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APRESENTAÇÃO

Esta apostila reúne, de forma sucinta, aspectos gerais do


estudo dos hexápodes, enfatizando vários exemplos de
ocorrência no Rio Grande do Sul, com o propósito de auxiliar os
estudantes de ciências biológicas no conhecimento do amplo
mundo da entomologia.

Tratam-se de assuntos já constantes nas publicações:


Filo Arthropoda: 1. Generalidades. (1970,75), Filo Arthropoda:
4. Classe Insecta (1970,73) e nos fascículos divulgados na
PUCRS, através da série TEMAS DIDÁTICOS nºs 8 a 11, de
1997/98, reunidos de 2000 a 2003 sob a designação de
APOSTILA DE ENTOMOLOGIA, agora nesta 4a. edição com
pequenas modificações.
Para abreviaturas dos nomes das ordens, são utilizadas
as quatro letras iniciais, exceto para Mantophasmatodea
(MAPH), Thysanoptera (THPT) e Thysanura (THNU).
Todas as críticas e sugestões para que estas notas
possam melhor atingir seus objetivos serão acolhidas com a
máxima satisfação.

Porto Alegre, agosto de 2006

Prof. Elio Corseuil


2.2.2 Sistema respiratório ................................................. 37
2.2.3 Sistema circulatório ................................................. 39
2.2.4 Sistemas de sustentação e muscular .......................... 39
2.2.5 Sistema reprodutor .................................................. 40
SUMÁRIO 2.2.6 Sistema neurosecretor ............................................. 41
Glândulas exócrinas ............................................... 43
1 INTRODUÇÃO............................................................. 1 Glândulas endócrinas ............................................. 44
1.1Conceitos ..................................................................... 1 Orgãos dos sentidos ................................................ 45
1.2 Divisões ...................................................................... 1
1.3 Posição sistemática .................................................... 7 3 REPRODUÇÃO ........................................................... 49
1.4 Número de espécies ................................................... 8 3.1 Modalidades ............................................................... 49
1.5 Filogenia .................................................................... 8 3.2 Particularidades .......................................................... 51
1.6 Distribuição ............................................................... 10
1.7 Aspectos ecológicos ................................................... 13 4 DESENVOLVIMENTO ............................................... 53
1.8 Aspectos etológicos .................................................... 14 4.1 Embrionário ............................................................... 53
1.9 Importância ................................................................ 17 4.2 Pós-embrionário ......................................................... 54
4.2.1 Tipos de metamorfose .............................................. 55
2 ANATOMIA ................................................................. 19 4.2.2 Tipos de larvas ......................................................... 58
2.1 Organização externa ................................................... 19 4.2.3 Tipos de pupas ......................................................... 61
2.1.1 Aspectos gerais ........................................................ 19 4.2.4 Adulto ou imago ...................................................... 63
2.1.2 Tegumento ............................................................... 21
2.1.2.1 Diferenciações ...................................................... 22 5 SISTEMÁTICA ............................................................ 65
2.1.2.2 Particularidades .................................................... 23 5.1 Classificação dos hexápodes atuais ............................. 65
2.1.3 Segmentação ........................................................... 24 5.2 Chave para ordens ....................................................... 70
2.1.3.1 Cabeça .................................................................. 25 5.3 Caracterização das ordens ........................................... 79
2.1.3.2 Tórax .................................................................... 27 Collembola .............................................................. 79
2.1.3.3 Abdome ................................................................ 27 Protura ..................................................................... 80
2.1.4 Apêndices ................................................................ 28 Diplura ..................................................................... 80
2.1.4.1 Cefálicos .............................................................. 28 Archaeognatha ......................................................... 81
2.1.4.2 Torácicos .............................................................. 30 Thysanura ................................................................ 81
2.1.4.3 Abdominais .......................................................... 35 Ephemeroptera ........................................................ 82
2.2 Organização interna .................................................... 36 Odonata ................................................................... 83
2.2.1 Sistemas digestivo e excretor ................................... 37 Plecoptera ................................................................ 84

iii iv
Blattodea ................................................................. 85 LISTA DAS ESTAMPAS
Isoptera .................................................................... 85
Mantodea ................................................................. 86
1 - ORTHOPTERA ............................................................. 109
Grylloblattodea ........................................................ 87 A- Acrididae, B- Gryllidae, C- Gryllotalpidae,
Mantophasmatodea .................................................. 87 D- Proscopiidae, E- Tettigoniidae
Dermaptera .............................................................. 88 2 - HEMIPTERA - Heteroptera ........................................... 110
A- Belostomatidae, B- Notonectidae, C- Nepidae,
Phasmatodea ............................................................ 88 D- Coreidae, E- Reduviidae, F- Pentatomidae,
Orthoptera ............................................................... 89 G- Scutelleridae, H- Miridae, I- Tingidae
3 - HEMIPTERA – Auchenorrhyncha ................................ 111
Embioptera .............................................................. 90 A- Fulgoridae, B- Cicadellidae, C- Cercopidae,
Zoraptera .................................................................. 91 D- Aethalionidae, E e F- Membracidae, G- Cicadidae
Psocoptera ............................................................... 91 4 - HEMIPTERA – Sternorrhyncha .................................... 112
A- Aphididae, alado e áptero, B- Psyllidae, adulto
Phthiraptera ............................................................. 92 e ninfa, C- Aleyrodidae, D- Pseudococcidae,
Hemiptera ............................................................... 93 E- Diaspididae, escudos e fêmea, F- Diaspididae,
macho
Thysanoptera ........................................................... 95 5 - COLEOPTERA .............................................................. 113
Strepsiptera .............................................................. 97 A- Carabidae - Carabinae, B- Carabidae -
Cicindelinae,
Coleoptera ............................................................... 97 C- Dytiscidae, D- Chrysomelidae - Bruchinae,
Megaloptera ............................................................. 99 E- Chrysomelidae - Galerucinae, F- Coccinellidae,
G- Elateridae, H- Cerambycidae, I- Buprestidae,
Raphidioptera .......................................................... 100 J- Curculionidae, K- Lampyridae, L- Scarabaeidae
Neuroptera ............................................................... 100 6 - NEUROPTERA ............................................................. 114
Mecoptera ................................................................ 101 A- Ascalaphidae, B- Chrysopidae, C- Myrmeleontidae,
D- Mantispidae
Siphonaptera ............................................................ 101 7 - DIPTERA ....................................................................... 115
Diptera ..................................................................... 102 A- Tipulidae, B- Culicidae, C- Cecidomyiidae,
D- Tabanidae, E- Simuliidae, F- Asilidae, G-
Trichoptera .............................................................. 103 Muscidae,
Lepidoptera ............................................................. 104 H- Tachinidae, I- Syrphidae, J- Tephritidae,
Hymenoptera ........................................................... 107 K- Drosophilidae, L- Hippoboscidae
8 - LEPIDOPTERA ............................................................. 116
A- Hesperiidae, B- Lycaenidae, C -Papilionidae,
6 GLOSSÁRIO ................................................................ 119 D- Pieridae, E- Saturniidae, F- Tortricidae,
G- Sphingidae, H- Noctuidae
9 - HYMENOPTERA ......................................................... 117
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................... 129 A- Siricidae, B- Tenthredinidae, C- Vespidae,
D- Apidae - Xylocopinae, E- Apidae - Apinae,
8 ÍNDICE .......................................................................... 133 F- Ichneumonidae, G- Pompilidae, H- Formicidae,
I- Scoliidae, J- Sphecidae, K- Aphelinidae,
L- Trichogrammatidae, M- Braconidae

v vi
de ordem econômica ou importância para o homem, e, aplicada
ou econômica, que estuda os insetos sob o ponto de vista de sua
1 INTRODUÇÃO utilidade ou nocividade. Comportam, como principais
subdivisões, as referidas a seguir:
1.1 CONCEITOS Anatômica
Geral . . . . . . Biológica
Entomologia é a parte da Zoologia que se dedica ao estudo Entomologia básica Ecológica
dos insetos. Essa palavra é derivada do grego (entomon= Fisiológica
segmentado e logos= tratado), podendo ser etimologicamente Sistemática
definida como a “ciência que estuda os animais segmentados”.
O termo “inseto”, de uso geral, vem da palavra latina Agrícola
intersectum, significando entrecortado. Ambiental
Tanto um termo como outro fazem alusão à presença da Farmacêutica
segmentação ou metameria somática. Florestal
Desde Aristóteles (350 AC) os insetos são referidos como Forense
animais articulados; a entomologia abrangia então, não só os Entomologia aplicada . . . . . . . . . . . . . Habitacional
hexápodes, mas todos os invertebrados articulados, inclusive os Industrial
vermes superiores. Médica
O termo “Articulata” já foi usado por Cuvier para reunir Química
os anelídeos e artrópodes. Desde Lamarck, porém, o campo da Veterinária
entomologia limita-se ao estudo dos artrópodes cujas formas
adultas possuem 3 pares de pernas, constituindo a classe
ENTOMOLOGIA GERAL - estuda os insetos procurando
Insecta, nome dado por Linneu (1758), tendo por muito tempo
conhecer tanto sua organização anatômica externa e interna,
Hexapoda, de Blainville (1816) e Latreille (1825), como
como também sua biologia, ecologia.e fisiologia.
sinônimo.
ENTOMOLOGIA SISTEMÁTICA - tomando por base as
Atualmente, alguns hexápodes mais primitivos, que
semelhanças e diferenças que ocorrem entre os insetos, procura
vinham sendo tratados como insetos, passaram a integrar grupos
classificá-los por similaridade, formando grupos naturais,
distintos. Dessa forma a classe Insecta, agora, abriga apenas os
fundamentados, atualmente, em bases filogenéticas.
artrópodes dotados de 3 pares de pernas, díceros, ectognatos e
ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA - estuda os insetos, tanto
com desenvolvimento epimórfico.
nocivos como úteis à agricultura. Também referida como
Entomologia Econômica, é a que reúne maior número de
1.2 DIVISÕES pesquisadores e de publicações no mundo.
Os insetos nocivos são os que proporcionam, direta ou
A ENTOMOLOGIA é comumente dividida em básica ou indiretamente, algum prejuízo; no primeiro caso - danos diretos
pura, ocupando-se do estudo dos hexápodes, sem preocupações - atacando os vegetais, tanto na lavoura como armazenados,

1 2
servindo como exemplos a lagarta-do-trigo Pseudaletia sequax de sua vítima, chamada de “hospedeiro”, que servirá de alimento
Franc., 1951 e a lagarta-da-soja Anticarsia gemmatalis quando a larva eclodir; são exemplos diversas espécies de
Hübner, 1818 (LEPI., Noctuidae), o maranduvá-da-mandioca vespinhas ou microhimenópteros, como as do gênero Aphidius
Erinnyis ello (L., 1758) (LEPI., Sphingidae) e vários besouros, (Braconidae), que parasitam grande número de pulgões, as de
como a “vaquinha” Diabrotica speciosa (Germar, 1824) Aphytis (Aphelinidae) em cochonilhas e Trissolcus
(COLE., Chrysomelidae) e os “burrinhos” Epicauta spp. (Scelionidae) em ovos de percevejos. Também é comum o
(COLE., Meloidae); no segundo - dano indireto - introduzindo parasitismo de lagartas tanto por vespinhas, destacando-se as do
nas plantas princípios tóxicos ou outros agentes que podem gênero Cotesia (Braconidae), como por dípteros Tachinidae.
provocar distúrbios os mais diversos, como manchas e ENTOMOLOGIA AMBIENTAL - estuda os insetos de
deformações; os insetos cecidógenos representam um exemplo interesse como indicadores de poluição, especialmente
típico, pelas galhas ou cecídeas produzidas por atrofia, hídrica,e, ainda, para estimar os níveis da degradação de
hipertrofia ou hiperplasia dos tecidos vegetais; outros florestas. O estudo e criação de espécies de borboletas para
provocam a disseminação de várias doenças de plantas, ornamentação de parques e jardins está sendo atualmente objeto
causadas especialmente por vírus, que são levados de uma de grande atenção.
planta para outra, pelos chamados “insetos vetores”. ENTOMOLOGIA FARMACÊUTICA - estuda os insetos
Os insetos úteis podem ser assim referidos tanto pela que proporcionam matérias primas para a fabricação de
utilidade direta como indireta. No primeiro caso, incluindo medicamentos. A geleia real produzida pela abelha é um
espécies que contribuem para a polinização de vegetais, como exemplo dos mais expressivos; a cantaridina, que apesar de ter
por exemplo a abelha-comum, doméstica ou européia Apis propriedades vesicatórias atua também como afrodisíaco,
mellifera (L., 1758) (HYME., Apidae) de grande importância presente em meloídeos, com maior proporção na espécie
especialmente em pomares, e, Blastophagus psenes (L., 1758) européia Lytta vesicatoria (L.,1758) (COLE., Meloidae) é outro
(HYME., Agaonidae), imprescindível para a frutificação da exemplo. Relacionam-se ainda com este ramo da Entomologia a
figueira (Ficus carica), introduzida em vários países. No busca da susbstância existente no besouro-do-amendoim
segundo, incluindo espécies, referidas como insetos auxiliares, Ulomoides dermestoides (Fairmaire,1893) (COLE.,
que são usadas para minimizar os danos causados por diversas Tenebrionidae) responsável por sua ação medicinal, com
pragas da agricultura, pelo método do “controle biológico”; os propriedades anti-inflamatórias, bem como o estudo dos efeitos
agentes usados para esse fim são chamados de um modo geral anti-reumáticos do veneno produzido por algumas abelhas e
de “inimigos naturais” das diferentes pragas e abrangem tanto vespas.
predadores como parasitóides: ENTOMOLOGIA FLORESTAL - estuda os insetos
Predador - alimenta-se diretamente de suas vítimas, associados às plantas florestais, tanto nativas como cultivadas.
chamadas “presas”, devorando-as em seguida, sendo exemplos Relaciona-se intimamente à entomologia agrícola. Destacam-se
o louva-a-deus (MANT.) e a maioria das “joaninhas” (COLE., pela importância vários coleópteros cerambicídeos, como o
Coccinellidae), destacando-se Cycloneda sanguinea (L., 1763) “serrador-da-acácia-negra” [Oncideres impluviata (Germar,
e Eriopis connexa (Germar, 1824) comumente encontradas 1824)], a “broca-da-erva-mate” (Hedypathes betulinus Klug,
junto a colônias de pulgões. 1825), a “broca-do-eucalipto” [Phoracantha semipunctata
Parasitóide - deposita o ovo junto ou no interior do corpo (Fabr., 1775)] e a “broca-do-pinheiro” [Parandra glabra

3 4
(De Geer, 1774)], além de outros coleópteros e também várias Sternorrhyncha, Kerriidae) e Dactylopius coccus (Costa, 1835)
lagartas e cochonilhas. (HEMI., Sternorrhyncha, Dactylopiidae), produtoras da
ENTOMOLOGIA FORENSE - estuda os insetos que de verdadeira laca animal e do carmim de melhor qualidade,
alguma forma possam contribuir para o esclarecimento de respectivamente.
aspectos discutidos em âmbito judicial. São exemplos as formas ENTOMOLOGIA MÉDICA - estuda os insetos que, de
necrófagas, destacando-se espécies de Nicrophorus e Silpha qualquer forma, podem afetar a saúde humana. Como
(COLE., Silphidae), que podem indicar o tempo decorrido na exemplos podem ser lembrados os “barbeiros” Triatoma
execução de homicídios. infestans (Klug., 1834) e Panstrongylus megistus (Burm.,
ENTOMOLOGIA HABITACIONAL - estuda os insetos 1835) (HEMI., Heteroptera, Reduviidae) transmissores de
que ocorrem nas habitações, os quais podem molestar pela Trypanosoma cruzi causador da doença de Chagas; os
simples presença ou picada, como danificar alimentos, objetos e mosquitos Aedes aegypti (L., 1762) transmissor dos vírus
outros bens humanos. A crescente ocorrência de insetos em causadores da febre amarela e da “dengue” e Anopheles spp.
residências, hotéis, restaurantes, cinemas, bibliotecas etc, vem (DIPT., Culicidae) vetores do esporozoário Plasmodium vivax
aumentando de forma apreciável a importância deste ramo da causador da malária; o piolho Pediculus humanus (L., 1758)
entomologia aplicada. Como exemplos mais expressivos (PHTH., Anoplura, Pediculidae) transmissor de Rickettsia,
podem ser lembradas as baratas Periplaneta americana (L., vírus causador do tifo exantemático; as lagartas urticantes de
1758) (BLAT., Blattidae) e Blatella germanica (L., 1767) vários lepidópteros, como as de Automeris spp. e Hylesia spp.
(BLAT., Blatellidae); o mosquito Culex quinquefasciatus (LEPI., Saturniidae), as “taturanas” ou “lagartas-de-fogo”
Say,1823 (DIPT., Culicidae) e a pulga Pulex irritans (L., 1758) Megalopyge spp. (LEPI., Megalopygidae) e especialmente a
(SIPH., Pulicidae), insetos hematófagos causando “lagarta-assassina” [Lonomia obliqua Walker, 1855 (LEPI.,
desassossego; os cupins ou térmitas Kalotermes spp. (ISOP., Saturniidae)] capaz de causar hemorragias e óbitos.
Kalotermitidae) que vivem em madeiras, prejudicando móveis e ENTOMOLOGIA QUÍMICA ou TOXICOLÓGICA -
mesmo caibros, assoalhos e paredes; a traça Tineola uterella preocupa-se com a procura e fabricação de substâncias
(Wals., 1897) (LEPI., Tineidae) e a punilha Dermestes destinadas ao controle de insetos. Abrange os aspectos
maculatus (DeGeer, 1774) (COLE., Dermestidae), toxicológicos, incluindo os testes de eficiência e seletividade
responsáveis por prejuízos em roupas, peles e tapetes; a falsa de produtos.
traça Lepisma saccharina (L., 1758) (THNU., Lepistamidae) ENTOMOLOGIA VETERINÁRIA - estuda os insetos
danificando quadros e papéis em geral; os piolhos-dos-livros relacionados com a saúde dos animais. Como exemplos
Liposcelis spp. (PSOC., Liposcelidae) comum em bibliotecas, destacam-se Dermatobia hominis (L., 1781) (DIPT.,
produtos armazenados, herbários e coleções entomológicas. Cuterebridae) cujas larvas são conhecidas como “bicho-
ENTOMOLOGIA INDUSTRIAL - estuda os insetos sob berne”; Gasterophilus nasalis (L., 1761) (DIPT.,
o ponto de vista da utilização industrial de seus produtos. São Gasterophilidae) causador da “gasterofilose” dos eqüinos;
exemplos a abelha, já citada, de grande importância na produção Cochliomyia spp. (DIPT., Calliphoridae) moscas varejeiras
de mel e cera; o bicho-da-seda Bombyx mori (L., 1758) (LEPI., responsáveis por miíases tanto em animais como no homem;
Bombycidae), espécie de ampla utilização na sericicultura; as Melophagus ovinus (L., 1761) (DIPT., Hippoboscidae),
cochonilhas Laccifer lacca (Kerr, 1782) (HEMI., ectoparasito permanente de ovelhas; os piolhos das aves, como

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Menopon gallinae (L., 1758) (PHTH., Amblycera, classes independentes, que juntamente com Diplura, formava o
Menoponidae) entre outros, e os dos mamíferos, como grupo “Entognatha”.
Trichodectes spp. (PHTH., Ischnocera, Trichodectidae) que se
alimentam da base dos pêlos e Haematopinus spp. (PHTH.,
Anoplura, Haematopinidae) que são hematófagos, associados
1.4 NÚMERO DE ESPÉCIES
principalmente a bovinos e suinos. As estimativas existentes em relação ao número de
espécies de hexápodes descritas são as mais discordantes, pois
1.3 POSIÇÃO SISTEMÁTICA raros são os trabalhos com dados precisos. Convém lembrar as
indicações de 685.900 espécies (SABROSKY, 1952), 739.460
(MARANHÃO, 1976), 787.643 (BORROR, TRIPLEHORN &
Existe grande divergência entre os autores no tocante à JOHNSON, 1989) e >883.475 (DALY, DOYEN &
PURCELL, 1998)
hierarquia dos grupos que integram os invertebrados que
Considerando os valores para cada ordem, em função de
possuem pernas articuladas, incluidos em Insecta por Linneu e
estimativas de vários autores, principalmente Grimaldi &
em Arthropoda por Sieboldt & Stannius. Apesar do termo Engel (2005), nota-se que 98,8% pertencem a classe Insecta,
Hexapoda ter sido usado como sinônimo de Insecta por muito conforme explicitado na Tabela 1.
tempo, e ainda sem diferenciação por BARNES, CALOW & Estimativas baseadas em cálculos de riquesa e
OLIVE (1995), que elevam a hierarquia da maioria dos grupos, diversidade da entomofauna, no entanto, sugerem que o
os mesmos são mantidos como táxons distintos na proposta de número de insetos existentes atinge a cifra de 3 a 4 milhões de
KRISTENSEN (1991). espécies. (GULLAN & CRANSTON, 2000).
O quadro que segue dá uma visão geral da posição
sistemática dos insetos desde filo:
1.5 FILOGENIA
Filo Subfilos Superclasses Classes
É muito discutida a origem dos hexápodes. JEANNEL
†Trilobita (1946) calculou em 440 milhões de anos a idade do
Chelicerata aparecimento dos primeiros representantes; segundo
Crustacea KUKALOVÁ-PECK (1991), como já referiu VANDEL
ARTHRO- Myriapoda (1949), os mais antigos que se conhecem são colêmbolos do
PODA Ellipura gênero Rhyniella, datando do Devoniano Inferior (cerca de 400
Uniramia Hexapoda Diplura milhões de anos). As formas aladas surgiram no Carbonífero
Insecta Superior, há mais de 285 milhões de anos.
A teoria de Handlirsch admite uma origem a partir de
Trilobita; outros sugerem a partir de crustáceos, como a de
A classe Ellipura reune as ordens Collembola e Protura, Hansen (de Syncarida) e de Crampton (de Peracarida). Para
consideradas anteriormente por KRISTENSEN (1981) como Brauer a origem é a partir do sínfilo Scolopendrella. Depois

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surge a mais importante, de Tillyard, admitindo a existência de
um tipo hipotético, provavelmente siluriano, como ancestral de
Tabela 1 - Estimativa do número de onde se originaram tanto os hexápodes como os miriápodes,
espécies das ordens de hexápodes. forma primitiva que foi chamada “protaptera”; dessa forma
Archaeognatha ...................... 500 derivam-se os grupos pro e opistogoneados. Os hexápodes
Thysanura ............................... 400 constituem um grupo monofilético, derivado de tais artrópodes
Ephemeroptera ...................... 3.100 opistogoneados, onde o desenvolvimento metamérico se inicia
Odonata................................... 5.500 com os representantes da classe Ellipura, incluindo
Blattodea ................................ 4.400
Isoptera ................................... 2.900 Collembola, onde há uma redução na segmentação abdominal
Mantodea ................................ 2.300 (protomórficos) e Protura, com o número de segmentos
Plecoptera ............................... 2.000 aumentando durante o desenvolvimento pós-embrionário
Grylloblattodea........................ 27 (anamórficos); culmina com as classes Diplura e Insecta, onde
Mantophasmatodea ................. 14 a evolução metamérica se completa durante o desenvolvimento
Dermaptera ............................. 2.000
Phasmatodea ........................... 3.000 embrionário (epimórficos) (JEANNEL,1945; KRISTENSEN,
Orthoptera............................... 20.000 1991; GULLAN & CRANSTON, 2000). A definição dos
Embioptera.............................. 500 diversos relacionamentos filogenéticos dos hexápodes, como
Zoraptera ................................ 32 tembém de todos os artrópodes, entretanto, apresenta ainda
Psocoptera .............................. 4.400 muitas controvérsias. .
Phthiraptera............................. 4.900
Hemiptera................................ 90.000 A filogenia dos hexápodes está ilustrada no cladograma
Thysanoptera........................... 5.000 da Figura 1, baseado na combinação de dados morfológicos e
Strepsiptera ............................. 550 de seqüência molecular, compilados de vários autores por
Coleoptera............................... 350.000 Gullan & Cranston (2000). Dentro dos insetos surge primeiro
Megaloptera ............................ 300 Archaeognatha, depois Thysanura e, finalmente, com
Raphidioptera.......................... 200
Neuroptera............................... 6.000 derivação comum, todas as formas aladas, abrangendo
Mecoptera ............................... 600 Ephemeroptera e Odonata, que formam os Palaeoptera, e, as
Siphonaptera........................... 2.500 demais ordens, que integram os Neoptera. .
Diptera ................................... 120.000
Trichoptera ............................ 11.000
Lepidoptera ............................ 150.000
Hymenoptera........................... 125.000 1.6 DISTRIBUIÇÃO
I N S E C T A.......................... 916.223
Protura.................................... 600 A distribuição geográfica representa a biogeografia dos
Collembola ............................. 9.000 seres; é o estudo da ocorrência das espécies em função das
Diplura ................................... 1.000 regiões do globo terrestre (simplesmente ponto de vista
H E X A P O D A.................... 927.323 geográfico).
Em relação ao tempo estuda-se a “dispersão geográfica”,

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que representa a biogeografia histórica, tratando da
disseminação das espécies em função do espaço e do tempo
(aliando os pontos de vista geográfico e geológico); refere-se
geralmente a espécies ou pequenos grupos.
A distribuição, em função da abrangência, pode ser geral
ou restrita.
As espécies de distribuição geral, encontradas em todas
as regiões, são ditas cosmopolitas. A traça-dos-cereais
Sitotroga cerealella (Olivier, 1819) (LEPI., Gelechiidae) e a
mosca-comum Musca domestica L., 1758 (DIPT., Muscidae)
constituem exemplos bem característicos. .
As de distribuição restrita podem ser cosmopolitas-
tropicais, características de uma região zoogeográfica ou
peculiares apenas a determinados locais de uma região; neste
caso são chamadas endêmicas, servindo de exemplo
Diloboderus abderus Sturm.,1826 (COLE., Scarabaeidae)
encontrado apenas no Uruguai, norte da Argentina e sul do
Brasil.
Quanto às regiões zoogeográficas, apesar de serem
caracterizadas principalmente pela fauna de vertebrados, são
também referidas para distribuição dos artrópodes:
Australiana: Austrália, Tasmânia, Nova Guiné, Nova
Zelândia e outras ilhas vizinhas. Ex.: Australembia (EMBI.,
Australembiidae).
Etiópica: África, abaixo do trópico de Câncer; inclui deserto
de Saara, Madagascar e ilhas adjacentes. Ex.: Hemimerus
(DERM., Hemimeridae), com espécies que parasitam roedores,
encontradas exclusivamente no sul da África.
Neártica: Norte do México (terras altas), USA, Canadá,
Groenlândia e ilhas árticas. Ex.: Magicicada septemdecem
(L.,1758) (HEMI., Auchenorrhyncha, Cicadidae), uma das
cigarras periódicas da América do Norte.
Neotropical: América do Sul e Central, sul do México (terras
baixas) e Antilhas. Ex.: Acrocinus longimanus (L.,1758)
Fig. 1 - Relacionamento evolutivo das ordens de hexápodes (Cf. GULLAN (COLE., Cerambycidae); os “falsos-bichos-pau” (ORTH.,
& CRANSTON, 2000). 1- Insecta, 2- Pterygota, 3- Neoptera, 4- Endopterygota.
Proscopiidae) são exclusivos da América do Sul.

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Oriental: Ásia ao sul do Himalaia, Índia, Sri Lanka, Malásia, 1.8 ASPECTOS ETOLÓGICOS
Indonésia (Sumatra, Java, Borneo, Celebes) e Filipinas. Ex.:
Pharnacia serratipes (Gray,1835) (PHAS., Phasmatidae).
No tocante aos costumes e relações com outros
Paleártica: Europa, Ásia acima do Himalaia (China, Japão,
organismos, convém destacar regimes alimentares e
Rússia), Afganistão, Irã, Iraque, Síria e África ao norte do
associações biológicas.
trópico de Câncer. Ex.: Panorpa (MECO., Panorpidae).
Quanto aos regimes alimentares podem ser agrupados
em:
fitófagos - alimentam-se de vegetais;
1.7 ASPECTOS ECOLÓGICOS zoófagos - vivem às expensas de animais, incluindo as
espécies entomófagos e hematófagos;
Os insetos, durante sua vida, podem ocorrer em vários pantófagos ou onívoros - valendo-se indistintamente de
“habitats”, sendo comum locais distintos em função das fases produtos de origem tanto vegetal como animal;
do desenvolvimento. Os principais aspectos estão relacionados saprófagos - alimentam-se de matéria em decomposição,
a seguir, acompanhados, a título de exemplificação, de gêneros incluindo coprófagos, que se valem de
que possuem espécies com tais modos de vida: excrementos, e, necrófagos, que se desenvolvem
em cadáveres.
Terrestre
epígeo – vivendo acima da superfície do solo, em Os fitófagos, que representam a grande maioria, podem
especial na parte aérea das plantas: a grande viver apenas na dependência de uma espécie vegetal
maioria. (monofitófagos), de grupo de plantas semelhantes ou da
Chrysomphalus (HEMI., Sternorrhyncha, mesma família (oligofitófagos), ou, alimentarem-se
Diaspididae) indistintamente de diversos vegetais (polifitófagos). Tais
hipógeo – hábito subterrâneo: larvas de Diloboderus insetos são comumente caracterizados por nomes
(COLE., Scarabaeidae) relacionados a particularidades de seu regime alimentar,
listadas a seguir, com exemplos comuns em nosso meio:
Aquático
algófagos - Hexagenia albivittata (Walker, 1853)
dulciaqüícola (EPHE., Ephemeridae), cujas formas jovens se
lêntico - Culex (DIPT., Culicidae) alimentam de algas diatomáceas.
lótico - Hexagenia (EPHE., Ephemeridae) micetófagos - Atta sexdens (L., 1758) (HYME.,
lenítico - Simulium (DIPT., Simuliidae) Formicidae), formiga cortadeira conhecida por
“saúva” que cultiva o fungo Pholiota
Marinho gongylophora do qual se alimenta.
litorâneo - alguns dípteros Chironomidae rizófagos - Conoderus scalaris (Germar, 1824) (COLE.,
pelágico - Halobates (HEMI., Heteroptera, Elateridae), cujas larvas chamadas “verme-arame”
Gerridae)

13 14
alimentam-se de raízes de várias plantas. Tortricidae), vive em uma euforbiácea,
Diloboderus abderus (COLE., Scarabaeidae) e ocasionando as sementes saltadoras!
muitas outras espécies de escarabeídeos, cujas cletrófagos - Sitophilus oryzae (L., 1758) (COLE.,
larvas são conhecidas como “bicho-bolo”, Curculionidae), comumente chamado “gorgulho-
“capitão”, “coró” e “pão-de-galinha”. dos-cereais”, larvas e adultos danificando grãos
xilófagos- Oncideres impluviata (COLE., Ceram- armazenados.
bycidae), o “serrador-da-acácia-negra”, cujas larvas
abrem galerias nos galhos cortados pelos adultos,
alimentando-se do lenho. Em relação às associações entre organismos (biocenoses)
filófagos - Epicauta spp. (COLE., Meloidae), conhecidos existem espécies que vivem interrelacionadas com
comumente por “burrinhos” que na forma adulta se outras:
alimentam de folhas, especialmente solanáceas. - com vegetais -
fitossuccívoros - Aethalion reticulatum (L.,1767)
(HEMI., Auchenorrhyncha, Aethalionidae) epífitas - Chrysomphalus spp. ( HEMI .,
(cigarrinha-dos-pomares), (Nezara viridula Sternorrhyncha, Diaspididae)
(L.,1758) (HEMI., Heteroptera, Pentatomidae) endófitas - (DIPT., Cecidomyiidae)
(percevejo-da-soja), Schizaphis graminum
(Rond.,1852)(HEMI., Sternorrhyncha, Aphididae) - com animais -
(pulgão-verde-dos-cereais).
cecidógenos - Iatrophobia brasiliensis (Rübs., 1907) - da mesma espécie:
(DIPT., Cecidomyiidae), causador da “verruga da agregações - gafanhoto migratório, lagartas,
pulgões
folha da mandioca”.
florífagos - Macraspis spp. (COLE., Scarabaeidae), cujos sociedades - abelhas, formigas, térmitas.
adultos comumente se alimentam de pétalas, - de espécies diferentes (simbioses) :
especialmente da roseira. associações harmônicas:
polinífagos - Astylus spp. (COLE., Dasytidae), comensalismo - espécies mirmecófilas e
aliamentam-se do pólen de várias flores. termitófilas
nectarívoros - Papilio spp. (LEPI., Papilionidae) e a mutualismo - f o r m i g a s a ç u c a r e i r a s e
maioria das demais borboletas, sugam o néctar de pulgões
várias flores. cupins e protozoários
carpófagos - Anastrepha fraterculus (Wied., 1830)
(DIPT., Tephritidae), conhecida como “mosca-das- associações desarmônicas:
frutas-sul-americana”, cujas larvas se alimentam da inquilinismo - traça-das-colméias Galleria
polpa de vários frutos. mellonella (L.,1758)(LEPI., Pyralidae)
parasitismo - vespinhas em cochonilhas
espermófagos - Cydia deshaysiana (Lucas, 1858) predatismo - joaninhas em pulgões
[=Laspeyresia saltitans (West.,1858)] (LEPI.,

15 16
permanência da diversidade dos organismos e
1.9 IMPORTÂNCIA conseqüentes interações nos vários ecossistemas é
evidente.
Além das implicações já citadas nas divisões da
Entomologia, com expressivos exemplos de espécies referidas Bioindicadores - várias espécies, especialmente dípteros
nos aspectos ecológicos e etológicos, destacando-se as nocivas quironomídeos, plecópteros e odonatos são de grande
a plantas, animais e homem, construções e produtos importância para avaliar a poluição de ambientes
armazenados, e, as úteis no controle biológico, uso industrial e aquáticos; diversos lepidópteros são utilizados como
polinização, devem ser ressaltadas outras formas de indicadores da degradação de florestas.
importância dos insetos:
Biomassa - os insetos constituem parte importantíssima da
Adorno - o valor estético de grande número de biomassa do planeta; existem estimativas de que cupins
representantes, motiva a utilização de exemplares, e formigas chegam a representar, cada um, a expressiva
convenientemente preparados, como enfeites
presentes em pregadores, brincos, quadros, bandejas proporção de 10%! São imprescindíveis para o
etc, ou também inspirando confecção de jóias e equilíbrio biológico, atuando tanto no controle de
múltiplas obras de arte, bem como ilustrações organismos como, especialmente, constituindo-se em
filatélicas. Destacam-se as borboletas, especialmente meios fundamentais de alimentação de muitas
de coloração metálica, e, coleópteros, também de espécies, tanto aquáticas como terrestres.
cores metálicas ou vistosos pelo grande porte.
Cuidados com a proteção de borboletas e inclusive
sua criação, permitindo ao público melhor apreciar
tais maravilhas da natureza, constituem assuntos de
grande atualidade.

Alimento - o uso de gafanhotos como alimento é


freqüente no Oriente. Nativos da África valem-se de
cupins, formigas, gafanhotos e larvas, tanto de
coleópteros como de lepidópteros. No México são
consumidas lagartas fritas, conhecidas como
“gusanos de Maguey”, sendo inclusive enlatadas e
comercializadas. No Brasil indígenas utilizam larvas
de coleobrocas, especialmente cerambicídeos e
curculionídeos, em sua alimentação. Larvas de
abelhas também são consumidas.
Biodiversidade - tratando-se dos seres com maior
número de espécies na natureza, muitas representadas
por descomunais populações, sua importância na

17 18
exemplificados a seguir, juntamente com alguns dados de
envergadura, incluindo a do maior inseto fóssil:
2 ANATOMIA Maiores insetos -
†Meganeura (ODON.) 70cm envergadura
Pharnacia(PHAS.) (Oriental) 33cm
O termo anatomia, cujo significado é “Ciência que trata
da forma e da estrutura dos seres organizados”, vem sendo Otocrania(PHAS.) (Brasil) 26,5cm
utilizado com diferentes acepções. Apesar de abranger Thysania (LEPI.) 30cm envergadura
anatomia externa e anatomia interna, alguns autores Titanus (COLE.) 20cm
consideram o nome restrito à organização interna, reservando o Mecistogaster (ODON.) 15,5cm
nome morfologia para a externa; há ainda os que adotam Acrocinus (COLE.) 11cm
somente morfologia, dividindo-a em externa e interna. (33cm: entre extremidades das pernas anteriores)

Menores insetos -
2.1 ORGANIZAÇÃO EXTERNA Ptiliidae (COLE.) 0,25mm
Alaptus (HYME.) 0,21mm
Megaphragma (HYME.) 0,17mm
Dicopomorpha (HYME.) 0,139mm
2.1.1 ASPECTOS GERAIS
Cor - Pode ser:
estrutural (física)
Forma - O corpo dos insetos pode ter várias formas, com pigmentária (química)
aparência grandemente modificada pela presença dos
apêndices, que exibem aspectos e tamanhos os mais diversos. O São exemplos de colorações estruturais as metálicas,
corpo, em alguns, apresenta-se: decorrentes de irizações devidas a fenômenos de difração ou,
subgloboso - pulgões mais seguido, de interferência, determinados pela superposição
hemisférico - joaninhas de lâminas de quitina extremamente delgadas, separadas por
subcilíndrico - freqüente em larvas. camadas apresentando índice de refração diferente, como se
baciliforme - bichos-pau observa em asas de várias borboletas (Morpho spp.) e no corpo e
comprimido (lateralmente) - pulgas apêndices de muitos coleópteros.
deprimido (dorso-ventralmente) - piolhos
Esses termos são também usados para caracterizar As cores pigmentárias podem ser motivadas por
apenas parte do corpo, como por exemplo libélulas com melaninas (pardo escura ou negra), carotenóides (amarela,
abdome subcilíndrico e cabeça subglobosa. vermelha), insectoverdinas (azul, verde), pteridinas
Tamanho - O comprimento do corpo dos insetos adultos (eritropterinas - vermelha; xantopterina - amarela; leucopterina
atuais pode variar desde fração de milímetro até mais de 3 - branca), derivados das quinonas (ácido carmínico: carmin), e
decímetros, pertencentes a espécies dos gêneros mais raramente, clorofila e hemoglobina.

19 20
decorre da aminação da d-glicose (C6H12O6), resultando a
2.1.2 TEGUMENTO glicosamina ou quitosamina (C6H13O5N), que sofre acetilização
e subsequente tautomeria, seguindo-se polimerização e
O tegumento ou integumento é o revestimento externo ou condensação; tem por fórmula (C8H13O5N)n onde o valor de n
parede do corpo, que cobre toda a superfície, constituindo o é ao redor de 18, diferindo da celulose por apresentar radicais
exoesqueleto, responsável pelo aspecto geral dos artrópodes. acetilamina em lugar de oxidrila.
Forma também algumas dobras salientes no interior do HIPODERME ou EPIDERME - camada celular
corpo e apêndices, chamadas apódemas, representando as formadora da cutícula.
superfícies de inserção dos músculos, que no seu conjunto MEMBRANA BASAL.- delimitadora da cutícula.
formam o endoesqueleto. A cutícula, além de formar o exoesqueleto, recobre
O tegumento é formado por três camadas consecutivas: igualmente os epitélios de origem ectodérmica; forma
cutícula, hipoderme e membrana basal (Fig. 2) invaginações ao nível dos orifícios naturais, revestindo uma
parte das cavidades internas, como intestinos anterior e
posterior, canais excretores das glândulas e cavidades
respiratórias.

2.1.2.1 Diferenciações

Existem formações tipicamente externas, que são


Fig. 2 – Tegumento. C - cutícula: ep - epicutícula, ex - exocutícula, diferenciações cuticulares, e outras, produzidas por uma ou
en- endocutícula; H - hipoderme; Mb - membrana basal. mais células hipodermais, formando as diferenciações
tegumentares. (Fig. 3)
CUTÍCULA - camada externa, acelular, substituída nos
processos de ecdises. É formada por: CUTICULARES -
Epicutícula, camada externa, muito fina, com fenois Existe uma extrema variedade de diferenciações externas
derivados do aminoácido tirosina; tem estrutura cerosa sendo da cutícula, de importância para os trabalhos sistemáticos,
responsável pela impermeabilização. incluindo pontuações, granulações, puncturações, estriações,
Exocutícula, camada estratificada com melanina e outros pequenos espinhos (microtríquias), cristas etc.
pigmentos.
Endocutícula, parte essencial da cutícula, formada por TEGUMENTARES -
camadas alternadas de uma proteína hidrossolúvel - a Unicelulares: São produções hipodermais móveis,
artropodina, e do acetato de um polissacarídeo, chamado destacando-se os pêlos e as cerdas. Com freqüência os pêlos
quitina. A artropodina, por ação de polifenois, atuando como estão conetados a terminações nervosas e desempenham uma
substâncias tanantes, transforma-se em esclerotina, função sensorial; alguns podem estar ligados a células
proporcionando grande resistência ao tegumento. A quitina glandulares, formando as cerdass urticantes. O número e

21 22
disposição das setas e cerdas, em muitos casos, é de grande Entre artículos -
importância para propósitos sistemáticos (quetotaxia), monocondilares – permitem movimentos amplos,
especialmente em coleópteros, dípteros e formas imaturas de como por exemplo nas antenas.
lepidópteros. As escamas que se observam em numerosos bicondilares – condicionam movimentos em um só
insetos, representam cerdas modificadas. plano. Ex.: entre fêmur e tíbia dos gafanhotos.
Multicelulares: estruturas rígidas, ocas ou sólidas, que
podem ser fixas, como os espinhos e processos cefálicos Crescimento -
(chifres) e torácicos, ou móveis, como os esporões. O crescimento dos insetos, como de todos os artrópodes,
está condicionado à substituição do revestimento tegumentar.
Esta substituição, regulada por processos hormonais, se
dá através das “trocas de pele” ou ecdises.
O número de ecdises é muito variável, observando-se na
maioria de três a seis; alguns, entretanto, como em
Ephemeroptera, atinge 45 e em Thysanura pode chegar até 65.
As ecdises ocorrem de um modo geral somente nas
formas imaturas. Constituem exceções os tisanuros, que fazem
várias durante a fase adulta, e, os efemerópteros, que fazem uma
após emergir a primeira forma alada.

Fig. 3 – Diferenciações cuticulares e tegumentares. (Segundo Osuna) 2.1.3 SEGMENTAÇÃO

2.1.2.2 Particularidades Como em todos os artrópodes, o corpo dos insetos é


formado por segmentos, chamados com mais freqüência de
A presença do revestimento tegumentar motiva algumas somitos, e também referidos por metâmeros ou zoonitos.
particularidades que viabilizam tanto os movimentos como o Um somito típico é um anel formado pela região dorsal,
crescimento. chamada noto ou tergo, a ventral, o esterno, e duas laterais
unindo às anteriores, chamadas pleuras. (Fig. 4)
Articulações
Fig. 4 – Regiões de um somito.
Revestimento tegumentar muito fino, pouco A - acetábulo, E - esterno,
esclerotizado e bastante flexível: N- noto ou tergo,
Entre somitos - membranas articulares, que em alguns P-pleura. em - epímero,
casos permitem grande afastamento dos et - episterno, sp - sutura
somitos, como se observa em rainhas de pleural.
isópteros (fisogastria).

23 24
As regiões dos somitos podem ser formadas por peças ramo superior, chamado coronal, que se divide para baixo, em
menores, os escleritos, delimitados por linhas de união forma de Y invertido, evidenciando duas suturas frontais.
chamadas suturas. A cabeça às vezes apresenta um prolongamento anterior
Tagmose do vértice, chamado fastígio. Pode também prolongar-se
Os insetos caracterizam-se por metameria heterônoma, inferiormente, formando um rostro, onde se abrigam as peças
onde o corpo consta geralmente de 20 somitos, agrupados em 3 bucais.
regiões ou tagmas (Fig. 5):
cabeça - 6 somitos
tórax - 3 somitos
abdome - 11 somitos ou urômeros.

Fig. 6 – Cabeça. A - antena, c - clípeo, f - fronte, g - gena, l - labro,


Fig. 5 – Tagmas. A- abdome, C - cabeça, T- tórax. Aa- asa anterior, Ap- asa md -mandíbula, o - ocelo, OC - olho composto, occ - occipício, pl -
posterior, Ag- armadura genital, An- antena, Ce- cercos, L- lábio, palpo labial, pm - palpo maxilar, v - vértice.
M- mandíbula, Mx- maxila, O - olho, P1-3 – pernas anterior, média e
posterior. 1-6 – segmentos cefálicos, 1-3 – segmentos torácicos, Em função da orientação das peças bucais, para a frente,
1-11 – urômeros. (Modificado de Ceballos) para baixo ou para trás, a cabeça pode ser referida prognata,
hipognata e opistognata, respectivamente. (Fig. 7)
2.1.3.1 CABEÇA
Formada pela fusão de seis segmentos, chamados: ocular,
antenal, intercalar, mandibular, maxilar e labial.
Distinguem-se as seguintes regiões (Fig. 6): occipital
(occipício), vértice (vértex), frontal (fronte), genais (genas) e
clipeal (clípeo), merecendo ressaltar, como principais suturas, Fig. 7 - Tipos de cabeça: Pr- prognata, Hi- hipognata, Op- opistognata.
nem sempre bem visíveis, as antenais, a epicranial, as genais e a
clipeal ou epistomal. A sutura epicranial muitas vezes tem um Na região cefálica podem ser encontrados ocelos, em
número de 1, 2 ou 3, e um par de olhos compostos ou facetados.

25 26
Os olhos apresentam-se circulares, elípticos, O primeiro segmento abdominal pode estar fundido com
emarginados, reniformes, e mais raramente pedunculados e o metatórax, formando o propódeo.
ascalafóides (subdivididos, com uma parte para visão aérea e Quando o abdome tem ampla inserção com o tórax é
outra no seio líquido); na maioria estão separados - dicópticos, chamado séssil, também conhecido por aderente.
ou,às vezes, tocando-se em maior ou menor extensão - Havendo uma constrição chama-se livre; quando o
holópticos. primeiro urômero visível ou mesmo os dois primeiros forem
Logo atrás do tagma cefálico pode ocorrer uma região um pouco alongados, é dito peciolado e quando for muito longo
membranosa, como um colarinho ou “pescoço”, chamado e cilíndrico, o abdome é dito pedunculado.
cerviz ou cérvice, observado com facilidade em baratas, no Em alguns hemípteros o abdome apresenta-se
louva-a-deus e em “esperanças”. lateralmente expandido, além das asas em repouso, ao que se
dá o nome de conexivo.
2.1.3.2 TÓRAX
2.1.4 APÊNDICES
Formado por 3 somitos, bem distintos, às vezes parcial ou
totalmente fundidos: As partes acessórias dos diversos segmentos, via de regra
protórax pares e articuladas, chamadas apêndices, são características dos
mesotórax diversos tagmas.
metatórax
Os dois últimos, quando fundidos, formam o chamado 2.1.4.1 CEFÁLICOS
pterotórax.
Os somitos torácicos são os que evidenciam grande ANTENAS
diversidade de escleritos, que recebem denominações Formadas por número variável de artículos, chamados
particulares, conforme as regiões: antenômeros, que recebem nomes particulares:
noto ou tergo - pré-escuto, escuto, escutelo, pós- Escapo para o primeiro,
escutelo; pedicelo para o segundo e
pleuras - episterno e epímero, que por sua vez flagelo para o conjunto dos demais, que podem
podem estar subdivididos em duas partes apresentar os últimos artículos mais dilatados, chamados de
(superior e inferior); clava, em oposição aos anteriores que constituem o funículo.
esterno - presterno, esternelo, pós-esternelo e (Fig. 8)
espinasterno.
ffl
2.1.3.3 ABDOME Ffu Fc
Fp
Os urômeros possuem urotergitos e urosternitos Fe
facilmente visíveis, ao contrário dos uropleuritos, nem sempre Fig. 8 – Partes da antena. c - clava, e - escapo, p - pedicelo, fl - flagelo,
bem delimitados. fu - funículo.

27 28
Alguns insetos podem ter antenas de um só artículo e PEÇAS BUCAIS (Figs. 10 e 11)
também outros ultrapassando 150; a maioria porém varia de 3 a Apresentam grande diversificação, podendo ser
poucas dezenas. caracterizados quatro tipos fundamentais de aparelhos bucais:
As antenas podem se apresentar sob diversas formas, mandibulado (mandibulata) - baratas, cascudos,
como as ilustradas na Fig. 9. ortópteros em geral;
Além de aristada, capitada, clavada, estilada, filiforme, picador-sugador (pungentia-sorbentia)-
flabelada, geniculada, lamelada, moniliforme, pectinada, percevejos,cigarras, mosquitos, pulgas, trips;
plumosa, serreada e setácea, já repreentadas, pode ainda ser sugador (sorbentia) - mosca-doméstica
denteada, fusiforme, imbricada, irregular, triquetra e (=esponjador) e borboletas;
verticilada. As denteadas, pectinadas e serreadas podem ter lambedor (lambentia) - abelhas.
expansões para os dois lados, usando-se então o prefixo “bi”.
l - labro
md - mandíbula
mx - maxila
c - cardo
e - estipe
lc - lacínia
g - gálea
pm - palpo maxilar
lb - lábio
sb - submento
m - mento
prm - premento
pl - palpo labial
lg - lígula

Fig. 10 – Aparelho bucal mastigador.

2.1.4.2 TORÁCICOS
PERNAS
Inseridas na região pleuro-esternal posterior, entre
episterno e epímero
Formadas por coxa, trocanter, fêmur, tíbia e tarso, sendo
Fig. 9 – Tipos de antenas.
que antes da coxa às vezes pode ser observado o trocantino

29 30
(Fig. 12). O trocanter pode ser simples ou duplo (dítroco) e o Após o último tarsômero pode estar presente um pós-
tarso com até 5 tarsômeros. Em relação ao número de tarso, também chamado prétarso, representado pelas garras,
tarsômeros em cada perna são referidas fórmulas tarsais, como que podem ser simples ou duplas, apresentando-se lisas,
por exemplo 5-5-5, 5-5-4, 3-4-4 etc. apendiculadas ou pectinadas.
Quando os tarsos anterior, médio e posterior possuem o
mesmo número de artículos, chamam-se homômeros, que
podem ser monômeros, dímeros, trímeros, tetrâmeros e
pentâmeros; existem também os pseudotrímeros
(=criptotetrâmeros) e os pseudotetrâmeros
(=criptopentâmeros) que possuem um pequeno artículo de
difícil visualização. Quando os números são variáveis,
chamam-se heterômeros. Fig. 12 – Artículos da perna: Cx - coxa, Fm - fêmur, Pt - pós-tarso, Ta -
tarso, Tb - tíbia, Tc - trocantino, Tr - trocanter.

O pós-tarso (Fig. 13) pode ainda ser dotado de:


arólio - uma projeção como almofada, entre as garras
empódio - projeção em forma de cerda, entre as garras.;
pulvilo - projeção como almofada, em baixo de cada uma
das duas garras;

Fig. 13 – Pós-tarso: a - arólio, e - empódio, g - garra, p - pulvilo.

As pernas recebem designações especiais em decorrência


de suas funções: ambulatoriais, auditivas, coletoras, cursoriais,
escansoriais, estridulatórias, fossoriais, glandulares,
limpadoras, natatoriais, raptoriais, saltatoriais. (Fig. 14)
Fig. 11 – Aparelhos bucais. La - lambedor (abelha), Ma – mastigador
(gafanhoto), Se - sugador esponjador (mosca comum), Sm - sugador
As maiores distâncias atingidas pelo salto são de 75cm
maxilar (borboleta), Ps - picador sugador - 1.percevejo, 2.trips. em gafanhotos e 30cm em pulgas (mais de 100 vezes o seu
comprimento!).

31 32
das asas posteriores, podem ocorrer estruturas em forma de
lingueta ou mais comumente capitadas, como em Diptera,
chamadas “balancins” ou “halteres”.
As asas, em função de sua estrutura ou consistência, são
reunidas nos tipos a seguir referidos, juntamente com
exemplos:
Membranosas: nuas - odonatos
pilosas - tricópteros
escamosas - lepidópteros
Pergamináceas: tégminas - ortópteros
Coriáceas: total - élitros - coleópteros
parcial - hemiélitros - hemípteros
Em muitos casos distinguem-se nas asas os ângulos
(umeral ou basal, apical e anal), margens (costal ou anterior,
apical ou externa e anal ou interna) e veias (costal, subcostal,
radiais, médias, cubitais e anais) que podem se anastomosar e
formar células (Fig. 15).

Fig. 14 – Tipos de pernas.

ASAS
São evaginações tegumentares, na porção anterior das
linhas de união do noto com as pleuras.
Na base das asas podem ser observados escleritos
articulares que formam a “pterália”. Um de importância na
sistemática, é o chamado “tégula”, situado junto à inserção do
primeiro par de asas.
Os insetos podem ser destituídos de asas (ápteros), ter
apenas um par (dípteros) ou dois pares (tetrápteros). Alguns,
apesar de possuirem asas, não voam (aptésicos).
O primeiro par de asas é mesotorácico, podendo Fig. 15 – Asas. 1- ângulos: aan- ângulo anal, aap- ângulo apical,
apresentar grande variação quanto à sua estrutura. O segundo é au- ângulo umeral; margens: man- margem anal ou interna,
map- margem apical ou externa, mc- margem costal ou anterior;
metatorácico, sendo as asas sempre membranosas,planas ou 2 - veias: A- anal, C- costal, Cu- cubital, M- média, R- radial,
dobradas, comumente em leque; em alguns insetos, em lugar Sc- subcostal; 3- hemiélitro: c- cúneo, cl- clavo, co- cório, e- embólio,
m- membrana.

33 34
Certas asas membranosas apresentam um espessamento uniarticulados e diminutos, em Hymenoptera,
das veias junto à margem costal, chamado “pterostigma”, Lepidoptera e Trichoptera
como nos odonatos e muitos himenópteros. Outros
Nas asas, além da estrutura, podem ser referidas Colóforo e furca
particularidades de forma, como estreitas, fendidas e franjadas. Filamento caudal mediano
O acoplamento entre asas pode ser do tipo amplexiforme Pigópode
ou por meio de estruturas especiais, como os frênulos em Pseudópode (espuripédio ou falsa-perna)
mariposas, representados por cerda ou cerdas na base da asa Sifúnculo (=cornículo)
posterior que se ajusta em escamas da asa anterior, e, os Urogonfo (em larvas)
hâmulos, pequenos ganchos na margem anterior do segundo
par de asas, comuns em himenópteros, Podem ocorrer exteriorizações de peças da genitália
O vôo dos insetos decorre da ação conjunta de feixes (terebra; ovipositores ensiforme, estiliforme, falciforme e
musculares dorsolongitudinais e tergoesternais. Taxas de 10 telescópico) e também de modificações do aparelho
vibrações por segundo são encontradas em borboletas, respiratório, como sifões ou tubos respiratórios.
atingindo até 200 em abelhas. A velocidade, em km/h, varia de
7 na mosca doméstica, 20 em abelhas, 54 em mariposas 2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNA
(Sphingidae), cerca de 100 em libélulas e até 145 por curto
período, em algumas moscas (Tabanidae). As estruturas que compõem a organização interna
constituem os aparelhos, relacionados à vida vegetativa,
2.1.4.3 ABDOMINAIS incluindo digestivo, respiratório, circulatório, excretor e
Cercos - apêndices pares da parte láteroventral do 11º urômero, reprodutor, e, os sistemas, relacionados à vida de relação,
de função sensorial e em alguns casos preensora, incluindo muscular, nervoso e secretor (Fig. 16).
formados por um ou mais artículos:
Uniarticulados: Dermaptera (em forma de tenaz, chamados
“calíperos”), Isoptera, Odonata, Orthoptera Caelifera,
Zoraptera.
Multiarticulados: Blattodea, Embioptera, Ephemeroptera,
Mantodea, Orthoptera Ensifera, Plecoptera, Thysanura.
Muitos insetos, no entanto, não possuem cercos:
Coleoptera, Hemiptera, Hymenoptera, Neuroptera,
Phthiraptera, Psocoptera, Siphonaptera, Strepsiptera.
Estilos - apêndices pares, uniarticulados, oriundos das partes Fig. 16 – Aspectos da anatomia interna de um inseto. Ca- cabeça, Tx- tórax,
laterais ou posteriores do 11º somito: em machos de Ab- abdome, A- ânus, Ar- aorta anterior, B- boca, E- esôfago, G- gônadas,
Blattodea e Mantodea Og- orifício genital, Im- intestino médio, Pa- papo, Pr- proventrículo, R- reto.
1-9 – gânglios cefálicos e torácicos da cadeia nervosa e Cnv- demais gânglios
Sócios - apêndices pares dorso-laterais do 10º urômero, ventrais, Vd- vaso dorsal. (Segundo Ceballos)

35 36
Modernamente, entretanto, não se faz mais distinção dos menor calibre chamadas traquéolas, que levam o ar até as
termos, ocasionando certa confusão nas publicações. células. Possuem um filamento cuticular helicoidal, chamado
Objetivando eliminar tal situação, Buzzi & Miyazaki (1999) tenídio, que assegura a permanência de sua forma tubular. A
utilizam a terminologia de enterossoma, hemossoma, comunicação com o exterior se dá por meio de aberturas
aerossoma, excretossoma, gonadossoma, miossoma, chamadas espiráculos, que facultam o fechamento quando
neurossoma e sensilossoma, cujas etimologias já indicam as necessário.(Fig. 17)
correspondentes abrangências. Em muitas obras, inclusive bem
recentes, no entanto, é feita utilização geral do termo sistema,
critério adotado nesta apostila.

2.2.1 SISTEMAS DIGESTIVO E EXCRETOR


Formado por três regiões bem características, chamadas
intestino anterior (estomodeu), médio (mesêntero) e posterior
(proctodeu).
Estomodeu - com a cavidade bucal, faringe, esôfago,
inglúvio (ou “papo”) e proventrículo (ou “moela”). Pode ocorrer
um espaço anterior à abertura bucal, entre as peças
mastigadoras, chamado cibário. Nem sempre todas as regiões
estão bem delimitadas.
Mesêntero - com hipoderme formando epitélio glandular,
também chamado “estômago” ou “ventrículo”. Possui
divertículos ou cecos gástricos, geralmente na região anterior.
Proctodeu – Pode exibir um intestino delgado (íleo) e um
intestino grosso (cólon), que se continuam pelo reto, finalizando
na abertura anal. Junto à inserção com o mesêntero desembocam
os túbulos de Malpighi, de função excretora e eventualmente
glandular.

2.2.2 SISTEMA RESPIRATÓRIO


A respiração pode ser cutânea, traqueal ou branquial. Fig. 17 – Sistema respiratório. 1- invaginação traqueal, 2- traquéola,
Cutânea - pela permeabilidade do tegumento. Ocorre na 3 - tenídio, 4 - espiráculo aberto e fechado, ae – anel elástico,
maioria dos colêmbolos, em algumas larvas aquáticas de E - abertura do espiráculo, En - endocutícula, Ep - epicutícula, Ex -
dípteros e em larvas de vespinhas parasitóides. exocutícula, H - hipoderme, m - músculo espiracular, Mb - membrana
Traqueal - através de traquéias, com ramificações de basal. (Segundo Ceballos)

37 38
Em relação ao número de espiráculos podem ser: formando feixes individualizados, capazes de ações
Apnêusticos (maioria dos colêmbolos) extremamente rápidas e potentes.
Oligopnêusticos, que podem ser: Os músculos obedecem à organização geral dos
propnêusticos (só um par anterio, torácicor: pupa artrópodes, sendo os somáticos, que representam a grande
de mosquito) maioria, pares, enquanto os esplâncnicos, relacionados às
metapnêusticos (só um par posterior, no último vísceras, ímpares.
urômero: larva de mosquito) Quanto à conexão, os músculos podem estar em
anfipnêusticos (pares anterior e posterior: larva continuidade com a membrana basal ou atingir até a exocutícula
de mosca) por meio de tonofibrilas, estruturas fibrilares não estriadas
Polipnêusticos: resultantes de diferenciação das células hipodermais.
hemipnêusticos (1 torácico + até 7 abdominais): A inserção dos músculos pode ser diretamente no
piolhos exoesqueleto ou em invaginações tegumentares, que formam
peripnêusticos (1 + 8) (lagartas) diversos tipos de apódemas, constituintes do endoesqueleto.
holopnêusticos (2 + 8) (maioria dos adultos) Os apódemas mais importantes situam-se na região
Branquial: torácica, incluindo os endotergitos, geralmente em forma de
brânquias traqueais ou traqueobrânquias, que podem placa chamada “fragma”, endopleuritos e endoesternitos
ser filamentares, digitiformes ou foliáceas comumente referidos como “apófises”.
brânquias sanguíneas - raras, em larvas de alguns Na região cefálica os apódemas podem estar reunidos,
dípteros e tricópteros. recebendo a designação particular de “tentório”.

2.2.5 SISTEMA REPRODUTOR


2.2.3 SISTEMA CIRCULATÓRIO
Opistogoneados - com sexos separados (dióicos)
Circulação aberta ou lacunar, com hemoceles. Macho - vesículas testiculares formando os testículos,
Hemolinfa - líquido circulatório, relacionado à nutrição. vaso deferente, vesícula seminal com glândulas anexas e ducto
Vaso dorsal com câmaras dotadas de ostíolos, dispostas ejaculador (edeago) (Fig. 18-1)
dorsalmente no abdome, acionadas por músculos aliformes, Fêmea - ovaríolos formando o ovário, oviduto e vagina
continuando-se pela aorta anterior, de menor calibre, que se com espermateca dotada de glândula espermatecal, e, glândulas
abre na região cefálica. coletéricas. (Fig. 18-2)
Os órgãos sexuais externos, que constituem a genitália,
são mais desenvolvidos nos machos, sendo formados por um
2.2.4 SISTEMAS DE SUSTENTAÇÃO E conjunto de peças essenciais e outras acessórias do aparelho
MUSCULAR reprodutor. São estruturas de grande importância sistemática,
cujo exame, em muitos casos, torna-se imprescindível para
O sistema muscular do hexápodes é muito complexo, assegurar o exato conhecimento das espécies.
constituído por grande número de músculos estriados,

39 40
Fig. 18 – Sistema reprodutor. 1- masculino: de- ducto ejaculador,
ga- glândula anexa, t- testículo, vd- vaso deferentes, vs- vesícula seminal,
vt- vesículas testiculares no corte de um testículo. 2- feminino: c- cálice,
e-espermateca, gc- glândula coletérica, ge- glândula espermatecal,
ls- ligamento suspensor do ovário, o- ovário formado por grande número de
ovaríolos, ov- oviduto, v- vagina. (Baseado em Comstock)

2.2.6 SISTEMA NEUROSECRETOR


SISTEMA NERVOSO (Fig. 19) - composto de três partes
fundamentais: o sistema nervoso central, o sistema nervoso
simpático ou visceral e o sistema nervoso periférico:
- Sistema nervoso central - representado pelo cérebro,
gânglio subesofagiano e cadeia nervosa ventral:
Cérebro, formado por proto, deuto e tritocérebro:
protocérebro - responsável pela enervação dos olhos,
ligados aos lóbulos ópticos, e dos ocelos,
pelos nervos ocelares conetados aos lóbulos
protocerebrais; Fig. 19 – Sistema neurosecretor. 1- vista dorsal da porção anterior;
2- esquema “escada de corda”; 3- tipo geral do sistema nervoso central;
deutocérebro - contém os gânglios antenais; 4-em Coccidae (HEMI.), 5- em Belostomatidae (HEMI.), 6- em
tritocécebro - dois pequenos lóbulos reunidos por uma Stratiomyidae (DIPT.); 1-17 – pares de gânglios; Ca- Corpora allata;
comissura pos-esofagiana, que enervam o labro. Cc- Corpora cardiaca; Con-comissura; D- deutocérebro; E- esôfago; Gf-
gânglio frontal; Gh- gânglio hipocerebral; Gs-gânglio subesofagiano; Gt-
gânglio subesofagiano - reunião de 3 pares de gânglios, gânglios torácicos; Gv- gânglio ventricular; Lo- lobo ocular;
em baixo do esôfago, responsável pela enervação Lp- lobo protocerebral; N- nervos: Na-antenal, Nb do labro, Nl-labial, Nm-
dos demais apêndices bucais. mandibular, No-ocelar, Nx-Maxilar; P- protocérebro; T- tritocérebro.
(Segundo Ceballos)

41 42
Cadeia nervosa ventral - formada pelos pares de gânglios característico; nas lagartas de Papilionidae existe o osmetério,
torácicos e abdominais, ocorrendo com freqüência fusões glândula protorácica eversível, em forma de “Y” da qual
ganglionares. emana um odor repugnante que as protege de inimigos
- Sistema nervoso simpático ou visceral, cujas ramificações naturais.
enervam o sistema digestivo. Existem três massas Glândulas associadas a cerdas e escamas – além das
ganglionares: glândulas especiais, localizadas junto às células tricógenas,
frontal que produzem substâncias cáusticas e irritantes nos chamados
Gânglios hipocerebral pêlos urticantes, devem ser lembradas outras, que produzem
ventricular substâncias de comunicação intraespecífica – os feromônios,
- Sistema nervoso periférico - situado abaixo do destacando-se as existentes nos lepidópteros junto a escamas
tegumento, composto de uma extensa rede de nervos alares modificadas, chamadas androcônias, e, também,
responsáveis pela sensibilidade geral periférica. associadas com tufos de cerdas ou escamas nas pernas, base do
abdome ou associadas à genitália, responsáveis pela produção
SISTEMA SECRETOR - formado por glândulas que dos feromônios sexuais.
podem ser de secreção externa - exócrinas, como as ceríparas, Glândulas relacionadas ao aparelho reprodutor – as
sericígenas, odoríferas ou repugnatórias, produtoras de acessórias, destinam-se à proteção de espermatozóides e ovos;
feromônios etc, ou, de secreção interna - endócrinas, como as as veneníferas, de função defensiva, típicas dos himenópteros
produtoras de hormônios. providos de ferrão; as coletéricas, produtoras de substâncias
Glândulas exócrinas: para fixar ou proteger os ovos.
Glândulas ceríferas – também chamadas ceríparas ou Outras glândulas – de espuma dos cercopídeos, lacíferas
cerígenas - secretoras de cera, em forma de fino pó, filamentos, de cochonilhas, defensivas dos besouros-bombardeiros, frontal
escamas, placas ou revestimento espesso. Comum em dos cupins etc.
hemípteros, especialmente em cochonilhas e pulgões; entre
himenópteros destaca-se a abelha-doméstica, com quatro pares Glândulas endócrinas:
de glândulas que se abrem do 2º ao 5º urosternitos das operárias. Em relação aos processos hormonais destacam-se
Glândulas sericígenas – produtoras de seda, destacando- glândulas hipodermais relacionadas à apólise e ecdise, e ainda
se as labiais existentes em lepidópteros, himenópteros e estruturas pares anexas ao sistema nervoso (Fig. 19):
tricópteros; são muito desenvolvidas em lagartas, como no Corpos cardíacos - reservatório do neurohormônio
bicho-da-seda. Em coleópteros e neurópteros a seda é produzida cerebral (ecdisotropina) que vai atuar nas glândulas
pelos túbulos de Malpighi e nos embiópteros pelo artículo basal protorácicas, que então produzem seu próprio hormônio - a
dos tarsos anteriores. “ecdisona”, indutor da muda nas formas imaturas e da
Glândulas odoríferas ou repugnatórias – comuns em metamorfose na ausência do hormônio juvenil.
vários hemípteros, conhecidos como “fede-fede”, dispostas no Corpos alados - ativados da mesma forma, segregam o
metatórax dos adultos e no abdome das ninfas; nas baratas hormônio juvenil, chamado “neotenina”, que controla todo o
existem glândulas abdominais responsáveis pelo cheiro desenvolvimento, impedindo, até o último ínstar, quando cessa
sua produção, o aparecimento dos caracteres adultos.

43 44
ÓRGÃOS DOS SENTIDOS As sensilas podem se apresentar sob diversos aspectos,
Os receptores sensoriais, chamados sensilas (do latim: estando os principais esquematizados na Fig. 21.
sensillum) ou sensórios, são estruturas especializadas
constituídas por uma diferenciação externa da cutícula e ligadas
por cordões nervosos aos diferentes centros do sistema nervoso.
Os estímulos recebidos através das sensilas que se
comunicam aos neurônios sensitivos, são transmitidos pelas
fibras sensitivas ao correspondente gânglio da cadeia nervosa
ventral. Nos gânglios notam-se os neurônios associativos, de
disposição ventral, e os neurônios motores, de disposição
dorsal. A interligação da fibra sensitiva com o neurônio
associativo e deste com o motor é feita através de ramificações
arborescentes designadas de sinapses. Do neurônio motor parte
a fibra motora que se comunica ao feixe muscular
proporcionando a reação correspondente ao estímulo recebido
(Fig. 20). Chama-se dendrite à fibra que traz os impulsos até o
neurônio; pode haver apenas uma ou em geral várias por
neurônio. À fibra eferente, que transmite os impulsos do
neurônio que é sempre simples, dá-se o nome de axon. Fig. 21 – Tipos de sensilas: 1- tricóide, 2- placóide, 3- basicônica,
4- campaniforme, 5- celocônica, 6- ampulácea.

O TATO é um sentido cujos responsáveis por sua


percepção normalmente acham-se distribuídos por toda a
superfície do corpo. As sensilas mais encontrados para essa
finalidade são as do tipo tricóide, sendo comum também as
basicônicas.
A GUSTAÇÃO é outro sentido que se observa de uma
Fig. 20 – Diagrama do mecanismo reflexo do sistema nervoso. D- dorsal, maneira geral nos artrópodes, sendo responsáveis
V- ventral, fm-fibra motora, fs-fibra sensitiva, g- gânglio delimitado por especialmente os tarsos e tíbia, a epifaringe e também as
linha tracejada, m- músculo, na- neurônio associativo, nm- neurônio motor,
ns- neurônio sensitivo, conetado ao receptor sensorial, s- sinapse. antenas, com sensilas tricóides ou basicônicas.
A OLFAÇÃO é percebida pelas sensilas olfativas, que
Quanto à percepção dos estímulos, distinguem-se as podem ser de todos os tipos, sendo as antenas a principal sede
sensilas: dessas estruturas especializadas.
mecanorreceptoras A AUDIÇÃO está relacionada principalmente a sensilas
quimiorreceptoras placóides e celocônicas. Existem órgãos cordotonais, formados
fotorreceptoras por tufos fusiformes de células sensitivas, chamadas

45 46
escolóforos, ligados à membrana externa desses órgãos com células geradoras; 3) parte superficial, formada pela
timpânicos córnea, que é transparente e esclerotizada, de formato
A VISÃO é o sentido que apresenta a maior complexidade hexagonal, sobre duas células corneagênicas. (Fig. 23)
nas estruturas responsáveis por sua percepção. Os órgãos visuais Os omatídeos são contornados por células pigmentares:
são constituídos por fotorreceptores topográfica e em geral 2 a 8 ao redor da córnea e cristalino – constituindo as
estruturalmente diversos. células iris primárias, e, mais 6 a 16 basais, contornando as
Distinguem-se os olhos simples ou ocelos e os olhos células retineanas – formando as células iris secundárias.
compostos ou facetados.
Os ocelos (Fig. 22) são constituídos por camada única de
células que representam uma diferenciação das células Fig. 23 – Omatídeos.
hipodérmicas – as células retineanas, que produzem um A - de justaposição, B - de
superposição. a - córnea, b -
espessamento superficial chamado córnea (lente), circundado células corneagênicas, c - cone
por uma camada de células pigmentares – as células íris. cristalino, d - células íris
primárias, e - rabdoma, f - células
retineanas, g - células íris
Fig. 22 – Esquema de um ocelo: secundárias, h - membrana basal, i
c - cutícula, ci - células íris, - filamento translúcido, j - fibra
co - córnea, cr - cristalino, nervosa. (Segundo Maranhão)
h-hipoderme, no - nervo ocelar,
r - retínulas, rb - rabdômeros,
v - vitrelas.
Em função da disposição das células íris, distinguem-se
nos olhos compostos a visão por aposição, comum em insetos
diurnos, e, a visão por superposição, característica dos noturnos.
Os olhos compostos são formados por omatídeos, cujo (Fig. 23)
número é muito variável, geralmente grande: em dípteros ao No primeiro caso as células íris primárias e secundárias
redor de 1.000, em odonatos cerca de 28.000; existe, no entanto, formam um revestimento total do omatídeo, de forma que cada
exemplo extremo, em formiga do gênero Dinoponera, onde um recebe as impressões luminosas parciais, representando a
ocorre apenas um omatídeo!. Cada omatídeo é constituído por: visão total a soma (aposição) de todos os omatídeos.
1) elementos profundos – as células retineanas, geralmente em No segundo caso, as células íris primárias formam um
número de sete, que representam a parte sensível, prolongando- pequeno revestimento na parte superior do cristalino e as células
se por fibras nervosas; dispõem-se radialmente segregando um íris secundárias acumulam-se apenas na região basal do
bastão interno – o rabdoma, elemento cuticular, não sensitivo, omatídeo, de modo que os raios luminosos podem, após passar
formado pelo conjunto dos rabdômeros de cada célula; 2) parte pelo cone cristalino de um omatídeo, atingir o rabdoma de outro,
óptica responsável pela refração dos raios luminosos; formando-se uma imagem mais reforçada – por superposição.
superposta à região sensível, é constituída por um cone Nesse caso, em geral, os rabdomas também são bem mais
cristalino, formado geralmente por quatro elementos e junto curtos.

47 48
conhecem os machos.
Periódica ou heterogâmica - quando aparece uma
3 REPRODUÇÃO alternância mais ou menos regular de gerações sexuadas e
partenogenéticas. Também é chamada de “cíclica” e ocorre em
3.1 MODALIDADES muitos pulgões de regiões frias e na filoxera.
Em função dos sexos produzidos na reprodução
A reprodução nos insetos pode se processar por: partenogenética, costuma-se distinguir três tipos:
sexualidade arrenótoca - exclusivamente machos
partenogênese. telítoca - exclusivamente fêmeas
A reprodução sexual é o processo mais comum, sendo deuterótoca - tanto machos como fêmeas.
necessário o concurso dos dois sexos para a formação de novos
indivíduos. Os sexos são separados, sendo freqüente o A reprodução, tanto sexual como partenogenética,
gonocorismo ou dimorfismo sexual. São muito raros os casos tendo em vista caracteres pertinentes à evolução do embrião,
de hermafroditismo, sendo conhecidos apenas três, sendo um o pode ainda ser classificada como por:
da cochonilha Icerya purchasi Maskel, 1879 (HEMI., oviparidade
Sternorrhyncha, Margarodidae), espécie ocorrente em nosso ovoviviparidade
meio. viviparidade
A reprodução partenogenética caracteriza-se pelo
desenvolvimento do ser, a partir do óvulo, sem a interferência Oviparidade - o embrião completa seu desenvolvimento
do sexo masculino. Pode ser: no ovo, fora do corpo materno. É o caso mais freqüente.
acidental
facultativa Ovoviviparidade - o embrião completa seu
obrigatória desenvolvimento no ovo, antes de ser expelido, isto é, conserva-
periódica se dentro do copo materno durante o período de incubação,
Acidental - quando a espécie se reproduz por sexualidade nascendo diretamente as pequenas formas jovens. Comum em
e eventualmente ocorre o desenvolvimento do óvulo de forma pulgões (HEMI., Sternorrhyncha, Aphididae) e já observado
independente. também em alguns representantes de outras ordens, como
Facultativa - onde o inseto, reproduzindo-se Blattodea, Thysanoptera, Coleoptera e Diptera.
normalmente por sexualidade, pode, em determinadas
circunstâncias, dar origem a novos indivíduos em decorrência Vi v ip a r id a d e - o emb r ião c o mp l e t a o s eu
de ovos não fecundados, como se observa com a formação de desenvolvimento às expensas de substâncias produzidas pelo
zangões nas abelhas. organismo materno; pode ser:
Obrigatória ou constante - quando a reprodução se adenotrófica
processa exclusivamente por partenogênese. É o caso de hemocélica
algumas cochonilhas e microhimenópteros, em que não se pseudoplacentária

49 50
subdivisão sucessiva do zigoto; de cada ovo, portanto, surgem
Adenotrófica - quando a nutrição é feita às expensas de sempre indivíduos do mesmo sexo. Existe um caso referido em
secreções de glândulas uterinas. Observa-se em alguns dípteros, estrepsípteros e alguns em himenópteros parasitóides; é comum
como na mosca tsé-tsé (Glossina spp.) e em outros chamados em nosso meio Copidosoma truncatellum (Dalman,1820)
pupíparos. (HYM., Encyrtidae) (=Litomastix), parasitóides de lagartas
Hemocélica - adaptação associativa com neotenia. falsas-medideiras (Noctuidae, Plusiinae), que de um só ovo
Desenvolve-se apenas a parte mediana dos ovários, ficando originam-se mais de duas centenas de larvas.
então livres nos hemoceles, proporcionando, assim, a nutrição
necessária às formas em desenvolvimento, cujos ovos são
destituídos de córion. Observado em estrepsípteros e dípteros
Cecidomyiidae e Chironomidae.
Pseudoplacentária - forma mais complexa onde os ovos
não apresentam vitelo, sendo a nutrição feita através de
modificações da membrana extraembriônica, com a
participação de tecidos do organismo materno. Observado em
alguns representantes de Blattodea, Dermaptera, Psocoptera e
Hemiptera.

3.2 PARTICULARIDADES
Existem particularidades interessantes de reprodução nos
insetos, que convém referir:
Neotenia - persistência de caracteres de forma imatura em
um ser, com capacidade reprodutiva. É pouco freqüente, com
exemplos em alguns coleópteros (Lampyridae) e lepidópteros
(Psychidae); nestes, são comuns em nosso meio Oiketicus spp.,
especialmente O. kirbyi (Lands-Guilding, 1827), conhecido
como “bicho-do-cesto”.
Pedogênese - É a produção de formas jovens pelo
indivíduo ainda imaturo. Pode ser pedogênese larval ou pupal.
Trata-se de uma forma relativamente rara, encontrada em
alguns coleópteros (Micromalthidae) e dípteros
(Cecidomyiidae).
Poliembrionia - desenvolvimento de um número de
embriões maior que o de ovos produzidos. Resulta de uma

51 52
novo ser da membrana vitelina.
A faixa germinal é então segmentada por sulcos
4 DESENVOLVIMENTO transversais. A ectoderme, por invaginação, da origem aos
intestinos anterior e posterior; a mesoderme forma o intestino
Entende-se por desenvolvimento a sucessão de fases ou médio. Os apêndices são formados por evaginações da
estados por que passam os insetos até atingirem a forma adulta. ectoderme.
Representa, portanto, o período que vai desde a formação do Verifica-se então o crescimento lateral da faixa germinal,
ovo, ou início de sua segmentação, até o adulto ou imago, eliminando a blastoderme, até a união dos bordos opostos; o
passando sempre pela fase de forma jovem e, em diversos corpo toma a forma cilíndrica encerrando o vitelo.
casos, também pela fase pupal: Os músculos e vaso dorsal tem origem na mesoderme. A
cutícula, o sistema nervoso central, as traquéias e glândulas
FORMA salivares tem origem ectodérmica.
OVO PUPA ADULTO
JOVEM Com a multiplicação celular e formação dos vários
tecidos e órgãos, o inseto recém formado permanece no interior
Estas fases delimitam dois períodos bem característicos do ovo, que é protegido pelo cório, até sua eclosão.
no desenvolvimento: Quanto maior a quantidade de vitelo disponível nos ovos,
embrionário maior é o período de desenvolvimento embrionário e, por
pós-embrionário conseguinte, maiores são as diversificações morfológicas
encontradas até o momento da eclosão, que só ocorre quando o
embrião já esgotou tais recursos alimentares.
4.1 EMBRIONÁRIO Os ovos podem se apresentar com os mais variados
aspectos. De acordo com o modo de vida dos diversos grupos,
Representa o período que vai da fertilização ou início da encontram-se tipos característicos. Podem estar isolados ou
segmentação do óvulo até a eclosão da forma jovem. agrupados; às vezes reunidos sob uma proteção comum,
Inicia-se pela divisão sucessiva do núcleo, com constituindo a “ooteca”.
subseqüente diferenciação. Há formação do blastoderme,
camada contínua de células, na periferia junto à membrana
vitelina. Segue-se a formação da faixa ou banda germinal, 4.2 PÓS-EMBRIONÁRIO
representada por células que se aglomeram na região ventral;
depois há invaginação formando-se a mesoderme pelas células
Representa o período que sucede à eclosão, ou seja, do
da blastoderme que permanecem internamente e a ectoderme
nascimento da forma imatura até atingir a fase adulta. Podem
pela camada superficial. Após formam-se as duas membranas
ocorrer expressivas transformações morfológicas conhecidas
embrionárias, por pregas da blastoderme que crescem de cada
como “metamorfoses”.
lado, por cima da membrana germinal. A camada externa da
O crescimento dos insetos dá-se por substituições
prega forma a “serosa” e a interna o “amnio” , depois do
sucessivas do revestimento tegumentar, mediante apólise e
encontro e fusão daquelas membranas, separando-se assim o

53 54
subsequente ecdise ou muda, eliminando o velho exoesqueleto
que constitui a exúvia.
Os intervalos de tempo limitados pela eclosão e primeira
ecdise ou entre duas ecdises consecutivas recebem o nome de
estádios, aos quais correspondem formas designadas de
ínstares.

4.2.1 TIPOS DE METAMORFOSE


O quadro a seguir, baseado principalmente em Lizer y
Trelles (1949), resume os tipos de metamorfose, com os
principais ilustrados na Fig. 24:

AMETABÓLICO Sem metamorfose

Hemimetabólico
Paurometabólico
Met. incompleta Hipometabólico
METABÓLICO Apometabólico
Neometabólico

Metamorfose Holometabólico
completa Hipermetabólico

AMETABÓLICO OU AMETÁBOLO - é o tipo de


desenvolvimento sem aparente modificação ou metamorfose.
Do ovo eclodem as formas jovens que por mudas sucessivas vão
simplesmente aumentando de tamanho até atingirem a forma
adulta. Ocorre nos insetos mais primitivos, pertencentes à
subclasse Apterygota.
Fig. 24 – Tipos de metamorfose. A- Thysanura: ametabólico;
METABÓLICO OU METÁBOLO - evidenciam modificações B- Hemiptera: paurometabólico; C- Ephemeroptera: hemimetabólico;
morfológicas ou metamorfose, que pode ser incompleta ou D- Lepidodptera: holometabólico; E- Coleoptera, Meloidae:
completa. hipermetabólico.

55 56
Metamorfose incompleta ou simples é caracterizada por Carabidae, Chrysomelidae - Bruchinae e Meloidae.
existirem apenas três fases do desenvolvimento: ovo, forma A tendência atual, entretanto, é considerar apenas três
jovem e adulta. Em trabalhos mais antigos referida como tipos:
hemimetabolia. Ocorre nos insetos pertencentes ao grupo AMETABÓLICOS - sem metamorfose.
também referido como Exopterygota, por que as asas em HEMIMETABÓLICOS - com metamorfose incompleta,
formação podem ser observadas externamente antes de incluíndo tanto formas jovens aquáticas como terrestres,
atingirem a fase adulta. Conforme o modo de vida, aliado a chamadas ninfas.
aspectos peculiares da forma jovem, distingue-se: HOLOMETABÓLICOS - com metamorfose completa,
Hemimetabólico ou Batmedometabólico - com formas havendo período pupal e as formas jovens que o antecedem
jovens aquáticas, chamadas náiades. Encontrado em chamadas larvas.
Ephemeroptera, Odonata e Plecoptera.
Paurometabólico - com formas jóvens terrestres,
chamadas ninfas. Ocorre na maioria das ordens, destacando-se 4.2.2 TIPOS DE LARVAS
como exemplos Blattodea, Orthoptera, Dermaptera e
Hemiptera. As larvas dos insetos apresentam um grande
Hipometabólico - nome particular usado para “cigarras” polimorfismo. Existem 4 tipos fundamentais, que também
(HEMI., Auchenorrhyncha, Cicadidae), cujas ninfas, de pouca ocorrem no próprio desenvolvimento embrionário, de acordo
mobilidade, tem hábito de vida hipógeo. com a quantidade de vitelo existente nos ovos: protópodes,
Apometabólico ou pseudoametabolia - em formas mais ápodes, oligópodes e polípodes.
evoluidas que as ametabólicas, de hábito parasitário e que não As principais formas particulares, baseado em Lizer y
evidenciam metamorfose: piolhos (Phthiraptera). Trelles (1949), com exemplos, dentro dos tipos morfológicos
Neometabólico ou remetabolia - ocorre em vários fundamentais, estão agrupadas no Quadro 1 e ilustradas na
representantes de Thysanoptera e em machos de cochonilhas Fig. 25.
(HEMI., Sternorrhyncha, Coccoidea), onde está presente uma Protópodes - dotadas de apêndices mandibulares sendo
fase semelhante à pupal. os demais cefálicos e torácicos rudimentares ou vestigiais;
Metamorfose completa ou complexa é caracterizada pela carecem de segmentação abdominal. Encontrado em
presença de quatro fases do desenvolvimento: ovo, forma microhimenópteros parasitóides.
jovem chamada “larva”, pupa e adulta. De acordo com a Ápodes - com segmentação abdominal e dotadas de
morfologia das larvas distingue-se: apêndices apenas na região cefálica. Comum em dípteros,
Holometabólico - com o mesmo tipo morfológico em ocorrendo também em sifonápteros e alguns coleópteros e
todos os ínstares. Ocorre em ordens consideradas mais himenópteros.
evoluidas, como Coleoptera, Lepidoptera, Neuroptera, Diptera Oligópodes - possuidoras de apêndices cefálicos e
e Hymenoptera. torácicos normais, porém sem as pernas abdominais
Hipermetabólico - onde existem ínstares com tipos transitórias, características do próximo tipo. As pernas
morfológicos distintos. Ocorre em Strepsiptera, em alguns torácicas às vezes são muito desenvolvidas. Ocorre nos
himenópteros parasitóides e em coleópteros incluídos em

57 58
Quadro 1 - Tipos de larvas
Tipo geral Tipos particulares Principais exemplos:
Cerambiciformes COLE. Cerambycidae
Buprestóides COLE Buprestidae
Curculioniformes COLE. Curculionidae
Chrysomelidae-
Bruchinae

ÁPODES Vermiformes ou DIPT. Muscóideos


muscóides HYME. Microhimenópteros
parasitóides
Apoidiformes HYME. Apidae
Formicidae
COLE. Coccinellidae
Campodeiformes Staphylinidae
NEUR.
Escarabeiformes COLE. Scarabaeidae
(=melolontóides) Lucanidae
OLIGÓ-
PODES Carabiformes COLE. Carabidae
Hydrophilidae
Onisciformes COLE. Silphidae
Elateriformes COLE. Elateridae
Tenebrionidae
LEPI.
Eruciformes MECO.
POLÍ- HYME. Pergidae
PODES Limaciformes HYME. Tenthredinidae
LEPI. Lycaenidae Fig. 25 – Tipos de larvas. A- apoidiforme, B- buprestóide,
C- carabiforme, D- campodeiforme, E- cerambiciforme,
PROTÓ- Naupliformes HYME. Microhimenópteros F- curculioniforme, G- elateriforme, H- eruciforme,
PODES (=ciclopiformes) parasitóides I- escarabeiforme, J- naupliforme, K- onisciforme, L- vermiforme.

59 60
Neurópteros, em alguns tricópteros e é o tipo mais comum em
muitos coleópteros.
Polípodes - possuem, além de apêndices cefálicos e
torácicos normais, pseudópodes ou espuripédios, que são
divertículos abdominais do tegumento, com função
locomotora. Uma das formas mais freqüentes é a das larvas
eruciformes, características dos lepidópteros, conhecidas pela
designação de “lagartas”, que possuem pseudópodes dotados
de séries de ganchos plantares. Ocorre também em mecópteros
e alguns himenópteros e tricópteros, porém sem a presença dos
ganchos plantares. As limaciformes assemelham-se a lesmas,
tendo pseudópodes muito reduzidos em forma de ventosas.

4.2.3 TIPOS DE PUPAS


A fase pupal corresponde à transformação da larva em
forma adulta. Ocorre pois nos insetos de metamorfose
completa, sendo um estado de aparente inatividade onde o
inseto não se alimenta e em geral também não se locomove. Na
realidade, porém, é um período de intensa atividade, onde se
processam os fenômenos de histólise e histogênese.
Distinguem-se três tipos gerais de pupas (Fig. 26),
baseados no modo de proteção e disposição dos apêndices
torácicos:
exarata
pupas obtecta
coarctata
Pupa exarata - apresenta os apêndices torácicos livres,
como se observa nos coleópteros e himenópteros. Também
chamada “pupa libera”.
Pupa obtecta - os apêndices torácicos são aderidos à
superfície do corpo, como se observa nos lepidópteros. Esse
tipo é comumente designado de crisálida. Fig. 26 - Tipos de pupas.

61 62
Pupa coarctata - fica envolta pela última exúvia larval,
endurecida, não se observando os apêndices, como ocorre na
maioria dos dípteros.
As pupas podem se apresentar nuas ou protegidas por
casulos, de estrutura e forma variáveis segundo as espécies. As
pupas nuas podem ser encontradas em câmaras no solo,
protegidas sob folhas secas ou detritos, observado nas
mariposas, ou estarem expostas, podendo ser suspensas quando
fixas através do cremaster, por secreção de seda a substratos
diversos, ficando a região cefálica para baixo, ou sucintas,
quando há produção de um fio de seda, ao redor da região
torácica, permanecendo a região cefálica voltada para cima,
observado em várias borboletas.
Convém lembrar que existem algumas espécies que
apresentam uma pré-pupa, sujeita à ecdise, da qual se origina a
pupa.

4.2.4 ADULTO OU IMAGO


Representa a fase final do desenvolvimento; é o inseto
perfeito, forma de reprodução, responsável pela perpetuação da
espécie, salvo as exceções já citadas anteriormente.
Libertando-se da última exúvia da forma imatura, o
inseto adulto não sofre mais qualquer processo de ecdise e, por
conseguinte, não há mais crescimento. Existem exceções: em
Ephemeroptera, onde as náiades de último ínstar sofrem uma
ecdise dando origem à forma alada chamada subimago que
depois de um dia sofre nova ecdise surgindo o adulto de
constituição mais delicada; também em Thysanura, além de
muitas ecdises nas formas jovens ocorre também algumas
quando adultos.

63
superordens Entotropha e Ectotropha, e, Pterygota, com as
5 SISTEMÁTICA seções Palaeoptera, Polyneoptera, Oligoneoptera e
Paraneoptera. Considera Anoplura, Mallophaga, Homoptera,
Heteroptera e Magaloptera.
5.1 CLASSIFICAÇÃO DOS HEXÁPODES
Mackerras (1973) considera Hexapoda como superclasse,
ATUAIS integrada pelas classes Collembola, Protura, Diplura e Insecta.
Esta formada por 28 ordens, reunidas nas subclasses Apterygota
Das ordens inicialmente estabelecidas por Linneu em e Pterygota. Utiliza Phthiraptera, Hemiptera no sentido amplo e
1758: Aptera, Coleoptera, Diptera, Hemiptera, Hymenoptera, Megaloptera.
Lepidoptera e Neuroptera (LINNAEI, 1956), apenas a primeira Richards & Davies (1983/84) - tradução da edição de
- que incluía tanto insetos destituídos de asas como também 1977 - considerando a falta de um acordo mais amplo sobre
outros artrópodes - não persiste atualmente. princípios filogenéticos, com demasiadas hipóteses evolutivas,
Gradativamente foram ocorrendo desmembramentos e referem 4 ordens de apterigotos e 25 de pterigotos divididos em
criação de novas ordens. exopterigotos e endopterigotos. Considera Hemiptera no
As classificações mais importantes apareceram apenas a sentido amplo e não utiliza Phthiraptera nem Megaloptera. Para
partir do final do século dezenove, destacando-se as de Brauer Storer et al. (1995) - tradução da edição de 1979 - é considerada
(1885), Comstock (1895), Handlirsch (1908), Brues & a classe Insecta (=Hexapoda) com 27 ordens agrupadas, sendo 4
Melander (1915) e Martinov (1938). na subclasse Apterygota (=Ametabola) e as demais na subclasse
Para uma visão geral da contribuição de alguns autores Pterygota. Refere alguns táxons intermediários, considerando a
mais recentes, visando apreciar nomes adotados e as afinidades classe integrante do subfilo Mandibulata do filo Arthropoda.
sugeridas, é feita a seguir uma rápida síntese. Para Borror, Triplehorn & Johnson (1992) - tradução da
Na obra Insetos do Brasil, do saudoso Professor Costa edição de 1989 - os hexápodes são considerados como classe,
Lima, é apresentada uma classificação baseada principalmente integrada por 31 ordens, agrupadas em Entognatha, contendo
em Handlirsch, considerando a classe Hexapoda (=Insecta, Protura, Collembola e Diplura, e, Insecta, com as demais,
partim), constituída de 30 ordens, listadas com autoria e distribuídas em Paleoptera (ordens Ephemeroptera e Odonata) e
sinônimos. Considera as ordens Thysanura e Collembolla como Neoptera, dividida em ortopteróides, hemipteróides e
integrantes da subclasse Apterygogenea e as demais formando a holometábolos. Baseia-se na filogenia das ordens apresentada
subclasse Pterygogenea; adota Anoplura, Mallophaga, por Kristensen em 1981, e consideram Hemiptera e Homoptera
Hemiptera e Homoptera; Megaloptera permanece como ordens independentes.
subordem de Neuroptera (LIMA, 1939/62). A proposta de Kristensen (1991) considera 31 ordens na
Jeannel, baseando-se em Martinov, considerou 40 ordens superclasse Hexapoda, formada pelas classes Ellipura, Diplura
de insetos, incluindo 8 fósseis, distribuindo-as, em 1945, nas e Insecta. Considera ordem Hemiptera com as subordens
subclasses Collembola, Protura, Thysanura e Pterygota. Em Auchenorrhyncha, Heteroptera e Sternorrhyncha,
1949, restringe para apenas duas: Apterygota, com as desaparecendo o nome Homoptera.
A sistemática adotada por Barnes, Calow & Olive (1995),

65 66
que consta na versão original de 1993, considera 34 ordens Quadro 2 - Sinopse da classificação adotada.
dentro das classes Diplurata, Oligoentomata, Myrientomata,
Zygoentomata, Archaeognatha e Pterygota, que integram o Superclasse H E X A P O D A
subfilo Hexapoda do filo Uniramia, sendo a última a maior, Classe ELLIPURA
dividida em 4 superordens. Consideram Homoptera e Ordem COLLEMBOLA
Ordem PROTURA
Heteroptera ordens independentes.
Classe DIPLURA (=APTERA)
Com propósitos didáticos, visando manter a maioria dos Ordem DIPLURA
nomes já consagrados pelo uso, estão reunidos no Quadro 2, Classe INSECTA (ECTOGNATHA)
numa visão conjunta da sinopse sistemática, os principais Subclasse APTERYGOTA (=APTERYGOGENEA, AMETABOLA)
Ordem ARCHAEOGNATHA (=MICROCORYPHIA)
posicionamentos referidos anteriormente, sendo importante ter Ordem THYSANURA
sempre em mente a abrangência dos termos: DICTYOPTERA Subclasse PTERYGOTA (=PTERYGOGENEA)
( = B AT TO D E A + I S O P T E R A + M A N TO D E A ) , Infraclasse PALAEOPTERA
Ordem EPHEMEROPTERA (=EPHEMERIDA, PLECTOPTERA)
PHTHIRAPTERA (= ANOPLURA + MALLOPHAGA) e Ordem ODONATA
HEMIPTERA nas acepções utilizadas pelos diferentes autores. Infraclasse NEOPTERA
Seção POLYNEOPTERA
A existência de distintos posicionamentos quanto à Ordem PLECOPTERA (=PERLARIAE)
sistemática dos insetos, evidencia a falta de um consenso sobre Ordem BLATTODEA (=BLATTARIAE, BLATTARIA)
Ordem ISOPTERA
o assunto. Ainda está longe o desejo de Costa Lima de que “seria Ordem MANTODEA
de toda a vantagem que a questão da classificação geral dos Ordem GRYLLOBLATTODEA (=NOTOPTERA)
Ordem MANTOPHASMATODEA
insetos fosse discutida nos congressos internacionais de Ordem DERMAPTERA
zoologia e especialmente de entomologia, de modo a ficar Ordem PHASMATODEA (=PHASMIDA)
definitivamente estabelecida uma classificação que fosse aceita Ordem ORTHOPTERA
Ordem EMBIOPTERA (=EMBIIDINA)
por todos os entomologistas”. Ordem ZORAPTERA
Seção PARANEOPTERA
O exagero das modificações decorrentes das hipóteses Ordem PSOCOPTERA (=CORRODENTIA)
filogenéticas vem ocasionando uma constante alteração da Ordem PHTHIRAPTERA (ANOPLURA+MALLOPHAGA)
Ordem HEMIPTERA (Incl. HOMOPTERA)
nomenclatura e da hierarquia dos táxons, criando múltiplos Ordem THYSANOPTERA
problemas. Papavero (1994) já faz alusão à conveniência de um Seção OLIGONEOPTERA (HOLOMETABOLA)
novo sistema de nomenclatura para a sistemática filogenética. Ordem STREPSIPTERA
Ordem COLEOPTERA
A sinopse da classificação adotada, expressa no Quadro 2, Ordem MEGALOPTERA
Ordem RAPHIDIOPTERA (=RAPHIDIODEA)
reune as 33 ordens que integram a superclasse Hexapoda, sendo Ordem NEUROPTERA
os táxons hierarquizados em categorias intermediárias; constam Ordem MECOPTERA (=PANORPATAE)
alguns sinônimos e, em seqüencia, a caracterização sucinta Ordem SIPHONAPTERA (=SUCTORIA, APHANIPTERA)
Ordem DIPTERA
desses grandes grupos. Ordem TRICHOPTERA
Ordem LEPIDOPTERA
Ordem HYMENOPTERA

67 68
Caracterização dos grandes grupos: 5.2 CHAVE PARA ORDENS
Classes Ellipura e Diplura, às vezes reunidas em (Formas ninfais e adultas)
Entognatha - sem exteriorização das peças bucais;
desenvolvimento protomórfico em colêmbolos, 1 Formas ápteras ........................................................... 2
anamórfico em proturos e epimórfico em dipluros. 1' Formas aladas ............................................................. 33
Classe Insecta - com peças bucais aparentes;
desenvolvimento epimórfico. 2 Sem antenas ........................................................ Protura
Subclasse Apterygota - insetos primitivos, ápteros, sem 2' Com um par de antenas ................................................ 3
metamorfose, formas jovens e adultas dotadas de
apêndices locomotores abdominais. 3 Abdome com 6 segmentos no máximo, dotado de colóforo
Subclasse Pterygota - insetos ápteros ou alados, com e geralmente também fúrcula. ....................... Collembola
metamorfose evidente, salvo em alguns de hábito 3' Maior número de urômeros. Colóforo e fúrcula nunca
parasitário; adultos sem apêndices locomotores presentes .................................................................... 4
abdominais.
Infraclasse Palaeoptera - Asas primitivas, estendidas, não 4 Peças bucais entognatas ...................................... Diplura
dobradas para trás nem apresentando pregas; as 4' Peças bucas ectognatas ............................................... 5
anteriores em geral recobrindo as posteriores.
Infraclasse Neoptera - Asas dobradas posteriormente ou 5 Apêndices auxiliares da locomoção presentes no abdome.
com pregas; as anteriores com a área anal Com filamento dorsal mediano entre os cercos .......... 6
desenvolvida, chamada “neala”, de forma mais ou 5' Abdome destituído de apêndices locomotores. Sem
menos acentuada, o que não ocorre nos paleópteros, filamento dorsal mediano ........................................... 7
servindo às vezes para proteger as posteriores.
Seção Polyneoptera - neala muito desenvolvida e com 6 Corpo comprimido. Capazes de grandes saltos pela flexão
grande número de nervuras (veias jugoradiais). do abdome. Tórax fortemente arqueado. Sete pares de
Túbulos de Malpighi em geral em grande número (8 a espiráculos abdominais. Apêndice dorsal mediano bem
60). Metamorfose incompleta. maior que os cercos ................................ Archaeognatha
Seção Paraneoptera - Neala pouco desenvolvida; quando 6' Corpo deprimido. Oito pares de espiráculos abdominais.
evidente, com uma só nervura ramificada na Apêndice dorsal mediano pouco maior que os cercos.
extremidade. Túbulos de Malpighi em pequeno Tórax pouco arqueado. Não saltam ................ Thysanura
número (2-6). Metamorfose incompleta.
Seção Oligoneoptera - Neala desenvolvida, com apenas 7 Formas pequenas, de aspecto anormal, quase sempre fixas
uma nervura simples (veia arcuata). Túbulos de aos vegetais, com o tegumento nu ou protegido por
Malpighi geralmente em pequeno número (2-6). secreções diversas. Aparelho bucal sugador com rostro
Metamorfose completa. filamentar (fêmeas de Coccoidea) .................. Hemiptera
7' Formas com outro aspecto .......................................... 8

69 70
17 Tarsos trímeros. Pernas cursoriais. Cercos desenvolvi-
dos em forma de pinça (calíperos) ............. Dermaptera
8 Insetos larviformes, de corpo cilindróide e desprovidos de 17' Tarsos trímeros ou tetrâmeros. Pernas posteriores
pernas 9 saltatoriais, ou, quando não distintamente, as do par
8' Outro conjunto de caracteres ...................................... 10 anterior são do tipo fossorial. Cercos pouco
desenvolvidos ................................................Orthoptera
9 Formas diminutas, parasitando outros insetos
.................................................................... Strepsiptera 18 Insetos prognatos ...................................... Phasmatodea
9’ Formas maiores, de corpo saciforme, em casulo de 18' Insetos hipognatos..(região Etiópica).. Mantophasmatodea
fragmentos vegetais e fios de seda (fêmeas de Psychidae)
.................................................................... Lepidoptera 19 Tarsos de 1 a 3 artículos ........................................... 20
19' Tarsos de 4 a 5 artículos ........................................... 21
10 Aspecto larviforme, porém com pernas (fêmeas de
Phengodidae) ............................................... Coleoptera 20 Antenas com 5 artículos no máximo. Corpo deprimido.
10' Aspecto normal, com regiões do corpo bem diferenciadas Tarsos monômeros ..................................... Phthiraptera
.................................................................................... 11 20' Antenas com 13 a 50 artículos. Corpo não deprimido.
Tarsos dímeros ou trímeros ........................... Psocoptera
11 Aparelho bucal mastigador ......................................... 12
11' Aparelho bucal de outro tipo ....................................... 28 21 Abdome peciolado. Tarsos pentâmeros .... Hymenoptera
21' Abdome séssil. Tarsos tetrâmeros, raramente pentâmeros
12 Cabeça prolongada inferiormente em um rostro pouco ........................................................................... Isoptera
mais longo que a cabeça ................................ Mecoptera
12' Cabeça não prolongada inferiormente ........................ 13 22 Pernas posteriores saltatoriais, ou, quando não
distintamente, as anteriores são fossoriais ...... Orthoptera
13 Abdome provido de cercos ......................................... 14 22' Pernas posteriores não saltatoriais .............................. 23
13' Abdome desprovido de cercos .................................... 19
23 Pernas anteriores raptoriais ............................. Mantodea
14 Cercos uniarticulados ................................................. 15 23' Pernas anteriores de outro tipo ..................................... 24
14' Cercos multiarticulados ............................................. 22
24 Tarsos trímeros ............................................................ 25
15 Tarsos dímeros ............................................... Zoraptera 24' Tarsos com maior número de artículos ......................... 26
15' Tarsos com maior número de artículos ....................... 16
25 Primeiro artículo tarsal das pernas anteriores muito
16 Tarsos trímeros ou tetrâmeros ..................................... 17 dilatado ....................................................... Embioptera
16' Tarsos pentâmeros ...................................................... 18 25’ Primeiro artículo das pernas anteriores normal
........................................................................ Plecoptera

71 72
26 Tarsos tetrâmeros. Cercos muito curtos, pouco visíveis
........................................................................... Isoptera 36 Peças bucais picadoras-sugadoras, com lábio dividido em
26' Tarsos pentâmeros. Cercos maiores, bem visíveis ....... 27 artículos .........................................................Hemiptera
36' Peças bucais mastigadoras ......................................... 37
27 Corpo oval e deprimido. Sem ovipositor .......... Blattodea
27' Corpo alongado. Ovipositor bem desenvolvido. (apenas no 37 Asas coriáceas, sem nervuras (élitros) ......... Coleoptera
hemisfério norte) .................................... Grylloblattodea 37' Asas pergamináceas, com nervuras (tégminas) ......... 38
.
28 Corpo revestido de escamas e longos pelos.. Probóscida
38 Pernas posteriores saltatoriais ou, quando não desse tipo,
enrolada sob a cabeça (espiritromba) ............ Lepidoptera
com as anteriores fossoriais ........................ Orthoptera
28' Corpo sem escamas e sem probóscida enrolada sob a
38' Pernas de outro tipo .................................................. 39
cabeça ........................................................................... 29
39 Pernas ambulatoriais. Cercos uniarticulados. Insetos de
29 Tarsos pentâmeros ....................................................... 30
corpo alongado ........ ............................... Phasmatodea
29' Tarsos com menor número de artículos ...................... 31
39' Pernas cursoriais. Cercos multiarticulados. Insetos de
corpo oval deeprimido .................................... Blattodea
30 Corpo fortemente comprimido ................ Siphonaptera
30' Corpo não comprimido ..................................... Diptera
40 Peças bucais sugadoras ou picadoras-sugadoras
..............................................................................Diptera
31 Tarsos monômeros ou aparentemente uniarticulados.
40' Peças bucais rudimentares ou ausentes ....................... 41
Peças bucais retraidas ................................................. 32
31' Tarsos com maior número de artículos. Peças bucais com
lábio dividido em artículos ............................. Hemiptera 41 Asas com uma só veia; halteres presentes (machos de
Coccoidea) ..................................................... Hemiptera
32 Pernas escansoriais, com uma garra tarsal ... Phthiraptera 41' Asas com muitas veias; sem halteres ... Ephemeroptera
32' Pernas ambulatoriais, com uma vesícula entre duas
diminutas garras tarsais ............................ Thysanoptera 42 Asas anteriores mais resistentes que as posteriores,
pergamináceas ou coriáceas, em toda extensão ou apenas
33 Asas desenvolvidas ................................................... 34 de forma bem delimitada na parte basal ou costal ......... 43
33´ Asas reduzidas ou apenas tecas alares ...................... 67 42' Os dois pares de asas membranosos ............................ 52

34 Um par de asas ......................................................... 35 43 Asas anteriores com uma parte mais resistente, em nítido
34' Dois pares de asas .................................................... 42 contraste com a restante que é membranosa ................ 44
43' Asas anteriores pergamináceas ou coriáceas, de mesma
35 Asas de estrutura pergaminácea ou coriácea ........... 36 estrutura em toda extensão ........................................ 45
35' Asas de estrutura membranosa ................................ 40

73 74
50 Pernas anteriores raptoriais ............................. Mantodea
44 Asas anteriores com a parte basal coriácea e a apical 50' Pernas anteriores não raptoriais .................................. 51
membranosa (hemiélitros). Peças bucais picadoras-
sugadoras, com lábio dividido em artículos ..... Hemiptera 51 Cercos uniarticulados. Insetos de corpo alongado, pernas
44’ Asas anteriores com uma parte junto à margem costal ambulatoriais ............................................ Phasmatodea
pergaminácea e a restante membranosa. Peças bucais 51’ Cercos multiarticulados. Insetos de corpo oval deprimido,
mastigadoras. Pernas anteriores raptoriais. Cercos pernas cursoriais ............................................. Blattodea
miltiarticulados ............................................... Mantodea

45 Asas anteriores coriáceas, sem nervuras (élitros), cobrindo 52 Asas total ou parcialmente revestidas de escamas. Peças
parcial ou totalmente o abdome .................................. 46 bucais, quando visíveis, representadas por uma probóscida
45' Asas pergamináceas (tégminas), com nervuras ........... 48 enrolada sob a cabeça (espiritromba) ............ Lepidoptera
52' Asas nuas ou revestidas de pêlos. Peças bucais não
46 Abdome provido de cercos em forma de pinças constituídas por espiritromba ....................................... 53
(calíperos) ................................................... Dermaptera
46' Abdome sem cercos ................................................... 47 53 Insetos que lembram pequenas mariposas, com as asas
revestidas de pêlos; tegumento pouco esclerotizado;
47 Tarsos providos de garras. Asas posteriores com veias mandíbulas atrofiadas ou ausentes ................ Trichoptera
longitudinais e transversais ............................ Coleoptera 53’ Insetos com outro aspecto ............................................ 54
47' Tarsos sem garras. Asas posteriores sem veias transversais
e consideravelmente mais desenvolvidas que as anteriores, 54 Peças bucais picadoras-sugadoras, dotadas de um rostro
que são reduzidas, parecendo élitros atrofiados. Insetos com lábio dividido em artículos ...................... Hemiptera
pequenos, com até 4mm de comprimento 54' Peças bucais de outro tipo, em geral mastigadoras, às vezes
.......................................................................Strepsiptera atrofiadas, nunca com lábio articulado ........................ 55
48 Asas posteriores dobradas longitudinalmente em leque.
Peças bucais mastigadoras .......................................... 49 55 Asas muito estreitas com longos pelos marginais; estiletes
48' Asas posteriores não dobradas. Peças bucais picadoras- dentro de um cone bucal; tarsos aparentemente
sugadoras com lábio dividido em artículos .... Hemiptera uniarticulados, com um órgão vesiculiforme entre duas
garras rudimentares .................................. Thysanoptera
49 Pernas posteriores saltatoriais ou, quando não desse tipo, 55' Asas com outro aspecto; tarsos com dois ou mais artículos.
as anteriores são fossoriais .......................... Orthoptera .................................................................................... 56
49' Pernas posteriores ambulatoriais ou cursoriais e anteriores
nunca fossoriais.......................................................... 50 56 Cabeça prolongada em rostro mais longo que a cabeça, com
as peças bucais no ápice ................................. Mecoptera
56' Cabeça com outro aspecto .......................................... 57

75 76
57 Asas anteriores e posteriores aparentemente iguais ou as 65 Asas posteriores alargadas na base, com a área anal muito
posteriores com a área anal desenvolvida; tarsos com desenvolvida. Espécies de porte médio a grande. Larvas
menos de 5 artículos ................................................... 58 aquáticas .................................................... Megaloptera
57' Asas posteriores geralmente menores que as anteriores, 65' Asas posteriores com outro aspecto. Larvas quase sempre
quando porém aparentemente iguais ou mais terrestres .................................................................. 66
desenvolvidas que as anteriores, os tarsos são pentâmeros
.................................................................................... 61 66 Protórax geralmente pequeno; quando desenvolvido as
pernas anteriores são raptoriais .................... Neuroptera
58 Asas com uma sutura transversa na base, permitindo fácil 66’ Protórax muito longo. Pernas anteriores ambulatoriais
................................................................ Raphidioptera
destacamento ..................................................... Isoptera
58’ Asas sem tal sutura ................................................... 59
67 Peças bucais mastigadoras ............................................ 68
59 Tarsos anteriores com o primeiro artículo muito dilatado 67´ Peças bucais de outro tipo............................................. 7 1
..................................................................... Embioptera
59' Tarsos de todas as pernas normais ............................... 60 68 Pernas posteriores saltatoriais ou anteriores fossoriais
....................................................................... Orthoptera
60 Antenas setiformes, quase invisíveis a olho nu. Cercos 68´ Todas as pernas ambulatoriais ou cursoriais ................. 69
uniarticulados ................................................... Odonata
60' Antenas filiformes, alongadas. Cercos multiarticulados 69 Cercos ausentes ............................................ Coleoptera
....................................................................... Plecoptera 69´ Cercos presentes .......................................................... 70

61 Abdome com cercos bem visíveis ................................ 62 70 Cercos uniarticulados (calíperos) ................ Dermaptera
61' Cercos ausentes ou muito reduzidos ......................... 63 70’ Cercos multiarticulados ................................... Blattodea

62 Cercos muito curtos, uniarticulados ................ Zoraptera 71 Peças bucais picadoras-sugadoras, com lábio dividido em
62' Cercos muito longos, multiarticulados ... Ephemeroptera artículos ........................................................ Hemiptera
71´ Peças bucais sugadoras, lábio não dividido em
artículos ........................................................ Diptera
63 Tarsos dímeros ou trímeros ............................ Psocoptera
63' Tarsos pentâmeros ..................................................... 64
*********
*****
64 Asas nuas, com veias longitudinais e várias transversais,
formando um retículo complexo ............................... 65 *
64' Asas nuas ou com pêlos microscópicos, com poucas veias
transversais, sem formar retículo .............. Hymenoptera

77 78
que estas subordens, para alguns autores, já passaram à
hierarquia de ordem.
5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS ORDENS
PROTURA Silvestri,1907
De forma sucinta são indicados a seguir os principais
aspectos relativos às ordens de Hexapoda, relacionadas na Hexápodes diminutos, não
seqüência filogenética expressa no Quadro 2: atingindo 2mm de comprimento.
Olhos e antenas ausentes,
COLLEMBOLA Lubbock,1869 mandíbulas estiliformes, ápteros,
pernas anteriores anteniformes,
Hexápaodes primitivos (Fig. abdome com 12 segmentos. (Fig.
27), com 6 urômeros no máximo 28). São raros, micetófagos,
(protomórficos). Corpo encontrados em folhiço, sendo
subcilíndrico ou globoso, de conveniente o uso do funil de
comprimento em geral entre 1 e Berlese para coleta. Desenvol-
5mm. Antenas usualmente de 4 vimento anamórfico, de interesse Fig.28 - Protura.
artículos, peças bucais entognatas; em estudos filogenéticos.
abdome com uma vesícula Distribuidos em todas as regiões zoogeográficas, ocorrendo
eversível no primeiro urosternito, cerca de 600 espécies, reunidas em 4 famílias, sendo
chamada tubo ventral ou colóforo, Acerentomidae a mais expressiva.
que permite a fixação no substrato, Fig. 27 - Collembola. Em
cima Symphypleona e em
e, no ápice, um apêndice bífido, baixo Arthropleona. DIPLURA Borner,1904
chamado furcula, facultando
o salto quando liberada do Tem como sinônimo Aptera.
retináculo existente no terceiro Possuem corpo alongado com
urosternito. tegumento pouco esclerotizado; são
São ovíparos, não tem metamorfose e vivem em locais destituídos de olhos ou ocelos e
úmidos, a maioria alimentando-se de materiais em apresentam cercos uni ou
decomposição. multiarticulados; a maioria tem
Estimadas 9.000 espécies distribuídas em 20 famílias cerca de 5mm de comprimento.
integrando as subordens: (Fig. 29). Raros, encontrados em
- SYMPHYPLEONA, com espécimes de corpo globoso todas as regiões zoogeográficas,
e sem segmentação abdominal, destacando-se Sminthuridae. principalmente pantropicais;.
- ARTHROPLEONA, de corpo subcilíndrico e abdome Fig. 29 - Diplura.
são criptozoários, vivendo no solo,
segmentado, destacando-se Entomobryidae. É oportuno alertar em serapilheira ou em musgos.

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Grupo de interesse filogenético. Existem cerca de 800 algumas espécies mirmecófilas e termitófilas e outras de
espécies, distribuídas em quatro famílias, sendo mais comuns importância na Entomologia Habitacional. As ecdises
Campodeidae e Japygidae continuam ocorrendo mesmo nas formas adultas. Encontrados
em todas as regiões zoogeográficas, conhecendo-se cerca de
ARCHAEOGNATHA Borner,1904 400 espécies, agrupadas em 4 famílias, sendo a mais importante
Lepismatidae, que abriga Lepisma saccharina L.,1758, a
Ordem representada pelas “traças saltadoras”, “traça-dos-livros”, e Thermobia domestica (Packard,1873),
anteriormente incluídas em Thysanura, caracterizadas pelo outra falsa traça que vive em locais de temperatura elevada.
corpo comprimido, olhos contíguos, palpos maxilares longos
de 7 artículos, coxas médias e posteriores geralmente dotadas EPHEMEROPTERA Haeckel,1896
de estilos, presentes também na maioria dos urosternitos;
abdome terminando em filamento caudal mediano maior do que Conhecidos como “efêmeras” ou mariposas-de-verão e
os cercos, que são quase paralelos (Fig. 30). também, como para isópteros, “siriruias”.
Corpo muito delicado, de comprimento variável entre 4 e
40 milímetros, com peças bucais atrofiadas e antenas setáceas
Fig. 30 - Archaeognatha curtas; olhos compostos às vezes divididos - tipo ascalafóide,
evidenciando então dois pares de olhos. Tarsos trímeros até
pentâmeros. Dois pares de asas membranosas, sendo as
anteriores com o dobro ou mais do tamanho das posteriores, que,
Cerca de 500 espécies descritas, incluídas em 2 famílias, em alguns grupos, podem estar ausentes. Abdome com um par
sendo mais conhecida Machilidae. de cercos e um filamento caudal mediano, multiarticulados (Fig.
32).
THYSANURA (Latreille,1796) São anfibióticos, ocorrendo a
cópula durante o vôo, geralmente em
Insetos de corpo deprimido, com aparelho bucal grande número, próximo aos
mastigador, ápteros, pernas cursoriais de movimento rápido, mananciais hídricos. A maioria
abdome com estilos em alguns urosternitos, cercos e filamento deposita de 500 a 5.000 ovos na
caudal mediano longos e multiarticulados, sendo este de água, eclodindo náiades que exibem
tamanho semelhante aos cercos, que são divergentes.(Fig. 31). traqueobrânquias abdominais muito
características, com formas
algófagas e outras predadoras; após
mais de 20 ínstares dão origem a uma
Fig. 31 - Thysanura forma alada chamada “subimago” Fig. 32 - Ephemeroptera
que depois de um dia
sofre ecdise originando então o adulto. Enquanto os adultos tem
Ametabólicos, de vida livre, criptozoários, onívoros, com vida muito curta, de algumas horas até poucos dias, as náiades

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podem viver até 3 anos. facilitando a captura das presas, constituídas por insetos e até
Tanto adultos como náiades são de grande importância mesmo alevinos.
como alimento para peixes. Estima-se em 5.500 espécies, incluídas em 27 famílias,
Conhecidas cerca de 3.100 espécies distribuídas em 23 integrantes de 3 subordens, sendo comuns em nosso meio:
famílias, agrupadas por alguns autores em duas subordens - ANISOPTERA, caracterizada pelo corpo robusto,
diferenciadas apenas por aspectos de anatomia interna e olhos aproximados ou contíguos e área anal das asas posteriores
características de náiades. São comuns Ephemeridae que abriga expandidas; com 7 famílias, sendo mais comuns Aeshnidae,
Hexagenia albivitatta, já referida como abundante na laguna Gomphidae e Libelullidae.
dos Patos, e Baetidae e Caenidae, com espécies de pequeno - ZYGOPTERA, com corpo muito delgado, olhos
porte, muitas com apenas um par de asas. afastados e asas estreitas, semelhantes, sendo as posteriores
sem área anal expandida; formada por 19 famílias, destacando-
ODONATA Fabricius,1792 se Agrionidae, Coenagrionidae, Lestidae e Pseudostigmatidae
[com Mecistogaster lucretia (Drury,1782) que atinge 15,5cm
Insetos de corpo esbelto, com longo abdome de comprimento].
subcilíndrico (Fig. 33). Conhecidos comumente pelos nomes
de “libélulas” e “lavadeiras”. Comprimento variável ente 2 e PLECOPTERA Burmeister,1839
15,5cm. Olhos grandes com até cerca de 28.000 omatídeos,
antenas curtas setiformes e peças bucais mastigadoras; dois Também chamada Perlariae.
pares de asas membranosas nuas, com intensa nervação. Dois pares de asas membranosas,
cercos longos multiarticulados (Fig.
34). Insetos hemimetabólicos,
anfibióticos, com náiades
predadoras e algumas fitófagas;
adultos não se alimentam ou são
fitófagos. De importância como
bioindicadores. Ocorrem em todas
as regiões zoogeográficas, sendo
conhecidas cerca de 2.000 espécies, Fig. 34 - Plecoptera
Fig. 33 - Odonata. À esquerda Anisoptera e à direita Zygoptera. reunidas nas subordens:
FILIPALPIA (=Holognatha), com lábio dotado de glossas e
Reprodução sexuada, sendo os machos dotados de paraglossas desenvolvidas e de tamanho semelhantes;
receptáculo seminal nos primeiros urosternitos, que são SETIPALPIA (=Systellognatha), com glossa reduzida, como
localizados pela extremidade do abdome das fêmeas, durante o um lobo basal da paraglossa. Existem 15 famílias, sendo a mais
vôo, quando presas pelos cercos dos machos na região cervical. comum Perlidae, pertencente à última, onde se destacam as
As náiades possuem um tipo especial de aparelho bucal espécies do gênero Anacroneuria. Além dessa divisão baseada
mandibulado, com lábio protrátil, conhecido como “máscara”, na estrutura do lábio, existe outra mais recente

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(Antarctoperlaria e Arctoperlaria), em função de músculos das membranosas, dotadas de uma sutura basal que faculta seu
pernas anteriores. desprendimento (Fig. 36).
O abdome é volumoso, amplamente aderente ao tórax,
BLATTODEA Brunner,1882 com diminutos cercos uniarticulados.
Possuem simbiontes intestinais que permitem a digestão
Representantes vulgarmente conhecidos pelo nome de da celulose.
“baratas”. Conhecidas cerca de
Ordem também referida como Blattaria ou Blattariae, 2.900 espécies distribuídas em 7
integrando, juntamente com Isoptera e Mantodea, por alguns famílias, sendo mais comuns
autores, à ordem Dictyoptera. Kalotermitidae, com os cupins
Possuem corpo oval deprimido, de comprimento entre 4 que vivem em madeiras,
e 100mm; antenas longas, filiformes; opistognatos com peças Rhinotermitidae, com os Fig. 36 - Isoptera.
bucais mastigadoras; tégminas geralmente desenvolvidas, às arborícolas, e, Termitidae, com
vezes curtas ou mesmo ausentes em algumas espécies; os construtores de montículos
pernas cursoriais com cerdas espiniformes e tarsos pentâmeros; no solo.
cercos multiarticulados, fusiformes, acompanhados por estilos
nos machos (Fig. 35). MANTODEA Burmeister,1838
Maioria ovípara, com ovos
reunidos em ooteca. Conhecidos como “louva-a-deus” e erroneamente
Descritas cerca de 4.000 temidos como perigosos, pois não possuem qualquer glândula
espécies, incluídas em 6 famílias, de veneno. (Fig. 37)
destacando-se as de importância C o r p o
habitacional: Blattidae, que abriga alongado,
Periplaneta spp. e Blatellidae com subcilíndrico ou
a conhecida Blatella germanica. Fig. 35 - Blattodea com mais fre-
qüência um
ISOPTERA (Brullé,1832) pouco depri-
mido, de compri-
Fig. 37 - Mantodea
Conhecidos popularmente como cupins ou térmitas, e mento variável
com menos freqüência “formigas-brancas”. Também entre 1 e 10cm.
referidos como “siriruia” ou “aleluia”, quando em revoada. Cabeça livremente articulada com o tórax, capaz de
São insetos sociais, com castas de indivíduos ápteros ampla movimentação, com antenas filiformes multiarticuladas
(operários e soldados) e sexuais alados, que partum as asas e peças bucais mastigadoras.
após a revoada. Antenas moniliformes, aparelho bucal Pernas anteriores raptoriais; dois pares de asas, sendo as
mastigador; pernas ambulatoriais, quase sempre com tarsos anteriores total ou parcialmente pergamináceas, sendo que
tetrâmeros; os dois pares de asas dos sexuais (rei e rainha) são fêmeas de algumas espécies podem ser ápteras ou braquípteras .

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Cercos multiarticulados, acompanhados por estilos nos machos. DERMAPTERA (De Geer,1773)
Reprodução sexual com ovos reunidos em ootecas, Ninfas
e adultos são predadores vorazes, alimentando-se Conhecidos popularmente pelo nome de “tesourinhas”,
especialmente de insetos. de comprimento variável entre 5 e 40mm. Cabeça livre e
Existem cerca de 2.300 espécies, distribuídas em 8 prognata, com antenas filiformes ou moniliformes e peças
famílias. Destacam-se Acanthopidae, Thespidae e Vatidae com bucais mastigadoras.
vários representantes em nosso meio, sendo mais comuns Pernas cursoriais com tarsos
espécies de vatídeos dos gêneros Coptopteryx e trímeros. Élitros curtos e asas
Parastagmatoptera. posteriores amplas, dobradas em
leque sob as anteriores, com vértice
GRYLLOBLATTODEA Brues & Melander,1915 na região média da margem costal.
Existem espécies ápteras. Abdome
Tem como sinônimo mais largo na região mediana,
Notoptera. São insetos ápteros, dotado de cercos uniarticulados em
de corpo deprimido, com 15 a forma de pinças, bem
30mm de comprimento, esclerotizados, chamados calíperos Fig. 40 - Dermaptera
dotados de cercos (Fig. 40).
multiarticulados (Fig. 38). São Existem cerca de 2.000 espécies, distribuidas em 10
c r i p t o z o á r i o s , famílias integrantes das Subordens ARIXENINA,
paurometabólicos, ovíparos, HEMIMERINA e FORFICULINA. As duas primeiras tem
de interesse em estudos Fig. 38 - Grylloblattodea espécies associadas a morcegos na Asia e roedores na África,
filogenéticos. respectivamente; a última, que exibe calíperos bem
Alimentam-se de insetos vivos ou mortos, ocorrendo desenvolvidos e esclerotizados, abriga espécies de importância
apenas nas regiões Neártica e Paleártica. São conhecidas 37 no controle biológico de pragas agrícolas, apesar de eventuais
espécies, incluídas em Grylloblattidae. danos que possam ocasionar em flores, destacando-se
representantes de Forficulidae.
MANTOPHASMATODEA (Zompro, Klass, Kristensen &
Adis, 2002) PHASMATODEA Jacobson & Bianchi,1905
Insetos ápteros, hipognatos, Também referida como Phasmida. São os verdadeiros
atingindo cerca de 22mm de “bichos-pau”.
comprimento. (Fig. 39) Corpo baciliforme, podendo atingir até 330mm de
Zoófagos, de aspecto que comprimento em espécies da Região Oriental.
lembra os bichos-paus. Descritas 14 Aparelho bucal mastigador, protórax curto, ápteros ou
espécies atuais, ocorrentes na região alados, pernas ambulatoiais com tarsos pentâmeros, cercos
Etiópica. Fig. 39 - Mantophasmatodea

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uniarticulados (Fig. 41). ínstares ninfais, nos ensíferos pode ultrapassar dez estádios.
Paurometabólicos, ovíparos Existem cerca de 20.000 espécies agrupadas nas
(ovos esculturados), fitófagos com subordens Caelifera e Ensifera. Alguns exemplos estão
algumas espécies que, em outros ilustrados na Estampa 1.
paises, chegam a ser pragas - CAELIFERA - com antenas curtas, com menos de 30
agrícolas. Encontrados em todas as artículos; órgãos timpânicos, quando presentes, lateralmente
regiões zoogeográficas, com cerca no primeiro urômero; ovipositor inconspícuo. Reune 18
de 3.000 espécies conhecidas, famílias, merecendo destacar Acrididae (gafanhotos) e
reunidas em três famílias, sendo Proscopiidae (falsos bichos-pau).
Phylliidae a mais comum. Pouco - ENSIFERA - com antenas geralmente longas, com mais
freqüentes no Rio Grande do Sul. de 30 artículos; órgãos timpânicos, quando presentes, nas tíbias
Fig. 41 - Phasmatodea anteriores; ovipositor em geral bem desenvolvido, exceto
ORTHOPTERA (Olivier,1811) Gryllotalpidae que possuem antenas muito curtas e pernas
anteriores fossoriais. Reune 10 famílias, onde se destacam
Inclui os “gafanhotos”, “esperanças”, “grilos” e Gryllidae (grilos), Gryllotalpidae (paquinhas ou cachorrinhos
“paquinhas”, com tamanhos variáveis desde 5 até 110mm de d’água e cachorrinhos da terra) e Tettigoniidae (esperanças).
comprimento. Autores mais antigos e mesmo Borror, Delong (1988),
Cabeça hipognata com peças bucais mastigadoras. Dois incluem em Orthoptera também os atuais representantes de
pares de asas, sendo as anteriores tégminas geralmente bem Blattodea, Mantodea e Phasmatodea.
desenvolvidas; existem espécies ápteras e braquípteras. Pernas
com tarsos trímeros ou tetrâmeros, sendo as posteriores EMBIOPTERA Shipley,1904
saltatoriais (Fig. 42).
Estruturas especiais Te m c o m o s i n ô n i m o
nas tégminas de machos Embiidina. Insetos de cor geral
permitem a produção de castanha, comprimento variável
sons característicos para de 4 a 20 mm, aparelho bucal
cada espécie. mastigador; fêmeas sempre
Algumas espécies ápteras e machos em geral alados;
de gafanhotos, chamados tarsos anteriores glandulares;
migratórios, podem dotados de cercos assimétricos, Fig. 43 - Embioptera macho
o c o r r e r e m g r a n d e s Fig, 42- Orthoptera. Em cima notadamente nos machos (Fig. 43).
agregações, tanto na fase Caelifera, em baixo Ensifera Vivem em pequenas colônias, construindo galerias ou
ninfal como adulta. túneis de seda, em geral no tronco de árvores. São pouco
Reprodução sexual e ovíparos na maioria, com postura prolíficos, alimentando-se de matéria orgânica vegetal,
em “cartuchos” no solo, em grupos sobre plantas considerados sem importância econômica. Possuem
e às vezes endofítica. Enquanto gafanhotos tem normalmente 5 desenvolvimento paurometabólico, sendo anfigônicos e

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ovíparos. Existem cerca de 200 espécies, reunidas em oito Vivem isolados ou em colônias, podendo produzir fino
famílias, destacando-se Embiidae como a mais comum. revestimento de seda. Ocorrem em todas as regiões
zoogeográficas, existindo cerca de 4.400 espécies, reunidas em
ZORAPTERA Silvestri,1913 35 famílias, distribuidas nas subordens:
- TROGIOMORPHA – antenas com mais de 20 artículos, sem
Insetos de porte diminuto, muito raros, não atingindo anelação secundária; tarsos trímeros; pterostigma não
3mm de comprimento, com formas aladas e ápteras. espessado ou ausente.
Cabeça hipognata, com - TROCTOMORPHA – antenas com 12 a 17 artículos, alguns
antenas moniliformes e peças bucais com anelação secundária; tarsos de 2 ou 3 artículos;
mandibuladas. Alados com 2 pares pterostigma não espessado. Destaca-se Liposcelidae, que
de asas membranosas de nervação abriga o “piolho-dos-livros”.
reduzida. Tarsos dímeros e cercos - PSOCOMORPHA – antenas geralmente com 13 artículos;
diminutos, uniarticulados dotados tarsos dímeros ou trímeros, neste caso antenas sem anelação
de estilo (Fig. 44). secundária; pterostigma espessado.
Possuem hábito gregário com
p r i n c i p a l r e g i m e a l i m e n t a r Fig. 44 - Zoraptera PHTHIRAPTERA Haeckel,1896
micetófago.
Existem 32 espécies, pertencentes ao gênero Zorotypus. Inclui os “piolhos”, tanto sugadores como mastigadores.
Nome que engloba as antigas ordens Anoplura e Mallophaga.
PSOCOPTERA Shipley,1904 Insetos de corpo deprimido, de importância médica ou
veterinária; comprimento entre 0,5 e 10mm, apometabólicos,
Tem como sinônimo Corrodentia. Comprimento variável ápteros, com tarsos monômeros ou dímeros e destituídos de
de 1 a 10mm, cor esbranquiçada a parda. cercos (Fig. 46).
Cabeça com pós-
clípeo saliente; aparelho
bucal mastigador; ápteros, Fig. 46 - Phthiraptera.
braquípteros ou alados, com A - Anoplura
dois pares, membranosas; B - Amblycera
C - Ischnocera
cercos ausentes (Fig. 45).
A B C
São paurometabólicos,
alimentando-se de algas,
liquens, fungos e detritos Fig. 45 - Psocoptera Reprodução sexual, ovíparos, sendo os ovos dos
diversos, incluindo-se anopluros conhecidos como “lêndeas”. São estimadas cerca de
espécies que Atacam 4.900 espécies, agrupadas em 4 subordens:
produtos armazenados e materiais em coleções entomológicas - ANOPLURA - com espécies hematófagas, cabeça
e herbários. estreita dotada de 3 estiletes dentro de um cone bucal sugador e

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pernas tipicamente escansoriais, destacando-se Convém alertar que em alguns trabalhos recentes são
Haematopinidae (piolhos de ungulados), Pediculidae (em consideradas três subordens: Heteroptera, Auchenorrhyncha e
primatas) e Pthiridae (com uma só espécie, no homem). Sternorrhyncha, desaparecendo o termo Homoptera, que não é
- AMBLYCERA, cabeça larga, com peças bucais monofilético.
mastigadoras dotadas de mandíbulas horizontais e antenas
- HETEROPTERA :
acultas em sulco sob a cabeça; inclui espécies penívoras,
Abriga, de um modo geral, os conhecidos “percevejos”;
destacando-se Menoponidae.
alguns nomes particulares são também utilizados como “barata-
- ISCHNOCERA – cabeça larga, com peças bucais
dágua”, “fede-fede” e “barbeiro” ainda chamado “chupão”,
também mastigadoras dotadas de mandíbulas verticais e antenas
“fincão” e “furão”. (Estampa 2)
bem visíveis; com espécies penívoras e pilívoras, destacando-se
Tamanho variável desde 1 até 110mm de comprimento.
Philopteridae (em aves) e Trichodectidae (em mamíferos).
Caracterizam-se por aparelho bucal picador-sugador
- RHYNCHOPHTHIRINA - contendo apenas o gênero
emergindo da região anterior da cabeça e asas anteriores quase
Haematomyzus, que abriga o piolho do elefante.
sempre tipicamente “hemiélitros”.
Existem espécies fitosuccívoras - que representam a
HEMIPTERA Linnaeus,1758
grande maioria, hematófagas e predadoras. Muitos possuem
glândulas odoríferas que se abrem lateralmente no tórax.
Trata-se de uma ordem cuja abrangência tem sido objeto
Ovíparos, ninfas usualmente com 5 ínstares.
de grandes modificações, especialmente fundamentadas em
trabalhos filogenéticos. Estima-se em cerca de 54.000 espécies, incluídas em 62
Os hemípteros possuem tamanho variável desde 1 até famílias, que em classificações mais antigas agrupavam-se em
110mm de comprimento. Caracterizam-se por aparelho bucal CRYPTOCERATA, de antenas curtas e ocultas sob a cabeça;
picador-sugador, com lábio articulado, existindo formas ápteras quase todos aquáticos, destacando-se Belostomatidae (baratas-
e aladas com um ou dois pares de asas; pernas com no máximo 3 dágua), e, GYMNOCERATA, de antenas longas e bem visíveis,
tarsômeros, abdome desprovido de cercos (Fig. 47). quase todos terrestres, destacando-se Coreidae (com os
percevejos de solanáceas), Lygaeidae (com espécies
fitosuccívoras e predadoras), Miridae (com pragas de
gramíneas e de orquídeas), Nabidae (com espécies predadoras),
Pentatomidae (com várias espécies pragas do arroz, soja, trigo e
plantas de horta), Reduviidae (com espécies hematófagas e
predadoras). Atualmente os heterópteros estão divididos em
grupos onde se destacam Gerromorpha e Nepomorpha entre os
Fig. 47 - Hemiptera. À esquerda Heteroptera, à direita Homoptera aqüáticos e Cimicomorpha e Pentatomorpha entre os terrestres.
Auchenorrhyncha
Conforme hierarquia taxonômica usada no Zoological - “HOMOPTERA”: (Estampas 3 e 4)
Records divide-se nas subordens Heteroptera e Homoptera, esta Caracterizam-se pelo aparelho bucal picador-sugador
com as infraordens Coleorrhyncha, Auchenorrhyncha e emergindo da região posterior da cabeça ou mesmo da torácica
Sternorrhyncha. e asas anteriores membranosas ou pergamináceas (tégminas).

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Inclui as “cigarras” e “cigarrinhas”. “pulgões”, Antenas com 4 a 9 artículos, filiformes ou
“cochonilhas” e “piolhos-farinhentos”. Comprimento do corpo moniliformes; peças bucais hipognatas, tipo picador-sugador,
variável deste fração de milímetro até um decímetro. assimétricas, com uma mandíbula (esquerda) e as lacínias,
Possuem dois pares de asas dispostas sobre o corpo dentro de pequeno rostro ou cone bucal (Fig. 48).
como abas de um telhado; existem, no entanto, formas com Tarsos de 1 ou 2
somente um par (machos de Coccoidea) e também ápteras. artículos, com arólio
O desenvolvimento é paurometabólico, havendo postarsal eversível. Asas,
particularidades como nas “cigarras” referido como quando presentes, em numero
hipometabólico, e em cochonilhas, onde os machos emergem de 2 pares, muito estreitas e
de formas pupais, através de remetabolia ou neometabolia. com longos pelos marginais.
Ninfas e adultos são exclusivamente fitossuccívoros, Ovipositor constituído por
havendo algumas formas masculinas com peças bucais urômero terminal tubular ou
atrofiadas, que não se alimentam. com valvas ventrais F i g . 4 8 - ThysanopteraFig.
São conhecidas cerca de 36.000 espécies, reunidas em formando uma terebra.
dois grupos (infraordens ou subordens e até ordens cf autores). Vivem em agregações, reproduzindo-se sexualmente,
AUCHENORRHYNCHA, com 31 famílias, porém com muitas espécies partenogenéticas. O
destacando-se Aethalionidae (com a cigarrinha dos pomares), desenvolvimento, variável com as espécies, é intermediário
Cercopidae (com as cigarrinhas da cana-de-açucar e entre paurometabólico, por ínstares com asas em formação
pastagens), Cicadellidae (com a cigarrinha-do-feijoeiro), externamente, e holometabólico, pela presença do estágio
Cicadidae (com as cigarras), Fulgoridae (com a pupal, caracterizando a remetabolia ou neometabolia.
jequitiranabóia) e Membracidae (com a cigarrinha-dos-citros). Existem cerca de 5.000 espécies, incluídas nas
STERNORRHYNCHA, com 29 famílias, destacando- subordens:
se Aleyrodidae com o piolho-farinhento dos citros e “mosca- - TEREBRANTIA, tendo superfície alar com pêlos
branca” da soja), Aphididae (com os pulgões da couve, citros, microscópicos; asas anteriores com 2 ou mais nervuras; último
pessegueiro, trigo e plantas ornamentais), Coccidae urômero raramente tubular; ovipositor formado por 2 pares de
(cochonilhas nuas ou com revestimento de cera), Diaspididae gonapófises (terebra) situadas ventralmente nos últimos
(cochonilhas com escudo, como cabeça-de-prego, escama- segmentos. Existem 7 famílias, sendo mais importante
vírgula, piolho-de-são-josé), Margarodidae (com a “pérola-da- Thripidae, com muitas espécies pertencentes a Heliothrips,
terra” e Icerya purchasi), Phylloxeridae (com a filoxera-da- Thrips e Taeniothrips de grande importância como nocivas a
parreira) e Psyllidae (com a “ampola-da-erva-mate”). plantas cultivadas.
- TUBULIFERA, com superfície alar sem pubescência;
THYSANOPTERA Haliday,1836 asas anteriores sem nervuras ou com apenas uma; último
urômero tubular; sem gonapófises. Apenas com
Insetos de pequeno porte e comprimento variável entre Phloeothripidae, que abriga algumas espécies predadoras e
0,5 e 15mm, conhecidos pela designação geral de “tripes” ou também o conhecido tripes da cerca-viva Gynaikothrips
“trips”. ficorum (Marchal,1908).

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STREPSIPTERA Kirby,1813

Insetos diminutos, sendo as fêmeas ápteras larviformes e


os machos com asas anteriores claviformes (élitros) e
posteriores membranosas amplas, além de antenas flabeladas
muito características (Fig. 49).
São hipermetabó-
licos, vivíparos, vivendo as
larvas como parasitóides de
outros insetos,
especialmente hemípteros, Fig. 50 - Coleoptera. À esquerda vista dorsal; à direita, vista ventral de
1) Adephaga e 2) Polyphaga.
homópteros, himenópteros e
ortópteros. Encontrados em Existem cerca de 350.000 espécies, agrupadas em 4
todas as regiões subordens, destacando-se Adephaga e Polyphaga que abrigam
zoogeográficas, sendo as espécies comumente observadas: (Estampa 5)
conhecidas 550 espécies, - ADEPHAGA – com os três primeiros urosternitos unidos
reunidas em 9 famílias, Fig. 49 - Strepsiptera macho. na região mediana ou pelo menos o 2º e 3º; o primeiro dividido
sendo Stylopidae a mais pelas cavidades coxais posteriores; gálea palpiforme; protórax
expressiva. com sutura pleural; tarsos pentâmeros; asas com oblongo.
Possue 9 famílias, sendo mais expressivas:
COLEOPTERA (Linnaeus,1758) Carabidae - Calosoma spp. e Lebia concina, importantes
predadores de lagartas da soja e trigo.
Conhecidos pelas designações gerais de “cascudos” ou Dytiscidae - aquáticos e zoófagos.
“besouros”. - POLYPHAGA – urosternitos livres e o primeiro não
Corpo bem esclerotizado, de comprimento variável dividido; gálea não palpiforme; protórax sem sutura pleural;
desde fração de milímetro até 20cm; peças bucais mastigadoras; tarsos variáveis; asas sem oblongo. Existem 148 famílias,
dois pares de asas, sendo as anteriores élitros, que cobrem total destacando-se:
ou parcialmente o abdome (Fig. 50). Anobiidae - Lasioderma serricorne (F.,1792) (Caruncho-do-
Desenvolvimento holometabólico, havendo alguns fumo).
grupos, como Bruchinae (Chrysomelidae) e Meloidae que são Buprestidae - Colobogaster cyanitarsis (Laporte & Gory, 1837)
hipermetabólicos. Trata-se da maior ordem de seres vivos, com (Broca do tronco da figueira).
espécies exibindo os mais variados hábitos, incluindo aquáticas Cerambycidae - Acrocinus longimanus (Broca de figueiras,
e subterrâneas. A maioria é fitófaga, podendo viver em todas as paineira e timbaúva); Oncideres impluviata (Serrador da
partes das plantas; existem também cletrófagos, coprófagos, acácia-negra).
necrófagos e predadores de grande importância no controle Chrysomelidae - Galerucinae: Diabrotica speciosa
biológico de pragas. (Germar,1824) – adultos filófagos (“vaquinhas“) e larvas

97 98
rizófagas. Eumolpinae: são comuns os besourinhos azuis e Holometabólicos, anfibióticos, com larvas aquáticas
também verdes, nocivos a várias plantas cultivadas. Bruchinae: predadoras; ovíparos.
Acanthoscelides obtectus (Say,1831) (Caruncho do feijão). São conhecidas cerca de 300 espécies, reunidas em duas
Coccinellidae - maioria entomófagas: Cycloneda e Eriopis com famílias, sendo a mais comum Corydalidae.
espécies predadoras de pulgões; Azya, Coccidophilus, Pentilia
e Rodolia com espécies predadoras de cochonilhas, Stethorus RAPHIDIOPTERA (Leach,1815)
com espécies predadoras de ácaros. Existem alguns
representantes filófagos e micetófagos. Insetos com 2 pares de asas membranosas, dotadas de
Curculionidae - Oryzophagus oryzae (Lima,1936) (Bicheira da intensa nervação, similar aos neurópteros, dentro dos quais se
raiz do arroz); Sitophilus spp. (Gorgulhos de cereais). situavam enteriormente (Fig. 52).
Elateridae - Agriotes e Conoderus com espécies rizófagas Conhecidas cerca de
(verme-arame). Alguns com órgãos luminosos pronotais 200 espécies, quase todas do
(pirilampos). hemisfério norte.
Lampyridae - com os vagalumes, dotados de órgaos luminosos Não se conhecem
nos últimos urômeros. representantes em nosso meio. Fig. 52 - Raphidioptera
Meloidae - Epicauta spp. (adultos conhecidos como
“burrinhos” filófagos especialmente em hortas). NEUROPTERA Linnaeus,1758
Scarabaeidae - larvas rizófagas (“capitão” ou “coró”) em
gramíneas, com destaque a Diloboderus, Ligyrus e Insetos de corpo delicado, antenas multiarticuladas, na
Phyllophaga, além de várias coprófagas. maioria filiformes, com aparelho bucal mastigador, dois pares
Staphylinidae - dotados de élitros muito curtos. Paederus spp. de asas membranosas com intensa venação e abdome
(”Potós”) com glândulas pigidiais que causam dermatites. destituído de cercos (Fig. 53).
Tenebrionidae - com muitas espécies cletrófagas, destacando- Reprodução sexual,
se os gêneros Tenebrio, Tribolium e ovíparos, muitos com ovos
Ulomoides. pedunculados. Larvas das
principais famílias sempre
MEGALOPTERA Latreille,1802 terrestres, oligópodes,
Até pouco tempo predadoras, tecendo casulos
considerada subordem de de seda onde se Fig. 53 - Neuroptera.
Neuroptera. São insetos robustos transformam em pupa.
de cor castanha; dois pares de asas Existem cerca de 6.000 espécies, agrupadas em 18
membranosas, com envergadura famílias, sendo mais expressivas Ascalaphidae, Chrysopidae
até 175mm (Fig. 51). (com o “lixeiro”), Coniopterygidae, Hemerobiidae,
Mandíbulas desenvolvidas, Mantispidae e Myrmeleontidae (com a “formiga-leão”).
particularmente nos machos; tarsos (Estampa 6)
pentâmeros e cercos ausentes. Fig. 51 - Megaloptera.

99 100
MECOPTERA Comstock,1895 ocorrendo em aves e mamíferos, com longevidade que pode
altrapassar ano e meio.
Te m c o m o s i n ô n i m o Existem cerca de 2.500 espécies reunidas em 16 famílias,
Panorpatae, possuindo destacando-se Pulicidae (com Ctenocephalides, Pulex e
comprimento entre 15 e 40mm. Xenopsylla) e Tungidae [com Tunga penetrans (L.,1758), o
Cabeça prolongada conhecido “bicho-do-pé” e Echidnophaga gallinacea (West.,
inferiormente, com peças bucais 1875) a pulga penetrante de galináceos].
mastigadoras, dois pares de asas
membranosas, pernas muito Fig. 54 - Mecoptera. DIPTERA Linnaeus,1758
desenvolvidas. (Fig. 54)
Em repouso ficam suspensos pelas pernas anteriores; Inclui as “moscas” e “mosquitos”.
machos com abdome terminando em forma de bulbo Dotados somente de um par de asas mesotorácicas
(“scorpionfly”). Insetos holometabólicos, terrestres, raros, com membranosas, sendo as do metatórax modificadas em
larvas subterrâneas predadoras ou saprófagas. balancins ou halteres; algumas espécies, no entanto, são
Ovíparos com ciclo vital de 1 a 5 anos. Estimam-se cerca ápteras. Variam de 0,5 a 60mm de comprimento, com peças
de 600 espécies, em todas as regiões zoogeográficas, bucais do tipo sugador ou picador-sugador, raramente
distribuídas em nove famílias, sendo Bittacidae a mais comum. atrofiadas; tarsos pentâmeros (Fig. 56).
Raramente coletados, especialmente no sul do Brasil.

SIPHONAPTERA Latreille,1825

Ordem já referida como


Aphaniptera e Suctoria. Insetos
ápteros, de corpo fortemente
comprimido, conhecidos pelo Fig. 56 - Diptera. À esquerda Nematocera, no centro Brachycera
nome vulgar de “pulgas”; Orthorrapha e à direita Brachycera Cyclorrhapha.
tamanho variável de 1 a 10mm de Fig. 55 - Siphonaptera.
Na grande maioria são ovíparos, eclodindo larvas ápodes
comprimento. (Fig. 55)
que se transformam em pupas geralmente imóveis, do tipo
Peças bucais picadoras-sugadoras; tarsos pentâmeros,
coarctata.
sendo as pernas posteriores saltatoriais
Existem cerca de 120.000 espécies, distribuídas em duas
Cabeça e tórax podem apresentar fileiras de cerdas
subordens e com um total de 130 famílias. (Estampa 7)
rígidas, chamadas ctenídios, de importância sistemática.
Reprodução sexual, ovíparos, emergindo larvas ápodes, - NEMATOCERA, com antenas longas, com mais de 10
vermiformes, que se alimentam de detritos, tecendo um casulo artículos, geralmente maiores que o tórax; palpos maxilares
sedoso onde se transformam em pupas. com 4 ou 5 artículos. Existem 26 famílias, destacando-se
Os adultos são ectoparasitos obrigatórios, hematófagos, Cecidomyiidae (com espécies cecidógenas), Chironomidae

101 102
(com importantes bioindicadores), Culicidae e Simuliidae As larvas, chamadas
(fêmeas hematófagas, respectivamente mosquitos e curubixás, podem ser
borrachudos) e Tipulidae, dotados de pernas muito longas. campodeiformes ou eruciformes.
- BRACHYCERA, com antenas curtas, geralmente de 3 Estas constroem casas ou estojos
artículos, o 3º às vezes subdividido, podendo ser aristadas ou com fragmentos vegetais,
estiladas; palpos maxilares com 1 ou 2 artículos. Composta pequenas pedras, areia, pedaços
pelas divisões: de conchas etc, aglutinados por
fio de seda, constituindo abrigos
Orthorrhapha - antenas geralmente estiladas; sem lúnula móveis onde vivem até a Fig. 57 - Trichoptera.
ou depressão em forma de “U” invertido; palpos maxilares transformação em pupa.
geraalmente de 2 artículos. Emergência do pupário com Adultos alimentam-se de substâncias líquidas; as larvas
incisão em forma de “T”. Existem 19 famílias, destacando-se que constroem casinhas são fitófagas enquanto as expostas
Asilidae (moscões, predadores) e Tabanidae (mutucas, com geralmente predadoras. A maior importância dos tricópteros
fêmeas hematófagas). reside no fato de larvas e pupas constituirem o principal
Cyclorrhapha – antenas geralmente aristadas; lúnula alimento de muitos peixes.
presente, muitas vezes oculta numa depressão em forma de “U” Existem cerca de 11.000 espécies agrupadas em 43
invertido; palpos maxilares uniarticulados. Emergência do famílias, destacando-se Hydropsychidae.
pupário com incisão circular. Existem 85 famílias, sendo mais
importantes Calliphoridae (varejeiras), Drosophilidae, LEPIDOPTERA Linnaeus,1758
Muscidae (moscas doméstica e dos estábulos), Syrphidae
(larvas predadoras de pulgões), Tachinidae (parasitóides) e Inlui as “borboletas” e “mariposas”; possuem asas e
Tephritidae (moscas-das-frutas). corpo revestidos por escamas, que se destacam com facilidade,
especialmente nas asas.
TRICHOPTERA Kirby,1813 Cabeça geralmente arredondada e mais estreita que o
tórax, com olhos dotados de grande número de omatídeos e
Adultos semelhantes a pequenas mariposas, de corpo peças bucais formando aparelho sugador pela justaposição das
delicado, revestido de pilosidade; comprimento variável de 2 a gáleas maxilares, constituindo a espiritromba. Dois pares de
30mm; antenas filiformes multiarticuladas, geralmente muito asas membranosas escamosas, com mesma forma e nervação
longas, aparelho bucal do tipo mandibulado, porém com nas espécies primitivas e bem distintas nas usualmente
mandíbulas atrofiadas e palpos maxilares e labiais coletadas; envergadura variável desde 3 até 280mm. Tarsos
desenvolvidos, dois pares de asas membranosas pilosas e tarsos pentâmeros, podendo o primeiro par de pernas ser muito
pentâmeros (Fig. 57). reduzido em algumas borboletas (Fig. 58).
Conhecidos por alguns como friganidos. A maioria tem Reproduzem-se sexualmente, sendo ovíparos, eclodindo
hábitos noturnos, sendo encontrados nas proximidades dos larvas polípodes eruciformes, chamadas comumente de
ambientes dulceaquícolas onde suas larvas se desenvolvem. lagartas, que se transformam em pupas obtectas, conhecidas
como crisálidas.

103 104
Hesperiidae - borboletas de vôo rápido, incluíndo Urbanus
proteus (L.,1758) que à vezes chega a ser praga do feijoeiro.
Lycaenidae - borboletas pequenas, muito delicadas, a maioria
exibindo cores brilhantes e comumente com prolongamentos
caudiformes nas asas posteriores. Abriga Strymon megarus
(Godart, 1824), conhecida como broca-do-abacaxi.
Nymphalidae - borboletas de aspectos muito variados,
destacando espécies dos gêneros Morpho,dotadas de cores
Fig. 58 - Lepidoptera. À esquerda “Rhopalocera” e à direita “Frenatae”. azuis metálicas, e, Brassolis, com lagartas que comumente
devoram as folhas de palmeiras.
Grande número de lagartas constituem expressivas Papilionidae - borboletas de porte grande tendo a maioria
pragas da agricultura; algumas são de importância médica pela prolongamentos caudais nas asas posteriores. Algumas
presença de pelos urticantes e secreções que podem provocar espécies danificam planta cítricas.
severas queimaduras e até óbitos. Pieridae - borboletas na maioria de cor amarela, incluindo
São estimadas cerca de 150.000 espécies, 98% das quais Ascia monuste orseis (Godart,1818) - praga comum de
integram a subordem GLOSSATA, composta por 133 famílias, crucíferas.
e, as demais, nas subordens ZEUGLOPTERA, AGLOSSATA e Frenatae – são as mariposas, com antenas filiformes,
HETEROBATHMIINA, cada uma com apenas uma família. fusiformes ou pectinadas, frênulo quase sempre presente; cor
- GLOSSATA, caracteriza-se pelas maxilas com gálea geralmente pouco vistosa e vôo noturno. Alguns exemplos:
formando espiritromba, raramente ausente, e, ausência de Noctuidae - mariposas, em geral de porte médio, incluindo a
mandíbulas funcionais. A infraordem Heteroneura, ao contrário maioria das espécies consideradas pragas de plantas de
da Exoporia, não possue jugo tendo as asas forma e nervação lavoura, como as pertencentes a Anticarsia, Pseudaletia e
distintas; além de Monotrysia, com microlepidópteros, destaca- Spodoptera, com lagartas ocorrentes em soja, trigo e milho,
se a série Ditrysia, onde os acúleos alares, quando presentes, respectivamente.
situam-se apenas em pequenas áreas e as fêmeas possuem 2 Pyralidae - maioria de pequeno porte, apresentando grande
orifícios genitais. variação tanto no aspecto como nos hábitos; abriga espécies
Ditrysia, com 112 famílias, inclui tanto borboletas como cletrófagas e fitófagas, destacando-se algumas consideradas
mariposas (Estampa 8). Antigamente eram representadas pelas pragas de plantas cultivadas, como a broca da cana-de-açucar
subordens Rhopalocera e Frenatae, que, por conveniência Diatraea saccharalis (Fabr., 1794).
didática, permanecem a seguir como dois grupos: Saturniidae - mariposas com lagartas urticantes, destacando-se
Rhopalocera – formado por quatro famílias que integram as dos gêneros Automeris, Dirphia, Hylesia e Lonomia.
Papilionoidea. Representam pouco mais de 13% das espécies Sphingidae - mariposas de corpo rebusto e asas relativamente
de lepidópteros. Caracterizam-se pelas antenas dilatadas na estreitas, de vôo rápido, sendo comum Manduca spp. com
extremidade, asas posteriores sem frênulo e com área umeral pragas de solanáceas.
mais ou menos dilatada; são as borboletas, geralmente de cores Tineidae - mariposas de pequeno porte, incluindo as
vistosas e vôo diurno. Seguem alguns exemplos: verdadeiras traças comuns em habitações.

105 106
HYMENOPTERA Linnaeus,1758 - APOCRITA, com abdome livre, peciolado ou
pedunculado; trocanteres variáveis; asas posteriores com no
Inclui as abelhas, formigas, marimbondos, vespas e máximo duas células basais; larvas ápodes. Abrange 77
vespinhas, com tamanho que pode variar desde fração de famílias, havendo destaque para:
milímetro até 7cm de comprimento Apidae - Em Apinae situam-se as abelhas sociais produtoras de
Caracterizam-se por tegumento fortemente mel e cera, incluindo a abelha-comum e muitas espécies
esclerotizado, presença de aparelho bucal mandibulado ou pertencentes ao grupo das “abelhas sem ferrão”, como a mirim
lambedor, dois pares de asas membranosas nuas ou com pêlos (Plebeia spp.) e a irapuá (Trigona spinipes Fabr., 1793) Em
microscópicos e com poucas nervuras transversais, tarsos quase Xylocopinae encontram-se as abelhas-carpinteiras, de corpo
sempre pentâmeros e abdome com cercos muito reduzidos ou robusto (Xylocopa spp.), tambem chamadas mamangabas e
ausentes (Fig. 59). abelhões.
. Desenvolvimento holometabólicos, em geral reprodução Braconidae - parasitóides, com muitas espécies diminutas, de
sexual; maioria das larvas ápodes, havendo polípodes em grande importância no controle biológico.
alguns grupos. Muitas espécies são sociais. Formicidae - insetos sociais, conhecidos pela designação geral
de formigas, destacando-se as açucareiras (Camponotus spp.) e
as cortadeiras saúva (Atta spp.) e quenquém (Acromyrmex
spp.).
Ichneumonidae - caracaterizados pelo longo ovipositor;
semelhantes aos braconídeos tanto na morfologia como nos
hábitos.
Megachilidae - abelhas com escovas situadas no lado ventral do
abdome e não nas pernas posteriores como em Apidae, as quais
fazem cortes circulares nas folhas; são importantes
Fig. 59 - Hymenoptera. À esquerda Symphyta e à direita Apocrita. polinizadores da alfafa.
Mutilidae - vespas, cujas fêmeas são ápteras assemelhando-se a
São conhecidas cerca de 125.000 espécies descritas, formigas. São parasitos externos de abelhas, besouros, moscas e
sendo que Michener (2000) refere a provável existência de outras vespas.
250.000. Agrupam-se nas subordens Symphyta e Apocrita. Pompilidae - com as grandes vespas caçadoras de
Alguns exemplos das principais famílias estão ilustrados na aranhas.(Pepsis spp.).
Estampa 9. Sphecidae - vespas solitárias, predadoras, com variados
regimes alimentares.
- SYMPHYTA, caracterizada por abdome séssil; Vespidae - com espécies solitárias e também sociais,incluindo
trocanteres subdivididos; asas posteriores com pelo menos três os conhecidos “marimbondos”.
células basais; larvas polípodes. Reunidos em 14 famílias, além das cerca de 20 famílias que integram Chalcidoidea,
destacando-se Pergidae (com Paraperreyia dorsuaria (Konow, englobando a grande maioria das “vespinhas” de expressiva
1899) cujas larvas são conhecidas como mata-porcos) , importância no controle biológico.
Siricidae (com a vespa-da-madeira Sirex noctilio (Fabr., 1793)
praga de coníferas) e Tenthredinidae, com larvas filófagas,
eruciformes ou limaciformes.

107 108
Estampa 2

C
B
A

F
D
E

I
G H

HEMIPTERA. A- Belostomatidae, B- Notonectidae, C- Nepidae,


D- Coreidae, E- Reduviidae, F- Pentatomidae, G- Scutelleridae,
H- Miridae, I- Tingidae

110
Estampa 3 Estampa 4

B
C D B
C

F
E

E
D

HEMIPTERA, Auchenorrhyncha: A- Fulgoridae, B- Cicadellidae, HEMIPTERA, Sternorrhyncha: . A- Aphididae, alado e áptero, B-Psyllidae,
C- Cercopidae, D- Aethalionidae, E e F- Membracidae, G- Cicadidae adulto e ninfa, C- Aleyrodidae, adulto e ninfa, D- Pseudococcidae,
E- Diaspididae, escudo com fêmea e macho.

111 112
Estampa 5 Estampa 6

B
A C A

E
D F
B

G
I
H
C

D
J K L

COLEOPTERA. A- Carabidae - Carabinae, B- Carabidae - Cicindelinae,


C- Dytiscidae, D- Chrysomelidae, Bruchinae, E- Chrysomelidae - NEUROPTERA. A- Ascalaphidae, B- Chrysopidae, C- Myrmeleonthidae,
Galerucinae, F- Coccinellidae, G- Elateridae, H- Cerambycidae, D- Mantispidae
I- Buprestidae, J- Curculionidae, K- Lampyridae, L- Scarabaeidae

114
113
Estampa 7 Estampa 8

A C
B
A B C

D
E E
D
F

F G

G I
H
H

L
J K
I
DIPTERA. A- Tipulidae, B- Culicidae, C- Cecidomyiidae, D-Tabanidae, LEPIDOPTERA. A- Hesperiidae, B- Nymphalidae, C- Lycaenidae,
E- Simuliidae, F- Asilidae, G- Muscidae, H- Tachinidae, I- Syrphidae, D- Papilionidae, E- Pieridae, F- Saturniidae, G- Sphingidae,
J- Tephritidae, K- Drosophilidae, L- Hippoboscidae H- Tortricidae, I- Noctuidae

115 116
Estampa 9

A B

C
E
D

H
F
G

I
J

K L M

HYMENOPTERA. A- Siricidae, B- Tenthredinidae, C- Vespidae,


D- Apidae - Xylocopinae, E- Ichneumonidae, F- Pompilidae,
G- Apidae - Apinae, H- Formicidae, I- Sphecidae, J- Scoliidae,
K- Aphelinidae, L- Tricogrammatidae,M- Braconidae

117
Artropodina – proteina hidrossolúvel que integra o tegumento dos
artrópodes.
6 GLOSSÁRIO Asa - apêndice torácico, de inserção dorso-lateral, no meso e/ou
metatórax.
Atrofiado - rudidmentar ou pouco desenvolvido.
Significado de alguns termos constantes na apostila, em Cabeça - tagma anterior do corpo.
especial os não explicitamente definidos: Calíperos - cercos uniarticulados, em forma de pinça,
característicos dos dermápteros.
Abdome – terceiro tagma dos insetos. Cardo – artículo basal das maxilas.
Ácero – destituído de antenas, como os proturos. Casulo - estrutura confeccionada para proteger formas imaturas.
Alado - dotado de um ou dois pares de asas. Cecidógeno - organismo que causa deformações (galhas) em
Ambulatorial - tipo de perna destinada a caminhar. tecidos vegetais, por atrofia, hipertrofia ou hiperplasia.
Anamórfico – tipo de desenvolvimento em que há aumento do Cercos – apêndices, uni ou multiarticulados, situados
número de segmentos nas formas jovens após a eclosão. lateroventralmente no último urômero.
Androcônia - escama odorífera especializada, presente nas asas de Cerda – diferenciação tegumentar filiforme originada de uma
certos machos de lepidópteros. célula tricógena, a semelhança de um pêlo, mais resistente que
Anfipnêustico – tipo de aparelho respiratório com um par de as setas.
espiráculos torácico e outro na extremidade abdominal. Cerda urticante - cerda conetada a glândulas de veneno que é
Antena – apêndice do primeiro somito cefálico, enervado pelo liberado por orifício ou quando ocorre sua ruptura.
protocérebro, ocorrente em número de um par em todos os Cibário – cavidade preoral entre o clípeo e hipofaringe.
insetos. Clavo – parte basal interna diferenciada em hemiélitros.
Apêndice – estrutura presa ao corpo por articulação. Clípeo – esclerito cefálico entre a fronte e o labro.
Apnêustico – tipo de aparelho respiratório destituído de Colchete - ver gancho plantar.
espiráculos. Colóforo – órgão de fixação dos colêmbolos, constituído por uma
Apófise – processo da parede do corpo, particularmente os projeção do primeiro urosternito.
endoesternitos. Comprimido – forma de estrutura submetida à compressão lateral,
Apólise – formação do novo tegumento no processo de ecdise. com diâmetro transversal menor que a altura.
Áptero - destituído de asas. Cone bucal - peças bucais com três estiletes que se deslocam entre
Aptésico – dotado de asas mas sem capacidade de vôo. labro e o lábio formando um cone, encontrado em tisanópteros.
Área anal - região basal da margem posterior das asas Coriácea - asa de estrutura mais espessa que a tégmina, sem veias
Arista – cerda simples ou plumosa inserida lateralmente no último perceptíveis. (élitro)
antenômero de alguns dípteros. Coxa – artículo basal de inserção das pernas nos acetábulos.
Arólio – estrutura em forma de almofada simples entre as garras Cursorial - tipo de perna destinada a correr.
tarsais. Deprimido – forma de estrutura submetida à compressão dorso-
Artículo – cada um dos segmentos que formam um apêndice. ventral, com diâmetro transversal maior que a altura.
Artrópode – invertebrado triploblástico de corpo metamerizado, Dímero - tarso composto por dois artículos.
com simetria bilateral e dotado de pares de apêndices Dítroco – inseto que apresenta o trocanter duplo.
articulados.

119 120
Ecdise – ato de liberação do exoesqueleto velho substituído Esterno – região inferior de um somito.
durante o crescimento. Estilo – processo similar a uma cerda na extremidade da antena.
Ecdisotropina - hormônio protocerebral que se acumula nos Estrutura par, uniarticulada, da região lateral ou posterior do
corpos cardíacos. último urômero de alguns insetos. Em Thysanura apêndices dos
Ectognato - cabeça com peças bucais visíveis externamente. urosternitos.
Élitro – asa de estrutura coriácea, como as anteriores de Estipe – segundo artículo das maxilas.
coleópteros e dermápteros. Estomodeu – região anterior do tubo digestivo.
Embólio – parte basal da área costal do hemiélitro de alguns Exúvia – tegumento velho liberado no processo de ecdise.
hemípteros. Falciforme - em forma de foice, usado para tipo de ovipositor.
Empódio – estrutura setiforme, entre as garras tarsais. Faringe – parte anterior do estomodeu, entre abertura bucal e
Endêmico – organismo cuja distribuição está restrita a áreas esôfago.
menores dentro das regiões zoogeográficas. Fêmur – terceiro artículo da perna, em geral o mais robusto,
Ensiforme - em forma de espada, usado para tipo de ovipositor. situado entre trocanter e tíbia.
Entognato - cabeça com peças bucais dispostas internamente. Filiforme - tipo de antena, longa e com artículos de diâmetros
Entomologia – parte da zoologia que se dedica ao estudo dos semelhantes.
hexápodes. Flagelo – parte da antena situada após o pedicelo.
Epígeo – organismo que vive acima da superfície do solo, Fossorial – tipo de perna adaptada à excavação do solo.
especialmente na parte aérea dos vegetais. Fragma – apódema dorsal dos somitos torácicos.
Epimórfico – desenvolvimento em que não há aumento do número Fronte – região anterior da cabeça, entre as suturas frontais e
de segmentos nas formas jovens após a eclosão. epistomal.
Escama - seta midificada em forma de pequena lâmina. Funículo – parte do flagelo anterior à clava, nas antenas com
Escansorial – tipo de perna adaptada à locomoção entre pelos de artículos terminais dilatados.
mamíferos. Característica dos piolhos. Furca – apódema ventral bífido do esterno torácico.
Escapo – primeiro artículo das antenas. Fúrcula – apêndice saltatorial bifurcado da extremidade
Esclerito – parte integrante das regiões de um somito, constituída abdominal dos colêmbolos
por uma placa esclerotizada, separada das demais por suturas. Gálea – lobo externo da maxila, articulado no ápice do estipe.
Esclerotina – substância tegumentar resistente, resultante da ação Gancho - processo cuticular esclerotizado na superfície plantar
de substâncias tanantes sobre a artropodina. dos pseudópodes, também chamado colchete.
Esclerotizado - tegumento resistente, resultante da presença de Garra - porção terminal do tarso, em forma de unha aguçada
esclerotina e/ou quitina. Gena – região lateral da cabeça, entre as suturas frontal e occipital.
Espinho – evaginação cuticular pontiaguda. Glossa - expansão apical do lábio, formando um pa,r na porção
Espiráculo – abertura externa das traquéias. mediana, entre as paraglossas.
Esporão – processo tegumentar, fixo ou móvel, em geral na Haltere – asa posterior dos dípteros, modificada em forma de
extremidade das tíbias. pequeno bastão capitado.
Espuripédio - ver pseudópode. Hemiélitro – tipo de asa, com parte basal coriácea ou
Estádio – tempo de desenvolvimento das formas jovens, entre pergaminácea e apical membranosa, característica dos
ecdises sucessivas. hemípteros heterópteros.

121 122
Lambedor - tipo de aparelho bucal com maxilas e lábio alongados e
Hemimetabólico – tipo de desenvolvimento dos insetos de unidos, apresentando glossas a semelhança de língua para
metamorfose incompleta cuja forma jovem tem habitat sorver néctar, presente em abelhas.
aquático e aspecto bem distinto do adulto. Larva – forma jovem dos insetos de metamorfose completa, entre
Hemipnêustico – tipo de aparelho respiratório polipnêustico as fases de ovo e pupa.
dotado de um par de espiráculos torácicos e até sete Larviforme - com aparência de larva.
abdominais. Lenítico – organismo aquático que habita correntezas.
Hemolinfa – líquido circulatório, como o sangue dos vertebrados. Lêntico – organismo que habita águas paradas.
Hexápode – artrópode com formas adultas dotadas de três pares de Lígula – lobo anterior do premento, representado pela fusão de
pernas torácicas. glossa e paraglossa.
Hipermetabólico - tipo de desenvolvimento dos insetos de Litorâneo- organismo que habita a orla marítima.
metamorfose completa cujas larvas passam por mais de um tipo Lótico – organismo que vive nas águas em movimento.
morfológico. Lúnula - pequeno eclerito em forma de crescente, nos dípteros,
Hipógeo – organismo que vive abaixo da superfície do solo, logo acima da inserção das antenas.
também chamado subterrâneo. Mandíbula – peça par do aparelho bucal, relacionada ao quarto
Hipognato – inseto com as peças bucais dirigidas para parte somito cefálico, simples e geralmente bem esclerotizada,
inferior da cabeça, aproximadamente em ângulo reto ao eixo do situada logo após o labro.
corpo. Maxila – peça par do aparelho bucal, relacionada ao quinto somito
Holometabólico - tipo de desenvolvimento dos insetos de cefálico, geralmente com dois artículos e apêndices, situada
metamorfose completa cujas larvas possuem sempre o mesmo logo após a mandíbula.
tipo. Membranosa - asa de estrutura delicada (nua, escamosa ou pilosa),
Holopnêustico - tipo de aparelho respiratório polipnêustico dotado exibindo nítidas veias.
de dois pares de espiráculos torácicos e oito abdominais. Menognato – presença de peças bucais mastigadoras tanto nas
Imago – designação para as formas adultas. formas jovens como adultas.
Inglúvio – região mediana do estomodeu, também referida como Menorrinco – presença de peças bucas picadoras-sugadoras tanto
“papo”. nas formas jovens como adultas.
Inseto – hexápode epimórfico dotado de um par de antenas. Metagnato – presença depeças bucais mastigadoras nas formas
Ínstar – etapa do desenvolvimento das formas jovens, jovens e tipo distinto nas adultas.
caracterizada pelo aspecto exibido após eclosão e entre ecdises Mento - parte mediana do lábio, inserida no submento.
sucessivas. Mesêntero – região mediana do tubo digestivo, revestida com
Lábio – peça do aparelho bucal relacionada ao sexto somito epitélio glandular.
cefálico. Referido também como lábio inferior, quando o labro Mesotórax – segundo somito torácico.
é dito lábio superior. Metapnêustico - tipo de aparelho respiratório apenas com
Labro – peça ímpar do aparelho bucal, relacionada ao terceiro espiráculos posteriores.
somito cefálico, situada entre o clípeo e as mandíbulas. Metatórax – terceiro somito torácico.
Lacínia – projeção interna da maxila, articulado no ápice do estipe, Moniliforme - em forma de contas de colar, usado para tipo de
geralmente esclerotizada e com dentículos. antena.

123 124
Multiarticulado - dotado de muitos artículos. Pelágico – organismo que vive superficialmente em alto mar.
Náiade - forma jovem dos insetos hemimetabólicos. Pêlo – nome às vezes utilizado para seta e/ou cerda delgada e
Natatorial - tipo de perna destinada a nadar. flexível, por semelhanca com estrutura de mamiferos.
Nervura – nome às vezes usado para veia. Pêlo urticante – ver cerda urticante.
Ninfa – forma jovem dos insetos paurometabólicos. Pentâmero - tarso dotado de cinco artículos.
Noto – região dorsal de um somito, também chamada tergo. Pergaminácea - asa de estrutura mais espessa que a membranosa,
Oblongo - célula mediana da asa posterior dos coleópteros com veias percentíveis.
adéfagos. Peripnêustico - tipo de aparelho respiratório polipnêustico dotado
de um par de espiráculos torácicos e oito abdominais.
Ocelo – estrutura fotorreceptora conetada ao nervo ocelar na
Picador-sugador - tipo de aparelho bucal com l[acio em forma de
região anterior do protocérebro. tubo, contendo estiletes para introduzir nos tecidos e sorver
Olho composto – estrutura fotorreceptora, formada por número líquidos.
variável de omatídeos, conetados aos lobos laterais do Pigópode - apêndice do décimo urômero.
protocérebro. Pleuras – regiões laterais de um somito, ligando tergo e esterno.
Oligopnêustico - tipo de aparelho respiratório caracterizado pela Polipnêustico - tipo de aparelho respiratório dotado de um ou dois
redução do número de espiráculos. espiráculos torácicos e vários abdominais.
Omatídeo – unidade integrante de um olho composto, conetado Pós-tarso – porção terminal do último tarsômero, onde se
aos lobos oculares do protocérebro. articulam as garras
Opistognato – inseto com as peças bucais dirigidas para a região Premento - parte terminal do lábio, inserida no mento e dotada de
póstero-inferior da cabeça. apêndices.
Opistogoneado - organismo cujas gônadas são exteriorizadas nos Proctodeu – região posterior do aparelho digestivo, logo após o
últimos urossomitos. mesêntero, delimitado pelos tubos de Malpighi.
Osmetério - glândula odorífera,tubular bífida, eversível, situada Progoneado – organismo cujas gônadas são exteriorizadas na
no pronoto de lagartas de Papilionidae. região anterior do corpo.
Ostíolo – orifício lateral das câmaras do vaso dorsal. Prognato – inseto com as peças bucais dirigidas para a frente.
Ovipositor - órgão da genitália feminina formado por gonapófises Propnêustico - tipo de aparelho respiratório apenas com
espiráculos anteriores.
ou modificações dos últimos urômeros. Protomórfico - desenvolvimento primitivo dos colêmbolos, onde
Palpo – apêndice uni ou multiarticulado das maxilas e do lábio. existe no máximo seis urômeros.
Paraglossa - expansão apical do lábio, externamente em relação à Protórax – primeiro dos três somitos torácicos.
glossa. Proventrículo – porção posterior do estomodeu, também referida
Paurometabólico - tipo de desenvolvimento dos insetos de como “ moela”.
metamorfose incompleta cujas formas jovens tem habitat Pseudópode - apêndice abdominal das larvas de lepidópteros e
terrestre e aspecto semelhante ao adulto. alguns himenópteros, também chamado espuripédio e falsa-
Peciolado - abdôme com o(s) primeiro(s) urômero(s) bem perna.
delgado(s), em contraste com os demais. Pterália – conjunto de escleritos articulares da base das asas.
Pectinada - tipo de antena com artículos prolongados Pulvilo – par de expansões, em forma de almofadas, entre as garras
lateraalmente, como dentes de um pente. tarsais.
Pedicelo – segundo artículo das antenas. Pupa – fase do desenvolvimento dos insetos holometabólicos,
entre a larva e o imago.

125 126
Quetotaxia - estudo da disposição e nomenclatura das setas e Tenídio- estrutura helicoidal esclerotizada da cutícula que forma a
cerdas em diversas partes do corpo. parede das traquéias.
Quitina – acetato de um polissacarídeo, de grande resistência, que Tentório – apódema cefálico fundido.
integra o tegumento dos artrópodes. Terebra - ovipositor formado por duas pequenas valvas curvas,
Raptorial – tipo de perna destinada a captura de organismos. presente em muitos tisanópteros.
Rostro - prolongamento da cabeça, com um tubo contendo as Tergo – região superior de um somito.
peças bucais. Tetrâmero - tarso dotado de quatro artículos.
Saciforme - em forma de saco. Tíbia – artículo da perna situado entre o fêmur e tarso.
Saltatorial - tipo de perna destinada a saltar, com fêmur robusto e Tórax - tagma central, entre cabeça e abdome, formado por três
longa tíbia dotada de espinhos.
somitos.
Segmento – ver somito.
Sensila - orgão responsavel pela percepção sensorial. Traquéia – parte interna tubular do aparelho respiratório, ligando
Séssil - abdome amplamente inserido ao tórax, sem constrição. os espiráculos às traquéolas.
Seta - cerda muito delgada. Traquéola – ramificação fina da traquéia.
Setiforme - tipo de antena, curta e com artículos afilando-se como Traqueobrânquia – expansão laminar do tegumento, com intensa
uma seta. rede de traquéias, ocorrente em formas aquáticas.
Sifúnculo – apêndice abdominal tubular, em número de um par, Trímero - tarso dotado de três artículos.
situados na região posterior dorsal na maioria dos Trocanter – artículo da perna situado entre coxa e fêmur,
representantes de Aphidoidea. geralmente simples, podendo ser subdividido (duplo) em
Sócios – apêndices uniarticulados dorso-lateriais do décimo alguns insetos.
urômero, semelhantes aos cercos, ocorrente em himenópteros, Trocantino – esclerito basal junto à coxa, às vezes presente na
lepidópteros e tricópteros perna de insetos, particularmente coleópteros.
Somito – parte metamerizada do corpo dos artrópodes, também Túbulos de Malpighi – divertículos do tubo digestivo,
chamado metâmero, segmento ou zoonito. desembocando na junção de mesêntero e proctodeu, de função
Submento – parte basal do lábio, emergente do sexto somito precipuamente excretora.
cefálico. Uniarticulado - estrutura formada apenas por um artículo.
Sugador - tipo de aparelho bucal para sorver líquidos Urogonfo – apêndice do nono urômero de certas larvas.
superficialmente.
Sutura – linha ou sulco de separação entre escleritos. Urômero – somito abdominal.
Tagmose – agrupamento dos somitos em regiões bem delimitadas. Urossomito – somito ou segmento do abdome.
Tarso – parte das pernas, depois das tíbias, composta por um até Veia - estrutura esclerotizada que sustenta a membrana alar dos
cinco tarsômeros. insetos.
Tarsômero – divisão integrante dos tarsos, em número máximo de Vértice – porção superior da cabeça, geralmente entre os olhos e a
cinco nos insetos. sutura occipital.
Tégmina – asa anterior de estrutura pergaminácea. Vesícula - pequena projeção em forma de ampola ou bexiga.
Tégula – pequeno esclerito semelhante a uma escama cobrindo a Xilófago - que se alimenta de partes lenhosas de plantas.
base da asa anterior. Zoófago - que se alimenta de animais
Tegumento - revestimento externo do corpo. Zoonito – ver somito
Telescópico - tipo de ovipositor com urômeros finais encaixando-
se como seções retráteis.

127 128
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131 132
Coccidophilus, 99 Entomobryidae, 79
Coccinellidae, 3, 59, 99, 113 Ephemeridae, 13, 14, 83
9 ÍNDICE Cochliomyia, 6
Coenagrionidae, 84
Epicauta, 3, 15, 99
Erinnyis ello, 3
(Famílias até espécies) Colobogaster cyanitarsis, 98 Eriopis, 99
Coniopterygidae, 100 Eriopis connexa, 3
Acanthopidae, 87 Australembia, 12 Conoderus, 99 Ficus carica, 3
Acanthoscelides obtectus, 99 Australembiidae, 12 Conoderus scalaris, 14 Forficulidae, 88
Acerentomidae, 80 Automeris, 6, 106 Copidosoma truncatellum, 52 Formicidae, 14, 59, 108, 117
Acrididae, 90, 109 Azya, 99 Coptopteryx, 87 Fulgoridae, 95, 111
Acrocinus, 20 Baetidae, 83 Coreidae, 94, 110 Galerucinae, 98, 113
Acrocinus longimanus, 12, 98 Belostomatidae, 42, 94, 110 Corydalidae, `00 Galleria mellonella, 16
Acromyrmex, 108 Bittacidae, 101 Cotesia, 4 Gasterophilidae, 6
Ctenocephalides, 102 Gasterophilus nasalis, 6
Aedes aegypti, 6 Blastophagus psenes, 3
Culex, 13 Gelechiidae, 12
Aeshnidae, 84 Blatella germanica, 5, 85
Culex quinquefasciatus, 5 Gerridae, 13
Aethalion reticulatum, 15 Blatellidae, 5, 85
Culicidae, 5, 6, 13, 103, 115 Glossina, 51
Aethalionidae, 15, 95, 111 Blattidae, 5, 85
Curculionidae, 16, 59, 99, 113 Gomphidae, 84
Agaonidae, 3 Bombycidae, 5 Gryllidae, 90, 109
Agrionidae, 84 Bombyx mori, 5 Cuterebridae, 6
Cycloneda, 99 Grylloblattidae, 87
Agriotes, 99 Braconidae, 4, 108, 117 Gryllotalpidae, 90, 109
Alaptus, 20 Brassolis, 106 Cycloneda sanguinea, 3
C ydia deshayziana, 15 Gynaikothrips ficorum, 96
Aleyrodidae, 95, 112 Bruchinae, 58, 59, 97, 99, 113 Haematomyzus, 93
Dactylopiidae, 6
Anacroneuria, 84 Buprestidae, 59, 98, 113 Haematopinidae, 7, 93
Dactylopius coccus, 6
Anastrepha fraterculus, 15 Caenidae, 83 Haematopinus, 7
Dasytidae, 15
Anobiidae, 98 Calliphoridae, 6, 103 Halobates, 13
Dermatobia hominis, 6
Anopheles, 6 Calosoma, 98 Hedypathes betulinus, 4
Dermestes maculatus, 5
Anticarsia, 106 Campodeidae, 81 Dermestidae, 5 Heliothrips, 96
Anticarsia gemmatalis, 3 Camponotus, 108 Diabrotica speciosa, 3, 98 Hemerobiidae, 100
Aphelinidae, 4, 117 Carabidae, 58, 59, 98, 113 Diaspididae, 13, 16, 95, 112 Hemimeridae, 12
Aphididae, 15, 50, 95, 112 Carabinae, 113 Diatraea saccharalis, 106 Hemimerus, 12
Aphidius, 4 Cecidomyiidae, 15, 16, 51,102,115 Dicopomorpha, 20 Hesperiidae, 106, 116
Aphytis, 4 Cerambycidae, 12, 15, 59, 98, 113 Diloboderus, 13, 99 Hexagenia, 13
Apidae, 3, 59, 108, 117 Cercopidae, 95, 111 Diloboderus abderus , 12, 15 Hexagenia albivitatta, 14, 83
Apinae, 108, 117 Chironomidae, 13, 51, 102 Dinoponera, 47 Hippoboscidae, 6, 115
Apis mellifera, 3 Chrysomelidae, 3,58,59,97,98,113 Dirphia, 106 Hydrophylidae, 59
Ascalaphidae, 100, 114 Chrysomphalus, 13, 16 Drosophilidae, 103, 115 Hydropsychidae, 104
Ascia monuste orseis, 106 Chrysopidae, 100, 114 Dytiscidae, 98, 113 Hylesia, 6, 106
Asilidae, 103, 115 Cicadellidae, 95, 111 Echidnophaga gallinacea, 102 Iatrophobia brasiliensis, 15
Astylus, 15 Cicindelinae, 113 Elateridae, 14, 59, 99, 113 Icerya purchasi, 49, 95
Atta, 108 Cicadidae, 12, 57, 95, 111 Embiidae, 91 Ichneumonidae, 108, 117
Atta sexdens, 14 Coccidae, 42, 95 Encyrtidae, 52 Japygidae, 81
Kalotermes, 5

133 134
Kalotermitidae, 5, 85 Muscidae, 12, 103, 115 Pieridae, 106, 116 Stethorus, 99
Kerriidae, 6 Mutilidae, 108 Plasmodium vivax, 6 Stratiomyidae, 42
Laccifer lacca, 5 Myrmeleontidae, 100, 114 Plusiinae, 52 Strymon megarus, 106
Lampyridae, 51, 99, 113 Nabidae, 94 Pompilidae, 108, 117 Stylopidae, 97
Lasioderma serricorne, 98 Nepidae, 10 Proscopiidae, 12, 90, 109 Syrphidae, 103, 115
Laspeyresia saltitans, 15 Nezara viridula, 15 Pseudaletia, 106 Tabanidae, 35, 103, 115
Lebia concinna, 98 Nicrophorus, 5 Pseudaletia sequax, 3 Tachinidae, 4, 103, 115
Lepisma saccharina, 5, 81 Noctuidae, 3, 52, 106, 116 Pseudococcidae, 112 Taeniothrips, 96
Lepismatidae, 5, 81 Notonectidae, 110 Pseudostigmatidae, 84 Tenebrio, 99
Lestidae, 84 Nymphalidae, 106, 116 Psychidae, 51, 71 Tenebrionidae, 4, 59, 99
Libellulidae, 84 Oiketicus kirbyi, 51 Psyllidae, 95, 112 Tenthredinidae, 59, 107, 117
Ligyrus, 99 Oncideres impluviata, 4, 15, 98 Pthiridae, 93 Tephritidae, 15, 103, 115
Liposcelidae, 5, 92 Oryzophagus oryzae, 99 Ptiliidae, 20 Termitidae, 86
Liposcelis, 5 Otocrania, 20 Pulex, 102 Tettigoniidae, 90, 109
Litomastix, 52 Paederus, 99 Pulex irritans, 5 Thermobia domestica, 82
Lonomia, 106 Panorpa, 13 Pulicidae, 5, 102 Thespidae, 87
Lonomia obliqua, 6 Panorpidae, 13 Pyralidae, 16, 106 Thripidae, 96
Lucanidae, 59 Panstrongylus megistus, 6 Reduviidae, 6, 94, 110 Thrips, 96
Lycaenidae, 59, 106 Papilio, 15 Rhinotermitidae, 86 Thysania, 20
Lygaeidae, 94 Papilionidae, 15, 44, 106, 116 Rhyniella, 8 Tineidae, 5, 106
Lytta vesicatoria, 4 Parandra glabra, 4 Rickettsia, 6 Tineola uterella, 5
Machilidae, 81 Paraperreyia dorsuaria, 107 Rodolia, 99 Tingidae, 110
Macraspis, 15 Parastagmatoptera, 87 Saturniidae, 6, 106, 116 Tipulidae, 103, 115
Magicicada septemdecem, 12 Pediculidae, 6, 93 Scarabaeidae, 12,13,15,59,98,99,113 Titanus, 20
Manduca, 106 Pediculus humanus, 6 Scelionidae, 4 Tortricidae, 16, 116
Mantispidae, 100, 114 Pentatomidae, 15, 94, 110 Schizaphis graminum, 15 Triatoma infestans, 6
Margarodidae, 49, 95 Pentilia, 99 Scoliidae, 117 Tribolium, 99
Mecistogaster, 20 Pepsis, 108 Scolopendrella, 8 Trichodectes, 7
Mecistogaster lucretia, 84 Pergidae, 59, 107 Scutelleridae, 110 Trichodectidae, 7, 93
Megachilidae, 108 Periplaneta, 85 Silpha, 5 Trichogrammatidae, 117
Megalopyge, 6 Periplaneta americana, 5 Silphidae, 5, 59 Trissolcus, 4
Megalopygidae, 6 Perlidae, 84 Simuliidae, 13, 103, 115 Trypanosoma cruzi, 6
Meganeura, 20 Pharnacia, 20 Simulium, 13 Tunga penetrans, 101
Megaphragma, 20 Pharnacia serratipes, 13 Sirex noctilio, 107
Phasmatidae, 13 Tungidae, 101
Meloidae, 3, 4, 15, 56, 58, 97, 99 Siricidae, 107, 117 Ulomoides, 99
Melophagus ovinus, 6 Phengodidae, 71 Sitophilus, 99
Philopteridae, 93 Ulomoides dermestoides, 4
Membracidae, 95, 111 Sitophilus oryzae, 16
Phloeothripidae, 96 Urbanus proteus, 106
Menopon gallinae, 7 Sitotroga cerealella, 12
Pholiota gongylophora, 14 Vatidae, 87
Menoponidae, 7, 93 Sminthuridae, 79
Phoracantha semipunctata, 4 Vespidae, 108, 117
Micromalthidae, 51 Sphecidae, 108, 117
Phylliidae, 89 Xenopsylla, 102
Miridae, 94, 110 Sphingidae, 3, 35, 106, 116
Phyllophaga, 99 Xylocopinae, 117
Morpho, 20, 106 Spodoptera, 106
Phylloxeridae, 95 Zorotypus, 91
Musca domestica, 12 Staphylinidae, 59, 99

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