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O trabalho está dividido em três partes. Na primeira parte, onde estão incluı́dos os dois
primeiros capı́tulos, tentou-se traçar uma breve panorâmica sobre a vida de Gomes Teixeira
e, também, apresentar uma visão global de todas as etapas deste trabalho. Nesta mesma
parte, nomeadamente no capı́tulo dois, descreve-se todas as ferramentas informáticas uti-
lizadas. A segunda parte, composta pelos capı́tulos três, quatro e cinco, contém a tradução
de três dos capı́tulos originais da obra estudada. Na terceira parte, designadamente no
capı́tulo seis, apresenta-se as conclusões desta dissertação.
O trabalho é composto, ainda, por um apêndice onde se encontra a lista das vinte e
sete alterações feitas ao texto original. Desenvolveu-se, também, um ”cd”, que se anexou
ao presente trabalho e, a partir do qual, se pode navegar a página de Internet produzida
no âmbito desta dissertação, e que permite ao utilizador aceder interactivamente à obra.
3
Agradecimentos
Esta secção é dedicada a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, deram a sua
contribuição para que esta dissertação fosse realizada. A todos eles deixo aqui o meu
agradecimento sincero.
Em primeiro lugar agradeço ao Prof. Dr. Fernando Jorge Moreira a forma como
orientou o meu trabalho. Obrigada pelo apoio tanto cientı́fico como técnico, pela paciência
e pelas dicas sempre oportunas.
Aos meus pais e irmão, pelos valores que me transmitiram ao longo da vida, dois dos
quais, a perseverança e a capacidade de acreditar que sou capaz, foram fundamentais para
ultrapassar os obstáculos que foram surgindo ao longo do caminho. É também por vocês
que sinto a maior alegria ao concluir esta tese.
Finalmente, ao António, por estar sempre presente. Pela infinita paciência, carinho,
compreensão, pelo incentivo, pelo apoio incondicional e pela tranquilidade que me soube
transmitir. E também por, insistentemente, me lembrar que a vida não é só trabalho!
A todos agradeço, não sei se da forma mais adequada, mas pelo menos da forma mais
sincera.
4
Conteúdo
Índice de Figuras 8
1 Introdução 10
2 Ferramentas Utilizadas 17
2.4 TiddlyWiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.1 A Logarı́tmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.2 A Catenária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5
3.6 A Curva dos Senos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4 As Espirais 90
6
5.2 A Parábola Semicúbica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
6 Conclusão 170
Apêndice 173
Bibliografia 178
7
Lista de Figuras
103 Logarı́tmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
105 Catenária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
8
118 Espiral Hiperbólica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
9
Capı́tulo 1
Introdução
Fez os estudos elementares na sua terra natal, e depois foi para o Colégio do Padre
Roseira, em Lamego. Chegada a altura de uma escolha profissional, houve divergências de
opinião entre o pai de Gomes Teixeira e o seu primo, Dr. Carvalho. Este destinava, para o
jovem, o estudo da matemática, e aquele pretendia que seguisse ou a carreira eclesiástica,
ou a de direito. Perante esta situação, o pai perguntou a Gomes Teixeira qual era a sua
preferência, ao que este terá respondido ser-lhe indiferente uma ou outra. O pai decidiu,
então, que fosse tirada à sorte a carreira do seu filho, e a sorte ditou que ele iria estudar
matemática.
10
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 11
Terminado o percurso académico como aluno, Gomes Teixeira iniciou a sua carreira de
docente na mesma Universidade que o acolheu enquanto estudante. A actividade cientı́fica
de Gomes Teixeira foi bastante abrangente, contemplando inúmeros e diversificados tra-
balhos de investigação.
Gomes Teixeira relacionou-se com alguns dos mais destacados matemáticos de renome
mundial da sua época, e deslocou-se várias vezes a outros paı́ses onde contactava com outros
matemáticos e participava em congressos. Foi membro de várias sociedades cientı́ficas
e academias de ciências, nacionais e estrangeiras. Contribuiu de forma sublime para
o desenvolvimento da Matemática em Portugal, as suas contribuições foram reconheci-
das internacionalmente através da publicação dos seus estudos matemáticos nas revistas
cientı́ficas mais conhecidas da sua época. Graças aos seus trabalhos de alta valia mereceu
ser considerado no seu tempo o mais notável matemático da Penı́nsula Ibérica.
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 12
Neste tratado, Gomes Teixeira tratou os conceitos geométricos, sob o ponto de vista
da geometria diferencial clássica, introduzindo a história de cada uma das curvas tratadas.
Até então, Gomes Teixeira, que se tinha ocupado principalmente da análise, ”descobre”a
geometria, e começa, com entusiasmo, a estudar questões relacionadas com este ramo da
Matemática.
Apesar da obra ter sido considerada muito completa, Gomes Teixeira admitiu que
ainda faltava tratar algumas curvas importantes, mas a falta de tempo não lhe tinha
permitido incluı́-las no seu estudo. Após o seu tratado ter sido premiado, Gomes Teixeira
aumentou-o e completou-o, consideravelmente, e reescreveu-o, em francês, com o tı́tulo
Traité des Courbes Spéciales Remarquables planes et gauches [2].
É inegável o marco na história que este tratado representa e neste sentido, o objec-
tivo proposto para o trabalho apresentado nesta dissertação fixa-se com a tentativa de
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 13
É de salientar, que todo o trabalho elaborado foi realizado utilizando a obra original
(1897) com a qual Gomes Teixeira concorreu ao prémio da Academia das Ciências de
Madrid, e que, por imposição do regulamento do concurso, encontra-se escrita em castel-
hano.
O ”Tratado de las curvas especiales notables” [1] é constituı́do por catorze capı́tulos,
cada um dos quais referente a um determinado grupo de curvas. Devido à sua extensão foi
tomada a decisão de tratar neste trabalho, somente, três desses capı́tulos, nomeadamente
o ”Capı́tulo sete: Curvas Transcendentes Notáveis”, o ”Capı́tulo oito: As Espirais” e o
”Capı́tulo nove: Parábolas e Hipérboles”. Na selecção destes três capı́tulos, teve-se em
consideração o facto de serem capı́tulos autónomos, ou seja, eram três capı́tulos que não
estavam directamente relacionados com outros. Estes capı́tulos encontram-se expostos,
respectivamente, nos Capı́tulos três, quatro e cinco desta dissertação.
Torna-se importante referir, ainda, que toda esta dissertação faz parte de um trabalho
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 14
Todo o trabalho desenvolvido foi realizado tendo em vista a divulgação desta obra, que
é, ainda nos dias hoje, considerada uma obra de referência da literatura Matemática. Com
este propósito, era então, essencial converter o conteúdo da obra para um formato digital.
Para tal, optou-se por usar unicamente software de uso livre (não comercial), denominado
internacionalmente por freeware.
Numa primeira fase, e sem alterar o conteúdo original da obra foram traduzidos para
português os três capı́tulos seleccionados e reescritos usando a linguagem LATEX e o editor
TEXnicCenter [15], no sistema operativo Windows.
É importante salientar, que apesar do conteúdo da obra não ter sido alterado, procedeu-
se a uma exaustiva verificação de todas as fórmulas e expressões nela contidas, figurando em
rodapé as vinte e sete alterações ao texto original. Para esta trabalhosa verificação muito
auxiliou o programa Maxima [14]; programa cujo objectivo é a realização de cálculos
matemáticos, tanto numéricos como simbólicos.
num formato adequado para a sua divulgação. O formato pdf (Portable Document For-
mat) é incontornável nos dias de hoje, sendo por isso uma das opções escolhidas para
apresentação desta obra.
Para a correcta visualização deste trabalho em pdf e para usufruir de todas as suas
potencialidades, é necessário que o utilizador tenha instalado, no seu computador, um leitor
de ficheiros pdf assim como o programa C.a.R (Régua e Compasso) [9], que lhe permite
aceder à interactividade das imagens. Inicialmente a figura apresentada é estática, ou seja
é meramente uma imagem e só após um clique com o rato o utilizador acede ao programa
C.a.R [9] que lhe vai permitir manipular a ilustração.
O objectivo era criar uma página simples, prática, de fácil utilização e claro agradável
ao utilizador. Para tal, adicionou-se à barra de tı́tulo três atalhos, designadamente um
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 16
para aceder à Ajuda, outro para permitir mostrar ou esconder a barra lateral de menu, em
qualquer momento da navegação, o que facilita a leitura do conteúdo do documento e por
fim um atalho para permitir ao utilizador/leitor voltar ao inı́cio da página. Introduziu-
se, também, um menu lateral que contém um campo que permite a pesquisa rápida de
informação em todo o documento, certamente bastante útil para aceder aos pontos de
maior interesse do utilizador. Neste menu está também localizada uma tabela de conteúdos,
onde se encontram organizados os três capı́tulos, assim como as suas respectivas secções
e subsecções. Nesta página, o utlilizador também terá acesso aos capı́tulos da obra em
formato pdf, bastando para isso aceder à opção Ver em pdf colocada no menu lateral.
Acredito que todo este trabalho contribua de forma eficaz para a divulgação desta
notável obra, assim como ajude na difusão e promoção da História da Matemática em
Portugal.
Capı́tulo 2
Ferramentas Utilizadas
Neste capı́tulo, vão ser descritos, resumidamente, todos os programas utilizados nesta
dissertação, assim como o endereço electrónico de onde é possı́vel transferi-los.
17
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 18
Saliente-se, ainda, que todos os menus e ı́cones do C.a.R. estão bem organizados e
são bastante perceptı́veis, tornando deste modo a sua utilização extremamente simples
e prática, por parte de qualquer utilizador. Neste sentido, não se irá desenvolver nesta
dissertação qualquer explicação mais detalhada dos comandos e opções disponı́veis neste
programa.
de raio r e de centro c, o utilizador poderá movimentar com auxı́lio do rato o seu centro
que a circunferência acompanhará o seu movimento.
Uma vez que, a equação desta curva depende do parâmetro a, introduziu-se um slider
vertical, que permite variar os valores deste parâmetro dentro uma escala previamente
definida. Entende-se por slider a construção dinâmica de um segmento de recta e de um
ponto nele contido, em que esse ponto representa o parâmetro que se pretende fazer variar.
A variação do ponto (no exemplo o ponto A) ao longo do referido segmento vai permitir
observar, imediatamente, as alterações produzidas na curva pelo respectivo parâmetro.
r
2 2 a2
ρ θ=a ⇔ρ=
θ
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 20
q
x = ρ cos(θ) x = a2 cos(θ)
⇔ qθ
y = ρ sin(θ) y = a2 sin(θ)
θ
possui uma opção que permite exportar todas as construções para posterior publicação na
Internet.
Nesta dissertação usou-se a linguagem LATEX , linguagem esta que permite criar
documentos de alta qualidade tipográfica. Em particular, é bastante eficiente na produção
de textos técnicos ricos em linguagem matemática.
http://www.tex-br.org
http://www.latex-project.org/
http://pt.wikipedia.org/wiki/LaTeX
http://www.dm.ufscar.br/ sadao/curso/latex/
http://www.mat.ufmg.br/ regi/topicos/intlat.html
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 22
Um documento em LATEX é formado pelo texto propriamente dito e por mais alguns
comandos. Estes comandos definem o tipo de letra, a formatação do texto, alguns sı́mbolos
1
especiais, etc. Todos os comandos em LATEX iniciam-se com uma barra invertida (\) .
\documentclass[opções]classe.
Em opções deve ser indicado a forma e a disposição do texto, o tamanho da letra, etc..
Já em classe, escolhe-se o tipo do documento a ser trabalhado (tese, relatório, livro, etc..).
Após esse comando, incluem-se pacotes, através do comando \usepackage, que in-
fluenciam o estilo do documento e possibilitam a adição de novas caracterı́sticas. O
texto propriamente dito é escrito entre os comandos \begin{document} e \end{document}.
Mostra-se, na figura seguinte um exemplo de um ficheiro simples escrito em LATEX.
\documentclass[a4paper,12pt]{book}
\usepackage{amsmath,amsfonts}
\usepackage[portuges]{babel}
\title{Tratado das Curvas Especiais Notáveis}
\author{Liliana Pereira}
\begin{document}
\maketitle % gera o Tı́tulo
\tableofcontents % gera o ı́ndice
\pagebreak % muda de página
\chapter {As Espirais} % Inicia um novo capı́tulo
Aqui está o conteúdo deste capı́tulo.
\end{document}
O LATEX organiza o documento em partes, capı́tulos, secções etc, fornecendo para isso
1
Do inglês backslash.
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 23
gera o texto:
1
ao 5x − 3 =
"Dada a equaç~ 2
+ 3x, indica o 1o membro e o 2o membro."
gera o texto:
"Dada a equaç~
ao
1
5x − 3 = + 3x,
2
A grande diferença do LATEX para programas bem conhecidos, como por exemplo o
MsWord, reside no facto de no LATEX não haver a necessidade de nos preocuparmos com
a forma do documento. Existem estilos pré-definidos para os mais diferentes tipos de
arquivos, tais como teses, artigos, relatórios e livros.
Para utilizar o LATEX neste trabalho, foi usada a implementação MikTEX [16] e uma
interface gráfica junto com um editor de textos chamado, TEXnicCenter [15]. Todos estes
programas podem trabalhar juntos, no sistema operativo Windows da Microsoft, como se
fossem um só, mas é necessário configurá-los para que isso aconteça.
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 24
Nesta dissertação optou-se pelo formato pdf, pois actualmente, a divulgação de textos
neste formato tem-se tornado cada vez mais usual, sendo por isso um ficheiro de fácil leitura
para qualquer utilizador.
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 25
p
a+ a2 − y 2 p 2
x = c. log − a − y2.
y
(\%i1) f:-sqrt(a^2-y^2)+c*log((a+sqrt(a^2-y^2))/y);
(\%i2) f1:diff(f,y,1);
(\%i3) f2:diff(f,y,2);
(\%i4) f11:factor(f1);
(\%i5) f22:factor(f2);
2 3/2
1 + dx
dy
R=
d2 x
dy 2
(\%i6) r1:(1+f11^2)^(3/2)/(f22);
(\%i7) r:factor(r1);
32
2
p a ((2 c−a) y 2 −a c2 )
y (y − a) (y + a) a2 − y2 y 2 −a2
r= .
a (2 c y 2 − a y 2 − a2 c) y 3
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 28
Contudo, esta expressão ainda não se encontrava com o aspecto apresentado na obra,
no entanto, bastou algumas manipulações algébricas, sem recurso ao Maxima, para se
alcançar a forma desejada:
3
2 2
3 (a(a−2c)y2 +ac2 ) 2
(a − y ) 2
3
(a2 −y 2 ) 2
r= =
ay (2cy 2 − ay 2 − a2 c)
3
(a (a − 2c) y 2 + ac2 ) 2
r= =
ay (2cy 2 − ay 2 − a2 c)
1 3
a 2 ((a − 2c) y 2 + ac2 ) 2
r= .
y (2cy 2 − ay 2 − a2 c)
2.4 TiddlyWiki
ferramenta faz parte de uma famı́lia de páginas de Internet (websites) chamadas wikis 2 .
Os wikis [11] são websites com recursos que facilitam a adição ou a edição de conteúdo pelos
utilizadores, sem que seja necessário mexer com código html. O exemplo mais conhecido
de um site wiki é a enciclopédia online Wikipédia.
Uma vez que, todo o conteúdo de um TiddlyWiki é formado por tiddlers, é importante
destacar os tiddlers que nos permitem alterar as caracterı́sticas da página, tais como: tipo,
cor e tamanho das fontes, menus, tı́tulos e subtı́tulos, a cor do fundo, etc etc. . . Estes
tiddlers encontram-se no menu sombra (Shadoewd ) do ficheiro empty.html e estão cata-
logados como: SiteSubtitle, SiteTitle, StyleSheet, TopMenu, MainMenu, SideBarOptions,
SideBarTabs, PageTemplate, MainMenu,. . .
2
A palavra wiki significa ”rápido”.
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 30
aceder à Ajuda, outro para permitir mostrar ou esconder a barra lateral de menu e por fim
um atalho para permitir ao utilizador/leitor voltar ao inı́cio da página.
Relativamente ao menu lateral é de salientar que o seu conteúdo está divido por
três tiddlers de sistema, nomeadamente: MainMenu (contém o tiddler com a opcção
Ver em Pdf ), SideBarOptions (contém as opções de gravar e abrir novos tiddlers, etc)
e SideBarTabs (este contém a tabela de conteúdos com os capı́tulos da obra).
Os três capı́tulos da obra, assim como as suas respectivas secções e subsecções, encontram-
se organizados numa tabela de conteúdos como se exemplifica nas figuras seguintes.
Para aceder a cada uma das secções, basta clicar na mesma, e serão expandidas as
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 31
subsecções que lhe são associadas. De seguida, um clique sobre uma subsecção abre um
tiddler com a informação nela contida. Algumas secções contêm imagens interactivas, e
para que seja possı́vel proceder à sua manipulação, o utilizador deve primeiro clicar sobre
as mesmas.
Uma vez que, neste trabalho de dissertação, a matemática é pedra fundamental foi
necessário adicionar uma ferramenta para a inclusão de notação matemática na página de
Internet proporcionada pelo TiddlyWiki. A ferramenta escolhida foi o JsMath [20].
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 32
O JsMath interpreta a linguagem TEX e deste modo oferece um meio para incluir
linguagem matemática em websites. Esta ferramenta, e também alguns guias de utilizador
e de instalação, pode ser transferida do endereço electrónico:
http://www.math.union.edu/ dpvc/jsMath/.
Contudo, com o aparecimento do Internet Explorer 7.0 já no final deste trabalho,
verificou-se que o plugin do JsMath não era totalmente compatı́vel com este browser.
Uma vez que, o internet explorer apresentava diversas imperfeições na visualização do
site (chegando a exibir apenas um página em branco) e também não permitia a correcta
visualização das expressões matemáticas. Sendo assim, optou-se por criar outro ficheiro
TiddlyWiki com um outro plugin 3 , o LaTeXMathMLPlugin [18], que funcionou perfeita-
mente tanto no Internet Explorer como no Mozzila Firefox.
No caso do utilizador optar pelo browser Internet Explorer será também necessário
transferir o programa MathPlayer [21] (por defeito o Internet Explorer não o incorpora),
que vai permitir em conjunto com o LaTeXMathMLPlugin traduzir a linguagem LATEX
para linguagem MathML [13] (Mathematical Markup Language) e permitir a visualização
de fórmulas matemáticas nas páginas de Internet.
3
Um plugin é um tiddler que contém código para extender as funcionalidades do TiddlyWiki.
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 33
Apesar da informação sobre esta nova tecnologia ainda não ser muito abundante, é de
salientar que, existem já páginas de Internet com inúmeros plugins e alguns themes (temas)
para que o resultado final das páginas criadas com recurso a esta ferramenta seja realmente
agradável e principalmente o mais funcional possı́vel. Nomeadamente os endereços:
http://www.tiddlytools.com
http://tiddlythemes.com
http://tiddlywikiguides.org
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 34
http://tiddlyspot.com
Merecidamente, TiddlyWiki é uma tecnologia com um, cada vez mais, crescente
número de utilizadores em todo o mundo, no entanto e como todas as tecnologias recentes
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS UTILIZADAS 35
3.1 A Logarı́tmica
345.
x x y
y = ae m , ou = log .
m a
Anos antes, em 1644, esta curva tinha já sido considerada por Torricelli, numa
carta dirigida a Ricci, contida na colecção de cartas desse perspicaz geómetra, publicada
em 1864 por Ghinassi, e, posteriormente, também por James Gregory, que tratou esta
curva no seu Geometriae pars prima, tornado público em 1668, definindo-a em termos
equivalentes à igualdade
36
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 37
0 0 00 00
na qual as coordenadas x e y referem-se a um ponto variável, e as x e y , e x e y a dois
pontos fixos da curva.
Mas o estudo das suas propriedades, como o nome, deve atribuir-se principalmente
a Huygens, que determinou a sua área, as suas tangentes, o volume dos sólidos de
revolução gerados por ela, etc, etc. (Huygens: De causa gravitatis, 1691). Sendo de
advertir que os resultados obtidos por este célebre geómetra foram por ele simplesmente
enunciados, e demonstrados mais tarde por Nicolas na sua obra De spiralibus hyperbolicis
et lineis logarithmicis, publicada em 1696, e também por P.Guido-Grandi, num trabalho
intitulado Demonstratio theorematum Hugenianorum.
346.
Quando x varia desde −∞ até +∞, y mantém-se sempre positiva e aumenta, constante
e indefinidamente, desde 0 até ∞. Logo a curva consta de um único ramo, que, quer à
direita quer à esquerda se estende indefinidamente (fig.103) no sentido das abcissas positivas
e negativas, e tem por assı́mptota este eixo. O eixo das ordenadas corta a curva no ponto
00
A, e portanto OA = a. E como a derivada y não se anula em nenhum ponto, resulta que
a curva não possui qualquer ponto de inflexão.
347.
y2
p y
p
S t = m ; Sn = m
; T = y 2 + m2 , e N = m
y 2 + m2 ;
348.
3
(y 2 + m2 ) 2 m2 N 3 N3
R= = = .
my y4 Sn2
349.
Zx1
x
A=a e m dx = m(y1 − y0 ).
x0
350.
p "q p #
2 2 2−m
m y + m − m m y + m
q
2
= y12 + m2 + log p 12 − y02 + m2 + log p 02 ;
2 y1 + m2 + m 2 y1 + m2 + m
ou
m (T1 − m)(T0 + m)
S = T1 − T0 + log ,
2 (T1 + m)(T0 − m)
351.
E o volume do sólido gerado pela zona plana, cuja área foi anteriormente determinada,
quando gira em torno do eixo das abcissas, é dado por esta outra fórmula, também de uma
simplicidade notável:
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 40
mπ 2
V = (y1 − y02 ).
2
A este volume corresponde uma área, U , da superficie lateral do sólido referido, que
pode ser determinada da seguinte forma :
Zy1 p
U = 2π y 2 + m2 dy.
y0
U = 2πm.s1 .
352.
q b x − 21 a
y = x + x. log ,
p a p − 12 a
do mencionado problema, passa, ou deve passar, pelo orgão visual dos espectadores que
ocupam uma mesma fila do anfiteatro.
Yx
Para demonstrá-lo, transformaremos a equação da visória, fazendo y = a
, e encon-
traremos a seguinte :
qa 1 1
Y = + b log x − a − log p − a , ou
p 2 2
1
Y − β = b. log x − a ,
2
qa 1
na qual β = − b. log p − a .
p 2
0 0
E feito isto, constrói-se a logarı́tmica, relativa aos eixos coordenados (fig.104), O x e
0 0
O y , que tem por equação
0 0
y = b log x .
1
Y − β = b log x − a ;
2
−1
na qual a e −β representam as coordenadas do ponto O, em relação aos eixos anteriores.
2
Designaremos agora por N um ponto desta segunda logarı́tmica; por N K e N R duas
paralelas aos eixos coordenados, traçados pelo ponto N ; e por KH outra paralela ao eixo
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 42
MR MR OR
= = ,
NR KH OH
ou
y x
= .
Y a
E, por contrução análoga à aplicada no Núm.78, é fácil de ver que, as tangentes às
duas curvas consideradas, nos pontos M e N , intersectam-se noutro ponto da recta KP .
00 2b x
y = 1− ,
a(x − 21 a) 2(x − 21 a)
aq
x = 0 ou x = 12 a + p − 21 a e− bp . 1
3.2 A Catenária
353.
Pelo ano de 1690, Jacobo Bernoulli propôs na Acta Eruditorum, p.219, o seguinte
problema: encontrar a curva formada por um fio pesado, flexı́vel, inextensı́vel, e de den-
sidade constante em todo o seu comprimento, suspenso nos seus extremos. E, no mesmo
volume da Acta (p.360 ), declarou pouco tempo depois Leibnitz saber o resultado daquele
problema; mas que não o publicava até ver se algum geómetra também o resolvia. Como
aq
1
No documento original, x = 21 a + p − 12 a e− bx .
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 44
efectivamente foi resolvido pelo autor do problema, pelo seu irmão Juan Bernoulli, e
Huygens, no volume da Acta correspondente a 1691.
A mesma curva foi também encontrada por Juan Bernoulli como solução do
problema que tem por objectivo determinar a figura de uma vela, impulsionada e inflamada
pelo vento (Opera omnia,t.I p.59). Tendo sido as suas principais propriedades, estudadas
por este eminente geómetra, em várias partes das suas obras (Opera omnia, t.I, p.49; t.III,
p.495-504, etc.).
À curva a que nos referimos dá-se o nome de catenária, que se demonstra em Mecânica
Racional, que tem por equação:
c x x
y= e c + e− c .
2
Da qual facilmente se deduz que o eixo dos y é o eixo de simetria da curva, e a tangente
no ponto inferior, A, cuja ordenada OA = c (fig.105), é paralela ao eixo das abcissas. Além
00
disso, y cresce desde c até ∞, conforme x varia desde 0 até ±∞. E, por y se manter sempre
positiva e finita, a curva apresenta-se constantemente convexa ao eixo das abcissas, sem
inflexões em nenhum ponto, como é mostrado claramente na figura.
354.
Da equação
p c x x
y 2 − c2 = e c − e− c ,
2
tem-se que,
p
0 y 2 − c2
y = .
c
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 45
Tendo O como centro e raio OA, igual a c (fig.105), traça-se uma circunferência; e
desde Q, sobre o eixo das ordenadas, e à mesma distância de B ao eixo das abcissas,
traça-se a tangente QT à circunferência referida. Como OQ = y e OT = c, então
p
QT = y 2 − c2 .
p
y 2 − c2 0
tan QT S = tan QOT = =y.
c
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 46
355.
1
R = y2.
c
356.
Zx r
1 2x 2x
S= 1 + (e c + e− c − 2)dx =
4
0
c x x p
= (e c − e− c ) = y 2 − c2 = QT = BM.
2
Igualdade da qual se deduz uma consequência importante, com auxı́lio dos teoremas
de Huygens, relativos à teoria das evolutas.
Por simples considerações geométricas se veria além disso que, as outras envolventes
da catenária possuem todas a mesma propriedade.
357.
c2 x x p
A= (e c − e− c ) = cs = c y 2 − c2 ;
2
358.
A curva plana que passa por dois pontos dados e gera uma área mı́nima, quando gira
em torno de um eixo situado nesse mesmo plano, é uma catenária.
Zx1 q
2π y 1 + y 0 2 dx,
x0
que representa o valor da área descrita por um arco de curva plana, compreendido entre
os pontos cujas abcissas são x0 e x1 , quando gira em torno do eixo das abcissas; obtém-se,
para determinar a curva, a equação
00 02
yy − y − 1 = 0
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 48
p
x−a y+ y 2 − c2
= log ;
c c
√
y+ y 2 −c2 x−a
2
c
=e c ,
p
c y− y 2 − c2 x−a
p = = e− c .
2
y+ y −c 2 c
c x−a − x−a
y= e c +e c ,
2
Mas note-se que, se a análise anterior nos mostra que o problema a que se refere,
dado que admite solução, somente pode satisfazer a catenária; de forma alguma prova que
a admite na realidade: sendo necessário para decidir ou esclarecer este ponto preliminar,
recorrer à variação de segunda ordem da função integral de onde se partiu.
359.
De todas as curvas planas de igual perı́metro, que passam por dois pontos dados, a
catenária é também aquela que, girando em redor de um eixo traçado no seu mesmo plano,
gera a superfı́cie de revolução de área máxima ou mı́nima.
Para demonstrá-lo basta, como no caso anterior, aplicar o método das variações à
integral
Zx1 q
2π y 1 + y 0 2 dx,
x0
Zx1 q
1 + y0 2 = l
x0
Note-se a propósito deste assunto que das condições a que devem satisfazer os dois
pontos dados, para que a área considerada seja mı́nima, tratou Lindeloff num tratado
inserido nos Math.Annalen, t.II, p.160, ao qual remetemos ao leitor a sua consulta se
considerar necessário.
360.
cR = s2 + c2 ,
compreendida na seguinte
cR = s2 + a2 ,
a qual corresponde a uma classe de curvas, designadas por Cesàro com o nome de alisoides
- de αλυσις : cadena.(Nouvelles Annales des Mathématiques, 1886, p.75).
361.
q
0
y 1 + y 0 2 = cy
(1)
" p #
p c2 − y 2 + c
x+a=± c2 − y 2 − c. log ,
y
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 51
Esta equação representa curvas diferentes, todas iguais, mas distintamente distribuı́das
relativamente aos eixos coordenadas, e a todas se aplica o nome de tractrizes, ou de curvas
de tangentes iguais.
362.
Consideremos umas das curvas representadas pela equação (1), ou seja, em particular,
a que corresponde à equação :
p
p log c2 − y 2 + c
x = − c2 − y 2 + c. .
y
dy y
= −p ,
dx c2 − y 2
dy
e tende para 0: logo o eixo das abcissas é (fig.106) assı́mptota da curva.
dx
dy
Quando y = c, resulta que x = 0, e = ∞; de maneira que a curva intersecta o eixo
dx
das ordenadas num ponto A, cuja ordenada é igual a c: ponto singular de partida ou parada
(point d’arrêt), pois a valores de y, superiores a c, correspondem valores imaginários de x.
Como correspondem também os negativos da mesma ordenada y, qualquer que sejam os
seus valores absolutos.
363.
364.
E como,
00 c2 y
y = ,
(c2 − y 2 )2
p
c c2 − y 2
R= ,
y
p
c+ c2 − y 2 c2
x1 = c. log e y1 = .
y y
p p
c+ c2 − y 2 x1 c− c2 − y 2 x1
= e c , ou = e− c ;
y y
e consequentemente,
c x1 x1
y1 = e c + e− c .
2
365.
Para determinar a área compreendida entre a curva, o eixo das abcissas e duas paralelas
ao eixo das ordenadas, note-se que
Zy1 Zy1 p
y
A= dy = − c2 − y 2 dy
y0
y0 y0
c2 y0 y0 c2 y1 y1
q q
2
= arcsen + 2
c − y0 − arcsen − c2 − y12 .
2 c 2 2 c 2
De onde de deduz que a área compreendida entre a curva e os dois eixos coordenados
πc2
é igual a .
4
366.
Zy1 s
dx2 y1
s= 1 + 2 dy = c. log .
dy y0
y0
367.
E, a área da superficie de revolução gerada pela tractriz em torno do eixo das abcissas,
não menos notável pela sua simplicidade, é a seguinte:
Z∞ r
dy 2
U = 2π y 1 + 2 dx = 2πc2 .
dx
0
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 55
368.
p
y 2 + (x0 − x)2 − 2y(x0 − x) cos θ, y e x0 − x;
dx
sendo a última igual a −y .
dy
2
2 dx 2 dx
y +y cos θ + (y 2 − c2 ) = 0.
dy dy
q √
y2 q+ q 2 −y 2
3
No documento original, x = − 12 cos θ ± c 1− q2 − log y .
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 56
sendo que
4c2
q2 = .
4 − cos2 θ
E, se nesta equação, que representa o grupo das curvas antes definido, se supor
π
que θ = , encontraremos em particular, a correspondente à tractriz, considerada nos
3
parágrafos anteriores.
369.
Y c √ p
= , e x − X = c 2 − Y 2 − a2 − y 2 .
y a
√
√ c+ c2 − Y 2
X+ c2 − Y 2 = c. log ,
Y
p
p a+ a2 − y 2
x+ a2 − y2 = c. log .
y
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 57
370.
Para determinar a sua forma basta fixar a atenção na equação acabada de encontrar
e nas duas seguintes, derivadas da anterior:
dx y 2 − ac d2 x a [(a − 2c)y 2 + a2 c]
= p , 2 = 3
dy y a2 − y 2 d y y 2 (a2 − y 2 ) 2
E, recordando que a < c, conclui-se facilmente que a nova curva, companheira in-
separável da tractriz, considerada no Núm. 362, é da forma indicada na figura: com um
ponto de parada ou arranque sobre o eixo das ordenadas, em A, onde a ordenada máxima é
igual a a; uma tangente a este ponto, única
rparalela ao eixo das abcissas; uma inflexão em
c
C, cuja ordenada tem por expressão y = a ; e uma assı́mptota, o eixo das abcissas.
2c − a
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 58
371.
1 3/
a /2 [y 2 (a − 2c) + ac2 ] 2
R= .
y [(a − 2c)y 2 + a2 c]
372.
O comprimento dos arcos da mesma curva e o valor das suas áreas podem também
determinar-se por meio de funções elementares. Com efeito, representando por A a
área limitada pela curva, pelo eixo das ordenadas, e pela ordenada do ponto (x, y), sem
dificuldade se encontra que,
Ry 2 −ac p
√y dy = − 12 y a2 − y 2 + a2 (a − 2c) arcsen ay − π2 .
4
A=
a a2 −y 2
1
A1 = πa(2c − a).
4
Ry 2 2
No documento original, A = √y −a dy = − 21 y a2 − y 2 + a2 (a − 2c) arcsen ay − π2 .
p
4
a2 −y 2
R √(a−2c)y2 +ac2
a
5
No documento original, √ 2 2 dy.
y a −y
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 59
Z p
1 (a2 − 2ac)t + a2 c2 6
√ dt,
2 t a2 − t
373.
Nos pontos anteriores temos suposto que c > a; ou que o ponto gerador da curva, B,
se encontra compreendido entre o correspondente da tractriz, M , e o N , onde a tangente
M N intersecta o eixo das abcissas.
As propriedades especiais da curva, quando se supõe que a = 2c, foram estudadas por
M. D’Ocagne nos Nouvelles Annales des Mathématiques, 1871, p.82.
374.
x
− π2 ≤ x π
y = −a log cos , a
≤ 2
.
a
Curva estudada pela primeira vez por Minchin, no seu Treatise of Statics Oxford, 1877,
segundo disse Ramsey em Intermédiaire des Mathématiciens (1896, p.30).
6 1
R √(a−2c)t+ac2
No documento original, 2
√
t c2 −t
dt.
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 60
375.
376.
Como,
0 x
y = tan ,
a
vê-se que o ângulo ϕ, formado pela tangente no ponto (x, y) com o eixo das abcissas, tem
por expressão:
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 61
x
ϕ= .
a
a a
R= x = ;
cos a cos ϕ
o qual mostra que a projecção deste raio sobre o eixo da curva é constante.
377.
dx
Como ds = , integrando e tomando para origem dos arcos o vértice O da curva,
cos xa
tem-se que
x π ϕ π
s = a. log tan + = a. log tan + ;
2a 4 2 4
378.
E por se ter,
ϕ π s 1 s
tan + = ea , e ϕ π
= e− a ,
2 4 tan 2 + 4
deduz-se que
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 62
s s sec2 ( ϕ2 + π4 ) 2 2
e a + e− a = ϕ π = π = . 7
tan( 2 + 4 ) sen(ϕ + 2 ) cos ϕ
Logo,
a s s
R = (e a + e− a ).
2
379.
Quando a catenária de igual resistência gira sobre a recta OK, os seus centros de
curvatura, correspondentes aos pontos que ao girar vão tocando sucessivamente em OK,
formam uma curva, cuja equação é fácil de encontrar. A abcissa de cada ponto da nova
curva é igual ao comprimento s do arco da catenária considerada compreendido entre o
ponto O e o ponto em que chega a tocar a recta OK; e a ordenada é igual ao valor
correspondente de R.
a X −X
Y = e +e
a a .
2
s s sec2 ( ϕ π
2+4)
7
No documento original, e a + e− a = tan( ϕ π = 2
sen(ϕ+ π = 2
cos ϕ .
2 + 4) 4)
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 63
380.
Leibnitz deu o nome de curva dos senos à curva que tem por equação
x
y = a.sen ,
m
posteriormente denominada de sinusóide: curva, que, antes de Leibnitz, foi tratada por
Roberval num trabalho, intitulado De trochoide ejusque spatio, inserido no volume VI
das Memorias de la Academia de Ciências de Paris, 1730, onde por intervir no método
idealizado para quadrar a ciclóide ou trocóide, a denominou de companheira da célebre
curva (trochoidis comes).
A sinusóide foi também estudada mais tarde por Pitot (Histoire de l’Académie des
Sc. de Paris, 1724, p.107), que demonstrou que, quando se planifica um cilindro recto, de
base circular, as secções planas, que formam com o eixo ângulos de 45o , se transformam
em sinusóides: como o são também as curvas obtidas projectando uma hélice, traçada
na superfı́cie do mesmo cilindro, sobre um plano paralelo ao seu eixo. (Chasles: Aperçu
histoirique, 1875, p.139; e Cantor: Vorlesungen etc, t.II, 1900, p.878, e t.III, 1896, p.428).
Para encontrar a forma da sinusóide, e com o objectivo de fixar ideias, vamos supor
que a e m são positivos.
1
Quando x cresce desde 0 até mπ, y cresce também desde 0 até a; e quando depois x
2
1
cresce desde mπ até mπ, y decresce desde a até 0: correspondendo além disso aos valores
2
1
de x, equidistantes de mπ, valores iguais de y. Logo, aos valores de x compreendidos
2
entre 0 e mπ corresponde um arco, OAB (fig.109), da curva dos senos, cuja base OB é
igual a mπ, simétrico relativamente à recta AP , perpendicular ao eixo das abcissas no
ponto médio de OB. Sendo evidente que aos outros valores sucessivos ou anteriores de x
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 64
correspondem outros arcos, iguais ao considerado inicialmente e com a mesma base mπ,
alternadamente situados uns em continuidade indefinida dos outros, por cima ou por baixo
do eixo das abcissas.
Adverte-se que, no ponto A, a tangente à curva é paralela ao eixo das abcissas; e que
0 a
os outros pontos O, B, ..., onde a curva intersecta o mesmo eixo e onde y = , são pontos
m
de inflexão.
381.
my yp 2
St = p ; Sn = a − y2,
a2 − y 2 m
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 65
s
yp 2 m 2 + a2 − y 2
N= m + a2 − y 2 , T = y .
m a2 − y 2
3
(m2 + a2 − y 2 ) 2 m2 N 3
R= = .
my y4
382.
A área da figura limitada pela curva, pelo eixo das abcissas e pelas ordenadas, y0 e
y1 , dos pontos correspondentes às abcissas x0 e x1 , pode calcular-se pela seguinte fórmula:
q q
A=m a2 − y02 − a2 − y12 .
383.
A rectificação da curva dos senos depende de uma integral elı́ptica; pois representando
por s o comprimento do arco compreendido entre o ponto O e o ponto (x,y), tem-se que
Zy s
a2 + m 2 − y 2
s= dy;
a2 − y 2
0
a
ou fazendo, y = at e k = √ ,
a2 + m2
√ Zt r
1 + k 2 t2
s= a2 + m2 dt.
1 − t2
0
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 66
√ Zϕ p
s= a2 + m 2 1 − k 2 sen2 ϕ.dϕ,
0
ou s = A.E(k, ϕ);
Zϕ p
√
onde A = a2 + m2 e E(k, ϕ) = 1 − k 2 sen2 ϕ.dϕ.
0
384.
π k 2 sen2 ϕ cos ϕ
E(k, ϕ) + E(k, ψ) − E k, =p ,
2 1 − k 2 sen2 ϕ
OM = AE(k, ϕ);
0
OM = AE(k, ψ); e
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 67
π
OA = AE(k, ),
2
ao seguinte resultado :
0 0 Ak 2 sen2 ϕ cos ϕ
OM + OM − OA = OM − AM = p ,
1 − k 2 sen2 ϕ
√
quando entre ϕ e ψ existe a relação cos ϕ cos ψ = senϕ.senψ. 1 − k 2 .
p
Ak 2 sen2 ϕ cos ϕ a2 − y 2 y2
p = yp = ,
1 − k 2 sen2 ϕ a2 + m 2 − y 2 T
0 y2
Logo, OM − AM = , quando
T
√
a2 + m 2
tan ϕ. tan ψ = .
m
0
Logo, OM − AM = QL.
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 68
Igualdade que, abreviadamente, expressa o teorema que, no caso da curva dos senos,
corresponde ao de Fagnano, relativo aos arcos da elipse.
385.
Com a curva dos senos, estudada nos parágrafos anteriores, têm estreita conexão a
das tangentes ou tangentóide, e a das secantes ou secantóide, às quais correspondem as
equações:
y = tan x e y = secx ,
386.
387.
Maior interesse terá o estudo de uma outra espécie de sinusóide, definida pela equação
(1)
|sen(x + iy)| = c;
na qual
e−y − ey e−y + ey
seniy = −i , e cos iy = ,
2 2
ou
(2)
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 70
p
sen2 x. cos2 iy − cos2 x.sen2 iy = c.
E como o valor do primeiro membro desta equação não varia, quando se substitui x
por x + π, vê-se que y é uma função periódica de x, de periodo igual a π, pelo que basta
considerar no estudo da curva, o ramo definido pelos valores de x, compreeendidos entre
π π
− e . E como a curva também é simétrica, relativamente aos eixos coordenados, conclui-
2 2
se sem dificuldade que, para completar o estudo, basta limitar-se a parte correspondente
aos valores positivos de x e y.
Primeiro caso. Imediatamente se vê, supondo que x = 0, que a parte considerada da curva
√
intersecta o eixo das ordenadas no ponto cuja ordenada é igual a log(c + c2 + 1).
E também quando y = 0, a parte da curva a que nos referimos, intersecta o eixo das
abcissas no ponto cuja abcissa é igual a arcsen(c).
(3)
cos2 iy = c2 + cos2 x;
e consequentemente,
e−y + ey √
= ± c2 + cos2 x,
2
ou,
h √ √ i
y = log ± c2 + cos2 x ± c2 − sen2 x .
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 71
√
Assim, considerando somente o ramo da função y, que se reduz a log(c + c2 + 1)
quando x = 0, tem-se:
(4)
√ √
y = log c2 + cos2 x + c2 − sen2 x ;
equação cartesiana da curva de que agora se trata, por meio da qual se vê que, quando x
√
varia de 0 até arcsen(c), y varia desde log(c + c2 + 1) até 0.
0 sen(2x) 8
y =± ,
isen2iy
que serve para determinar as tangentes à curva, e da qual se conclui, além disso, que esta
intersecta perpendicularmente os eixos coordenados.
(5)
0 sen(2x)
8
No documento original, y = isen2iy .
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 72
√
cos 2x = −c2 ± c4 − 1.
De maneira que, no caso a que nos referimos, a curva representada pela equação (1),
compõe-se de um número infinito de óvalos convexos, iguais uns aos outros, cujos centros
correspondem aos pontos (0, 0), (0, ±π), (0, ±2π) ..., e cujos eixos são iguais a 2 arcsen(c)
√
e a 2 log(c + c2 + 1).
Por meio de uma consideração, análoga à anterior, é fácil verificar que a curva consid-
erada apresenta dois ramos simetricamente dispostos relativamente ao eixo das abcissas, e
indefinidamente prolongados no sentido das abcissas positivas e negativas, formando uma
série de ondas, de amplitude igual a π. A ordenada adquire um valor máximo, igual a
√
log(c + c2 + 1), nos pontos onde x possui os valores de 0, ±π, ±2π, ...; e um valor
√ 1 3
mı́nimo, igual a log(c + c2 − 1), nos pontos onde os valores de x são iguais a ± π, ± π,
2 2
5
± π, ... . E, então a curva apresenta pontos de inflexão reais, cujas abcissas determina a
2
equação (5).
388.
AP arc ab
= ;
AO arc ac
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 73
Por termos, designando por a o segmento OA, por θ o arco ab, e sendo x e y as
coordenadas do ponto M ,
a−x 2θ
y = x. tan θ e = ,
a π
πx
y = x. cot .
2a
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 74
389.
Muitos séculos depois, P. Léotaud, que viveu no séc. XVII, escreveu sobre este
assunto numa obra intitulada Liber in quo mirabiles quadratricis facultates variae expo-
nuntur. Também estudaram esta curva Roberval (Mémoires de l’Académie des Sciences,
Paris, t.VI, 1730, p.57 ); Fermat (Euvres, t.III, p.145 ); Juan Bernoulli (Opera Omnia,
t.I, p.447, e t.II, p.176 e p.179 ); e outros autores.
390.
2a 0
OB = . E, como neste ponto y = 0, a tangente aqui será paralela ao eixo das abcissas.
π
Note-se, além disso, que o eixo das ordenadas é também eixo da curva, consequente-
mente bastará, estudar a forma e propriedades, desta, na região situada à direita do eixo
mencionado.
Quando x varia, desde 0 até 2a, y decresce constantemente desde BO até −∞, e o
ponto (x, y) descreve o ramo BDC da curva que intersecta o eixo das abcissas no ponto
D, dado pela abcissa OD = a. A este ramo corresponde a assı́mptota P Q, que tem por
equação x = 2a.
Quando x varia desde 2a até 4a, y decresce constantemente desde ∞ até −∞, e o
0
ponto (x, y) descreve o ramo infinito GF G da curva que intersecta o eixo das abcissas no
00 00
ponto F , onde x = 3a, e onde são assı́mptotas as rectas P Q e P Q às quais correspondem
as seguintes equações x = 2a e x = 4a.
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 76
πx πx
= tan ;
2a 2a
2a
e portanto, y = . Logo, a quadratriz de Dinóstrato possui um número infinito de pontos
π
de inflexão, situados todos sobre a paralela ao eixo das abcissas que passa pelo ponto B.
391.
Para se compreender como é que a curva que estamos a considerar pode servir para
2a
quadrar o cı́rculo, basta ver que, sendo OB = , esta igualdade determina o valor de
π
π, quando é conhecida a ordenada OB, do ponto onde a curva intersecta o eixo das
ordenadas. Solução do problema, puramente teórico, uma vez que não se conhece nenhum
procedimento de traçar a curva por meio de um movimento contı́nuo: tal como já havia
sido antigamente advertido, segundo afirma Pappo.
392.
0
A área A, limitada pelo arco DBD da quadratriz e pelo eixo das abcissas, obtém-se
πx
facilmente partindo da seguinte fórmula, na qual, = t,
2a
π
Za 2 Z 2
πx 2a
A=2 x. cot dx = 2 t. cot tdt;
2a π
0 0
que, integrando por partes, e tendo em conta que t log sent é igual a zero, quando t é zero,
se converte na fórmula seguinte:
π
2 Z 2
2a
A = −2 log sentdt.
π
0
π π π
Z2 Z2 Z2
1 sen2t
log sentdt = log cos tdt = log dt
2 2
0 0 0
π
Z2
1 π
= log sen2tdt − log 2.
2 4
0
Mas, fazendo 2t = y,
π π
Z2 Zπ Z2
1
log sen2tdt = log senydy = log senydy.
2
0 0 0
Logo,
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 78
π
Z2
π
log sentdt = − log 2.
2
0
4a2 . log 2
A= .
π
393.
Zx
(x2 + c)dx
y= p ,
a2 − (x2 + c)2
0
Para tal, vamos supor primeiramente que c > 0. Como a integral considerada é igual
ao limite de uma soma de elementos, da forma
(x2 + c)dx
p ,
a2 − (x2 + c)2
conclui-se imediatamente que y será imaginário quando c > a, qualquer que seja x, e
portanto, que neste caso não existe curva realizável; se a > c, y é também imaginário,
√
quando o valor absoluto de x é maior que a − c, e, consequentemente, a curva não se
estende para além das rectas paralelas ao eixo das ordenadas que passam pelos pontos
0 √ √
M e M , cujas abcissas são iguais a a − c e − a − c; e que aos valores negativos do
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 79
limite superior do integral correspondem valores de y iguais, mas de sinal contrário aos que
correspondem aos valores positivos deste limite: de maneira que a curva se compõe de dois
0
arcos iguais, OM e OM (fig.112), dispostos um de cada lado dos eixos coordenados.
dy x2 + c
=p ;
dx a2 − (x2 + c)2
a qual mostra que y não admite valores máximos nem mı́nimos; que o coeficiente angular
c 0 0
da tangente na origem das coordenadas é igual a √ ; e que as rectas P M e P M ,
2
a −c 2
paralelas ao eixo das ordenadas nos ponto extremos da curva, são tangentes à mesma curva.
E do mesmo modo conclui-se que, no caso de c < 0 e a > c, a curva possui a forma
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 80
0 0 √
representada na figura 113, onde OP , é igual a O P , e também igual a a − c. Mas
neste caso deve salientar-se que a curva admite ordenadas máximas (em valor absoluto)
0 √ √
nos pontos N e N , correspondentes às abcissas −c e − −c.
394.
00 2a2 x
y = 3 .
[a2 − (x2 + c)2 ] 2
a
R= .
2x
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 81
É de salientar que esta propriedade é exclusiva da curva de que agora se trata, e que
a define analiticamente. Para o mostrar basta integrar a equação
02 3 0
(1 + y ) 2 a ady
00 = , ou 3 = 2xdx.
y 2x (1 + y 0 2 ) 2
Z 0 0
dy y
3 =q ,
(1 + y 0 2 ) 2 1 + y0 2
obtém-se que
dy x2 + c
=p ,
dx a2 − (x2 + c)2
395.
Embora a integral de que depende a expressão finita de y não possa ser determi-
nada por procedimentos ou funções elementares, pode sê-lo, naquele integral, por funções
elı́pticas, como agora veremos.
Zx Z∞
(x2 + c)dx 1 (cv + 1)dv
p = √ q .
a2 − (x2 + c)2 2 a2 − c 2 1 1
0 v
v v − a−c v+ a+c
v
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 82
2 c
Ou fazendo, v = t + . 2 ,
3 a − c2
Zx Z∞
(x2 + c)dx c (ct + α + 1)dt
p =√ . p
2 2
a − (x + c)2 a − c2
2
(ct + α) 4t3 − g1 t − g2
0 t
∞
Z∞
Z
c dt dt
=√ p + p
a2 − c 2 4t3 − g1 t − g2 (ct + α) 4t3 − g1 t − g2
t t
onde,
2 c2
α= . 2 ;
3 a − c2
4 c2 + 3a2
g1 = . ;
3 (a2 − c2 )2
8c(9a2 − c2 )
g2 = .
27 (a2 − c2 )3
Z∞
dt dt
p = u; t = p(u); e y. p = −du;
4t3 − g1 t − g2 4t3 − g1 t − g2
t
Zx 2 Zu
(x + c) dx c du
q =√ . u + ;
a2 − c 2 c.p(u) + α
0 a2 − (x2 + c)2 0
α
ou fazendo c
= −p(v)
Zx 2 Zu
(x + c) dx c 1 du
q =√ . u + . .
a2 − c 2 c p(u) − p(v)
0 a2 − (x2 + c)2 0
Expressão que, por uma igualdade conhecida (exposta no nosso Curso de Análisis,
t.III, p.175 )
0
p (v)
ζ(u − v) − ζ(u + v) + 2ζ(v) = ,
p(u) − p(v)
Zx
(x2 + c) dx
1 0 σ(u − v) 9
q = 0 √ . c.u.p (v) + log + 2ζ(v)u .
2 2 2 p (v) a 2 − c2 σ(u + v)
0 a − (x + c)
c 1
x2 = = ,e
ct + α p(u) − p(v)
Rx x2 +c)dx
9
No documento original, √(
0 a2 −(x2 +e)2
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 84
1 0
σ(u − v)
y= 0 √ . c.p (v) + 2ζ(v) .u + log .
p (v). a2 − c2 σ(u + v)
396.
O comprimento dos arcos da curva elástica, contados a partir da origem das coorde-
nadas, deduz-se da fórmula:
Zx
adx
s= q ,
2
0 a2 − (x2 + c)
dependendo mesmo assim das funções elı́pticas, e da qual, procedendo como anteriormente,
se deduzem as seguintes fórmulas:
Zx Z∞
adx a dt a
q =√ . p =√ u.
2 − c2 a2 − c 2
2 2
a − (x + c)2 a 4t3 − g1 t − g2
0 t
E, finalmente,
a
s= √ u.
a2 − c2
397.
Jacobo Bernoulli tratou pela primeira vez da curva elástica em 1694, nas Acta
Eruditorum (Jacobi Bernoulli Opera, t.I, Geneve, 1744, p.576), e em 1705 nas Mémoires
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 85
de l’Académie des Sciences de Paris (Opera, t.II, p.976 ). Ao fixar a atenção nesta curva,
surgiu o problema da determinação da forma que adquire uma lâmina elástica, fixa por
um dos seus extremos, e sobre a qual actua uma força perpendicular à mesma lâmina; e
situada no plano da sua fibra média. Problema que, posteriormente, foi generalizado por
Poisson (Traité de Mécanique, seconde édition, t.I, Paris, 1833, p.598 ), considerando o
caso de a força não ser perpendicular à lâmina,mas sê-lo simplesmente à superfı́cie que
passa pela mencionada fibra média; e, mais tarde, Binet (Comptes sendus de l’Académie
des Sciences de Paris, t.XVIII, p.115 ) e Wantzel (Item, p.1197 ), que estudaram o caso
da força actuar numa direcção qualquer.
A curva elástica foi também estudada por Euler como solução dos seguintes proble-
mas, fáceis de resolver pelo método das variações:
1o - Entre as curvas com o mesmo perı́metro que passam por dois pontos fixos, encontrar a
que, girando em torno de um eixo, gera um sólido de volume máximo (Methodus inveniendi
lineas curvas maximi minive proprietate gaudentes, 1744), cap.V, núm 46 ).
2o - Entre as curvas de igual perı́metro e que limitam a mesma área, encontrar aquelas
que, girando em torno de um eixo, geram um sólido de máximo ou mı́nimo volume (l.e.,
cap.VII, núm 22 ).
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 86
398.
Note-se, para concluir, que Jacobo Bernoulli (Opera, t.I, p.597 ) encontrou a
mesma equação para a forma de uma lâmina elástica, sujeita à acção de uma força, em
determinadas condições,e para a de um lenço rectangular, suspenso por dois dos seus cantos
opostos, sobre o qual se faz cair um lı́quido pesado: sendo por este motivo que aplicou o
nome de linteária.
399.
400.
Adoptando para origem das coordenadas o ponto fixo dado, e para o eixo das ordenadas
a recta vertical que passa por este ponto; e representando por x e y as coordenadas do
p
móvel e a distância r = x2 + y 2 entre ambos os pontos deve variar, conforme o enunciado
do problema, proporcionalmente ao tempo t. E portanto,
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 87
p
d x2 + y 2 1 dx dy
=p x +y = k;
dt x2 + y 2 dt dt
Em virtude da descida ou queda dos graves, verifica-se além disso, segundo o que é
sabido, que
ds2 dx2 + dy 2
= = 2g(y + h),
dt2 dt2
√ √
11
(xdx + ydy) y = h(ydx − xdy).
10 d(x2 + y 2 ) ds
No documento original, = .
dt √ dt √
11
No documento original, (xdx + ydy) y = h(ydx + xdy).
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 88
401.
Fazendo primeiramente,
√
hy = vz e hx = v h2 − z 2 ,
obtém-se,
v 2 dz
ydx − xdy = − √ , e xdx + ydy = vdv;
h2 − z 2
1 hdz
v − 2 dv = − p .
(h2 − z 2 )z
Zz
√ 1 dz
v=− h p ,
2 (h2 − z 2 )z
0
Zω √
√ hdω
v= √ .
π
cos 2ω
4
CAPÍTULO 3. CURVAS NOTÁVEIS TRANSCENDENTES 89
402.
dρ √ dθ 12
√ = − h. √ .
ρ senθ
√ Zθ
√ h dθ
ρ= √ ;
2 senθ
0
π
ou, supondo que θ = 2
−w ,
ω
√ √ Z dω
ρ= h √ .
π
cos 2ω
4
12 dρ
√ dh
No documento original, ρ = − h. √senθ .
Capı́tulo 4
As Espirais
403.
Pero Nize, autor de uma tradução alemã das obras de Arquimedes, demonstrou
com uma grande abundância de documentos a falsidade desta conjectura, tendo sido as suas
conclusões aceites como boas pelos historiadores modernos (P.Tannery,Cantor,G.Loria,
90
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 91
etc).
ρ = aθ.
Desta equação deduz-se, imediatamente, que o ponto gerador da curva parte da origem
das coordenadas, tangencialmente ao eixo polar, e descreve depois um número infinito de
voltas ou revoluções em torno do ponto inicial, afastando-se dele constantemente (fig.114),
num sentido ou noutro, segundo o sentido inicial do movimento.
404.
dρ
Sn = =a
dθ
ρ2 .dθ
St = = ρθ
dρ
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 92
p
N= a2 + ρ2
ρ.dθ ρ
tangV = =
dρ a
405.
3
(ρ2 + a2 ) 2 N3
R= 2 = ;
ρ + 2a2 N 2 + a2
406.
A área, A, percorrida pelo raio vector da espiral considerada, quando θ varia desde θ0
até θ1 , determina-se do seguinte modo:
(A)
a2 3 1
A= (θ1 − θ03 ) = (ρ31 − ρ30 ).
6 6a
E, comparando o valor de A com o das áreas dos sectores circulares, que contêm o
mesmo ângulo θ1 − θ0 e correspondem aos raios ρ1 e ρ0 determinadas pelas fórmulas:
1 2
A1 = ρ .(ρ1 − ρ0 )
2a 1
e
1 2
A0 = .ρ (ρ1 − ρ0 )
2a 0
A ρ3 − ρ30 ρ1 ρ0 + 31 (ρ1 − ρ0 )2
= 21 = ;
A1 2ρ1 (ρ1 − ρ0 ) ρ21
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 94
e
A1 − A ρ0 + 2ρ1 ρ0 + 32 (ρ1 − ρ0 )
= = .
A − A0 ρ1 + 2ρ0 ρ0 + 13 (ρ1 − ρ0 )
da qual resultam várias relações interessantes, indicadas também por Arquimedes, entre
as quais recordamos as seguintes:
4
A(1) = π 3 a2 ;
3
A(2) − A(1) = 8π 3 a2 ;
1 (2)
A(1) = A − A(1) ;
6
como uma soma de sectores circulares, num número crescente indefinido, e isto bastou para,
em certo modo, mostrar o resultado que procurava, utilizando depois para demonstrar a
sua legitimidade o procedimento clássico de exaustão, empregado sempre pelos antigos
geómetras para a resolução de questões deste género, e referente ao qual o leitor pode
consultar a excelente obra de Zeuthen, intitulada Geschichte des Mathmatik in Altertum
und Mittelarter (1986, p.166-183), onde também encontrará exposto o método original de
que se valeu Arquimedes para calcular o valor de A.
407.
s 2
Z ρ1 Z ρ1
dθ 1 p
13
s= ρ2 . + 1.dρ = ρ2 + a2 .dρ
ρ0 dρ a ρ0
408.
ρ = a − bθ2 .
409.
410.
ρ
tangV = − p .
2 b(a − ρ)
Fórmula que permite construir facilmente as tangentes à curva, e mostra que no ponto
A a tangente é perpendicular ao eixo das abcissas.
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 98
411.
412.
ρ = a − bθ2
−ρ = a − b [θ + (2n + 1)π]2 .
(1)
p
−(2n + 1)πb ± 4ab − b2 π 2 (2n + 1)2 14
θ= .
2b
√
14 −(2n+1)πb± 4ab−b2 π 2 (2n+1)2
No documento original, θ = b .
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 99
e para que seja positivo é necessário também que satisfaça esta outra condição
p
4ab − b2 π 2 (2n + 1)2 > (2n + 1)πb,
ou
2a > bπ 2 (2n + 1)2 .
A condição única para que o valor de θ seja real e positivo reduz-se, então à seguinte
413.
A área descrita pelo raio vector, quando θ varia desde 0 até θ, é definida pela fórmula
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 100
Z θ
1 2 1 2 1 2 5 2 3 15
A= ρ dθ = a θ + b θ − bθ .
2 0 2 5 3
414.
p
ds = b2 θ4 + 2(2b2 − ab)θ2 + a2 .ds;
ou fazendo θ2 = z,
1 b2 z 2 + 2(2b2 − ab)z + a2
ds = . p dz.
2 z [b2 z 2 + 2(2b2 − ab)z + a2 ]
Tomando agora,
obtém-se que
e portanto,
" #
2 2
1 p (2b − ab)z + a 17
ds = dF (z) + p dz .
3 F (z)
Rθ
No documento original, A = 12 0 ρ2 dθ = 12 a2 θ + 15 b2 θ5 − 32 abθ3 .
15
16
No documento original, z 2 b2 z 2 + 2(2b2 − ab)z + a2 = F (z).
1 (2b2 −ab)z+a2
17
No documento original, ds = 3 dF (z) + √ dz .
F (z)
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 101
2 2b − a
z =v+h e h=− . ;
3 b
" #
2
1 b p 2(2b − a)vdv 2a dv
ds = d 4v 3 − g1 v − g2 + p + p ,
3 2 3 3
4v − g1 v − g2 b 4v − g1 v − g2
onde,
a2 a2
2 2
g1 = 12h − 4 2 e g2 = 4 2h − 2 h.
b b
415.
416.
2ρ2
tangV = ;
a2
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 103
a2
Sn = ; e
2ρ
2ρ3
St = ,
a2
417.
3/2
2 a4
ρ + 4ρ2
R= 3a4
.
ρ2 + 4ρ2
418.
A área descrita pelo raio vector, quando θ varia de θ0 até θ1 , é determinada pela
fórmula
θ1
a2 2
Z
1
ρ2 dθ = θ1 − θ02 .
A=
2 θ0 4
Da qual, fazendo θ0 = 0, 2π, 4π, ... e θ1 = θ0 + 2π, se deduzem para valores das áreas
A1 , A2 , A3 ,... correspondentes a uma, duas, três, etc, revoluções do respectivo raio, estas
outras fórmulas:
√
Por se ter OD = a 2π, a área A1 , resulta igual à metade da área do cı́rculo de raio
OD. E por ser constante, é igual a 2a2 π 2 , a diferença dos números sucessivos da série A1 ,
A2 , A3 ,..., vê-se que o aumento da área em cada revolução é igual à área do cı́rculo com o
mesmo raio. Ambas as proposições foram demonstradas por Fermat na carta a que nas
linhas anteriores se fez referência.
419.
s 2
θ θ
(4θ2 + 1)dθ
Z Z
dρ
s= ρ2 + =a p ,
0 dθ 0 2 θ((4θ2 + 1))
θ2 dθ
Z
dθ
p e p .
θ(4θ2 + 1) θ(4θ2 + 1)
A primeira destas integrais é susceptı́vel de redução, pois integrando por partes, obtém-
se, com efeito, que
θ2 dθ 2
Z Z
1 p 4θ + 1
p = 2. θ(4θ2 + 1) − √ .dθ ;
θ(4θ2 + 1) 8 4θ2 + 1
e portanto,
θ2 dθ
Z Z
1p 1 dθ
p = θ(4θ2 + 1) − p .
θ(4θ2 + 1) 6 12 θ(4θ2 + 1)
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 105
Logo,
" Z θ #
a p dθ
s= θ(4θ2 + 1) + p ,
3 0 θ(4θ2 + 1)
420.
(ρ − a)2 = 2paθ.
421.
p
ρ=a+ 2.p.a.θ,
p
ρ=a− 2.p.a.θ,
a
parte do mesmo ponto A e aproxima-se cada vez mais de O, até encontrá-lo quando θ = ,
2p
para depois afastar-se indefinidamente do mesmo ponto.
a
A tangente à curva no ponto O forma um ângulo igual a com o eixo das abcis-
2p
sas. Nos restantes pontos, Bernoulli determinou as tangentes valendo-se das seguintes
expressões:
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 107
ρ (ρ − a) ρ2 (ρ − a)
tang w = , e St = ,
ap ap
designando por w o ângulo da tangente formada com o raio vector do ponto de contacto,
e por St a subtangente: fórmulas das quais se deduz que a curva é tangente ao eixo das
abcissas no ponto A.
422.
√ p 18
ρ=a+ 2p.a.θ, e −ρ = a + 2pa [θ + (2n + 1) π];
ou
√ p
ρ=a− 2p.a.θ, e −ρ = a − 2pa [θ + (2n + 1) π],
uma vez que o ponto de contacto duplo advém da intersecção, uma com a outra, de ambos
os ramos, ou de intersectar um dos ramos em si mesmo. Em ambos os casos, por eliminação
de ρ, se obtém este resultado:
2
4a2 − 2pa [2θ + (2n + 1) π] = 16p2 a2 θ [θ + (2n + 1) π] ;
e portanto,
Fórmula na qual n representa qualquer número inteiro positivo, e que serve para
determinar os valores de θ a que correspondem pontos de contacto duplo da curva.
423.
2
d2 ρ
2 dρ
ρ −ρ 2 +2 = 0,
dθ dθ
ρ2 (ρ − a)3 + 2p2 a2 (ρ − a) + p2 a2 ρ = 0.
424.
A área descrita pelo raio vector ρ, ao passar de uma posição para outra, é fácil de
calcular. Pois, com efeito, tomando como posição inicial do raio OA, a área encontra-se
expressa deste modo:
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 109
Z θ
1 2 1 2 2 4 p 3
2
A= ρ dθ = a θ + paθ ± a 2paθ .
2 0 2 3
De onde se deduz, por referência ao sinal −, e substituindo θ pelo seu valor no ponto
a
O, onde θ = , que a área A1 , compreendida entre o arco OA e a sua corda, tem por
2p
expressão
a3
A1 = .
24p
425.
s
ρ ρ
dθ2
Z Z
1
q
s= ρ2 2 + 1.dρ = ρ2 (ρ − a)2 + a2 ρ2 .dρ
a dρ aρ a
Para mais amplas informações referentes à espiral parabólica ver G.E.Weyer: Ueber
die parabolishe Spirale, Leipzig, 1894.
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 110
426.
ρ.θ = m,
Como ρ diminui e tende para 0, conforme θ aumenta e tende para ∞, vê-se que a
curva dá um número infinito de voltas em torno da origem, O, das coordenadas, da qual se
aproxima indefinidamente, e que por tal motivo constitui um ponto assimptótico da mesma
curva (fig.118).
sen θ
y = ρ sen θ = m ;
θ
de maneira que y tende para m, conforme θ se aproxima de zero. Logo, a recta AB,
paralela ao eixo Ox, e cuja distância a este eixo é igual a m, é assimptota da curva.
427.
2
St = −m; Sn = −m
θ2
= − ρm ;
ρ
p p
N= m
ρ2 + m 2 ; e T = ρ2 + m 2 .
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 111
A primeira das quais mostra que a subtangente é uma quantidade constante, qualquer
que seja o ponto da curva a que se refira: propriedade que permite construir com facilidade
a tangente em qualquer caso.
428.
3
ρ (m2 + ρ2 ) 2 N3 N3 N3 19
R= = = = ;
m3 ρ2 −m.Sn Sn St
429.
A área descrita pelo raio vector, quando este se move desde a posição correspondente
ao ângulo θ0 , até á posição correspondente ao ângulo θ1 , determina-se pela fórmula
Z θ1
1 m
A= ρ2 dθ = (ρ0 − ρ1 ),
2 θ0 2
430.
s
ρ1 ρ1
dθ2
Z Z
12
s= ρ2 2 + 1.dρ = ρ−1 m2 + ρ2 .dρ
ρ0 dρ ρ0
p
m ρ2 + m 2 − m
q
= ρ21 + m2 + . log p 12
2 ρ1 + m 2 + m
"q p #
m ρ2 + m2 −m
− ρ20 + m2 + . log p 0 .
2 ρ20 + m2 +m
Ou,
m (T1 − m) (T0 + m)
s = T1 − T0 + + log ;
2 (T1 + m) (T0 − m)
431.
4.6 Lituus
432.
O lituus (cayado ou báculo) é uma curva espiral, que foi tratada pela primeira vez
por Cotes em Harmonia mensurarum, publicada em 1722, e que tem por equação, em
coordenadas polares, a que se segue:
ρ 2 θ = a2 .
Da qual imediatamente se deduz que : ”O lituus é uma curva com a propriedade de,
ao variar de posição o ponto gerador, passando de M a M1 ..., a área do sector circular,
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 114
que tem por centro a origem O das coordenadas, e que se encontra compreendida entre o
eixo polar Ox e o raio vector OM , permanece constante”.
433.
A mesma equação ilustra que, quando θ aumenta, o ponto gerador da curva descreve
um número infinito de voltas em torno de O, aproximando-se indefinidamente dele, sem
nunca alcançá-lo. Quando, pelo contrário, θ tende para 0, o ponto gerador afasta-se
indefinidamente do eixo das ordenadas, aproximando-se ao mesmo tempo do eixo das
abcissas, como assimptota que é da curva. Nos pontos A, B, C, D, E, . . . , onde θ é sucessi-
vamente igual a π2 ,π , 32 π ,2π , 52 π ,...,ρ adquire estes outros valores, correspondentes aos de
θ(fig.119):
q q q
2 2 2
OA = a π
,OB = a 2π
,OC = a 3π
, ...
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 115
434.
2 dθ 2a2
St = ρ =− ;
dρ ρ
435.
3
ρ (4a4 + ρ4 ) 2
R= 2 4 .
2a (ρ − 4a4 )
436.
2
d2 ρ
dρ
ρ 2 −2 − ρ2 = 0,
dθ dθ
1 −2
θ − 1 = 0;
4
1 1
de onde se conclui que θ = ± . Como a θ = − corresponde um valor imaginário de ρ,
2 2
1 √
a curva possui um só ponto de inflexão, M2 , definido pelas coordenadas θ = e ρ = a 2.
2
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 116
437.
A área A, descrita pelo raio vector, quando θ varia desde θ0 até θ1 , é expressa pela
fórmula
1 θ1
A = a2 log .
2 θ0
438.
Mas como,
Z r 12
dρ2
Z
− 12 1
+ ρ2 .dθ = a θ 1 + θ−2 dθ
dθ2 4
"p p Z θ1 #
θ0 (4θ02 + 1) θ1 (4θ12 + 1) θdθ
s=a − +4 p .
θ0 θ1 θ0 θ(4θ2 + 1)
439.
440.
Representando por V , o ângulo formado pelo raio vector que passa por um ponto da
curva com a tangente à curva no mesmo ponto,
ρdθ
tangV = ,
dρ
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 118
a equação diferencial das curvas, às quais corresponde um valor constante de V , será
ρdθ 1
= ;
dρ c
que, integrada, origina a seguinte equação finita das mesmas curvas, ou das espirais
logarı́tmicas:
ρ = C.ecθ .
Por meio desta equação vê-se que a parte da curva, corresponde aos valores positivos
de θ, desde 0 até ∞, parte (fig.120) do ponto A, cujas coordenadas são 0 e C, e dá um
número indeterminado de voltas em torno da origem das coordenadas ou pólo, desviando-
se cada vez mais da origem; e a correspondente aos valores negativos, desde 0 até −∞,
parte do mesmo ponto, e descreve também um infinito número de voltas em torno do pólo,
aproximando-se dele continuamente sem nunca alcançá-lo.
441.
ρ
√
Sn = c.ρ , St = c
, N = ρ. 1 + c2 ;
442.
√
R = ρ. 1 + c2 ,
ρ1 = ON = cρ = C.c.ecθ , e θ1 = N Ox = θ + π2 .
π π
ρ1 = C.c.ec(θ1 − 2 ) = C.ecθ1 −c 2 +log c .
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 120
E fazendo agora
π log c
θ1 = θ2 + − ,
2 c
Resulta finalmente,
ρ1 = C.ecθ .
π log c
− = 2nπ,
2 θ
a evoluta da espiral considerada coincidirá com a própria curva.
443.
ρ
OS = √ .
c2 + 1
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 121
0 ρ 0
ρ =√ e θ = θ − a.
c2+1
444.
445.
A área descrita pelo vector da espiral logarı́tmica, quando θ varia desde θ0 até θ1 , tem
por expressão
1
A= (ρ 2
4c 1
− ρ0 2 ).
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 122
446.
Zρ1 s √
dθ2 1 + c2
s= ρ2 2 + 1.dρ = .(ρ1 − ρ0 ).
dρ c
ρ0
447.
2a
ρ= ,
emθ + e−mθ
por ter sido considerada por esse tão ilustre geómetra no seu célebre estudo intitulado
Théorie Nouvelle de la Rotation des Corps, apresentada ao Institudo de França em 1834 e
publicada no Journal de Liouville(1a serie,t.XVI).
dρ emθ − e−mθ
= −2am ,
dθ (emθ + e−mθ )2
quando θ é positivo e diferente de zero, vê-se que uma parte, ABCD..., da curva resulta
gerada por um ponto que, partindo de A, onde ρ = a e θ = 0, dá um número infinito de
voltas em torno da origem O, no sentido positivo, aproximando-se indefinidamente deste
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 123
ponto. E, como a equação da curva não se altera quando se muda θ para −θ, conclui-se
que a outra parte AB1 CD1 ..., da curva é simétrica da primeira, relativamente ao eixo OA
(fig.121).
448.
O ângulo V , formado pela tangente à curva com o raio vector do ponto de contacto,
determina-se pela fórmula
2a
tan V = − ,
mρ(emθ − e−mθ )
449.
3/2
ρ [(1 + m2 )a2 − m2 ρ2 ]
R= .
a3 (1 + m2 )
a
R= .
m2 +1
450.
Para encontrar a área percorrida pelo raio vector da espiral considerada, quando θ
varia desde 0 até θ, serve a seguinte fórmula:
Zθ
2 dθ 2 1 1 1 21
A = 2a = 2a . − .
(emθ + e−mθ )2 2m 2 e2mθ + 1
0
451.
21
Rθ dθ 1
h
1 1
i
No documento original, A = 2a2 (emθ +e−mθ )2
= 2m 2 − e2mθ +1
.
0
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 125
Zθ
2adθ p
s= . (1 + m2 )(e2mθ + e−2mθ ) + 2(1 − m2 ).
(emθ + e−mθ )2
0
Z
dθ p
U= . (1 + m2 )(e2mθ + e−2mθ ) + 2(1 − m2 )
(emθ + e−mθ )2
tem-se
r
(1 + m2 )z 2 + 2(1 − m2 )z + 1 + m2
Z
1 dz
U=
2m (z + 1)2 z
[(1 + m2 )z 2 + 2(1 − m2 )z + 1 + m2 ] dz
Z
1
= p .
2m (z + 1)2 z [(1 + m2 )z 2 + 2(1 − m2 )z + 1 + m2 ]
z (1 + m2 )z 2 + 2(1 − m2 )z + 1 + m2 = F (z) ,
deduz-se a identidade
F (z) 2 2 1 1
= 1 + m − 4m − .
z(z + 1)2 z + 1 (z + 1)2
" Z Z Z #
1 2 dz 2 dz 2 dz
U= (1 + m ) p − 4m p + 4m p .
2m F (z) (z + 1) F (z) (z + 1)2 F (z)
p
1 + m2
Z Z Z
dz F (z) dz (z + 1)dz
p = 2
+ p − 2
p
2
(z + 1) F (z) 4m (z + 1) (z + 1) F (z) 8m F (z)
segue que :
"p #
F (z) m2 + 1 1 + m2
Z Z
1 dz zdz
U= + p − p .
2m z+1 2 F (z) 2 F (z)
Para que as integrais elı́pticas que figuram nesta fórmula adquiram a fórmula adoptada
por Weierstrass, basta fazer
2 1 − m2
z =v+h e h=− . ;
3 1 + m2
Com a qual desaparece o termo de segundo grau que entra na composição de F (z) e
obtendo-se finalmente
√ " p #
1 + m2 1 + m2 4v 3 − g1 v − g2
Z Z
dv vdv
U= p − p + ,
2m 1(1 + m2 ) 4v 3 − g1 v − g2 4v 3 − g1 v − g2 2(v + 1 + h)
22
√
√
1+m2 5+m2 dv vdv 4v 3 −g1 v−g2
22 √ √
R R
No documento original, U = 2m 3(1+m2 ) − + 2(v+1+h) .
4v 3 −g1 v−g2 4v 3 −g1 v−g2
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 127
g1 = 4 3h2 − 1 e g2 = 4h 2h2 − 1 .
Vê-se, pois, que a rectificação da espiral de Poinsot depende de duas integrais epı́pticas,
uma de primeira e outra de segunda espécie.
452.
Com o nome de espiral tractriz designa-se uma curva cuja tangente, em coordenadas
polares, tem comprimento constante. Curva estudada por Rouquel nos Nouvelles Annales
de Mathématiques (1863,p.494), onde também se encontram determinadas pelo mesmo
matemático duas questões que, referentes a ela, tinham sido propostas anteriormente por
Haton de la Goupilliére (Nouvelles Annales de Mathematiques 1863,p.336).
453.
"p #
a2 − ρ 2 ρ
θ=± − ar cos ,
ρ a
na qual θ pode ser positivo ou negativo, não figurando nela a constante arbitrária, intro-
duzida pela integração, por ter sido eliminada mediante a condição de θ = 0 quando ρ = a.
Por meio da equação anterior e a da sua diferencial
p
dθ a2 − ρ 2
=− ,
dρ ρ2
note-se que, quando ρ varia desde a até 0, os valores positivos de θ crescem constantemente
desde 0 até ∞, e o ponto gerador da curva descreve um arco (fig.122), ABCD..., que parte
do ponto A, colocado á distância a do ponto O, e descreve um número infinito de voltas
em torno deste ponto, ou pólo assimptótico, ao qual se aproxima cada vez mais, sem nunca
chegar a confundir-se com ele.
Aos valores negativos de θ corresponde o outro ramo da curva, AB1 CD, igual à
precedente e simetricamente disposta relativamente ao eixo Ox.
454.
Por se ter
√
a2 −ρ2
dy senθ − cos θ ρ
= √ ,
dx a2 −ρ2
cos θ + senθ ρ
vê-se, em primeiro lugar, que os dois ramos da curva são tangentes ao eixo Ox em A, onde
em consequência a curva possui um ponto de retrocesso.
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 129
E, por meio da mesma equação, vê-se também que os pontos onde y passa por um
valor máximo ou por um mı́nimo são definidos pela expresão
p
a2 − ρ 2
tan θ = .
ρ
x2 + y 2 ± ax = 0,
1
que representa dois cı́rculos iguais, cujos centros estão no eixo Ox, à distância
a do
2
pólo O, e resulta que os pontos da curva onde y passa por um máximo ou por um mı́nimo
correspondem às circunferências nos cı́rculos a que acabamos de referir. E do mesmo modo,
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 130
se conclui que os pontos onde x passa por um máximo ou por um mı́nimo se encontram
situados sobre as circunferências
x2 + y 2 ± ay = 0.
Propriedades que não encontramos mencionadas por nenhum autor nem dos quais
sabemos tão pouco se antes terão sido reparadas por alguém.
455.
p
aρ a2 − ρ2
R= ,
a2 − 2ρ2
segundo o qual a curva possui dois pontos de inflexão, cujas coordenadas são (Rouquel:l.c)
a π
ρ= √ e θ =± 1− .
2 4
Representando por α o ângulo da normal num ponto qualquer com o raio vector do
mesmo ponto, deduz-se que
p
a2 − ρ 2 ρ
cot α = − , ou sen α = .
ρ a
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 131
ρ cos α
R= .
cos 2α
456.
s
dθ2 adρ
ds = ρ2 2
+ 1.dρ = − ;
dρ ρ
a
s = a log = −a log senα.
ρ
457.
E não mais difı́cil é encontrar a seguinte expressão da área, A, descrita pelo arco vector
da espiral tractriz, quando este raio varia desde a até um valor qualquer, ρ:
1 p 1 ρ 1
A = − ρ a2 − ρ2 − a2 arcsen + a2 π.
4 4 a 8
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 132
458.
Para dar por terminado este assunto, transcrevemos, sem demonstração, as duas
proposições, seguintes, enunciadas por Haton de la Goupilliére (l.c), e demonstradas
por Rouquel(l.c) e Laquiére (Nouvelles Annales des Mathématiques, 1863, p.549):
2. E também o é, o lugar geométrico do pólo de uma espiral hiperbólica que roda sobre
outra igual, coincidentes uma com a outra no inı́cio do movimento.
4.10 A Cocleóide
459.
senθ
ρ = a. .
θ
Curva da qual se teve a primeira noção por um problema proposto em 1857 por Cata-
lan no seu Manuel des Candidats à l’Ecole Polytecnique, e que anos depois foi estudada
por Cesàro (Nouvelle Correspondance, t.N,1878,página 283 ),Falkenburg (Archiv des
Mathematik,Leipzig, t.cxx, página 259 ), etc., etc.
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 133
460.
Da análise da equação é fácil inferir a forma da curva. Quando θ varia desde 0 até π,
o seu ponto gerador descreve o arco ABO(fig.123), tangente em O ao eixo polar. Quando,
em continuação, θ varia desde π até 2π, o mesmo ponto descreve o arco OdeO, também
tangente em O ao eixo polar. E, supondo que a variação de θ continua, obtém-se uma série
de arcos fechados, como o Of gO, todos tangentes ao eixo polar no ponto O, e que não se
intersectam uns com os outros; porque, se se intersectassem, os valores de θ nos pontos de
intersecção deveriam satisfazer a condição:
na qual m e n representam números inteiros positivos, um par e outro ı́mpar: com o qual
se obtém para θ um valor negativo, contradizendo o que antes se tinha suposto.
461.
Por se ter,
dρ
vê-se que, = 0 quando θ = 0, e também quando ρ = a cos θ.
dθ
1
Logo, a circunferência, de raio igual a OA, e cujo centro coincide com o ponto médio
2
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 134
de OA, intersecta a curva nos pontos em que ρ passa por um valor máximo ou mı́nimo.
462.
E por se ter,
dy θ.sen(2θ) − sen2 θ
= ,
dx θ. cos(2θ) − 12 sen(2θ)
(x2 + y 2 )x = a(x2 − y 2 ).
Logo, todos os pontos em que a tangente é perpendicular ao eixo das abcissas corre-
spondem à cúbica representada por esta equação, ou seja, a uma estrofóide.
dy
Por se ter = 0 nos mesmos pontos onde
dx
ρ = 2a. cos θ,
vê-se que todos os pontos onde a tangente é paralela ao eixo das abcissas correspondem a
uma circunferência de raio igual a a, e cujo centro se encontra em A.
463.
1 1 1
=− sen(θ − 2θ1 ) + sen(θ − θ1 ).23
ρ ρ1 senθ1 asenθ1
464.
3
da qual, no caso de θ = 0, se tem para valor do raio, no ponto A, R = a. E, fazendo
4 a a
ρ = 0, tem-se que no ponto O, onde θ = ±π, ±2π, ±3π, ..., se verifica que R = , .
π 2π
465.
466.
4.11 A Clotóide
467.
Cesàro designou por clotóide, nome derivado de hilandera ClotoKλoθω, à curva com
curvatura proporcional ao comprimento de arco da mesma, determinada a partir de um
ponto fixo, a qual chamou atenção pela primeira vez a Jacobo Bernoulli, segundo pode
ver-se num fragmento dos seus escritos, publicado depois da sua morte (Jacobi Bernoulli
Basileensis Opera, t.II, Genevoe, 1744, p.1084 ) ; e que Cornu descobriu recentemente,
ao ocupar-se do estudo dos fenómenos de difracção da luz (Comptes rendus de l’Académic
des Sciences, Paris, 1864, p.113 ). Pero Cesàro, como já foi referido, foi quem lhe deu o
nome (Nouvelles Annales des Mathématiques, 3a serie, t.V, 1886; e Lezionu di Geometria
intrinseca, Napoli, 1896 ), e quem descobriu e estudou as suas principais propriedades.
468.
(1)
ρ.s = a2 .
d2 x 1 dy d2 y 1 dx
2
= e 2
=−
ds ρ dx ds ρ ds
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 138
se deduz as seguintes:
d2 x s dy d2 y s dx
2
= 2 e 2
=− 2 ,
ds a ds ds a ds
dx dy
que iremos integrar. Para o qual, fazendo =te = z, se obtém que
ds ds
dt s dz s
= 2z e = − 2 t.
ds a ds a
dt s √
= 2 . 1 − t2 ;
ds a
e consequentemente,
s2 s2
dx
arcsen(t) = 2 + c1 , ou = t = sen + c1 .
2a ds 2a2
√ s2
dy
= z = 1 − t2 = cos + c1 ;
ds 2a2
Zs
s2
x= sen + c1 ds + c2, e
2a2
0
Zs
s2
y= cos 2 + c1 ds + c3;
2a
0
as quais podem ser simplificadas adoptando para origem das coordenadas o ponto, origem
dos arcos, onde s = 0 e para direcção do eixo das ordenadas tangente à curva no mesmo
ponto. Uma vez que, neste caso, tem-se que c1 = 0, c2 = 0, e c3 = 0; e portanto,
Zs Zs
s2 s2
(2) x= sen 2 ds e y = cos ds.
2a 2a2
0 0
469.
dy cos 2as2 s2
= 2 = cot ,
dx s
sen 2a 2
2a2
conclui-se também, com grande facilidade, que as tangentes à clotóide, paralelas ao eixo
das abcissas, correspondem à infinidade de pontos, determinados pelos valores de s, dados
pelas equações
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 140
s2 π 3 5 7
2
= , π, π, π, ...;
2a 2 2 2 2
e que os pontos ondes as tangentes ao eixo das ordenadas correspondem aos valores de s
são dados pelas equações
s2
= 0, π, 2π, 3π, ...;
2a2
s2
Fazendo nas equações (2), = v, e tomando como limite de s o ∞, encontra-se
2a2
Z∞
a senv
lim x = √ . √ dv e
s=∞ 2 v
0
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 141
Z∞
a cos v
lim y = √ . √ dv.
s=∞ 2 v
0
Os integrais que figuram nestas equações são conhecidos na Análise pelo nome de
integrais de Fresnel, devido a este perspicaz fı́sico e eminente geómetra
r os ter usado nas
π
suas investigações de Óptica, e representam o número constante . Logo,
2
a√ a√
lim x = π e lim y = π.
s=∞ 2 s=∞ 2
Fazendo s = −s, x e y simplesmente mudam de sinal: logo a curva possui outro ramo
igual ao considerado, disposto, nos eixos das coordenadas negativas, como o primeiro está
nos eixos positivos.
A clotóide, em suma, apresenta, como anunciou pela primeira vez Cornu, a forma in-
√ 1 √
1
dicada na figura 124, na qual A e B representam dois pontos assimptóticos a π, a π
2 2
1 √ 1 √
e − a π, − a π ; e O um ponto de inflexão.
2 2
470.
dy dx
x − α = −ρ e y − β = −ρ ,
ds ds
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 142
a2 s2 a2 s2
x−α=− . cos 2 , e y − β = .sen 2 ;
s 2a s 2a
471.
Zs1 Zs
s2
(s1 − s0 )X = ds sen ds
2a2
s0 0
Zs1 Zs0
s2 s2 s21 s20
2
= s1 sen 2 ds − s0 sen 2 ds + a cos 2 − cos 2 ;
2a 2a 2a 2a
0 0
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 143
e, do mesmo modo,
Zs1 Zs
s2
(s1 − s0 )Y = ds cos ds
2a2
s0 0
Zs1 Zs0
s2 s2 s21 s20
2
= s1 cos 2 ds − s0 cos 2 ds − a sen 2 − sen 2 .
2a 2a 2a 2a
0 0
(s1 − s0 )X = s1 α1 − s0 α0 e (s1 − s0 )Y = s1 β1 − s0 β0 .
x y 1
α0 β0 1 ,
α1 β0 1
estando então demonstrado que, o centro de gravidade dum arco qualquer da clotóide
corresponde à recta que une os centros de curvatura das extremidades do mesmo arco.
Zs1
s2 s21
2
s1 X = s1 sen 2 ds + a cos 2 − 1
2a 2a
0
e
Zs1
s2 2 s21
s1 Y = s1 sen ds − a sen ,
2a2 2a2
0
ou seja,
s1 X = s1 α1 − a2 e Y = β1 .
2 a4 2
(x − α1 ) − (y − β1 ) = 2 ,
s1
é fácil verificar que X e Y a satisfazem. Logo, o centro de gravidade do arco OM da clotóide
está situado na intersecção do cı́rculo osculador em M com a perpendicular à tangente em
O, traçada pelo ponto (α1 , β1 ).
472.
A clotóide faz parte de uma importante classe de curvas, cuja equação, R = ksm , em
coordenadas intrı́nsecas, foi estudada por Pirondini no Giornale di Matematiche (Napoli,
1892, p.326 ), e à qual pertencem também a envolvente do cı́rculo e a espiral logarı́tmica.
Neste consagrado trabalho o ilustre geómetra mencionou alguns outros teoremas referentes
às relações que existem entre os raios da curvatura, comprimento dos arcos, e as dimensões
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 145
das áreas das várias curvas consideradas e das suas envolventes e evolutas, e que merecem
um atento estudo.
4.12 A Pseudocatenária
473.
s2 2
R=k a− ,
a
Como a posição do ponto inicial da curva é arbitrária, supomos que este ponto se
encontra em O (fig.125), onde s = 0, e para eixo das abcissas adoptamos a tangente OK,
correspondente ao mesmo ponto inicial.
E desta forma, para determinar o ângulo que qualquer outra tangente à curva faz com
OK, temos a seguinte fórmula
(1)
Zs Zs
ds a.ds 1 ka + s
ϕ= = = log .
R k 2 a2 −s 2 2k ka − s
0 0
dx dy
Adoptada a tangente OK para eixo das abcissas, as quantidades e encontram-se
ds ds
expressas pelas fórmulas
dx dy
= cos ϕ e = senϕ;
ds ds
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 146
Zϕ Zϕ
ds ds
x= cos ϕ dϕ e y = senϕ dϕ,
dϕ dϕ
0 0
(A)
ka(e2kϕ − 1) ekϕ − e−kϕ
s= = ka ,
e2kϕ + 1 ekϕ + e−kϕ
ds 1
= 4ak 2 . kϕ ,e
dϕ (e + e−kϕ )2
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 147
(B)
Zϕ
cos ϕdϕ
x = 4ak 2
(e + e−kϕ )2
kϕ
0
Zϕ
sendϕ
y = 4ak 2
(e + e−kϕ )2
kϕ
0
474.
Vê-se, em primeiro lugar, pelas fórmulas (A) e (B), que, quando por s se toma −s com
o que, ϕ se transforma em −ϕ : com o qual x se converte em −x, não havendo nenhuma
alteração no valor de y. Logo, a curva resulta simétrica em relação ao eixo das ordenadas
(fig.125).
Por R ser finito, qualquer que seja o valor de s, a curva não possui pontos de inflexão.
dx dy
E, como as derivadas e não se podem anular ao mesmo tempo, o ramo considerado
ds ds
carece também de pontos de retrocesso.
E, quando s tende para ak, ϕ tende até ∞: logo o ângulo da tangente com o eixo
das abcissas aumenta indefinidamente, enquanto que nas mesmas circunstâncias o raio da
curvatura, R, diminuiu indefinidamente e tende para 0.
Vê-se, pois, que a curva é composta de dois ramos, OB e OB 0 , que partem do ponto O
e dão um número infinito de voltas, estas situadas umas dentro das outras, aproximando-
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 148
se cada vez mais dos pontos assimptóticos, cujas coordenadas, x1 e y1 , expressam-se deste
modo :
Z∞
cos ϕdϕ πa
x1 = ±4k 2 a =± π π ,
(ekϕ −kϕ
+e ) 2
e 2k − e− 2k
0
Z∞
senϕdϕ πa
y1 = 4k 2 a = π π .
(ekϕ −kϕ
+e ) 2
2(e 4k + e− 4k )
0
475.
Fixemos agora a atenção nos valores de s, superiores a ka. Tomando como ponto
inicial desta parte da curva (x0 , y0 ), para o valor correspondente de s: s0 ; e para posição
inicial da tangente uma paralela a Ox, deduz-se que
Zs
ds 1 s + ka s0 + ka
ϕ= = log − log .
R 2k s − ka s0 − ka
s0
Zϕ Zϕ
ds ds 24
x= cos ϕ dϕ + x1 e y = senϕ dϕ + y1 .
dϕ dϕ
0 0
s0 + ka
Mas, fazendo = e2h , tem-se que
s0 − ka
ekϕ+h + e−kϕ−h
s = ka
ekϕ+h − e−kϕ−h
Zϕ Zϕ
24 ds ds
No documento original, x = cos ϕ + x0 e y= senϕ dϕ + y0 .
dϕ dϕ
0 0
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 149
e, portanto,
ds −4ak 2
= kϕ+h .
dϕ (e − e−kϕ−h )2
Logo,
Rϕ cos ϕ dϕ
x = −4ak 2 (ekϕ+h −e−kϕ−h )2
+ x1 25
0
Rϕ senϕ dϕ
y = −4ak 2 (ekϕ+h −e−kϕ−h )2
+ y1 26
0
E, assim mesmo, se vê que, quando s tende para ∞, R tende para −∞, e consequente-
mente, a curva vai tomar a forma rectilı́nea.
25
Rϕ cos ϕ dϕ
No documento original, x = −4ak 2 (ekϕ+h −e−kϕ−h )2
+ x0 .
0
26
Rϕ senϕ dϕ
No documento original, y = −4ak 2 (ekϕ+h −e−kϕ−h )2
+ y0 .
0
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 150
4.13 A Pseudotractriz
476.
q
−2s
R = ka 1 − e a ;
da qual desde logo se conclui que R = 0 quando s = 0; e portanto, que a origem das
coordenadas é um ponto de retrocesso da curva.
Zs
ds dx dy
ϕ= , = cos ϕ, e = senϕ;
R ds ds
0
representando por ϕ o ângulo da tangente com o eixo das abcissas, vamos admitir que este
se confunde com a tangente no ponto correspondente a s = 0. E com este pressuposto
deduz que
Zs Zs s
1 ds 1 e a ds
ϕ=± p =± p .
ka 1−e
−2s
a ka 2s
ea −1
0 0
s
Para obter a integral indicada, faça-se e a = t; e encontraremos assim este outro
resultado:
a
Z
e s ds
Z
dt √
p 2s
=a √ = a. log(t + t2 − 1).
ea −1 t2 − 1
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 151
q
1 s 2s
ϕ = ± log(e a + e a − 1).
k
Além disso,
q
dx 1 s 2s
= cos log(e + e − 1)
a a e
ds k
q
dy 1 s 2s
= ±sen log(e + e a − 1)
a
ds k
Zs Zs p 2s
1 s
x = cos ϕds = cos log(e a + e a −1 ) ds, e
k
0 0
Zs Zs p 2s
1 s
y = senϕds = ± sen log(e + e a −1 ) ds,
a
k
0 0
Zϕ Zϕ
ds ds d2 s
x= cos ϕ dϕ = senϕ − senϕ dϕ, e
dϕ dϕ dϕ2
0 0
Zϕ ϕ Zϕ
d2 s
ds ds
y= senϕ dϕ = − cos ϕ + cos ϕ 2 dϕ.
dϕ dϕ 0 dϕ
0 0
s ekϕ + e−kϕ
Mas, como e a = , e portanto,
2
ekϕ + e−kϕ
s = a. log ,
2
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 152
ds ak(ekϕ − e−kϕ )
= ,e
dϕ ekϕ + e−kϕ
d2 s 4ak 2
= ,
dϕ2 (ekϕ + e−kϕ )2
ds
tendo em conta que = R, obtém-se finalmente que,
dϕ
Zϕ
2 senϕdϕ
x = Rsenϕ − 4ak , e
(ekϕ + e−kϕ )2
0
Zϕ
2 cos ϕdϕ
y = −R cos ϕ + 4ak ;
(ekϕ + e−kϕ )2
0
expressões nas quais se deve substituir ϕ pelo seu valor, previamente encontrado.
477.
Das expressões que acabamos de obter deduz-se facilmente a forma da curva. Porque,
em primeiro lugar, vê-se que a cada valor de s correspondem dois valores de y, iguais e
de sinal contrário, e um só valor de x: logo a curva é simétrica relativamente ao eixo das
abcissas(fig.126).
dx dy
Como as derivadas e não são simultâneamente nulas, a curva não tem pontos de
ds ds
retrocesso, além do que já foi anteriormente mencionado. E como R não pode ser infinito,
tão pouco admite pontos de inflexão.
A expressão de ϕ mostra que a tangente à curva forma com o eixo das abcissas um
ângulo, que aumenta indefinidamente com s.
Conclui-se, pois, que cada ramo da curva dá um número infinito de voltas, dentro
de um cı́rculo assimptótico da curva, permanecendo cada volta no exterior de que o
imediatamente a precede.
478.
x1 = x − Rsenϕ e y1 = y + R cos ϕ.
Logo,
CAPÍTULO 4. AS ESPIRAIS 154
(A)
Zϕ
senϕdϕ
x1 = −4ak 2
(e + e−kϕ )2
kϕ
0
Zϕ
cos ϕdϕ
y1 = 4ak 2
(e + e−kϕ )2
kϕ
0
Z∞
2 senϕdϕ πa
x1 = −4ak = − π −π , e
(ekϕ + e−kϕ )2 2(e 4k + e 4k )
0
Z∞
2 cos ϕdϕ πa
y1 = ±4ak −kϕ
=± π −π .
(ekϕ +e ) 2
(e 2k + e 2k )
0
Da fórmula (A) deduz-se, além disso, outra consequência importante, pois comparando-
a com a fórmula (B) do Núm.473, conclui-se que a evoluta da pseudotractriz é uma
pseudocatenária.
Capı́tulo 5
Parábolas e Hipérboles
479.
Aplica-se o nome de parábolas às curvas que têm a seguinte equação geral:
(1)
y = a1−k xk ,
(2)
am−n y n = xm .
155
CAPÍTULO 5. PARÁBOLAS E HIPÉRBOLES 156
480.
e depende dos valores de m e n, os quais se pode supor, sem restringir a questão, que
satisfazem a condição m > n.
E se m e n são ı́mpares, a curva possui dois ramos infinitos iguais, tangentes (fig.128)
ao eixo das abcissas na origem, onde a curva apresenta uma inflexão.
CAPÍTULO 5. PARÁBOLAS E HIPÉRBOLES 157
No caso das parábolas transcendentes vê-se, do mesmo modo, que a curva apresenta
um ramo único, o qual parte da origem das coordenadas, onde é tangente a um dos eixos,
e se estende indefinidamente no sentido das abcissas e das ordenadas positivas.
481.
Y = (1 − k)y,
482.
3
(x2 + k 2 y 2 ) /2
R= .
k(k − 1)xy
CAPÍTULO 5. PARÁBOLAS E HIPÉRBOLES 159
483.
A área, A, limitada por um arco de parábola, pelo eixo das abcissas, e por uma paralela
ao eixo das ordenadas, traçada pelo ponto (x1 , y1 ), tem a seguinte expressão:
Zx1
1−k x1 y1
A=a xk dx = ,
k+1
0
1
e é igual à fracção da área do rectângulo, cujos lados são iguais a x1 e y1 .
k+1
484.
O volume do sólido de revolução, gerado pela área que acabamos de considerar, quando
gira em torno do eixo das abcissas, é determinado pela fórmula
Zx1
y12 + x1
V =π y 2 dx = π. .
2k + 1
0
E o volume do sólido, também de revolução, gerado pela área limitada por um arco
da parábola, pelo eixo das ordenadas, e pela perpendicular a este eixo traçada pelo ponto
(x1 , y1 ), girando em torno do mesmo eixo é dado por:
Zy1
πk
V1 = π x2 dy = x2 y1 . 27
k+2 1
0
27
Ry1 k
No documento original, V1 = π x2 dy = k+2 x21 y1 .
0
CAPÍTULO 5. PARÁBOLAS E HIPÉRBOLES 160
485.
O comprimento dos arcos das curvas de que agora tratamos, compreendido entre o
ponto (x1 , y1 ) e a origem das coordenadas, depende da integral:
Zx1 p
s= 1 + k 2 .a2(1−k) .x2(k−1) .dx
0
que somente se pode expressar por funções elementares quando um dos números seguintes
é inteiro
1 k
ou .
2(k − 1) 2(k − 1)
486.
m −1 n−m
Y = yx X + y,
n n
uY + vX − 1 = 0,
deduz-se que
m m
x=− e y=− .
(n − m)v (n − m)u
CAPÍTULO 5. PARÁBOLAS E HIPÉRBOLES 161
mm
am−n .v m = (−1)m . (n − m)n−m un .
nn
A qual mostra que a classe das parábolas algébricas é igual à ordem das mesmas
curvas.
487.
ay 2 = x3 ,
que representa uma curva, denominada parábola semicúbica, e também, muitas vezes,
parábola de Neil, em memória ao geómetra que primeiro a rectificou.
488.
Dos resultados obtidos anteriormente, referente às parábolas de qualquer ordem, deduz-
se imediatamente, e em particular, os aplicáveis à parábola semicúbica, entre os quais o
mais notável que corresponde à rectificação da curva.
CAPÍTULO 5. PARÁBOLAS E HIPÉRBOLES 162
Zx1 r " 32 #
9 8a 9 x1
s= 1 + xdx = 1+ . −1 ;
4a 27 4 a
0
489.
8
Y2 = (X − p)3 ,
27p
490.
491.
2
3 729 2
a(a − 18x) = 54ax + y + a2 .
16
492.
a2 y = x 3 ,
493.
Dos resultados gerais obtidos anteriormente, referentes às parábolas de qualquer or-
dem, se deduz os aplicáveis ao caso da parábola cúbica, entre os quais, destacaremos aqui,
o estudo relativo à rectificação da curva.
Zx1 r
9x4
s= 1+ dx,
a4
0
Zt1 Zt1
a2 dt 3 t2 dt
s= q + 2 q .
6 t(t2 + a9 ) 2a
4
t(t2 + a4
)
0 0 9
r
3t2 dt a4 a4
Z Z
dt
q =2 t(t2 + )− a4
t(t2 + a4
) 9 9 t(t2 + 9
)
9
r Zt1
1 a4 2a2 dt
s= 2 t(t2 + )+ q ,
a 9 9 4t(t2 + a4
)
0 9
que apresenta uma só integral elı́ptica de primeira espécie, reduzida à forma adoptada por
Weierstrass.
CAPÍTULO 5. PARÁBOLAS E HIPÉRBOLES 165
494.
xm y n = am+n .
495.
m+n m 0 m m+n − m −1
y=a n .x− n ; y = − .a n .x n , e
n
00 m m + n m+n − m −2
y = . .a n .x n .
n n
Se m é par e n é ı́mpar, a curva também tem dois ramos do mesmo modo que no caso
anterior, mas dispostos de um modo distinto: um em cada lado do eixo das ordenadas,
sendo este, então, um eixo de simetria da curva.
Quando k é irracional, a curva terá somente um ramo, situado no ângulo yOx dos
eixos coordenados, ambos assı́mptotas da curva.
496.
Comparando a equação das parábolas com a das hipérboles, vê-se que se passa de
uma para a outra pela simples troca de k por −k. Logo, das fórmulas obtidas, referentes
às parábolas, deduzem-se as correspondentes no caso das hipérboles, efectuando em cada
CAPÍTULO 5. PARÁBOLAS E HIPÉRBOLES 167
Assim, a ordenada do ponto em que uma tangente a uma qualquer hipérbole intersecta
o eixo das ordenadas, encontra-se expressa pela fórmula
Y = (1 + k)y.
3
(x2 + k 2 y 2 ) 2
R= .
k(k + 1)xy
A área, limitada por um arco da curva, pelo eixo das abcissas, e pelas paralelas ao
eixo das ordenadas, que passam pelos pontos (x0 , y0 ) e (x1 , y1 ), por esta outra
x1 y1 − x0 y0
A= .
1−k
O volume gerado pela área anterior, quando gira em torno do eixo das abcissas, pela
seguinte:
y12 x1 − y02 x0
V =π .
1 − 2k
E o volume, gerado pela área, limitada pela curva, pelo eixo das ordenadas, e por
duas paralelas ao eixo das abcissas, no seu movimento de revolução em torno do eixo das
ordenadas, é dado por
CAPÍTULO 5. PARÁBOLAS E HIPÉRBOLES 168
kπ
V1 = .(x2 y1 − x20 y0 ).
k−2 1
Zx1 p
s= 1 + k 2 a2(1+k) x−2(1+k) dx.
x0
a qual mostra que a classe da curva a que se refere é igual à sua ordem.
497.
A tudo isto devemos acrescentar que as duas cartas, dirigidas a Digby por Fermat
(Oeurves, t.II, p.338 e 377 ), demonstram que este geómetra havia já tratado das curvas
CAPÍTULO 5. PARÁBOLAS E HIPÉRBOLES 169
a que agora nos referimos antes da publicação da célebre obra de Wallis, anteriormente
citada.
Capı́tulo 6
Conclusão
No que se refere ao objectivo inicial de criar uma página de Internet simples, agradável,
objectiva, e de fácil utilização foi, no meu entender, alcançado. A utilização da ferramenta
TiddlyWiki foi fundamental para conseguir atingir este objectivo. Existem inúmeras
vantagens e recursos interessantes nesta tecnologia. É uma ferramenta extremamente
portátil: pode ser armazenada numa só disquete ou CD, sendo por isso bastante útil
para guardar documentos, anotações e até ser usada como agenda pessoal, devido à sua
capacidade de organizar a informação. Neste caso, em particular, foi usada para publicar
um livro electrónico, com bastante êxito. No entanto, e como todas as tecnologias recentes
o seu ponto fraco reside na (ainda) pouca informação de apoio disponı́vel.
Nesta dissertação usou-se a linguagem LATEX, linguagem esta que permite criar doc-
umentos de alta qualidade tipográfica e que é bastante eficiente na produção de textos
170
CAPÍTULO 6. CONCLUSÃO 171
técnicos ricos em linguagem matemática. Para utilizar o LATEX neste trabalho, foi usada
a implementação MikTEX e uma interface gráfica junto com um editor de textos chamado,
TEXnicCenter. O uso desta linguagem contribuiu de forma significativa para a qualidade
apresentada tanto no trabalho escrito como no CD.
Quanto ao programa wxMaxima, posso dizer que foi de imensa utilidade, uma vez que
ajudou a encurtar o tempo na realização de alguns cálculos mais complexos e extensos. Este
software é, extremamente, completo e uma óptima opção para a manipulação algébrica de
fórmulas e expressões matemáticas.
Devo, também, sublinhar a forma ordenada, clara e funcional que se encontra organi-
zado o Tratado das Curvas Especiais Notáveis. É, igualmente, excepcional a forma como
Gomes Teixeira desenvolve, por vezes detalhadamente, a história de cada curva que trata
e desenvolve alguns temas da História da Matemática.
Acredito que todo este trabalho contribua de forma útil para a divulgação desta notável
obra, assim como ajude na difusão e promoção da História da Matemática em Portugal.
Ao fazer uma retrospectiva de todo o trabalho desenvolvido não posso deixar de realçar
o facto de ter aumentado e actualizado, vivamente, o meu conhecimento cientı́fico. Ao longo
deste trabalho, tive o prazer de aprofundar o meu conhecimento em três áreas que me
fascinam: Matemática, História da Matemática e Informática. O facto de poder explorar e
trabalhar estas três áreas foi, para mim, um grande estı́mulo na realização desta dissertação.
Neste apêndice encontra-se a lista das vinte e sete alterações ao texto original:
173
CAPÍTULO 6. CONCLUSÃO 174
10. Capı́tulo
p 3, Curva Isócrona Paracêntrcia - seccção 400
d( x2 + y 2 ) ds
= .
dt dt
d(x2 + y 2 ) ds
No documento original, = .
dt dt
CAPÍTULO 6. CONCLUSÃO 175
13. Capı́tulo
s4, Espiral de Arquimedes - seccção 407
Z ρ1 2
1 ρ1 p 2
Z
2
dθ
s= ρ. + 1.dρ = ρ + a2 .dρ.
ρ0 dρ a ρ0
R ρ1 q dθ
No documento original, s = ρ0 ρ2 . dρ + 1.dρ.
15. Capı́tulo
Z 4, Espiral de Galileu - seccção 413
1 θ 2
1 1 2
A= ρ dθ = a2 θ + b2 θ5 − bθ3 .
2 0 2 5 3
1 θ 2
No documento original, A = 2 0 ρ dθ = 21 a2 θ + 15 b2 θ5 − 23 abθ3 .
R
" #
1 p (2b2 − ab)z + a2
ds = dF (z) + p dz .
3 F (z)
(2b2 −ab)z+a2
No documento original, ds = 3 dF (z) + √
1
dz .
F (z)
1 1 1
=− sen(θ − 2θ1 ) + sen(θ − θ1 ).
ρ ρ1 senθ1 asenθ1
1 1 1
No documento original, = − sen(θ − 2θ1 ) + sen(θ − θ1 ).
ρ ρ1 asenθ1
[1] F. Gomes Teixeira, Tratado de Las Curvas Especiales Notables, Madrid, Gaceta de
Madrid, Obra publicada en el tomo XXII de las Memorias de la Real Academia de
Ciencias Exactas, Fı́sicas y Naturales de Madrid,1905.
[4] Adams, Robert A., Calculus: a Complete Course, Third Edition, Addison-Wesley
Publishers Limited, 1995.
[5] Netto, Cesar Dacorso., Leal, Nilza Real., Elementos de Geometria Diferencial,
2a edição, Editora InterCiência, 1978.
[7] Tobias Oetiker, Hubert Partl, Elisabeth Schlegl, A não tão pequena introdução
ao LATEX2 , Versão 4.00, 2002. Tradução portuguesa por Alberto Simões.
[9] http://mathsrv.ku-eichstaett.de/MGF/homes/grothmann/java/zirkel/
178
BIBLIOGRAFIA 179
[10] http://www.tiddlywiki.com/
[11] http://pt.wikipedia.org/wiki/Wiki/
[12] http://www.javascript.com/
[13] http://www.w3.org/
[14] http://maxima.sourceforge.net/
[15] www.toolscenter.org/
[16] http://miktex.org/
[17] http://docs.miktex.org/manual/
[18] http://www.maths.nottingham.ac.uk/personal/drw/lm.html/
[21] http://www.dessci.com/
[22] http://www.mathcurve.com/
[23] http://integrals.wolfram.com/index.jsp
[24] http://www.instituto-camoes.pt/cvc/ciencia/