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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DAS CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,


CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE
CIÊNCIAS CONTÁBEIS

SAINARA CRISTINA MOKAN

SISTEMA DE CUSTEIO NO RAMO INDUSTRIAL DE MOVEIS SOB


MEDIDA

Ijuí / RS

2016
SAINARA CRISTINA MOKAN

SISTEMA DE CUSTEIO NO RAMO INDUSTRIAL DE MOVEIS SOB


MEDIDA

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC


Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências
Contábeis.

Profª. Orientadora: Msc. EUSELIA PAVEGLIO VIEIRA

Ijuí – RS, Novembro/2016


AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço aos meus pais e familiares que durante toda essa caminhada
estiveram ao meu lado, me apoiando a estudar e ir em busca de meus objetivos e
compreendendo, principalmente os momentos de estres e os que não pude me fazer presente,
e também por todo amor, carinho e paciência. Com muito esforço e dedicação me ensinaram
as coisas mais importantes da vida, e hoje devo essa conquista a vocês. Agradeço a Deus, pela
oportunidade de viver e conviver perto de pessoas maravilhosas.
Não poderia esquecer de agradecer os meus amigos, que em momentos bons e ruis
sempre estiveram comigo, aguentam meus dias de mau humor e dando muitas risadas, esse
momento quero comemorar com vocês.
Agradeço aos professores, mestres que me ensinaram a importância desta profissão,
que me transmitiram todo o conhecimento que sabiam, me incentivando sempre a ir além, em
especial gostaria de agradecer a mestre Euselia Paveglio Vieira, minha orientadora, por toda
sua atenção, paciência e dedicação, além de professora se tornou amiga, com seus conselhos
de vida, conselhos profissionais e acadêmicos.
“É muito melhor lançar-se em busca de conquistas grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do que alinhar-
se com os pobres de espirito, que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta,
onde não conhecem nem vitória, nem derrota.”

(Theodore Roosevelt)
RESUMO

O presente estudo buscou aplicar um sistema de custeio em uma indústria de moveis sob
medida, a empresa é situada no município de Ijuí, noroeste do Estado do Rio Grande do Sul,
com o objetivo de auxiliar os gestores da organização na tomada de decisão, bem como na
formação e analise do preço de venda. Para isso foi utilizado dois produtos e a partir deles
elaborado um conjunto de planilhas em excel, onde as mesmas são interligadas e trazem
informações pertinentes para a formação de um orçamento confiável. As planilhas levam em
conta os custos diretos e indiretos, o preço dos concorrentes, o preço desejado pela empresa
em estudo, o preço atual praticado e o preço orientativo, além dos indicadores gerenciais
importantes para a gestão. A pesquisa se classifica como aplicada, qualitativa e descritiva,
quanto aos procedimentos técnicos é uma pesquisa bibliográfica, documental, um estudo de
caso e levantamento, e utilizou como método de coleta de dados a observância e a entrevista
não estruturada. Posteriormente realizou-se a aplicação do sistema de custeio o qual tornou
possível a apuração dos custos por absorção e variável e uma formação e analise do preço de
venda mais real, como resultado a empresa julgou pertinente a implementação do sistema,
sendo que este facilita a elaboração dos orçamentos e a negociação com os clientes, além de
trazer dados gerenciais e indicadores de margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem
de segurança operacional, assim como dos resultados em cada forma de precificação.

Palavras-chave: Contabilidade de custos. Sistema de custeio. Indicadores. Preços.


Resultados.
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Base para cálculo do custo com pessoal..................................................... 23


Quadro 2 - Taxa de depreciação................................................................................... 25
Quadro 3 - Ilustração de uma ordem de produção........................................................ 26
Quadro 4 - Custeamento variável x custeamento por absorção.................................... 30
Quadro 5 - Matéria-prima dormitório........................................................................... 47
Quadro 6 - Matéria-prima cozinha................................................................................ 48
Quadro 7 - Total mão-de-obra direta............................................................................ 49
Quadro 8 - Custo da mão-de-obra por minuto.............................................................. 50
Quadro 9 - Tempos e funcionários necessários para os processos do dormitório........ 50
Quadro 10 - Tempos e funcionários necessários para os processos da cozinha............. 51
Quadro 11 - Total mão-de-obra indireta......................................................................... 52
Quadro 12 - Outros materiais indiretos........................................................................... 52
Quadro 13 - Depreciação.......................................................................................... 52
Quadro 14 - Custos indiretos.......................................................................................... 53
Quadro 15 - Custo total dormitório – método absorção................................................. 54
Quadro 16 - Custo total cozinha – método absorção...................................................... 55
Quadro 17 - Custo total dormitório – método variável................................................... 57
Quadro 18 - Custo total cozinha – método variável....................................................... 57
Quadro 19 - Elementos que compõe o Mark-up............................................................. 59
Quadro 20 - Preço de venda pelo mark-up..................................................................... 59
Quadro 21 - Cálculo margem de contribuição................................................................ 62
Quadro 22 - Cálculo ponto de equilíbrio contábil.......................................................... 64
Quadro 23 - Resultados............................................................................................ 66
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Organograma da estrutura empresarial...................................................... 13


Figura 2 - A Contabilidade de Custos como um centro processador de
informações................................................................................................ 18
Figura 3 - Atribuição de custos ao produto................................................................ 20
Figura 4 - Comportamento dos custos fixos em função do nível de atividade.......... 21
Figura 5 - Comportamento dos custos variáveis em função do nível de atividade.... 21
Figura 6 - Fluxo dos custos do custeio por ordem de produção................................. 27
Figura 7 - Custeio por Absorção................................................................................ 28
Figura 8 - Custeio Direto............................................................................................ 29
Figura 9 - Mark-up multiplicador x Mark-up divisor………………………………. 33
Figura 10 - Custo, preço e valor................................................................................... 33
Figura 11- Fluxograma para encontrar o ponto de equilíbrio...................................... 36
Figura 12 - Representação do ponto de equilíbrio........................................................ 36
Figura 13- Fluxograma de venda................................................................................. 45
Figura 14 - Fluxograma do processo de produção e entrega........................................ 46
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Custo total dormitório – método absorção............................................... 55


Gráfico 2 - Custo total cozinha – método absorção.................................................... 56
Gráfico 3 - Custo total dormitório – método variável................................................. 57
Gráfico 4 - Custo total cozinha – método variável..................................................... 58
Gráfico 5 - Comparativos preços de venda................................................................. 60
Gráfico 6 - Comparativo da margem de contribuição................................................. 62
Gráfico 7 - Comparativo do ponto de equilíbrio......................................................... 64
Gráfico 8 - Comparativo da margem de segurança operacional................................. 65
SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................................... 4
LISTA DE QUADROS .............................................................................................. 5
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ 6
LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................ 7
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................................. 12
1.2 ÁREA DO CONHECIMENTO CONTEMPLADA ................................................. 12
1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO .......................................................... 12
1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ......................................................................... 13
1.5 OBJETIVOS .............................................................................................................. 15
1.5.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 15
1.5.2 Objetivos específicos ................................................................................................ 15
1.6 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEORICO .................................................................................. 17
2.1 CONTABILIDADE .................................................................................................. 17
2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS ............................................................................ 18
2.2.1 Classificação dos custos ........................................................................................... 19
2.2.2 Custos com mão de obra ......................................................................................... 22
2.2.3 Custos com depreciação .......................................................................................... 24
2.3 SISTEMA DE PRODUÇÃO POR ORDEM ............................................................ 25
2.4 METODOS DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E VARIAVEL ............................... 28
2.5 ANÁLISE DO CUSTO VOLUME E RESULTADO ............................................... 31
2.5.1 Formação do preço de venda .................................................................................. 31
2.5.2 Margem de contribuição ......................................................................................... 34
2.5.3 Ponto de equilíbrio Contábil, Econômico e financeiro ......................................... 35
2.5.4 Margem de segurança operacional ........................................................................ 38
2.6 INFORMAÇÕES GERENCIAIS DE CUSTOS ....................................................... 38
3 METODOLOGIA DO ESTUDO ........................................................................... 40
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ......................................................................... 40
3.1.1 Quanto a sua natureza ............................................................................................ 40
3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema ........................................................ 41
3.1.3 Quanto ao objetivo .................................................................................................. 41
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ....................................................................... 42
3.2 COLETA DE DADOS .............................................................................................. 43
3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ............................................................................ 43
3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ..................................................... 44
4 ANALISE DOS RESULTADOS ............................................................................ 45
4.1 MAPEAMENTO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO ......................................... 45
4.2 LEVANTAMENTO DOS CUSTOS DIRETOS DE PRODUÇÃO ......................... 47
4.2.1 Custos com matéria-prima ..................................................................................... 47
4.2.2 Custos com mão-de-obra direta ............................................................................. 49
4.3 APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS ....................................................... 51
4.4 APURAÇÃO DO CUSTO TOTAL .......................................................................... 54
4.4.1 Custo total pelo método de custeio absorção ........................................................ 54
4.4.2 Custeio total pelo método variável ......................................................................... 56
4.5 ANALISE DO CUSTO, VOLUME, RESULTADO ................................................ 58
4.5.1 Formação do preço de venda orientativo .............................................................. 59
4.5.2 Margem de contribuição ......................................................................................... 61
4.5.3 Ponto de equilíbrio .................................................................................................. 63
4.5.4 Margem de segurança operacional ........................................................................ 65
4.5.5 Resultados ................................................................................................................ 66
4.6 ANÁLISE DO SISTEMA PROPOSTO .................................................................... 67
CONCLUSÃO.......................................................................................................... 69
REFERÊNCIAIS ..................................................................................................... 71
1 INTRODUÇÃO

No atual contexto em que o mercado se encontra a concorrência e a competitividade


estão em alta, inserido neste, o aumento da tecnologia nos processos de produção trazem uma
maior qualidade e agilidade na produção, mas por outro lado tem o impacto nos custos de
produção. Assim as empresas precisam se manter constantemente atualizadas e competitivas,
e a contabilidade de custos se torna um excelente instrumento que proporciona informações
fundamentais para a tomada de decisão e melhor gerenciamento das organizações, levando-se
em conta que transmite aos seus usuários informações fundamentais para a análise do preço
de venda e os indicadores que embasam a gestão na busca dos resultados esperados.
Assim sendo, Martins (2008, p. 22) traz que “os custos tornam-se altamente relevantes
quando da tomada de decisões em uma empresa”. O mesmo autor justifica esse fato devido à
alta competição, e ainda ressalta que as empresas não podem definir seus preços baseada
apenas nos custos, necessitam usar como base também os preços praticados no mercado em
que atuam. No entanto é essencial que as organizações tenham conhecimento dos custos, para
avaliar e manter estratégias de precificação, nesse aspecto a contabilidade de custo vem
buscando criar sistemas que permitam o acesso a essas informações.
Um estudo realizado por Menezes; Silva; Estrela (2003) traz que a maior dificuldade
dos Contadores no que se refere à implementação de um sistema de custeio é definir qual o
melhor critério a ser utilizado para a elaboração deste sistema, visando que este deve atender
as necessidades especificas de cada empresa. Os mesmos autores trazem que um sistema de
custos deve possibilitar aos gestores uma análise das receitas, dos custos e dos lucros, bem
como trazer informações para a elaboração de orçamentos, essas análises permitem a tomada
de decisão segura por parte da empresa. Para que esses critérios sejam alcançados se faz
necessário o conhecimento dos processos da organização.
Neste contexto, um estudo realizado por Thomé (2008, p.17) trata que “um sistema de
custos adequado às necessidades dos tomadores de decisões deve dispor de informações
relevantes sobre a atividade operacional”, cita ainda que no momento de implementar um
sistema deve ser avaliado suas características organizacionais internas e também as externas.
Neste sentido o estudo se realizou em uma empresa especializada em fabricação de
moveis sob medida, a qual atualmente não apresenta nenhum sistema formal de
gerencialmente ou controle de custos, baseado nisso, o seu objetivo constitui-se em aprimorar
os controles internos, permitindo um melhor posicionamento por parte dos sócios no
momento da tomada de decisão. Por se tratar de uma indústria que atende a necessidade
especifica demandada pelo cliente, o sistema de custeio é por ordem e a precificação é
individual para cada projeto, sempre buscando as variáveis do mercado.
O trabalho está dividido em quatro etapas, sendo a primeira a contextualização do
estudo, que aborda a área do conhecimento contemplada, as características da organização, a
problematização do tema, objetivos e a justificativa pela qual o estudo se realizou.
Na segunda etapa tem-se o referencial teórico, trazendo os principais conceitos de
diferentes autores, dos temas que foram utilizados no desenvolver do estudo, sendo estes a
contabilidade, a contabilidade de custos, sistema de produção por ordem, métodos de custeio
por absorção e variável, análise do custo volume e resultado e informações gerenciais de
custos. Também foram pesquisados artigos e trabalhos referentes a sistema de produção por
ordem.
A terceira etapa traz a abordagem da metodologia utilizada para o desenvolvimento do
estudo, sendo está classificada quanto a sua natureza, a forma de abordagem do problema, o
objetivo e os procedimentos técnicos, qual o plano da coleta, analise e interpretação dos
dados.
O quarto capitulo é voltado a parte aplicada do estudo, descrevendo os processos de
produção, fazendo a apuração dos custos diretos e indiretos, bem como do custo total pelo
método absorção e variável, tendo estes como base para a elaboração e analise do preço de
venda pelo mark-up, este foi comparado com o preço praticado pela empresa e o preço
praticado por concorrentes, tornando possível formar um preço orientativo. Posteriormente
foram analisados os indicadores gerenciais, como a margem de contribuição, o ponto de
equilíbrio e a margem de segurança operacional, e também avaliado os resultados trazidos
pelo sistema proposto no estudo. Por fim, elaborou-se a conclusão com base no embasamento
teórico exposto e os resultados alcançados na aplicação destes, seguida dos referenciais
bibliográficos consultados na realização da pesquisa.
12

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Os sistemas de custeio aplicados à indústria de moveis sob medida são essenciais para
a apuração do custo, realização dos orçamentos, formação de preços, com o intuito de
melhorar a capacidade dos gestores na tomada de decisão.
Nesta linha, apresenta-se no capitulo 1 a área de estudo contempla na realização deste
trabalho de conclusão de curso, envolvendo a caracterização da organização, a problemática
apresentada, os objetivos que se dividem em geral e específicos e a justificativa.

1.2 ÁREA DO CONHECIMENTO CONTEMPLADA

A contabilidade é uma ciência social, cujo objeto é o patrimônio, sendo assim o seu
campo de atuação se torna bem amplo, tendo a contabilidade de custos com um destes
campos.
Segundo Leone (2008, p.21) a contabilidade de custos “é uma atividade que se
assemelha a um centro processador de informações, que recebe (ou obtém) dados, acumula-os
de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informações de custos para os
diversos níveis gerenciais”.
Neste sentido, a contabilidade de custos aplicada a produção por ordem segundo
Prates (2005, p.47) tem as seguintes características:

Os custos são apropriados e aplicados as ordens de produção, e em seguida os custos


destas são divididos pelo número de unidades nelas contidas, como forma de
apuração do custo unitário médio. É uma forma de custeio mais complexa, pois se os
produtos são diferentes, geralmente os custos também são.

Assim sendo, a contabilidade de custos gera informações para a formação e análise do


preço de venda o que auxilia as indústrias e demais organizações na tomada de decisões, neste
contexto o estudo se propôs a abordar os métodos e sistemas de custeios aplicados a uma
indústria de moveis sob medida.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O estudo realizou-se em uma empresa localizada na região noroeste do Estado do Rio


Grande do Sul, cidade de Ijuí, limitada de pequeno porte, optante pela modalidade de
tributação Simples Nacional. Sua área de atuação é a industrialização de moveis sob medida,
utilizando-se como matéria prima principal o MDF.
13

A atuação da empresa completa sete anos nesta região. Em 2013 mudou-se para novas
instalações, o motivo foi o alto crescimento da demanda, necessitando assim de uma sede
maior.
O empreendimento é formado por três sócios, são atualmente cinco funcionários,
sendo estes quatro destinados à produção é um a atendimento ao cliente e elaboração de
projetos e orçamentos. O organograma apresenta-se da seguinte maneira:

Figura 1 – Organograma da estrutura empresarial

Socio I Socio II Socio III

Gerenciamento Gerenciamento de
Financeiro Produção e Vendas

Vendas

Operacional

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Com base no organograma da figura 1, pode-se entender o funcionamento da empresa,


onde todos os sócios executam funções, dois direcionados ao gerenciamento empresarial e um
sendo operacional. Já os funcionários são divididos entre vendas e sistema operacional.

1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A Contabilidade de custos tem suma importância para a gestão na tomada de decisões,


traz ao gestor as diferenças entre custos, gastos, investimentos e perdas, e assim auxilia na
formação e análise do preço de venda, identificando quais foram os custos de produção e sua
devida classificação, se o produto é rentável ou não rentável, se existe possibilidade de
diminuir os custos obtendo os resultados desejados. Para o gerenciamento de um negócio é
fundamental que se dê a correta analise dos custos o que dentro de uma indústria é todo o
valor utilizado para transformar matéria-prima em produto final.
14

Segundo Santos; Alves; Barreto (2012, p. 3) a competitividade cresce e exige que as


empresas estejam preparadas para as exigências do mercado, sendo assim é fundamental que
seus sistemas organizacionais sejam compostos por pessoas capacitadas e com uma
contabilidade fidedigna, estar em vantagem competitiva é necessário, melhorando a gestão e
controles de custos, garantindo sobrevivência e a geração de lucros.
Diante deste contexto, é possível entender que a palavra custos requer saber distinguir
contabilidade financeira/societária e a gerencial. A responsabilidade da contabilidade
societária é o processamento dos dados, sistematizados e apresentados nos demonstrativos
contábeis. A contabilidade gerencial utiliza a base da contabilidade societária, os quais são
transformados em informação para a gestão. Assim sendo, a contabilidade societária tem
como usuários externos, utilizando somente as demonstrações contábeis oficiais, e a
contabilidade gerencial são usuários internos analisando todas as informações e indicadores,
que alimentam os gestores na condução dos negócios.
Neste sentido sendo a contabilidade de custos um dos pilares da contabilidade
gerencial, que tem como razão principal de sua existência apurar analisar os custos de
produção, assim como, o nível de eficiência e eficácia dos processos internos da organização,
além da formação e análise de uma linha de preços diferenciados produzindo informações
referente a margem o volume e o resultado. De acordo com Martins (2008, p. 21), conceitua
da seguinte forma:

(...) a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o auxílio ao Controle e


a ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao Controle, sua mais
importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e
outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o
efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos.
No que tange à Decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na
alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às
consequências de curto e longo prazo sobre medidas de introdução ou corte de
produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção etc.

Baseado nesse conceito, a empresa estudada atualmente leva em conta para a formação
e análise do preço de venda o orçamento do produto que contempla o valor da matéria prima,
a mão de obra e preço de venda praticado pelo mercado, sendo realizado um orçamento único
para cada cliente, que é feito por um dos sócios de forma simplificada, não levando em
consideração nenhum método. Isto faz com que os gestores tenham a incerteza se o preço
apurado está trazendo para a empresa o resultado esperado, além do custo, se efetivamente
está sendo gasto um valor real, se não está se desperdiçando tempo e material. Também é
preciso levar em conta que a indústria ainda não possui um sistema de controle de perdas,
15

despesas, custos e receitas que estão sendo geradas nem mesmo coletivamente como
separadamente por processo produtivo.
Com base na necessidade identificada na empresa, questiona-se: Qual a contribuição
da aplicação de um sistema de custeio em uma indústria de moveis sob medida na geração de
informações que possa instrumentalizar os gestores no que se refere aos custos de produção e
a análise dos resultados?

1.5 OBJETIVOS

Para a realização deste estudo se fez necessário à definição do objetivo geral, assim
como, os específicos, que relatam os caminhos que devem ser percorridos para a busca das
respostas á problemática apresentada.

1.5.1 Objetivo geral

O objetivo deste estudo é analisar as contribuições que a contabilidade de custos por


meio de um sistema de custos, proporciona para uma empresa do ramo industrial de moveis
sob medida, qualificando os seus gestores no gerenciamento da mesma.

1.5.2 Objetivos específicos

 Referenciar teoricamente a contabilidade de custos, métodos e sistemas de custeio, e


gestão de custos e resultados;
 Mapear os processos de produção;
 Apurar os custos, despesas, perdas da indústria moveleira;
 Estruturar uma matriz dinâmica de custos para a formação de orçamentos;
 Compor uma linha de preços de vendas com enfoque nos custos, valor percebido pelos
clientes e mercado;
 Avaliar os resultados e as informações geradas pelo sistema e sua contribuição para a
gestão;

1.6 JUSTIFICATIVA

Uma ferramenta muito utilizada pelas empresas é a contabilidade de custos, segundo


Bomfim; Passarelli (2008, p. 33) “nesse novo ambiente, no qual o mercado ganha dimensões
universais e a concorrência não reconhece fronteiras, a contabilidade de Custos deixa de ser
16

apenas importante, para transformar-se em uma ferramenta essencial a sobrevivência das


empresas”.
Em um cenário econômico onde as mudanças são constantes, se faz necessários novas
estratégias no gerenciamento de custo para que se tornem competitivas. Neste contexto do
estudo, torna-se importante para a empresa, permanecendo disponível um sistema de custeio
que apure os resultados com mais eficácia, sendo que o controle dos custos por unidade
produzida proporciona maior segurança, contribuindo com a gestão na busca da lucratividade
e dos resultados esperados.
Enquanto concluinte do Curso de Graduação de Ciências Contábeis, passei a admirar a
contabilidade de custos, e o aprofundamento do estudo nessa área proporciona melhor
entendimento dos conceitos e de como é colocar na pratica os sistemas e métodos de custeio,
sendo que as pesquisas trazem grande satisfação e crescimento pessoal, levando-se em conta
que é um ramo de difícil gerenciamento pelo fato de apresentar o sistema de produção
ordenado, o que significa dizer que só se sabe os custos reais após a ordem concluída.
O estudo teve o intuito de demonstrar a importância do entendimento da contabilidade
de custos para os gestores em suas atividades, ficando disponível como base para demais
Contadores, Administradores, Gestores ou afins, que buscam no gerenciamento dos custos em
indústrias moveleiras, informações relevantes que possam embasar na tomada de decisão,
buscando o crescimento para esse tipo de organização atuante no mercado.
2 REFERENCIAL TEORICO

Para a realização deste estudo, se faz necessário um embasamento teórico dos temas
abordados, com base na pesquisa bibliográfica, visando à compreensão e análise da
problemática proposta pelo trabalho.
Portanto foram abordados os conceitos de contabilidade, contabilidade de custos,
sistema de produção por ordem, métodos de custeio, análise do custo, volume e resultado e
informações gerenciais de custos, sendo esses importantes para o desenvolvimento do estudo.

2.1 CONTABILIDADE

A Contabilidade é uma ciência social, cujo objeto é o estudo do patrimônio, a fim de


fornecer informações para seus diversos usuários. Deste modo Basso (2011, p.26) conceitua a
contabilidade como:

(...) conjunto de ordenado de conhecimentos próprios, leis científicas, princípios e


métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o
patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo
(físico), e que, como conjunto de normas, preceitos, regras, e padrões gerais, se
constitui na técnica de coletar, catalogar, e registrar informações de suas variações e
situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente,
controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental
decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida.

Para Sá (2002, p.45) “Contabilidade é ciência que estuda os fenômenos patrimoniais,


preocupando-se com realidades, evidencias e comportamentos dos mesmos, em relação à
eficácia funcional das células sociais”.
Já Padoveze, et al. (2009, p.10) diz que “Em um sentido geral, a contabilidade pode
ser definida como um sistema de informações que fornece as partes interessadas relatórios
sobre as atividades e a situação econômica de uma empresa”.
Assim sendo Iudícibus (2000, p.20) acrescenta que “à função fundamental da
Contabilidade (...) tem permanecido inalterada desde seus primórdios. Sua finalidade é prover
os usuários dos demonstrativos financeiros com informações que os ajudarão a tomar
decisões”.
Crepaldi (2012, p.1) ressalta que “A contabilidade é uma das ciências mais antigas do
mundo. Existem diversos registros de que as civilizações antigas já possuíam um esboço de
técnicas contábeis”.
18

Neste sentido a contabilidade é uma Ciência voltada ao controle do patrimônio, que


auxilia os usuários com base nas informações geradas e utilizadas para a tomada de decisão
bem como para o planejamento.

2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS

A contabilidade de custos está entre os diversos ramos de atuação da contabilidade,


sendo ela um conjunto de técnicas que permitem a apuração dos custos gerados no processo
de produção, e também os lucros, auxiliando assim no processo de gestão.
Assim sendo Padoveze (2003, p.5) conceitua a contabilidade de custos como um
“segmento da ciência contábil especializado na gestão econômica do custo e dos preços de
venda dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas”.
Neste contexto Bruni e Famá (2004, p.24) diz que:

A contabilidade de custos pode ser definida como o processo ordenado de usar os


princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio.
Dessa forma, com informações coletadas das operações e das vendas, a
administração pode entregar dados contábeis e financeiros para estabelecer os custos
de produção e distribuição, unitários ou totais, pra um ou para todos os produtos
fabricados (...).

Para Leone (2008, p. 21) “A Contabilidade de Custos é uma atividade que se


assemelha a um centro processador de informações, que recebe (ou obtém) dados, acumula-os
de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informações de custos para os
diversos níveis gerenciais”. O mesmo autor simplifica essa ideia na figura 2:

Figura 2 - A Contabilidade de Custos como um centro processador de informações.

Dados Contabilidade Informação


de Custos

Feedback
Fonte: Leone (2008, p.21)

Na figura 2 pode-se analisar a ideia trazida por Leone (2008) e observar a


contabilidade como um processador de dados gerando informações, e o feedback que é o
retorno das informações para a contabilidade de custos.
A contabilidade de custos busca atender os três objetivos dos sistemas de
contabilidade, sendo estes o de fornecer relatórios internos para os gestores, para planejar e
19

controlar operações de rotina e também para uso em decisões não rotineiras e na formulação
dos principais planos e políticas, e por fim fornecer relatórios para acionistas, governo e
outros interessados. Neste sentido tem-se que a contabilidade de custos auxilia os fins internos
e externos, Costa; Ferreira; Saraiva JR. (2010). Ainda para os autores:

Fundamentalmente, a contabilidade de custos serve para prover informações para


toda espécie de decisões, desde a gestão de operações até a tomada de decisões
estratégicas. Assim como no passado, a contabilidade de custos também ajuda a
preencher os requisitos legais de acionistas, credores, agências governamentais e
outras entidades externas.

A contabilidade de custos tem grande importância em qualquer ramo de atividade,


porém é interessante ressaltar que não são os custos que determinam os preços, mas sim o
mercado. Para Lins e Silva, entretanto:

(...) um correto sistema de apuração de custos é fundamental tanto no processo de


apuração de custos para fins de publicação das demonstrações contábeis
(contabilidade financeira), quanto no processo de tomada de decisão pela empresa
(contabilidade gerencial). Embora a contabilidade de custos atenda tanto a
contabilidade financeira quanto a contabilidade gerencial, é possível depreender que
esteja mais ligada a gerencial.

Neste contexto, entende-se que embora a contabilidade de custos não determine o


preço dos serviços e produtos, auxilia no processo de tomada de decisão e no alcance dos
objetivos dos gestores.

2.2.1 Classificação dos custos

Quando se trata da classificação dos custos eles podem ser divididos de duas formas,
sendo uma delas pelo objetivo que abrange os custos diretos e indiretos e quanto ao volume
podendo ser fixo ou variável.
Neste sentido Padoveze (2003, p.39) diz que “A necessidade de informações para uma
adequada gestão de custos, recursos, processos, produtos e serviços exige um estudo
pormenorizado de todos os gastos que ocorrem na empresa, classificando-os segundo suas
principais naturezas e objetivos”.
Ainda para Padoveze (2003, p.39):

Custos diretos são aqueles que podem ser fisicamente identificados para um
segmento particular em consideração. Assim, se o que está em consideração é uma
linha de produtos, então os materiais e a mão-de-obra envolvidos na sua manufatura
serias custos diretos. Dessa forma, relacionando-os com os produtos finais, os custos
diretos são os gastos industriais que podem ser alocados direta e objetivamente aos
produtos.
20

Já os custos indiretos segundo Padoveze (2003, p 42):

(...) se caracterizam-se, basicamente, por serem de caráter genérico e não específicos


a produtos finais. A sua seleção com os produtos finais existe, porem de forma
indireta. Exemplo de custo indireto são os gastos com as gerencias ou diretorias da
fábrica, pois essas pessoas trabalham genericamente para todos os produtos da
empresa, e não especificamente para um determinado produto. Para alocar esses
gastos a cada um dos produtos da empresa, há necessidade de se elaborar um critério
de distribuição, com alguma base numérica ou percentual, que normalmente é
denominado rateio.

Os custos diretos são de fácil percepção para os responsáveis, não necessitando assim
de métodos para identifica-los, já os custos indiretos precisam de métodos de rateio, não
podendo dar-se um valor totalmente correto aos custos de cada produto, Berti (2009).
Na figura 3 observa-se melhor a forma de atribuição dos custos para a produção:

Figura 3 - Atribuição de custos ao produto

Atribuição de custos ao produto

Custos diretos Custos indiretos

Consumo efetivo Critério de rateio

Objetivo Subjetivo

Produto

Fonte: Berti, (2009, p. 60)

Desta forma se torna fácil o entendimento dos critérios utilizados para a classificação
dos custos diretos e indiretos.
A classificação quando ao volume Berti (2009, p.65) diz que: “Custo fixo é aquele
custo que ocorre na empresa independente de essa estar ou não, em atividades, estar
operando; o custo ocorre e a organização tem que se responsabilizar pelo mesmo”.
Para Fontoura (2013, p.23) custos fixos “são custos ou despesas que não variam dentro
de uma capacidade instalada, entretanto o custo unitário varia de acordo com o volume da
produção ou serviço”.
Souza; Clemente (2011, p. 30) conceituam custos fixos como “todos os custos que
periodicamente oneram a empresa independentemente do nível de atividade”. A figura 4
ilustra o comportamento dos custos fixos:
21

Figura 4 - Comportamento dos custos fixos em função do nível de atividade.

Nível de Atividade

Fonte: Souza; Clemente (2011, p. 30)

Para Berti (2009, p. 65) “Custo variável é o custo que ocorre em função de uma
referência (produção, serviço etc.) Quanto maior o volume de atividades, maior será o custo
variável, ou seja, é diretamente proporcional ao volume de operações (normalmente
produção)”.
Para Fontoura (2013, p. 23) custos variáveis “são aqueles que variam de acordo com o
volume da produção ou serviço, entretanto tem como característica de ser fixo em se tratando
de custo unitário”.
Souza; Clemente (2011, p. 29) trazem que “custos variáveis são todos os custos que
varia, proporcionalmente ao nível de atividade. Esses custos dependem do nível de atividade
(volume produzido ou volume vendido) por período”. A figura 5 ilustra o comportamento dos
custos variáveis:

Figura 5 - Comportamento dos custos variáveis em função do nível de atividade.

Custo variável total

Nível de Atividade

Fonte: Souza; Clemente (2011, p. 30)


22

Com base nestes conceitos constata-se que custos diretos são todos aqueles que têm
ligação direta com a produção, com a mão de obra, a matéria-prima, as embalagens entre
outros, já os custos indiretos são os que apresentam ligação com a produção, mas não
diretamente, necessitando assim de um critério de rateio para mensuração de seu valor para
cada produto. Quanto à classificação pelo volume é correto dizer que os custos fixos são os
que ocorrem independentemente da quantidade produzida, e o variável é ligado diretamente
com a quantidade produzida.

2.2.2 Custos com mão de obra

Os custos com mão de obra são todos aqueles relacionados com os funcionários e
prestadores de serviços, estando eles ligados diretamente com a produção ou não. Desta forma
eles podem ser classificados como mão de obra direta (MOD) ou mão de obra indireta (MOI).
Segundo Vieira (2013, p. 32) “A mão de obra é o elemento humano utilizado para a
transformação dos materiais diretos em um produto, e as horas necessárias do pessoal ou da
quantidade de funcionários diretos, utilizados no processo de fabricação é que determinam o
custo com mão de obra.”.
Quando se trata da classificação a MOD é toda a mão de obra ligada diretamente com
o processo produtivo e de fácil identificação quanto aos produtos, já a MOI são os gastos
pelos quais não se tem clara identificação em relação aos produtos, não sendo está ligada
diretamente a produção de um determinado bem e sim dos vários tipos em elaboração.
A MOD segundo Martins (2008, p. 133):

Mão-de-obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o


produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido
e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer
apropriação indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocação por meio de
estimativas ou divisões proporcionais, desaparece a característica da “direta”.

Bruni e Famá (2004, p.94) trazem que a MOD:

Corresponde aos esforços produtivos das equipes relacionadas à produção dos bens
comercializados ou dos serviços prestados. Refere-se apenas ao pessoal que trabalha
diretamente sobre os produtos em elaboração, desde que seja possível a mensuração
do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem
necessidade de qualquer apropriação indireta ou rateio.

Para se chegar ao custo total da mão de obra, Vieira (2013) apresenta o seguinte
quadro:
23

Quadro 1- Base para cálculo do custo com pessoal


DESCRIÇÃO VALORES
Salário Base
(+) Adicionais (ATS) quinquênios...)
(+) Insalubridade ou Periculosidade
SUBTOTAL
(+) 13° Salário
(+) Férias
(+) 1/3 s/ Férias
SUBTOTAL
(+) FGTS
(+) Previdência
(+) Outros
(+) Previsões
TOTAL DE CUSTO C/ MOD
Fonte: Vieira (2013, p.34)

A partir do Quadro 1 pode-se observar que o custo total com mão de obra é derivado
do salário base, mais adicionais, insalubridade e/ou periculosidade, tendo assim um subtotal,
que somado com as férias, 13° salário, FGTS, previdência e demais provisões se obtém o
custo total com a MOD.
Dentro dos custos com mão de obra tem-se também o tempo improdutivo, conhecido
como ociosidade.
Para Martins (2008, p. 140):

Caso a ociosidade seja normal e o operário esteja sendo mantido parado, o mais
comum é a acumulação desse tempo como Tempo Improdutivo dentro dos Custos
Indiretos para rateio à produção geral. Quando houver paradas apenas em
determinadas épocas do ano, deverá a empresa utilizar um sistema de
provisionamento para rateio desses Custos Indiretos a todos os produtos feitos no
ano, e não somente aos elaborados no mês ou nos poucos meses em que houve o
tempo não utilizado da Mão de Obra Direta. (“Tempo Não Produtivo” ou
“Improdutivo” não são boas expressões, pois não significam tempo necessariamente
parado, podendo dizer respeito a tempo utilizado em outras funções que não a Mão
de Obra Direta).

A ociosidade é o tempo em que a empresa poderia estar produzindo, mas se encontra


parada, diminuindo sua capacidade produtiva.
Segundo Vieira (2013, p. 35):

A Mão-de-obra Indireta é aquela representada pelos operários ou outras categorias


profissionais que não estão envolvidos diretamente na elaboração de determinado
tipo de bem, entre os vários tipos em elaboração. É a mão de obra comum a vários
tipos de bem em produção, cuja parcela pertencente a cada tipo de produção ou
função de custo é impossível de ser determinada no momento de sua ocorrência.

Assim sendo, entende-se que MOD é todo trabalho humano ligado diretamente com a
produção de um determinado produto ou de vários produtos, não necessitando de nenhum
24

critério de divisão ou rateio levando em conta que é de fácil identificação, já a MOI é o


trabalho humano ligado indiretamente com a produção, tendo como exemplo, os supervisores
de fábrica, para que se identifique o custo deles sobre um produto se faz necessário rateio.

2.2.3 Custos com depreciação

A depreciação é um custo fixo do processo de produção, conceituada por Koliver


(2010, p. 162) como “perda de valor dos bens materiais integrantes do ativo imobilizado de
uma entidade”. Para Iudicibus (2010, p. 249) depreciação é “perda do valor dos direitos que
tem por objetivo bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da
natureza ou obsolescência”.
Tem-se ainda que a depreciação é decorrente de várias causas se dividindo em dois
grandes grupos, sendo estes as causas fiscais e econômicas. As causas fiscais são as
decorrentes de desgaste pelo uso, partindo da premissa que cada imobilizado tem um tempo
de vida útil, já nas causa econômicas o equipamento passa a ser depreciado quando diminui
sua capacidade de produção e apresenta qualidade inferior dos novos equipamentos do
mercado, e também no momento em que não existe mais mercado para o que ele produz, se
tornando assim inútil, Koliver (2010).
Segundo a NBC T 16.9 publicada na CFC (2012, p.38) “O valor residual e a vida útil
econômica de um ativo devem ser revisados, pelo menos, no final de cada exercício. Quando
as expectativas diferirem das estimativas anteriores, as alterações devem ser efetuadas”.
Ressaltando assim que para estimar a vida útil do ativo deve ser considerado a capacidade de
geração de benefícios futuros, o desgaste físico decorrente de fatores operacionais ou não, a
obsolescência tecnológica, os limites legais ou contratuais sobre o uso ou a exploração do
ativo.
Conforme o item 18 do Parecer Normativo Cosit n° 1, de 29 de Julho de 2011 “a
empresa deve avaliar o período de tempo em que pretende manter o bem e estimar o seu valor
residual para obter a taxa de depreciação”. O valor residual é o valor pelo qual a empresa
pretende vender o bem no final de sua vida útil.
Após a determinação do valor contábil e do valor residual se obtêm o valor
depreciável, sendo este o valor contábil menos o residual, a partir desta determinação se
aplica a taxa anual de depreciação. As taxas de depreciação são determinadas no quadro 2:
25

Quadro 2 - Taxa de depreciação


Taxa Anual Anos de vida útil
Edifícios 4% 25
Maquinas e equipamentos 10% 10
Instalações 10% 10
Moveis e utensílios 10% 10
Veículos 20% 5
Sistema de proc. Dados 20% 5
Fonte: Iudícibus (2010, p. 249)

Os métodos de depreciação a serem utilizados são os das quotas constantes, das


somas dos dígitos e das unidades produzidas segundo a NBC T 16.9.
No estudo realizado utilizou-se o método das quotas constantes ou também conhecido
como método linear, à depreciação é encontrada através da divisão do custo de aquisição,
menos o valor residual, pela vida útil do ativo.

2.3 SISTEMA DE PRODUÇÃO POR ORDEM

Nas indústrias que produzem sob encomenda o sistema de produção é por ordem,
neste sentido, Martins (2008, p. 144) diz que “se produz atendendo a encomenda do cliente”.
Padoveze (2010, p. 326) traz que esse sistema é “aplicado basicamente a bens fabricados sob
encomenda, produção não padronizada ou não repetitiva”.
Para Leone (2000, p.235) “O Sistema de Custeamento por Ordem de Produção é o
sistema de custos que acumula e registra dados de operações das fábricas que trabalham sob o
regime de encomenda”.
Lins; Silva (2010, p. 79) caracterizam a produção por ordem ou OP como nomeiam:

(...) por apresentar custos específicos e devidamente identificados para cada unidade
produzida e não um custo médio, como acontece de maneira geral com o sistema de
produção continua. Neste sentido, a OP é mais adequada quando a empresa tem um
processo produtivo não repetitivo e onde cada produto ou grupo de produtos
apresenta de alguma forma, diferentes características e peculiaridades entre si.

A partir dos conceitos pode-se compreender que o sistema de custeio por ordem
apresenta algumas vantagens, como por exemplo, a compra de insumos somente no volume
necessário para a produção das ordens, necessidade de menor capital de giro, levando em
consideração que não precisam de estoques, maior controle dos gastos dos empregados e a
obrigatoriedade de se manter em vantagens competitivas. Porém, também existe algumas
desvantagens, sendo estas o real custo de produção só ser reconhecido no final da ordem,
26

maior tempo e controle na elaboração de orçamentos, pois cada ordem requer um novo
cálculo e custos elevados com manutenção de equipamentos, (BERTI, 2009).
Para Costa; Ferreira; Saraiva Jr (2010, p. 60):

O sistema por ordem de fabricação é utilizado largamente em indústrias para apurar


os custos de projetos de engenharia e de trabalhos específicos de manutenção ou
reparo, mesmo em empresas que adotam o custo por processo. Vale ressaltar o uso,
também, em indústria de produtos sob encomenda.

Neste contexto Padoveze (2010, p. 326) traz que:


Um sistema de custeio por ordem coleta os custos de cada serviço ou partida de
produção fisicamente identificável, à medida que se muda através da fábrica, sem
levar em conta o período em que se realiza o trabalho. Para apuração do custo total
da ordem, a acumulação de custos vai desde o início até o fim da produção dessa
ordem, mesmo que ultrapasse o exercício contábil convencionado.

Martins (2008, p. 145) traz que:

Na produção por ordem, os custos são acumulados numa conta especifica para cada
ordem ou encomenda. Essa conta só para de receber custos quando a ordem estiver
encerrada. Se terminar um período contábil e o produto estiver ainda em
processamento, não há encerramento, permanecendo os custos até então incorridos
na forma de bens em elaboração, no ativo; quando a ordem for encerrada, será
transferida para estoque de produtos acabados ou para custos dos produtos vendidos,
conforme a situação.

No sistema de produção por ordem Vieira (2013, p. 3) diz que “cada ordem recebe um
número ou código. Quando são incorridos custos de material ou mão-de-obra, relacionados
com a ordem, eles são registrados na conta produção em andamento do razão contábil que
registra os custos de cada ordem”. No quadro 3, tem-se uma ilustração de uma ordem de
produção:

Quadro 3 - Ilustração de uma ordem de produção

Ordem Número:_______________________________________________________________________
Descrição: ___________________________________________________________________________
Data do Início: _______________________Data do Termino: __________________________________
Especificações: _______________________________________________________________________
Lista de Materiais: ____________________________________________________________________

MOD Custo
Datas Materiais Diretos
(Horas/R$) indireto

Orçadas

Executadas

Fonte: Vieira (2013, p. 4)


27

Berti (2009, p.27) ressalta que “No sistema de custeamento por ordem de produção
todos os gastos com insumos (matéria-prima, material secundário, mão-de-obra direta etc.)
são alocados direto na ordem de produção correspondentes aos produtos que estão sendo
industrializados”. Na figura 6 tem-se um fluxo do sistema de produção por ordem:

Figura 6 - Fluxo dos custos do custeio por ordem de produção

Uma Requisição Esses custos


ordem de de materiais de
Um apuração fabricação
pedido de dá início as são
Pedido venda é Ordem operações
Tempo de acumulados
de preparado de por ordem,
mão de obra em um
Venda com base Produção onde serão
indireta controle,
da alocados os conhecido
emissão respectivos como...
Taxas pré-
custos...
determinadas
de CIFs
Ordem
de
O Registro de custo constitui a base do cálculo dos custos do produto e
Produçã
unitário, utilizando na avaliação dos estoques finais e na determinação do
o
custo dos produtos vendidos.

Fonte: Prates (2005, p. 47)

Observa-se na figura 6 que a produção por ordem inicia-se com o pedido de venda,
elaborado com base na emissão de uma ordem de produção, assim sendo tem-se a alocação
dos custos de requisição de materiais, tempo de mão de obra e taxas pré-determinadas e CIFs,
que são alocados no controle da ordem de produção, chegando-se a determinação do custo dos
produtos vendidos.
Para Lins e Silva (2010, p. 80):

O sistema de ordem de produção preenche uma necessidade em muitas empresas


onde contratos frequentemente preveem pagamentos em função dos custos. Em tais
casos, as informações fornecidas pelo sistema de ordem de produção compensam os
possíveis custos adicionais envolvidos na manutenção do sistema.

No que se trata a contabilização do sistema por ordem Padoveze (2010, p. 327) diz
que:

Os custos de mão de obra são lançados às ordens através de apontamentos das horas
(esforços) trabalhados em cada ordem. Os materiais e serviços específicos dos
produtos de cada ordem de fabricação são acumulados às ordens através das
requisições de materiais e serviços exclusivos da ordem.
28

O autor ainda traz que a dificuldade desta forma de custeio está na alocação dos custos
não identificados, como a depreciação e demais gastos das fabricas, mas que normalmente é
utilizado uma taxa previamente determinada, sendo que esta é proporcional a mão de obra
utilizada na ordem, Padoveze (2010).
Pode-se dizer que o sistema de produção por ordem tem como função auxiliar os
gestores nas tomadas de decisões futuras, levando em conta que só se tem os custos totais no
final da produção. Esse sistema permite com que os gestores tenham controle das perdas
ocorridas no processo produtivo e da diferença dos custos orçados e executados, tomando os
mesmo por base para próximos orçamentos, auxiliam a gestão a chegar aos resultados
esperados.

2.4 METODOS DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E VARIAVEL

Para Berti (2009, p. 60) “O método de custeio por absorção consiste em apurar o custo
de bens, atribuindo-se integralmente a cada unidade produzida os custos diretos e indiretos,
fixos ou variáveis ocorridos no processo de produção. Nele os custos diretos são atribuídos
aos produtos por meio das quantidades efetivamente consumida de recursos”.
Segundo Martins (2008, p. 37)

Custeio por Absorção é o método derivado da aplicação dos Princípios de


Contabilidade Geralmente Aceitos, nascidos da situação histórica mencionada.
Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os
de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para
todos os produtos ou serviços feitos.

Na figura 7 é ilustrado o comportamento dos custos no custeio por absorção:

Figura 7 - Custeio por Absorção

Custeio por Absorção

Custos
Diretos
Produtos

Custos Centros de
R R
Indiretos Custos

Fonte: Souza; Clemente (2011, p. 57)


29

Na figura 7 observa-se que os custos diretos são alocados diretamente aos produtos e
os custos indiretos passam por um processo de rateio para serem alocados aos produtos. As
principais vantagens do custeio por absorção é de ser permitido pela legislação fiscal, permite
a apuração do custo por centro de custos e custo total de cada produto. Sendo esse método
aceito pela legislação é o mais utilizado pelas empresas, mas apresenta também algumas
desvantagens, a principal se apresenta na utilização dos rateios para distribuir os custos,
podem ocorrer distorções no resultado, Wernke (2001).
Segundo Bornia (2010, p. 53)

No custeio variável, ou direto, apenas os custos variáveis são relacionados aos


produtos, sendo os custos fixos considerados como custos do período. Entendendo
os princípios de custeio como filosofias intimamente ligadas aos objetivos do
sistema de custo, podemos dizer que o custeio variável está relacionado
principalmente com a utilização de custos para o apoio a decisões de custo prazo,
quando os custos variáveis tornam-se relevantes e os custos fixo, não. Podemos
visualizar o modelo do custo variável imaginando a empresa como se fosse uma
máquina. Para essa máquina funcionar no período considerado, é necessário cobrir
os custos fixos, independentemente do que for produzido...

Para Leone (2008, p. 390) “O custeamento variável é um critério usado para acumular
os custos de qualquer objeto ou segmento da Empresa”.
Na figura 8 é demonstrado os comportamentos dos custos em relação aos produtos na
forma de custeio variável:

Figura 8 - Custeio Direto

Custeio Direto

Custos e
Produtos
Despesas
Variáveis

Custos
Fixos Despesas do Período

Fonte: Souza; Clemente (2011, p. 62)


30

Na figura 8 observa-se que no método de custeio variável somente os custos e


despesas variáveis são alocadas diretamente aos produtos, já os custos fixos os quais não
variam com o nível de produção vão diretamente para as despesas do período.
Wernke (2001, p.30) cita algumas vantagens e desvantagens do método de custeio
variável como:

a) prioriza o aspecto gerencial ao enfatizar a rentabilidade de cada produto sem as


distorções ocasionadas pelos rateios de custos fixos aos produtos;
b) não é aceito pela legislação tributária para fins de avaliação de estoques;
c) não envolve rateios e critérios de distribuição de gastos, facilitando o cálculo;
d) exige uma estrutura de classificação rígida entre os gastos de natureza fixa e
variável;
e) com a elevação do valor dos custos fixos, não considerados neste método, a
análise de desempenho pode ser prejudicada e deve merecer considerações mais
acuradas.

No quadro 4 apresenta-se uma comparação entre os dois critérios de custeio.

Quadro 4 - Custeamento variável x custeamento por absorção


Custeamento variável Custeamento por absorção
Classifica os custos em fixos e variáveis. Não há a preocupação por esta classificação.
Classifica os custos em diretos e indiretos. Também classifica os custos em diretos e indiretos.
Debita ao segmento, cujo custo está sendo apurado, Debita ao segmento cujo custo está sendo apurado os
apenas os custos que são diretos ao segmento e seus custos diretos e também os custos indiretos
variáveis em relação ao parâmetro escolhido como através de uma taxa de absorção.
base.
Os resultados apresentados sofrem influência direta Os resultados apresentados sofrem influência direta
do volume de vendas. do volume de produção.
É um critério administrativo, gerencial, interno. É um critério legal, fiscal, externo.
Aparentemente sua filosofia básica contraria os Aparentemente, sua filosofia básica alia-se aos
preceitos geralmente aceitos de contabilidade, preceitos contábeis geralmente aceitos,
principalmente os fundamentos do “regime de principalmente aos fundamentos do “regime de
competência”. competência”.
Apresenta a contribuição marginal – diferença entre as Apresenta a margem operacional – diferença entre as
receitas e os custos diretos e variáveis dos segmentos receitas e os custos diretos e indiretos do segmento
estudados. estudado.
O custeamento variável destina-se a auxiliar, O custeamento por absorção destina-se a auxiliar a
sobretudo, a gerencia no processo de planejamento e gerencia no processo de determinação da
de tomada de decisões. rentabilidade e de avaliação patrimonial.
Como o custeamento variável trata dos custos diretos Como o custeamento por absorção trata dos custos
e variáveis de determinado segmento, o controle da diretos e indiretos de determinado segmento, sem
absorção dos custos da capacidade ociosa não é bem cogitar de perquirir se os custos são variáveis ou
explorada. fixos, apresenta melhor visão para o controle da
absorção dos custos da capacidade ociosa.
Fonte: Leone (2008, p. 406)

Assim sendo, verifica-se que os métodos de custeio apresentam grandes diferenças,


sendo que cada um tem sua importância para a contabilidade de custos, gerencial e financeira,
trazendo diferentes informações para os diferentes usuários.
31

2.5 ANÁLISE DO CUSTO VOLUME E RESULTADO

A análise do custo, volume e resulta auxilia na tomada de decisão, trazendo uma


análise mais apurada dos resultados obtidos pela empresa, considerando os custos, as vendas e
os lucros desejados pela organização.
Neste contexto conforme Wernke (2001, p. 42):

Custo, preço e volume são os fatores considerados no planejamento e na análise da


variação do lucro. O preço de venda geralmente é de controle limitado, mas o custo
e o volume possuem elementos mais controláveis. As decisões gerenciais requerem
uma análise cuidadosa do comportamento de custos e lucros em função das
expectativas do volume de vendas.

Para Bornia (2010) a análise de custos, volume e resultado é um conjunto de


procedimentos que determinada à influência dos custos e das quantidades vendidas nos lucros.
Desta forma temos que esses são fatores gerenciais que se baseiam em três importantes
índices, margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança operacional.

2.5.1 Formação do preço de venda

As empresas precisam determinar com precisão os preços de venda de seus produtos


ou serviços, sendo que uma má formação de preço pode repercutir em perda de mercado por
estabelecer valores não compatíveis, e também em prejuízos por vendas abaixo dos custos.
Bruni e Famá (2004, p. 321) dizem que:

Um dos mais importantes aspectos financeiros de qualquer entidade consiste na


fixação dos preços dos produtos e serviços comercializados. Para alguns autores,
essa atividade consistiria na verdadeira arte do negócio. O sucesso empresarial
poderia até não ser consequência direta da decisão acerca dos preços. Todavia, um
preço equivocado de um produto ou serviço certamente causara sua ruina.

Robles JR (2009, p.91) ressalta que “a decisão do preço depende de como os clientes
avaliam o produto, das estratégias de preço dos competidores e dos custos”. Desta forma tem-
se que vários fatores interferem na formação do preço de venda, Sartori (2004, p. 67) traz que:

Nas decisões de preços, a empresa defronta com fatores internos e externos que
interferem na formulação de suas políticas de preços. Os fatores internos são
normalmente sujeitos a seu controle, enquanto os fatores externos compõem o
ambiente dentro do qual seu produto, com todos os seus atributos, incluindo o preço,
devem atuar.

Para Warren, Reeve, Fess (2001, p. 318) no momento de estabelecer o preço de venda:
32

A análise diferencia pode ser útil na decisão de abaixar os preços de venda para a
tomada de decisões especiais de curto prazo. Nesses casos, o preço mínimo, a curto
prazo, é fixado o mais alto possível para cobrir todos os custos variáveis. Qualquer
preço acima desse preço mínimo melhorar os lucros a curto prazo. A longo prazo,
entretanto, o preço normal de venda deve ser fixado o mais alto possível para cobrir
todos os custos e despesas (fixos variáveis) e propiciar um lucro razoável.

Padoveze (2003) ressalta que são três os modelos de decisão de preço de venda, o
modelo orientado pela teoria econômica sendo que as empresas procuram maximizar seus
lucros com conhecimento da curva de demanda de mercado e de seus custos, o orientado
pelos custos sendo este baseado no cálculo de custos e adição de uma margem de lucro
pretendida e orientado pelo mercado levando em consideração a demanda, o preço da
concorrência e o valor percebido pelos clientes. Para Robles JR. (2009, p. 90):

Na fixação de preços, a variável custo de fabricação desemprenha papel


importantíssimo porque, a não ser em casos excepcionais, a empresa não pode
vender um produto com preços abaixo do custo sob pena de sacrifico de seu
patrimônio que poderá se esvair ao longo do tempo.

A formação do preço de venda segundo Bruni e Famá (2004) tem que ter capacidade
de atender a qualidade do produto em relação ao esperado pelo cliente, bem como o mercado
onde a empresa atua, a existência de produtos substitutos, os impostos do governo, ter
controle do nível de produção e das despesas e custos de fabricação, administração e
comercialização.
Levando-se em conta que o objetivo do trabalho em questão é a implementação de um
sistema de custos para auxiliar na formação do preço de venda e na gestão da empresa para se
chegar aos resultados pretendidos, necessita-se entender o método de precificação orientado
pelos custos que traz para a organização um preço de venda sugestivo capaz de cobrir seus
custos e obter o lucro desejado, bem como se esse preço é suportado pelo mercado, e a
percepção dos clientes.
No método orientado pelos custos se faz uso do mark-up que para Souza; Clemente
(2011, p. 256) “é uma pratica muito comum e muito simples de determinação de preço:
consiste em adicionar ao custo unitário as porcentagens relativas aos itens a serem incluídos
no preço”. O mesmo autor traz que esses itens a serem incluídos no preço são os impostos, as
despesas variáveis, as despesas fixas, os custos fixos e o lucro. O mark-up pode ser
multiplicador ou divisor, sendo que ambos chegaram ao mesmo preço de venda. A diferença
segue na figura 9:
33

Figura 9 - Mark-up multiplicador x Mark-up divisor

Mark-up multiplicador

Mark-up = Preço de venda ou Mark-up = ___________1_______________


Custo 1 – soma das taxas percentuais

Mark-up divisor
Mark-up = 100 – Soma das taxas percentuais
100
Onde: Soma das taxas percentuais = soma dos valores expressos em percentuais que influenciam no
processo de formação de preços, como percentual de lucro desejado, taxa percentual de despesas
diversas, etc.

Fonte: Vieira (2013, p. 36)

Por meio desse procedimento se chega a um preço de venda orientativo para a


organização, sendo esse preço o adequado para cobrir todos os custos e despesas e para obter
os resultados almejados, porém o mesmo deve ser analisado e comparado com o preço
praticado pela concorrência, sendo possível para a gestão saber se este preço é compatível
com o mercado.
Assim sendo Bruni e Famá, exemplificam o preço percebido pelo mercado através da
figura a seguir.

Figura 10 - Custo, preço e valor.

Benefícios
Extras

Lucro

Custo Preço Valor

Fonte: Bruni e Famá (2004, p. 350)


34

Na figura 10 o custo representa todo o valor gasto com a fabricação, administração e


comercialização de um determinado produto, o preço é o valor de venda, já o valor significa
os aspectos percebido pelo cliente e atendidos pelo produto. Deste modo tempo que o preço
sempre estará acima do custo, da mesma forma que o valor deve ser superior ao preço para ter
aceitabilidade pelos clientes. Entre o custo e o preço tem-se o lucro da empresa e entre o
preço e o valor tem-se os benefícios extras dos clientes.
Para Bruni e Famá (2004, p. 352) “para que se determine a cobrança de preços
superiores aos custos, é preciso criar valores ainda mais elevados. O processo de criação de
valor passa necessariamente, pela aplicação do conceito de produto”.
Quando se fala em valor percebido pelo consumidor Padoveze (2010, p. 429) relata
que:

(...) a empresa deve tentar definir o maior preço de venda para o seu produto,
sabendo que seu cliente está disposto a pagar por este preço, pois a utilidade do
produto para o cliente é suficiente para deixa-lo tranquilo no ato da compra. Dessa
maneira, a fixação do preço de venda através do valor percebido pelo consumidor é
a criação do valor de mercado do produto ou serviço.

No que tange a precificação a partir do mercado Padoveze (2010, p. 428) traz que “a
teoria econômica indica que quem faz o preço de venda dos produtos é o mercado,
basicamente através da oferta e procura, fazendo as devidas considerações para situações de
monopólio, oligopólio, mercados cativos e situações similares”.
Com base no contexto pode-se dizer que para a formação do preço de venda não basta
somente calcular os custos, e sim analisar o mercado, a concorrência e qual a percepção dos
clientes em relação ao produto, atribuindo valores a ele, no entanto o cálculo de custos se
torna indispensável para que se saiba os resultados, bem como se os preços de venda estão
cobrindo os custos alocados aos produtos.

2.5.2 Margem de contribuição

A margem de contribuição é a quantia que um determinado produto auxilia para o


pagamento dos custos fixos da produção e para os lucros.
Para Bornia (2010, p.55) “A margem de contribuição é o montante de receita
diminuído dos custos variáveis. A margem de contribuição unitária, analogamente, é o preço
de venda menos os custos variáveis unitários do produto”.
Nesta linha Berti (2009, p. 69) traz que:
35

O conhecimento da margem de contribuição de cada produto permite ao gestor


controlar o comportamento dos custos por linha de produção; orientar a produção e
as vendas para maximizar os lucros, através do aumento do esforço da produção, e
das vendas dos produtos de maior margem de contribuição percentual; maximizar os
lucros ou reduzir os prejuízos pela retirada de produtos ou linhas de produtos da
produção; decidir sobre preços mínimos em caso de concorrência; definir ou alterar
políticas de vendas; decidir sobre novos investimentos.

A margem de contribuição apresenta algumas vantagens, que segundo Fontoura (2013,


p. 67) são:

-Auxiliar a administração a decidir que produtos devem merecer maior prioridade de


divulgação.
-Facilitar a decisão a respeito de quais segmentos produtivos devem ser ampliados,
restringidos ou até abandonados.
-Permitir avaliar a viabilidade de aceitação de pedidos em condições especiais.
-Avaliar alternativas quanto a reduções de preços, descontos especiais, campanhas
publicitarias especiais e uso de prêmios para aumentar o volume de vendas.
-Auxiliar gerente a entenderem a relação entre custos, volume, preços e lucros.

Conforme Vieira (2015 p.39) a margem de contribuição é calculada através da


seguinte formula:

Margem de Contribuição Unitária = Preço de venda – Custos e despesas variáveis unitárias

Sendo assim a margem de contribuição unitária é o que cada unidade de um respectivo


produto contribui para cobrir os custos fixos e gerar lucro, para se encontrar a margem de
contribuição total por produto deve-se multiplicar a unitária pelo número de produtos
vendidos.

2.5.3 Ponto de equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro

O ponto de equilíbrio é a quantidade que deve ser vendida de cada produto para que a
empresa não gere lucro e nem prejuízo, ou seja, tenha um resultado nulo. Para Berti (2009,
p.65) “Ponto de equilíbrio é o momento em que os custos e despesas são iguais a receita total,
ou seja, o lucro é zero ou nulo. A empresa operando acima desse nível passa a operar com
lucro, abaixo com prejuízo”.
Wernke (2007, p. 120) traz que “na literatura são encontradas diversas modalidades de
Ponto de Equilíbrio que permitem suprir a necessidade de informações dos administradores
em vários aspectos”.
36

Na figura 11 Berti (2010) apresenta um fluxograma de como encontrar o ponto de


equilíbrio.

Figura 11 - Fluxograma para encontrar o ponto de equilíbrio.

Custo Fixo Total

Quantidade Preço Receita


Dividido

Margem de
Contribuição

Custo Custo Igual


Quantidade Variável
Variável
Total
Ponto de Equilíbrio

Fonte: Berti (2010, p. 153)

Assim sendo, observa-se que é fundamental conhecer a receita, o custo variável e o


custo fixo total da empresa a qual se pretende calcular o ponto de equilíbrio.
Segundo Wernke (2001, p.49) o ponto de equilíbrio é representado na figura a seguir:

Figura 12 - Representação do ponto de equilíbrio

Fonte: Wernke (2001, p.49)

Analisando a figura 12, pode-se dizer que os custos fixos se manterão constantes, ou
seja, não sofreram interferência do volume de venda. O ponto em que as receitas e custos
37

totais se encontram é chamado de ponto de equilíbrio, sendo que qualquer ponto abaixo deste
é considerado um prejuízo e qualquer ponto acima lucro.
O ponto de equilíbrio pode ainda se dividir de três formas: ponto de equilíbrio
contábil, econômico e financeiro.
Vieira (2015, p. 60) traz as seguintes formulas para cálculo dos pontos de equilíbrio.

a) Ponto de Equilíbrio Contábil: Custos Fixos + Despesas fixas /Margem de


Contribuição unitária
b) Ponto de Equilíbrio Financeiro: Custos Fixos + Despesas Fixas – Depreciações/
Margem de Contribuição unitária.
c) Ponto de Equilíbrio Econômico: Custos Fixos + Despesas Fixas + Lucro
desejado/margem de Contribuição unitária.

Bruni, Famá (2004, p.254) traz que o ponto de equilíbrio contábil é a “representação
do volume (em unidades ou em $) de vendas necessário para cobrir todos os custos e no qual
o lucro é nulo”.
Para Wernke (2001) o ponto de equilíbrio econômico é utilizado para calcular qual a
quantidade que deve ser vendida para se atingir o lucro desejado, desta forma na sua formula
a variável “Lucros Desejados”.
No ponto de equilíbrio financeiro segundo Wernke (2001, p. 52) “calcula-se o nível de
atividade (quer em unidade, quer em valor monetário) suficiente para pagar os custos e
despesas variáveis, os custos fixos (exceto a depreciação) e outras dividas que a empresa
tenha que saldar no período como empréstimos e financiamentos bancários”. Wernke (2001,
p. 55) diz que:

A utilização do ponto de equilíbrio e respectiva analise proporcionam diversos


subsídios aos gerentes. Como toda analise de margem de contribuição, o ponto de
equilíbrio também auxilia a gestão de curto prazo da empresa. A informação do
ponto de equilíbrio da companhia, tanto do total global, como por produto
individual, é importante porque identifica o nível mínimo de atividade que a
entidade ou cada divisão deve operar.

Conforme Bornia (2010, p.63):

A diferença fundamental ente os três pontos de equilíbrio são os custos e despesas


fixos a serem considerados em cada caso. No ponto de equilíbrio contábil, são
levados em conta todos os custos e despesas contábeis relacionados com o
funcionamento da empresa. Já para o ponto de equilíbrio econômico, são também
imputados nos custos e despesas fixos considerados todos os custos de oportunidade
referentes ao capital próprio, ao possível aluguel das edificações (caso a empresa
seja a proprietária), e outros gêneros. No caso do ponto de equilíbrio financeiro, os
custos considerados são apenas os custos desembolsados, que realmente oneram
financeiramente a empresa.
38

Os três pontos de equilíbrio fornecem importantes informação para as organizações


em níveis gerenciais, determinando qual o volume de venda para que as mesmas não tenham
prejuízo e obtenham os resultados desejados.

2.5.4 Margem de segurança operacional

A margem de segurança operacional representa o volume de vendas excedentes do


ponto de equilíbrio. Para Bornia (2010, p.64) “A margem de segurança é o excedente da
receita da empresa sobre a receita do ponto de equilíbrio. Consequentemente, representa o
quanto as vendas podem cair sem que haja prejuízo para a empresa”.
A margem de segurança conforme Bornia (2010, p. 65) é calculada mediante a
seguinte formula:

Margem de Segurança = Vendas – Ponto de Equilíbrio

Diante do contexto tem-se que quanto maior a margem de segurança maior o lucro
alcançado pela empresa, sendo esse um importante indicador gerencial para as organizações
que buscam informações constantes.

2.6 INFORMAÇÕES GERENCIAIS DE CUSTOS

As informações gerenciais de custos são as que contribuem para as tomadas de decisão


das organizações, e objetivam um melhor nível de gerenciamento, tornando os processos
decisórios mais eficazes.
Conforme Leone (2008, p.25):

A Contabilidade de Custos produz informações gerenciais para que os diversos


níveis hierárquicos da administração sejam capazes de planejar, controlar e decidir
com maior eficiência e eficácia. O produto final consiste em relatórios gerenciais.
Todo o trabalho do contador de custos origina-se do contato inicial (por ocasião do
planejamento das informações) com os usuários (os gerentes de produção, de
finanças, de pessoal, de marketing, de engenharia etc.) e do contato final com tais
usuários, através dos relatórios finais emitidos.

Para Martins (2008, p.358):

O sucesso de um sistema de informações depende do pessoal que o alimenta e o faz


funcionar. O sistema representa um conduto que recolhe dados em diversos pontos,
processa-os e emite, com base neles, relatórios na outra extremidade. Esses
39

relatórios não podem ser, em hipótese alguma, de qualidade melhor do que a


qualidade dos dados recebidos no início do processo.

Com base nessas informações, pode-se dizer que um bom sistema gerencial de custos
e um bom pessoal para fazê-lo funcionar, que processe corretamente os dados recebidos,
possibilitará para a organização um resultado satisfatório e o alcance dos lucros desejados.
3 METODOLOGIA DO ESTUDO

A metodologia consiste no entendimento dos vários métodos de pesquisa,


relacionando-se com os objetivos e a finalidade do estudo.
Segundo Nérici (1973, apud ZAMBERLAN et al. p.55), “o método de ensino-
aprendizagem da pesquisa pode assumir formas variadíssimas na sua aplicação, depende da
finalidade para que é realizada”.
Neste sentido, o capítulo seguinte busca definir os métodos de pesquisa utilizados para
atingir os objetivos propostos.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa pode se classificar de várias formas, de acordo com o aspecto dado, como
ressalta Zamberlan et al. (2014, p. 93), “A Classificação por tipo de pesquisa pode assumir
diferentes possibilidades, que geralmente variam de acordo com o enfoque proposto pelos
próprios estudiosos e pesquisadores e/ou pretensões a que se orientam e necessitam para
compreender uma realidade”.
Assim sendo, Gil (2010, p.25) diz que:

A medida que se dispõe de um sistema de classificação, torna-se possível reconhecer


as semelhanças e diferenças entre as diversas modalidades de pesquisa. Dessa forma,
o pesquisador passa a dispor de mais elementos para decidir acerca de sua
aplicabilidade na solução dos problemas propostos para investigação.

Neste sentido, o estudo desenvolvido se classifica em quatro formas, quanto a sua


natureza, quanto à forma de abordagem do problema, quanto ao objetivo e quanto aos
procedimentos técnicos, conforme segue.

3.1.1 Quanto a sua natureza

Quanto à natureza a classificação pode ser dada de duas formas, como pesquisa básica
ou pesquisa aplicada. Assim sendo, a presente pesquisa é aplicada porque tem como ponto de
partida a teoria, e seu objetivo é a sua comprovação, de forma a trazer benefícios, Ruiz (2014,
p.50). Para Gil (2010, p.27) a mesma se conceitua como “Pesquisas voltadas a aquisição de
conhecimentos com vistas à aplicação numa situação específica”.
Portanto, o estudo se classifica como uma pesquisa aplicada, porque buscou a
utilização da contabilidade de custos na apuração do custo do produto, na formação e análise
41

do preço de venda e na análise do resultado do setor moveleiro, com objetivos de


aperfeiçoamento na geração de informações para a gestão.

3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema

Quanto à forma de abordagem do problema a pesquisa se classifica como qualitativa,


tendo em vista que seu caráter é descritivo. Para Beuren et al. (2004, p. 92) “Na pesquisa
qualitativa concebem-se analises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo
estudado”.
Neste mesmo sentido, Oliveira (1998, p.117) diz que:

As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de


poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar
a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos
experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de
mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em
maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos
comportamentos ou atitudes dos indivíduos.

Assim sendo, o estudo por se tratar do desenvolvimento de uma proposta e uma


possível implementação de um sistema de custeio em uma indústria de moveis sob medida é
qualitativo quando analisa, organiza e descreve os custos industriais, não necessitando de base
quantitativa para a realização do mesmo.

3.1.3 Quanto ao objetivo

Referente aos objetivos a pesquisa se classifica como descritiva, levando em


consideração que toda pesquisa qualitativa é descritiva. Beuren et al. (2004) ressalta que em
muitos estudos na área contábil a pesquisa descritiva é utilizada no momento em que descreve
o problema na gestão das organizações.
Ainda para Beuren et al. (2004, p. 81) “pesquisa descritiva configura-se como um
estudo intermediário entre a pesquisa exploratória e a explicativa”, trazendo o entendimento
que descrever é identificar, relatar e comparar.
Para Oliveira (1998, p. 114) pesquisa descritiva “É um tipo de estudo que permite ao
pesquisador a obtenção de uma melhor compreensão do comportamento de diversos fatores e
elementos que influenciam determinado fenômeno”.
42

Deste modo a pesquisa é descritiva, pois identifica as características da indústria


moveleira, observando, analisando, registrando, descrevendo processos, analisando e
estruturando uma proposta de sistema que gere informações para a tomada de decisão.

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Referente aos procedimentos técnicos Zamberlan et al. (2014, p.98) diz que “nunca se
utiliza apenas um procedimento metodológico e nem somente aqueles que se conhece, mas
todo que forem necessários ou apropriados para determinado caso”.
Deste modo o estudo se clássica como uma pesquisa bibliográfica, documental, estudo
de caso e levantamento.
Para Marconi; Lakatos (2003, p.158) “A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral
sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de
fornecer dados atuais e relevantes relacionados ao tema”.
A pesquisa documental é muito semelhante à pesquisa bibliográfica, a documental se
diferencia da bibliográfica quando ela se classifica como uso interno da empresa e tem
diversas finalidades, e a bibliográfica é encontrada em banco de dados para públicos
específicos, conforme Gil (2010).
Segundo Beuren et al. (2004, p. 84) “a pesquisa do tipo estudo de caso caracteriza-se
principalmente pelo estudo concentrado de um único caso. Esse estudo é preferido pelos
pesquisadores que desejam aprofundar seus conhecimentos a respeito de determinando caso
especifico”.
Quanto à pesquisa do tipo levantamento Gil (2010, p.35) descreve que “pesquisas
deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja
conhecer. Basicamente, procede-se a solicitação de informações a um grupo significativo de
pessoas acerca do problema estudado”.
A partir destes conceitos, classifica-se o estudo como pesquisa bibliográfica, quando
se fez uso de livros, revistas, artigos como base, documental no momento em que os
documentos de uso interno dos gestores da empresa foram liberados, utilizados e analisados e
por fim, o estudo de caso por se tratar de um estudo realizado em uma única empresa, fazendo
os levantamentos dos custos para o desenvolvimento do sistema de custeio com a respectiva
formação e análise de preços, volume e resultados, além das informações para a gestão.
43

3.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados realizou-se com base em entrevistas despadronizadas com sócios e


gestores da empresa, observação da área de produção, de documentos financeiros, Contábeis
disponibilizados pela empresa, tais com folha de pagamento, notas de compra de insumos e
imobilizados.

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados

Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados alguns instrumentos para coleta


de dados, os quais visam facilitar a obtenção das informações necessárias para a realização da
mesma. No estudo em questão foram utilizados os instrumentos da observação e da entrevista.
Marconi; Lakatos (2003, p. 190) dizem que “a observação é uma técnica de coleta de
dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos
da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou
fenômenos que se desejam estudar”.
O instrumento da observação pode ser classificado de diversas formas, no estudo em
questão, serão utilizadas a observação sistemática, individual e na vida real.
Para Gil (2010, p.121):

A observação sistemática é adequada para estudos de caso descritivos. Ao de se


decidir pela adoção dessa modalidade, o pesquisador sabe quais os aspectos da
comunidade, da organização ou do grupo são significativos para alcançar os
objetivos pretendidos. Assim ele se torna capaz de elaborar um plano de observação
para orientar a coleta, análise e interpretação dos dados.

A observação individual é uma técnica realizada por um pesquisador onde a


personalidade dele pode fazer algumas inferências ou distorções sobre o objeto ou pessoa
observada, mas também pode intensificar as informações. Na vida real é a observação que são
feitas no ambiente real, sem preparação na medida em que ocorrem os fatos, de acordo com
Marconi; Lakatos (2003).
Neste contexto, Beuren et al. (2004, p.131) conceitua entrevista como “técnica de
obtenção de informações em que o investigador apresenta-se pessoalmente a população
selecionada e formula perguntas, com o objetivo de obter dados necessários para responder à
questão estudada.”.
44

Diante do exposto, a coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas


despadronizadas com os gestores da empresa, e também por meio de observação dos
processos de produção.

3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Para a análise e interpretação dos dados foram abordados as seguintes etapas:


 Entendimento e assimilação da base teórica;
 Visitas ao processo de produção da empresa para levantamento de dados;
 Análise de documentos;
 Elaboração de planilhas em Excel;
 Análise e interpretação dos dados.
4 ANALISE DOS RESULTADOS

Neste capitulo, é abordada a parte aplicada do estudo, iniciando com o mapeamento


dos processos de produção. Posteriormente se fez o levantamento dos custos diretos e a
apropriação dos custos indiretos, passando assim a apuração do custo total. Após a coleta
destes dados realizou-se a análise do custo, volume e resultado, onde foi apurado a margem de
contribuição, o ponto de equilíbrio e a margem de segurança operacional, podendo assim
analisar e estruturar as informações do sistema proposto.

4.1 MAPEAMENTO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO

Para a realização deste estudo, foram selecionados dois produtos da linha de produção,
sendo estes uma cozinha e um dormitório completo. Para a escolha foi considerado os
produtos com mais saída nos últimos meses na organização. É importante ressaltar que todos
os moveis passam pelo mesmo processo de orçamento, venda e por último a produção, o que
varia de um produto para o outro são os tempos em que cada um requer.

Figura 13 - Fluxograma de venda

Solicitação do Cliente
Não
Fim
Aceitação do
orçamento
Elaboração do Projeto pelo cliente
Sim

Assinatura do
Aprovação pedido de
do projeto Orçamento
produção
pelo cliente

Não Sim Escolha do material

Projeto vai para a


Fim produção

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

De acordo com a figura 13, que representa o fluxograma de venda antes do produto ir
para a produção, observa-se que o processo se inicia com a solicitação do cliente.
Posteriormente é identificada a necessidade do cliente e daí passa para a elaboração de um
46

projeto, buscando suprir essa necessidade o qual é aprovado ou não pelo cliente, em caso de
não aprovação ocorre modificações de acordo com o solicitado pelo cliente ou finalização do
processo. Em caso de aprovação ocorre a escolha dos materiais que serão utilizados, cores e
fornecedores das chapas de MDF, corrediças, puxadores entre outros detalhes que vão compor
os custos. Após a escolha tem-se a elaboração do orçamento passando para a aceitação do
cliente, em caso afirmativo se faz a assinatura do pedido de produção e o projeto vai para a
área produtiva.

Figura 14 - Fluxograma do processo de produção e entrega

Análise do
projeto Fim
Peças do móvel
cabem no veículo
da empresa
Plano de corte Recolhimento das
ferramentas
Não

Corte
Desmontagem Sim
Contatar freteiro Limpeza do local

Laminação das
peças Pré-montagem na Carregamento Limpeza do
empresa móvel

Rebaixe das Descarregamento


peças Limpeza na casa do cliente Montagem

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Na figura 14 o fluxograma apresenta o processo produtivo dos moveis, observa-se que


após o projeto passar para a área de produção a equipe faz a análise e em seguida o plano de
corte que é elaborado objetivando menor perda das chapas de MDF.
Posteriormente as chapas inteiras são cortadas e laminadas com auxílio de maquinas,
em seguida as peças já cortadas passam para o processo de rebaixe que é aonde as mesmas
são preparadas para os encaixes. Em seguida é realizado a limpeza e uma pré-montagem
dentro da fábrica para identificar possíveis falhas.
Neste momento inicia-se o processo de entrega do móvel, podendo ser realizado por
veículo próprio da empresa ou terceirizado o que varia de acordo com o tamanho do produto.
É feito a desmontagem e carregamento, posteriormente o descarregamento na casa do cliente
47

montagem limpeza do móvel e do local, recolhimento das ferramentas e finalização da


entrega.

4.2 LEVANTAMENTO DOS CUSTOS DIRETOS DE PRODUÇÃO

Os custos diretos são os relacionados diretamente com a produção, no estudo em


questão são os custos com matéria prima e mão de obra direta.

4.2.1 Custos com matéria-prima

A matéria-prima principal para a fabricação dos produtos de uma indústria de moveis


sob medida é o MDF, no entanto existem mais itens necessários para que o móvel tenha a
funcionalidade desejada e um bom acabamento. Os itens necessários para a produção são
precificados por unidade, deste modo para se chegar ao custo final com matéria-prima é
calculada quantas unidades de cada item serão utilizadas, multiplicando-as pelo seu preço
unitário. Para a realização do estudo foram analisados dois produtos, um dormitório completo
e uma cozinha. Assim sendo, os itens e seus custos para a produção do dormitório foram:

Quadro 5 - Matéria-prima dormitório


Material Valor Unitário Unidades Valor Total %
Chapa Amadeirada - 18mm 240,00 14 3.360,00 48,44%
Chapa Amadeirada - 6mm 125,00 5 625,00 9,01%
Frete 150,00 1 150,00 2,16%
Madeira 110,00 1 110,00 1,59%
Fita de borda 190,00 1 190,00 2,74%
Puxador perfil alumínio 14,00 33 462,00 6,66%
Ponteiras de puxador alumínio (par) 6,00 10 60,00 0,86%
Corrediça normal 45kg 19,50 19 370,50 5,34%
Porta de espelho com alumínio 550,00 1 550,00 7,93%
Trilho superior duplo - porta correr alum 14,00 8 112,00 1,61%
Trilho inferior duplo - porta correr alum 9,50 8 76,00 1,10%
Sistema porta de correr por porta 36,00 7 252,00 3,63%
Cabide reto (o metro) 6,00 5 30,00 0,43%
Suporte p/ cabide (par) 5,00 4 20,00 0,29%
Amortecedor porta de correr (1pç) 25,00 6 150,00 2,16%
Puxador VERSATILE 15,00 14 210,00 3,03%
Ponteira VERSATILE 9,50 22 209,00 3,01%
Total 1.524,50 6.936,50 100%
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)
48

A partir do quadro 5 pode-se observar que o maior custo com matéria-prima é


encontrado nas chapas de MDF, representando 57,45% do total, sendo que deste percentual
48,44% são das chapas de 18mm e 9,01% das chapas de 6mm. Embora o MDF seja o item
principal têm-se muitos outros que compõem a matéria-prima total, itens que variam seus
custos conforme a preferência do cliente, no projeto em questão o segundo item com maior
representatividade depois das chapas de MDF é a porta de espelho com alumínio, sendo
7,93% do total, seguido do puxador perfil alumínio com 6,66%, os demais itens representam
menos de 3%. Obteve-se um custo total com matéria-prima de R$ 6.936,50.
No produto cozinha tem-se que os seguintes itens de matéria-prima foram utilizados
para a produção:

Quadro 6 - Matéria-prima cozinha


Material Valor Unitário Unidades Valor Total %
Chapa Amadeirada - 18mm 240,00 8 1.920,00 47,87%
Chapa Amadeirada - 6mm 125,00 4 500,00 12,47%
Frete 100,00 1 100,00 2,49%
Madeira 65,00 1 65,00 1,62%
Fita de borda 200,00 1 200,00 4,99%
Puxador perfil alumínio 14,00 17 238,00 5,93%
Ponteiras de puxador alumínio (par) 6,00 24 144,00 3,59%
Pistão 50N/60N/80N basculante 8,00 6 48,00 1,20%
Corrediça normal 45kg 19,50 7 136,50 3,40%
Lixeira c/ trilho – dupla 173,50 1 173,50 4,33%
Porta pano de prato 42,00 1 42,00 1,05%
Porta latas cromado 71,50 1 71,50 1,78%
Divisor de talher 50cm 36,00 2 72,00 1,80%
Porta basculante reflecta 150,00 2 300,00 7,48%
Total 1.250,50 4.010,50 100%
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

No quadro 6 tem-se representado os itens necessários para a produção da cozinha,


ressaltando novamente que alguns itens variam conforme a preferência do cliente, podendo
tornar o custo com matéria-prima maior ou menor, segundo os gestores o item que apresenta
menor variação de valores são as chapas de MDF, como pode-se observar nos dois casos o
valor unitário é inalterável, porem as unidades variam bastante.
No projeto do cliente em questão o custo total com matéria-prima foi de R$ 4.010,50,
esse valor é representado por 60,34% de chapas de MDF sendo que 47,87% deste percentual
evidenciam as chapas de 18mm e 12,47% as chapas de 6mm, o segundo item com mais
representatividade é a porta basculante reflecta com 7,48%, seguida do puxador perfil
49

alumínio com 5,93%, da fita de borda com 4,99%, da lixeira c/ trilo dupla com 4,33%, das
ponteiras de puxador de alumínio com 3,59%, e da corrediça normal 45kg com 3,40%, em
seguida tem-se o frete, a madeira, o porta latas cromada, o divisor de talher 50 cm, o porta
pano de prato e o pistão 50N/60N/80N basculante com menos de 3% cada.

4.2.2 Custos com mão-de-obra direta

Para a apuração dos custos com mão-de-obra direta foi necessário verificar os valores
dos salários e dos encargos com funcionários nos últimos doze meses e fazer uma média, por
meio deste cálculo chegou-se nos valores representados no quadro.

Quadro 7 - Total mão-de-obra direta


Dados Auxiliar de
Marceneiro Total
Marceneiro
Sal. Base 1.691,80 1.137,40 2.829,20
Adicional Insalubridade 335,56 223,12 558,68
Horas Extras 191,99 199,33 391,32
Desc. Remunerado 48,00 49,83 97,83
Base de Calculo 2.267,35 1.609,68 3.877,03
Férias 188,95 134,14 323,09
13° Salário 188,95 134,14 323,09
1/3 férias 62,98 44,71 107,70
Subtotal 2.708,22 1.922,67 4.630,90
Previsões 189,58 134,59 324,16
FGTS 216,66 153,81 370,47
Prev. Social
MOD Total 3.114,46 2.211,07 5.325,53
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Analisando o quadro 7 tem-se que o custo total com mão-de-obra direta é de R$


5.325,53, sendo que para a elaboração do móvel é necessário somente um marceneiro e um
auxiliar, deste total R$ 3.114,46 representa o custo com o marceneiro e R$ 2.211,07 com o
auxiliar. O adicional de insalubridade é de 20% sobre o salário base devido os funcionários
possuírem categoria profissional.
As previsões representando uma média em casos de faltas pagas, atestados e multa de
FGTS em casos de rescisões, representado 7% do subtotal. O FGTS corresponde a 8%, já a
previdência social não é calculado devido ao fato da empresa ser optante do Simples Nacional
e todo o valor de INSS recolhido é descontado em folha dos funcionários, não significando
assim um custo para a empresa.
50

Após esta apuração se fez necessário à análise do custo da mão-de-obra por minuto.

Quadro 8 - Custo da mão-de-obra por minuto


Número total de dias do mês 30 dias
Finais de semana e feriados 6 dias
Número máximo de dias a disposição do empregador 24 dias Custo total do
8 horas min
Jornada diária em horas
Número de horas a disposição por mês 192 horas/mês
Número de minutos a disposição por mês 11.520 min/mês
Total MOD Marceneiro 3.114,46 0,27
Total MOD Aux. Marceneiro 2.211,07 0,19
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

De acordo com o quadro 8, o custo do minuto trabalho de um marceneiro é de R$


0,27, já de um auxiliar é de R$ 0,19, para chegar-se neste valor foi considerado um mês com
30 dias, sendo que destes, 24 trabalhados. A jornada diária é de 8 horas/dia, resultando então
em 11.520 minutos trabalhados ao mês, que dividido pelo custo total da mão-de-obra direta de
cada empregado resulta no custo do minuto.
Posteriormente se fez necessário à apuração dos tempos de cada um em cada processo
produtivo levava para ser finalizado, ressaltando que o que altera de produto para produto é o
tempo que leva em cada processo da produção, através desta apuração se chegara ao custo
total com mão-de-obra direta.
No quadro 9 é demonstrado quanto tempo é necessário em minutos para cada processo
na produção do dormitório e o respectivo custo:

Quadro 9 - Tempos e funcionários necessários para os processos do dormitório


Etapas Tempo/min Funcionários MOD por min Valor
Plano de Corte 120 1 Marceneiro 0,27 32,44
Corte 240 1 Marc/1 Aux. 0,46 110,95
Laminação das Peças 60 1Aux. 0,19 11,52
Rebaixe das Peças 60 1Aux. 0,19 11,52
Limpeza 80 1Aux. 0,19 15,35
Pré-montagem 720 1 Marc/1 Aux. 0,46 332,85
Desmontagem 120 1 Marc/1 Aux. 0,46 55,47
Carregamento 30 1 Marc/1 Aux. 0,46 13,87
Descarregamento 30 1 Marc/1 Aux. 0,46 13,87
Montagem 480 1 Marc/1 Aux. 0,46 221,90
Limpeza 60 1 Marc/1 Aux. 0,46 27,74
2000 847,47
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)
51

Observa-se que em alguns processos não se faz necessário que os dois funcionários
atuem, sendo assim é computado somente o valor da MOD do funcionário atuante no
processo, no caso em que os dois funcionários se fazem necessário foi somado os custos da
MOD por minuto de cada um deles. Assim sendo, para a apuração do custo total com MOD
do dormitório pegou-se o tempo em minutos de cada processo e multiplicou-se pelo custo da
MOD por minuto, resultando no custo que cada processo gera nesta produção. Chegou-se em
um valor total de mão-de obra direta de R$ 847,47.
No quadro 10 são representados os tempos de cada processo produtivo para a
fabricação do produto cozinha e os mesmos interligados com seus relativos custos de mão-de-
obra direta:

Quadro 10 - Tempos e funcionários necessários para os processos da cozinha


Etapas Tempo/min Funcionários MOD por min Valor
Plano de Corte 150 1 Marceneiro 0,27 40,55
Corte 300 1 Marc/1 Aux. 0,46 138,69
Laminação das Peças 90 1Aux. 0,19 17,27
Rebaixe das Peças 120 1Aux. 0,19 23,03
Limpeza 80 1 Aux. 0,19 15,35
Pré-montagem 720 1 Marc/1 Aux. 0,46 332,85
Desmontagem 120 1 Marc/1 Aux. 0,46 55,47
Carregamento 40 1 Marc/1 Aux. 0,46 18,49
Descarregamento 40 1 Marc/1 Aux. 0,46 18,49
Montagem 480 1 Marc/1 Aux. 0,46 221,90
Limpeza 90 1 Marc/1 Aux. 0,46 41,61
2230 923,70
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Analisa-se que na produção da cozinha o que altera são os tempos necessários em cada
processo, sendo que esta necessita de mais tempo resultando assim em uma MOD maior,
totalizando um valor de R$ 923,70.

4.3 APROPRIAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS

Os custos indiretos são os demais gastos que a empresa necessita para seu
funcionamento, não podem ser apropriados diretamente a cada produto no momento de sua
ocorrência, sendo que estes não são facilmente alocados aos produtos, necessitando de um
critério de rateio previamente determinado. Tem-se como um custo indireto a mão-de-obra
indireta.
52

Quadro 11 - Total mão-de-obra indireta


Dados Projetista Pró-labore Pró-labore Total
Salário Base 1.691,80 2.500,00 2.100,00 6.291,80
Horas Extras 37,26 37,26
Desc. Remunerado 9,32 9,32
Base de Calculo 1.738,38 2.500,00 2.100,00 6.338,38
Férias 144,87 144,87
13° Salário 144,87 144,87
1/3 férias 48,29 48,29
Subtotal 2.076,40 2.500,00 2.100,00 6.676,40
Previsões 145,35 145,35
FGTS 166,11 166,11
Total 2.387,86 2.500,00 2.100,00 6.987,86
Quantidade 1 1 2
MOD Total 2.387,86 2.500,00 4.200,00 9.087,86
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Com base no quadro 11, analisa-se que o custo total que a organização tem com mão-
de-obra direta é de R$ 9.087,86. Neste valor estão incluso os pró-labores dos três sócios,
levando em conta que ambos realizam atividades na empresa. Este valor será agrupado com
os demais custos indiretos.
Dentro do setor de produção existem matérias que não são alocados diretamente a um
produto, esses são denominados como outros materiais indiretos.

Quadro 12 - Outros materiais indiretos


Material Custo
Cola 1.640,00
Parafusos 830,00
Lixas 350,00
Materiais de Limpeza 420,00
Total 3.240,00
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

No quadro 12 estão demonstrados os outros materiais indiretos e uma média de


valores gastos no mês com os mesmos, chegando-se a um total de R$ 3.240,00. Outro custo
indireto encontrado dentro da empresa é a depreciação, representada no quadro 13.

Quadro 13 - Depreciação
Bens Valor do Bem Vida Útil % Valor Residual Depreciação Mensal
Automóvel 22.000,00 5 anos 20% 10.000,00 200,00
Maquinhas e Equipamentos 250.000,00 10 anos 10% 80.000,00 1.416,67
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)
53

Observa-se no quadro 13 que a depreciação de automóveis é proveniente de um bem


no valor de R$ 22.000,00, com valor residual de R$ 10.000,00 e depreciação de 20% ao ano,
totalizando uma depreciação mensal de R$ 200,00. Já a depreciação de maquinas e
equipamentos foi apurada com base em um valor total de bens de R$ 250.000,00, com valor
residual de R$ 80.000,00 e depreciação de 10% ao ano, com base nessas informações chega-
se a uma depreciação mensal no valo de R$ 1.416,67.
Os custos indiretos são classificados em fixos e variáveis, conforme representado no
quadro 14.

Quadro 14 - Custos indiretos


Fixos Variável
MOI – Projetista 2.387,86 17,49%
Pró-labore 6.700,00 49,07%
Material Indireto 3.240,00 63,04%
Aluguel 2.600,00 19,04%
Depreciação Automóvel 200,00 1,46%
Depreciação Maquinas e Equipamentos 1.416,67 10,38%
Gasolina 800,00 15,57%
Energia 634,20 12,34%
Propaganda 350,00 2,56%
Telefone 166,00 3,23%
Manutenção 200,00 3,89%
Água 99,28 1,93%
Total dos Custos 13.654,52 100% 5.139,48 100%
% de custo indireto dos produtos em estudo 28,36% 28,36%
Custos indiretos dos produtos em estudo 3.872,83 1.457,71
Dormitório 2.444,83 63% 920,22 63%
Cozinha 1.427,99 37% 537,49 37%
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

O quadro 14 apresenta os valores dos custos indiretos encontrados durante a realização


do estudo e sua respectiva classificação. Os custos foram originados a partir de uma média
dos últimos 12 meses. Sendo assim, os custos indiretos fixos resultaram num montante de R$
13.654,52, e os indiretos variáveis resultaram o valor de R$ 5.139,48.
Observa-se que o custo indireto fixo mais representativo é o pró-labore com 49,07%
do custo total, seguido do aluguel com 19,04% e da mão-de-obra indireta com 17,49%, logo
após tem-se a depreciação das maquinas e equipamentos com 10,38%. Com menor
representatividade encontra-se a propaganda com 2,56% e a depreciação do automóvel com
1,46%.
54

No que tange os custos indiretos variáveis o custo mais representativo se encontra nos
materiais indiretos com 63,04%, seguido dos gastos com gasolina com 15,57% e da energia
com 12,34%. Com um percentual não tão significativo tem-se a manutenção com 3,89%, o
telefone com 3,23% e a água com 1,93%.
Para ratear os custos indiretos foi utilizado uma média de faturamento mensal que
resultou em um valor de R$ 81.000,00. Posteriormente foi utilizado o preço de venda dos
produtos em estudo e qual o percentual que eles representavam do total do faturamento,
resultando assim em um custo indireto fixo de R$ 3.872,83 que rateado entre os dois produtos
conforme o percentual de representatividade do seu preço de venda atualmente praticado o
dormitório ficou com R$ 2.444,83 deste valor e o restante R$ 1.427,99 são os custos indiretos
fixos alocados a cozinha. Já os custos indiretos variáveis resultaram num montante de R$
1.457,71 deste R$ 920,22 foram alocados ao dormitório e R$ 537,49 a cozinha.

4.4 APURAÇÃO DO CUSTO TOTAL

Para o cálculo do custo total foram utilizados dois métodos, o custeio por absorção e o
custeio variável.

4.4.1 Custo total pelo método de custeio absorção

No método de custeio por absorção todos os custos envolvidos são considerados,


tantos os custos diretos quanto os custos indiretos fixos e variáveis. Deste modo, no
dormitório de acordo com os quadros anteriores têm-se os seguintes valores.

Quadro 15 - Custo total dormitório – método absorção


Mão-de-obra direta 847,47
Matéria Prima 6.936,50
Custos Indiretos Fixos 2.444,83
Custos Indiretos Variáveis 920,22
CUSTO TOTAL 11.149,02
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

No quadro 15 estão representados os custos com mão-de-obra direta e matéria-prima,


sendo que ambos são variáveis e diretamente ligados com o produto, e também os custos
indiretos que se dividem em fixos e variáveis.
55

Gráfico 1 - Custo total dormitório – método absorção


Custos Totais Dormitório

8% 8%

22%

62%

Mão-de-obra direta Matéria Prima Custos Indiretos Fixos Custos Indiretos Variáveis

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

No gráfico 1 pode-se observar a divisão dos custos totais, sendo que a matéria-prima é
o custo mais significativo representando 62%, depois tem-se os custos indiretos fixos com
22% e os custos indiretos variáveis com 8%, a mão-de-obra direta tem menor
representatividade com 8%. Portanto, o custo direto total do dormitório soma 70% e os custos
indiretos fixos e variáveis 30%.
O custo total da cozinha levando-se em consideração os valores apresentado nos
quadros anteriores.

Quadro 16 - Custo total cozinha – método absorção


Mão-de-obra direta 923,70
Matéria Prima 4.010,50
Custos Indiretos Fixos 1.427,99
Custos Indiretos Variáveis 537,49
CUSTO TOTAL 6.899,69
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

O custo total de acordo com o quadro 16 pelo método de custeio por absorção da
cozinha representa um montante de R$ 6.899,69, sendo composto pela mão-de-obra direta a
matéria-prima e os custos indiretos fixos e variáveis.
56

Gráfico 2 - Custo total cozinha – método absorção


Custos Totais Cozinha

8% 13%

21%

58%

Mão-de-obra direta Matéria Prima Custos Indiretos Fixos Custos Indiretos Variáveis

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Conforme o gráfico 2, o custo total da cozinha é composto por 58% de matéria-prima,


21% de custos indiretos fixos, 8% custos indiretos variáveis e os 13% restante representam a
mão-de-obra direta. Assim sendo, o custo direto total representa 71%, enquanto os custos
indiretos fixos e variáveis 29%.
Com base na apuração dos custos totais pelo método absorção pode-se observar que o
custo mais representativo é o da matéria-prima, representando mais de 50% em ambos os
casos. Os custos indiretos tanto fixos quanto variáveis se manteram, já a MOD aumenta na
produção da cozinha, pelo fato de levar mais tempo para ser produzida e utilizar menos
matéria-prima.

4.4.2 Custeio total pelo método variável

O método de custeio variável não é aceito pela legislação, porém é utilizado para o
gerenciamento, o que o difere do método absorção é que este só utiliza os custos que variam
de acordo com a produção. Deste modo o quadro 17 representa os custos totais com o
dormitório.
57

Quadro 17 - Custo total dormitório – método variável


Mão-de-obra direta 847,47
Matéria Prima 6.936,50
Custos Indiretos Variáveis 920,22
CUSTO TOTAL 8.704,19
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Esses são os valores que representam o custo total pelo método variável do produto
dormitório, sendo que totalizou um montante de R$ 8.704,19, decorrentes dos custos com
mão-de-obra direta, matéria-prima e custos indiretos variáveis representados no gráfico 3.

Gráfico 3 - Custo total dormitório – método variável


Custos Totais Domitório

10% 10%

80%

Mão-de-obra direta Matéria Prima Custos Indiretos Variáveis

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

A partir do gráfico 3 pode-se observar que a matéria-prima representa 80% do custo


total, enquanto a mão-de-obra direta representa 10% ou seja, os custos diretos representam
90% do custo total de produção enquanto que os custos indiretos variáveis 10%.
Os custos totais da cozinha são representados pelos valores do quadro 18.

Quadro 18 - Custo total cozinha – método variável


Mão-de-obra direta 923,70
Matéria Prima 4.010,50
Custos Indiretos Variáveis 537,49
CUSTO TOTAL 5.471,69
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)
58

Considerando apenas os custos variáveis como propõem o custeio pelo método


variável, totaliza-se um montante de custos totais de R$ 5.471,69, representado no gráfico 4.

Gráfico 4 - Custo total cozinha – método variável


Custos Totais Cozinha

10%
17%

73%

Mão-de-obra direta Matéria Prima Custos Indiretos Variáveis

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Observa-se que novamente o custo com maior representatividade é a matéria-prima


com 73%, em segundo tem-se a mão-de-obra direta com 17% ou seja, os custos diretos
representam 90% do custo total da cozinha, e o restante 10% são os custos indiretos variáveis.
Após a apuração dos custos totais pelo método variável, constatou-se que assim como
no método absorção o maior custo dos produtos é a matéria-prima. Os custos indiretos
variáveis se manteram inalteráveis em ambos os produtos, o que diferencia é a utilização da
mão-de-obra, que embora a cozinha utilize menos matéria-prima, utiliza mais mão-de-obra
direta, ou seja, leva mais tempo para ser produzida.

4.5 ANALISE DO CUSTO, VOLUME, RESULTADO

Neste item apresenta-se a formação inicial do preço de venda com base no mark-up,
bem como uma análise comparativa com os preços dos concorrentes e o preço atualmente
praticado pela empresa de estudo. Posteriormente apresenta-se os cálculos dos indicadores
59

gerenciais, sendo estes a margem de contribuição, o ponto de equilíbrio e a margem de


segurança operacional.

4.5.1 Formação do preço de venda orientativo

Para a formação do preço de venda orientativo foram utilizados os custos totais pelo
método absorção e a técnica do mark-up, levando-se em consideração o lucro determinado
pela empresa. Posteriormente o preço desejado pelo mark-up foi comparado com o preço já
praticado pela organização. A seguir a composição do mark-up divisor utilizado para calcular
os preços de venda.

Quadro 19 – Elementos que compõe o Mark-up


MARK-UP
100,00
Comissão 6,00
Margem Lucro 20,00
Despesas 2,00
Imposto 8,04
Mark-up Divisor 63,96 0,6396
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

No quadro 19, tem-se que o valor da venda é de 100%, subtraído do valor da comissão
dos funcionários que totaliza 6%, levando-se em consideração que a projetista ganha 2%
sobre o projeto vendido, e os dois funcionários da produção 2% sobre o produto produzido. O
lucro desejado pela empresa é de 20%, a média de despesas é de 2% e os 8,04% de impostos
conforme tabela vigente do Simples Nacional, obtém-se um valor de mark-up divisor de
0,6396. Utilizando-se esse mark-up, foi calculado o preço de venda orientativo para a empresa
analisar com o preço dos concorrentes e verificar as possibilidades de negociação com o
cliente.

Quadro 20 - Preço de venda pelo mark-up


Produto Custo Total Mark-up Divisor Valor Orientativo
Dormitório 11.149,02 0,6396 17.431,24
Cozinha 6.899,69 0,6396 10.787,50
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Com base nos custos totais e de um mark-up de 0,63 pode-se chegar a um preço de
venda conforme apresentado no quadro 19, sendo que este é de R$ 17.431,24 para o
dormitório e de R$ 10.787,50 para a cozinha.
60

Posteriormente a formação do preço de venda pelo mark-up com base nos custos e
lucros desejados pela empresa, pode-se fazer um comparativo com os preços dos
concorrentes, deste modo foi coletado o preço destes.
O concorrente 1 é uma empresa de grande porte situada na mesma região que a
organização de estudo, porem possuem mais filiais em outras localidades, além de trabalhar
com outros produtos além dos moveis sob medida. O concorrente 2 é uma indústria de moveis
com aproximadamente o mesmo porte da empresa estudada também situada na região.
Assim sendo, tem-se o comparativo de preços dos concorrentes, com os preços de
venda pelo mark-up e o preço de venda praticado atualmente pela empresa.

Gráfico 5 - Comparativos preços de venda


Comparativos Preços de Venda
20.000,00
18.000,00
16.000,00
14.000,00
12.000,00
10.000,00
8.000,00
6.000,00
4.000,00
2.000,00
-
Dormitório Cozinha
Preço Mark-up 17.431,24 10.787,50
Preço Praticado 14.503,00 8.471,00
Concorrente 1 16.190,00 9.610,00
Concorrente 2 15.000,00 8.500,00

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Pode-se observar a partir do gráfico 5 que no dormitório o concorrente 1 apresentou


um valor de R$ 16.190,00, o concorrente 2 de R$ 15.000,00 enquanto o preço praticado pela
empresa é de R$ 14.503,00, tem-se ainda que o preço apurado pelo mark-up é de R$
17.431,24.
Na cozinha o concorrente 1 pratica um preço de R$ 9.610,00, o concorrente 2 de R$
8.500,00, o preço pratico pela empresa de estudo é de R$ 8.471,00 e o preço calculado com
base no mark-up é de R$ 10.787,50.
61

Analisou-se com base nos dados apurados, que os preços apresentam uma grande
variação, bem como as formas de passar os orçamentos. Notou-se também que todos os
preços apresentados estão abaixo do preço de venda estimado pelo mark-up, que foi calculado
com base nos custos e margem de lucros desejados pela empresa de estudo que era de 20%, e
também é preciso destacar que a empresa apresenta o menor preço de venda atualmente
praticado. Desta forma foi tomada a decisão de que os preços de venda da empresa podem ser
aumentados, porem para o produto dormitório a margem de lucro de 20% é muito elevada,
aconselhando assim baixar a margem de lucro para 12%, obtendo um mark-up divisor de 0,71
e um preço de venda de R$ 15.493,36, sendo que este preço representa um valor de R$ 990,36
maior do que o preço atualmente praticado pela organização, e ainda assim, coloca a empresa
em um nível de competitividade no mercado aonde atua.
No que tange ao produto cozinha as mesmas decisões são tomadas, acredita-se que o
preço de venda praticado pode ser aumentado, porem a margem de lucro de 20% é muito alta,
levando-se em consideração que o preço calculado pelo mark-up está muito acima do preço
praticado pelos concorrentes, deste modo aconselha-se a empresa a baixar a margem de lucro
desejada para 10%, obtendo um mark-up de 0,73 e respectivamente um preço de venda de R$
9.328,94, sendo este R$ 857,94 maior que o preço atualmente praticado.
Considerando os dois produtos em estudo, nota-se que não podem ser precificados de
forma igualitária, para que estejam em níveis competitivos no mercado é necessário avaliar o
preço percebido pelos clientes em relação aos demais concorrentes, levando-se em conta que
os produtos são exclusivos e buscam atender as necessidades especificas dos clientes, deste
modo tomou-se como base um preço orientativo entre o concorrente 1 que é uma empresa de
maior porte e que não trabalha somente com moveis sob medida e o concorrente 2 que é uma
empresa do mesmo porte da organização estudada o que permite que a empresa tenha
resultados maiores e ainda assim se torne competitiva.

4.5.2 Margem de contribuição

No cálculo da margem de contribuição é necessário diminuir os custos e despesas


variáveis do preço de venda. Deste modo tem-se demonstrado no quadro 21 o cálculo das
margens de contribuição dos diferentes preços já vistos.
62

Quadro 21 – Cálculo margem de contribuição


Dormitório
PV Mark-up PV PV PV PV
Orientativo Praticado Concorrente 1 Concorrente 2
Preço de Venda 17.431,24 15.493,36 14.503,00 16.190,00 15.000,00
(-) Custo Variável 8.704,19 8.704,19 8.704,19 8.704,19 8.704,19
(-) Despesa Variável 2.795,97 2.485,14 2.326,28 2.596,88 2.406,00
(=) Margem de Contribuição 5.931,08 4.304,04 3.472,53 4.888,93 3.889,81
Cozinha
Preço de Venda 10.787,50 9.328,94 8.471,00 9.610,00 8.500,00
(-) Custo Variável 5.471,69 5.471,69 5.471,69 5.471,69 5.471,69
(-) Despesa Variável 1.730,32 1.496,36 1.358,75 1.541,44 1.363,40
(=) Margem de Contribuição 3.585,49 2.360,89 1.640,56 2.596,86 1.664,91
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

A partir do cálculo pode-se observar quais as margens de contribuições geradas por


cada produto em cada um dos preços já vistos, no gráfico 6 segue o comparativo dessas
margens de contribuição.

Gráfico 6 - Comparativo da margem de contribuição


Margem de Contribuição

7.000,00

6.000,00

5.000,00

4.000,00

3.000,00

2.000,00

1.000,00

-
Dormitório Cozinha
Preço de Venda Desejado 5.931,08 3.585,49
Preço de Venda Orientativo 4.304,04 2.360,89
Preço de Venda Praticado 3.472,53 1.640,56
Concorrente 1 4.888,93 2.596,86
Concorrente 2 3.889,81 1.664,91

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Conforme o gráfico 6 a margem de contribuição do dormitório é de R$ 5.931,08 para


o preço de venda desejado, de R$ 4.304,04 para o preço de venda orientativo e de R$
3.472,53 para o preço de venda praticado atualmente. Nos concorrentes obteve-se uma
63

margem de contribuição de R$ 4.888,93 para o concorrente 1 e de R$ 3.889,81 para o


concorrente 2. Nota-se que a menor margem de contribuição é encontrada no preço de venda
praticado pela empresa de estudo e a maior é no preço de venda desejado. A margem de
contribuição pelo preço de venda orientativo ficou intercalado entre o concorrente 1 e o
concorrente 2.
Na margem de contribuição da cozinha obteve-se um valor de R$ 3.585,49 para o
preço de venda desejado, de R$ 2.360, 89 no preço de venda orientativo e de R$ 1.640,56 no
preço de venda praticado. No que se refere ao concorrente teve-se uma margem de
contribuição de R$ 2.596,86 para o concorrente 1 e de R$ 1.661,91 para o concorrente 2.
Novamente o preço de venda atualmente praticado apresenta a menor margem de contribuição
enquanto a maior se encontra no preço de venda desejado.
Observa-se que o dormitório apresenta uma margem de contribuição
consideravelmente maior que a da cozinha, com base nas análises dos custos justifica-se essa
variação ocorre devido à cozinha trazer menor receita para a empresa comparado com o
dormitório, mas em contrapartida necessita de mais tempo no processo produtivo, por se tratar
de um produto com maior número de cortes e detalhes, gerando maior custo com mão-de-obra
direta.
O indicador da margem de contribuição é importante, pois representa qual o valor da
receita que sobrará para o pagamento dos custos e despesas fixas e ainda gerar resultado
(lucro) para a empresa.

4.5.3 Ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio é o indicador que demonstra qual o montante ou a porcentagem


necessária sobre o valor de venda do produto para cobrir seus custos e despesas fixas e
também seus custos e despesas variáveis, sem obtenção de lucros e nem prejuízos, ou seja,
para obter um resultado nulo. Ele é calculado por meio da apuração dos custos e despesas
fixas que posteriormente são divididos pelo valor encontrado no cálculo da margem de
contribuição.
O quadro 22 demonstra o cálculo do ponto de equilíbrio pelos diferentes preços,
aonde a empresa verifica a quanto é necessário de produção e venda para a cobertura de seus
custos.
64

Quadro 22 – Cálculo ponto de equilíbrio Contábil


Dormitório
PV PV PV PV
PV Mark-up
Orientativo Praticado Concorrente 1 Concorrente 2

Custo Fixo 2.444,83 2.444,83 2.444,83 2.444,83 2.444,83


(+) Despesa Fixa
Total 2.444,83 2.444,83 2.444,83 2.444,83 2.444,83
(/) Margem de Contribuição 5.931,08 4.304,04 3.472,53 4.888,93 3.889,81
(=) PEC 0,41 0,57 0,70 0,50 0,63
PEC R$ 7.185,28 8.800,74 10.210,84 8.096,22 9.427,84
Cozinha
Custo Fixo 1.427,99 1.427,99 1.427,99 1.427,99 1.427,99
(+) Despesa Fixa
Total 1.427,99 1.427,99 1.427,99 1.427,99 1.427,99
(/) Margem de Contribuição 3.585,49 2.360,89 1.640,56 2.596,86 1.664,91
(=) PEC 0,40 0,60 0,87 0,55 0,86
PEC R$ 4.296,34 5.642,65 7.373,42 5.284,46 7.290,46
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

No quadro 22 está representado o cálculo do ponto de equilíbrio contábil para cada


preço praticado, bem como seu valor em reais, assim sendo o gráfico 7 traz um comparativo
desses pontos de equilíbrio.

Gráfico 7 - Comparativo do ponto de equilíbrio


Ponto de Equilibrio
1,00
0,90
0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
-
Dormitório Cozinha
Preço de Venda Desejado 0,41 0,40
Preço de Venda Orientativo 0,57 0,60
Preço de Venda Praticado 0,70 0,87
Concorrente 1 0,50 0,55
Concorrente 2 0,63 0,86

Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)


65

De acordo com o gráfico 7 o ponto de equilíbrio do dormitório é de 41% se considerar


o preço de venda desejado, de 57% com o preço de venda orientativo e de 70% pelo preço de
venda praticado. No que se refere aos concorrentes o concorrente 1 obtém um ponto de
equilíbrio de 50% enquanto o concorrente 2 de 63%.
O ponto de equilíbrio da cozinha no que se refere ao preço de venda desejado é de
40%, no preço de venda orientativo é de 60%, e no preço de venda praticado de 87%. Na
concorrência o ponto de equilíbrio é de 55% para o concorrente 1 e de 86% no concorrente 2.
Pode-se observar que o dormitório apresenta um ponto de equilíbrio menor em
qualquer um dos preços praticados em relação ao ponto de equilíbrio da cozinha que chega a
ser de 87% no preço de venda praticado, isso ocorre em função dos custos fixos alocados e da
margem de contribuição gerada nos diferentes preços.

4.5.4 Margem de segurança operacional

A margem de segurança operacional é a faixa do preço de venda que a empresa


passara a obter algum resultado (lucro), deste modo é encontrada com base na subtração da
quantidade vendida e quantidade no ponto de equilíbrio.
Os valores da margem de segurança operacional estão representados no gráfico 8.

Gráfico 8 - Comparativo da margem de segurança operacional


Margem de Segurança Operacional
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
-
Dormitório Cozinha
Preço de Venda Desejado 0,59 0,60
Preço de Venda Orientativo 0,43 0,40
Preço de Venda Praticado 0,30 0,13
Concorrente 1 0,50 0,45
Concorrente 2 0,37 0,14
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

De acordo com o gráfico 8 tem-se que a margem de segurança operacional do


dormitório com base no preço de venda desejado é de 59%, enquanto no preço de venda
66

orientativo é de 43%, já no preço de venda praticado é de 30%. Nos concorrentes tem-se no


concorrente 1 uma margem de segurança operacional de 50% e no concorrente 2 de 37%.
Na cozinha a margem de segurança operacional é de 60% considerando o preço de
venda desejado, de 40% com o preço de venda orientativo e de 13% sobre o preço de venda
praticado. O concorrente 1 apresentou uma margem de segurança operacional de 45% e o
concorrente 2 de 14%.
Observa-se que a margem de segurança operacional da cozinha em relação ao preço de
venda praticado é muito baixa podendo assim ser elevada de 13% para 40% considerando o
preço de venda orientativo, aonde a empresa continuaria concorrente no mercado.

4.5.5 Resultados

Com base na apuração dos custos torna-se possível a apuração dos resultados em cada
um dos preços já vistos, conforme demonstrado no quadro 23.

Quadro 23 – Resultados
Resultados
Dormitório

PV PV PV PV
PV Mark-up % % % % %
Orientativo Praticado Concorrente 1 Concorrente 2

Preço de Venda 17.431,24 100% 15.493,36 100% 14.503,00 100% 16.190,00 100% 15.000,00 100%
(-) Custo Variavel 8.704,19 50% 8.704,19 56% 8.704,19 60% 8.704,19 54% 8.704,19 58%
(-) Despesa Variavel 2.795,97 16% 2.485,14 16% 2.326,28 16% 2.596,88 16% 2.406,00 16%
(=) Margem de Contribuição 5.931,08 34% 4.304,04 28% 3.472,53 24% 4.888,93 30% 3.889,81 26%
(-) Custos Fixos 2.444,83 14% 2.444,83 16% 2.444,83 17% 2.444,83 15% 2.444,83 16%
(=) Resultado Liquido 3.486,25 20% 1.859,20 12% 1.027,69 7% 2.444,10 15% 1.444,98 10%
Cozinha
Preço de Venda 10.787,50 100% 9.328,94 100% 8.471,00 100% 9.610,00 100% 8.500,00 100%
(-) Custo Variavel 5.471,69 51% 5.471,69 59% 5.471,69 65% 5.471,69 57% 5.471,69 64%
(-) Despesa Variavel 1.730,32 16% 1.496,36 16% 1.358,75 16% 1.541,44 16% 1.363,40 16%
(=) Margem de Contribuição 3.585,49 33% 2.360,89 25% 1.640,56 19% 2.596,86 27% 1.664,91 20%
(-) Custos Fixos 1.427,99 13% 1.427,99 15% 1.427,99 17% 1.427,99 15% 1.427,99 17%
(=) Resultado Liquido 2.157,50 20% 932,89 10% 212,56 3% 1.168,87 12% 236,91 3%
Fonte: Dados conforme pesquisa (2016)

Observa-se que no produto dormitório no preço de venda desejado, o custo variável


representa 50% do preço de venda e a despesa variável 16%, enquanto os custos fixos
representam 14%, o resultado líquido é a margem de lucro desejada pela empresa sendo então
de 20%. No que tange o preço de venda orientativo o resultado liquido reduz para 12%,
fazendo com que os custos variáveis aumentem sua representatividade para 56% do preço de
venda, bem como os custos fixos para 16%.
67

O preço de venda praticado atualmente pela empresa traz um resultado líquido de 7%,
fazendo com que os custos variáveis representem um percentual de 60% e os custos fixos de
17%. O resultado líquido do concorrente 1 é de 15% sobre o preço de venda, os custos
variáveis 54% e os custos fixos 15%. Já o concorrente 2 tem um resultado líquido de 10%
sobre o preço de venda, seus custos variáveis representam 58% e os custos fixos 16%.
Nota-se também que o valor dos custos variáveis e dos custos fixos se mantem
inalterados, independentemente do preço de venda praticado, o que apresenta variação são as
despesas variáveis, isso ocorre devido ao fato delas representarem um percentual de 16%
sobre o preço de venda, esse percentual é composto por 8,04% de impostos, 2% de uma média
de despesas e 6% de comissões pagas aos funcionários.
Referente ao produto cozinha o preço de venda desejado traz um resultado líquido de
20%, os custos variáveis representam 51% e os custos fixos 13%. No preço de venda
orientativo o resultado liquido cai para 10%, enquanto os custos variáveis aumentam para
59% e os custos fixos para 15%. O preço de venda atualmente praticado está trazendo para a
empresa um resultado líquido de 3%, o que resulta em um custo variável de 65% sobre o
preço de venda, e um custo fixo de 17%. No concorrente 1 tem-se um resultado de 12%,
trazendo um custo variável de 57% e custo fixo de 15%. O concorrente 2, apresenta um
resultado de 3%, sendo que seus custos variáveis são de 64% sobre o preço de venda e os
custos fixos de 17%.
Observa-se que a empresa de estudo pode aumentar o resultado do produto dormitório
em 5% praticando o preço de venda orientativo, no que se refere ao produto cozinha o
resultado pode ser elevado em 7%. Comparando a representatividade dos custos em relação
aos produtos nota-se que o dormitório apresenta um custo variável menor em relação à
cozinha, porem apresenta um custo fixo maior.

4.6 ANÁLISE DO SISTEMA PROPOSTO

O objetivo deste estudo era de demonstrar como um sistema de custeio pode apurar os
custos de produção, analisar os preços atualmente praticados pela empresa com o de seus
concorrentes e também identificar o valor percebido pelos seus clientes, avaliando os
resultados, os indicadores e as contribuições destes para a gestão.
Deste modo foi produzido um sistema de orçamento que abrange todos os custos,
sendo estes a mão-de-obra direta, a matéria-prima, a mão-de-obra indireta, os outros materiais
utilizados na produção e demais custos indiretos, tais como aluguel, água, luz, propaganda,
68

depreciações entre outros, posteriormente a apuração destes custos o sistema aplica o mark-
up, gerando assim um preço de venda para a produção.
Com base no sistema proposto é possível avaliar os indicadores gerenciais, que são
apresentados pela margem de contribuição, ponto de equilíbrio e a margem de segurança
operacional, essas informações tornam a tomada de decisão mais fácil e precisa, além de
auxiliar os gestores no momento de avaliar os reais resultados trazidos pelos produtos.
Pode-se ressaltar que os mesmo indicadores auxiliam a gestão no momento de avaliar
possíveis descontos ou contrapropostas de clientes, onde se avalia se se tal preço é viável e
também se dá cobertura a todos os custos, sem resultar em futuros prejuízos.
Foi possível observar durante a sistematização dos dados que em alguns casos o lucro
desejado não pode ser aplicado no mark-up, essa conclusão foi tomada no momento em que
notou-se que o preço de venda desejado foi muito superior aos preços praticados pelos
concorrentes, e também do preço atual praticado pela empresa, deste modo caso o preço
desejado fosse aplicado a organização deixaria de ter preços competitivos.
Outra importante observação foi feita no que tange ao preço praticado, a empresa
pratica um preço abaixo dos concorrentes, podendo esse ser elevado levando em consideração
que os produtos apresentam a mesma qualidade. Se o preço de venda orientado for praticado o
lucro do produto dormitório passa de 7% para 12% e o da cozinha de 3% para 10%, e a
empresa continuará em nível competitivo.
CONCLUSÃO

O estudo teve como objetivo geral analisar as contribuições da contabilidade de custos


através de um sistema de custeio que proporcione para uma empresa do ramo industrial de
moveis sob medida qualificação dos seus gestores no gerenciamento da mesma, bem como
mais precisão nas tomadas de decisão, esse objetivo foi inteiramente alcançado no final do
estudo. No que tange os objetivos específicos, foi fundamentada por meio de pesquisas
bibliográficas a teoria da contabilidade de custos, métodos e sistemas de custeio, gestão de
custos e resultados.
Para mapear os processos de produção, bem como apurar os custos, despesas e perdas,
se fez necessário entrevistas despadronizadas com os gestores e aproximação do processo de
produção, fazendo assim a coleta dos dados. No estudo foi analisado dois produtos, durante
essa analise foram elaboradas tabelas, as quais traziam as informações oriundas para o alcance
dos objetivos, tais como os custos com mão-de-obra direta e indireta, o valor da matéria-
prima e dos custos indiretos.
Os quadros são interligadas, deste modo as informações neles contidas foi a base para
apurar o custo total pelo método absorção e pelo método variável, chegou-se então em um
custo pelo método absorção de R$ 11.149,02 para o dormitório e de R$ 6.899,69 para a
cozinha, já pelo método de custeio variável os custos resultaram em R$ 8.704,19 para o
dormitório e de R$ 5.471,69 para a cozinha. Posteriormente a apuração dos custos, foi
necessário a formação do mark-up, considerando a margem de lucro desejada pelos gestores.
Após então a apuração do custo total e a formação do mark-up foi possível formar o preço de
venda desejado, baseando-se no custeio por absorção.
O valor encontrado na formação do preço de venda desejado foi comparado com o
preço praticado atualmente pela empresa e com os preços praticados por dois concorrentes.
Por meio desta análise foi possível observar que a empresa pratica atualmente um preço
menor que o de seus concorrentes, e isso impacta diretamente em seus resultados. Por outro
lado a margem de lucro desejada era muito alta, deste modo para a empresa continuar
competitiva no mercado foi aconselhado diminuir as margens de lucro desejada no dormitório
em 8% e na cozinha em 10%, isso torna os preços de venda mais altos que o preço atual e
mantem a empresa em nível de competitividade em relação aos seus concorrentes.
Posteriormente a estas análises, foram calculados os indicadores gerenciais, com base
nestes foi possível observar que o dormitório proporciona uma margem de contribuição maior
para a empresa, esse fato ocorre devido a cozinha trazer uma receita menor para a empresa,
mas ao mesmo tempo necessita de mais tempo de produção, impactando em um maior custo
com mão-de-obra direta.
Ao realizar este estudo, tornou-se possível observar a importância da contabilidade e
da contabilidade de custos nas das organizações, auxiliando diretamente no seu
gerenciamento. O sistema proposto tornou visível o custo de cada produto e quais são os
custos com maior participação no custo total, bem como o preço de venda, e que o preço nem
sempre trará o lucro desejado à empresa, pois se deve levar em conta o preço percebido pelo
cliente e as variações de preços no mercado. Para a empresa estudada se tornou clara a
relevância de indicadores gerenciais e um sistema seguro para a formação do preço de venda,
sendo que estes tornam as tomadas de decisões mais assertivas.
Concluir esta pesquisa foi de suma importância para mim quanto concluinte do curso
de Ciências Contábeis, tornando ainda mais clara às teorias e práticas trabalhadas em sala de
aula, e a real importância da contabilidade de custos dentro das organizações. Sugere-se que
sejam desenvolvidos estudos futuros sobre o valor percebido pelo cliente na escolha das
empresas de moveis sob medida, quais são os requisitos essenciais que fazem os clientes
escolher entre as empresas.
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