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1 – “O Estrangeiro” é um livro de Albert Camus que conta a história de Meursault, alguém que olha
indiferentemente para a vida passando por situações complicadas de um jeito absurdo aos nossos olhos.
2 – Sobre isso, trabalharei melhor em escritos futuros. Mas já é possível ver uma ponta solta sobre
isso em meu escrito “Aspectos da Singularidade e Outras Consequências”.
O Forte Vínculo Estabelecido entre o Indivíduo e o
Objeto
4 - Vários fragmentos retirados de “As Ideias tem Consequências”, Richard M. Weaver, no capítulo
“O último direito metafísico”, pela editora “É Realizações”
conhecer muito mais do que parâmetros de conforto para que o
“querer” seja importante na equação, então pode ser o caso que o
animal tivesse a capacidade de querer, mas todas as suas decisões
seriam baseadas em percepções de utilidade, conforto. Conhecer sem
conseguir querer também não tem sentido por motivos óbvios. Logo
percebemos que essas duas coisas são fundamentais para a ética e
moral, pois, em um só corte, se elas não fossem necessárias para o que
é correto, bastaria que Deus, ou seja lá no que você acredite, mantivesse
o mundo em um único estado, o estado em que nada estivesse errado e
tudo estivesse certo.
Depois disso, podemos ver outras coisas que Richard aponta: “A
propriedade que defendemos como ancoragem, por sua vez, mantém
sua identidade com o indivíduo...” e “Devemos deixar claro que a
propriedade está baseada em sentimentos pré-racionais porque nós a
desejamos não apenas pelo fato de ela nos “sustentar - isso a reduziria
ao utilitarismo -, mas também porque de algum modo ela é necessária
para que o homem se expresse, isto é, para que revele seu ser verdadeiro
ou pessoal”. Aqui vemos que a propriedade privada é necessária para
que o homem caminhe no mundo de acordo com os seus raciocínios e
vontades. O homem poderá ser julgado pelo mundo, i.e., vir a ser do
bem e do mau justamente por causa de suas escolhas, por causa de suas
ações. Essas ações só podem acontecer por conta dos meios, e os meios
transformados e defendidos representam as expressões desse homem.
De certa forma, o direito de propriedade privada é algo que carrega a
personalidade desse homem, carrega uma forma de diálogo desse
homem com o mundo em que o mundo vai mostrar para ele as
consequências de suas ações.5
5 – Essa noção me remete ao Malboro quando disse que os libertários fetichizam a propriedade
privada, pois me parece que os libertários perderam essa visão de consequência quando buscam se
aproximar de um discurso um pouco mais teórico. Curioso que podemos atrelar esse fetiche ao fato
Os Anarcoestatistas e os Lobisomens Hobbesianos
Contra os Anarcovillagers Agoristas
que a propriedade privada é o único direito metafísico reconhecido existente para Richard, pois os
homens precisam algo em um sentido que remeta a ela para se expressarem, mesmo as piores coisas.
Por isso, acredito eu, que o direito de propriedade privada se manteve ao menos reconhecido. Foi por
isso, também, que foi preciso que ocorresse uma deturpação desse direito dentro de estruturas legais.
Sem a noção de consequência em vista, o fetichismo pela propriedade privada não possuirá força teórica
para se afastar da propriedade privada do, nas palavras de Richard, Capitalismo financeiro.
Os Anarcoestatistas acreditam que seria mais ético se o Estado
revogasse ou legalizasse as armas, as drogas e por aí vai. Só que, por
exemplo, se o Estado legalizasse ou revogasse as armas, ele estaria
colocando por cima das possibilidades contratuais de determinados
locais o direito de ter armas. Isso significa que me será dificultado viver
em um lugar onde o contrato estabelecido entre as partes naquela
localidade proíbe as armas, afinal, direitos, deveres e permissões
estatais acima de contratos! Como dão a entender por aí. 6 E, como
vimos antes, é feio que as ações dos indivíduos estejam voltadas para
essa imposição de pessoalidade, pois rompe com a responsabilidade
dos indivíduos naquele local acerca desses assuntos, significando então
que o Anarcoestatismo é um fracasso total tanto eticamente e
moralmente, por causa de suas inconsistências, quanto
estrategicamente, porque legalizar e revogar (fazer uma concessão) é
também estender noções Estatistas para esses lugares.
Agora temos os Lobisomens Hobbesianos. Os Lobisomens dirão a nós
que o homem é o lobo do homem, portanto, devemos ter o Estado para
que as pessoas não se matem, i.e., devemos castrar as pessoas. Os
defensores do Estado não dizem dessa forma, mas é uma consequência
de diversas noções. O argumento contra isso é muito simples. Se for
verdade que o homem é o lobo do homem, então por que diabos
estamos fomentando uma sociedade de falsos? Ou de 90% de falsos?
Uma sociedade de anestesiados pelo Estado que matariam você na
primeira oportunidade? Isso é insanidade e puro pessimismo! Se
obrigar a estar do lado de pessoas que matariam você dadas as
oportunidades é um dos piores cenários que eu consigo imaginar e,
obviamente, cria uma impossibilidade moral e ética caso os
Lobisomens estendam essa afirmação para todos.
Se essa afirmação não vale para todos, então venha para a Anarcovila
e vire um AnarcoLobisomem fora dessa loucura!
6 – Se os direitos, deveres e permissões estatais não estiverem acima dos contratos, então está resolvido!
Eu e os meus Anarcomanos sairemos dessa bagunça!
Agorismo Ultra Hardcore e Consistente na Moralidade
e na Ética