Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Que vos leva a pedir preces? — R. Estou farto de vagar sem objetivo. 2 — Estais há muito em
tal situação? — R. Faz cento e oitenta anos mais ou menos. 3 — Que fizestes na Terra? — R.
Nada de bom.
2. Qual a vossa posição entre os Espíritos? — R. Estou entre os entediados. 2 — Mas isso não
forma categoria… — R. Entre nós, tudo forma categoria. Cada sensação encontra suas
semelhantes, ou suas simpatias que se reúnem.
1. (Depois da evocação.) Estais presente? — R. Sim. No dia da minha morte vos persegui com a
minha presença, e resististes às tentativas que fiz para escreverdes. 2 As palavras, que a meu
respeito dissestes, deram ocasião a que vos reconhecesse, e daí o desejo de me entreter
convosco para vosso benefício.
2. Bom como éreis, por que sofrestes tanto? — R. Porque ao Senhor aprouve fazer-me sentir
duplamente por esse meio o preço da minha libertação, querendo ao mesmo tempo que na Terra
progredisse o mais possível.
3. A ideia da morte causou-vos terror? — R. Tinha bastante fé em Deus para que tal não
sucedesse.
4. O desprendimento foi doloroso? — R. Não. Isso que denominais últimos momentos, nada é. Eu
apenas senti um rápido abalo, para encontrar-me logo feliz, inteiramente desembaraçado da
mísera carcaça.
RELATO Nº3
RELATO Nº4
“Por enquanto apenas consegui desprender-me e dificilmente vos posso falar. A queda que me
ocasionou a morte do corpo perturbou profundamente o meu Espírito. Inquieta-me esta incerteza
cruel do meu futuro. O doloroso sofrimento corporal experimentado nada é comparativamente a
esta perturbação. Orai para que Deus me perdoe. Oh! que dor! Oh! graças, meu Deus! que dor!
Adeus.
Por que sofrer ainda, quando o corpo não mais sofre? Por que existir sempre esta dor horrenda,
esta angústia terrível? Orai, oh! orai para que Deus me conceda repouso… Oh! que cruel
incerteza!”
“Encerrada a sessão daquela terça-feira, Miguel saiu, sendo na rua abordado por um homem,
cabelos em desalinho, cansado e aflito, a dizer-lhe:
“ – Miguel, estou sem emprego, com a mulher e dois filhos doentes e famintos. E eu mesmo,
como vê, estou sem alimento e febril...
“Miguel, apiedado, verificou se tinha algum dinheiro para dar. Mas não encontrou nada, além
da passagem do bonde. Levantou então os olhos em prece silenciosa, pedindo inspiração divina.
Depois, virando-se para o irmão, disse comovido:
“ – Meu filho, você tem fé em Nossa Senhora? Sim, a Mãe do Divino Mestre Jesus?”
“- Tenho, sim, e muita, Miguel!
“ – Pois então, meu filho, em nome da Virgem Santa, receba este abraço”.
“E abraçou o desesperado irmão, envolvente e demoradamente.
“ E, despedindo-se dele, disse o Miguel: - Vá, meu filho, na Paz de Jesus e sob a proteção
de Maria, Mãe de Deus. E, ao chegar em casa, faça o mesmo com seus familiares, abraçando-os
e afagando-os com ternura. E confie n’Ela, sim, no Amor de Maria, que seu caso será resolvido.