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Yunah Productions
Agradecimentos
especiais
Yunah e Geo, Obrigado!
Seis Meses
Depois
O dono do hotel fez bem em ceder a maior parte da
estrutura para nós e montar um bar no térreo.
– Adocica meu amor! Adocica!
Essa ideia até aumentou a procura por nossos serviços.
Os clientes colam um papel em um quadro com informações
de missões e depois entramos em contato, ou outra
pessoa pega a missão, por causa disso, pegamos a fama
de “Guilda Tarkov”. O único problema do bar é a
barulheira e que o velho do Tucker não para de cantar
as garotas daqui ao invés de ir trabalhar.
– Sai daqui seu tarado! – Uma moça deu um tapa no
velho, marcando o seu rosto.
– Matou o véio – Tucker falou.
Eu acabava de chegar cheio de livros da Biblioteca
Central de Ashford. Os guardei e peguei um para ler na
sala das armas, uma sala relativamente grande com uma
mesa de escritório arqueada no centro e cheia de armas
dentro de um compartimento que pegava a maior parte da
parede.
Passado algumas horas, já não conseguia me focar mais
no livro depois de dias lendo em quase todo o tempo
livre que tinha, então, acabei me distraindo pensando
no projeto de treino com hologramas que Tucker estava
enrolando para começar. De repente, comecei a ouvir
algo que soava como um estrondo.
Larguei o livro e olhei para os lados. O som ficava
cada vez mais forte até que a parede de onde eu estava
estourou.
– Mas quê – Eu apertei um botão na mesa e uma parte
da parede subiu.
O que estourou na parede se tratava de um caça pequeno,
como um Eurofighter Thypoon de datado cerca de dois mil
e vinte e um, ou pelo menos parecia. O compartimento
do piloto se abriu e de lá saiu uma pessoa com uma
armadura toda preta e sem visor, algo que eu nunca
tinha visto. Como que ele conseguia ver?
Em todo caso, atirei com um fuzil de energia e ele
desviou como se tivesse premeditado a minha mira.
Troquei para o modo automático e, além de disparar na
direção dele, disparei em sua volta, mas ele desviou
pulando.
Enquanto ele estava no ar, o estrondo sonoro disparou
novamente. O tempo ficou lento e partículas pretas
passaram a surgir do chão e estourar no ar. Raios
brancos começaram a percorrer por toda a sala, até que
se juntaram em um único ponto e se dispersaram junto
de um som de explosão.
Tudo voltou ao normal e meu adversário tinha ganhado
mais impulso no ar. Fui disparar e percebi que minha
munição tinha acabado, malditas armas com pouca
capacidade!
Quando me dei conta, uma nova explosão ocorreu e
aquele cara estava vindo em minha direção. A velocidade
dele era alta, mas ainda foi o suficiente para que eu
me deslocasse para o lado. Foi então que ele rotacionou
o seu corpo no ar e se impulsionou na parede para me
alcançar junto de uma outra explosão. Eu nunca pensei
que iria falar isso naquela época, mas recebi um soco
voador na parte inferior das costelas que me fez voar
para longe.
Eu cuspi sangue na hora e senti que tinha quebrado
algumas costelas, além de ficar com as costas doloridas.
Naquele momento, eu preferia lutar contra dez Yukios
do que meio cara desse. Fala sério, ele não dava espaço
algum. Em instantes, ele estava se movendo pelo ar de
novo, dessa vez mais próximo ao chão e aplicando um
chute giratório que visava a minha cabeça.
Quando desviei, consegui entender o que estava
acontecendo. No momento do golpe e em sua movimentação,
sua armadura estava dando alguns trancos nas partes
sobrepostas, muito parecido com a tecnologia de energia
cinética aplicada nos tanques atuais para eliminar boa
parte do recuo causado pelo poder do canhão, mas é
impossível que um ser humano consiga utilizar isso
justamente pelo impacto que causaria sobre o corpo.
“Isso seria um robô? Mas um robô não tem tamanho o
suficiente para possuir mecanismos que anule tal força
sobre o próprio material. Além disso, como diabos uma
IA se movimentaria desse jeito?” pensei.
Ele avançou novamente contra mim e engajamos em um
combate. Desviei nos primeiros instantes e logo percebi
que tinham alguns pontos cegos em sua armadura que
abriam brecha para me defender, pontos cegos que
estavam nas laterais dos braços e pernas. Percebi que
não adiantaria de nada se eu me mante-se assim, então
arrisquei um soco que pegou em cheio no peitoral do meu
adversário, o fazendo recuar.
– Olha só! Então quer dizer que você é suscetível a
ataques físicos! – falei após uma risada alegre.
Eu recuei para trás, peguei uma pistola na parede e
ele avançou violentamente com os mesmos mecanismos de
movimentação. Durante o seu avanço, ele preparou um
movimento em diagonal com o braço. Quando desviei, meu
adversário atacou verticalmente enquanto ativava uma
espécie de lâmina de energia estática vermelha,
derretendo parte da parede ao lado da parede de armas.
Em um rápido movimento, atirei nas granadas ao lado
dele, quebrando as paredes e o expulsando para fora.
– Ufa! Eu não sei o que faria se ele não caísse nessa
– falei ofegante.
E, quando eu menos esperava, comecei a ouvir uma
sequência intensa de estouros vindo de fora.
– Ah, meu deus. Quem foi que mandou esse maluco pra
cá!? – “Eu não teria quase nenhuma chance mesmo com as
armaduras mais atuais que eu poderia encontrar”, pensei.
A parede foi cortada em X por fora, e ele apareceu
novamente após fazer um novo corte nesse X. Ele veio
voando da parede até mim com o intuito de me cortar.
Eu me movi um pouco para o lado, o que me salvou de ter
meu corpo cortado ao meio, mas recebi um corte profundo
vertical em meu peitoral.
– Droga – Meu peitoral espirrou sangue em excesso e
eu cedi de joelhos.
A explosão fez o caça cair de onde estava, fazendo
com que ele emitisse um som de explosão lá fora. Meu
adversário tinha parado do outro lado da sala devido
ao impulso de seu golpe. Ele começou a vir lentamente
em minha direção. Por um milagre, sua armadura começou
a pifar. Raios começaram a surgir e, quando reparei
bem, sua armadura estava levemente vermelha. Graças a
deus ele cedeu de joelho.
– Está na hora de fazer um último esforço antes de
morrer – “que sorte”, foi o que pensei enquanto dava
um sorriso.
Me levantei mesmo com a pressão baixa. Eu estava
sangrando pelo peitoral e sentia que poderia morrer a
qualquer momento. Quando apontei a arma, percebi que a
armadura estava desintegrando, revelando um humano
debaixo daquilo. O humano estava pálido, talvez isso
dê alguma pista sobre o funcionamento da armadura.
Quando estava prestes a atirar, uma explosão
aconteceu acima de nós e uma parte do teto desabou. Eu
me desequilibrei e caí sentado com as costas encostada
na mesa de escritório, “chega de explosões por hoje”.
Minha visão estava embaçando, a última coisa que vi
foram três pessoas descendo de corda pelo buraco do
teto.