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"Ninguém pode impor sua visão moral aos outros porque todos têm o direito de
encontrar a verdade que está dentro de cada um".
Por que é impossível na prática ser um relativista moral coerente, mesmo quando nos
declaramos assim?
A resposta é que todos temos uma crença difusa, potente e inevitável, não apenas nos
valores morais, mas também no dever moral.
Nas palavras do sociólogo Christian Smith:
“Até mesmo os gentios, que não têm a lei escrita, quando obedecem a ela
instintivamente, mostram que conhecem a lei, mesmo não a tendo. 15 Demonstram que a
lei está gravada em seu coração, pois sua consciência e seus pensamentos os acusam ou
lhes dizem que estão agindo corretamente. 16 Isso se confirmará no dia em que Deus
julgar os segredos de cada um por meio de Cristo Jesus, de acordo com as boas-novas
que anuncio.”
Romanos 2:14-16
1) MORAL EVOLUCIONISTA:
Essa visão defende que os altruístas, aqueles que agem sem egoísmo
e com espírito de cooperação, sobreviveram em maior número do que
os egoístas e cruéis. Assim, os genes do altruísmo nos foram legados,
e agora a maioria dos indivíduos considera "certo" o comportamento
altruísta.
Existem, contudo, várias falhas nessa teoria, e ela tem recebido
críticas arrasadoras. O comportamento altruísta, de autossacrifício,
de um indivíduo em relação a um parente pode resultar em uma taxa
maior de sobrevivência para a família ou o clã desse indivíduo e,
consequentemente, em um número superior de descendentes
portadores do material genético dessa pessoa.
2) CONSTRUTIVISMO SOCIAL:
Nessa visão entende-se que as leis morais, em última análise, são arbitrárias, e
podem ser alteradas a qualquer momento, dependendo da forma como a sociedade
enxerga o mundo.
Sendo assim, o NAZISMO pode ser considerado correto, já que toda a cultura e
as leis morais de cada sociedade devem ser aceita.
“Após o homem primitivo descobrir que estava em suas mãos melhorar sua sorte
na Terra mediante o trabalho, não podia lhe ser indiferente o fato de alguém
trabalhar com ele ou contra ele. O outro indivíduo adquiriu a seus olhos o valor de
um colaborador, com o QUAL ERA ÚTIL VIVER. Ainda antes, em sua pré-história,
ele havia adotado o hábito de construir famílias; os membros da família foram
provavelmente os seus primeiros ajudantes. É de supor que a formação da família
se relacionou ao fato de a necessidade de satisfação sexual não mais se
apresentar como um hóspede, que surge repentinamente e após a partida não dá
notícias por muito tempo, mas sim estabelecer-se duradouramente como um inquilino.
Assim o macho teve um motivo para conservar junto a si a mulher ou, de modo
mais geral, os objetos sexuais; as fêmeas, que não queriam separar-se de seus
filhotes desamparados, também no interesse deles tinham que ficar junto ao macho
forte. Nessa família primitiva falta ainda um traço essencial da civilização; a
arbitrariedade do pai e chefe não tinha limites.
(ASSIM O HOMEM COMEÇOU A RESTRINGIR SEUS INSTINTOS – MORAL – DE
UMA FORMA UTILITÁRIA)
Em Totem e tabu procurei mostrar o caminho que levou dessa família ao estágio
seguinte da vida em comum, os bandos de irmãos. A vitória sobre o pai (MITO DO
PARRICÍDIO) havia ensinado aos filhos que uma associação pode ser mais forte
que o indivíduo. A cultura totêmica baseia-se nas restrições que eles tiveram que
impor uns aos outros, a fim de preservar o novo estado de coisas. Os preceitos do
tabu CONSTITUÍRAM O PRIMEIRO "DIREITO".
Afinal, "o que no geral tem sido benéfico para as espécies ao longo dos anos pode
não ser particularmente benéfico para um indivíduo no presente", e "se A
MORALIDADE FOR DE FATO UMA QUESTÃO DE BENEFÍCIO, e não UMA
OBRIGAÇÃO ESPIRITUAL QUE TRANSCENDE AS PREOCUPAÇÕES
PESSOAIS", então qualquer conjunto de diretrizes éticas, "assim como qualquer
outra ferramenta pragmática, PODE SER ADOTADO OU ABANDONADO
CONFORME A OPÇÃO DE CADA UM"
Se os direitos não passam de uma criação da maioria, não existe nada a que apelar
quando eles são cassados.
Porque jamais se pode fazer um juízo moral de alguma coisa sem que este venha
acompanhado de um exame de seu propósito determinado. Para defender Seu
argumento Macintyre usa a ilustração de um relógio de bolso.
Se, como defende a VISÃO SECULAR, não fomos feitos para um propósito, então é
inútil até mesmo tentar falar em bem e mal moral.
O QUE É O HOMEM?
Na Filosofia Sócrates começa a pensar quem é o homem de uma forma mais racional.
Porém, a Sabedoria Hebraica (Bíblia) já pensava sobre isso muito antes:
Quem sou EU e o que me define?
O que é o BEM supremo e quem sou EU?
TRADIÇÃO CRISTÃ:
“O QUE DEFINE O HOMEM é esse BEM SUPREMO para qual toda existência é
lançada.” Guilherme de Carvalho
DIGNIDADE DO CORPO:
Você não apenas tem um corpo, você é seu corpo. O Verbo se fez carne!
Por isso que a nossa ressurreição diz respeito ao corpo tbm. A esperança cristã
não é que nossa alma sairá de nosso corpo e viveremos eternamente nesse espectro,
mas que o nosso corpo, que é parte de nós, será ressuscitado.
Cristo é o primogênito daqueles que ressuscitarão dos mortos.
DIREITOS HUMANOS:
(John Stott – O Cristão em uma Sociedade Não Cristã)
O conceito de direitos humanos tem uma história muito longa. Platão e Aristóteles
lutaram com as noções de liberdade e justiça, enquanto Tomás de Aquino e outros
teólogos medievais cristianizaram o pensamento dos gregos em termos de "direitos
naturais".
Assim, as pessoas que têm uma fé religiosa olharão para os seus ensinamentos
religiosos fundamentais à procura de sua visão sobre direitos humanos, estejam eles
no Alcorão, estejam na Bíblia, por exemplo. Essa é uma das razões pelas quais os
muçulmanos têm tido problemas com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Para alguns, não há nada de universal na linguagem da declaração. Ela está arraigada
na linguagem e na filosofia do Ocidente e na sua ênfase ao individualismo e à
autonomia humana. Na verdade, quando a Declaração Universal foi redigida, em
1947, a delegação da Arábia Saudita objetou.
O que o Ocidente vê como universal pode ser encarado como ocidental pelo
resto do mundo, que tem toda a liberdade de ser crítico em relação a isso.
A linguagem dos direitos humanos é uma linguagem moral, no sentido de que é uma
tentativa de descrever o certo e o bom. Mas é, também, uma linguagem política.
Apelar aos direitos humanos não encerra um debate. Na maioria das vezes, inicia um
debate. Os direitos humanos não representam um trunfo moral.
É preciso algum arcabouço moral que vá além dos direitos humanos, do qual
eles possam extrair sua autoridade e que lhes forneça sua base.
A Bíblia é radical nesse sentido. Ela ressalta que nossa responsabilidade é garantir
os direitos de outra pessoa. Devemos até renunciar aos próprios direitos a fim de
fazer isso.
“Apesar de "existindo na forma de Deus", ele "não considerou que o ser igual a Deus
era algo a que devia apegar-se" (Filipenses 2:6-7). DURANTE TODA A SUA VIDA,
ELE FOI VÍTIMA DE VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS. Tornou-se um bebê
refugiado no Egito, foi profeta sem honra em sua própria terra, bem como o
Messias rejeitado pela classe religiosa de seu próprio povo, pelo qual ele tinha
vindo. Ele se tornou prisioneiro de consciência, recusando-se a aceitar um
compromisso para garantir sua libertação. Foi acusado falsamente, condenado
injustamente, torturado brutalmente e, por fim, crucificado.
E, durante todo o seu sofrimento, ELE SE RECUSOU A DEFENDER OU A EXIGIR
SEUS DIREITOS, para que, por meio de seu sacrifício próprio, ele pudesse servir aos
nossos.
"Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus", escreveu Paulo (Filipenses
2:5).
E PAULO PRATICOU O QUE PREGAVA. Ele tinha direitos como apóstolo (o direito
de se casar, o direito de receber apoio financeiro), mas renunciou a eles pelo bem do
evangelho, a fim de se tornar escravo de todos e, assim, servir aos seus direitos (veja,
por exemplo, 1Coríntios 9). A renúncia a direitos, por mais idealista que possa parecer,
é uma característica essencial da nova sociedade de Deus.
No mundo externo, pessoas afirmam seus próprios direitos e exercem autoridade.
"Não será assim entre vocês", Jesus disse. Pelo contrário, em sua comunidade,
aqueles que aspiram à grandeza precisam tornar-se servos; o líder precisa ser
escravo; e o primeiro, o último. O amor não busca seus próprios interesses, escreveu
Paulo. Essa postura fundamental, aprendida de Jesus, aplica-se a toda situação.”
JOHN STOTT