro filtra
automaticamente, e rejeita tudo aquilo que não é utilizado ou não lhe apraz. Ficando
apenas o que cada qual considera importante.

Nisso tudo, é verdade, estamos meio perdidos atualmente, e já não sabemos o que, e se
devemos estudar.

Aprendemos muitas coisas sem utilidade, mas nosso principal problema é, como
sempre foi, a sobrevivência. E isso significa mais do que nunca, que devemos aprender
como "fazer dinheiro".

O que as escolas não ensinam. A não ser muito, muito indiretamente.

DINHEIRO FALSO – GG publicado 13/05/2006

O problema dos falsários é o oposto das pessoas comuns. Para eles, "fazer dinheiro"
não é problema. O difícil é gastá-lo!
Mas, digamos que alguém invente uma maquininha, que reproduza com fidelidade uma
cédula qualquer. Não apenas uma imitação bem feita, mas uma, que não possa ser
distinguida da verdadeira, por nenhum meio. Um clone perfeito.

Na posse desse dinheiro, impossível ser acusado de falsário.

É o sonho de muitas pessoas, mesmo daquelas, que se dizem honestas. Pois, com uma
certeza dessas, quem não iria "cair em tentação?".

O que aconteceria a esta pessoa? Enriqueceria o quanto quisesse, sem dúvida! E o


único trabalho que teria, é acionar a sua milagrosa impressora, assim que precisasse de
mais dinheiro.

Mas quem pagaria esta conta, no final das contas?

As moedas representam as riquezas existentes. Se mais dinheiro (ou meios de


pagamento) é colocado em circulação, continuam representando apenas as mesmas
riquezas existentes.

Ou seja, este novo total, compraria apenas o que já existe. Seria mais dinheiro para
comprar as mesmas coisas. E a moeda estaria desvalorizada. Tendo acontecido a
inflação.

Assim, todos os demais pagam pelas cédulas que o falsário imprimisse.

Mas a ele, isso pouco preocupa. Continuaria imprimindo e adquirindo o que bem
entendesse.

Desde que isso não viesse à tona e ele não exagerasse, poderia viver nababescamente,
sem problemas.

É claro, uma dificuldade que surge, seria explicar de onde veio tudo aquilo que possui.
Possivelmente, o fisco desconfiaria que ele está sonegando impostos, que é a parte que
interessa ao governo. O Imposto de Renda também gostaria de obter a sua parte do leão.

Teria que lavar o dinheiro. Legalizá-lo. Mas enfim, dezenas de meios existem, nessa
finalidade.

Recolheria então os impostos devidos (pago com dinheiro que para ele nada custa), em
pleno acordo com as leis tributárias, como um bom contribuinte, e ficaria tranqüilo, pelo
resto de sua vida.

Seria desonestidade mesmo assim, sem dúvida. Pois faz com que todos paguem pela
sua riqueza pessoal.

Entretanto se é o Estado que faz isso, aí não é ilegalidade. O Estado pode imprimir, o
quanto for desejado. Moeda legítima.
Mas o efeito é o mesmo: Inflação. E todos pagam. Ou melhor, pagam aqueles que não
podem corrigir seus valores, pois os que podem fazer isso garantem a sua parte. Ficam
isentos deste encargo. Sendo normalmente os assalariados, que pouco podem fazer
para corrigir o que recebem mensalmente, os que pagam pela inflação.

Seria até válido, em parte, se o Estado utilizasse este dinheiro, em benefício da


coletividade, retornando assim indiretamente, àqueles que pagam pela inflação. O que é
sabido, dificilmente acontece.

Mas, fazer o que, as moedas são de aceitação mundial. Confia-se numa moeda e acaba-
se pagando por isso, toda vez que ela inflaciona.

Chegam a dizer os entendidos que, para que haja desenvolvimento de um país, é


necessário que exista inflação. Uma regra da economia, como se isso fosse algo
perfeitamente normal!

Como fica, entretanto, se a moeda não é apenas nacional e sim internacional, como
acontece com o dólar estadunidense?

O mundo inteiro possui e trabalha com o dólar, que é aceito em quase todos os países.
Tudo, antes de ser convertido em yens, rublos, pesos, patacas, reais e tanta outras,
passa pelo dólar estadunidense. Grande parte das riquezas mundiais está representada
nesta moeda.

Mas, o interessante é que apenas os estadunidenses podem imprimi-lo. A seu bel prazer,
sem prestar contas a ninguém. Nem mais o lastro em ouro, a garantia de validade de sua
moeda, eles precisam ter. Apenas uma impressora. E imprimir. E é o que eles fazem.

E o mundo inteiro paga, candidamente, pela inflação do dólar. Que nunca foi muito
grande, se comparada com a inflação brasileira, mas sempre existiu.

É assim que eles financiam seu petróleo e suas guerras.

Imprimindo dinheiro falso, legitimamente.

E vivem nababescamente, legítimos falsários!

LONGEVIDADE – GG publicado 31/03/2006 e 02/04/2006

Seria a longevidade o objetivo final do ser humano? E até, se possível, viver


eternamente?
A primeira necessidade do ser vivo é permanecer vivo. E a segunda, manter viva a
espécie, ou seja, proliferar. Viver entretanto, é prioritário, inclusive sobre a preservação
da espécie.

Como máquinas térmicas que somos, necessitamos de combustível, que são os


alimentos. Sem os quais, não só deixaremos de funcionar como morreremos, deixando
de existir.

Permanecer vivo, alimentar-se e reproduzir, as molas propulsoras, características da


vida. De todos os seres vivos.

Outra característica que parece ser importante é o fato, da vida (como indivíduo) não ser
eterna. Representantes de algumas espécies podem chegar a viver milhares de anos,
mas então, sobrevém a morte. O portador da vida, não dura para sempre.

O indivíduo vive, procria, e então morre. Indicando com isso que a prole é mais
importante que os genitores. Ou seja, a vida é menos importante do que a preservação
dela.

Mas, para poder ter descendentes, é essencial estar vivo. Este manter-se vivo, como
principal objetivo, tornou a morte o pior evento possível o mais temido inimigo, sobre
todas as coisas.

Sendo, possivelmente menos traumática, quando o ser vivo já proliferou, ou seja,


quando já desempenhou a sua segunda função, a preservação da espécie.

Como é o caso dos salmões, que, após milhares de quilômetros de vigorosa luta para
atingir os locais de desova então, simplesmente morrem, inexplicavelmente, de um dia
para o outro. Depois de cumprida essa missão.

Seria assim também com o ser humano?

Envelhecemos, os cabelos branqueiam, a visão, audição, os sentidos enfraquecem, a


imunidade biológica diminui, os ossos ficam frágeis, a pele fica enrugada.

Cento e vinte anos, não mais. E provavelmente nunca, será muito mais que isso.

Mesmo com as células tronco e a engenharia genética.

Talvez os bem velhos aceitem a morte com mais facilidade. Talvez porque saibam ser
inevitável que aconteça. Ou porque seria um alívio à dor, sofrimento, tédio ou depressão
que enfrentam.

Mas bem-vinda ela nunca será. Pois a morte é dolorosa sempre, sem exceção.

E não importa muito, se temos descendentes ou não. Talvez, nem os salmões


desejassem morrer.

Pois, morrer contraria a vida.


Seria então a longevidade, o objetivo, um sinônimo de felicidade?

Pode ser que sim. Quem vive mais, sofreu menos em sua vida. Passou menos fome,
menos frio, conseguiu evitar e superar doenças, foi menos assaltado, brigou menos em
botecos, acidentou-se menos, alimentou-se melhor. Conseguiu protelar, ao máximo, a
morte, esta temível incógnita. A vida foi-lhe mais fácil.

Mas seria ele feliz só por este fato, de ter vivido mais? Difícil dizer, mas, como definir
felicidade é extremamente difícil, provavelmente a longevidade é o que melhor a
representa.

São felizes pois, os egoístas. Aqueles que conseguem impor-se, sobressair-se, pensar
no seu EU, prioritariamente. Quase sempre, em detrimento dos outros. Mesmo que com
isso destruam a vida alheia. E coloquem em risco, a própria vida na Terra.

É o egoísmo, ditado pela vida, que a coloca em perigo.

O que só não acontece por causa das limitações, da falta de poder, da incapacidade do
ser vivo de desenvolver e impor plenamente o seu natural egoísmo.

O que o ser humano está superando.

Com suas máquinas que fazem força por ele, que executam os serviços muito mais
rapidamente e eficientemente do que ele próprio poderia fazer, com seus robôs que
executam os trabalhos enfadonhos e repetitivos e até computadores que substituem o
trabalho intelectual e os ajudam, imensamente, no trabalho criativo.

O ser humano está adquirindo a capacidade de desenvolver plenamente o seu egoísmo.


E de então, ser feliz, plenamente feliz, com isso.

Orienta a vida no sentido dos seus desejos, pela seleção genética. Modifica vegetais e
animais, cria alimentos medicamentos e vacinas. Produzindo até, cachorrinhos com
aspecto e formato agradáveis. Finalidade apenas estética. Até coisas assim ele faz, sem
muitos problemas.

E, recentemente, com a engenharia genética, tornou-se até desnecessário esperar por


gerações e mais gerações, da vida que está sendo estudada, para atingir seus objetivos.
Faz isso diretamente, com muito mais eficiência, dispondo de muito mais alternativas,
modificando a própria estrutura da vida: o código genético.

Resta saber, se terá sabedoria suficiente, para refrear esse seu poderoso egoísmo. Vital
para ele, mas mortífero para os demais seres vivos.

O que, no final das contas, será um tiro pela culatra.


Perdeu o ser humano, o direito à irracionalidade. Não pode mais viver, como o bicho que
sempre fomos. Para não destruir a vida, grande parte dela, com o seu egoísmo.

Teríamos pois que mudar o objetivo. Aceitar a morte. Ser contrários à vida.

Para que todas as vidas possam viver.

O PINHEIRO DO PARANÁ – GG publicado 9/04/2006

Existe perspectiva de sucesso, na luta pelo meio ambiente e pela natureza?

A floresta originalmente no Estado do Paraná, a mata Atlântica, ocupava 80% de sua


área total. Atualmente são apenas uns 4%. Tendo acontecido a maior parte desta
devastação, em pouco mais de um século, nada mais que vida e meia de um ser
humano.

Do pinheiro do Paraná, a araucária angustifolia, árvore símbolo deste Estado, restam


atualmente menos de um por cento. Um mísero por cento! Está a extinguir-se.

É claro, se 99% desta excelente madeira, foram consumidos e não resolveram os


problemas dos paranaenses, nem dos brasileiros, nem da humanidade, pouca diferença
faria, preservar esses 1% que restaram.

Para salvar a espécie. Para salvar essa bela árvore do desaparecimento.

Um por cento, deixar de derrubar este um por cento, seria uma esmola da sociedade
civilizada. Um irrisório tributo, um reconhecimento à natureza, pelos benefícios que essa
madeira lhe proporcionou.

Ficaria este um por cento como lembrança, uma recordação, como se fosse um prédio
velho, antigo e ultrapassado que é preservado, sem nenhum outro objetivo, a não ser
pela curiosidade, pelo um dia poder-se dizer: "Vejam só, como eram as coisas,
antigamente".

É isto o que vai acontecer com o nosso pinheiro?

Infelizmente não!

Mesmo que este um por cento de araucária angustifolia seja praticamente sem
significado econômico, a sociedade não foi estruturada no sentido de sua proteção.
Não existe previsão nem provisão para que isso aconteça.

Elabora-se uma lei. E ameaça-se com prisão e multa. Derrubar um pinheiro é até crime.

Só que isso não o protege. Apenas finge que faz.

Se alguém compra um lote, no qual existe um ou mais pinheiros, e deseja construir, terá
que derrubar. É um loteamento, licenciado pela prefeitura, pelo qual se paga impostos,
por que não poderia usufruir desse imóvel que foi adquirido?

Se alguém possui uma área rural, com muitos pinheiros. Um patrimônio que é seu, por
que não poderia aproveitar-se disto, para que possa viver e até sobreviver?

É claro que todos os recursos legais serão acionados para contornar os ditames dessa
lei. E os pinheiros cairão. Ou cairão, mesmo ilegalmente. Com pouca ou nenhuma
punição. Multas e trabalhos comunitários talvez. O fato é que eles cairão.

É claro que a lei tem alguma efetividade. Seria muitíssimo pior se ela não existisse. Mas
só isto não resolve.

Está ela, a pedir que raposas cuidem do galinheiro. Exigindo que, justamente o mais
interessado em derrubar pinheiros, não o faça.

Diz-se-lhes: "É a lei. O pinheiro do Paraná está em extinção e deve ser preservado".

Mas, por que são os proprietários destes 1% que restam, que devem fazer isso, e dos
que derrubaram os 99%, nada foi exigido?

Não seria o governo, que bem ou mal, autorizou a derrubada, e com isso arrecadou
impostos, que deveria preocupar-se com a preservação do ínfimo restante que ainda
existe? Não deveria o governo assumir esse encargo?

Sim, claro, seria lógico que assim fosse. Só, que ele não tem dinheiro. Principalmente
para coisas como essas. Somos um país pobre e subdesenvolvido. As prioridades são
outras.

Assim elaboram-se leis que estabelecem que os proprietários sejam "fiéis depositários"
daquilo que lhes pertence, ou seja, que raposas cuidem do galinheiro. O que nunca dá
certo, verdadeiramente.

Enquanto isso, o próprio governo, ao executar ou conceder obras e realizar


empreendimentos, também ele, entra em conflito com essa lei. A disputa e luta acontece,
e mesmo quando minimizados os problemas, por meio de estudos de impacto ambiental
e compensações, as obras são realizadas. E os pinheiros cairão.
Aos órgãos de preservação do meio ambiente, nunca serão destinados recursos
suficientes, para que se tornem eficientes, de verdade. Não é interesse dos governantes,
subordinados à pressão da lucratividade de empresas e empreendimentos, fazer isso. E
os pinheiros cairão.

Sempre as decisões serão julgadas, caso a caso e, às vezes sim às vezes não, os
pinheiros cairão. Mais rapidamente que os trinta, quarenta, cinqüenta anos que
necessitam para tornarem-se adultos.

Por tudo isso, este irrisório um por cento de araucária angustifólia, não tem como
sobreviver.

E assim, como ele, todas as demais espécies animais e vegetais.

Malham pois em ferro frio, os ecologistas.

CONVIVÊNCIA - GG comentário publicado 11/02/2006

Muitos falam com plena convicção que os índios são atrasados e deveriam esforçar-se
para adaptar-se ao modo de vida muito melhor dos brancos civilizados.

Falta-lhes humildade, é soberbia pensar assim. Imagine-se como brasileiro morador de


cidade, junto com sua família, transposto para um país, totalmente estranho e diferente.

Digamos para uma aldeia, lugar de vida simples, totalmente diferente, em tudo.
Alimentação, roupas, costumes, religião, moradia, linguagem, tudo diferente. Sem
recursos, sem automóvel, jornais, televisão, computador, telefone etc. Nada daquilo, a
que está acostumado, e que é hoje, o seu dia a dia.

Sem alternativa. Não poderia sair dali e voltar ao Brasil ou escolher algum lugar que
fosse mais agradável ao seu modo de vida. E teria que viver lá, pelo resto da vida.

Hostilizado sempre pelos moradores locais, que vêem em você, um impedimento às


atividades deles e ao bem estar deles.

É obrigado a competir com eles, segundo as regras e os recursos deles, que você não
domina nem estão à sua disposição. Estando, portanto, em enorme desvantagem.

Tendo que se adaptar totalmente à forma de vida deles, para não perecer.

E eles em nada o ajudarão, muito pelo contrário, o desprezarão por ser diferente e
incapaz de fazer tudo aquilo que lhes é corriqueiro e facílimo.
É assim que os índios brasileiros devem se sentir, sendo compelidos a viver a vida de
branco.

Imagine ainda que um dos habitantes dessa aldeia entrasse em contato com você, e,
superadas as dificuldades lingüísticas e culturais, em vez de insistir que você mude o
seu modo de vida, ele compreendesse a sua angústia. E intercedesse junto aos demais,
a seu favor, tentando convencê-los a deixar você viver, como estava acostumado aqui
no Brasil.

Esse seria o antropólogo, que compreende o modo de ser dos indígenas.

É claro que isto só poderia acontecer, se os aldeões, admitissem que a forma de vida
deles próprios, não é a única correta e possível de ser vivida. Deixassem de lado a
soberba.

Esta é a compreensão que falta aos brancos, em relação aos índios.

CRIMINALIDADE - GG publicado 1/02/2006

É verdade que certo espírito de aventura, rebeldia ou desafio existe nas pessoas. Que,
junto a uma razoável perspectiva de impunidade, as fazem cometer ilegalidades. E obter
dinheiro fácil, por exemplo. Principalmente jovens.

Sabem no entanto, que não existe muito futuro nisso. Não em longo prazo.

É sempre um empreendimento arriscado, com possibilidade de castigo extremamente


severo.

Existem também os que têm certeza que não serão punidos, aqueles que mais ou menos
dentro da lei, ou protegidos por ela, cometem crimes e falcatruas. Vive assim, grande
parte dos ricos, poderosos, políticos e empresários. Que, apenas excepcionalmente, são
levados à justiça. E as penas serão sempre, extremamente brandas.

Entretanto a maioria não é, nem um nem outro. A maioria não comete ilegalidades, pois
temem a punição. Mas isto só pode acontecer, quando a sociedade permite que vivam
razoavelmente bem, seguindo as normas estabelecidas.

O que deve ser proporcionado pelo Estado, através da disponibilidade de empregos


principalmente. E não existe outra entidade que possa fazer isso, pois é o Estado, e só
ele, que estabelece as regras que devem ser obedecidas.

Se isso não acontece, as pessoas são compelidas à contravenção e o crime, como é o


caso de sacoleiros, camelôs e perueiros.
Mesmo os trombadinhas, traficantes e assaltantes, a maioria, fosse-lhes permitido uma
vida diferente, sem perspectiva de punição, a escolheriam, certamente.

O erro é pois em primeiro lugar, do Estado, com toda certeza. Não das pessoas.

Às pessoas deve ser dada a chance de seguirem as normas estabelecidas. E só então


acontecer as sanções punitivas, se não o fizerem.

SHOPPINGS E ARQUITETURA – GG publicado 20/11/2005

Os shoppings são projetados como sendo verdadeiras "ilhas". Num mar de


mediocridade.

Estes gigantescos estabelecimentos são seletivos, por natureza.

Fundamentam-se na utilização dos automóveis. Não lhes interessa o seu entorno


imediato, os vizinhos, as pessoas que podem dirigir-se até eles, a pé. Poucos que são.
Ou de ônibus, pobres que são.

Estão mais voltados para as pessoas que vem de muitos lugares, a maioria,
naturalmente de carro. Já assim definindo o perfil de sua clientela, de maiores posses.
Não lhes interessam os que têm pouco dinheiro.

Não existe arquitetura que mude esse fato, e é assim que os shoppings são projetados.

Fechados, por questões de segurança, tornam-se "ilhas", assim como clubes, grandes
hotéis, condomínios fechados, prédios de luxo, resorts etc.

São "autônomos", oferecendo, aos seus usuários, praticamente tudo que precisam. De
modo que não seja necessário sair deles e enfrentar a perigosa turba exterior. Tida como
violenta, invariavelmente.

Ir a um shopping não é fazer compras. É um evento social, seguro e aprazível, para toda
a família. Desde que se possa pagar.

Vendem como mercadoria a segurança, o conforto e a tranqüilidade. É isso que na


verdade oferecem. É o que sentimos, imediatamente, ao adentrar um destes
estabelecimentos.

São conseqüências da injustiça social. Se fossemos todos mais iguais, que necessidade
existiria de isolar-se?
A REVOLUÇÃO DOS BICHOS – GG publicado 20/11/2005

Atrás de minha casa existe um terreno muito grande, com vegetação, árvores e um
pequeno rio. Era para ser um parque municipal, um parque ecológico, porém
abandonado.

Cercado de bairros, por todos os lados.

Nele, quase pisei numa cobra, que estava dormindo no meio do carreiro, pelo qual outro
dia caminhava. E a danada era venenosa, com todas as características de ofídios
peçonhentos: cabeça triangular, na cabeça escamas pequenas, olhos de gato, rabo
terminando abruptamente, movimentos lentos. Tudo indicava ser uma botrops jararaca.

Depois de cutucá-la, com vara não muito curta é claro, deixei-a seguir seu caminho.

Outro dia vi lá, três capivaras.

Na cidade vemos sabiás, joões-de-barro, periquitos, sanhaços, papagaios, uma


variedade enorme de passarinhos e até tucanos! Raridades, quando eu era criança.

Vi outro dia no meu quintal um furão, perseguindo um rato. E um serelepe, pequeno


esquilo, subindo e descendo pelas árvores.

Nunca vi tantos bichos selvagens como agora.

Em toda uma vida de andanças pelos matos e florestas, coisa que sempre gostei de
fazer nas férias e fins de semana, era extremamente raro ver um bicho qualquer.

Em toda a minha vida, nunca tinha visto uma cobra venenosa sequer, que não estivesse
em cativeiro. E agora quase pisei numa. Logo atrás de minha casa!

Os bichos estão invadindo as cidades!

Notícias de suçuarana, a onça parda, e onça pintada rondando as casas, em pequenos


lugarejos, devorando novilhos e fazendo com que as pessoas sintam-se ameaçadas.

Morcegos hematófagos atacando pessoas e transmitindo a raiva, no Maranhão.

Jacarés nos parques e rios de São Paulo e Curitiba.

Carrapatos estrela espalhando a febre maculosa.


Aranhas marrons infestam Curitiba e outras cidades. Verdadeira praga. Muitos acidentes
acontecem, alguns até fatais. Nas casas, diariamente, matam-se várias delas,
infalivelmente.

Em algumas cidades no Paraná milhares de andorinhas, escolheram as árvores de


parques, para pernoitar. Fazem um barulho infernal e o cheiro de guano é insuportável.

Tubarões atacam banhistas e surfistas no Recife.

Estaria acontecendo uma revolução dos bichos?

Que, exasperados com a predação do homem, resolveram enfrentá-lo, e acabar com a


sua raça? Não é isso. Claro.

Simplesmente o seu ambiente está sendo deteriorado pela atuação do ser humano. E
eles sem como viver e alimentar-se, procuram as cidades.

É uma atuação suicida, pois sempre o homem foi hostil a eles. Sempre, com ou sem
motivo, os matam. Quase sempre, só para ver o tombo. Assim é totalmente desesperada
essa atitude. Último recurso, antes do seu desaparecimento.

Isto deveria ser um alerta para nós. Deveria nos preocupar, e muito.

Neste imenso Brasil, de milhões de quilômetro quadrados, está começando a faltar


espaços para os bichos, grandes e pequenos!

Os índios perderam seu espaço, totalmente. Os Sem Terra e os Sem Teto lutam em vão,
por espaço. E agora os bichos perdem os seus espaços.

Quando é que vamos parar?!!!

O AR QUE RESPIRAMOS – GG publicado 1/12/2005

Somos formigas. Pequeníssimos em relação às dimensões da Terra. Tudo é longe e


grande. Sentimos, intuitivamente, que toda essa grandeza, é quase infinita. Pois somos
formigas.

Entretanto, no nosso automóvel, vemos o odômetro atingir rapidamente, os quarenta mil


quilômetros. E nem nos tocamos, que com isso, demos uma volta completa no planeta
Terra. E isto, muitas vezes, praticamente sem sair da cidade em que vivemos.

Encostados, uns nos outros, os automóveis dariam muitíssimas voltas ao redor do


planeta. Cada um deles queimando combustível, produzindo CO2, CO e outros gases
mais, alguns bastantes prejudiciais.
Somos terrestres, vivemos na superfície, e quase não saímos dessa horizontal. Pois não
temos asas para voar e não conseguimos cavar ou mergulhar, quase nada.

Assim, dez mil metros de altitude ou de profundidade são coisas enormes para nós. É o
que sentimos.

Aviões voam a dez mil metros de altura, corriqueiramente. Submarinos e perfurações


atingem dez mil metros de profundidade, sem dificuldades excepcionais. Números
gigantescos, vencidos pela tecnologia.

Teríamos que pensar porém, que dez mil metros, nada mais são que apenas, míseros
dez quilômetros! Percorridos facilmente a pé em duas horas, e de automóvel em alguns
minutos.

É assim a nossa atmosfera. Uma finíssima película, que cobre a Terra. Não são infinitos
dez mil metros, e sim apenas míseros dez quilômetros!

É um finíssimo cobertor, que ameniza as temperaturas, sem o qual seríamos como a lua,
insuportavelmente quente de dia e insuportavelmente frio à noite.

Aprendemos isso nas escolas, quando pequenos. Mas esquecemos. Pois temos coisas
mais importantes a tratar. E o que nos foi ensinado é secundário.

Grandes cidades, São Paulo, por exemplo, têm dimensões de dezenas de quilômetros.
Muitíssimo mais que a espessura da camada de ar sobre elas. Na ausência de vento, a
inversão térmica e outras perturbações atmosféricas, que acontecem por vezes nas
grandes cidades, são simplesmente porque elas são grandes demais.

Conseguimos obter milhões de graus centígrados, e já chegamos muito próximo a –273


graus centígrados, o zero absoluto. Entretanto, nós mesmos, somos extremamente
sensíveis. Se a temperatura de nosso corpo baixar a menos de 35 graus centígrados ou
superar os 42, morreremos. Apenas sete graus centígrados é o que suportamos. E assim
é a vida, toda ela sensível frágil e intolerante.

Respirar, estando a mais de sete mil metros de altitude, é extremamente difícil.


Praticamente tudo que é vida está abaixo desse limite. Míseros sete quilômetros.

Também as profundidades, o mar profundo, onde a ausência de luz acontece já em


algumas dezenas de metros, abriga pouca vida.

De repente, tomamos conhecimento, que a grandeza do mundo, não tão é tão enorme
assim. Não é um estoque infinito, do qual, eternamente, iremos sorver as nossas
necessidades. Essa é a verdade.
E nós seres humanos, conseguimos influenciar tudo isso. Graças à tecnologia, da qual o
fogo, ferramenta antiqüíssima dominada pelo homem, uma das mais poderosas, e
destrutivas.

Em pouco tempo estamos alterando significativamente a atmosfera, que foi constante


por milhares de anos. O oxigênio que ela contém foi gerado pela vida, os vegetais, algas
e o fito plâncton são essenciais para que sua composição se mantenha estável.

Estamos queimando destruindo matando e poluindo. A qualquer hora, iremos parar com
isso, voluntariamente.

Ou à força mesmo.

FORÇAS ARMADAS – GG publicado 9/11/2005 e 14/11/2007

Forças armadas não são boa coisa, nunca. Não importa como venha a ser utilizada. São
feitas para matar e destruir. O que nunca pode ser considerado de utilidade.

Entretanto no momento em que uma sociedade qualquer as tenham, as demais, que se


sentem ameaçadas com isso, são obrigados a tê-las também. De igual tamanho. Um mal
necessário.

É um oposto à "oferta e procura", é uma lei de mercado ao contrário. Onde a oferta


passa a ser ameaça e a procura é substituída por repulsa.

Tanto uma como outra, muitas vezes, de efeitos catastróficos.

A corrida armamentista sendo o correspondente à inflação monetária no comércio.

É inconcebível um país que não tenha forças armadas. Bem preparada e bem equipada.
Cuja finalidade é, já mais que sabida, a defesa, a integridade nacional, a soberania, o
território, a pátria, o patrimônio etc. Estes objetivos nunca poderiam ser deixados de
lado ou desvirtuados. Mesmo que por décadas a fio, nada aconteça. São as razões de
ser, das forças armadas.

O país que não for forte em suas forças armadas, será fraco em todos os outros
assuntos. O poderio militar impõe, mesmo sem ser explicitado.

Entretanto, o ideal é que as forças armadas fiquem ociosas, eternamente. Preparando-se


intensa e continuadamente para algo que, de preferência, nunca aconteça.
As forças armadas são um interesse nacional, assunto interno, exclusivamente. E, para
não perder seus objetivos, os militares nunca deveriam ser treinados fora do seu país de
origem. Ou que venha a contratarem-se instrutores de fora, nessa finalidade.
Principalmente os militares de alto escalão. Como, infelizmente, é muito comum
acontecer.

Pois certamente sofrerão, imperceptível lavagem cerebral ideológica. Como foi o caso da
aversão dos militares brasileiros, pelo comunismo, quarenta anos atrás. Verdadeira
paranóia existia na época, contra o comunismo. Perdeu-se o objetivo nacional. O que
levou ao golpe de 64.

Nossos militares defenderam interesses alienígenas, oprimindo os próprios brasileiros.

Infelizmente, a própria Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro, criada por Eurico
Gaspar Dutra, logo após a Segunda Grande Guerra, sempre teve instrutores
estadunidenses. Pagos pelos brasileiros.

Quando coisas assim acontecem, melhor seria, nem existir forças armadas. Melhor seria,
ficar sem elas totalmente.

As forças armadas deveriam ser mínimas. Entretanto, com um grande potencial de


mobilização. E deveriam ser, nacionalistas sempre, ao extremo!

Nunca deveriam servir para a repressão do próprio povo, nunca defender ideologias
alienígenas, nunca defender interesses particulares ou de grupos dominantes.

E nunca as forças armadas poderiam ser utilizadas, por exemplo, no combate ao tráfico
de drogas, ao contrabando, ao crime organizado e outros, pois o seu objetivo não é este.

Os soldados são treinados para enfrentar o inimigo em uma guerra, e matá-lo. Por isso
não podem combater brasileiros, sejam eles bandidos ou não. Não foram, nem deveriam,
ser preparados nesta finalidade.

Não deveriam também as forças armadas, construir estradas, ferrovias, entregar


correspondência (FAB) ou fazer assistência social, como vem acontecendo. É errado, as
forças armadas dedicarem-se a atividades civis.

Estas, se executadas pelas forças armadas, não pode ser objetivo e sim apenas
corolário. Na finalidade de aprimoramento do seu pessoal, nas áreas de engenharia,
medicina e outras. Importantíssimas em um eventual conflito. Mas apenas isso.

A guerra sempre foi considerada como sendo arte, milenarmente. Uma atividade nobre.
Um jogo, dos mais respeitados, com regras a serem observadas. Onde a coragem e
heroísmo são merecedores dos máximos troféus. Cavaleiros andantes, combatendo
dragões, na defesa de inocentes donzelas.
Uma terrível, quixotesca hipocrisia!

Mas isso mudou muito, principalmente após a Primeira Grande Guerra.

Agora o objetivo único é vencer, não importa como e quais os meios. A nobreza da
guerra deixou de existir. E as coisas pioraram muito.

No serviço militar aprendemos que mais efetivo que matar o inimigo, é mutilar. Os
mortos são enterrados e esquecidos. Os gravemente feridos porém, gritam, choram,
devem ser tratados, dão despesas, consomem recursos, desmoralizam o inimigo. Muito
mais efetivo!

A crueldade, torturas, estupros, armas eficientíssimas, quanto mais acontecerem,


melhor.

As regras agora são: Não existem regras!

A guerra ficou mais real, mais "humana". E muito pior.

G.W.Bush, ao invadir o Iraque, falou na possibilidade de utilizar armas de destruição em


massa, neste conflito. Não fez, é verdade. Mas poderia. Tanto é que falou.

Ou seja, iria usar aquilo, que estavam condenando o Iraque possuir, e que seria uma
ameaça à paz mundial.

As regras, claramente, são: Não existem regras!

A ONU, com sua "força de paz". Quanta incoerência!

Guerra para garantir a paz, que absurdo!

E o Brasil, candidamente, aceita isso. Vai, com seus soldados, defender a paz em outros
países, Panamá, Angola, Haiti. Uma vergonha!

Gasta-se muito dinheiro com isso, pois os soldados da "força de paz" da ONU, não são
pagos pela ONU e sim pelos países participantes.

E aqui não existem verbas, nem para dar de comer aos brasileiros, que prestam o
serviço militar obrigatório.

ESPORTES DOS DEFICIENTES – GG publicado 4/11/2005

Os brasileiros estão destacando-se nos esportes. Nas competições que valorizam os


deficientes físicos e mentais. Que se esforçam muito, e ganham medalhas.
Estão se destacando, e a imprensa escrita e televisiva ressalta bastante os feitos
extraordinários, destes nossos para-atletas. Estamos orgulhosos. Além do futebol, até
que enfim, estamos sendo bons em alguma coisa.

Entretanto, melhor mesmo seria, se nos fosse impossível ganhar qualquer medalha que
seja, que fosse impossível até de participar. Por não termos ninguém, que se encaixe
nessa modalidade de competições.

Aí sim seríamos vencedores, realmente. Merecedores de todas as medalhas.

CARNE PARA INGLÊS VER – GG publicado 22/10/2005

Ingleses estão se opondo à importação de carne bovina brasileira. Pois a criação de


gado no Brasil é destruidora de florestas. E muito trabalho escravo vem sendo utilizado
nas fazendas e propriedades brasileiras. Assim os compradores dessa carne estão,
indiretamente, financiando tudo isso. Nada mais justo pois o repúdio.

São nobres os ingleses em seus propósitos.

"...no parlamento inglês, o Conde de Sandwich (Lord John Montague, membro do


Conselho da venerada Anti Slavery International – a mais antiga entidade de combate ao
trabalho escravo no mundo), parabeniza a medida..."

Ingleses, nobres combatentes, ao escravismo mundial. Certamente esta entidade deve


ser antiga.

Mas não mais antiga, do que quando os ingleses eram ardorosos comerciantes, no
lucrativo tráfico de escravos.

Nem mais antiga, do que a industrialização da Inglaterra. Ocasião em que iniciaram um


combate à escravidão, no mundo todo, para evitar a competição que o trabalho escravo,
representava aos seus produtos industrializados.

E não mais antiga que a colonização da Índia que, com seus quinhentos milhões de
indianos, significava de obra barata (quase escravos), disponível ao império, onde o sol
nunca se punha.

É assim que os ingleses combatem a escravidão.

Agora estão preocupados com o trabalho escravo no Brasil.

Para proteger a Amazônia e os escravos brasileiros, certamente vão impor restrições à


importação da carne brasileira. Claro, apenas por motivos humanitários.
É só coincidência, se com isso, eliminam também esse competidor ao bovino inglês.

Os ingleses são tão humanitários que, quando a China impôs restrições à importação do
ópio, produzidos na Índia pelos ingleses, eles declararam guerra à China. Foi a guerra do
ópio.

A qual a China perdeu e foi obrigada a abrir seus portos ao ópio inglês.

Vinte milhões de chineses se viciaram e até hoje o problema existe.

É assim o pensamento humanitário dos ingleses.

AS LEIS – GG publicado 26/10/2005

Paulo Maluff e filho foram soltos. Decisão do Supremo Tribunal de Justiça.

Certamente razões houve, para que isso acontecesse. É a lei.

Certamente também, deve ter sido fundamentado nas leis, o motivo para que fossem
encarcerados.

O difícil é, para as pessoas comuns, entender essas coisas.

No início deste ano, aconteceu o despejo de DOZE MIL pessoas de uma invasão, o
"Sonho Real", em Goiânia. A invasão tinha sido incentivada pelos então candidatos a
prefeito Iris Resende e governador Marconi Perillo, quando em campanha eleitoral.
Ganhas as eleições, "tiraram o corpo fora". Nada fizeram para consolidar a posse dos
invasores.

Em dois dias, as máquinas destruíram o patrimônio destas pessoas, de pouquíssimas


posses. Milhões de Reais foram destruídos, de gente que não tinha quase nada. Desde
então, vivem em condições extremamente precárias.

A ordem de despejo foi emitida por uma juíza e, como duvidar disso, em obediência à
legislação.

Legislação, que agora, evidentemente, nada pode fazer por eles.

Milhares de sacoleiros sobrevivem, por falta de opção, da venda de produtos, que


compram no Paraguai, na tríplice fronteira. O limite que cada um pode comprar lá, sem
pagar imposto é de cem dólares. Pouquíssimo. Ninguém observa este limite. Ficam
assim na ilegalidade.

Foi assim por muito tempo, mas agora a lei, a soberana lei, resolveu endurecer, coibir de
vez o contrabando. Não prendem os sacoleiros, não haveria cadeia em suficiência.
Devem entretanto responder a processo.
As mercadorias apreendidas são destruídas.

E os sacoleiros, terão que procurar outra forma de vida. Mas ninguém diz o que.

Por vezes as sobras de alimentos de restaurantes mercados e feiras são cedidas


gratuitamente a mendigos e necessitados. Existe gente que faz isso. Ficam com pena e,
em vez de jogar fora, dão de graça.

Fizeram então uma lei, para "proteger" os indigentes. Esta lei responsabiliza os
doadores, pela qualidade dos alimentos cedidos gratuitamente. Assim intimidados, a
maioria, para não sofrer a penalidade desta lei, jogam as sobras fora. Simplesmente isso.

Que são catadas então, no lixo, pelos indigentes. Agora "protegidos" pela lei.

Um sujeito, extremamente necessitado, furtou alguns alimentos de um supermercado.


Pouca coisa, Valor de alguns Reais apenas. Não fez isso para enriquecer ilicitamente, era
para comer.

Ficou, quinze dias na cadeia! E seriam muito mais, se um advogado não ficasse com
pena dele. Ressarciu o "prejuízo" ao supermercado e eles retiraram a queixa. É a lex
dura lex.

Um juiz, que desejava fazer compras em um supermercado, pouco após do expediente,


foi impedido de entrar, por um segurança. Irritou-se, sacou uma arma, e matou o
segurança.

Este ainda implorou por sua vida, mas foi executado assim mesmo.

O juiz foi condenado a quinze anos de prisão. Mas irá cumprir, em regime fechado,
apenas alguns, digamos um ou dois. Depois será prisão domiciliar. Com o tempo, talvez
até, isenção total da pena. E será tão puro como alguém, que nunca tenha sido
condenado. É provável que isso aconteça.

Que eu saiba o motivo foi torpe. Que eu saiba ele não deu chance de defesa à vitima.
Não seriam estes, agravantes do crime? Não deveria o juiz ser condenado a uma pena
muito maior?

O que acontece com as leis, que permitem este procedimento?

As leis fazem com que as coisas seja destruídas.

As leis fazem com que alimentos sejam jogados fora.

As leis impedem que as pessoas vivam.

E são benevolentes, extremamente brandas, com os "escolhidos".


Que sejam destruídas todas as leis. Joguem-se todas elas fora, no lixo. Que sejam
incineradas.

A vida sem elas, só pode melhorar!

E se algum jurista, juiz ou legislador discordar, que explique estes acontecimentos. De


modo que pessoas, que apenas desejam viver, entendam!

NOVILÍNGUA – GG publicado 13/12/2005

Os meios de comunicação, de transportes e o intercâmbio crescem exponencialmente.

Não existe mais lugar do planeta, que não seja acessível com facilidade. Não existe mais
sociedade desconhecida, onde quer que se imagine possa existir alguma.

Menos de um décimo de segundo é suficiente, para alcançarmos o outro lado da Terra.

Mas não entendemos o que dizem e o que escrevem. Pois falam outra língua.

Uma linguagem comum pois, deveria ser arbitrada, para tornar possível o entendimento.
E também o desentendimento, das pessoas. Pois até os conflitos e as divergências,
devem ser compreendidos.

O Esperanto faz isso. Simples, com regras rígidas, sem exceções. Uma linguagem
facílima de ser estudada, se comparada às demais. É uma linguagem artificial criada e
lógica. Destinada, não para o uso corriqueiro, no dia a dia, mas para o entendimento
universal.

O Esperanto não compete, entretanto, com as muitíssimas linguagens que existem, de


complexidade muito maior, pois estas são aprendidas naturalmente. O Esperanto tem
que ser estudado. E não é ensinado nas escolas.

Uma linguagem, para ser universal, não poderia ser uma linguagem "natural", como o
inglês o é. Ou qualquer outra, falada pelos habitantes de uma região qualquer.

Pois estas são formadas pelo povo sem muita racionalidade, e altera-se, quer isto seja
desejado ou não, com o decorrer do tempo. Assim o inglês de hoje, é diferente do inglês
falado há duzentos anos.

E a gramática, cedo ou tarde terá que ser adaptada, por meio de novas regras ou
exceções às já existentes.

Forma-se assim a complexidade que é, o falar-se corretamente uma língua qualquer.

Não é à-toa, que falar e escrever corretamente, é uma das tarefas mais difíceis de ser
aprendida, em qualquer país do mundo. A língua mãe, a que se fala desde pequeno, é
sempre dificílima de ser estudada.
Pode até ser de fácil compreensão para os seres humanos, acostumadas a ela, mas uma
máquina não a entende. Pois é "humana" e nada racional. Estanca aí a capacidade do
computador.

Mesmo assim, não foi impossível codificar tudo isto e, auxiliado pelos computadores,
corrigir-se a escrita. São os corretores ortográficos e gramaticais. Já existem e
funcionam. Até tradutores existem, por incrível que pareça.

Mas para que o computador possa corrigir ou traduzir, é necessário já de início escrever
certo, quase tudo. Se não o corretor não corrige e o tradutor não traduz.

Não é possível ainda alimentar-se um computador, com um texto em uma linguagem


"natural" qualquer, e deixar que ele proceda, conforme o seu significado.

A interpretação do texto ainda tem que ser feito por pessoas. E então, transmitidas ao
computador numa linguagem que ele entenda.

Uma linguagem de comunicação universal deveria ser artificial, sintética. Algo como o
Sistema Métrico, mais racional.

Falar e escrever, somente quem a estudar, assim como acontece com a matemática.
Com regras claras, simples e sem exceções.

Na matemática, para representarmos uma reta, escrevemos: y=ax+b.

Por extenso seria: O valor da variável "y" é igual ao produto do coeficiente "a" pelo valor
correspondente da variável "x", somado à constante "b".

Ou seja, muito mais trabalhoso, se gasta mais papel. Mas, o mais importante, é que
permite interpretação errônea do que foi escrito.

Por extenso, pode-se interpretar a equação como sendo y=a(x+b), que também é uma
reta, diferente porém, da reta y=ax+b.

A linguagem escrita e falada não utiliza parêntesis como na matemática, dificultando


enormemente a precisão do que é desejado dizer. Vírgula, ponto e vírgula fazem,
precariamente, esse papel. E são mal aplicados ou esquecidos freqüentemente.

"Perdoar, nunca matar!", é totalmente diferente de: "Perdoar nunca, matar!".

Apenas a posição da vírgula, faz essa enorme diferença. As diferentes línguas são
flexíveis e imprecisas neste aspecto.

Na matemática podem-se transpor os termos da equação, explicitar constantes ou


variáveis, obedecendo a regras rígidas, que não admitem transgressões, e assim
apresentar de muitas maneiras aquilo, que nunca deixará de ter o significado original, no
caso a reta y=ax+b.

Física e química, igualmente, regras fixas, que devem ser aprendidas.

Entendem-se pois muito bem, os físicos, químicos e matemáticos. Mas não as pessoas
comuns. Impossível comunicar-se deste modo, nos muitíssimos outros assuntos
existentes. Pois faltam recursos.

Entretanto, a impressão que se tem, é que não seria difícil idealizar uma linguagem
simples, com precisão quase matemática. De utilidade mais ampla. Uso universal.

Não para uso corrente, no dia a dia das pessoas, mas para registrar eventos, definir
procedimentos e comunicação. Quase um intermediário entre o que se fala e os
símbolos matemáticos e números. Uma linguagem, que fosse de utilidade em assuntos
técnicos.

Quase como as linguagens de alto nível em programação. Um facilitador do


entendimento. Uma linguagem compreensível às pessoas entre si e compreensível ao
computador. Que pudesse ser assimilada facilmente, assim como a matemática.

O que uma linguagem qualquer exige é que todos devem atuar do mesmo modo. O que
obriga os envolvidos a aprender os vocábulos, as regras, comandos e estruturas. E
alterar a maneira de pensar, a que estão acostumados. A transição pois, difícil sempre.

Uma vez que devem ser assimiladas, integralmente. Como é o caso de linguagens de
programação, o Esperanto ou uma segunda língua, que as pessoas resolvam aprender.
Devem estudar bastante e dominá-la o mais possível.

Mas em parte isto seria desnecessário. Poderiam ser usadas as estruturas de sentenças,
próprias de cada língua, a que aprendemos desde pequenos, naturalmente, e também os
vocábulos. Facilitando assim o aprendizado. Não seria uma língua diferente a ser
aprendida. Apenas a simplificação da língua, a que já estamos acostumados.

O sentido, o significado então, é que seriam traduzidos para outras línguas e também os
vocábulos. O elo de união seria esta conversão das estruturas e vocábulos, para outras
línguas. Não se aprenderia uma nova linguagem. E sim apenas algumas regras,
simplificadoras, aplicadas ao que já estamos acostumados.

Cada sentença, uma vez formulada, teria significado único, independentemente da


interpretação, assim como na matemática. Um texto qualquer seria uma seqüência
dessas sentenças.
Por exemplo:

1 - Estruturas de sentenças simples poderiam ser concebidas. Uma lista delas, e seriam
as únicas que poderiam ser utilizadas.

Sentenças que permitiriam expressar a maior parte do que se pretende dizer.


Eliminando-se as filigranas e as "frescuras".

2 - A ação, ou seja, o verbo talvez no infinitivo sempre, também uma lista. Indicando as
diferentes atividades exercidas pelo sujeito, no caso inexistente.

Verbos parecidos, de significado semelhante, poderiam ser utilizados levando porém,


sempre ao verbo "principal", fazendo desaparecer as pequenas diferenças de significado
entre eles.

3 - Uma lista de substantivos, também com seus sinônimos, levando ao substantivo


"principal". Consultados em dicionários específicos, para os mais variados assuntos.
Mecânica, medicina, economia etc., cada um com o seu dicionário.

4 - Incluir parêntesis, e parêntesis intercalados, do mesmo modo que na matemática ou


em linguagens de programação. Fundamentais à clareza e precisão.

5 - "E", "OU", "NÃO", também, segundo regras lógicas, já estabelecidas.

6 - Tabelas de critérios de pertinência.

Se desejarmos especificar determinado objeto, ele teria que ter identificação única.
Correspondência biunívoca. Entretanto, a maioria das coisas não é assim.

Um indivíduo pode ser identificado pelo seu nome, e endereço. Desde que neste
endereço não existam pessoas de nomes idênticos. Ou simplesmente o CPF.

Um objeto qualquer, por exemplo: Parafuso da roda traseira esquerda externa do


caminhão placa tal.

Uma localidade pode ser identificada pelas suas coordenadas geográficas, latitude,
longitude, altitude.

Um ser vivo: Reino, filo, ordem, classe, família, espécie, raça ou seu código genético.

E assim por diante.

Só isso, talvez já fosse suficiente, para o entendimento, de quase tudo, o que é dito ou
escrito.
Adjetivos modificam os substantivos. Na verdade ferramenta sutil (ou nem tanto), para
se dar um significado que é desejado, ao que se está escrevendo ou falando. Teriam que
ser proscritos. Pois torcem, enfeiam ou embelezam, sem argumentação.

Jornalistas, já que transmitem fatos e não opiniões sabem muito bem, que não deveriam
utilizar adjetivos. Mas quantos fazem isso?

Eufemismos igualmente. Nada seria feio nem bonito, simplesmente seria. Um produto
ofertado no mercado como "tradicional", voltaria a ser o reles produto "comum" que era
antes, nada mais. "Relações Humanas" voltaria a ser "Setor Pessoal". A opressão não
usaria mais como desculpa a "Ordem e segurança públicas". País "em
desenvolvimento" voltaria a ser o "subdesenvolvido" que sempre foi.

Não deveria haver concordância de gênero, número e grau, nominal, verbal etc. Pois o
entendimento não é facilitado com isso. É na verdade apenas um complicador.

Não é pois uma linguagem que seria "natural" falar-se. Mas evitaria ter que decorar a
concordância, que no português, por exemplo, vamos e venhamos, só quem desde
pequeno fala essa língua, consegue assimilar. Só decorando, sabemos que assento é
masculino e cadeira é feminino, avião masculino e aeronave feminina.

A proposta, na verdade, seria tirar a "riqueza" de uma língua. Simplificar deixá-la menos
versátil, menos poética, menos suscetível à variedade de interpretações. Mais precisa.

Isto feito seria extremamente fácil processar qualquer texto quanto ao seu significado,
sem que alguém, pessoalmente, tivesse que fazê-lo. Traduzir também seria facílimo.

Uma espécie de novilíngua, de George Orwell, mas com objetivo diferente.

Já tentei fazer algo parecido, na prática.

Trabalhava com manutenção de equipamentos, tratores, caminhões, etc.

Era necessário registrar os acontecimentos, consertos, revisões, peças substituídas


etc., para saber a data e freqüência de cada ocorrência. O que facilitaria a tomada de
decisões, reclamações em garantia, programação das manutenções, controle de estoque
etc.

Como eram dezenas de marcas, centenas de modelos e milhares de equipamentos, a


tarefa não era nada fácil. Por causa do volume de dados que tinham que ser digitados e,
principalmente, porque as anotações eram escritas de qualquer modo. Cada um fazia
isso, à sua maneira. E não tinha como somar as laranjas com bananas.

Registrar uma ocorrência, moleza, mas chegar a uma conclusão qualquer, mediante
estes registros, era extremamente frustrante.

Tentei resolver o problema da maneira citada. Não deu certo, pois as complicações
surgiam mais rápidas do que eram solucionadas.

Claro poderia ter feito como normalmente procura-se fazer nestes casos: Preencher
formulários.

Cada fato seria registrado, escolhendo-se um formulário adequado que seria então
preenchido. Os formulários sendo idealizados, à medida que uma ocorrência qualquer,
não se encaixasse nos formulários já existentes.

Mas, isso significaria uma quantidade enorme de formulários, pois os eventos em


manutenção de equipamentos chegam aos milhares.

Pensei então, em vez disso, elaborar formas de se dizer as coisas, por meio de
sentenças simplificadas. E que poderiam ser utilizadas também para outras finalidades,
do que a manutenção de equipamentos.

Utilizei inicialmente, uma sentença apenas: Ação e objeto.

(Verbo e/ou verbo...), (objeto, pertinência e/ou objeto, pertinência...)

Ou seja, uma simplificação enorme. Mas representa quase tudo que acontece, em
manutenção de equipamentos.

Tudo inicialmente teria que ser "traduzido" para este formato.

Um procedimento qualquer seria digitado, escolhendo-se previamente a sentença


apropriada, os verbos, os substantivos etc. Retirados de listas padronizadas.

Mas as dificuldades foram grandes. Os diversos fabricantes (muitas vezes originários de


vários países) diferem na nomenclatura de peças, componentes, materiais e
procedimentos. Acontecimentos de menor importância, às vezes, detalhados
minuciosamente e outros, realmente importantes, meramente citados.

Para uns, certa peça pertencia ao motor do equipamento, para outros já, era pertinente
ao chassi. Reforma, recuperação, restauração, conserto, reparo, revisão qual o
verdadeiro significado, de cada uma destas atividades?
Acabou sendo impossível coordenar tudo isso. Elaborar as listas padronizadas foi
extremamente difícil. Mas, certamente o caminho é este, ou parecido. E foi muito
interessante trabalhar essa idéia.

A legislação e linguagem jurídica são de difícil entendimento, mesmo para os


entendidos. Cada processo deve ser lido e relido seguidamente e comparado às leis, que
também devem ser lidas e relidas. E tudo interpretado. Dezenas de vezes.

Em cada leitura, procura-se a "essência" do texto. Mentalmente, elimina-se o que é sem


importância. Procura-se sempre, resumir.

Por que então, já não escrever o texto, omitindo o palavreado desnecessário?

Imaginemos uma linguagem simplificada nesta área.

Um simples "Enter", e o réu estaria condenado. Ou absolvido.

(Estou exagerando).

SUCESSO!!! – GG

Pouquíssimos "fazem sucesso". Seja em novelas, cinema, música ou nos esportes.

E, galgado o píncaro, naturalmente tornam-se seres "superiores". E curiosamente,


passam a ser também oniscientes. Tornam-se docentes, ensinam.

Não é erro deles. São interpelados quanto aos mais variados assuntos, mesmo aqueles
que nada têm a ver com o que sabem fazer bem, e os levou ao sucesso. Praticamente
são forçados a opinar, para que o público não fique sem resposta.

Emitem laudos sobre política, sistema de governo, economia, criminalidade, moda,


estética, medicina, maneira de viver etc. etc.

Mas nunca fazem isso ostensivamente, sempre apenas, nas entrelinhas. Pois, devem
aparentar sempre, ter mantido a simplicidade da qual vieram. Os fãs nunca perdoariam
se não fizessem isso.

A eles é creditado, por todos os demais, tal "superioridade". Pois, quem faz sucesso só
pode, com certeza, "ser mais" que os outros. Um inexplicável algo a mais, que os tornam
experientes também em todos os assuntos.
Seja um palmo de rosto bonito, uma bunda atraente, um disco de ouro ou platina, ou
habilidade com a pelota de couro. Entendem de tudo. São escutados e acreditados.

São adorados, aplaudidos e ovacionados. As palavras, ditas por suas bocas são
absorvidas, como se fossem pérolas jogadas à plebe. Isso os inebria, atordoa, é o ópio
do artista. Impossível ficar imune ao aplauso e à ovação.

É só ver, por cinco minutos, um programa da Hebe Camargo, para saber do que estou
falando.

Em outras áreas, também é assim.

Numa empresa qualquer, em qualquer profissão. Sempre, o ápice sobe à cabeça. Infla,
transforma, deforma e deturpa as pessoas.

Deixam de ser a gente que eram. Passam a serem altivos pavões, de torpes desejos e
primitivos instintos, achando que são deuses.

Raríssimas as exceções.

PENSAR GRANDE – GG

Quinhentos anos de Brasil. Antes disso a barbárie, a ausência de História, a ignorância.


Bichos e seres inferiores, é o que existia na terra brasilis, antes dos portugueses.

É assim que encaramos as coisas. Somos cultos, modernos, progressistas. Somos


avançados. Nosso orgulho é pensar, que estamos apenas cinqüenta anos, atrás dos
Estados Unidos (ou seriam cinco mil?).

Mas, o Brasil sempre foi desde então, a casa da mãe Joana. Entra e sai quem quer e faz-
se o que bem se entende. Brasil, a mais mal paga das prostitutas. Exploração predatória,
governos corruptos e entreguistas.

Os dirigentes e poderosos, neste país, pensaram sempre no que lhes interessa


pessoalmente, e nunca no país como um todo. Nunca pensaram no Brasil como sendo
algo ao qual pertencem, do qual fazem parte. E sim apenas como um reles objeto, a ser
espoliado.

Desde as capitanias hereditárias até hoje, sempre foi assim. Sempre o desejo foi, extrair
o máximo, para então viver faustosamente, onde as coisas realmente acontecem: Longe,
bem longe daqui.
Enriquecer rapidamente, quanto mais, melhor. Para depois viver comodamente em
Miami, a Meca dos brasileiros, ou Nova York. Antes disso Paris, antes Londres, antes
ainda Lisboa.

Ou mesmo viver, em algum condomínio fechado tupiniquim, desde que muito bem
protegido da gentalha que ronda o patrimônio alheio. Mas, sendo cosmopolita sempre,
pois o "home sweet home" de coração, não é aqui, embaixo do Cruzeiro do Sul.

Os que conseguem são elogiados, admirados e invejados. E odiados também, é claro,


por aqueles à custa dos quais obtiveram tudo que lhes é tão caro.

Serão lembrados. Mas como, e por quanto tempo? Milhares de riquíssimos existiram e
existem, e quem sabe os seus nomes? Quem se lembra daqueles, que nada mais fizeram
na vida, do que enriquecer?

Nem um, um só que seja, pensa diferentemente. Nem um sequer, almeja ser lembrado
por ter feito algo verdadeiramente grande.

Houve quem tentasse, mas foi obrigado a suicidar como Getúlio Vargas, ou renunciar
como Jânio Quadros, ou deposto como João Goulart.

Imaginemos alguém, com um objetivo maior. Diante dessa matéria prima toda, que é este
enorme país e sua gente! Alguém que pense grande, verdadeiramente.

E resolva colocar este imenso país, no seu devido lugar, do qual sempre esteve
alienado.

Que proteja o ser humano que habita estas terras, principalmente aqueles que já estão
aqui há milhares de anos. Que proteja a natureza, fauna, flora, o meio ambiente. Que seja
ciumento quanto a tudo aquilo, que pertence ao Brasil. Que crie orgulho nos brasileiros,
e sintamos o Brasil, como pátria. Mãe gentil a ser defendida.

Seria lembrado, não por alguns anos, mas quinhentos, e muito mais! Seria o marco
divisório que separa o reles, vil e desprezível antes, do glorioso e maravilhoso, depois.

Tantos já tiveram a oportunidade, e não aproveitaram. Quiseram apenas ser ricos,


infinitamente ricos. E esquecidos.

LIBERDADE DE IMPRENSA - GG publicado 30/06/2005

Um editor de jornal foi demitido. Autorizou a publicação de uma reportagem prejudicial


aos interesses do dono do jornal. E por isso foi demitido.
Uma empresa qualquer, seja ela de que tipo for escolhe e seleciona os funcionários e
colaboradores, de modo que os objetivos a que ela se propõe sejam alcançados.

As empresas querem quase sempre o lucro e, acima disto, o poder.

Para isto as empresas devem ser eficientes, com investimentos reduzidos obter grandes
resultados. E não importa muito como isso seja alcançado ou quais os meios utilizados.

Impedimentos morais ou éticos são secundários. São encarados justamente deste


modo, como sendo impedimentos, restrições aos objetivos.

Contrariam o lucro e poder, empecilhos, nada mais. É o sistema capitalista.

Os colaboradores que são escolhidos devem render muito e custar pouco. A diferença é
o lucro. Que faz a empresa crescer. E quem não se encaixar nisto, não serve. Não será
escolhido como colaborador e, se já for empregado dela, será demitido.

Não importa a atividade, medicina, agricultura, medicamentos, alimentos, educação,


eletrodomésticos, jornalismo, engenharia, notícias, a finalidade não é servir bem. O
objetivo é o lucro. E tudo aquilo que for diferente, será descartado.

Não é permitido, contrariar-se a empresa, para a qual se trabalha.

Assim, pode-se até achar, com toda razão, que o editor chefe foi demitido injustamente.
Como jornalista, fez apenas o que achou que deveria fazer.

Mas não observou os interesses da empresa, e por isso foi punido. Não erraram o editor
nem dono do jornal. Errado é o todo, que acreditamos ser verdadeiro: o sistema
capitalista.

PIRATARIA – GG publicado 26/06/2005

Combater o contrabando, as falsificações, o comércio ilegal. É o que todo mundo acha


correto fazer. Pois que, até remédios são falsificados!

Mas, por que combater os "piratas"?

Tanto eles como o comércio oficial e legal, visam apenas lucro. E quanto mais, melhor
sempre. Oferecer pouco e receber muito por esse pouco. Esta é a idéia.
Por acaso não deveriam valer então, as regras da "oferta e procura", da competitividade,
tão apregoadas pelas multinacionais, pelo neoliberalismo e pelas "democracias"?

Se for assim que deveria ser, os "piratas" não poderiam ser combatidos. Pois ofertam
um produto diferente, de qualidade pior talvez, mas muito mais barato.

O consumidor escolhe. Se compra o caro e bom, ou o barato e ruim. A propaganda


dizendo ao consumidor o que ele deve fazer. Ou a conversa do camelô. E ele, que
acredite num e outro, se quiser. Lei da oferta e procura.

O que as multinacionais estão reclamando?

Se estão se sentindo prejudicados pelos "piratas" seria só ofertar um produto que


agrade melhor ao consumidor, em preço e qualidade.

É assim que deveria ser. E não combater os "piratas", por meio de leis, política e polícia,
a lhes garantir artificialmente um preço alto.

TRANSGÊNICOS – GG publicado 25/06/2005

Qual a finalidade dos Organismos Geneticamente Modificados?

Melhorar a vida das pessoas? Reduzir a fome no mundo?

Pode-se usar tal argumento. Para explicar ou justificar a sua utilização. Mas,
evidentemente não é isso o que vai acontecer.

Pois já existe produção de alimentos em suficiência, para que ninguém no mundo passe
fome. Estão, no entanto, sendo utilizados em outras finalidades, para ração animal,
industrializados e outros. E um bilhão de pessoas tem dificuldades para se alimentar.

Os alimentos em geral, NÃO têm a finalidade de saciar a fome das pessoas. São nada
mais que mercadorias, comerciáveis, como qualquer outra coisa, computadores,
automóveis, armas. E até os remédios são assim, infelizmente.

O objetivo é comercial, o lucro. Pagam os que podem e os que não podem, ficam sem.
Assim este argumento "humanitário", dos transgênicos, deveria ser deixado de lado.

Os OGM (Organismos Geneticamente Modificados) encerram um perigo potencial muito


grande. São inéditos na natureza!
Com eles, está-se interferindo diretamente na produção da vida, na evolução natural das
espécies. E isso encerra um perigo muito grande, como bem comprovam as
manipulações genéticas de vírus, bactérias etc. que são fabricados na finalidade de
armas biológicas.

Estes porém tem um rígido controle, por causa da letalidade e por serem armas.

Imaginem se algum vírus saísse fora de controle (digamos até que o HIV tenha sido
fabricado transgenicamente, e acabou se espalhando mundialmente). Que proteção, a
vida na Terra tem contra eles? Nenhuma! Pois nunca aconteceu antes na natureza!

É claro que outros, como os medicamentos produzidos transgenicamente, por exemplo,


é um benefício. Mas, também com estes existe um controle. O perigo que encerram é
controlado.

Entretanto, com as sementes e demais vegetais e animais, que estão sendo modificados
transgenicamente isto não acontece. São disseminados no meio ambiente, pessoas e
animais os consomem. Qual será a interação entre eles, digamos, daqui a mil anos?

Se acontecer algo de prejudicial (o que ainda não foi confirmado), as conseqüências


poderão ser irreversíveis. Não existe mais como voltar atrás. Pois se perdeu o controle.

É um risco muito grande, por apenas, uma vantagem comercial. E é isso que os
transgênicos são, nada mais que vantagem comercial.

A fome no mundo não diminuirá. Mas a Monsanto que detém noventa por cento das
patentes dos transgênicos, certamente ficará muito mais rica.

Uma entidade brasileira selecionou geneticamente (não transgenicamente) a mandioca,


uma variedade, de modo que ela tenha uma pequena porcentagem a mais de proteínas. E
isto está salvando milhares de vidas na África, pois a alimentação deles melhorou
significativamente.

Mas não pagam nada por isso! Não existem "royalties" a serem pagos. Isso sim é matar
a fome do mundo!

LICITAÇÕES – GG publicado 25/06/2005

Uma obra que estava em andamento no interior do país (já faz tempo) pediu à matriz mil
ovos. Ovos de galinha. Para a cozinha do acampamento.

O setor de compras mandou mil dúzias de ovos.


Era um tal de comer ovo frito, cozido, omelete, guisado, suflê, maionese e tudo mais que
os cozinheiros podiam imaginar ser feito com ovos, no café, almoço e jantar, até saírem
pelas orelhas.

A encrenca e a "gozação" foram grandes. Quem pediu deveria pedir "dúzias", que é a
unidade usual e quem forneceu deveria, antes de comprar, ter consultado a obra. Estas
coisas acontecem. Erros acontecem.

E não só engraçados como esse. Muito mais graves também, e tramóias.

As compras governamentais de materiais produtos ou serviços estão sujeitos à


legislação específica. Extremamente burocrática e trabalhosa, cujo objetivo principal é
evitar os conluios, as falcatruas. Principalmente os "superfaturamentos".

Que mesmo assim acontecem a rodo.

Quanto maior o valor, mais quesitos legais devem ser atendidos, mais rigorosos os
procedimentos e mais demoradas ficam as aquisições. Seis meses a um ano é o normal,
para valores não muito elevados.

Um equipamento qualquer pertencente ao governo e que tenha quebrado, seja


caminhão, moto-niveladora, automóvel, ambulância, equipamento hospitalar, não
importa, ficaria assim parado por esse tempo, pelo menos.

Existem alguns recursos (compras emergenciais etc.) que possibilitam acelerar as


compras, entretanto não podem ser utilizados freqüentemente.

Assim o negócio é esperar. Ou manter um estoque suficiente de peças de reposição, de


modo que possam ser utilizadas imediatamente. E assim consertar o equipamento.

Mas isso apresenta um problema gravíssimo: É necessário, saber-se de antemão, o que


vai quebrar, no futuro. E então fazer antecipadamente a licitação correspondente. Isto,
sem bola de cristal.

É claro que alguma coisa, muito pouco, pode ser previsto. Nunca a grande maioria.
Mesmo assim, é o único recurso que existe.

Assim milhares de artigos, peças e componentes são comprados "para estoque" pelos
órgãos municipais, estaduais e federais, medicamentos, produtos, pneus, etc.

E então são armazenados. Até que tenham o prazo vencido ou que definitivamente fique
constatado que não serão mais utilizados.

Já que nunca é possível, de antemão, saber-se com segurança o que vai quebrar ou
estragar-se, a margem de erro é sempre muito grande e os estoques enormes.

E qual a porcentagem dos itens de estoque em que isso acontece?


Normalmente, uns noventa por cento!!! Ou mais. Em se tratando de peças de
equipamentos.

Ou seja, apenas uns dez por cento do estoque têm utilidade. O resto, após alguns anos
estocados, é descartado. Jogado fora, no lixo. Ou leiloado, a preço de banana.

E isto acontece em qualquer "biboca", qualquer municipalidade, órgão estadual ou


federal! Porém, não existe nada de ilegal ou má fé nisso. É um procedimento normal.

Simplesmente não existe como ser diferente. Pois a legislação é rígida, e por isso muito
demorada.

Mas, não é apenas em órgãos governamentais que isso acontece. Nas empresas
particulares também. Também nestas, com o tempo, a maior parte do estoque passa a
ser uma inutilidade.

O que poderia ser feito?

"Afrouxar" a legislação, para tornar mais rápidas as aquisições pelo Estado, seria nada
mais que aumentar as falcatruas. Isto não é possível.

Terceirizar ou privatizar então (que é o que foi feito desde Collor de Mello, mas não por
este motivo). Delegar a terceiros as atividades de manutenção dos equipamentos e
muitas das atividades que são prestados pelo Estado. Assim, o problema passa a ser
deles.

Uma empresa particular é muito mais ágil, sem dúvida nenhuma. Como ainda é voz
corrente que o Estado é ineficiente, as coisas só poderiam melhorar. É o que se imagina.

Só que nesta terceirização, continua-se sem saber o que irá quebrar nos equipamentos.
A bola de cristal continua não existindo. Assim, como estabelecer os valores máximos
das licitações? Como estabelecer o preço justo a ser pago a estes terceiros?

A subjetividade é muito maior e as falcatruas aumentaram enormemente.

Os famigerados "superfaturamentos" governamentais até que não são difíceis de


constatar, é só consultar o mercado quanto aos mesmos itens licitados.

Mas, como avaliar uma terceirização ou privatização? No caso, não existe "valor de
mercado" ao qual possa ser comparado. As falcatruas tornam-se "homéricas" e
dificílimas de comprovar. Que é o que tem acontecido.

A atribuição do Estado passa para terceiros. O Estado limita-se a fiscalizar. E não


fiscaliza nada! Apenas concede aumentos. Passagens de ônibus, pedágios, telefones
fixos e celulares, energia elétrica. É isto o que acaba acontecendo. O Estado, sendo
apenas ferramenta a interesse de particulares.
Mas, poderia dizer-se, terceirizando privatizando os serviços melhoram. Será?

O que se sabe com certeza, é que ficam mais caros. Pois, além dos impostos que
pagamos (e que não foram reduzidos pela terceirização) agora passamos a pagar mais
pelos serviços. Que, em muitos casos, não melhoraram nada.

Uma empresa particular não é obrigatoriamente mais eficiente e racional do que o


Estado como imaginamos que deveria ser. Tanto é que o exemplo que dei no início, dos
ovos, aconteceu em uma empresa particular. E poderia citar muitos outros casos.

E quem paga tudo isso, somos sempre nós, os consumidores.

Só que, quando isso acontece com empresas particulares, achamos que é problema
deles e não nosso.

O QUE O JEANS TEM DE PRÁTICO? – GG publicado 19/06/2005

Estamos acostumados ao nosso modo de ser, e achamos incorreto tudo aquilo que seja
diferente.

Contrário ao que unanimemente imaginamos, o "hijab", véu muçulmano, burca etc. não
são instrumentos de opressão, e sim de liberdade!

As mulheres islâmicas rejeitam serem observadas e criticadas quanto à sua aparência.


Cobrem-se, usam o véu e assim são donas do seu corpo. Essa é a verdade!

É futilidade almejar um padrão a beleza ocidental, como todos nós fazemos.

Inalcançável para a maioria e cujo objetivo único, é vender produtos e serviços. Roupas,
estilos, cosméticos e cirurgias plásticas.

Cultuamos o corpo, a beleza e a estética, somos quase forçados a isso. Submetidos a


um padrão, especificado por, sabe lá Deus, que entidade ou pessoas. Um terrível
esmagador da personalidade.

Na nossa maneira ocidental de ser, simplesmente não se pode ser, o que somos. Um
padrão deve ser seguido, obrigatoriamente. Não só nas vestes, mas nas atitudes, no
modo de se expressar, na face e no próprio corpo. Que deve ser alterado, por "body
building", cirurgias, botox, dietas, regimes, lipoaspirações, implantes de silicone etc. A
aparência é o que vale, não o conteúdo. E quem não fizer, será rejeitado.
"Seja você mesmo. Tome Coca-Cola". É o que diz a propaganda. E tomamos esse ácido
corrosivo da personalidade pensando que fazemos isso por conta própria, de
espontânea vontade.

Onde está a liberdade da mulher e do homem que se sujeita a tudo isso?

Realmente, é muito mais lógico, assumir-se e ser diferente. Ser o que é, ou o que se
deseja ser. Ou seguir os costumes. Assim como os muçulmanos.

Costumes, religiosos ou não, o que importa? Quem se identifica com um grupo deve
poder viver conforme seus preceitos e costumes. E ninguém tem nada a ver com isso!

A diferença entre o que nós fazemos e os muçulmanos, é que eles seguem um costume.
Fazem o que fazem, porque é costume. Não é uma competição, para ver quem está mais
atualizado, dentro dos últimos ditames, da moda ou da cirurgia plástica, como nós.

Deles é a liberdade, não nossa!

O mundo ocidental usa jeans. É moda. Seguimos esse padrão, por idolatria. Aspiração a
um estilo de vida, que não é, nem nunca foi nosso. E usamos, todo mundo usa.

Mas, que de prático existe nele? É pesado, volumoso, "amarra" os movimentos


terrivelmente, quando molha então, leva uma semana para secar. Quem gosta de
esporte, pescarias, acampamentos etc. sabe muito bem o que é isso. Experimente andar
de bicicleta com o jeans molhado, ou escalar uma montanha. Quando está frio ele não
esquenta e quando está quente é insuportável.

É muito sacrifício usá-lo, só para "ficar dentro dos conformes".

EGOÍSMO E LOUCURA – GG publicado 15/06/2005

"Elogio à loucura", um clássico. Erasmus von Rotterdam escreveu-o.

Só que não dá prá ler. Isto é, ler até que é fácil, o difícil é entender o que está escrito!

Cheio de alegorias e referências indiretas aos gregos, suas filosofias e mitologia.


Incompreensível para mortais comuns. Só quem está muito "por dentro" desses
assuntos, chega perto do que ele pretendia transmitir.

Fico assim a comentar, apenas o título.

Na ocasião, o espírito renascentista era moda. Todos respiravam Grécia.

Na verdade ainda é nos tempos atuais. Pois, tudo que vivemos atualmente,
principalmente a ciência e tecnologia provém deles. Iluminaram a Idade das Trevas com
o seu conhecimento. O pensamento científico. E o mundo ocidental renasceu da
escuridão.

Aprendemos isso já nos primeiros anos de escola. Teoremas, álgebra, geometria etc.
Sempre o raciocínio e o pensamento científico. Confirmados na prática, no cotidiano.
Funcionam de verdade!

E assim, evoluímos com espantosa rapidez. Superamos todas as outras culturas. Por ser
este o espírito dominante, o científico, o inquisidor, o investigativo. Deixamos de
acreditar nos deuses e seus poderes, libertamo-nos deles. E, principalmente, dos seus
erros. Mas muitas coisas ficaram para trás.

Não nos livramos dos impulsos básicos, que nos tornam exatamente iguais aos demais
seres vivos. Somos bichos, nada mais que isso. E nunca seremos diferentes.

Tornamo-nos protozoários poderosos. E fazemos mau uso disso.

Somos simultaneamente deuses e amebas. E, como na mitologia grega, dotados de


superpoderes, e também de irresistíveis fraquezas.

Reforçamos nossos defeitos pela força do poder. Ficamos poderosamente destrutivos.

Na verdade, perdemos o direito de agir instintivamente, de seguir os impulsos ditados


por nossa longínqua ancestralidade. Teríamos que atuar como seres racionais,
exclusivamente. Não podemos mais dar vazão ao bicho que realmente somos. Perdemos
esse direito.

Deveríamos ser deuses, sem fraquezas. Para deixar de destruir o mundo, como estamos
fazendo.

Adquirimos muitos direitos. E perdemos o direito à irracionalidade. Pois ficamos fortes


demais, destrutivos demais. Só que não conseguimos fazer isso. O bicho em nós fala
mais alto. Nunca deixaremos de ser assim.

Quando estivermos com fome, iremos procurar o que comer e comeríamos até a melhor,
a mais rara e valiosa obra filosófica científica cultural ou artística, se comestível fosse.
Meu reino por um prato de lentilhas é o que faríamos. Ou mataríamos pais e prole, não
interessa, para saciar nossa fome.

O egoísmo em nós, fala mais alto. E usamos o poder a tecnologia, o raciocínio, para
reforçar este instinto que, para nós humanos todo poderosos, passou a ser um defeito.

Toda a nossa orientação é neste sentido. Ser egoísta. Obter riquezas, conhecimentos,
poder, propriedades, tudo voltado apenas para satisfazer o egoísmo que nos é natural.
Não consideramos o egoísmo uma virtude, mas não deixamos, um segundo sequer, de
trabalhar para ele. Todas as ferramentas dos conhecimentos estão a serviço do
egoísmo. E ninguém contesta.
Quem pensar diferentemente é considerado louco. Não é possível viver a loucura de não
ser egoísta. Mas por quê?

Por que temos que agir sempre dentro de uma "racionalidade", que nos manda ser
egoísta ao extremo, e com isso até, comprometer a própria vida na Terra?

Existe gente porém, que não é assim.

Os que são considerados clinicamente loucos, por exemplo. São julgados como tal,
pelos que são saudáveis. Por aqueles que apresentam um saudável e racional egoísmo!
Os critérios utilizados são escusos e nebulosos. Para excluir da sociedade, os doidos
varridos. Os que pensam e atuam diferentemente dos normalmente egoístas.

Alguns são considerados perigosos, outros incapazes. Não sobrevivem por si próprios.
Porque a sociedade não foi feita para eles. Em sua estrutura não existe espaço que os
abrigue, a não ser o manicômio. São párias e apátridas. São estorvos, pois têm que ser
sustentados. Desprezíveis e dignos de pena.

Mas por que tem que ser assim?

Não seriam mais loucos os "saudáveis", com seus pensamentos voltados para a
destruição de tudo que existe, quase que exclusivamente? Urânio empobrecido,
torturas, armas biológicas. Isso não é loucura maior?

Existem também os loucos, que fazem isso (ser louco), voluntariamente.

Pouquíssima gente é assim. Não os que foram compelidos a isso, pelas esmagadoras
engrenagens da sociedade, pela exclusão compulsória ou por vícios que não
conseguem controlar, mas sim aqueles que fazem isso espontaneamente.

Decidem-se pela loucura. Pelo ser diferente. Simplesmente resolvem discordar da


"racionalidade" das coisas.

Alguns andarilhos, moradores de rua, eremitas e excêntricos, com ou sem dinheiro,


estudados ou não, inteligentes ou não, fazem isso. Até "iluminados" gênios, filósofos,
intelectuais, pensadores, por vezes atuam assim. E também, é claro, o famigerado
"cientista louco", objeto de historinhas de revistas em quadrinhos.

Jogam às traças o "sistema", escolhem ou não uma doutrina, um caminho, e vivem suas
vidas. A que eles querem.

Segregados dos demais. Incompreendidos, por não se submeterem às regras, não


seguirem a rotina, procedimento normal do ser humano em sociedade. Têm por vezes
ótimas idéias e pensamentos. Às vezes agrupam-se. Formam sociedade à parte.
São considerados loucos. No mínimo um atrapalho. Perniciosos com suas idéias. Muitas
vezes a serem trancafiados. Em cadeia ou manicômio. Entretanto, o que desejam é viver
a seu modo. Apenas isso. E por que não podem?

O primeiro argumento utilizado é que deveriam sobreviver, sem ser um encargo para a
sociedade. Deveriam ser um elo produtivo dela. Deveriam até, de preferência, produzir
mais do que o necessário para seu sustento e assim colaborar para o engrandecimento
da humanidade (na verdade, o enriquecimento de poucos).

O segundo argumento é que poderiam ser um mau exemplo. Suas idéias poderiam ser
contagiosas, e perigosas! E assim, estão errados. São loucos.

Estes argumentos entretanto, não convencem pois, muita gente vive parasitariamente e
ninguém reclama. E também, estamos longe de ter uma idéia social aceitável e
maravilhosa que poderia ser significativamente piorada, por algum pensamento
estranho. Por que então, não ser diferente?

Se fossemos apenas bichos estaríamos sujeitos às leis naturais e não haveria muita
escolha. Teríamos que sobreviver, seguir o "sistema" ditado pela natureza, para não
perecer. As regras teriam que ser seguidas.

Mas, nós humanos, dominamos a natureza e suas forças. Ferramentas facilitam nosso
trabalho. Máquinas fazem força por nós, robôs o trabalho repetitivo, computadores o
mental e quase também o trabalho criativo. Adquirimos liberdade com isso, não
restrições, nem agruras.

Porque então não podemos simplesmente viver a nossa loucura, a que decidimos viver,
voluntariamente?

Quanta gente não gostaria de fazer isso. E simplesmente não pode! Não seria o direito à
loucura, a verdadeira liberdade do ser humano?

Os que resolvem ser diferente, não importa o motivo, contestam a validade da


"normalidade" que vivemos. E com razões de sobra para isso. Mas seus argumentos são
ignorados.

Espera-se que as crianças estudem e aprendam a conduta social. Mesmo que não seja o
que elas desejam. São forçadas a isso. Se não fizerem são criticadas, punidas e
marginalizadas. Espera-se que todos aprendam as regras que lhes permitam, em luta
ferrenha, competir com os outros, não só pela sobrevivência, mas, muito mais que isso,
pelo status, pelo ser "bem sucedido". Espera-se que as pessoas sejam confiáveis, que
executem aquilo que lhes foi atribuído, com fidelidade. Espera-se que cumpram o que
prometeram, mesmo quando as coisas dão erradas e isso os prejudique. Não existe a
opção de voltar atrás, do arrependimento sem punição.
São forçados a tudo isso. Se não o fizerem serão excluídos, impiedosamente. Para eles
não existe espaço na sociedade. E sofrerão amargamente.

Temos que ser submissos às leis, à ordem atual vigente e à moralidade. Regras
universais, que mudam constantemente, ao sabor de interesses escusos. Não são
aplicadas uniformemente, não valem para todos igualmente. Distorcidas sempre, nada
mais que ferramentas nas mãos dos mais fortes, para submeter os mais fracos.

Os que resolvem não obedecer são excluídos. Não importa a validade ou inteligência de
seus argumentos, ou o quanto sejam capazes. E, em casos extremos, são trancafiados,
em cadeia ou manicômio.

Somos manietados, obrigados a seguir uma ordem social, que nada tem de bom, justa
ou sábia. Não temos a liberdade de ser diferente, de cometer loucuras. Obrigatoriamente,
temos que ser egoístas. Entretanto a loucura, o fazer atos ilógicos e irracionais, faz parte
de nós, assim como o egoísmo.

Por que não permitir que sejamos loucos, assim como nos é incentivado a ser egoísta?

Talvez porque esta "loucura", proscrita, condenada e ilegal, produza gente como Galileo,
Martinho Lutero, Mahatma Gandhi, Che Guevara, Hugo Chavez, Roberto Requião e
tantos outros.

Quem sabe por isso.

CARRINHEIROS – GG publicado 11/06/2005

Tempos atrás tive muitos problemas com carrinheiros. Eu morava ao lado de um


supermercado que jogava seu lixo orgânico e de todo o tipo em uma caçamba. Havia
também uma torneira com água.

Tornou-se ponto de encontro deles. Como o supermercado lhes proibia ficar no seu
pátio, eles estacionavam os carrinhos no gramado, em frente à minha casa.

Às vezes quinze ou mais carrinhos.

Reclamava com eles. Por causa da sujeira. Mas não adiantava.

O supermercado mandava os empregados limpar e varrer o pátio deles, mas eu tinha


que providenciar isso, na frente da minha casa. Todo dia. Revoltava até o estômago, por
causa dos restos de alimentos deteriorados.

Eu dizia para os carrinheiros, que não me importava que ficassem em frente da minha
casa, que abrissem os sacos de lixo etc., mas que pelo menos não fizessem tanta
sujeira! Mas não adiantava.
Entretanto, nunca foram grosseiros comigo. Nem nunca tentaram entrar em minha casa,
quando não havia ninguém. Não era gente maldosa, apenas desafortunada.

Então, comecei a pensar. Puxa, esses caras comem restos, que os outros jogaram fora!
Comem, como se bichos fossem. Que valor eles poderiam dar a um gramado bonito e
bem cuidado? O que poderia interessar a eles, estes tipos de coisas?

E não reclamei mais. Continuei limpando.

Até que um dia encheu o saco, de verdade. Fui ao supermercado e trouxe o gerente pelo
braço, quase à força, e mostrei a sujeira. E disse a ele que ordenasse aos seus
funcionários que limpassem o meu gramado também, diariamente! Se não o caldo iria
engrossar!

E fizeram. Sem reclamar. Resolvi assim o meu problema.

Tempos depois, o supermercado mudou o sistema, o lixo não era mais recolhido no
pátio e sim dentro do supermercado. E trancaram o acesso à torneira.

Os carrinheiros desapareceram.

Nas cidades, são cada vez mais freqüentes. Com seus carrinhos mal feitos,
improvisados.

Enfeiam a cidade, principalmente os bairros mais "chiques" e os centros executivos. O


contraste é enorme, o luxo, a assepsia, o vidro, o aço inoxidável e aquela gente
maltrapilha, mal lavada e seus carrinhos, de ferro enferrujado ou madeira, construídos
de qualquer jeito. Entulhados de coisas.

São puxados por eles mesmos. Tração humana (ou melhor, subumana). Atrapalhando o
tráfego com sua lentidão. Param em qualquer lugar e reviram as lixeiras para retirar tudo
que consideram aproveitável. Papel, papelão, latinhas de alumínio, vidro, metais, quase
tudo tem valor para eles.

Os Audis, BMWs e Off-Roads4x4, carros com centenas de cavalos de potência, são


então obrigados a andar mais devagar. Por causa deles que nem um só cavalo possuem
para puxar o que é seu.

Existem aqueles que acham que deveria ser proibido, que viessem à cidade, ao centro e
partes mais nobres pelo menos. Não fica bem. Prejudica os negócios. Espanta os
fregueses. Prejudica o turismo. Prejudica o "visual" da cidade. E o trânsito fluiria melhor.
Seria também menos perigoso, para os próprios carrinheiros, se eles evitassem os
lugares mais movimentados.
Existem os que os defendem. Dizem que eles fazem parte importante da sociedade, com
a reciclagem de lixo que promovem. E que todos são beneficiados com isso.

Existem os que os chamam de vagabundos e preguiçosos pois que, preferem improvisar


uma vida precária e irresponsável, a arranjar um trabalho de verdade, produtivo.
Escolhem viver uma vida sem compromissos.

Existem os que se preocupam com as crianças que normalmente acompanham os


carrinheiros. Pois lugar de criança é na escola. E não ajudar os pais a catar lixo.
Crianças sem futuro. E assim por diante.

Os carrinheiros por sua vez, não sem importam com nada disso. Vivem as suas vidas.
Ignoram os tráfego e seus motoristas, ignoram os ricos, a classe média, os pobres e os
transeuntes, todos eles. Vivem suas precárias vidas.

Formaram uma sociedade à parte, dentro da outra, considerada por nós como normal.
Eles têm o seu horário de expediente, rotina de trabalho e organização. E vivem as suas
vidas.

Normalmente não pedem esmolas, dificilmente fazem isso. Não são mendigos. Confiam
apenas em si mesmos e no seu trabalho para sobreviver. Não na caridade dos outros.

Não são oportunistas, quase não cometem ilegalidades. Não furtam, não assaltam. São
pouquíssimas as exceções. Sabem que, com certeza, a corda irá estourar na parte mais
fraca, em uma discórdia qualquer. E eles são a parte mais fraca.

Executam um trabalho difícil perigoso extenuante insalubre humilhante e pessimamente


remunerado. Chuva, sol, frio, calor, sujeira, doenças, esforço físico, este é o seu
ambiente de trabalho.

Fazem porque não existe escolha. E meio que se conformaram com isso.

São independentes. Sabem que não podem contar com ninguém. Tudo o que as
entidades governamentais e assistenciais fazem por eles, é sempre insuficiente. E pode
não ser duradouro. Assim sabem, que será deles mesmos e apenas deles, de onde virá a
sua sobrevivência.

Conhecem-se quase todos. Conversam e tem os seus assuntos. Ignoram os que estão à
sua volta, é como se tudo à sua volta não existisse. Não olham com inveja os demais,
não se preocupam com aquilo que os outros possuem e como se vestem. Não
ambicionam o luxo do qual retiram o lixo.

Ser carrinheiro tornou-se profissão.

Agora, vez ou outra, quando vejo um deles vou até ele e dou-lhe dez vinte Reais. Sem
que tenha pedido.

Ficam espantados, surpresos. E muito agradecidos!


Não faço isso por pena, ou para ajudar. É para mostrar que são benquistos.

EM DEFESA DO AMIANTO – GG publicado 7/06/2005

Falam sobre os perigos que o amianto representa.

Sobre o perigo que é, à saúde das pessoas que lidam com esse produto, asbestose e
câncer, principalmente. Inegável que isso aconteça.

A proposta, aparentemente mundial, é banir este produto do convívio humano, para que
as pessoas não sofram os malefícios.

Os artefatos em si, as telhas de fibrocimento, dutos, caixas d’água etc., ou seja, o


produto final, não é perigoso para quem entra em contato com ele ou habita as casas,
nas quais esses produtos tenham sido utilizados.

Não contaminam o ar nem a água circundante. Mesmos os pedreiros e telhadistas que


cortam, furam e manuseiam o fibrocimento não correm perigo com isso.

O amianto é perigoso, para as pessoas que lidam diretamente e diariamente na sua


extração e na confecção dos produtos, e redondezas.

O pó que contamina o ambiente nestas atividades adentra o pulmão, causando em longo


prazo asbestose ou câncer. A doença e morte, tanto por um como pelo outro, são
terríveis.

Aparentemente, as medidas de proteção dos trabalhadores nestas indústrias são pouco


efetivas. Não se consegue eliminar o pó ou evitar que os operários o respirem.

Deve ser mais um problema de custo (ou de pulso forte), do que uma impossibilidade.
Máscaras, filtragem, modificações no processo de produção etc. tornariam a indústria
segura quanto a este aspecto. Mas não é feito. Ou é feito insuficientemente.

O problema é que o câncer e a asbestose acontecem em longo prazo, e também, nem


todos são afetados. É uma bomba relógio que pode não explodir. Assim os
equipamentos de proteção são negligenciados. São deixados de lado, pois a doença não
é imediata.

Como acontece também com os agricultores que lidam com agrotóxicos. Acostuma-se
com o perigo, que demora a mostrar a sua cara.
O fibrocimento é de utilidade inegável. A principal vantagem é o seu preço. Tanto é que
vemos as casas humildes, quase todas elas, tendo o seu telhado feito com telhas
onduladas de fibrocimento (de pouca espessura). É o telhado do pobre.

Não é a cobertura ideal, de jeito nenhum, é frágil, quebra com facilidade. Transforma os
raios solares incidentes em infravermelho, ou seja, calor (um forno para os que estão
diretamente abaixo dela).

Mesmo assim é muito utilizado. Por ser leve, o madeirame que a sustenta, é pouco
custoso.

Assim é muito utilizado, compete em preço até com as vulgares telhas de barro.

Banir este produto do comércio, certamente tem seus benefícios. E muitos malefícios
também. Principalmente para os pobres. Tira-lhes, um pouco mais, a possibilidade de ter
um teto sobre suas cabeças.

Sem querer condenar a preocupação com a saúde dos trabalhadores no ramo do


amianto, está-se propondo uma solução extremada, por demais radical.

Quem sabe impedir que seja utilizado em isolamento térmico, elétrico e lonas de freio.
Mas as telhas baratas, de fibrocimento, teriam que continuar existindo.

Os automóveis, certamente matam milhares, se não milhões, de vezes mais que o


amianto, mas nada é feito para que sejam erradicados da humanidade. Nem sequer
pensa-se nisso.

Por envenenarem os que os utilizam, os agrotóxicos não são banidos, de jeito nenhum.

A lagosta é retirada do fundo do mar por mergulhadores nordestinos, que descuidam da


necessária descompressão, para evitar a embolia gasosa que aleija e mata. Entretanto,
continua-se comendo lagostas. Não são banidas dos cardápios de restaurantes.

O urânio, o plutônio, não são proscritos, por prejudicarem os que com eles trabalham.

Os que trabalham em instalações de britagem e mineração estão sujeitos a contrair o


"pulmão de pedra", doença similar à asbestose, mas não é cogitado abandonar-se estas
atividades por causa disso.

Isto tudo me parece, algo semelhante ao que aconteceu ao cânhamo. Esta fibra, matéria
prima para a confecção de cordas e de tecidos, foi banida do mercado. Justamente
quando estava entrando no comércio a poliamida (nylon) que era muitíssimo mais caro
(e melhor até, em muitos aspectos).

O cânhamo é a cannabis sativa, maconha, proibida no mundo inteiro, até hoje.

Apenas uma coincidência?


PREVIDÊNCIA SOCIAL – GG publicado 8/04/2005

Quando a Previdência Social foi instituída (na verdade modificada, reunindo os diversos
institutos de previdência, industriários, comércio, bancários, IAPI, IAPC, IAPB etc.) os
trabalhadores, neste processo, nada mais foram, que espectadores.

Quando o INANPS (Instituto Nacional de Previdência Social), passou a ser INSS (Instituto
Nacional de Seguridade Social), também.

Tudo, prazos, taxas, carências, limites, tudo mesmo foi determinado pelo governo,
exclusivamente.

Os trabalhadores em nada opinaram.

Nem optar podiam, pois o desconto era feito em folha, obrigatoriamente.

No governo de Fernando Henrique Cardoso e também no atual, afirmou-se que a


Previdência está quebrada. Uma triste realidade.

Modificações urgentes devem acontecer. Para que seja possível a continuidade do


sistema.

Não existe como. O déficit é muito grande. Entra menos dinheiro do que sai. E isto,
necessariamente, deve ser corrigido.

Alteraram então a Constituição. Mudaram as regras do jogo.

E as mudarão, cada vez mais, uma vez acontecido o exemplo, o precedente, introduzido
por Fernando Henrique Cardoso.

Por que a previdência não deu certo?

- Falcatruas, roubos e desvios.

- Concessão de benefícios aviltados.

- Falta de fiscalização e punição dos (grandes, principalmente) devedores da


previdência.

- Pagamentos de dívidas do governo, com o dinheiro da previdência, ou seja, desvios


legalizados.

Entretanto, o que alega o governo?

Que o recolhimento diminuiu. Conseqüência do crescente trabalho informal. Que a


longevidade aumentou, de modo imprevisível, e assim os pagamentos são maiores que
o previsto. E, por estes motivos, o que entra não é suficiente para pagar os que estão
aposentados. E modificações devem acontecer, para restabelecer o equilíbrio.

Todo mundo aceita isso. Fazer o que, pensamos. Na verdade uma história da
carochinha!

Por que?

Primeiro, o pagamento aos aposentados de hoje é feito com o dinheiro que foi recolhido
por eles, enquanto estavam na ativa. Nada tem a ver com o que é recolhido agora.

Se agora se contribui menos, por causa do trabalho informal, será também menor o
benefício a serem pagos no futuro. Pois, que argumento idiota é esse?

Ora, se estão pagando os aposentados, com o dinheiro que é recolhido dos que estão na
ativa atualmente, como é que pagarão a aposentadoria destes últimos, quando chegar a
ocasião?

Segundo, as regras foram estabelecidas pelo governo, exclusivamente. Assim se a


longevidade aumentou, é um problema que o governo deve resolver. E não o
trabalhador.

Assim como nós somos obrigados a cumprir um contrato qualquer, mesmo quando
acontecem imprevistos, por que o governo não precisa fazer isso?

O governo deve cumprir os compromissos assumidos, mesmo com imprevistos.

Assim como o faz, religiosamente, ao cumprir seus contratos com bancos, financeiras e
multinacionais. Mesmo quando acontecem imprevistos.

Terceiro, o sistema não é "fechado", não é autárquico. Falar pois em "déficit" da


previdência, é mentira!

Inicialmente sim, o sistema era auto-sustentável. O dinheiro que entrava só poderia ser
usado na previdência. Igualmente o que saia.

Modificaram isso, entretanto. Estabeleceram que o dinheiro da previdência poderia ser


usado para outras coisas, pagamentos de dívidas do governo, ao FMI e outros.

Assim procedendo, é claro e evidente, que vai faltar aos aposentados! Não tem como ser
diferente!

Quarto, o governo gerenciou mal o dinheiro, para dizer o mínimo.

Fez vistas grossas aos devedores, principalmente os grandes. Não cuidou, evitando que
fosse desviado e roubado. Aplicou mal o dinheiro, com pouco ou nenhum retorno.
Aplicou em entidades não idôneas, que deram o calote. Gastou em coisas que não eram
necessárias. Concedeu benefícios irreais e astronômicos etc.
Administrou mal. Para dizer o mínimo.

Por que é que o trabalhador e o aposentado têm pagar esta conta, se ele nunca pôde dar,
um palpite sequer, sobre o assunto?

O governo reduziu a aposentadoria drasticamente. A tal ponto que a maioria, na prática,


morrerão à míngua se, mesmo aposentados, não continuarem trabalhando. Terão que
trabalhar até morrer.

Trabalhar até morrer, que droga de aposentadoria é essa?

Assim também os que ganham bem e muito bem. Não podem aposentar-se. Para não
restringir, em muito, o padrão de vida, a que estão acostumados.

Trabalhar até morrer, que droga de aposentadoria é essa?

Sugestão do governo é que se faça uma aposentadoria complementar. Pagar uma


previdência particular qualquer, além do que já pagam.

Ou seja, o que ele sugere, é que agora levem também, o calote de uma previdência
particular, pois a parte dele, ele já fez. Deu o maior calote na galera.

Quem não lembra das GBOEX, APLUB, CAPEMI e outras previdências particulares da
vida?

Quem está disposto, a entrar novamente nesta fria, agora com outros nomes?

As previdências particulares atuais rendem o equivalente a uma caderneta de poupança.


Nada mais que isso. Será que vale a pena prender seu dinheiro por anos a fio, em troca
de uma remuneração miserável dessas? Como serão corrigidos os valores, para que a
inflação não "coma", o que estamos guardando?

Quem garante que essas novas previdências ainda existirão, quando, após décadas de
recolhimento, elas terão que devolver o que recolheram?

Quem garante isso?!

Esqueçamos a aposentadoria e trabalhemos até morrer.

Isto, se tivermos sorte em continuar empregados, até que a morte aconteça. Isto, se
tivermos algum emprego já, agora, e a perspectiva de não perdê-lo, amanhã ou depois.

Na verdade esqueçamos o trabalho, oficial, de carteira assinada, como muitos já fizeram.


E de bicos em bicos, deixemos a vida nos levar. E, quando chegar a hora morreremos.
De inanição, ou doença, que não podemos curar. Por falta de dinheiro, por estarmos
incapacitados para o trabalho, ou porque não temos emprego.

Regredimos. Voltamos aos tempos de Neanderthal, Cro-Magnon e Homens de Java.


Quando as coisas eram resolvidas no porrete.

É o que nos resta. Pegar um porrete e resolver as coisas.

MODERNIDADE – GG publicado 16/04/2005

Imaginemos uma família. Marido, mulher e dois filhos, pelo menos.

Cinqüenta cem anos atrás. Sistema patriarcal, usual na época.

O homem é o "homem da casa". Manda a tradição que seja dele o encargo de sustentar a
família. É o "chefe" da família.

A mulher é do lar, afeita a "prendas domésticas" apenas.

Os filhos (sempre que possível) estudantes, preparam o seu futuro. Manda a tradição
também, que no porvir, sejam arrimo e garantia do bem estar dos pais em sua velhice.

Obedecem aos pais, sem pestanejar. Tios, avós, autoridades indiscutíveis.

A vida não é fácil. Pois, sustentar quatro pessoas ou mais que isso, com apenas um
emprego, uma só atividade, não é simples. Mas, é a tradição. Os costumes indicam que é
assim que tem que ser. Nesta família só o homem trabalha (é o que determinam os
costumes).

Mas as coisas mudaram muito, desde então.

Surge idéia, contrária ao que preceitua as religiões, que o casamento não é eterno, não é
por toda a vida. É só enquanto dura. A separação é válida, mesmo em vida isso pode
acontecer. Inicialmente mal vista, depois cada vez mais aceita e corriqueira.

Hoje em dia, nas famílias abastadas, as separações acontecem em oitenta por cento dos
casais, nas mais pobres, em cinqüenta por cento deles.

Números inconcebíveis, inimagináveis apenas poucas décadas atrás.

Surgem, além disso, as idéias de liberação da mulher, direitos iguais.


As mulheres podem votar, estudar, trabalhar. Podem seguir qualquer carreira, assim
como os homens. Podem escolher profissões em qualquer área.

Diferente de antigamente, onde apenas algumas poucas, estavam reservadas a elas.


Lecionar, enfermagem, costurar e coisas assim.

Agora, as mulheres estudam, mais até que os homens. Formam-se. E trabalham.


Medicina, biologia, arquitetura, farmácia, secretariado, advocacia etc.

Competem com os homens pelas vagas escolares e pelas vagas no mercado de


trabalho. E que vença o melhor.

Os filhos, com a separação dos pais ficam com a mãe, normalmente.

A vida é muito difícil, quase sempre, pois a pensão do ex-marido, quando existe, é
sempre insuficiente. A mulher obriga-se então, a trabalhar. Não é mais apenas "do lar".
Precariamente exerce simultaneamente os papéis de pai e mãe.

Os filhos por sua vez, emancipam-se mais cedo.

Mais cedo são levados a preocupar-se com o próprio futuro. Já que a sua família, com os
pais separados, lhes dá pouca proteção. Desde cedo ficam sozinhos, ou aos cuidados
de estranhos. Enquanto a mãe trabalha.

São obrigados a trabalhar também, por causa das prementes dificuldades financeiras.
Muitas vezes deixam de estudar e abandonam as escolas. Não é possível mais, estudar.

Mais cedo são obrigados a escolher uma profissão. Não importa muito, qual seja. O
importante é que ajudem em casa. Ou pelo menos que recebam o suficiente para os seus
gastos pessoais, deixando de ser um encargo tão grande para a mãe. Logo pensam em
vida própria.

Mas as coisas não ficaram só nisso. A "modernidade" continua.

A tônica da atualidade é a "auto-estima", o "eu-me-amo".

Eu gosto de mim mesmo, mais que qualquer pessoa. Não existe pessoa mais importante
do que eu mesmo. Lixem-se os outros. Quem não pensar assim é um depressivo,
fracassado, destinado a falhar no mundo competitivo de hoje. Já está derrotado, antes
mesmo de entrar na refrega. Pais, irmãos, tios, primos, amigos, família, nada disso
interessa. Importante mesmo, é que "EU-ME-AMO", fervorosamente.

A liberdade sexual está sendo incentivada. Deve ser total e infinita, este é o objetivo.
Sem restrições. E, principalmente, sem compromisso. Não deve acontecer nenhum
vínculo entre os parceiros. Transa-se à vontade. Sem nenhum laço, afetivo que seja.
Se, por este motivo, alastram-se doenças sexualmente transmissíveis e acontece cada
vez mais a gravidez não desejada, a solução adotada, é usar contraceptivos. E legalizar
os abortos. Mas, a liberdade sexual, a falta de compromisso entre as pessoas são
intocáveis, devem ser preservadas a qualquer custo.

É assim que as coisas são agora.

Faz-se tudo em nome da liberdade e dos direitos individuais. Até a eutanásia, tão
discutida atualmente, sob certos aspectos, é uma liberação. É opção de se continuar, ou
não, a viver.

Muito se batalhou para que tudo isso acontecesse.

Movimentos radicais e não radicais, ONGs (Organizações Não Governamentais),


"lobbying" intenso, alterações na legislação e na Constituição.

Combateu-se principalmente a religiosidade. O Estado deve ser laico. Desmanchou-se o


conceito, católico principalmente, que a família é a célula da sociedade. E que deve
permanecer unida.

Campanhas, discussões, passeatas, debates, livros, artigos, reportagens, muita


propaganda, novelas televisivas e filmes "educativos" aconteceram.

Afinal conseguiu-se. Ou está se chegando perto disso.

As pessoas tornaram-se indivíduos. Com direitos individuais garantidos. A família, nos


moldes antigos (que também não era lá, aquelas maravilhas), não existe mais. É a
modernidade. É considerado, justiça social.

A família, antigamente pais e mais dois filhos transformaram-se em quatro indivíduos.

O pai que antes trabalhava para a família, agora o faz apenas "para si mesmo".

A mulher que antes trabalhava no lar, para a família, agora trabalha só "para si mesmo".

Os filhos deixaram de ser filhos estudantes dependentes dos pais. São indivíduos,
autônomos. Que devem procurar sobreviver, trabalhando também "para si mesmo".

Quadruplicou, por assim dizer, a oferta de mão de obra! Para a mesma quantidade de
empregos existentes.

Agora só existem indivíduos, que competem ferrenhamente. Não se agrupam, não


pensam coletivamente. É cada um por si e ninguém por todos. E que vença o melhor.

Quem ganha com tudo isso?


Imaginem os países muçulmanos, hinduístas, os iraquianos, os iranianos, os cubanos,
os zapatistas, todos eles, compostos apenas por indivíduos, que pensam
individualmente. Deixando de ser coletividade ideológica ou religiosa.

Trabalhando e competindo uns com os outros. Modernizados em uma filosofia


consumista. Como nós brasileiros.

Será que não é este, o mundialmente grandioso, objetivo desta modernidade?

OS BARNABÉS – GG publicado 31/05/2005

Desempenho governamental: Favorecimentos e incompetência.

Com toda certeza, é assim que funciona, em todas as esferas, municipal, estadual e
federal.

Os dirigentes, aqueles que foram eleitos pelo povo, não precisam ter competência. Não é
pré-requisito. O voto que os elege, não enxerga, nem filtra estas coisas.

Só por sorte acontece ser eleita gente que presta, capaz, competente e bem
intencionada.

Por sua vez, os dirigentes que são indicados por aqueles que foram eleitos, seus
parentes e amigos, nada mais são do que conseqüência de um "toma lá, dá cá", da troca
de favores.

Dificilmente é considerado como critério, a formação ou experiência que tenham em


determinado assunto.

Assim a cúpula governamental, toda ela, é um comando burro, quase sempre. Que muda
a cada nova eleição. Mesmo quando bem intencionados, nas raríssimas vezes que isso
acontece, não sabem como deveriam proceder.

O resultado é desastroso sempre, como estamos cansados de saber.

Se alguma coisa ainda funciona na atuação do governo, certamente, é devido aos


funcionários públicos, os de carreira. Aqueles que por anos e décadas a fio,
desenvolvem o trabalho, para o qual foram designados.

São estes que, bem ou mal, (mais mal que bem) carregam nas costas, as atribuições do
Estado.
Os miseráveis barnabés. Que ficam sempre em início de carreira, por mais tempo de
serviço que tenham. Com o seu miserável salário, que não aumenta nunca. Que são
pichados sempre, pelo povo e pela mídia. Motivo de desprezo, piadas e chacotas.

Mesmo os barnabés mais graduados, os técnicos e os que têm curso superior,


igualmente mal pagos, são considerados por todos profissionais de segunda classe. São
menos gente do que os que trabalham em empresas particulares. Todos pensam assim.

São eles entretanto, que mantém as coisas funcionando, entra e sai governo, mesmo
que precariamente. Apesar de tudo.

São eles que, muitas vezes sem preparo adequado, aborrecidos e desmotivados, entram
em contato com o público. E tratam mal as pessoas. Os fazem esperar em filas. São
ríspidos. Exigem "picuinhas" burocráticas, consideradas imprescindíveis sempre. E
fazem as pessoas voltar outro dia, mesmo que tenha esperado por horas, em uma fila
inútil. Não se importam em resolver as coisas.

Exercem muitas vezes, pessimamente as suas funções, com corrupções, falcatruas e


arbitrariedades. E são pichados, com toda razão.

Apesar de tudo isso, é devido a eles que as coisas, de algum modo ainda funcionam.

São eles que mantêm os presos confinados em suas celas nos presídios, que combatem
as doenças endêmicas e epidêmicas, surtos de doenças, que executam como podem a
cada vez mais precária saúde pública. São eles que ensinam nossos filhos nas escolas
públicas, que cuidam das creches, que mantém as estradas e rodovias em condições de
trafegabilidade e tantas coisas mais. E arriscam sua vida, como os bombeiros e os
policiais. Em troca de salário miserável. Sem estrutura adequada.

São eles que apesar da incompetência e inexperiência dos "novos chefes", tocam o
barco, dando continuidade aos procedimentos.

Desfazem em grande parte, os desmandos dos chefes "biônicos". Dos autoritários e


onipotentes "donos" transitórios do poder.

Para tanto, para que possam exercer sua função, sem serem atrapalhados pelo comando
temporário (e burro), devem poder dizer "não".

"Não", a uma ordem superior. Que considerem incorreta, ilegal ou prejudicial ao bom
andamento das coisas. Os barnabés sabem muito bem o que é certo e o que é errado, o
que pode e o que não pode ser feito. E devem poder dizer "não". Para não se tornarem
co-autores de falcatruas e ilegalidades.
Devem poder dizer "não", sem perspectiva de punição. Sem represálias. A maior delas
sendo, evidentemente, a demissão ou ameaça de demissão, no caso dos barnabés a
exoneração.

Por isso a estabilidade do funcionário público!

E também, para que a cada mudança de governo, não aconteça enxurrada de demissões.
E admissões em massa, dos "peixinhos", do novo governo. Por isso a estabilidade.

A estabilidade do funcionário público não é só uma conquista da categoria. É também


uma proteção para o Estado! Quantos de nós já pensamos assim, sobre este assunto?

Que tem também, seus reveses, é claro.

Funcionários que trabalham mal, ou se recusem a trabalhar ou que tratam mal as


pessoas. É possível, e acontece, já que não podem ser demitidos. Funcionários que são
coniventes ou participam de falcatruas. É possível já que sua punição ou exoneração
são difíceis de concretizar.

Mas, mesmo assim, como todos nós, os barnabés gostariam de trabalhar com
tranqüilidade e desempenhar um bom serviço. Quem não gostaria?

As filas, a falta de verbas, de recursos, a burocracia, as descabidas exigências legais, a


carência de pessoal, a falta de materiais e equipamentos, nada disso é culpa dos
barnabés. Muitas vezes, mesmo que fosse de sua vontade, não têm como desempenhar
um bom trabalho ou atender bem às pessoas.

Pois, quem determina que as coisas funcionem deste jeito são as "altas esferas", o
legislativo, executivo e judiciário, a "alta cúpula", os inalcançáveis dirigentes e diretores.
Que mudam a cada eleição. Estes são os responsáveis, pois são eles que definem as
regras do jogo. E não estão nem aí, para com o público ou os barnabés.

Por que não pensamos, um pouco mais, desse modo?

TAMANHO IDEAL – GG publicado 30/10/2004

Quanto custa viver em cidades?

O custo por habitante, em uma cidade, deve passar por um mínimo, em função do seu
tamanho.
Problemas corriqueiros tornam-se complexos e custosos nas grandes cidades.
Transporte por exemplo, com seus metrôs, viadutos, trevos, trincheiras, sinalização etc.
O custo, por habitante, torna-se mais elevado.

Em cidades muito pequenas falta infra-estrutura. Cada habitante é obrigado resolver este
problema individualmente. Ou ficar sem. Tratamento de esgoto, por exemplo. Fazê-lo
para cada residência é caro e, principalmente, pouco eficiente. Assim o custo, por
habitantes, também acaba sendo alto.

Não se vive bem pois, em cidades muito pequenas, nem nas muito grandes.

É ruim uma cidade que não tenha nenhum dentista. E pouco resolve se ela tem duzentos
ou mais. Não seremos mais bem servidos com isso.

Assim, deve existir realmente, um tamanho ideal de uma cidade. Cem mil habitantes. É o
que dizem.

É claro que o tamanho das cidades é definido por outros motivos, quase sempre.

BANCO MODERNO – GG publicado 13/02/2005

Antes da maravilha que é o sistema bancário atual, as pessoas recebiam das empresas
em que trabalhavam, nos envelopes de pagamento, o seu salário em dinheiro.

Sistema arcaico ineficiente custoso e extremamente vulnerável. Por causa dos assaltos.
Tanto de empresas, como dos empregados.

Incômodo também. Era difícil arranjar dinheiro trocado. Os funcionários tinham que ficar
na fila, no dia do pagamento. E levar tudo para casa. Muitos deixavam uma parte desse
dinheiro, já no primeiro boteco.

Com o crescimento das cidades, das empresas e dos assaltos, este sistema ficou cada
vez mais inviável.

Os pagamentos passaram então a ser feitos com cheques, nominais ao funcionário.

A maior parte das desvantagens foram eliminadas. Os bancos "trabalhavam" com o


dinheiro depositado até que os funcionários os retirassem. Um acerto empresa/banco
definia como eram ressarcidos os custos do sistema. Funcionava bem.

Com a introdução do dinheiro de plástico, poderia continuar assim. Os cartões


magnéticos substituindo as folhas de cheque. Os empregados, em vez de tirar tudo de
uma vez, poderiam até fazer saques à sua conveniência. Com isso os bancos tinham a
vantagem, que o dinheiro ficaria mais tempo depositado.

A característica desse sistema era que o funcionário recebia o seu salário líquido,
integralmente. Sempre. Nenhum desconto adicional era feito.

Mas, mudaram tudo isso. Resolveram que cada funcionário deveria ser também um
correntista. Do banco que fosse escolhido pelo empregador. Tinha que assinar, sem
poder escolher muito, um contrato com aquele banco. Concordava assim com uma série
de coisas, involuntariamente.

Surgem então taxas, descontos etc. e o salário líquido ficou menor! O empregado retira
menos do que consta em sua folha de pagamento. Transferiram para o empregado os
custos do sistema!

Pior que isso. Os descontos não são fixos. Podem ser arbitrados pelo banco, o quanto e
quando bem entenderem. O que era pouco inicialmente tornou-se maior e pode ficar até
aviltante. O funcionário não tem escolha, pois assinou o contrato.

Certa ocasião eu recusei assinar um contrato destes. Fui informado simplesmente, que
então não poderia sacar o depósito que a empresa faria em meu nome.

Acabei assinando, mas antes fiz uma carta, especificando tudo com o qual não
concordava e fiz com que assinassem o recebimento da mesma. Vingança do
pipoqueiro!

Os custos das máquinas, caixa eletrônicos etc. são altíssimos. Esta é a explicação do
porque das taxas. Certamente menor porém, do que o custo de um caixa de banco ou
daquele funcionário que fazia os pagamentos em dinheiro nas empresas, antigamente.
Se não, quem as utilizaria?

Mas a grande pergunta é: "Por que os funcionários correntistas têm que pagar esta
despesa?"

Os bancos tiveram bilhões de lucros, recordes em cima de recordes. Por quê? Por causa
das máquinas que substituem as pessoas e por causa das taxas que arbitram e cobram
dos correntistas a seu bel prazer!

Ora o negócio dos bancos é captar dinheiro, a juros baixos (e a juros zero, como no caso
de correntistas), e emprestar a juros altos. É isso que deveria pagar o sistema!

Se isso não paga os bilhões de lucro, que eles auferem anualmente, então que plantem
batatas! Não tirem dos correntistas e de empregados correntistas!
Na época das vacas gordas (anos 80), os bancos ganhavam 30, 40 e chegaram a ganhar
até 80 por cento ao mês, sobre os valores depositados, devido à inflação. Além do que
ganhavam com os negócios, normalmente. Perdiam os que não podiam corrigir seus
valores, os assalariados. Lucravam os bancos. E empregadores que não davam
"aumentos" aos funcionários.

É esta a renda que necessitam os bancos? Para que possam funcionar e pagar os caixas
eletrônicos? Ora se é tão caro assim, fechem-se essas drogas de empreendimentos!

Se na época de inflação alta eles ganhavam exorbitantemente, não significa que devam
continuar fazendo isso, de outra forma agora, explorando os correntistas!

O certo seria, sacar tudo de uma vez, no primeiro dia em que foi depositado.

Muitíssima gente faz isso. Não por princípio ideológico, mas simplesmente porque "já
faz horas que falta dinheiro" ou seja, como acontece sempre, "sobra mês, no fim do
salário".

Não trazem muitas vantagens aos bancos, estes correntistas. Assim o jeito é taxá-los.

Eu mesmo tiro o dinheiro aos poucos, conforme necessidade, não tudo de uma vez só.
Fico assim inserido no sistema. E, com raiva, vejo de tempos em tempos, no meu extrato
um "-" precedendo alguns Reais, que fui forçado a dar de presente aos banqueiros. Que
eu nem sei quem são. Droga! É dinheiro que foi retirado do meu salário!

Sendo que a única coisa que faço é sacar o que foi depositado pelo empregador. Nada
mais. Por que é que tenho que pagar por isso?

Agora o governo autorizou aos bancos emprestarem a aposentados e pensionistas. A


ser descontado em folha. Existe algo mais seguro e garantido do que "descontado em
folha"?

Aposentados e pensionistas inadimplentes serão apenas os que morrem antes de


devolver o empréstimo. Mas certamente inventarão um seguro, que os próprios
tomadores desse empréstimo terão que pagar, para cobrir esse risco.

Mas quanto os bancos cobrarão de juros, uma vez que o risco, de não receber de volta, é
zero? "As melhores taxas e prazos do mercado" dizem uns bancos. "A partir de 1,75%
ao mês". Dizem outros.

Vejam só, com risco zero, cobram muito mais, que os 12% anuais, previstos na
Constituição! Certamente mais taxas, seguro, despesas de cartão etc.

Na China devem comentar sobre isso: "Um negócio do Brasil".


E qual o custo? Pouquíssimo, alguns dias de trabalho de um programador, nada mais.

Aí dirão: "Mas ninguém é obrigado a usar. Usa quem quer".

Essa liberdade é como dizer: "Usa drogas quem quer". "Pega AIDS quem quer". "Come
quem quer".

Quero ver o aposentado que resista à tentação, de entrar nesse empréstimo, para
momentaneamente resolver o problema que é, o exíguo salário mínimo que recebe!

O governo, sendo protagonista essencial (pois é ele que fará os descontos em folha e o
repasse aos bancos), deveria ter no mínimo, a decência de estipular como obrigatório os
juros legais, sem mais descontos ou taxas.

Poderia muito bem, ter feito esse favor aos aposentados e pensionistas.

E não deixar que eles assinem um contrato arbitrário unilateral, dito "a juros de
mercado" e outras falácias. Que os deixará mais miseráveis ainda!

Os bancos metem a mão no salário dos empregados, mesmo os de salário mínimo,


tornando-os correntistas. Agora chegou a vez dos velhinhos e velhinhas.

Os próximos serão provavelmente, as criancinhas e bebes de colo. Terão que ceder


parte do seu "leite das crianças" para banqueiros e financistas.

REI DOS MENDIGOS – GG publicado 16/01/2005

Não é de hoje os casos em que mendigos, alguns deles com extraordinária habilidade,
"fazem" dinheiro. Às vezes até, excepcionalmente muito. Tema de muitos romances.

Os mendigos incomodam, isto é um fato. E dão um péssimo visual à cidade ordeira que
gostaríamos que fosse. Promove-se assim, em qualquer cidade, a repressão à
mendicância. Por meios mais ou menos efetivos. Se possível (quase nunca é),
observando os direitos humanos.

Entretanto ser mendigo é profissão. Como outra qualquer.

O objetivo é o dinheiro, como nas demais. "Pontos" são alugados e vendidos, crianças
de colo são alugadas etc. Existe toda uma organização e estrutura, informal é claro.

Fazem um marketing de mesma moralidade àquela nos meios de comunicação, que nos
induzem a comprar coisas, inclusive as que absolutamente não necessitamos.
Alguns poucos mendigos são até, como se diz, "bem sucedidos". Profissão em nada
diferente das demais, lucrativa e competitiva.

Mendicância no entanto, dizemos ser malandragem e vagabundagem. E admiramos Bill


Gates, que fez muito dinheiro, com pouco trabalho. Um mendigo que fizesse algo
remotamente semelhante seria execrado.

As pessoas são levadas à mendicância por falta de opção, assim como acontece com a
prostituição. A maioria certamente escolheria uma profissão mais segura e "honrada".
Se isto não fosse tão difícil de ser conseguido, em relação ao que fazem.

É porém, nada mais que um trabalho, trabalhoso como os outros. E, em média, não tão
compensador nem tão agradável. Pouquíssimos são "Rei dos Mendigos" e ganham
dinheiro fácil.

Simplesmente impedir a mendicância e a prostituição é querer tornar a cidade "limpa",


na sua aparência. Escondendo a sujeira debaixo do tapete.

Proibir mendicância e prostituição, quase sempre conseqüência da sórdida sociedade


em que vivemos, é torná-la mais sórdida ainda. Tira a oportunidade de sobrevivência dos
que não se encaixaram nela.

Enfrentar o problema de frente, seria criar condições para que as pessoas não
necessitassem mendigar ou se prostituir. Fazer com que ambos deixassem de ser
atrativos. Que fossem opções secundárias. É assim que deveria ser.

JAPÃO E BRASIL – GG publicado 22/11/2004

Estranhamos, às vezes, o porquê alguns países dão certos, e outros não.

O Japão, por exemplo. Destruído na segunda grande guerra, recuperou-se. E como! Não
poderia o Brasil fazer o mesmo?

Mais fácil seria até. Não foi arrasado por nenhuma catástrofe. E temos infinitamente mais
terras, minérios e matérias primas do que eles. Por que não acontece?

Claro, difícil responder.

Mas, alguma coisa ficou na lembrança, quando da recuperação pós-guerra, do Japão.

Lá por volta dos anos de 1950 a 1970, o Japão fabricava e exportava produtos,
descaradamente copiados de marcas mundialmente famosas, máquinas fotográficas,
rádios portáteis etc. Era um escândalo.
Parecidíssimos com os originais, mas de qualidade infinitamente menor (e preço
também, muito menor). Como se diz: "Imitação barata"! Inundaram o mercado com isso,
mundialmente.

Dizia-se que até chegaram a fundar uma cidade, como o nome "Solingen", e começaram
a produzir e vender aço "Solingen" como se fosse o famoso aço alemão. Só que, é claro,
muito pior. E mais barato.

E assim muitíssimas outras coisas.

Fizeram isso, apesar dos protestos das empresas, que eram copiadas.

Restringiram as importações. Pelos meios mais incríveis imagináveis. Por exemplo:


Produtos importados eram recusados, porque a tinta com que os dizeres das
embalagens eram impressas, não correspondia a alguma norma japonesa. E assim por
diante.

Os Estados Unidos e o resto do mundo tinham enorme dificuldade em exportar para


eles, pois sempre algum impedimento acontecia.

Gradativamente foram melhorando a qualidade.

Trabalharam muito, doze horas por dia. Férias, quando muito, dez dias por ano. E as
coisas foram mudando.

Hoje as empresas de lá competem entre si. Por um simples prêmio de qualidade. Um


certificado apenas, indicativo serem melhores, em determinado assunto.

Tornaram-se excelência mundial.

Não sei se o motivo do sucesso deles foi esse. Mas imagino, que pelo menos em parte,
sim.

Poderia o Brasil fazer algo semelhante, repetir a façanha?

Definitivamente não!

Qualquer governo, que tentasse algo semelhante, seria derrubado em seis meses. Acho
que brasileiro nenhum duvida disso.

Estamos condenados a entregar tudo que temos, de graça. Produtores de matéria prima
e fornecimento de mão de obra barata ao Primeiro Mundo. Sem alternativa. Acho que
nenhum brasileiro duvida disso.
DE TANTAS ÁRVORES NÃO ENXERGAMOS A FLORESTA – GG publicado 9/07/2005

Quem de nós iria dar-se ao trabalho de observar e descrever o nosso dia a dia e as
coisas simples que fazemos quase que automaticamente, todos os dias?

Seria ridículo fazer isso.

O levantar da cama, escovar os dentes etc. Descrever os utensílios domésticos. Como


nos vestimos e como preparamos os alimentos. O trabalhar, o lazer e os divertimentos.
O que fazemos rotineiramente até ao dia seguinte, onde então tudo se repete?

Somos cegos para essas coisas. Nem percebemos que acontecem.

Entretanto, fossemos a um país diferente, completamente diferente, todas as coisas


corriqueiras desse povo estranho, nos saltariam aos olhos. Perguntas e mais perguntas
faríamos a eles para entender o significado do seu dia a dia. Faríamos relatórios de
viagens, descrições, fotografias, desenhos, comentários e livros seria o resultado.

É por isso que muitas coisas que lemos sobre o Brasil, são explicadas por pessoas de
fora. Enxergam a floresta que não enxergamos. Mesmo que, sendo de fora,
necessariamente tenham que ser ignorantes em cada assunto específico. E os
descrevam incorretamente, muitas das vezes.

Entretanto, é o que existe. É o que foi registrado. É o que acaba ficando para a História.
Conhecemos o Brasil pelos olhos dos outros.

Brasil, país do samba, carnaval e futebol.

Agora também terra da miséria e violência.

E dos assaltos a turistas no Rio de Janeiro.

É assim que o mundo conhece o Brasil.

Como descendente de imigrantes, ou seja, quase um estrangeiro, quando ainda era


menor pude observar muitas "coisas diferentes" nos brasileiros.

O brasileiro não lê. Não tem o hábito da leitura. Em suas casas encontrávamos
pouquíssimos livros. Nós recebíamos de presentes livros e mais livros e líamos muito.
Eles, muitas coisas, menos livros.

Onde nós, até os dezesseis anos usávamos calça curta, o brasileiro já aos oito anos
vestia-se nas festividades como um adulto, com gravata e tudo. Um adulto em miniatura.

O tratamento de filho para pai e criança para adulto, entre nós, era "senhor", o brasileiro
chamava seu pai e os mais velhos de "você".
Entre conhecidos a formalidade era muito grande. Amizade, dizer-se amigo de alguém,
levava meses e até anos. O brasileiro ao contrário, fazia amizade instantaneamente. Em
dois tempos você era convidado para ir a sua casa, almoçar etc. Um amigo de verdade.

A hospitalidade e cortesia do brasileiro, inacreditáveis. Não estávamos acostumados a


isso. Pedir uma informação a um estranho significava atenção e dedicação total até que
estivéssemos plenamente satisfeitos em nosso questionamento. Em alguma dificuldade,
eram extremamente solícitos e ajudavam de verdade.

Bem diferente de nós. Não nos envolvíamos com os problemas dos outros.

Tudo isso, só foi possível notar, porque éramos praticamente estrangeiros. Nossos
olhos eram diferentes.

Com o tempo, fomos nos tornando brasileiros e deixamos de enxergar essas coisas. O
que ficou é a consciência que diferenças existem. Pequenas e grandes diferenças.
Nunca porém o certo ou o errado. Apenas diferenças, que devem ser respeitadas.
Estranhas e incompreensíveis por vezes, porém, cada um está certo sempre. A seu
modo.

Achar que "os outros" fazem coisas erradas e até que deveriam mudar, é simplesmente
um saber-se dono da verdade. É querer ser superior, é orgulho, soberbia, nada mais.
Mesmo quando existe fundamentação lógica, técnica ou científica e estejamos
plenamente convictos do acerto de nossas opiniões. Na verdade, a diversidade, tem que
ser respeitada!

Não vale a argumentação que "os outros" viveriam muito melhor, se fizessem o que nós
estamos dizendo. Seria querer impor felicidade. E o que nos dá o direito a isso?

Infelizmente aos índios, palestinos, brasileiros, muçulmanos, a todos as culturas


"inferiores" está sendo imposta a felicidade. O resultado é o que estamos vendo.
Justamente o oposto.

Este é o erro dos movimentos, que pretendem melhorar o mundo.

Querem que tudo seja globalizado, sob apenas um ponto de vista. O deles próprios,
especificamente. Simplesmente desconsideram os que pensam diferentemente, com
acerto ou erradamente.

Organizações não governamentais, capitalismo, feminismo, legalização do aborto,


consumismo etc. Forçam mudanças, exigem, brigam, lutam. Para que os outros, o resto
do mundo seja "feliz", como eles acham que devam ser.
Mas será que é isso, o que é desejado realmente? Será que é mesmo esta a finalidade, o
único objetivo? No mínimo teríamos que desconfiar disso, da honestidade destes
movimentos.

As alterações sociais deveriam acontecer naturalmente. A aceitação de coisas estranhas


deveria vir "de dentro", ser feita espontaneamente e assimiladas voluntariamente, ao
longo do tempo. Nunca impostas.

E nunca, mas nunca mesmo, pela pior maneira, com que isso vem sendo feito. Através
da televisão, por filmes educativos, periódicos, noticiários e legislação. Uma imposição
dirigida. Resultando em uma aparente aceitação voluntária. Que é o que tem acontecido
no Brasil.

Acabamos não sendo nem peixe nem pássaro.

Na verdade, nem sabemos mais o que somos.

HOMEM x MULHER – GG publicado 13/01/2005

Hoje em dia cultiva-se o indivíduo, como se o ser humano não fosse social. Como se a
família os parentes não mais existissem. A moda, a tônica é "cada um por si e ninguém
por todos".

Criaram o antagonismo homem/mulher, para que seja válido o indivíduo exclusivamente.


Inimigos são todos os que estão à sua volta. Mesmo em casa, no lar. Cuidem-se, todos
só querem o teu mal. Defenda-se!

A mulher foi liberada, libertada, os compromissos afrouxados, para poder fazer o que
quiser. Deve ser independente do homem. A dualidade não é mais obrigatória.

Indivíduos todos. Inimigos, competidores, todos. Preocupem-se com isso. Apenas com
isso. Esqueçam os verdadeiros algozes. Esqueçam os verdadeiros motivos da miséria e
infelicidade. Apenas lutem uns com os outros. Ocupem-se com isso.

Policiais militares são proibidos de fazer greve. Seriam presos e expulsos da corporação
se o fizessem. Assim, como reivindicar direitos? Como fazer isso? Impossível.

Certa ocasião, no Paraná, em Curitiba e outras cidades, as mulheres, esposas destes


policiais, o fizeram. Já que os maridos não podiam fazer greve, elas fizeram.

Bloquearam a entrada dos policiais aos quartéis, fizeram demonstrações e passeatas,


esvaziavam os pneus das viaturas etc. Impediam com isso que os policiais, seus
maridos, pudessem trabalhar. Fizeram a greve por eles.
Os maridos, é claro, não se opunham, aceitavam o boicote das mulheres. E, no final das
contas, conseguiram alguns de seus objetivos.

O grande exemplo é que com essa atitude, defenderam os interesses da família, da sua
família. Empenharam-se para que juntos, marido, mulher e filhos tivessem vida melhor!

Pensaram no "nós" e não no "eu" apenas! Juntos, foram fortes e enfrentaram o sistema.

DIREITO À PROPRIEDADE – GG publicado 6/02/2005

Tudo, terras, imóveis, trabalho intelectual, genes, idéias, processos, invenções,


descobertas, ouro, dinheiro, petróleo, mulheres, poder, são coisas que existem. E tem
proprietários.

Uns tem mais, outros menos. Uns quase tudo, outros nada. Os que não têm também
querem, e os que têm não querem ceder. Isto tem gerado conflitos, muitos conflitos,
historicamente.

Entre os animais também é assim. Significa luta. Luta por território, pelas fêmeas, por
comida, pela sobrevivência. Vence o mais forte, quase sempre.

Brigam até irmão com irmão, assim como os filhotes de pássaros. Os que se impõem,
recebem todo o alimento trazido pelos pais. Os mais fracos nada, e acabam perecendo.

Entretanto esta luta, nos animais, não é por demais letal. A natureza, em sua sabedoria,
trabalha para o fortalecimento das espécies e não para a sua extinção.

Entre os homens também é uma luta. Sem tréguas. Mas existem diferenças.

Os animais são comedidos. Não acumulam em excesso. Simplesmente porque isso não
é vantajoso. Caçar muito mais do que poderiam comer, significaria apenas desperdiçar
energia inutilmente. Cuidar de um território excessivamente grande seria muito
trabalhoso. Dispendioso também.

Mesmo assim, um gato, por mais que esteja bem alimentado, não resiste à tentação de
caçar um rato ou passarinho, quando surge a oportunidade. Entretanto os excessos não
são freqüentes. Devido à natural limitação dos seres vivos.

Uma garoupa, peixe dos costões litorâneos, não reivindica para si, quilômetros de
território. Não teria como cuidar de tanto. E seria sem utilidade. Assim, algumas dezenas
de metros, é o que defende como seu.
Os homens, primitivamente, também atuavam deste modo. Viveram assim, milhões de
anos, em harmonia com a natureza. Vida difícil, quem sabe, mas era a garantia de sua
permanência neste planeta. Talvez até indefinidamente.

Então, em certa ocasião, uns dez mil anos atrás, ele descobriu que poderia plantar. E a
vida ficou mais produtiva. Eis que sobrava tempo e alimentos, permitindo que
proliferasse. Tornou-se sedentário. Começou a pensar, a criar, inventar e construir.
Surgiu a arte.

Este momento é festejado como o alvorecer da humanidade. Início da glória do ser


humano, o conquistador da Terra.

Na verdade marcou o início de sua derrocada, em direção à extinção!

Levará consigo também grande parte dos demais seres vivos. Também irão desaparecer,
devido à atuação do ser humano inteligente. Nada mais que uma experiência, que não
deu certo, nos bilhões de anos de vida na Terra.

Desta vez não devido a cataclismos, ou alterações mais ou menos bruscas no meio
ambiente, mas por causa da inconsciência de um ser pensante. Pensante, mas
irracional.

Com a agricultura surgiu o sentimento de propriedade. Pois que, rareando localmente as


terras férteis necessário tornou-se demarcá-las e definir a sua propriedade. Dizem que
por isso, a matemática e a escrita.

Contrário aos índios americanos, por exemplo, onde a agricultura era mais rudimentar e
mais terras estavam disponíveis. Permaneceram mais ou menos nômades. Não
desenvolveram o sentimento de propriedade.

Os registros, a escrita, a força das leis e das armas tornaram o ser humano poderoso em
termos de propriedade. Pode garantir como seu, áreas gigantescas, ou a milhares de
quilômetros de distância, sem ter que cuidar delas pessoalmente. As leis fazem isso por
ele. Assim também a propriedade intelectual e as riquezas.

É a garoupa que, repentinamente, possui oito mil quilômetros de costa. Tornou-se direito
dela, afirmar que é seu. Para o homem moderno propriedade é um direito. Isto é
consenso.

Entretanto, para ser justo, deveria ser um direito de todos. Todos devem ter o direito à
propriedade. Se assim não fosse seria direito de alguns apenas, negado aos demais. Não
seria pois um direito universal. Nada mais que uma farsa.

Nos tantos conflitos sobre as mais variadas propriedades imediatamente reivindica-se o


"direito à propriedade" como argumento. É por isso que terras não devem ser invadidas,
prédios ocupados e propriedade intelectual ser "pirateada". Porque o "direito à
propriedade" é sagrado e tem que ser respeitado.

Mas os que falam assim querem na verdade é defender o que é seu, o que lhes pertence.
Apenas isso. Não estão interessados em defender "o direito à propriedade".

Se estivessem preocupados com este intangível direito, não deveriam estranhar o fato,
que os demais não possuam nada, ou tenham apenas muito pouco? Como fica o "direito
à propriedade" das pessoas que não tem nada?

São impedidas de ter alguma coisa de seu, devido ao "direito à propriedade"! Quanta
incoerência!

"EUROPA E ESTADOS UNIDOS" – GG publicado 17/11/2004

Vemos inúmeros grupos, pessoas, políticos e organizações empenhadas em defender os


mais diversos pontos de vista:

Combate ao racismo, cotas para negros nas escolas, legalização do aborto, feminismo,
combate ao tabagismo, extermínio de cães pit bull e outras raças perigosas, casamento
entre pessoas de mesmo sexo, eutanásia, redução da idade de responsabilidade
criminal, liberação do uso de drogas, anticoncepcionais etc.

Assuntos extremamente polêmicos. Principalmente devido às questões éticas e dos


costumes. Muito é discutido, muita argumentação, pró e contra. Passeatas,
demonstrações, abaixo-assinados.

Todos empenhados para que sua opinião seja validada pela legislação e que ela seja
colocada em prática na sociedade brasileira.

São honestos no seu querer, provavelmente. Estão convictos do acerto das medidas que
propõe. Esperam com isso que a sociedade melhore substancialmente.

Entretanto, a grande pergunta é: Estes movimentos são genuinamente brasileiros?

É um anseio do povo e da sociedade brasileira? São estes os problemas que tem que ser
resolvidos, para que o Brasil melhore?

Será que tomaríamos a iniciativa em algum destes movimentos, se não houvesse um


exemplo externo a ser seguido, um paradigma a ser copiado?

Sempre esperamos que algo aconteça lá fora e, só então, nos posicionamos.


Somos um povo sem opinião. Sem iniciativa. Não sabemos o que é bom ou ruim para
nós. Temos que esperar que alguém o diga. Aí então nos empolgamos e lutamos. Mas só
então.

Esterilizar os Pit Bull, liberar o aborto, permitir o casamento entre pessoas do mesmo
sexo, proibir o fumo, liberar o uso de drogas.

Imaginemos que fossem os brasileiros os primeiros mundialmente, a tomar medidas


efetivas na sua implementação. Teríamos coragem para isso? Teríamos coragem de nos
expor às críticas? Ao ridículo?

Qual seria a reação da "Europa e Estados Unidos", se fosse dos brasileiros a iniciativa
nestes assuntos, os primeiros a ter tais pensamentos?

"Monkeys", "Affen" e assim por diante... É o que diriam. No mínimo isso.

Somos temerosos em ser criticado pelos outros. Não queremos ser considerados
macacos. Assim fazemos somente o que "Europa e Estados Unidos" fazem. Copiamos
fidedignamente.

Como verdadeiros macacos! (ou macaquitos, com dizem os argentinos).

Os problemas legitimamente brasileiros, do nosso povo, da nossa terra são ignorados.


Tornam-se secundários diante dos problemas e soluções que importamos da "Europa e
Estados Unidos".

As nossas preocupações verdadeiras, deixamo-las de lado. São substituídos por


problemas externos, fictícios e irreais aos nossos anseios.

Isto mantém-nos, ocupados e dispersos. E mansos quanto ao que realmente interessa,


quanto a tudo aquilo que estrangula e mata o brasileiro.

Tornamos nossos, os problemas e soluções alienígenas. Porém a aclimatação sempre é


difícil. Artificial. Simiesca. Não queremos ser considerados "atrasados", queremos ser
"Primeiro Mundo". Por isso imitamos.

Atamos uma corda elástica, no vão maior de uma ponte e amarrados a ela, pelos pés,
saltamos. Adrenalina. Esporte radical. Emocionante!

Além disso, perigoso, apesar de bastante seguro, a corda pode arrebentar. O impacto,
apesar da corda ser elástica, pode causar problemas nos olhos, pequenos derrames,
podem afetar a visão. Uma idiotice sem tamanho!

Se fosse um brasileiro o primeiro a fazê-lo mundialmente, estaria trancafiado. Em


segurança máxima ou manicômio.
Somos assim em todos os assuntos. Ideologias políticas, correntes literárias, arte,
moda, cultura, tudo. Sempre temos que seguir exemplos externos.

Deixando de ser brasileiros. Cada vez mais.

FILARIOSE – GG publicado 22/03/2005

Não acredito no que os meus olhos enxergam, nem no que os meus ouvidos ouvem!
Talvez esteja dormindo, e acorde então, para a realidade brasileira, a qualquer momento.

Em Salvador, Bahia, quatorze agências bancárias foram notificadas, multadas e serão


fechadas pela Prefeitura daquela cidade! O motivo é que não estão seguindo a
determinação legal, do executivo e da vereança soteropolitana, de quinze minutos.

Quinze minutos é o prazo legal que foi dado aos bancos, que são obrigados a cumprir e
não estão fazendo. Foram inspecionados, advertidos, multados e agora embargados.

Viva! Finalmente alguém ousou arranhar a intangível soberania dos deuses usurários
institucionalizados. Ousaram impor ao bezerro de ouro, o onipotente Baal,
determinações específicas. Assim sem mais nem menos.

E muito mais que isso. Estão cumprindo as sanções prometidas. Penalizando as


agências infratoras.

Deve ser um sonho, peça pregada por Morfeu que em sua incrível criatividade, nos faz
viver situações escalafobéticas. Poucas de felicidade paradisíaca e infelizmente também,
muitas de horrendos pesadelos.

A qualquer momento, a buzina de algum motorista irritado, o zumbido de um pernilongo


insistente, o cotovelo da mulher ao lado (esposa, não a vizinha) ou mesmo o tirânico
despertador, irá pôr fim a tudo.

Por enquanto, segue-se o sonho:

Os quinze minutos estabelecidos é o máximo que os clientes devem aguardar nas filas,
até serem atendidos pelos caixas e gerentes!

Prefeitura maravilhosa, legislativo maravilhoso, sonho maravilhoso! Advertir, multar e


fechar BANCOS, pelo fato de não estarem atendendo bem os pobres correntistas e
usuários!
Pouca gente sabe, mas os que têm muita grana, a nata da sociedade nunca fica em filas
de caixa. Pelo contrário, os gerentes é que quase fazem fila, para atendê-los.

O tratamento é especial. Sentam-se em confortáveis poltronas, em ambientes


reservados, tomando cafezinhos. Explicam aos funcionários os seus desejos e estes,
extremamente solícitos, correm de lá para cá para atendê-los, rápida e eficientemente.

Furam a fila dos outros, indo por trás dos balcões, ou em terminais eletrônicos à parte
dos demais, e o "povão" nem fica sabendo. Existem até agências especializadas nestes
clientes. Experimente entrar em uma delas, para pagar sua conta de água, luz ou
telefone!

Estes clientes especiais são correntistas como os demais. A diferença é o tamanho do


saldo, "apenas" isso. Os demais 99,9% é gentalha, que fique na fila.

Quem é o baiano Prefeito, qual o partido, os vereadores, quem são? O que os levou a
isso? Quem sabe estes, executivo e legislativo, tenham-se inspirado no Presidente
Kirchner, que exaltou a população argentina, para que boicotassem a Shell.

Por ela ter aumentado o preço dos seus derivados de petróleo, naquele país,
prejudicando os usuários. Quem sabe tenha sido isso.

Ou quem sabe, tenham sido tocados por um novo Iluminismo inspirador de


avassaladora revolta, que já está por demais, na hora de acontecer? Ou pelo espírito
aconselhador de Antônio Conselheiro, alma penada, dos sertões do rio Vasa Barris?

Quem sabe esteja iniciando-se uma corrente invisível, uma reação em cadeia
inexplicável, e se alastre pelo Brasil inteiro, quiçá até, pelo mundo? De proteção aos
menos afortunados?

Imaginem os doentes do INSS, sendo beneficiados com leis federais semelhantes?


Esperar no máximo quinze minutos na fila, até serem atendidos, bem atendidos?
Inclusive no Rio de Janeiro, na maravilhosa cidade, de encantos mil?

Imaginem César Maia, seu ilustríssimo Prefeito eleito e reeleito, gastando dinheiro com
hospitais públicos, para agilizar o atendimento aos pacientes.

Em vez de gastá-lo, para contratar mulatas carnavalescas, a sambarem nos aeroportos


cariocas, para turistas estadunidenses. E assim, fazê-los esquecer-se, dos dedos sujos
de tinta de carimbo da Polícia Federal. (Lembram disso?).

Bom, mas aí também, já é querer demais. Sonho nenhum comporta tanta felicidade.

Mas, afinal de contas, o que tem filariose a ver, com esse "trem" todo? "Nada. Uai!"
Como diriam os mineiros.

Filariose é elefantíase, engrossamento doentio das pernas. As pernas das pessoas ficam
parecidas com as dos elefantes. Não é causada por ficar-se em pé esperando
excessivamente nas filas de bancos. Sorte nossa.
LÍNGUA UNIVERSAL – GG publicado 19/11/2004

No Brasil temos a tendência de aceitar com facilidade coisas externas. Somos


extremamente flexíveis. Não somos "turrões" nem xenófobos, de jeito nenhum.

Muito pelo contrário, sob todos os aspectos.

Há algum tempo éramos influenciados terrivelmente por francesismos.

Como dizia Rui Barbosa: "Brasil mãe natural. França mãe cultural".

Hoje em dia são os anglicismos.

A tendência é a universalização da língua inglesa. Os brasileiros adoram. Falam


perfeitamente. O português, a língua materna, já nem tanto.

É só observar as pichações nos prédios e paredes. Inglês ortográfico.

As poucas escritas em português, erradas!

Adotar o inglês. Isso é bom ou ruim?

Seria melhor ser diferente do que somos, ou nem um e nem outro, apenas um meio
termo?

Difícil responder.

Na natureza, como é que funciona?

A força da natureza está na sua diversidade.

Uma espécie única autárquica auto-suficiente e onipotente, como seria lógico esperar
que fosse acontecer, após bilhões de anos de evolução da vida na Terra, não aconteceu.
Nem pode acontecer.

A falta de diversidade, na verdade, põe em perigo a vida na Terra como um todo.

Uma espécie única pereceria, diante de fatos ambientais novos, para os quais não
estivesse preparada.
Uma espécie única, caso isso acontecesse, iria alterar-se gradativamente, segundo
condições locais específicas. Iria adaptar-se. Abandonaria características que não utiliza
e iria criar as que necessitam. Deixaria de ser única.

A diversidade voltaria a predominar.

Uma língua universal única, não pode existir, pelos mesmos motivos.

Palavras não utilizadas serão esquecidas e palavras serão criadas para as necessidades
locais. Assim todo o resto, gramática, fonemas, estruturas etc.

A não ser que fôssemos todos cosmopolitas, cidadãos do mundo. O que, evidentemente,
é impossível.

Mesmo que "globalizados" culturalmente, através da televisão, materialmente isso não


irá acontecer nunca. Os ambientes, fisicamente são diferentes, os climas são diferentes.
Cada um pedindo por vocabulário próprio.

"Neve", só em climas frios, "cupuaçu", só na Amazônia.

Também as diferenças sociais nunca deixariam de existir. Nunca seremos iguais


financeiramente e socialmente, de verdade. O rico, o pobre, o pescador e o programador
de computador. Cada um falará à sua maneira, segundo os seus interesses.

Assim uma linguagem universal é pouquíssimo provável acontecer. E mesmo que ocorra
não terá durabilidade.

Talvez nunca deixarão de existir completamente:

Linguagem local envolvendo pequenas comunidades, dialetos, gírias.

Linguagem oficial, legal, a ensinada nas escolas.

Linguagem internacional: antigamente o latim, agora o inglês e talvez quem sabe no


futuro, uma outra qualquer, como o esperanto.

Linguagens específicas: matemática, física, química, medicina, computação, jurídica etc.

Essa diversidade é importante que exista, assim como a diversidade na natureza.

Por outro lado, o sincretismo lingüístico, deveria ser evitado. O mais possível.

A fusão, a mistura de línguas diferentes, poderia tornar as regras gramaticais


demasiadamente complexas. O entendimento das pessoas ficaria prejudicado.

Por esses motivos as linguagens deveriam ser protegidas. Na legislação inclusive.


Principalmente as mais frágeis, que são as indígenas, os dialetos, as localizadas. Se não
desaparecem em três tempos. Como tem acontecido, com milhares delas, nos últimos
anos.

As linguagens locais teriam que ser protegidas para que não sejam esmagadas, pela
linguagem nacional, a oficial ensinada nas escolas.

Também a linguagem nacional tem que ser protegida. Para que não seja esmagada por
uma linguagem internacional, com acontece com o português atualmente, terrivelmente
influenciado por anglicismos.

É claro que mudanças irão acontecer, com ou sem legislação. Não existe como impedir
isso. Mas organizar e controlar seria importante, para que a comunicação se mantenha
simples, clara e concisa, o mais possível. Facilitando a vida das pessoas. Por isso a
legislação.

E também para que o passado possa ser compreendido. Para que a História não se
perca com facilidade. Para que não tenhamos que decifrar hieróglifos, para saber o que
nossos avós disseram.

Por isso, em vez de adotar termos estrangeiros, como "e-mail", "mouse", "web",
"marketing" como estamos acostumados a fazer, deveríamos usar as traduções ou o
que mais se adaptar, em cada caso: "Correio eletrônico", "rato", "rede",
"comercialização". Ou seja, lá o que for mais representativo.

A não ser quando realmente inexistentes fatos realmente novos, inéditos.

Essas palavras, na própria língua inglesa, não fazem muito sentido, quanto ao assunto a
que se referem. São, elas próprias, adaptações de termos já existentes, a assuntos
novos.

"Mouse" por exemplo, nada mais que um gracejo.

Temos que usar traduções e o nosso alfabeto, fazer adaptações.

Achamos normal a utilização do "k", "y" e do "w". Que mal há nisso?

Imaginemos porém, se fossemos adotar a utilização de símbolos eslavos, árabes,


judaicos e chineses, indiscriminadamente.

Logo teríamos um alfabeto com milhares de letras.

É claro que, na tradução e adaptação, perca-se alguma coisa, muita coisa até, às vezes.
Não existe como traduzir nomes próprios. Não fazem sentido na maioria das vezes.

Logradouros, acidentes geográficos, nomes de países e de cidades, traduzidos ficam


"uma droga".

"New York". Sabemos que "New" é novo. Mas "York" o que significa?

Frutas, vegetais, animais, pratos típicos, peculiares a determinadas regiões. Traduzir


como?

Termos técnicos, os comandos e instruções de uma linguagem de programação, por


exemplo, traduzidos, torna inviável a utilização do compilador correspondente. Não pode
mais ser usado. Teria ele próprio que ser traduzido.

Ou seja, no final das contas, nem gregos nem troianos.

Conservar o mais possível. E adotar, apenas quando adaptar é inviável.

Aprender uma segunda e terceira linguagem conforme necessidade.

É assim que tem que ser.

Nada de linguagem universal, para tudo e para todos.

Nada de Estados Unidos e Inglaterra como "mãe cultural".

MALDITOS GREVISTAS – GG publicado 12/10/2004

Somos influenciados terrivelmente pelos meios de comunicações, principalmente a


televisão. E, muitas vezes, nem sequer percebemos isso.

Se eu contratasse uma empresa para executar um serviço qualquer em minha casa.

Digamos desentupir esgoto, pintar a casa, consertar o telhado, levantar uma parede, seja
lá o que for. E esta empresa no meio do serviço, interrompesse tudo. Os funcionários
entraram em greve.

Fazer o que.

O jeito é esperar. A casa toda bagunçada. O banheiro não pode ser usado. Escadas e
latas de tinta atravancando o caminho. Chuva molhando as coisas. Cimento estragando.
O serviço, previsto para ser executado em alguns dias, está paralisado, sine die.
A empresa coitada. Nada pode fazer. Os funcionários estão em greve.

E assim por semanas a fio. Malditos grevistas!

Estão atrapalhando a minha vida. O que eu tenho a ver com a greve deles? Malditos
grevistas. Deveriam ser todos eles encarcerados! Podiam fazer greve, mas sem
prejudicar a população. É assim que pensa o brasileiro.

E esta é a mensagem transmitida pelos meios de comunicação, principalmente a


televisão. Quando de uma greve qualquer, sem exceção: "Malditos grevistas!"

Não existe notícia que não seja assim.

Entrevistam dezenas de pessoas, velhinhos, aposentados, pessoas que querem pagar


seus compromissos, pessoas que querem tirar dinheiro. Não podem. Os bancários estão
em greve (malditos grevistas). Entrevistam "figurões" que citam números, indicando o
quanto prejuízo está sendo causado pela greve (malditos grevistas).

A culpa é dos grevistas, só deles. O governo e a polícia também acham isso. O judiciário
também. E principalmente a população, que é a grande prejudicada, acha isso.

Ninguém lembra que o serviço foi contratado com a empresa prestadora de serviços ou
os bancos. O contrato foi celebrado com as empresas e não com os seus funcionários
(bancários ou pedreiros)!

Quem não está cumprindo a sua parte é o banco ou a prestadora de serviços! Não é
como a televisão, nas entrelinhas, simplesmente nos faz acreditar que seja.

A responsabilidade é dos bancos, da prestadora de serviço, e só deles. Que acertem


suas desavenças com os funcionários, ou seja, lá quais forem os problemas, e cumpram
os compromissos que assumiram!

Malditos bancos, malditas prestadoras de serviço!

QUANTO CUSTA? – GG publicado 27/10/2004

Uma pergunta que nunca é respondida corretamente.

Sempre a resposta é o preço que devemos pagar, invariavelmente. E não o custo. E eles
são bem diferentes um do outro.
O custo de um produto é a somatória da mão de obra humana envolvida na obtenção
deste produto. Apenas isso. A natureza (materiais e energia) é de graça. É só pegar e
usar.

Assim um artesanato é (deveria ser) caro e um "chip" de computador barato, pois o


primeiro envolve muita mão de obra humana e o segundo quase nada.

É este o que deveria ser pago pelo consumidor. Para remunerar aqueles que trabalharam
na obtenção do produto.

As máquinas produtivas, que substituem o homem no seu trabalho, devem ser


remuneradas?

As máquinas não, é claro. O que elas iriam fazer com dinheiro? Os donos delas então?

Não também. Pois isso seria remuneração da propriedade e não do trabalho. Ganhariam
rios de dinheiro sem mexer um dedo. Somente o trabalho humano deve e pode ser
remunerado. Só isso faz sentido.

Assim, o que uma máquina produz não pode ter como retorno o correspondente ao
trabalho humano que foi substituído por ela. Mas o que então?

A mão de obra humana envolvida na sua confecção, que possibilitou que a máquina
fosse construída, simplesmente isso. Como qualquer outro produto.

As pessoas trabalham e produzem riquezas. Dividindo as riquezas produzidas, pelo


tempo de trabalho humano gasto na sua obtenção, tem-se a remuneração.

Por oito horas de trabalho deveríamos receber oito vezes essa remuneração. Nem muito
menos, nem muito mais.

Não é pois difícil determinar um valor justo de uma mercadoria ou salário.

O que pagamos por um produto e o que recebemos em remuneração porém, não é nada
disso.

São regulados por oferta e procura e muitos outros fatores (lucro, correção de valores,
impostos, custos financeiros, cambio, subsídios etc.) que os torna irreais, não
verdadeiros.

O preço de um produto é na maioria das vezes muito maior que o custo (aumentando o
lucro) ou até menor que este (forçando redução de salários, para que não aconteça
prejuízo).

Assim, os salários recebidos pouco têm a ver com o trabalho executado pelo ser
humano.
Este é o resultado da tão elogiada competição e do livre mercado. Que nunca,
contrariamente ao que dizem seus defensores, são "auto-reguladores", satisfazendo
produtores, trabalhadores e consumidores, por igual.

Pois, deixadas a si mesmo, as coisas tornam-se piores para os mais fracos. Sempre.

SEGURANÇA – GG publicado 26/11/2004

Veio pelo correio, um envelope SEDEX, a ser assinado pelo recebedor. Sem nenhuma
indicação do remetente.

Se alguém não se identifica, desconfie. Por mais bonito ou sóbrio que seja o envelope.
Ainda mais se pedem que seja assinado o recebimento. É chumbo grosso que vem por
aí.

Simplesmente recuse. Não aceite. Vai arrepender-se, se o fizer. Poderia até ser uma carta
bomba! Poderia ser uma carta contendo Anthrax!

Mas o mais provável é que seja apenas uma multa de trânsito, notificação judicial,
cobrança etc., qualquer coisa deste tipo. Em que, assinando, você fica em desvantagem.
O que eles querem é justamente a sua assinatura, a comprovação do recebimento.

Se não houver remetente nem indicação sobre qual é o conteúdo, não seja curioso.
Recuse. Não se preocupe em ficar na dúvida, com a impressão que está perdendo
alguma coisa.

Ninguém baterá à sua porta, para lhe oferecer um benefício ou para lhe fazer um favor.
Tudo que vier à sua casa seja correspondência, pessoa ou telefonema, será sempre,
querendo alguma coisa.

Às vezes pode ser que não queiram muito. Mas oferecer algo de bom, de mão beijada,
isto nunca. Não tenha essa ilusão.

Assim se não existe identificação clara, recuse. E fale com seus familiares para que
recusem também.

É "sujeira" que órgãos governamentais atuem dessa maneira. Esconder-se no


anonimato. Mas é o que eles fazem. Você, pessoalmente não pode fazê-lo. É crime ou, no
mínimo, contravenção. Mas eles o fazem.
Como não tinha ninguém em casa, na ocasião de entrega, a vizinha assinou e recebeu o
envelope. E depois me entregou. Aberto o envelope fui ver, nada de mais grave, era
apenas um cartão de crédito. Que eu não tinha solicitado.

Bancos e administradoras de cartões também se utilizam desse expediente. O


anonimato.

Até aí, tudo bem. Isso não é novidade nenhuma. Já aconteceu milhões de vezes,
pessoas receberem cartões de crédito não solicitados.

Antes era até pior pois, no contrato, que vinha junto com o cartão, dizia: "A assinatura
do recebimento desta correspondência implica na concordância dos termos deste
contrato".

Ou seja, a empregada, filho, vizinho, jardineiro ou quem quer que seja, que assinasse o
canhoto de recebimento do envelope fechado, desconhecendo portanto seu conteúdo,
decidia a sua aceitação dos termos do contrato.

A gritaria, na ocasião, até que não foi muito grande. Cartões de crédito eram ainda
novidade, para muitos. Não sabiam direito como funcionam. Aceitavam o cartão
simplesmente.

Outros bocós (brasileiros como eu) iam até o banco ou administradora de cartão, dizer
que não queriam o cartão. Mas, mesmo assim, era descontada em suas contas uma taxa,
referente ao cartão que foi entregue, sem ter sido solicitado.

Finalmente o Procon acabou decidindo que este tipo de procedimento é ilegal. E eles
pararam com isso.

Atualmente o cartão e respectivos débitos e taxas só são válidos se você o desbloquear.


Ou seja, você faz se quiser. Se você não desbloquear, o custo do plástico são eles que
pagam.

Mas vamos ao contrato que veio junto. Vamos ler o que está escrito nele. Ninguém faz
isso, mas tive a pachorra de fazê-lo e... acabei desistindo.

Não dá prá ler tanta baboseira e enganação.

A primeira cláusula diz que o contrato, fazendo parte integrante dele, é complementado
por:

- dados da "proposta de contratação"

- "comunicações de aceitação", a serem enviadas ao titular.

Procurei por estes dois e não achei nada parecido, na papelada que veio. Talvez sejam
enviadas ainda. Só então ficaria sabendo o que seriam estas partes integrantes.
O resto, quase todo ele, por volta de cem itens, diz apenas o que você é obrigado a fazer.
Nem uma única cláusula obriga a administradora de cartão, a coisa alguma.

Vamos a um item super importante: Os juros, quando do atraso de pagamento. Que


ninguém acha que vai acontecer com ele especificamente, vamos ver o que diz:

Juros moratórios de 12% ao ano (que maravilha, só isso?). Mais "comissão de


permanência" à taxa de mercado do dia do pagamento... (piorou bastante).

Ou seja, os encargos da dívida, definidos como "comissão de permanência" não é fixa,


estabelecida no contrato. É "taxa de mercado". Que você só ficará sabendo por eles,
donos da bola de cristal.

Assim, coisas importantíssimas, não são fixas, mas só a administradora de cartões ou o


banco é que as definem. Como, quanto, quem, quando, onde e porque, são eles que
definem.

Tudo isso, sem nenhum nome ou assinatura ou data. Um pedaço de papel impresso.
Sem validade legal portanto. É isto o que você tem em mãos. Eles entretanto, se você
desbloquear o cartão, ficam com sua "assinatura eletrônica".

Recentemente foi aprovada uma lei ou medida provisória (depois que os estadunidenses
o fizeram, é claro), dizendo que a "assinatura eletrônica" ou seja a senha pessoal, tem
validade, como qualquer assinatura, feita de próprio punho.

O caldo engrossa. A senha só você pode saber qual é.

O que ninguém faz. Quase todos acabam por um motivo ou outro, dizendo a alguém de
confiança qual é. Errado sim. Mas é o que acaba acontecendo.

Como a memória não é lá essas coisas, é obrigado também a anotar em algum lugar.
Mas essa anotação tem que ser de fácil acesso. Se não, não resolve.

Que adianta anotar e esconder muito bem, se na hora do esquecimento ela não estiver
disponível?

É recomendado também que você mude a senha periodicamente. É mais seguro. Mas, é
claro, a confusão e esquecimento aumentam.

Mas, apesar disso tudo, é bom que você a tenha muito bem gravada na memória, sem
nenhuma falha, e lembre dela mesmo em situações de altíssimo stress. Pode salvar a
sua vida. Você pode sofrer um "seqüestro relâmpago". E não vai fazer nada bem à sua
saúde, o esquecimento.

Você é responsável pela senha.


Só que, você não é o único a conhecê-la, mesmo que seja um segredo só seu, e não
tenha contado a ninguém qual é. Os bancos sabem, e todos que tem acesso ao sistema,
legal ou ilegalmente, sabem.

O sistema é mais ou menos seguro, dependendo de quanto os bancos estejam


dispostos a investir na segurança do sistema. Como então eu sou responsável? Só no
meu?

Eles podem ser irresponsáveis se assim o desejarem, e é eu que me "ferro"?

É como a clonagem de placas de carro.

O sistema adotado não é seguro. Permite que placas sejam clonadas. E multas vão para
quem não deve. Aí o usuário tem que pagar. E receber pontos na carteira.

Ou provar que a multa não é dele. E como fazer isso?

Fizeram um sistema falho vulnerável que pode ser fraudado, mas o usuário é que paga,
se algo der errado. Ora, se o usuário em nada definiu como deve funcionar ou como
seria a segurança então, logicamente a responsabilidade por falhas na segurança, não
pode ser dele!

Tem que ser dos bancos, administradoras de cartão de crédito e dos Detrans,
exclusivamente. Ora bolas!

Quanto ao cartão, quebrei-o.

E vou ficar de olho nos extratos, para ver se descontam alguma coisa.

TRABALHO CRIATIVO – GG

Como se imagina alguém, em tempos de paz, trabalhando criativamente?

Na arte, ciência, tecnologia e coisas deste tipo.

É simples. Talentos, concentrando-se no objeto de suas pesquisas. Com recursos,


instalações, equipamentos, e principalmente acesso aos conhecimentos já existentes.
Literatura, comunicações rápidas, troca de informações.

Acesso aos diversos meios sem restrições, sem entraves burocráticos, financeiros, de
direitos autorais ou de propriedade intelectual.
E os objetivos, os objetos de pesquisa, quais seriam? Nenhum especificamente. Nada
predeterminado. Liberdade total de escolha. Sem nenhum dirigismo.

Ficariam simplesmente sentados, a pensar: "O que vou inventar agora?". Até surgir uma
idéia. E então trabalhá-la.

Deveriam então poder dedicar-se integralmente. Dedicação exclusiva. Não poderiam,


nem deveriam preocupar-se com mais nada. Deste modo, qualquer assunto poderia ser
pesquisado, pois que, nenhuma restrição aconteceria.

Muitos criadores, historicamente, encaixavam-se nesta situação.

Além do indispensável talento, da genialidade, tinham ou lhes era fornecido, o ambiente


e os meios que lhes permitia criar. Acontecia o incentivo. Tinham um "background",
instrução, educação, treinamento, recursos. Os meios. E tempo.

Esta seria a verdadeira liberdade do ser humano criativo. E é assim que deveria
funcionar o incentivo à criação. Não é a única maneira porém, de realizar as coisas.

Resultados rápidos são conseguidos quando um objetivo específico deve ser alcançado.
Principalmente quando é exercida certa pressão ou quando existem prazos a serem
cumpridos.

Empresas públicas e particulares trabalham deste modo. Parte de sua equipe está
voltada para criação e melhorias, as mais diversas. Mesmo quando não é atividade
executada oficialmente.

Resolver problemas ou achar meios mais racionais de se fazer as coisas. Projetistas,


pesquisadores, pensadores, funcionários. Mesmo quando não existe um "departamento"
nesta finalidade especificamente. O ser humano é inventivo por natureza. Tende a
resolver as coisas.

Nestes casos a criatividade fica subordinada a determinado assunto. E é tolhida em


parte, devido à exigüidade de tempo. Este, por sua vez, exige empenho e dedicação. Sob
pressão, produz-se mais e cria-se menos.

Muitas descobertas e invenções acontecem assim. No decorrer da tentativa de resolver


problemas. Mesmo que o problema em si não seja solucionado. Um novo processo, um
novo método acaba sendo criado. Um degrau a mais nos conhecimentos.

Se o objetivo for o lucro, muitas vezes a pesquisa é até auto sustentada. Os resultados
proporcionam renda ou economia. Que pagam os custos, as despesas da pesquisa.
Certamente a maioria das invenções e descobertas atualmente acontece dessa maneira.
Tem como objetivo o retorno do investimento e, mais que isso, lucro.
Até empresas estatais de certo modo são assim, mesmo quando o retorno não aconteça
para o Estado diretamente. A finalidade é social estratégica e de soberania. Um retorno
difícil de mensurar, mas importante.

E em tempos de guerra?

Aí então, nem se fala. No aspecto resultados, a produtividade é máxima. Os objetivos


têm prazo, e os recursos são infinitos. A dedicação intensa produz milagres.

Vide os esforços de guerra dos países envolvidos na primeira e segunda guerra


mundiais. Milhares de invenções e descobertas, rapidamente. Com objetivos não muito
nobres, é verdade. Mas mostram que querer é poder. Que importante mesmo é empenho,
dedicação e recursos.

A capacidade do ser humano de executar as coisas velozmente é extraordinária. Não só


em termos criativos. Poucas décadas são suficientes para transformar completamente
uma sociedade. Alemanha, Japão, China são alguns exemplos.

Os talentos, que existem sempre em qualquer lugar, são aproveitados nesta finalidade.
São eles que fazem isso, produzem essa incrível transformação.

Se não identificados e incentivados, não utilizados, perdem-se. É como se não


existissem. A criatividade do indivíduo, não é eterna. Não dura a vida inteira. Existe um
ápice e um declínio. Tem que ser cultivada quando aparece. Se não se esvai, como
fumaça.

O país que não faz isso, que não incentiva seus talentos, dependerá sempre dos outros.
Será sempre dependente, escravo, ignorante e desconhecedor de qualquer assunto que
exista sobre a face da Terra. E fora dela.

Não existem opções. As alternativas são: Cria-se, ou copia-se.

Copiar está proibido. Pelas patentes e leis de propriedade intelectual, que o Brasil,
levianamente concordou em assinar. Assim, obrigatoriamente deve criar, tem que
incentivar a ciência, a pesquisa, a tecnologia e a criação.

Já que abriu mão de utilizar o que os outros inventaram sem restrições e


indiscriminadamente.

Não pode ser um simples deixar que as coisas aconteçam, por si mesmo.

Achar que, por exemplo, a iniciativa particular faça isso, pesquisar, incrementar os
conhecimentos. Pois que o interesse desta é o lucro, sempre. E não resolver problemas
sociais ou de conhecimento.
Não pode aguardar também que contra tudo e contra todos alguém crie alguma coisa
inédita e inovadora. E faça isso sozinho, sem nenhum apoio. A humanidade atuou assim
por dezenas de milhares de anos e os resultados aconteceram muito lentamente.

É uma questão de sobrevivência e soberania incentivar a criatividade e os


conhecimentos.

VÉU MUÇULMANO – GG publicado 12/10/2004

Têm acontecido cada vez mais, restrições às manifestações religiosas, nas escolas e
lugares públicos. Certo ou errado?

Deve-se permitir que as pessoas portem símbolos de sua religiosidade? Ou não?

O ser humano é um ser social. Se ficar sozinho morre de solidão. Juntos, brigam que
nem gato e cachorro. Entretanto, a solidão é pior. Por isso a família. O clã. Os grupos
religiosos. Os clubes. Os grupos étnicos. Os amigos.

Por este motivo ele se associa em torno de uma causa comum, de uma idéia comum.
Futebol, truco, boliche, dança, teatro, samba, pagode, churrasco, cerveja, montanhismo,
espeleologia.

A idéia comum, a causa comum, nem precisa ser muito bem definida. O que as pessoas
querem na verdade é ficar juntas. O motivo em si não é muito importante. As pessoas
sentem-se abrigadas, protegidas em seu grupo. Podem opinar expressar-se. Não são
apenas um João Ninguém.

Dos alemães (e certamente não só eles) dizem que quando três se juntam, um clube é
fundado. O brasileiro tem o futebol. O fim de semana é sagrado. Saem para a sua
"pelada". Voltam quebrados, sujos, machucados e... Felizes.

O ser humano é social. E assim foi desde milhares e milhões de anos atrás. A língua, os
costumes, tradições e religião são a sua identidade.

Qualquer povo que abra mão disto deixa de existir!

E neste assunto não existe o certo ou o errado. Apenas diferenças que devem ser
respeitadas. Não compreendidas. Nem criticadas.
Podemos não concordar com outras idéias. Podemos achá-las absurdas e incoerentes.
Podemos até demonstrar que tecnicamente ou cientificamente são erradas. Mas temos
que respeitá-las.

Assim o aborto, a camisinha, a circuncisão e o véu muçulmano!

Nada pode ser imposto! Respeitem-se os costumes. Impor aos outro o que achamos
certo, por estarmos convictos disso, é ser orgulhoso. É achar que somos superiores,
que somos mais que eles.

E quem disse que estamos certos?

A nossa opinião é uma gota d’água no oceano da vivência do ser humano! Milhões de
anos destilaram o que somos agora. Cada povo à sua maneira. Como afirmar o que é
certo, neste milésimo de segundo que estamos vivendo?

O que não pode acontecer é a imposição. Cada um na sua.

Os costumes, tradições e religiões dos outros tem que ser respeitadas assim como os
outros devem respeitar os nossos. Infelizmente as religiões pecam muito neste aspecto.
Cada uma delas acha que é melhor que as outras. Que as outras estão erradas e devem
ser combatidas. Mas é um erro.

Religiões e costumes foram impostos nas Américas, na África, no Havaí, na Austrália e


por toda a História da humanidade. E qual foi o resultado, sempre?

Entretanto religião não é ópio do povo! É uma necessidade. Quem achar que deve tê-la,
deve ter liberdade para isso! Não permitir manifestação religiosa é pior que o racismo
estadunidense! É querer transformar a humanidade em uma massa única, uniforme,
impessoal. E feia.

Mais fácil de ser dominada. Sem dúvida nenhuma!

DECULTURAÇÃO – GG

As crianças nas escolas têm agora computadores à sua disposição. Desde cedo
aprendem a usar esta utilíssima e indispensável ferramenta.

Na idéia do brincando e aprendendo, quais os "sites" que elas estão acessando, entre
outros?
Dysneylandia, Cartoonetworks, Barbie e coisas assim. É quase só o que existe. É o que
mais atrai as crianças. E é, o que lhes é indicado, pelos professores.

Nas escolas de primeiro e segundo graus, festas Haloween são uma constante.

Nos meios de comunicação vemos sempre menção elogiosa a atividades culturais


destinadas a tirar crianças e adolescentes das ruas, "Criança Esperança" etc. E dar-lhes
uma perspectiva de vida.

Quais são estas atividades? Futebol, conjuntos de batucada, teatro, capoeira, dança,
artes plásticas.

O objetivo destas atividades é prepará-las para o futuro? Será que é isso mesmo? Que
futuro existe no futebol, capoeira e artes plásticas, com raríssimas exceções?

Pode-se observar que está acontecendo uma estruturação da sociedade, "por baixo". Já
no seu berço. Antes mesmo que as pessoas comecem a pensar. Que tem por finalidade,
a aceitação de valores considerados universais. É uma deculturação, a desagregação
social, antes até que a sociedade aconteça.

Não é de hoje, vem ocorrendo já faz tempo. Só que não nos apercebemos disso, pois
nós mesmos, já fomos integrados. Vivemos, nós mesmos, segundo o que aprendemos
quando éramos crianças.

E transmitimos então, aos nossos filhos e alunos, estes valores. Como pais e
educadores que somos.

E nem notamos.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO – GG publicado em 21/9/2004

Não é possível escrever o que bem se entende e como se queira, qualquer coisa.

Existem, com toda a tão apregoada liberdade de expressão, assuntos que são
intocáveis, assuntos que estão fora de moda e assuntos que não são éticos, no conceito
atual de democracia, liberdade e no interesse das pessoas em geral.

Quem se atrever a fazê-lo terá, no mínimo, o castigo de ser ignorado.

Não é permitido comentar-se assuntos desatualizados, desinteressantes e


principalmente assuntos sobre os quais, num consenso mundial, "não se fala".
Hoje em dia, pode-se (e deve-se) falar sobre sexo, obesidade, tratamento de beleza,
Israel, cirurgia plástica, numerologia, terrorismo, búzios, cantores, presidente dos
Estados Unidos, artistas famosos, procedimentos de auto-ajuda, dinheiro, riqueza fácil e
rápida etc.

Tudo isso será absorvido avidamente, muito comentado, discutido e, certamente, rende
aos protagonistas incontáveis leitores e milhões.

Mas, não é uma constante, já foi diferente. Nem sempre foi assim. Há não muito tempo
atrás sexo, por exemplo, era tabu. Era permitido falarem-se muitos assuntos, menos
este. Homossexualidade então, muito menos. Tinha-se tanta certeza sobre isso como
hoje em dia tem-se justamente, ao falar-se constantemente sobre sexo e
homossexualismo.

A ética, as leis, a moral, o consenso mundial de então eram assim. Tudo era neste
sentido. Qualquer opinião contrária era execrada presa condenada e queimada em
fogueira. E, com toda a certeza que tínhamos na época estávamos errados. E certos
agora.

Mas, isto tudo, não é uma efemeridade?

Estamos certos agora, mas, por quanto tempo?

Qual a durabilidade de estarmos certos sobre qualquer assunto, principalmente aqueles


não exatos, que não podem ser medidos com números, régua, balança e cronômetro?
Os que não são química, física e matemática?

Quanto tempo permanece uma afirmação, fundamentada apenas no inconstante modo


de pensar do ser humano e sujeito às reviravoltas de interesses variados?

BIGUI BRODER BRAZIL – GG publicado 23/02/2005

Qual o brasileiro que não acha que a única forma viável de governo é a democracia no
modelo estadunidense, mas que, no Brasil, ainda não deu certo em sua plenitude, pois o
brasileiro tem o péssimo hábito de trocar seu voto por uma camiseta? Ou dentadura?

Acredita firmemente que eleições diretas e democracia são sinônimos.

Ora, se os eleitos diretamente chegam lá em cima, fazem o que bem entendem, como e
quando bem entendem, inclusive garantindo-se com imunidade parlamentar contra
reclamações e não pensam em cumprir uma promessa eleitoral sequer. Como isto pode
ser considerado democracia?
Somente quando o povo tem influência nas decisões governamentais é que a
democracia (governo pelo povo) está sendo exercida. Quando é que o povo brasileiro
alguma vez decidiu qualquer coisa?

Desencontros sempre, aos montes, no discutir-se formas adequadas de governo.


Dezenas de teorias e proposições conflitantes.

Sociedades sem dinheiro. Sociedades solidárias. Ausência de Estado.


Desneoliberalização. Descapitalização (e decapitação) dos ricos e poderosos. E assim
por diante.

Disputam sem êxito a credibilidade do povo. Já descrente de tudo. Pois que nunca
aparentemente acontecerá um sistema seu, legitimamente seu, a defender os seus
interesses legítimos.

Mas, uma possibilidade existe! Graças à tecnologia. Que nem é tão nova assim: A
televisão e o telefone.

Fazer eleições diretas! De qualquer proposição apresentada, diretamente pelo povo.


Plebiscito integral. Instantâneo, imediato, sobre qualquer assunto. A ser transformado
em lei. A ser seguido por todos. Como?

Facílimo!

Trinta milhões de brasileiros votam semanalmente no Bigui Broder Brazil, da TV Globo,


para excluir um de seus participantes. E ainda pagam por isso, pagam por seu voto,
R$0,31.

Pagam, vejam só, por idiotice sem fim!

Por que não aproveitar a idéia e fazer com que o povo vote diretamente, diariamente até,
as inúmeras medidas provisórias, decretos, portarias, projetos, leis, proposições e
regulamentações?

O povo escolheria o que sai e o que fica como na TV Globo. E pagariam por isso.

Aumento dos salários dos senadores e deputados, transposição do velho Chico,


casamento gay, reforma agrária, flexibilização das leis trabalhistas, pagamentos ao FMI,
reintegrações de posse, salário mínimo, implementação dos direitos humanos, águas de
São Lourenço.

Tudo, tudo seria votado pelo povo diretamente, instantaneamente.

Fim das decepções e reclamações. Fim do "lobbying", das propinas, das passeatas,
confrontos, greves. E dos artigos indignados, no Centro de Mídia Independente.
E o que fariam vereadores, deputados e senadores?

Nada. Seriam proibidos até, de fazer qualquer coisa. Rainhas da Inglaterra, nada mais.
Receberiam sem fazer nada, figuras decorativas apenas. Na idéia do "muito ajuda, quem
não atrapalha".

Executivo e Judiciário também. Se "mijarem fora do pinico": Olho da rua! Ou pena de


morte! Sem perdão. Condenados pelo poderoso voto popular.

O Estado teria com isso, renda suficiente para implementar as leis e projetos aprovados.
Micros, Internet, celulares incrementam a eficácia e agilidade do sistema.

Um simples "SIM" ou "NÃO". Voto secreto, facultativo, baseado no CPF e senha


individual.

Democracia verdadeira! Por causa de uma idéia lançada pela TV Globo! Roberto Marinho
retorcer-se-ia em seu túmulo, com certeza. (Só por isso, já valeria a pena fazer).

Resta saber se iria funcionar. Se o povo, ele próprio, saberia definir, o que é melhor para
ele mesmo.

Mesmo assim seria válida a tentativa, pois que a representatividade, isso já estamos
cansados de saber, não funciona mesmo.

JUROS – GG publicado 6/10/2004

Quantos sabem calcular a verdadeira taxa de juros que estão pagando por um
empréstimo ou compra a prestações? Os pouquíssimos que sabem, verão que quase
sempre será significativamente maior do que a financeira ou vendedor informou, se é
que informou.

Mas não se preocupem, interpelados terão prontas "explicações" convincentes. Exclui


seguro, taxas, comissões etc. que você paga, mas não são considerados como juros.
Pagamos até iates e piscinas para os sócios e diretoria. Mas não são juros.

E se você achar muito, não fazem o negócio e acabou-se. Têm bastante idiotas na fila.

Incautos, acreditando nos Sistemas Financeiros de Habitação, Cohab, Programas de


Arrendamento Residencial etc. "garantidos" pelo governo ou particulares, adquirem
imóveis a prazo em 15, 20 e até 25 anos.
Aí os cálculos complicam, as prestações não são fixas, existem vários métodos e
correções que dependem de índices que variam de modo não previsível ao longo do
tempo.

Assim, mesmo que soubermos efetuar os cálculos ou formos informados honestamente


sobre a taxa de juros que iremos pagar, o que será pago pelo empréstimo é "um tiro no
escuro".

Muitos acabam constatando que, no fim do empréstimo, ainda devem pagar outro tanto
ou até várias vezes o valor inicial do imóvel.

Paga-se no total pelo imóvel, três a seis vezes o seu valor!

Ora se não temos dinheiro para comprar um sequer, tanto é que somos obrigados a
financiar, por que achamos que poderemos pagar seis deles, ou mesmo dois? Qual o
passe de mágica que irá possibilitar isso?

Gente, isso é usura, escravidão institucionalizada!

Tudo dentro da lei, "garantido" pelo Governo Federal. Os economistas responsáveis


pensam, é claro, na posição das financeiras e no emprego deles e você que se rale.

O seguro também é muito interessante: Em alguns casos especiais, incêndio, ventania


etc. quitam a dívida. Ou seja, o dinheiro deles está garantido e você fica com a casa
incendiada ou destruída pelo vento, que bom não é?

E é você que paga o seguro! Não eles.

Com todas essas confusões é natural que fechemos os olhos a tudo e passemos a usar
a velha intuição para decidir. O raciocínio não vale. Infelizmente, a intuição, menos
ainda. A maioria não sabe dizer se estão entrando ou não, numa "fria", ao fazerem
negócios.

Claro, todos querem adquirir produtos. Se não podem pagar à vista, tem que financiar.
Consumir hoje, trabalhar amanhã, todos querem isso. É uma tentação irresistível, esse
usar agora e pagar depois. Consumimos sem pensar, irresponsavelmente. Porque não
temos como saber o que nos espera.

Além disso, Deus é grande. Vai dar tudo certo.

Só que, para muitos, não dá.


FALÊNCIA – GG publicado 14/10/2004

Uma empresa qualquer está "mal das pernas". Deve mais do que tem a receber. O que
recebe não é suficiente para pagar os compromissos. Fica "devendo na praça". Os
fornecedores agora só vendem à vista.

Faz então empréstimos, em condições mais desvantajosas, juros altos. A situação se


agrava. Os bancos e financeiras fecham então suas portas para ela. Acabou-se o crédito.

Sem dinheiro não pode produzir. Sem produzir não pode vender. Deve para "Deus e todo
o Mundo". Resultado: Concordata e depois, falência.

Todo mundo sai perdendo. Principalmente os funcionários que com os salários


atrasados ainda ficam sem emprego.

Mas tudo afinal, bem ou mal, fica resolvido. A justiça está aí para isso. Para que tudo se
resolva. Os proprietários, donos da empresa, desde que não tenham feito falcatruas,
podem começar vida nova.

Individualmente, pessoa física, não é assim.

Quem individualmente tiver dívidas, insuperáveis, não pode "dar uma de empresa",
liquidar tudo e começar vida nova.

A não ser que os credores concordem é claro. O que ninguém faz. Deixar de receber e
concordar com isso? Deixam a pendência pendente. Fica devendo assim, até o fim dos
tempos. Tem que pagar, juros sobre juros crescendo ao infinito.

A não ser que fuja. Mesmo assim sua vida não será tranqüila. Deverá sempre até que
pague, ou até que morra. Com a morte. Caduca a dívida. A dívida não passa para os
herdeiros.

Que por sua vez também não receberão herança. Tudo será primeiro dos credores, o que
restar dos herdeiros. Os credores têm preferência em um inventário.

Mesmo quando já dividido e distribuído os bens para os herdeiros, se surgir um credor,


ele terá preferência. Pode cobrar dos herdeiros. Nestes casos a dívida é hereditária.

Donos de empresas falidas podem começar vida nova, até falir outras empresas podem.
Pessoas comuns não podem nada.

Que "sacanagem"!
OU TODOS OU NINGUÉM – GG publicado 31/10/2004

Em uma sociedade qualquer, melhor seria se todos pudessem expressar-se livremente,


sem restrições. Não apenas teoricamente, mas de verdade, efetivamente.

Ou que ninguém pudesse falar nada. Ou todos ou ninguém.

A pior situação é quando a alguns é permitido falar, e aos demais só é possível escutar,
sem opções. Este é o caso de quase todos os meios de comunicação, jornais, revistas,
rádio, e televisão. Só os que têm acesso a esses meios, pouquíssimas pessoas, podem
expressar-se. Os demais têm que ficar quietos. Só podem escutar.

Isso porque as estruturas que suportam as comunicações são complexas e envolvem


muito dinheiro. E claro, além disso, dependem de concessões, que são liberadas
parcimoniosamente pelas autoridades. E muitos outros motivos mais obscuros também.

Assim, as pessoas em geral, são apenas espectadores.

A não ser que existisse uma quantidade muito grande de jornais, revistas, rádios e
canais de televisão. E que fossem independentes, de verdade. Aí as pessoas comuns,
mesmo não podendo expressar-se, teriam pelo menos alternativas. Escolheriam os
assuntos de sua preferência.

Mas não é o que acontece, muito pelo contrário. Cada vez mais, mundialmente, os meios
de comunicação pertencem a cada vez menos pessoas.

E só as idéias destas poucas pessoas é que são transmitidas e publicadas. Tornaram-se


extremamente poderosas. E fazem mau uso disso. São uma espécie de G.W.Bush, só
que nos bastidores. Invisíveis quase.

Para as pessoas comuns, quais as opções?

Pichar muros e paredes. Carregar cartazes. Fazer passeatas. Panelaços. Abaixo


assinados. E naturalmente a Internet, para quem tem o equipamento.

Pode-se ainda escrever ou enviar um "e-mail" e aguardar que isso seja comentado,
transmitido ou publicado pela mídia, na coluna do leitor. Depois de passar pelo filtro
deles, é claro.

Ou "escrever para os congressistas" assim como os estadunidenses o fazem. É muito


pouco. É trabalhoso. Pouco efetivo.

Se alguns podem falar e muitos não, então a liberdade de expressão não existe. Ou está
distorcida.
O que deveria ser feito?

Restringir os meios de comunicação. Para diminuir a sua força. Tornar a força de


poucos, menos efetiva. Quebrar o seu poder. Proteger as pessoas. Principalmente a
televisão.

Por que a televisão? Porque ela é muito abrangente. No Brasil principalmente.

Mas isto seria censura! É o que imediatamente iriam dizer os meios de comunicação. Por
que então não censurar também todo o resto: Filmes, livros, revistas, oratória, teatro,
apresentações etc.? Restaurar os anos de chumbo?

Diante dessas palavras, tremem as bases. Centenas levantam-se e defendem


veementemente a "liberdade de expressão". Nela não se mexe, é intocável. É uma
questão de princípio.

E, no final das contas, continua tudo na mesma: Liberdade só para poucos. Que fazem
mau uso dela.

Na verdade, censura existe. Sempre existiu. Mas não com este nome. Podemos fazer
apologia às drogas ou ao crime na televisão? Claro que não. A censura portanto, existe.
É legal e também constitucional.

Prejuízos ao cidadão também são contravenções e crimes, e sua apologia na televisão


também teria que ser proibida, dentro da lei e a da Constituição. É só legislar, para
proteger o cidadão, da arapuca que é a televisão. Restringir, quando o objetivo
evidencia-se ser apenas o influenciar pessoas, moldar opiniões e obter vantagens.

Quando um produto fraudulento é divulgado nos meios de comunicação e acaba


revelando-se prejudicial às pessoas, os meios de comunicações nunca são
responsabilizados. Nem os artistas ou apresentadores, mesmo quando,
convincentemente, afirmam: "Eu uso! É muito bom! Eu garanto!".

Quando montam uma farsa, assim como Gugu Liberato fez, entrevistando fictícios
bandidos encapuzados para aumentar a audiência do seu programa, ninguém se
importou muito com isso. Devem ser muitíssimos freqüentes essas farsas. Só que não
ficamos sabendo.

Infelizmente para ele, neste caso, alguns queimaram-se na parada. Mas, como sempre,
tudo acabou em pizza.

No tráfico de drogas, todos os envolvidos são criminosos. A lei assim o diz. Na


televisão, os envolvidos, todos eles inocentes. A liberdade de expressão assim o diz.
É errado. Restrições devem existir. Mas, talvez, apenas a televisão.

Quanto mais rápida uma notícia, menos possibilidade existe dela ser verificada e
contestada. Além disso, a quantidade de notícias e informações é muito grande, não
permite estudo e análise detalhada. Com isso mentiras são divulgadas com mais
facilidade e a mensagem, o influenciar pessoas (que é o objetivo final) fica protegido
pelo manto da efemeridade.

Na televisão é facílimo mentir. Um pequeno levantar de sobrancelhas, um esboço de


sorriso altera completamente o conteúdo da notícia. Fala-se algo e consolida-se com
uma imagem qualquer. Está feita a mentira. A liberdade de atuar deste modo não poderia
existir!

Cinema, livros, teatros etc., quando a propaganda não é excessiva, são lidos ou
assistidos voluntariamente. A pessoa vai ao cinema, shows e lê livros porque quer. É um
ato consciente. A pessoa decide o que vai ler ou assistir. Por isso não nem deveriam
sofrer restrições.

Com a televisão é diferente. Quem tem energia elétrica em casa, tem televisão
obrigatoriamente, e a assiste obrigatoriamente. Não assistir televisão, é tão voluntário
quanto não fumar, para um viciado em nicotina.

Por isso o cidadão tem que ser protegido. Não pode ficar ao capricho e arbitrariedades
de entidades e objetivos particulares que tiram proveito desse vício idiotizante.

As pessoas não podem, em nome de uma "liberdade de expressão" a preservar, serem


enganadas traídas e espoliadas.

Na verdade palavras como "liberdade de expressão", "democracia", "terror",


"patriotismo", "liberdade" etc. são vazias, na maioria das vezes em que são empregadas.
Servem apenas como justificativa e para obter benefícios particulares, nacionais ou
multinacionais.

Uma empresa, que sofre alguma restrição em sua atividade, diz-se preocupada com o
"desemprego" que esta restrição irá provocar. Ela não fala no seu lucro, mas é nisso que
pensa. Bingos por exemplo.

Uma manifestação qualquer é reprimida em nome da "ordem e segurança públicas", mas


não é com isso que estão preocupados.

Quando um político fala em "democracia", certamente não está pensando em governo


pelo povo.

Todas estas são palavras vazias. "Liberdade de expressão" também.


Ou todos falam livremente, ou ninguém. É melhor isso do que permitir que apenas
alguns falem e os outros só possam escutar. Como acontece na televisão.

Poderia argumentar-se: "Sendo o governo o único controlador da televisão, nós


estaríamos sem como protestar, quando o governo faz algo que não deveria".

Ora, se o governo não presta, por que aceitamos sua existência?

A idéia de um governo não é a proteção de todos? Não é este o motivo de sua


existência?

Se for isto o que um governo deve fazer, é certamente seu dever proteger-nos também
de uma televisão comercial, oligárquica, globalizada, espoliadora e egoísta!

PENSANDO BEM – GG publicado 20/03/2005

Nos muitos conflitos morrem pessoas. Palestinos, israelenses, estadunidenses,


muçulmanos. Cada qual enfatiza o seu lado. Pisam e repisam o assunto. Nesta "guerra"
de palavras e imagens, aparentemente, tem razão aquele, que expõe melhor os seus
argumentos.

Vale qualquer coisa, retórica, falácias, mentira, tudo. E, naturalmente, recursos. Meios de
comunicação, mídia, jornais, noticiários.

Mas, pensando bem, nada é esclarecido. Pois a verdade, esta não ficamos sabendo.

As mortes certamente, todas elas são terríveis. A diferença está na quantidade. Se


pensarmos bem, é isso o que realmente importa. Quantidade e não qualidade.

Muito lamentadas, as mortes na destruição das torres do WTC em Nova York. Foram três
mil. Em seqüência, centena de milhares de mortes de muçulmanos. Nem contadas
direito foram, mortes de menor qualidade.

Cinqüenta mil estadunidenses e três milhões de vietnamitas, mortes na guerra do Vietnã.

Mil e quinhentos estadunidenses, cem mil iraquianos, mortes na invasão do Iraque.

Um punhado de israelenses, milhares de palestinos, mortes no genocídio étnico.

Alguns poucos ingleses, milhares de quicuios, mortes no Quênia africano (lá pelos anos
de1950).

Assim também, historicamente, chineses, russos, índios, negros, indianos, judeus e


muçulmanos morreram, aos milhares e milhões.
Deveriam ser considerados, apenas os números.

Em vez de valorizar a qualidade (mortes importantes e mortes sem importância), deveria


considerar-se a quantidade. Apenas isso. Uma morte é ruim. Duas mortes são pior que
uma.

Então as coisas ficariam mais claras. Seria mais fácil entender quem está certo e quem
está errado.

Erram pois, todos aqueles que defendem os estadunidenses, ingleses e israelenses.


Estão defendendo gente que matam. Muito mais que os outros.

FIM

Gerhard Grube

email: gerhardgrube@ig.com.br

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