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REVISTA

CESAR

Revista CESAR | 3ª Edição


Startups: cenário nacional
e os mecanismos de apoio

CESAR lança WebSérie


sobre Futuro das Profissões
Crescem os investimentos
em startups CESAR cria
plataforma para
geração de startups
05 Empreendedorismo na academia, no mercado e nas pessoas
Sergio Cavalcante

06
O Boom da startups: um diálogo com a minha mãe
Filipe Pessoa

08 Fuga de cérebros
Silvio Meira

CESAR cria Plataforma Integrada de Geração de Startups


PIGS 10
12OCasecenário
de Sucesso: Fusion DMS

das Startups e mecanismos de apoio no Brasil


14
Tempest: um caso de sucesso internacional
16
18 Do primeiro cliente ao primeiro investimento
O Programa Mind The Bizz

CESAR.LABS estimula a criação de novos empreendimentos


através do Corporate Partners 20
21 A tecnologia e as mudanças no mercado de trabalho
ACONTECE Indústria

22
Investimento em startups cresce e aquece o ecossistema

26 Programa Summer Job


Importância do Design para Competitividade

28
29 CESAR oferece cursos de graduação
Revista CESAR - volume 3
Uma publicação da Gerência de Comunicação Institucional do
CESAR

Jornalista Responsável - Roberta Fernandes (DRT 2457 PE)


Textos - Equipe de Comunicação Institucional CESAR
Claudia Giane
Fabiana Andrade
Juliana Lopes
Vanessa Cintra
Verônica Lemos
Diagramação & Design - Leo Macedo
05

EMPRE
ENDE
DORISMO
na academia, no mercado e nas pessoas.

Empreender no Brasil é um desafio. E isso não é Quando a gente identifica que há um problema na
novidade, principalmente para quem optou em capacidade empreendedora e inovadora do Brasil,
arregaçar as mangas e ter a sua própria empresa. O como é que devemos agir? É nisso que o CESAR vem
empresário tem que perseverar não apenas dentro do trabalhando. Aplicamos na Faculdade CESAR a
seu negócio, estudando o mercado, entendendo o metodologia PBL - Problem Based Learning
cliente, mas principalmente junto à confusão (Aprendizagem Baseada em problemas) e trabalhamos
burocrática, jurídica, trabalhista e fiscal que toma conta com design thinking em diversos projetos. Realizamos
da vida empresarial. Mas não é só isso. O programas diferenciados, como o Summer Job (oferece
empreendedor brasileiro não tem uma bagagem de experiência prática a estudantes brasileiros e
inovação. O universo é restrito e um dos principais estrangeiros) e Open Labs (capacitação para startups
motivos é que não temos uma educação em estágio inicial), além de residências, observatórios
empreendedora. em empresas e aceleração de startups.

Nas universidades, por exemplo, os alunos de um A partir do momento que identificamos problemas
determinado curso não fazem conexão com os demais dentro da área de inovação e empreendedorismo, o
departamentos. As universidades não são uma união CESAR, enquanto instituto de inovação, tem que
de diversidade como deveriam ser. Existe também a reagir. E é isso que estamos fazendo.
mercadofobia dentro do mundo acadêmico, pois a
realidade e problemas do mundo real não chegam
dentro das salas de aula. Muitas vezes, os interesses
dos professores estão conectados com interesses Sergio Cavalcante
pessoais e não da sociedade. A disciplina de design Superintendente do CESAR

deveria ser obrigatória em todos os cursos,


principalmente nos da área de tecnologia. Como
validar uma ideia? Como criar oportunidades? Como
criar cenários futuros? A grande maioria dos nossos
empreendedores não sabem responder essas
perguntas.
06

O Boom das startups: um


diálogo com a minha mãe
Vivemos atualmente um verdadeiro considera que tudo definido como Apesar deste crescimento do
boom global na criação de startups, problema do cliente e na solução número de startups no Brasil, alguns
principalmente no segmento de proposta pelas startups são apenas problemas já foram identificados pela
Tecnologia da Informação e hipóteses que precisam ser testadas, Fundação Dom Cabral. Os principais
Comunicação. Jornais e revistas validadas e renovadas), que ajudam são: a falta de uma oportunidade de
destacam empreendedores e suas os empreendedores a criar suas negócios concreta para exploração
startups, taxistas quebram carros de startups. pelas startups; dificuldade de montar
motoristas de Uber, restaurantes um bom time; escassez de capital
locais começam a receber Outra coisa importante, os nos estágios iniciais de
pagamento em Bit Coins e minha Millennials, nascidos no início dos desenvolvimento e falta de
mãe, uma professora aposentada de anos de 1980 entraram em idade estratégia e método para
70 anos, me chama para conversar produtiva nos últimos anos e eles desenvolvimento das startups e seus
sobre o assunto. gostam de tecnologia e querem produtos.
empreender.
Filipe, o que é esse negócio de Como é que vocês no CESAR
startups de que tanto estão E por que dizem que as startups são ajudam as startups a se
falando? É uma empresa pequena? tão importantes? desenvolverem?

Não, mãe. Startups não são Diversos estudos realizados por No CESAR nós aceleramos startups.
empresas pequenas. São instituições como Banco Mundial e Ou seja, aplicamos uma metodologia
organizações de pessoas que estão OCDE apontam para as startups estruturada que fornece
buscando encontrar um modelo de como os principais veículos de acompanhamento, mentorias de
negócio para produtos ou serviços geração de riqueza e introdução de empreendedores experientes, capital,
novos. Ou seja, é uma forma em que inovação. As startups também criam consultorias especializadas e
as pessoas se organizam para criar e mais e melhores empregos nas conexões com parceiros e clientes. O
vender um produto ou serviço novo, economias nacionais. Em diversos objetivo é fornecer as ferramentas
que os clientes paguem e que gere países, como Finlândia, Israel e para que as startups consigam, de
dinheiro suficiente para que a startup Austrália, o incentivo à criação de maneira rápida, eficiente e barata,
cresça, se desenvolva e vire uma startups faz parte da estratégia de criar um produto ou serviço mínimo
empresa. Como estão trabalhando fortalecimento da economia nacional, que os clientes queiram adquirir.
em algo novo, e há muito risco com incentivos financeiros vindos do
envolvido, na maioria das vezes as governo. E no seu trabalho, com quantas
startups falham e nunca chegam a startups vocês já trabalharam?
O Easy Taxi é uma startup do Brasil,
virar uma empresa propriamente. não é? Como são as startups aqui Nos últimos três anos, avaliamos
Meu filho, mas por que tem startups no Brasil? cerca de 300 startups, a maioria
em todos os cantos agora? originada em Pernambuco. Destas,
Sim, o Easy Taxi surgiu aqui sim. No apenas 23 foram levadas ao Comitê
Os custos de montar startups no Brasil, uma pesquisa da revista HSM de Investimentos para apresentação
setor de TIC caíram cerca de 100 mapeou 15.000 startups no ano de a investidores privados, 15 foram
vezes nos últimos 15 anos, ficou 2016 e existem diversas iniciativas, consideradas aptas a receber
muito barato dar os primeiros passos tanto públicas, como privadas, que investimentos, oito foram
para construir software e usar buscam apoiar as startups nacionais. efetivamente investidas e aceleradas,
infraestrutura para suportá-lo. Além Como exemplo, temos o SEED em e três puderam ser consideradas
disso, empreendedorismo foi Minas Gerais e o FINEP Startup. No casos de sucesso.
sistematizado como disciplina e primeiro caso, para startups ainda em
existem metodologias, como Lean fase inicial, com recursos não- Por que tão poucas recebem esse
Startups (método de gestão em que reembolsáveis. Já no segundo, com incentivo, meu filho?
produtos e serviços são aportes de capital em startups que
apresentem protótipos funcionais e Na nossa experiência, existe ainda
desenvolvidos no menor tempo e ao um distanciamento dos
menor custo possível) e Customer algumas vendas no mercado.
empreendedores de potenciais
Development (metodologia que
clientes e suas demandas - sendo juntar a comunidade empreendedora
que parte significativa das soluções com setores da economia local. De
apresentadas surgiram de ideias dos forma organizada, trabalharemos
empreendedores e não de melhor a identificação de
problemas concretos identificados oportunidades de inovação
junto a clientes. Outro problema que concretas, levaremos às startups e
07
encontramos é a ausência do uso de vamos incentivá-las a criar soluções
metodologias de prototipação rápida para estas oportunidades.
e validação das soluções em
desenvolvimento – às vezes gasta- Meu filho, você pode me levar para
se muito tempo para desenvolver conhecer uma startup? Quem sabe
algo que, quando levado ao cliente, não posso ajudar os meninos a...
ele não quer ou não precisa. Mãe, a senhora não vai querer ser
E o que vocês estão fazendo para empreendedora, vai!? Mas se quiser,
ajudar estes meninos que querem pode. Vamos fazer uma visita ao
empreender e têm dificuldade? CESAR.LABS?

Temos uma iniciativa, junto com o


SEBRAE e o Núcleo de Gestão do
Porto Digital, chamada Mind the Bizz,
que serve para preparar melhor os
empreendedores que estão na fase
anterior à aceleração. Ajudamos a
absorver e aplicar métodos para
identificar oportunidades de criar
soluções para problemas relevantes
para potenciais clientes. Também
orientamos na melhor maneira de
criar os produtos e serviços, bem
como testá-los junto a possíveis
clientes. Outra iniciativa que vamos
iniciar em breve tem o objetivo de

Fotografia: Alcione Ferrira

Ps1: Este diálogo fictício é dedicado à


minha mãe, que, como toda boa
professora, tem muita imaginação e
gosta sempre de aprender sobre
coisas novas.

PS2: Todas as informações


apresentadas nas minhas respostas
são verídicas.

Filipe Pessoa,
executivo chefe de
empreendedorismo do CESAR.
08 Foto Divulgação

Silvio Meira,
Professor emérito da UFPE e
fundador do CESAR.

fuga de cérebros
CESAR lança WebSérie sobre o Futuro das Profissões.
O primeiro vídeo, com Silvio Meira, aborda como o Brasil
pode evitar que profissionais qualificados deixem o país.
De acordo com dados da Receita Federal, entre 2014 e Segundo Silvio, as pessoas estão procurando os trabalhos
2016 foram entregues 55.402 Declarações de Saída do futuro, que estão ligados a genética, a nanotecnologia,
Definitiva do País, um crescimento de 81,61% na nas plataformas, mercados e rede, nas novas formas de
comparação com o triênio anterior. Esses dados só articular a sociedade. “Se a gente não olhar para o futuro e
confirmam que os brasileiros cansaram de esperar o país ficar tentando recuperar o Brasil em função de produtos, de
dar certo e quem está disposto a começar do zero no serviços, de sistemas de produção e de coisas associadas
exterior são profissionais qualificados, investidores e ao passado, aí é que a gente vai ter mais brasileiros
empreendedores. Para Silvio Meira, professor emérito da deixando o Brasil e menos brasileiros que estão fora
UFPE e fundador do CESAR, apesar do mundo estar em voltando”.
crise, como nos Estados Unidos e vários países da Europa,
o caso do Brasil é mais grave. “No Brasil, a crise afeta a Para assistir ao vídeo completo e acompanhar a WebSérie
confiança das pessoas no futuro do país. E o nome dessa acesse youtube.com/cesarinovacao
crise é a permanente fuga de cérebros”, afirma.

No primeiro vídeo da WebSérie sobre o futuro das


profissões, Silvio aborda a importância do país criar
condições para que as pessoas acreditem no potencial de
desenvolver o Brasil. “A gente precisa esquecer de certas
reencantações que se faz da economia do passado. A
gente, sistematicamente, fica apostando em refinarias de
petróleo, em fábricas de automóveis. Essas coisas não vão
interessar aos brasileiros competentes, que estudam e
desenvolvem seus conhecimentos no Brasil. Também não
vai interessar a quem está fora voltar para cá”, afirma.
Sua Startup no
CESAR.LABS
Nossos
diferenciais:
Consultorias - Um time de especialistas do CESAR nas mais diversas
áreas do conhecimento.
Laboratórios - UX, sistemas embarcados, robótica e prototipação 3D.
Business Design - Desenvolvimento de estratégias em conjunto com
a área de negócios do CESAR.
Programas Educacionais - Workshops customizados, oficinas de ideação,
além de 50% de desconto nos cursos online da Faculdade CESAR.
Client Day - Evento de graduação das startups, onde elas apresentam seus
serviços/produtos para o mercado.

www.cesarlabs.com
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start
ups
CESAR cria Plataforma Integrada de
Geração de Startups

Fotografia
Alcione Ferreira
11
Pesquisas realizadas pela Fundação Dom Cabral, nos anos de 2012 e 2014,
respectivamente, revelaram as causas da mortalidade de startups brasileiras. O
primeiro relatório constatou que os empreendedores brasileiros que tiveram suas
empresas fechadas se escondem atrás de uma cultura de intolerância ao fracasso e
deixam o insucesso ser um desestímulo para o empreendedorismo em série no
Brasil. Mas por que essas empresas não conseguem se estabelecer no mercado?
Quatro pontos foram destacados: falta de conexão do produto com uma
necessidade concreta de mercado; dificuldade de montar um bom time; escassez de
capital e falta de estratégias de negócios.

Já em 2014, a pesquisa foi focada em compreender características, comportamentos


e atitudes de empreendedores de startups. Baseado nisso, ficou constatado que o
número de sócios envolvidos é um fator de risco para a sobrevivência da startup; o
volume de capital investido, anterior ao início das vendas, pode representar um risco à
sobrevivência do negócio; e o local de instalação pode determinar as suas chances
de sucesso.

Observando esses cenários, o CESAR criou a Plataforma Integrada de Geração de


Startups (PIGS). “Com os dados dessa pesquisa realizada pela Fundação,
acrescentando o nosso aprendizado adquirido na aceleração de duas turmas de
startups no CESAR.LABS, montamos a plataforma que vai começar a funcionar ainda
neste segundo semestre”, afirma Filipe Pessoa, executivo chefe de
empreendedorismo do CESAR.

Ampliar a eficiência de geração de startups, atuando nos elos anteriores à aceleração


propriamente dita, ou seja, nas fases de identificação das oportunidades de inovação
e nas práticas de exploração é um dos objetivos do projeto, que é dividido em três
fases. Na primeira, chamada de Observação, a meta é identificar oportunidades de
inovação em segmentos de mercado ou cadeias de valor específicas. Em seguida
será feita a fase de Experimentação, onde serão realizadas atividades de exploração
e prototipação partindo dos briefings de inovação. Por fim, é a hora da Aceleração,
onde será utilizada a metodologia já desenvolvida e testada pelo CESAR de forma
intensiva em times de empreendedores para seu amadurecimento.

Nesta etapa final do programa, as startups contarão com acompanhamento


estruturado em mentorias, capital, consultorias especializadas e conexões. “Os times
terão um período de até nove meses para chegar a um MVP (Produto Mínimo Viável)
que gere demanda por parte dos clientes potenciais, cujas oportunidades de
inovação foram identificadas e exploradas nas fases anteriores da plataforma”,
explica Filipe. O programa também vai qualificar 80 potenciais empresários em
métodos e processos de identificação e exploração de oportunidades de inovação,
bem como em prototipação e validação de MVPs, além da criação de um documento
metodológico contemplando as etapas de realização do projeto contendo exemplos
ilustrativos da aplicação da metodologia.
12
CASE DE SUCESSO

fusion|dms
Conheça a startup, acelerada pelo CESAR.LABS,
que cresceu em faturamento 431% em um ano

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Cento e cinquenta clientes em expansão internacional e criar sucesso”. A empresa não deu certo e
distribuídos em 22 estados, cobrindo, parcerias estratégicas para o em 2009 ele voltou ao mercado de
desta maneira, todas as regiões do crescimento da empresa”, afirma trabalho. “Apesar de trabalhar em
país. Trinta e dois funcionários e um Emílio. uma empresa e ter meu dinheiro no
crescimento de 431% no faturamento final do mês, não tirei a ideia de ter
de 2016 para 2017. Esses são alguns A história de empreendedorismo de meu próprio negócio. A Fusion
dados da Fusion DMS, empresa que Emílio começou cedo, aos 15 anos. surgiu nesse momento”.
entrou no processo de aceleração do Hoje, com 32, o empresário conta
CESAR em 2014. Os planos para o que teve que mudar o modo Para o segundo negócio, além de
futuro são muitos. Segundo Emílio tradicional de pensar o negócio. estudar o mercado, ele fez algo
Saad Neto, CEO da Fusion DMS, a diferente. “Não abri uma empresa e
“Quando abri o meu primeiro saí por aí vendendo. Desta vez eu fiz
expectativa para este ano é triplicar o negócio, em 2008, eu achava que só
faturamento e chegar na casa dos R$ um produto mínimo viável (MVP),
era ter uma ideia e trabalhar bastante. passei três anos desenvolvendo e
4,5 milhões. Mas não para por aí. Na realidade, a gente tem que subir
“Para 2018 estamos pensando em testando a solução em empresas
degrau por degrau para conseguir ter reais que toparam participar sem
13

para mim foi ter passado pelo Foto Divulgação


processo de aceleração do CESAR”,
comenta Emílio.

Para Emílio, o processo de


aceleração foi bem mais do que
mentorias. Ele pôde conhecer o
ecossistema existente no Recife. “Na
primeira empresa eu trabalhei
sozinho. Na Fusion, consegui me
relacionar e aproveitei o melhor que
o CESAR, o Porto Digital e o
ecossistema podem oferecer a um
empreendedor”. Participando do
programa do CESAR.LABS, ele
conheceu investidores e grandes
empresários e assim pôde trocar
experiências. “Depois de um mês de Emilio Saad Neto,
CEO da Fusiontrak | DMS.
aceleração, a gente mudou
completamente a solução e o valor
agregado de que entregamos para o
mercado e tudo começou a dar mais
certo. Em 2016, com toda crise, a
Fusion conseguiu crescer 431% em
termos de faturamento, e eu não
estou falando de 10, 20 mil reais. Eu
estou falando de um faturamento
bem maior que um milhão de reais”.
No começo de 2017, a empresa
conseguiu fechar com um fundo de
investimento do Recife.

nenhum custo, mas que me cederam “Sobre a Fusion eu tenho duas


um ambiente para entender melhor o certezas: a primeira é que vamos ser
negócio”, afirma Emílio. uma empresa muito grande. A outra
é que vamos ser sempre uma
Em 2014, ele abriu a FusionTrak - empresa do Recife. A gente nunca
como a empresa era chamada vai sair do Porto Digital, sempre
inicialmente - montou equipe e vamos vivenciar esse ecossistema”,
começou a vender. Neste mesmo finaliza Emílio.
ano ele concorreu ao processo de
aceleração do CESAR, o que fez
mudar a sua visão de empreender. “É
um engano achar que o grande
divisor de água da primeira empresa
que deu errado para hoje foi o fato
de ter estudado o mercado e ter feito
o MVP. O grande divisor de água
14

O cenário das Startups e


mecanismos de apoio no Brasil

O ecossistema brasileiro de startups cresce a todo vapor, e Dentre as iniciativas existentes, pode-se destacar: Inovativa
prova disso são os numeros no Brasil. Na base da Brasil (do MDIC), Startup Brasil (MCTIC) e Sinapse da
Associação Brasileira de Startups (ABStartups), uma Inovação (FAPESC, FAPEAM, FAPES).
entidade sem fins lucrativos que promove o ecossistema
brasileiro desde 2011, existem mais de 4.200 empresas Nos programas privados, as empresas é que concebem e
cadastradas. Segundo os dados da associação, São Paulo operam, sozinhas ou por meio de parcerias, o processo de
lidera a lista de Estados com maior número de identificação, seleção e desenvolvimento das startups,
empreendimentos. No total são 1.320. Minas Gerais como é o caso do Corporate Partners, desenvolvido pelo
aparece em segundo lugar, com 365 e Rio de Janeiro com CESAR. Segundo Deborah Vieitas, CEO da Amcham
343. Pernambuco está na sétima posição, com 114 Brasil, promover a inovação é o único caminho para
empresas cadastradas. consolidar um setor privado nacional cada vez mais
competitivo, resiliente e com abertura internacional. “As
Mas não é somente o número de startups que cresce. startups são hoje a fonte principal no desenvolvimento de
Programas de apoio ao empreendedorismo inovador e novos produtos e serviços, e o papel da Amcham Brasil é
startups também vêm surgindo de maneira expressiva nos conectar essas inovações com as grandes corporações e
últimos anos. De maneira geral, elas podem ser também investidores’’, afirma Deborah.
classificados em dois grupos: público e privado. Nos
programas públicos é o governo (federal, estadual ou Mas apesar de crescente, nem todos os programas de
municipal) que aporta os recursos para a viabilização. incentivo atendem as necessidades reais do ecossistema.
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Quem afirma isso é Luiz Gomes, um dos community aceleradoras, parques tecnológicos), clusters de inovação
leaders do Mangue.zal. “Os programas estão aprendendo (existência de aglomerações produtivas fundamentadas na
sobre o contexto de startups e, muitas vezes, erram na inovação), políticas públicas (programas, projetos e
aproximação por olharem esse contexto com a cabeça dos legislação para estímulo à inovação) e governança
negócios de tecnologia do início dos anos 2000”, afirma. (formalização e interação entre os atores do ecossistema).
Apesar disso, ainda segundo Luiz, alguns programas se
destacam pelo “impacto positivo tanto no negócio quanto “O caso do Recife é um bom exemplo da estruturação de
nas comunidades locais, como é o caso do SEED-MG, um ecossistema de inovação que vem promovendo um
CUBO/Google Campus-SP, ACATE-SC e ACE-SP”. desenvolvimento sustentável na região, gerando
tecnologia, trabalho e renda”, afirma Carlos Eduardo
Inovação - O Brasil vem implantando ações para aprimorar Negrão Bizzotto, coordenador de projetos da Associação
os ecossistemas de inovação nas diferentes regiões. Para Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
verificar o grau de consistência desse ecossistema é Inovadores - Anprotec.
preciso avaliar suas distintas dimensões, entre elas:
talentos (existência de empreendedores), ICTI (laboratórios
e pesquisadores para geração de novas ideias e
tecnologias), capital (disponibilidade de recursos
econômicos e financeiros para geração e desenvolvimento
de inovações), ambientes de inovação (incubadoras,
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TEMPEST
um caso de sucesso internacional

Foto Divulgação
Para que isso acontecesse foi necessário sair do CESAR.
“Como empresa incubada nosso objetivo sempre foi o
spino, e para isso deveríamos buscar projetos fora do
CESAR’’.

‘’Outra coisa que também logo percebemos é que


permanecer trabalhando apenas em projetos pontuais do
CESAR não nos traria a receita recorrente que precisávamos,
e assim, enquanto trabalhávamos nos projetos, paralelamente
iniciamos um esforço para diversificar a nossa oferta de
serviços. Essa estratégia foi o que pavimentou o nosso
caminho como empresa sustentável e permitiu o crescimento
desde então”, afirma Evandro.

No ano seguinte foi aberta a filial de São Paulo e em 2012


iniciou a operação em Londres, no Reino Unido. A
internacionalização não foi algo que aconteceu por acaso.
“Não foi bem uma oportunidade que se apresentou, mas sim
uma que nós próprios criamos”, comenta Evandro. “Alguns
clientes do sudeste tinham sede no exterior e gostavam dos
nossos serviços. Estávamos cientes, portanto, de que nosso
padrão de serviços e de atendimento não devia nada em
qualidade ao mercado externo”.

A operação da empresa vem dando continuidade ao plano de


crescimento fundamentado em três pilares: expansão da
internacionalização, diversificação do portfólio de ofertas e
incremento dos investimentos - em equipe, P&D e em
startups, como é o caso da El Pescador e da CoinWISE. Em
2015, a Tempest adquiriu 70% do capital da El Pescador, que
oferece serviços inovadores e especializados no
aculturamento da segurança da informação. “Temos apoiado
Evandro Hora, com investimentos em inovação, novos produtos e
Sócio-fundador e presidente do conselho da Tempest. tecnologias para a expansão da oferta, além de marketing”,
detalha Evandro.
Com 17 anos de experiência em soluções de Já a CoinWISE surgiu dentro da própria Tempest. “Há dois
cibersegurança e combate a fraudes digitais, a Tempest é anos criamos um laboratório de inovação e novas
referência no mercado pela sua expertise técnica, tecnologias, e investimos em pesquisa e desenvolvimento
integridade, maturidade operacional e capacidade de para ver o que poderia sair dali. Em janeiro deste ano ocorreu
entrega. Criada no ano 2000 por estudantes da UFPE, a o spino desse laboratório, sob a forma da startup CoinWISE,
Tempest nasceu dentro do CESAR. Segundo Evandro Hora, também com personalidade própria, especializada na
sócio-fundador e presidente do conselho da Tempest, eles tecnologia dos blockchains e suas aplicações, o que inclui as
estavam no lugar certo e na hora certa. “Em 1998 éramos criptomoedas. Como é uma startup, também estamos
estudantes da UFPE e o CESAR estava começando a apoiando com investimentos e várias ações nesse início do
incubar empresas. Certamente que nossa expertise em seu ciclo de vida”, afirma.
segurança da informação chamou a atenção, pois o
comércio eletrônico no Brasil estava começando e Atualmente a companhia conta com cerca de 170
obviamente, a fraude. Assim nasceu o convite para a colaboradores e atende clientes de médio e grande porte dos
incubação, o que ocorreu no ano 2000”. principais setores do mercado do Brasil e de países como
Inglaterra, Estados Unidos, Suíça, Chile e Argentina. Em 2016,
Em 2003, a empresa viu a necessidade de aumentar sua a Tempest faturou R$ 30 milhões e a meta para este ano é de
participação no mercado e contratar mais colaboradores. R$ 50 milhões.
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Do primeiro cliente ao primeiro investimento
Programa Mind The Bizz chega a sua quarta turma e se consolida como uma formação para negócios nascentes
no Porto Digital
Foto Divulgação

Em todo ambiente de inovação é sempre importante a inovação e investimento. “A metodologia traz para os
renovação dos empreendimentos, das capacidades das negócios desenvolvidos os conhecimentos em lean
pessoas e o surgimento de novas oportunidades de startup, design thinking, customer development e cenários
negócios. Entretanto, a falta de uma formação faz com que de futuro para as equipes terem as capacidades
muitos empreendimentos fechem suas portas nos necessárias para lançar no mercado algo novo e captar o
primeiros cinco anos de vida. primeiro investimento com investidores”, explica Ed Dantas,
consultor de empreendedorismo do CESAR.
Os dados são baseados na Pesquisa de Sobrevivência
das Empresas no Brasil (2013), feita pelo IBGE. Muitos O Programa é destinado para empreendedores e gestores
fatores estão relacionados a essa alta taxa de mortalidade de empresas que tenham um novo produto ou serviço
dos negócios. O principal deles apontado pelo SEBRAE em como potencial negócio disruptivo, dentro de uma empresa
outras pesquisas é em relação ao pouco conhecimento de já existente ou a partir de uma nova startup a ser criada. “O
mercado devido à ausência de planejamento por parte dos programa é um processo fundamental para qualquer
empreendedores. Pensar em negócio e fazer negócio é empreendedor, seja ele iniciante ou mais experiente, que
algo pouco trabalhado nas formações de base, em esteja querendo aperfeiçoar o seu negócio, projeto ou ideia,
universidades e no dia a dia dos brasileiros. Por isso, o buscando aprender novos conceitos e abrir a mente para
conhecimento inicial para fazer nascer um negócio está novas abordagens”, afirma Toni Azevedo, do BloodStream
hoje reunido em uma formação chamada Mind The Bizz e sócio da agência Fishy, que participou da terceira turma
(MTB), do Porto Digital, em parceria com o Sebrae do MTB.
Pernambuco, e com execução do CESAR, por meio de sua
Segundo Breno Jaruzo, coordenador do MTB, a maioria das
aceleradora CESAR.LABS.
equipes dos empreendimentos que entram no programa
O Mind The Bizz, que no mês de setembro entra na sua são formadas por técnicos que não têm boa noção de
quarta turma, é um Programa para novos negócios que como formatar um produto como negócio para o mercado.
acontece por 10 semanas com uma imersão em trabalhos Um dos principais objetivos também é qualificar
práticos e conhecimentos atuais sobre empreendedorismo, empresários e executivos de pequenos negócios através
Fotos Divulgação

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Breno Jaruzo

Hugo Gomes

Toni Azevedo

de ações integradas com foco na transformação de ideias


em projetos estruturados. “Quando algum negócio
nascente que faz parte do Mind The Bizz consegue validar
o produto e vender para alguém é uma grande vitória para
a gente. Também não podemos deixar de citar que
empreendedores já maduros nos procuram para ajudar a
formatar novos produtos”, afirma Breno.

Outro ponto importante que deve ser destacado é que oito


dos 37 empreendimentos que passaram pelo programa
entraram em incubadoras ou aceleradoras, como é o caso
da EcoLivery, que passou pelo MTB há um ano e hoje é
acelerada em Minas Gerais no Programa SEED. Para Hugo Ed Dantas

Gomes, CEO da EcoLivery, foi importante participar do MTB


e conseguir estruturar uma metodologia de inovação. “Nós
já tínhamos clientes quando participamos do programa,
mas queríamos validar nossos serviços e produtos e não
sabíamos exatamente como fazer isso. Através de oficinas
e consultorias, conseguimos fazer a validação e
implementar a inovação de forma estruturada. Usamos a
metodologia até hoje sempre que precisamos oferecer um
novo serviço aos clientes”.
20

CESAR.LABS
estimula a criação de novos empreendimentos
através do Corporate Partners
Com o intuito de ampliar a aceleração de startups, e as breve, estar anunciando os primeiros investimentos”,
aproximar de empresas maduras, o CESAR.LABS criou o comenta.
programa CESAR.LABS Corporate Partners. Segundo Eiran
Simis, gerente de empreendedorismo do CESAR, o “Estamos gostando muito do programa. Embora ainda não
programa tem como objetivo realizar investimentos tenhamos conseguido selecionar uma startup para
conjuntos em startups que atendam requisitos acelerar, as etapas de definição da tese de investimentos e
previamente acordados entre o CESAR.LABS e uma de seleção, com a nossa participação direta no processo de
corporação com foco em um segmento de mercado. "A avaliação das candidatas indicadas pelo CESAR.LABS,
execução e gestão compartilhada dos investimentos nas com contatos e apresentações de cada negócio, já estão
startups é a principal característica do programa. O sendo uma experiência enriquecedora para a Procenge no
CESAR.LABS e o Corporate Partners dividirão os riscos e âmbito de sua estratégia de inovação aberta”, afirma José
retornos dos investimentos em proporções iguais, Luna, diretor de produtos & inovação da Procenge.
contribuindo com o mesmo montante de capital na Atualmente estão sendo avaliadas mais de 200 startups
iniciativa. Atualmente temos três empresas parceiras no que participaram da primeira chamada do Corporate
programa, que são Neurotech, URJA Social e Procenge", Partners. A previsão é que seis empresas entrem no
afirma. programa de aceleração neste segundo semestre.
Segundo Rodrigo Cunha, diretor de inovação da Neurotech,
o processo de seleção de startups para investimento tem
sido muito rico de aprendizado e de melhor conhecimento
do mercado de startups em Fintech e AdTech. “Temos tido
oportunidade de conhecer diversas empresas e
empreendedores em maiores detalhes e realizar provas de
conceito para atestar a sinergia prática entre as soluções
da Neurotech e as soluções das startups. Esperamos, em

Fotos Divulgação

Eiran Simis, José Luna, Rodrigo Cunha,


Gerente de Empreededorismo Diretor de Produtos & Inovação Diretor de Inovação da Neurotech.
do CESAR. da Procenge.
ACONTECE
INDÚSTRIA 21
Como o Brasil está se preparando para a Quarta Revolução Industrial? O ACONTECE Indústria, que
será realizado dia 21 de setembro, em São Paulo, reúne especialistas para debater sobre o Futuro do
Trabalho.

Quem nasceu no mundo analógico mais velhas, pessoas que estão FGV; e Patricia Ellen, da McKinsey;
sempre escutou que o futuro seria ampliando as suas capacidades em com mediação de Adriana Salles,
das máquinas. Talvez essas mesmas função das máquinas e outras que editora chefe da Revista HSM.
pessoas não achassem que o vão ter seu trabalho radicalmente
“futuro” estaria tão presente em suas modificado por conta das máquinas. Para Silvio Meira, doutor em
vidas. No século XX, o mundo era Aliado a isso, nós também vamos computação pela University of Kent
altamente tecnológico apenas nos debater sobre políticas públicas, at Canterbury (Inglaterra),
livros e filmes de ficção científica. focando como a sociedade está se responsável pela provocação final do
Mas a história mudou, o mundo preparando para essas mudanças", evento, é necessário criar condições
mudou, e os avanços na tecnologia comenta Eduardo Peixoto, executivo para que os brasileiros acreditem no
estão mexendo nas estruturas do chefe de Negócios do CESAR. potencial do país, acreditem no
mercado de trabalho. Mas será que o potencial de se desenvolver e
Brasil está preparado para essa O ACONTECE Indústria será dividido desenvolver o Brasil. “O que essas
Quarta Revolução Industrial? em dois blocos. No primeiro, o pessoas estão procurando são os
debate gira em torno da questão: trabalhos do futuro. Os trabalhos do
Como será o futuro do trabalho “Como as tecnologias irão mudar os futuro estão em genética, estão em
daqui para frente? É em cima dessas postos de trabalho que conhecemos nanotecnologia, estão em
questões que o ACONTECE hoje?”. Marcos Vinicius, do Ministério plataformas, mercados e redes, nas
Indústria será realizado no dia 21 de da Indústria, Comércio Exterior e novas formas de articular a
setembro, na Câmara de Comércio Serviços; Fábio Maia, do CESAR; e sociedade”, afirma.
Árabe-Brasileira, em São Paulo. Vitor Teles, da Festo; com mediação
de Manoel Fernandes, da Bites Informações e inscrições sobre o
O evento, organizado pelo CESAR, Consultoria; vão falar sobre “Quais evento ACONTECE Indústria no site:
trará discussões acerca das visões tecnologias estão surgindo?”, “Quais https://www.cesaracontece.org/indu
sobre o mercado de trabalho, a postos de trabalham serão extintos?” stria
tecnologia como agente e “Quais serão os empregos do
potencializador de mudança neste futuro?”. Já no segundo bloco o tema
mercado e os impactos desse será “Depois da inteligência artificial
fenômeno na indústria. “Nós vamos e da automação, como lidar com uma
discutir as relações de trabalho nas sociedade de muitos
organizações, pois em um futuro desempregados?” e terá como
muito próximo vamos ter no mesmo debatedores José Carlos Cavalcanti,
ambiente pessoas mais novas e Creativante; Eduardo Magrani, da

As revoluções industriais
A Quarta Revolução Industrial, também conhecida como 4.0, acontece após três processos históricos que transformaram o
mundo. A primeira tem como principal característica a criação do sistema fabril mecanizado, entre os anos de 1760 e 1830. A
segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do
século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações. Agora, a quarta mudança traz
consigo uma tendência à automatização total das fábricas.
22

INVESTI
MENTOS
em startups crescem e aquecem o ecossistema
No Brasil há um grande número de em 2016. Também foi revelado que o haver estímulo tributário como em
empreendedores que buscam total de investimentos no ano muitos países do mundo. O
recursos para alavancar suas startups. passado foi de R$ 851 milhões e este investimento anjo é um investimento
A boa notícia é que existem montante foi investido por 7.070 produtivo, gera desenvolvimento,
investidores dispostos a apostar em investidores anjo. A pesquisa aponta emprego e renda, sendo
projetos inovadores. Uma pesquisa que cada investidor aplicou uma fundamental para que as startups
realizada pela Anjos do Brasil, média de R$ 208 mil em projetos de tenham mais chances de sucesso”,
organização sem fins lucrativos com a startups inovadoras. afirma Maria Rita.
missão de fomento ao investimento O conteúdo completo você encontra
anjo e apoio ao empreendedorismo no blog do CESAR.LABS Esse amadurecimento dos
de inovação brasileiro, revela que o http://bit.ly/PesquisaAnjosdoBrasil empresários também é notado por
investimento anjo no país cresceu 9% Filipe Pessoa, executivo chefe de
empreendedorismo do CESAR. "A
Foto Divulgação partir da nossa experiência e
resultados alcançados nos últimos
três anos, temos recebido a
aproximação de investidores anjo
que buscam metodologias
consolidadas de investimento em
Segundo Maria Rita Spina Bueno,
startups. Outra tendência
diretora executiva da Anjos do Brasil,
interessante é que, além de pessoas-
a perspectiva para 2017 é positiva,
físicas, este movimento está se
considerando tanto o movimento
espalhando para empresas locais de
histórico, como o amadurecimento
maior porte, que desejam investir em
do mercado e surgimento de
startups como forma de
melhores projetos de startups. “O
complementar suas ofertas e
número de investidores anjo tem
explorar a base de clientes que já
aumentado em função do
possuem. Acredito que nosso
amadurecimento do ecossistema e
Maria Rita Bueno, próximo desafio, em conjunto com
Diretora Executiva da Anjos do Brasil. de melhores projetos à disposição
estes investidores, irá além de
para os investidores, apesar de não
23

identificar e investir em novas conta Ubirakitan Maciel, diretor Na sequência criaram a Kurier.
startups. Devemos desenvolver executivo da neuroUP. Ambas funcionam até hoje. Entre os
mecanismos de criação de startups Foto Divulgação anos de 2008 e 2009, o empresário
concentradas em oportunidades de saiu da operação das empresas, mas
inovação relevantes para economia manteve a sua participação acionária,
local que tenham, também, potencial que é de 32%. “Um dos motivos da
de atender o mercado nacional”. saída foi justamente para preparar
para novas iniciativas voltadas para
A neuroUP, startup que faz parte do empreendedorismo e inovação”, diz
portfólio do CESAR.LABS, é um Yves. Em 2013 abriu a Tynno
exemplo de empreendimento que Negócios e Participações e o olhar
recebeu investimentos, tanto da área para esse mercado de investimento
de fomento: Start-UP Brasil/ MCTI- começou a ganhar um formato mais
CNPq e FACEPE; como capital profissional. “Visitamos algumas
semente do CESAR em parceria com aceleradoras, a exemplo da ACE, em
investidores anjos e uma rodada São Paulo, a Start You Up, 21212, e
seguinte com os mesmos em 2014, quando estávamos
investidores. “Os investimentos são conversando com o pessoal do
importantes para acelerar e viabilizar CESAR, ficamos sabendo do
ciclos de validação do negócio. A CESAR.LABS e tomamos a iniciativa
relação com os investidores tem sido Para entender melhor como está o
ecossistema de investidores aqui no de ser co-investidor, como investidor
de muito aprendizado, já que eles anjo. Fizemos oito investimentos nas
passaram por diversos problemas que Recife, conversamos com Yves
Nogueira, empresário e investidor startups do CESAR”, afirma Yves. A
temos atualmente. Além disso, seguir você confere o nosso bate-
também nos ajudam a direcionar os com 23 anos de experiência em
mercados diversos. Yves é aquele papo.
esforços em caminhos mais viáveis
no longo prazo. Portanto, além do tipo de pessoa que podemos afirmar
aporte financeiro, os investidores nos que tem o empreendedorismo na
trazem experiência e mentorias que veia. A primeira empresa que ele e o
são muito valiosas neste processo”, irmão, Ítalo Nogueira, fundaram foi
em 1994, a Capital Login.
24

um bate-papo atrair os interesses de outros


COM YVES NOGUEIRA investidores. O conhecimento
Foto Divulgação tecnológico é importante, mas a
questão do foco é uma das coisas
que a gente olha com muito carinho.
E também o conhecimento que ele
tem do mercado. Se ele já teve
experiências anteriores, tanto como
negócio próprio ou como executivo
de uma alguma empresa. A gente
também enxerga isso de uma forma
muito positiva.

Revista CESAR - Como incentivar


mais investidores?
Yves Nogueira - Isso é um trabalho
que a gente vem fazendo nos
últimos meses de maneira muito
forte, seja no próprio Porto Digital,
onde sou membro do Conselho do
Núcleo de Gestão e ocupo uma
cadeira de investidor anjo, seja na
Amcham (Câmara Americana de
Yves Nogueira,
Empreendedor e Investidor Anjo. Comércio), onde presido o Comitê
Estratégico de TI da Amcham Recife.
Revista CESAR - Como você avalia empreendedor ter uma visão não só Para você ter uma ideia, um dos
essa parceria com o CESAR.LABS? da solução que está desenvolvendo, pilares de atuação desse comitê é
Yves Nogueira - Avaliamos de forma mas ter uma visão de mercado, uma fortalecer e atrair capital
muito positiva. Entendemos, inclusive pegada mais comercial, que vai empreendedor. A gente está falando
em conjunto com os gestores da conseguir colocar o produto ou de investimento anjo, seed money e
aceleradora, que a mesma também é solução que está propondo no venture capital e estamos
uma "Startup", pois passa por uma mercado para começar a faturar e a estimulando outros investidores anjo
fase inicial de muito aprendizado vender. locais. Percebemos que esse
mútuo entre os atores: estímulo já está começando a
Empreendedores / Aceleradora / Revista CESAR - O que você avalia acontecer e não tenho nenhuma
Investidores. Mas acredito que em um empreendedor na hora de dúvida de que a gente vai atrair
estamos no caminho certo, os investir? muito mais investidores. Outro
primeiros passos já foram Yves Nogueira - Uma das coisas segmento que a gente está fazendo
consolidados, haja vista que outros mais importantes, que é crucial um trabalho de aproximação muito
investidores anjo já se dispuseram a mesmo, é se ele vai ter foco na grande é o “Family Oce”. A gente
aportar seus recursos. startup que está nos propondo tem aqui em Pernambuco muitas
investimento. A gente tem percebido famílias que atuam nos setores
Revista CESAR - O que o deixa também que uma das coisas que tradicionais da economia, no setor de
seguro a ponto de investir? desvirtua muito o sucesso do vidro, cimento, bateria, açúcar e
Yves Nogueira - Uma das coisas que empreendimento é o fato do álcool, entre outros. A segunda,
a gente olha com muita atenção é o empreendedor muitas vezes ter que terceira e quarta gerações dessas
time, são os empreendedores. A gerar receita a curto prazo, ter que se famílias estão muito interessadas em
gente tem percebido ao longo dos dividir entre duas ou três atividades, fazer investimento em startups. Isso
últimos três anos que a solução muitas vezes uma atividade é um trabalho de médio prazo, a
tecnológica é importante, a rede de remunerada com salário fixo. Com gente sabe que tem uma etapa inicial
relacionamento dos investidores anjo isso, ele acaba não tendo foco no de aculturamento, de troca de
da aceleradora também é um fator negócio e isso vai retardar de uma informação, de criação de confiança,
muito importante, mas o que faz forma bem substancial na para que a gente se aproxime e
realmente a diferença é o time dos alavancagem da startup e os tenha também esse tipo de
empreendedores. Ter uma equipe resultados para que se atinja o seu investidor participando em
multidisciplinar e, principalmente, o ponto de equilíbrio e a gente consiga investimentos nas startups.
quatro 25
modalidades
de investimento em startups
A legislação brasileira permite que investimentos em Capital Semente (Seed): O capital semente é aquele que
startups ocorram de várias formas, que precisam ser viabiliza o desenvolvimento de startups em fases iniciais,
escolhidas de forma consciente de acordo com suas mas que já têm produtos ou serviços lançados no mercado
características. e algum faturamento. O capital semente apoia startups em
fase de implementação e organização de operações,
As mais comuns entre as startups são aporte em muitas delas concebidas no seio das incubadoras e
integralização ao capital, conhecida como "equity", aceleradoras de empresas. Neste estágio inicial, os aportes
empréstimo ou um misto dessas duas anteriores, financeiros ajudam, entre outras funções, na capacitação
conhecida como "empréstimo conversível em participação gerencial e financeira do negócio.
social", utilizada por mais de 90% das aceleradoras,
incubadoras e investidores anjo, apesar de suas Venture Capital: é uma modalidade de investimento mais
idiossincrasias. robusta, que pode chegar a cifras bastante altas. Para
conseguir esse tipo de financiamento, uma startup já terá
Segundo Rodrigo Colares, especialista em Direito de de ter passado pelas fases de teste e precisará comprovar
Propriedade Intelectual e Novas Tecnologias do escritório que é financeiramente viável e escalável. Os investidores
Da Fonte, Advogados, em 2016 foi criada ainda uma nova adquirem participação acionária acreditando no potencial
forma de investimento, pelo "contrato de participação", em de crescimento da empresa e miram nos lucros futuros,
que, entre outras características, o investidor anjo pode advindos de possíveis operações de venda, fusão ou
participar dos resultados da startup sem ser seu sócio, abertura de capital.
similar ao que ocorre em estruturas, mas não pode ter
qualquer ingerência sobre sua administração ou Private equity: é um tipo de investimento destinado a
deliberações dos sócios. empresas consolidadas. Para consegui-lo, uma startup
Foto Divulgação precisa ter passado pelas fases de implantação do projeto
e efetivamente ter conquistado o mercado. Geralmente,
quando recebe um recurso de private equity, o projeto já
chegou a receber outros investimentos antes.

“Os investidores estão se acostumando agora a essa


figura e apenas nos últimos dois meses vimos crescer uma
grande demanda por esse tipo de estrutura”, afirma
Colares. Confira as principais modalidades de
investimentos para startups:

Investidor anjo: Os investidores anjo são empresários que


entendem as tendências do mercado. Eles acreditam nos
projetos em que investem e estão dispostos não apenas a
colocar dinheiro, mas também a contribuir nos âmbitos
técnico e conceitual. O investidor se torna sócio da startup.
26

IMPORTÂNCIA DO
DESIGN PARA
COMPETITIVIDADE
CRIAR UM DIFERENCIAL COMPETITIVO, PRINCIPALMENTE NO MUNDO
GLOBALIZADO, REQUER DO EMPREENDEDOR UMA NOVA VISÃO NA
GESTÃO DE NEGÓCIOS.

O design tem a tarefa de lançar olhares atentos para o Profissional em Design do CESAR, através do design é
futuro, mapear tendências, propor o melhor possível olhar o empreendimento como um todo. “Ao
aproveitamento de insumos, melhorias nos processos de trabalhar com o design você amplia e planeja os
planejamento e produção. processos. Tudo começa a ser feito de forma
sistematizada. É algo já muito usado no Design Thinking,
O entendimento do método científico como caminho que é o conjunto de métodos e processos para abordar
"correto" para solução de problemas faz parte de um problemas, fazer a análise e propor soluções”, afirma. A
discurso na gestão, pelo menos, desde o início do século percepção da atividade de design na prática empresarial
passado. “A partir dos anos 1970, com livros como Design começa a ganhar força uma vez que a inovação vira peça
for the Real World, de Viktor Papanek (1971) e em especial fundamental para sobrevivência no mercado. “O design
com o artigo de 1973 "Dilemmas in a general theory of deixa de ter apenas uma função operacional e atua
planning", onde Rittel e Webber cunham o termo "Wicked também como diferencial competitivo e estratégico capaz
Problems", fica claro que os problemas estão cada vez de fomentar a inovação”, afirma Lucas Mendes, Diretor de
mais cabeludos, e uma confiança absoluta no método Produto da IMPLY.
científico - em especial nas características reducionistas da
ciência - mostram-se problemáticas. Segundo Mabuse, o design pode atuar como um
integrador de vários saberes que serão utilizados como
‘’Esse foi o momento quando o método no design ferramentas dependendo de contexto e problemas a
apareceu como uma opção que aponta para o papel do serem tratados. “Estamos falando da facilidade de
designer como integrador de equipes multidisciplinares e transposição de conhecimentos das ciências humanas -
atividades distribuídas no tempo”, afirma H.d.Mabuse, fortemente psicologia, antropologia e sociologia - até
consultor do CESAR. práticas nascidas no dia a dia das comunidades com as
quais o projeto se desenvolve”.
Segundo Clarissa Soter, professora do Mestrado
27

Lucas Mendes

A gestão do design relaciona-se


diretamente ao processo de
mudança do modelo gerencial
convencional e hierárquico, para um
modelo organizacional plano e
flexível, mais informal, que encoraja
a iniciativa individual, a
independência e a tomada de H.d. Mabuse
riscos. É o modelo de pensamento
orientado pelo design, com o qual
são abordados os problemas e
conduzidos os projetos, que propõe
soluções de forma iterativa
(processos contínuos), estimula a
criatividade e a inovação. “A gestão
por meio dos princípios do design
possibilita aos profissionais a Clarissa Soter
oportunidade de participar, cocriar e
explorar novas possibilidades”,
finaliza Clarissa.
28

PROGRAMA SUMMER JOB Fotos Divulgação

O CESAR Summer Job teve sua primeira edição internacional,


com a participação de estudantes dos países Canadá, Estados
Unidos, China, Vietnã e Omã. O programa tem o objetivo de
estimular o intercâmbio de conhecimento entre o instituto de
inovação e instituições de ensino, oferecer experiência prática
aos estudantes, identificar talentos e promover a interação entre
alunos e empresas na busca por soluções para problemas reais
de mercado. Foram no total 32 estudantes. Além dos
estrangeiros, alunos das principais universidades dos estados
de Pernambuco, Alagoas, Amazonas, Distrito Federal e São
Paulo, participaram da edição 2017.2.

Participaram do programa as empresas Dotz, Genomika, Liberty


Seguros, Oi Futuro, Sonae, Unilever e Visa. Os estudantes,
orientados por mentores de Tecnologia, Design e Negócios do
CESAR, elaboraram projetos inovadores para essas
organizações.
CESAR oferece cursos
de graduação 29

A seleção para estudar nos cursos de Ciência da Computação


e Design acontece ainda este ano.

Agora é oficial. Quem quiser estudar Ciência da Segundo Sergio, para se propiciar uma formação
Computação e Design pode contar com a expertise do profissional com o perfil que o mercado busca nos dias de
CESAR. É que ainda este semestre o instituto de inovação hoje é preciso ambiente (interno e externo), projeto
fará a primeira seleção para os cursos de graduação. Com pedagógico e infraestruturas específicas. “Nossos alunos
isso, o braço educacional do CESAR amplia a sua atuação, terão uma formação focada nos interesses das empresas,
que hoje já conta com mestrados profissionais, atuais e futuras, tanto do ponto de vista técnico quanto das
especializações, cursos de extensão e online. Os cursos habilidades intra e inter-pessoais, como protagonismo,
de graduação vão seguir a metodologia PBL - Ensino liderança, teamwork e auto-empreendedorismo”.
Baseado em Problemas, além de oferecer um novo
A área de educação do CESAR ainda conta com um
conceito de ensino superior, com proposta educacional
diferencial com relação a outras instituições de ensino, pois
empreendedora e inovadora.
faz parte do Porto Digital - um dos principais parques
“Na primeira semana de aula os alunos não ficarão em sala. tecnológicos e ambientes de inovação do Brasil composto
Vamos levá-los para conhecer os problemas reais da por mais de 250 empresas. Nesse contexto, o CESAR está
sociedade. Faremos visitas aos hospitais, estações de conectado com centenas de outras empresas, nacionais e
metrô e de ônibus, caminharemos pelas ruas e veremos as internacionais, o que possibilita aproximar tanto as
necessidades da população. Os estudos serão em cima demandas reais quanto as necessidades de
dessas vivências”, afirma Sergio Cavalcante, desenvolvimento de competências e habilidades exigidas
superintendente do CESAR. pelo mercado. “Também contamos com 21 anos de
experiência em trabalhar com inovação,
O objetivo com os cursos de graduação é formar empreendedorismo e startups, tendo criado dezenas de
profissionais inovadores, indivíduos protagonistas que empresas e executado milhares de projetos de concepção
tenham uma visão empreendedora de negócios digitais e e desenvolvimento”, finaliza Sergio.
capazes de fomentar e executar projetos que tragam
mudanças relevantes para a sociedade.
Sua
pós-graduação
em um dos maiores
centros de inovação
do Brasil

CURSOS
Gestão Ágil de Projetos
Segurança da Informação em Engenharia de Software
Tecnologia, Inovação e Inteligência
Design de Interação para Artefatos Digitais
Internet of Things
Desenvolvimento de Aplicações Móveis

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abertas
Ligue ;)
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