Você está na página 1de 9

ANTONIO ANICETE DE LIMA JÚNIOR

1193090
Letras – Português / Inglês

HOMEM-ANIMAL E A METALINGUAGEM

Tutor: Rafael Menari Arcanjo

Claretiano - Centro Universitário

PORTO VELHO
2017
CONTEXTUALIZAÇÃO/REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

JUSTIFICATIVA

OBJETIVOS

METODOLOGIA

REFERÊNCIAS

Orientações Gerais

* Para formatação dos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, siga as orientações do tópico “2.1. Estrutura
do Artigo Científico”, Unidade 3, do Caderno de Referência de Conteúdo (CRC).

* Para referenciar corretamente as fontes utilizadas (item “Referências”) siga as orientações do tópico “2.8.
Referências”, Unidade 2, do Caderno de Referência de Conteúdo (CRC).

* Após a constituição do Projeto de Pesquisa, ao fazer a transição para o Artigo Científico, substitua os itens
(“Contextualização/revisão Bibliográfica”, “Justificativa” etc.) pelas seções “Introdução”, “Desenvolvimento”,
“Considerações Finais” e mantenha o item “Referências”, conforme exemplo a partir da página 3.
HOMEM-ANIMAL E A METALINGUAGEM
Resumo: É a apresentação concisa do texto, com destaque para seus aspectos mais relevantes.
Elabore-o contendo entre 100 e 300 palavras (Times New Roman, corpo 12, parágrafo único e
simples, justificado), seguido de três (03) a cinco (05) palavras-chave.

Palavras-chave:
INTRODUÇÃO

Homem-Animal, vulgo Buddy Baker, é um personagem de quadrinho, da editora DC Comics,


que protagoniza uma revista de nome homônimo. Criado por Davi Wood e Carmine Infantino em
1965, Buddy ganhou o nome de Homem-Animal por ter o dom de mimetizar habilidades de
animais que estejam próximos a ele, perto de peixes ele pode respirar debaixo d’agua, ao ter
contato com uma formiga ele ganha super força, afinal certas espécies de formiga conseguem
carregar objetos que pesem 100 vezes mais o seu próprio peso, então se Buddy pesasse 80 quilos
ele poderia levantar 8 toneladas, ao se aproximar de pássaros ele é capaz de voar.
Suas habilidades originais não foram o suficiente para que o herói caísse no gosto dos leitores,
muito pelo contrário, ele foi fadado ao ostracismo e a baixa popularidade por mais de 20 anos,
porém o jogo virou quando o Grant Morrison assumiu o cargo de escritor da revista Homem-
Animal. Os quadrinhos americanos dos anos 80 foram marcados pelo que se chama hoje de “ a
invasão britânica ” graças à editora Karen Berger que, em busca de novos talentos, trouxe artistas
ingleses para trabalhar nos quadrinhos americanos da DC Comics. O sucesso que Alan Moore teve
ao reinventar Monstro do Pântano abriu portas para que outros escritores ingleses criarem novas
versão de personagens undergrounds. E coube a Grant Morrison a missão de dar um novo folego
ao pobre Homem-Animal, que parecia estar fadado ao limbo editorial.
Este trabalho visa analisar o uso de metalinguagem das edições escritas por Grant Morrison.

1. Grant Morrison

Ter habilidades originais não foram o suficiente para que o Homem-Animal caísse no gosto
dos leitores, muito pelo contrário, ele foi fadado ao ostracismo e a baixa popularidade por mais
de 20 anos, porém o jogo virou quando o Grant Morrison assumiu o cargo de escritor da revista
Homem-Animal. Os quadrinhos americanos dos anos 80 foram marcados pelo que se chama
hoje de “ a invasão britânica ” graças à editora Karen Berger que, em busca de novos talentos,
trouxe artistas ingleses para trabalhar nos quadrinhos americanos da DC Comics. O sucesso
que Alan Moore teve ao reinventar Monstro do Pântano abriu portas para que outros escritores
ingleses criarem novas versão de personagens undergrounds. E coube a Grant Morrison a
missão de dar um novo folego ao pobre Homem-Animal, que parecia estar fadado ao limbo
editorial.
A “humanização da figura do herói” não é uma ideia original de Morrison, ela já existia há
muito tempo atrás, o maior exemplo disso é o Homem-Aranha, criado em 1962 por Stan Lee
e Steve Ditko. A ideia do herói humanizado é um dos motivos da editora Marvel Comics ter
mais fãs do que a concorrente DC Comics que apresenta heróis mais icônicos e divinos, maior
exemplo disso é o Super-Homem. O Homem-Animal é um herói da DC, entretanto a ele foi
negada a ideia de perfeição de um Deus. Morrison deu um novo frescor ao personagem, pois
suas histórias o retratavam como alguém bem humano, falho e visto por muitos como um
fracassado, não só por não ter poderes grandiosos, como também por ser um pai desempregado
e sustentado pela esposa.
O gibi se tornou marcante por abordar temas como: ativismo e maus-tratos animal,
vegetarianismo, embora o veganismo já existisse ele ainda não era popular na época, críticas a
exaltação da violência em desenhos animados e a metalinguagem.

2. Conceito de metalinguagem

A palavra metalinguagem tem origem nos estudos do pensador russo Roman Jakobson,
segundo o próprio ela tem um discurso que foca o código lexical do idioma. A metalinguagem
é a função de linguagem usada quando o código linguístico se auto explica, isto é, quando o
objetivo é falar da própria linguagem empregada na comunicação. Tal função é conhecida por
estar presente em obras literárias, dicionários, entretanto seu uso ampliou-se para outras
linguagens, como a música, cinema e até mesmo os quadrinhos.

3. Metalinguagem em Homem-Animal
3.1 O Evangelho Segundo o Coiote

O Evangelho Segundo o Coiote é o nome da estória contada na quinta edição de


Homem-Animal. O arco começa um ano atrás, onde o leitor é apresentado à um
caminhoneiro e sua colega de viagem, ele atropela um tipo de Coiote
antropomórfico, que nem aquele do desenho do Papa-Léguas, enquanto se
distraia escutando música. Após isso a trama volta ao presente onde Buddy Baker
sai para fazer uma patrulha após sentir que uma força o chamava para o deserto.
Lá no deserto ele encontra o Coiote que está sendo perseguido pelo
caminhoneiro, pois tal acredita que ele é o Demônio e é culpado de tudo de ruim
que aconteceu na sua vida desde aquele dia. Coiote entrega uma carta para o
Buddy, a carta conta que ele vivia num mundo de personagens de desenho
animado, que nesse mundo animais antropomórficos matavam uns aos outros e
depois eram ressuscitados para continuar em um eterno círculo de violência,
porem Coiote se rebelou e foi falar com “ DEUS ”, que é mostrado como sendo
duas mãos com um pincel ensanguentado. Deus não gosta da ousadia de Coiote
e o condenou ao mundo real, com a promessa de que a paz reinará no mundo dos
desenhos animados enquanto o Coiote continuar sofrendo, desde então Coiote
viveu no mundo dos mortais sendo assassinado e ressuscitado várias vezes.
Infelizmente a carta estava escrita numa língua de Buddy não entendia e o
caminhoneiro consegue matar Coiote ao dar um tiro no peito com uma bala de
prata.
Há muitas referências para se destacar neste arco. Com as 3 páginas iniciais,
Morrison consegue dar uma boa introdução de quem seria o caminhoneiro. Era
um homem de meia idade, tinha um relacionamento homoafetivo, entretanto isso
não o fez abandonar sua fé cristã, como ele diz ao segurar um colar com uma
cruz: Billy (seu amado) e o bom Senhor me salvaram. Entretanto as coisas
mudaram desde o dia em que atropelou o monstro que enxergava como um ser
demoníaco. Billy morreu, sua mãe morreu e ele perdeu o emprego. Acreditando
estar amaldiçoado pela Fera, ele começa uma caçada interminável, matando
várias vezes o pobre animal. Em uma das tentativas ele acaba caindo na própria
armadilha e se machucando gravemente, o que é irônico, afinal no desenho o
Coiote se machucava com as armadilhas que fazia, agora neste contexto o Coiote
assume o papel de Papa-Léguas e se torna a preza.
A carta do Coiote era uma crítica aos desenhos americanos que glorificam a
violência. Ao mesmo tempo virou uma parodia cheia de referências. Por se
rebelar contra “Deus”, Coiote assume um papel parecido com o de Lúcifer, mas
também assume o papel de Cristo por se sacrificar para que seus amigos se
tornassem livres da dor e da violência de seu mundo. Há também uma imagem
do Coiote partido ao meio com um abutre comendo o seu fígado, isso é uma
referência à lenda de Prometeu o filho de Zeus que foi castigado por querer trazer
luz à humanidade. Curiosamente, segundo a Teosofia, Prometeu é comparado à
Lúcifer, pois os dois teriam sido punidos por trazerem luz (conhecimento) à
humanidade. Lúcifer trouxe conhecimento à humanidade quando estava preso a
forma de serpente e fez Eva comer do fruto do proibido, como castigo a serpente
se tornou um ser rastejante. Como diria a escritora e co-fundadora da sociedade
teosófica, Helena Blavatsky:

“A alegoria da queda do homem e o fogo de Prometeu também


são outra versão do mito da rebelião do orgulho de Lúcifer,
arremessado na cova infinita”. (Blavatsky.1888.929)

No fim, o Coiote é morto por um tiro de uma bala de prata feita pela cruz que o
caminhoneiro levava no colar. Ela simboliza duas coisas: uma referência a lenda
de que é possível matar um lobisomem com bala de prata, o Coiote não é
lobisomem mas é bem parecido com tal. Em outro ponto de vista, por ter sido
feito com a cruz, para matar um ser imortal é preciso apelar para o sobrenatural.
E a magia sempre tem seu preço, ele matou o Coiote assim que abandonou a
única coisa que lhe sobrou, sua fé. O fato de Buddy não entender a carta do Coiote
simboliza uma causa da violência, a falta de diálogo e compreensão.

3.2 Homem Animal edição 10

Embora tenha mais de 40 páginas, serão comentadas aqui somente duas delas.
Na página 34 aparece o personagem Chapeleiro Louco, não confunda com o de
Alice no país das maravilhas, em um manicômio ele diz para outro personagem:

“Somos todos personagens na página. Creio que deveria saber. Somos somente
um roteiro apressado para cumprir um prazo. Não podemos aspirar a ser mais do
que um melodrama medíocre. Algum cliché barato está escrevendo nossas
vidas!”
Na página 35 aparece outro personagem, o Pirata Psíquico ele diz:

“Um e dois e ex e três e quatro e primeiro e... O que você quer? Wolfman te deu
meu nome? Como poderia dormir? Se eu dormir eles podem decidir me apagar
da continuidade e então eu nunca acordarei.”

Antes da revista do Homem-Animal começar houve um evento chamado Crise


nas Infinitas Terras, publicado em 1986. Esse evento apagou personagens
daquele universo e fez o universo renascer abrindo portas para novas
interpretações dos personagens da DC Comics. Pirata Psíquico foi o único
personagem que permaneceu com as memórias do universo anterior, por isso diz
que não pode dormir, pois tem medo de ser apagado assim como outros
personagens foram; ser apagado não é simplesmente morrer, é nunca ter existido,
além de sumir os outros personagens não se lembram de quem foi apagado. Ao
dizer “ Wolfman te deu meu nome? ” Pirata Psíquico demonstra saber muito bem
que é só um personagem de quadrinhos, pois foi o escritor Marv Wolfman que
escreveu Crise nas Infinitas Terras.

3. DESENVOLVIMENTO (ou RESULTADOS E DISCUSSÃO)

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS (ou CONCLUSÃO)


REFERÊNCIAS

Você também pode gostar