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Volume 02.
M
Mariculttura
Conteú do
o
Conteúdo ............................................................................................................................................ I
Lista de Figguras ..................................................................................................................................V
Lista de Taabelas ................................................................................................................................ XI
Apresentaação do Volum
me 02 ............................................................................................................ 1
1 MARIICULTURA ........................................................................................................................... 3
2 A CAD
DEIA PRODUT
TIVA DA MARICCULTURA NO PARANÁ ........................................................ 10
2.1 Piscicultura Marinha ........................................................................................... 10
2.2 Carcinicultura ..................................................................................................... 11
1
2.2.1 Cultivos de
d camarõess em viveiros ............................................................... 11
2.2.2
2 Cultivo de camarões em tanques‐‐rede ........................................................ 12
2.3 Ostreicultura....................................................................................................... 15
2.3.1
1 pregados no Paraná ................................ 18
Sistemas de cultivo dde ostras emp
2.3.2
2 Produção
o de sementees em laboraatório ........................................................ 24
2.3.3
3 Uso de co
oletores de ssementes ..................................................................... 25
2.3.4
4 A extração de ostraas nos banccos naturaiss do Compleexo Estuarin no de
Paranaguá e da Baía de Guaratuba
G ........................................................................................ 26
2.3.5
5 Manejo .......................................................................................................... 33
2.3.6
6 Unidadess depuradoraas de molusccos marinhoss ‐ UMDM ............................ 35
2.3.7
7 Comercia
alização............................................................................................. 40
2.3.88 Principaiss entraves e caminhoss para o de esenvolvimennto comercial da
ostreiculturaa paranaense
e ....................................................................................................... 53
2.4 Principais en
ntidades rep resentativass da maricultura no Paranná .................... 56
2.4.1
1 Produção
o e extensãoo aquícola ..................................................................... 56
2.4.2
2 Ensino e Pesquisa .......................................................................................... 56
2.4.3
3 ONG´s ............................................................................................................ 60
2.4.4
4 Principaiss projetos eem execução o no litoral do estado e propostass para
mento da maricultura ........................................................................................... 62
desenvolvim
3 SISTEMAS DE CULT
TIVO............................................................................................................ 73
3.1 Sistemas de cultivo de ppeixes marinh
hos ........................................................... 75
1
3.1.1 Cercadoss ........................................................................................................ 75
3.1.2
2 Tanques‐‐Rede e Gaioolas Flutuantes de Pequeno Volume .......................... 76
3.1.3
3 nde Volume (Flutuantes ou Submerssíveis)
Tanques‐‐Rede e Gaioolas de Gran
82
3.2 moluscos bivaalves ......................................................... 87
Sistemas de cultivo de m
1
3.2.1 Semeadu
ura Direta.......................................................................................... 88
3.2.2
2 Long‐linees de superfíccie (espinhel) ............................................................... 91
3.2.3
3 Long‐linees de meia ággua ............................................................................... 93
I
3.2.4 Balsas .......................................................................................................... 94
3.2.5 Mesas ......................................................................................................... 96
3.2.6 Varais e racks .............................................................................................. 98
3.3 Sistemas de cultivo de crustáceos................................................................... 99
3.3.1 Cercados ................................................................................................... 100
3.3.2 Tanques‐rede de pequeno volume .......................................................... 101
3.4 Sistemas de cultivo de macroalgas ............................................................... 102
3.4.1 Linhas ou Cordas de Fundo (monolinhas) ................................................ 103
3.4.2 Long‐lines Horizontais (balsas flutuantes) ............................................... 104
3.4.3 Long‐lines Verticais................................................................................... 107
4 ESPÉCIES EMERGENTES ...................................................................................................... 108
4.1 Peixes............................................................................................................. 110
4.1.1 Bijupirá (Rachycentron canadum) ............................................................ 110
4.2 Moluscos ....................................................................................................... 123
4.2.1 Ostra‐do‐mangue (Crassostrea brasiliana) .............................................. 123
4.2.2 Ostra‐do‐pacífico ou ostra japonesa (Crassostrea gigas) ........................ 139
4.2.3 Mexilhão (Perna perna) ........................................................................... 151
4.2.4 Vieira (Nodipecten nodosus) .................................................................... 169
4.3 Macroalgas .................................................................................................... 180
4.3.1 Kappaphycus alvarezii .............................................................................. 180
5 ESPÉCIES POTENCIAIS ......................................................................................................... 190
5.1 Peixes............................................................................................................. 191
5.1.1 Sargo (Archosargus probatocephalus) ..................................................... 192
5.1.2 Robalo‐peva (Centropomus parallelus) .................................................... 198
5.1.3 Robalo‐flecha (Centropomus undecimalis) .............................................. 205
5.1.4 Carapeba branca (Diapterus rhombeus) ................................................. 210
5.1.5 Cioba (Lutjanus analis) ............................................................................. 213
5.1.6 Linguado‐vermelho (Paralichthys orbignyanus)...................................... 222
5.1.7 Pampo (Trachinotus carolinus) ................................................................. 231
5.2 Moluscos ....................................................................................................... 241
5.2.1 Berbigão (Anomalocardia brasiliana) ....................................................... 242
5.2.2 Ostra‐do‐mangue (Crassostrea rhizophorae) ........................................... 248
5.2.3 Bacucu (Mytella guyanensis) .................................................................... 253
5.3 Crustáceos ..................................................................................................... 258
5.3.1 Camarão‐rosa (Farfantepenaeus paulensis)............................................. 259
5.3.2 Camarão‐branco (Litopenaeus schmitti) .................................................. 266
5.3.3 Camarão‐cinza (Litopenaeus vannamei) .................................................. 270
5.4 Macroalgas .................................................................................................... 286
II
5.4.1 Eucheuma spp. ......................................................................................... 287
5.4.2 Hypnea musciformis ................................................................................. 297
5.4.3 Pterocladia capillacea .............................................................................. 303
6 O MERCADO INTERNACIONAL DE PESCADOS..................................................................... 308
6.1 Estrutura e regulamentação do comércio internacional de pescados. ........ 309
6.2 O mercado norte‐americano de pescados e frutos do mar .......................... 311
6.2.1 Exigências para exportação ...................................................................... 312
6.2.2 Tarifas de importação .............................................................................. 313
6.2.3 Exigências para comercialização .............................................................. 313
6.2.4 Rotulagem ................................................................................................ 314
6.2.5 Legislação ................................................................................................. 316
7 AVALIAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS DA
MARICULTURA .......................................................................................................................................... 318
7.1 Metodologia adotada .................................................................................... 319
7.2 Impactos apresentados em comum e interações entre as diferentes
atividades aquícolas .............................................................................................................. 322
7.2.1 Impactos sobre o meio físico (ambiente) ................................................. 322
7.2.2 Impactos bióticos ..................................................................................... 325
7.2.3 Impactos antrópicos ................................................................................. 329
7.2.4 Impactos sobre a infraestrutura e a logística regionais ........................... 338
7.3 Cultivos de moluscos ..................................................................................... 342
7.3.1 Impactos sobre o meio físico.................................................................... 342
7.3.2 Impactos sobre o meio biótico ................................................................. 346
7.3.3 Outros ....................................................................................................... 348
7.3.4 Avaliação geral dos impactos ................................................................... 349
7.4 Piscicultura .................................................................................................... 355
7.4.1 Impactos sobre o meio físico.................................................................... 356
7.4.2 Efeitos sobre o meio biótico..................................................................... 369
7.4.3 Avaliação geral dos impactos ................................................................... 372
7.5 Cultivo de algas ............................................................................................. 378
7.5.1 Impactos sobre o meio físico.................................................................... 378
7.5.2 Impactos sobre o meio biótico ................................................................. 378
7.5.3 Impactos antrópicos ................................................................................. 379
7.6 Conclusão do prognóstico de impactos ........................................................ 385
8 QUALIDADE HIGIÊNICO‐SANITÁRIA DE MOLUSCOS BIVALVES ........................................... 394
8.1 Surtos e problemas sanitários relacionados ao consumo de ostras ............. 395
8.1.1 Qualidade higiênico‐sanitária de ostras e das águas na Baía de Guaratuba
399
III
8.1.2 Qualidade higiênico‐sanitária de ostras e das águas no Complexo Estuarino
de Paranaguá 401
8.2 Algas tóxicas .................................................................................................. 407
8.3 Florações de algas nocivas ............................................................................ 411
8.4 Principais espécies de algas tóxicas que ocorrem no Brasil .......................... 415
8.5 Medidas preventivas e de controle ............................................................... 419
8.6 Principais ficotoxinas ..................................................................................... 420
8.6.1 Cianotoxinas ............................................................................................. 420
8.6.2 Anatoxina‐a .............................................................................................. 421
8.6.3 ASP ‐ Envenenamento amnésico .............................................................. 421
8.6.4 DSP ‐ Envenenamento diarréico............................................................... 422
8.6.5 NSP ‐ Envenenamento neurótico ............................................................. 423
8.6.6 PSP ‐ Envenenamento paralisante ........................................................... 424
8.6.7 CFP ‐ Ciguatera (envenenamento pelo consumo de peixes) ................... 427
8.6.8 AZP ‐ Envenenamento azaspirácido ......................................................... 428
8.6.9 Palitoxina .................................................................................................. 429
8.7 Ficotoxinas e a malacocultura ....................................................................... 431
10 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 433
IV
Lissta de Figura
F s
Figuraa 1 ‐ Cultivo de ostras na lama da comunnidade da Vila da Ilha Rasa................................................... 19
Figuraa 2 ‐ Cultivo de ostras na lama, com desttaque para as ostras colocadas dentro doo cercado. ........... 19
Figuraa 3 ‐ Técnica de
d cultivo de ostras
o em messas desenvolvvido no CEP. .................................................... 20
Figuraa 4 ‐ Cultivo de ostras em siistema de lon g‐line na baíaa de Guaratuba. .............................................. 21
Figuraa 5 ‐ Lanternas utilizadas no
o sistema de ccultivo de ostrras em long‐line. ............................................ 21
Figuraa 6 ‐ Travesseiiros utilizadoss no sistema dde cultivo de ostras
o em long
g‐line. ........................................ 22
Figuraa 7 ‐ Produttor de ostrass do Compleexo Estuarino o de Paranagu uá e suas osttras prontas para a
comercializaação. ................................................................................................................................. 43
Figuraa 8 ‐ Conjuntto de imagenss que mostram
m as condiçõees precárias de
d higiene e coonservação em que
as ostras são
o desconchad
das para vendaa em algumass comunidades do litoral paaranaense. .......... 46
Figuraa 9 ‐ Média de anos de exp periência trabbalhando com ostras em Po oruquara e Guuaratuba (em azul) e
a média de cursos técnicos feitos na a tividade pelos produtores das duas regiiões (em verm melho).
........................................................................................................................................................... 48
Figuraa 10 ‐ Imagem
m de sementes de ostras di stribuídas parra a Comunida
ade do Poruquuara em 2008
8. .... 49
Figuraa 11 ‐ Comeercialização de d ostras em m Poruquara. Relação en ntre a ofertaa e o o pre eço de
comercializaação. ................................................................................................................................. 51
Figuraa 12‐ Preço médio
m praticaado por cada produtor de ostra em Gu uaratuba (azuul) e em Poru uquara
(vermelho) em
e abril de 20
010. ............................................................................................................ 52
Figuraa 13 ‐ Mapaa mostrando a principal roota de distrib
buição de ostras oriundas da comunida ade do
Poruquara e,
e abaixo do mesmo,
m um caalendário com a sazonalidadde da atividadde. ....................... 53
Figuraa 14 ‐ Nas caixas em verme elho estão inddicadas as áre
eas onde a Asssociação Maar Brasil tem planos
para instalar unidades de
emonstrativas de cultivo dee mexilhões em
m mar aberto . .......................... 61
Figuraa 15. Imagem do curso de capacitação
c e m processamento e preparração de pesccados realizad do pelo
Projeto Culttimar com as mulheres
m do M
Mercado Mun nicipal de Mattinhos. ....................................... 64
Figuraa 16 ‐ Comuniidades do litoral paranaensse onde a EMA ATER‐PR prete ende instalar unidades de cultivo
de ostras. ............................................................................................................................................ 70
Figuraa 17 ‐ Curral de
d peixes no estado do Paráá ........................................................................................... 76
Figuraa 18 ‐ Tanque‐‐rede de pequ
ueno volume eempregado no cultivo de peixes marinhoos. ....................... 76
Figuraa 19 ‐ Repressentação esqu uemática de tanques‐rede e de pequeno o volume usaddos em cultivvos de
peixes. ................................................................................................................................................ 77
Figuraa 20 ‐ Estruturra de madeira
a empregada nna sustentação de tanques‐rede de pequueno volume....... 78
Figuraa 21 ‐ Garrafas PET empreggadas como esstrutura de flu
utuação de tanque‐rede................................. 78
Figuraa 22 ‐ Tampa de
d lona com abertura
a centrral telada. ............................................................................ 79
Figuraa 23 ‐ Tampass de poliéster revestidas com
m PVC coberttas parcialmen
nte com sombbrite. ................... 79
Figuraa 24 ‐ Comedo
ouro acoplado
o à tela de tannque‐rede berrçário de polié
éster revestidoo com PVC. ......... 80
Figuraa 25 ‐ Tanque‐‐rede oceânicco de grande vvolume utilizado para o culttivos de peixees. ....................... 82
Figuraa 26 ‐ Repressentação esqu uemática de ggaiolas oceân nicas de grand de volume ussadas em culttivo de
peixes. ................................................................................................................................................ 83
Figuraa 27 ‐ Sistemaa de cultivo "A
Aquapod®". ................................................................................................. 84
Figuraa 28 ‐ Tanquess‐rede de gran
nde volume uutilizados no cultivo de bijup
pirá no litoral de Pernambu
uco. 86
V
Figura 29 ‐ Semeadura direta de ostras. .................................................................................................... 88
Figura 30 ‐ Cultivo através de semeadura direta protegido por malha sintética no Canadá ..................... 89
Figura 31 – Despesca manual de mariscos (clam) em cultivo de fundo no Canadá .................................. 89
Figura 32 ‐ Cultivo de fundo através de semeadura direta de ostras........................................................ 90
Figura 33 ‐ Representação esquemática de um cultivo de ostras feito através de semeadura direta. Os
animais são colocados diretamente em contato com o sedimento, em locais de fundo areno‐
lodosos. ........................................................................................................................................... 90
Figura 34 ‐ Long‐line de superfície utilizado no cultivo de mexilhões. ....................................................... 91
Figura 35 ‐ Representação esquemática de um long‐line (espinhel) de superfície usado em cultivo de
moluscos. ........................................................................................................................................ 92
Figura 36 ‐ Long‐line de meia água para cultivo de mexilhões na Espanha. .............................................. 93
Figura 37 ‐ Representação esquemática de um long‐line de meia‐água usado em cultivo de moluscos. 94
Figura 38 ‐ Balsa flutuante utilizada no cultivo de moluscos. ................................................................... 94
Figura 39 ‐ Representação esquemática de uma usada em cultivos de moluscos..................................... 95
Figura 40 ‐ Cultivo de ostras em sistema de mesas na China. .................................................................... 96
Figura 41 ‐ Representação esquemática de uma mesa utilizada em cultivo de ostras. ............................. 96
Figura 42 ‐ Estaca de madeira degradada pelo molusco gusano (Teredo sp.). .......................................... 97
Figura 43 ‐ Cultivo de ostras em sistema de rack no estado do Sergipe. ................................................... 98
Figura 44 ‐ Cultivo de ostras em sistema de varal no estado do Sergipe. .................................................. 98
Figura 45 ‐ Cultivo de mexilhões em rack utilizado em Santa Catarina...................................................... 99
Figura 46 ‐ Cercados utilizados para o cultivo de camarões marinhos na Lagoa dos Patos ‐ RS. ............. 100
Figura 47 ‐ Representação esquemática de um cercado para cultivo de organismos marinhos. ............ 101
Figura 48 ‐ Sistema de linha de fundo para cultivo de macroalgas. ......................................................... 103
Figura 49 ‐ Representação esquemática de um cultivo de algas em sistema de linha de fundo. ............ 104
Figura 50 ‐ Long‐line horizontal (também chamado de balsa flutuante) utilizado para o cultivo de
macroalgas. ................................................................................................................................... 104
Figura 51 ‐ Representação esquemática de um long‐line horizontal para cultivo de algas. ................... 105
Figura 52 ‐ Sistema de balsa flutuante para o cultivo de macroalgas utilizando a técnica rede tubular (A)
e com técnica tie‐tie (B). ............................................................................................................... 106
Figura 53 ‐ Redes podem ser colocadas sob as balsas flutuantes para minimizar tanto a herbivoria,
quanto o desprendimento das algas para o ambiente. ................................................................ 106
Figura 54 ‐ Long‐lines verticais utilizados no cultivo de macroalgas. ...................................................... 107
Figura 55 ‐ Representação esquemática de um long‐line vertical para cultivo de algas. ........................ 107
Figura 56 ‐ Bijupirá (Rachycentron canadum) ......................................................................................... 110
Figura 57 ‐ Área de ocorrência do bijupirá (Rachycentron canadum) ...................................................... 111
Figura 58 ‐ Tanques de manutenção de reprodutores de bijupirá, e (embaixo, a direita) tanques de
alevinagem. ................................................................................................................................... 115
Figura 59 ‐ Imagens do cultivo de bijupirá em tanques‐rede pela empresa Aqualider no litoral de
Pernambuco. ................................................................................................................................. 117
Figura 60 ‐ Evolução da produção munidial de Bijupirá (Rachycentron canadum). ................................ 121
Figura 61 ‐ Crassostrea brasiliana (ostra‐do‐mangue) ............................................................................. 123
VI
Figura 62 ‐ Coletores de sementes empregados no litoral paranaense. .................................................. 128
Figura 63 ‐ Sementes coletadas com auxílio dos coletores. .................................................................... 128
Figura 64 ‐ Larvas de ostras em fase de assentamento............................................................................ 130
Figura 65 ‐ Tanque de assentamento de larvas de ostras em laboratório. .............................................. 131
Figura 66 ‐ Balde telado utilizado no assentamento remoto de ostras em Santa Catarina. .................... 132
Figura 67 ‐ Área de cultivo de ostras na baía de Guaratuba. ................................................................... 133
Figura 68 ‐ Crassostrea gigas (Ostra‐do‐Pacífico) .................................................................................... 139
Figura 69 ‐ Área de ocorrência da ostra‐do Pacífico, Crassostrea gigas. ................................................. 141
Figura 70 ‐ Cultivo automatizado de mexilhões. ...................................................................................... 145
Figura 71 ‐ Cultivo de moluscos em Florianópolis. Ao fundo se observam long‐lines e a frente cultivos
em mesas. ..................................................................................................................................... 148
Figura 72 ‐ Caixa utilizada para transporte e comercialização de ostras................................................. 149
Figura 73. Evolução da produção aquícola mundial de Crassostrea gigas. .............................................. 150
Figura 74 ‐ Exemplares de Perna perna macho, à esquerda (gônada branca) e fêmea à direita (gônada
alaranjada). ................................................................................................................................... 151
Figura 75 ‐ Áreas de ocorrência dor mexilhão Pera perna. ..................................................................... 152
Figura 76 ‐ Corda de cultivo de mexilhão. ................................................................................................ 158
Figura 77 ‐ Cultivo de mexilhão P. perna em sistema de mesa. ............................................................... 162
Figura 78 ‐ Cordas de cultivo de mexilhões. ............................................................................................. 163
Figura 79 ‐ Cordas com mexilhões suspensas em long‐line. .................................................................... 164
Figura 80 ‐ Vieira, Nodipecten nodosus. ................................................................................................ 169
Figura 81 ‐ Fotos de estruturas utilizadas para o cultivo de vieiras por Bueno et al. (2010): lanterna
comum (a), pearl‐net (b), bo‐net (c), lanter‐net (d). ..................................................................... 178
Figura 82 ‐ A macroalga marinha Kappaphycus alvarezii (Doty). ............................................................. 180
Figura 83 ‐ Diferentes sistemas fixos para cultivo de fundo de Kappaphycus alvarezii. Rede tubular (A),
balsa (B), linha de fundo (C), Rede suspensa (D). ......................................................................... 187
Figura 84 ‐ Evolução da produção mundial de Kappaphycus alvarezii. .................................................... 188
Figura 85 ‐ Kappaphycus alvarezzi: processo de secagem na Ásia. ......................................................... 189
Figura 86 ‐ Sargo, Archosargus probatocephalus ..................................................................................... 192
Figura 87 ‐ Área de ocorrência do sargo, Archosargus probatocephalus. ................................................ 193
Figura 88 ‐ Relação entre desembarque e preço de primeira comercialização do sargo nos Estados
Unidos. .......................................................................................................................................... 196
Figura 89 ‐ Filé de sargo............................................................................................................................ 197
Figura 90 ‐ Robalo‐peva, Centropomus parallelus ................................................................................... 198
Figura 91 ‐ Área de ocorrência do robalo‐peva, Centropomus parallelus. ............................................... 199
Figura 92 ‐ Fêmea de robalo‐peva sendo submetida à indução hormonal para desova......................... 201
Figura 93 ‐ Juvenis de robalos‐peva produzidos pelo Laboratório de Piscicultura Marinha da
Universidade federal de Santa Catarina........................................................................................ 202
Figura 94 ‐ Tanque utilizado para o cultivo comercial de robalo‐peva no Ceará. ................................... 203
Figura 95 ‐ Robalo‐flecha, Centropomus undecimalis. ........................................................................... 205
VII
Figura 96 ‐ Área de ocorrência do robalo‐flecha, Centropomus undecimalis.......................................... 206
Figura 97 ‐ Robalo capturado na natureza e mantido em tanque‐rede na baía de Guaratuba como parte
do processo de reprodução induzida em laboratório. .................................................................. 209
Figura 98 ‐ Carapeba‐branca (Diapterus rhombeus) ............................................................................... 210
Figura 99 ‐ Área de ocorrência da carapeba (Diapterus rhombeus) ........................................................ 211
Figura 100 ‐ Cioba, Lutjanus analis. .......................................................................................................... 213
Figura 101 ‐ Área de ocorrência da cioba (Lutjanus analis)..................................................................... 214
Figura 102 ‐ Lutjanus analis, indivíduo usado como reprodutor. ............................................................ 217
Figura 103 ‐ Desembarques pesqueiros de cioba no Brasil. ..................................................................... 220
Figura 104 ‐ Relação entre desembarque pesqueiro e preço de primeira comercialização de ciobas nos
EUA. ............................................................................................................................................... 220
Figura 105 ‐ Relação entre desembarque pesqueiro e preço de primeira comercialização da cioba em
Sergipe. ......................................................................................................................................... 221
Figura 106 ‐ Filé de cioba .......................................................................................................................... 221
Figura 107 ‐ Linguado, Paralichthys orbignyanus. .................................................................................... 222
Figura 108 ‐ Área de ocorrência do linguado (Lutjanus analis) ............................................................... 224
Figura 109 ‐ Linguado, Paralichthys orbignyanus. .................................................................................... 225
Figura 110 ‐ Trachinotus carolinus (Pampo) ............................................................................................. 231
Figura 111 ‐ Área de ocorrência do do Pampo (Trachinotus carolinus) .................................................. 232
Figura 112 ‐ Sistema de recirculação de água. ......................................................................................... 235
Figura 113 ‐ Tanque de recepção e observação dos pampos................................................................... 235
Figura 114 ‐ Aplicação intramuscular de hormônio reprodutivo. ............................................................ 236
Figura 115 ‐ Juvenis de pampo. ................................................................................................................ 237
Figura 116 ‐ Desembarque mundial de pampo. ....................................................................................... 238
Figura 117 ‐ Relação entre desembarque e preço de primeira comercialização do pampo nos Estados
Unidos. .......................................................................................................................................... 239
Figura 118 ‐ Filé de pampo. ...................................................................................................................... 239
Figura 119 ‐ Comercialização do pampo. ................................................................................................. 240
Figura 120 ‐ O berbigão Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1971). ........................................................ 242
Figura 121 ‐ Imagem mostrando a exploração artesanal de um banco natural de berbigão. ................. 246
Figura 122 ‐ Crassostrea rizhoporae (Ostra‐do‐mangue) ......................................................................... 248
Figura 123 ‐ O bacucu Mytella guyanensis (Lamarck, 1819). ................................................................... 253
Figura 124 ‐ Farfantepenaeus paulensis .................................................................................................. 259
Figura 125 ‐ Litopenaeus schmitti ............................................................................................................. 266
Figura 126 ‐ Área de ocorrência do camarão‐branco, Litopenaus schmitti. ............................................ 267
Figura 127 ‐ Litopenaeus vannamei.......................................................................................................... 270
Figura 128 ‐ Principais produtores munidiais de L. vannamei em 2006. .................................................. 271
Figura 129 ‐ Tanques‐rede experimentais utilizados para o cultivo de camarões marinhos na baía de
Paranaguá. .................................................................................................................................... 280
Figura 130 ‐ Índice Urner Barry HLSO do camarão L. vanammei cultivado (sem cabeça e com casca). . 283
VIII
Figura 131 ‐ Evolução da produção mundial de L. vannamei. ................................................................. 284
Figura 132 ‐ A macroalga marinha Eucheuma denticulatum.................................................................... 287
Figura 133 ‐ Eucheuma: plantas já presas às linhas de cultivo. ............................................................... 289
Figura 134 ‐ Detalhes do cultivo de Eucheuma em sistema de linha de fundo. ....................................... 291
Figura 135 ‐ Cultivo de Eucheuma em sistema de linha de fundo. .......................................................... 292
Figura 136 ‐ Produção mundial de Eucheuma spp. através da aquicultura. ........................................... 295
Figura 137 ‐ Eucheuma após a colheita (esquerda) e já seca, pronta para primeira comercialização (a
direita). .......................................................................................................................................... 296
Figura 138 ‐ A macroalga marinha Hypnea musciformis (Lamouroux, 1813)........................................... 297
Figura 139 ‐ Exemplar de Hypnea musciformis no qual podem ser vistos os ganchos nas extremidades,
característicos da espécie. ............................................................................................................ 299
Figura 140 ‐ A macroalga marinha Pterocladia capillacea (GMELIN) Bornet e Thuret, 1876. .................. 303
Figura 141 ‐ Det al.hes de um ramo de Pterocladia capillacea. ............................................................... 305
Figura 142 ‐ Representação dos principais impactos potenciais da malacocultura em águas rasas....... 342
Figura 143 ‐ Principais impactos potenciais da piscicultura marinha em tanques‐rede e gaiolas de grande
volume. ......................................................................................................................................... 355
Figura 144 ‐ Modelo conceitual de balanço de nutrientes em sistema de cultivo de peixes em tanques‐
rede proposto por Ismam (2005). TCA ‐ Taxa de Conversão alimentar; N ‐ Nitrogênio; P ‐ Fósforo.
...................................................................................................................................................... 362
Figura 145 ‐ Grupo de macroinvertebrados bênticos encontrados no sedimento abaixo dos tanques‐rede
de Lutjanus analis e Rachycentron canadum (Alston et al., 2005). .............................................. 364
Figura 146 ‐ Representação gráfica dos impactos causados pelos cultivos de moluscos (em cima), peixes
marinhos (meio) e macroalgas (em baixo). Diagramas estruturados a partir das Matrizes de
Correlação Causa x Efeito. Os índices (em percentagem) foram obtidos a partir do cálculo do
somatório de impactos quantificados para cada atividade, para cada meio (físico, biótico e
antrópico), dividido pelo número máximo de impactos causados pela atividade mais impactante e
(no caso, a piscicultura marinha). ................................................................................................. 386
Figura 147 ‐ Mapa do Complexo Estuarinode Paranaguá com a localização dos pontos amostrais: 1 ‐ Ilha
de Pinheiros; 2 ‐ Puruquara; 3 ‐ Ilha Rasa; 4 ‐ Ilha das Cobras; 5 ‐ Rio das Ostras. ....................... 402
Figura 148 ‐ Esquema representando possíveis ligações entre a entrada de nutrientes, a resposta das
microalgas e os efeitos de florações baseado em Gilbert & Pitcher, 2001. .................................. 411
Figura 149 ‐ Canal da Joatinga‐RJ na maré vazante, mancha indicando floração de algas (cianobactérias)
que conferem coloração verde a água. ......................................................................................... 420
Figura 150 ‐ Cadeia de Pseudo‐nitzschia sp., diatomácea. ....................................................................... 422
Figura 151 ‐ Prorocentrum lima (a). Dinophysis sp. (b). .......................................................................... 423
Figura 152 ‐ Gymnodinium breve (sinônimo Karenia brevis), alga vista em microscopio óptico (a) e em
microscopio eletrônico de varredura (b). ..................................................................................... 424
Figura 153 ‐ Distribuição global dos casos de intoxicação por PSP em 1970 e 2006. ............................. 425
Figura 154 ‐ Passagem de toxinas paralisantes pelos diferentes níveis tróficos. .................................... 425
Figura 155 ‐ Gymnodinium catenatum (a). Alexandrium sp. (b). ............................................................ 426
Figura 156 ‐ (a‐c) Morfologia geral de A. minutum em microscópio óptico. (b) Células isoladas; (c) redes;
(d) vista ventral da célula clarificada, mostrando o padrão reticulado de hypotheca (seta). Célula
corada em Calcofluor sob microscopia de fluorescencia: (5) vista ventral das células, mostrando
um poro ventral conspícuo (seta); (e, f) vista apical das células, mostrando o poro apical
IX
complexo (APC) (seta) e as quatro placas apicais (‘). Barra de escala = 20 μm (a, b); 10 μm (c‐f).
...................................................................................................................................................... 427
Figura 157 ‐ Gambierdiscus toxicus. ......................................................................................................... 428
Figura 158 ‐ Ostreopsis ovata proveniente de uma amostra coletada em Búzios‐RJ. (a) Microscópio
óptico, (b) Epifluorescência com calcofluor. ................................................................................. 429
Figura 159 ‐ Biofilme de Ostreopsis ovata recobrindo a alga vermelha Amphiroa fragilissima na enseada
do Forno, em 5/12/06 (a) e na Ilha de Cabo Frio, em 27/11/06 (b).............................................. 430
X
Lissta de Tabela
T s
Tabela 1. Número o aproximadoo de famíliass por comun nidade, relacionado ao n úmero de fa amílias
envolvidas com
c a mariculltura no Compplexo Estuarin
no de Paranag
guá em 2004. ............................. 17
Tabela 2. Número aproximado de
d famílias poor comunidade, relacionado
o ao número de maricultorres em
nidade no Com
cada comun mplexo Estuarrino de Paranaaguá em 2009
9‐2010. ...................................... 17
Tabela 3. Frequência de ocorrê
ência de uso ddos diferente es sistemas de cultivo de oostras utilizad dos no
Paraná e as comunidadess que os utilizaam. ...................................................................................... 18
Tabela 4. Principaiss pontos de ve
enda de ostra no município
o de Guaratub
ba. .............................................. 42
Tabela 5. Canais de comercialização das ostrras, número de d comunidad des onde foi verificado e preços
pagos aos produtores (CEEP‐PR). ........................................................................................................ 44
Tabela 6. Taxas dee intermediaçã
ão na comerc ialização de ostras
o oriundas do Complexxo Estuarino da d baía
de Paranaguuá, do produtor até o conssumidor final. Considerando o‐se o preço dde R$ 3,00/dú úzia de
ostras médias, com aproxximadamentee 10 cm de altu ura. ................................................................. 45
Tabela 7. Principaiss instituições representativ
r as da maricultura paranaen
nse. ........................................... 58
Tabela 8. Principais instituiçõess de ensino e pesquisa que atuam ou u formam proofissionais qu ue têm
desenvolviddo trabalhos associados à mmaricultura paranaense. ....................................................... 59
Tabela 9. Comunid dades pesque eiras do munnicípio de Parranaguá que recebem supporte da preffeitura
municipal para instalação o de unidadess de cultivo de
e ostras e de camarões pa ra isca‐viva, público p
assistido e área
á prevista para
p as unidaddes de cultivo o. ..................................................................... 72
Tabela 10. Síntese dos Fatores que afetam m a escolha do d local para a instalação de tanques‐rrede e
gaiolas ................................................................................................................................................ 81
Tabela 11. Parâmettros de Avaliação Utilizadoss nas Matrizess de Impactoss1. ............................................ 320
Tabela 12. Acumulaação de sedim
mentos em fazzendas de bivaalves. ............................................................ 346
Tabela 13. Produçãão de resíduos fecais por b ivalves ............................................................................... 346
Tabela 14. Matriz de
d correlação causa x efeitoo aplicada à malacocultura
m nos PLDM doo Paraná............. 350
Tabela 15. Síntesee numérica do os impactos potencialmen nte provocado os por de em mpreendimentos de
malacocultu ura no litoral paranaense.
p ............................................................................................. 354
Tabela 16. Síntesse numérica dos impacctos potenciaalmente provocados pelaa implantaçã ão de
empreendim
mentos de maalacocultura n o litoral paran
naense.......................................................... 354
Tabela 17. Perdas estimadas de e sistemas de cultivo intenssivo de fazend das de trutas (tanques e vivveiros)
(referênciass citadas em Rosenthal
R et a l., 1988). ............................................................................ 356
Tabela 18. Cargas de sólidos emm suspensão (SSS), nutrientes e demanda bioquímica dee oxigênio (BO OD) de
fazenda de cultivo
c de salm
mão de água ddoce (Beveriddge et al., 1991). ........................................... 358
Tabela 19. Parâm
metros de qualidade da áágua em locaais de cultivo o de Lutjanuus analis (cio oba) e
Rachycentro
on canadum (bijupirá) (Alstton et al., 2005).................................................................. 358
Tabela 20. Taxas de sedimentaçção de partícuulas em diferentes fazendass de cultura dee peixes. ........... 363
Tabela 21. Taxas dee sedimentaçã
ão de partícullas em diferen
ntes fazendas de cultura dee peixes. ............ 364
Tabela 22. Substân ncias químicas comumentee usadas em aquicultura. a AD=
A água docee; AS=água sa algada.
Métodos dee aplicação. B = Banho; A = Adição no sisstema; I = Ime ersão; IN = Injjeção; S = Spra ay; C =
Comida trattada (NCC, 19889). .......................................................................................................... 366
Tabela 23. Impacto
o de fazendass marinhas sobbre o macrobe
entos. ........................................................... 370
Tabela 24. Matriz de
d correlação causa x efeitoo aplicada à piscicultura ma
arinha nos PLD
DM do Paraná
á. .. 373
XI
Tabela 25. Síntese numérica dos impactos potencialmente provocados por de empreendimentos de
piscicultura marinha no litoral paranaense................................................................................... 377
Tabela 26. Síntese numérica dos impactos potencialmente provocados pela implantação de
empreendimentos de malacocultura no litoral paranaense......................................................... 377
Tabela 27. Matriz de correlação causa x efeito aplicada à algocultura nos PLDM do Paraná.................. 381
Tabela 28. Síntese numérica dos impactos potencialmente provocados por de empreendimentos de
algocultura no litoral paranaense. ................................................................................................ 384
Tabela 29. Síntese numérica dos impactos potencialmente provocados algocultura em diferentes fases
do processo produtivo no litoral paranaense. .............................................................................. 384
Tabela 30. Principais impactos negativos provocados pela maricultura potencialmente identificados no
âmbito dos PLDM do Paraná e medidas mitigatórias propostas. ................................................. 388
Tabela 31. Requisitos microbiológicos para moluscos vivos destinados ao consumo humano estipulados
por diferentes órgãos reguladores. ............................................................................................... 398
Tabela 32. Relação de estações de amostragem utilizadas pela SEMA (1998) no diagnóstico ambiental
do litoral paranaense. ................................................................................................................... 404
Tabela 33. Concentrações de Metais na carne de ostras provenientes do litoral paranaese*. .............. 405
Tabela 34. Local, data, características da água e microalgas presentes quando foram observados
problemas ambientais em regiões costeiras no Brasil*. ............................................................... 416
Tabela 35. Casos de florações de algas nocivas na costa sul‐sudeste do Brasil*. .................................. 418
Tabela 36. Diretivas da União Européia que estabelecem os limites máximos permitidos de ficotoxinas
na carne de pescado com os respectivos métodos de detecção*. ............................................... 431
XII
Ap
presenttaçã o do
d Volu
ume 02
2
Dentre oss quatro volumes que coompõe este trabalho exxecutado pello Instituto GIA, G o
preseente volume talvez seja aquele
a que mmais facilme ente se justiffique por si. É absolutam
mente
naturral e desejávvel em um esstudo que vi se identificar as áreas mais propíciass à demarcaçção de
parquues aquícolaas para a imp
plantação dee projetos de mariculturra, que a maaricultura se eja um
tema relevante (ssenão o maiss relevante) ttratado nessse estudo.
De modo o complemen ntar, como aaos aspectos tecnológicos e ambienttais das espé
écies e
sistem
mas de cultiivo empregaados se sommam as características e especificidaades do meercado
consuumidor, ao longo do estudo foraam também m analisadas algumas ppeculiaridade es de
mercado (interno
o e internacio
onal) aprese ntadas em relação a essa
as espécies.
A etapa seguinte
s foi identificar
i e avaliar os possíveis impactos ambieentais gerado
os nas
fases de planejam
mento, impla antação e opperação dos empreendim mentos de m
maricultura; definir
d
a exttensão geogrráfica dos evventuais imppactos (área de influênccia do projetto); promoveer um
1
prognóstico sobre tais impactos; e, propor medidas mitigatórias que possam vir a
compatibilizar as práticas de maricultura com a manutenção das condições ambientais e o
equilíbrio entre os múltiplos usuários das áreas onde serão realizados os cultivos.
Para finalizar, como das cinco espécies propostas para cultivo no Paraná três são
moluscos, é apresentado um estudo sobre a qualidade higiênico‐sanitária de moluscos
bivalves. Este estudo, por sua vez, foi utilizado como base para a proposição dos Planos de
Gerenciamento e Controle e dos Planos de Monitoramento Ambiental de moluscos bivalves
apresentados no Volume 03.
2
1 MARICU
ULTURA
Algocultu
ura é a denoominação téccnica utilizad
da para o cu ultivo de miccro e macro
oalgas.
No presente trab balho, por se
e tratarem dde cultivos re
ealizados emm águas de ddomínio da União,
U
far‐see‐á referência apenas ao o cultivo de macroalgass marinhas. O cultivo dee algas repre esenta
um im mportante segmento
s da
a aquiculturaa, gerando tanto
t produttos destinaddos à alimen
ntação
humaana como àss indústrias químicas,
q farrmacêuticas e de cosmé éticos (Rochaa, 2001). Em
m nível
mund dial, aproxim
madamente 80% das alggas marinhaas produzidas destinam‐‐se a alimen ntação
humaana, e, do reestante, a maior parte a ficocolóidess e a menor a fertilizant es e aditivoss para
alimeentação anim utros (Mchuggh, 2003; Picckering et al. 2007).
mal, entre ou
Atividadee que cresceu em médiaa 8% ao ano desde 1970 0, a produçãoo de algas atingiu
a
um vvolume de 15,1
1 milhões de tonelad as em 2006 6 (93,0% delas origináriaas de cultivo
os), as
quaiss representaram 22,6% do d peso vivoo total produuzido pela aquicultura. Seu cultivo gerou
valores de 7,2 bilhões
b de dóólares anuaiis, e o grande destaque e é a China,, responsáve el por
aproxximadamentte 72% deste e valor e da pprodução (FA
AO, 2009).
MARICULTURA
A 3
Além de regulamenttar as iniciaativas anteriormente cittadas, o IBA AMA já liberou o
cultivvo da espéciee Kappaphyccus alvareziii na área com
mpreendida entre a Baíaa de Sepetiba‐RJ e
Ilha BBela‐SP atravvés da instru
ução normatiiva n° 185 de
e 22 de julho
o de 2008, pproibindo, ain
nda, a
importação de no ovas cepas da mesma.
Em 2005, a empresa a Sete Ondaas Biomar in naugurou, na a Baía de Seepetiba ‐ RJ,, uma
unidaade industriaal para a re
ealização doo semi‐refino
o da kappa carragena, extraída de algas
produuzidas no paarque produttivo da emprresa, composto de cerca de 100 estrruturas flutua antes,
cada uma com 15 50 metros dee comprimennto e 3 metro os de largura
a (Carvalho FFilho, 2007). Ainda
assim
m, este empreendimento industrial oppera abaixo de sua capaccidade de prrodução e im mporta
regularmente alggas de outross países.
Na carcin
nicultura bra
asileira, que concentra mais
m de 90% % de sua proodução na região
r
Nordeste, praticaamente a únnica espécie cultivada é o Litopenaeus vannameei. Animal exxótico,
introd
duzido no país
p pouco antes da déécada de 90 0 após diversas tentativvas frustradas de
MARICULTURA
A 4
viabillização técnica e econôm mica da atividdade. As quaais foram inicciadas na déécada de 70 com
c a
espéccie Marsupenaeus japon nicus, seguidaa, na décadaa de 80, por tentativas mmal sucedidas com
algum
mas espéciees nativas como o Farffantepenaeu us subtilis, Farfantepen
F aeus paulennsis e
Litopeenaeus schm mitti, que ap presentaramm na baixa produtividade e e na falta de tecnologgia de
nutriçção as princiipais barreira
as para o seuu progresso (ABCC,
( 2010).
Devido aos
a entravess anteriormeente citados, somados à dificuldadde de acesso ao
créditto e a falta de
d capacitaçção técnica ppara cultivos em sistemas fechados oou semi‐fech hados,
Ostreensky et al. (2008)
( classifficam a carc inicultura prraticada nos moldes atuaais como de baixo
potenncial para inncrementar significativam mente a pro odução aquíícola do paíss no curto prazo.
p
Dentrro deste panorama,
p surgem
s opoortunidades para a re etomada dee pesquisas e o
desennvolvimento o de tecnologgias alternatiivas de produção, e abre em‐se novas perspectivas para
as espécies nativaas e produto os diferenciaddos (orgânicos, de maiorr tamanho, ddefumados etc.).
MARICULTURA
A 5
Na aquicultura munddial, o cultivoo de molusccos sobressai‐se por ser o segundo grupo
mais representattivo em term mos de voluume, com aproximadam mente 27% ttotal produzido, e
respoondo por 15 5% dos valores gerados,, com destaaque para oss mexilhões,, ostras, vie eiras e
marisscos. O relattivamente baaixo valor daa produção se
s deve ao fato
f de que é o peso vivvo dos
animais o compu utado nas esttatísticas , e nele se con
nsidera o pesso da carne mais o da concha
(FAO,, 2009). Por essa particularidade de baixo rendim mento em caarne, a relaçãão entre o vo
olume
produ uzido e o valor gerado para
p os molu scos bivalves foi a meno
or dentre os grupos cultivados
(1:0,66), pouco abaixo dos peixxes de água doce (1:0,7).
A ostreiccultura desta
aca‐se dent re os cultivos de molu
uscos, e, asssim como para
p a
maioria das espéécies cultiva
adas, nela, ccom 82% daa produção de ostreídeeos cultivados no
munddo, a China também se sobressai.
As princip
pais vantage
ens atribuídaas ao cultivo
o de moluscoos bivalves ssão associad
das ao
seu hábito alim mentar. Por serem filttradores, elles se alim mentam prim mordialmentte de
fitopllâncton, zoo
oplâncton e de biodetrittos dispersoss na coluna d’água, porrtanto, não se faz
necesssária a utilização de rações ou outros alim mentos no cultivo.
c Por conta disso o, em
comp paração com m o cultivo de
d peixes e camarões, seuss custos operacionaiss e o manejjo são
reduzzidos, além do fato de que
q muitas estruturas de d cultivo de
e moluscos aapresentam baixo
custoo de implantaação frente à escavação de viveiros ou
o instalaçãoo de tanquess ou tanquess‐rede
(Vinatea, 1999). Outra importante vantaagem do culltivo deste grupo
g de orgganismos é o seu
baixoo potencial impactante, principalmeente quando praticado em pequeena escala e com
espéccies nativas (NRC/OSB,
( 2001; Hostin, 2003).
No Brasil, em 2007, oso moluscoss foram responsáveis por 4,6% da prrodução aqu uícola,
destaacando‐se oss cultivos dee mexilhão dda espécie Peerna perna, que represeentaram 89,5 5% do
total,, seguido peelos de ostras com 100,3% (princip palmente da a exótica Crrassostreas gigas,
seguiida, de longee, pelas nativas C. brasilliana e C. rh
hizophorae). Desde 19966, a malacocultura
brasileira apresen nta‐se conce
entrada na rregião Sul (p produção de 12,9 mil tonneladas em 2007,
correespondentes a 96,1% da produção tootal), seguidaa pela região o Sudeste, quue contribuiu
u com
apenas 538 toneladas. Além das espéciees citadas, nos estados de d Santa Cattarina, do Esspírito
Santoo e do Rio dee Janeiro con
ncentra‐se umma pequenaa produção de vieiras (Noodipecten no odosus
e Euvvola ziczac).
Ressalta‐sse que mesmo dentre as espécies nativas sup pramencionaadas, ainda segue
havenndo expresssiva parcela da produçãoo oriunda do extrativism mo. No quee tange as outras
o
principais espéciies de molu uscos bivalvves exploraddas comerciialmente noo Brasil, como o
berbiigão (Anoma alocardia brrasiliana), o sururu (Myytella falcata
a e Mytellaa guyanensiss) e a
lambreta (Lucina a pectinata), a sua pprodução ainda é quase totalmennte derivad da do
extrativismo (IBA
AMA, 2007), visto que quuando há iniciativas de cultivo elas se dão em escala
e
experrimental.
Os sistem
mas de cultivo de molusccos podem variar de simp
ples até mai s refinados, como
os lonng lines de grande
g escala, que utilizzam equipam
mentos mecaanizados. Noo Brasil, a maioria
m
dos ssistemas em mpregados é rudimentarr, de baixa escala e de e operação manual, sen ndo a
ativid
dade praticaada majorita ariamente ccomo fonte complementadora de renda e/ou em
MARICULTURA
A 6
cultivvos familiarees (Borghetti & Silva, 20008). No estaado de Santa
a Catarina, pprincipal pro
odutor
nacioonal, apenas uma minorria (7%) tem m capacidade e de contrattar três ou m
mais funcionários
para auxiliar no cultivo.
c A grande maioriaa dos produto %) é incapaz de realizar sequer
ores (81,43%
uma contratação (Machado, 2002).2
Outra importante questão, levanntada Ostrennsky & Boegher (2008), foi a necesssidade
de um planejam mento estraté égico e a o rganização dos
d produto ores, visandoo evitar posssíveis
conflitos e o "sufocamento" dos pequennos produto ores, caso ha
aja a implemmentação cu ultivos
emprresariais de grande
g escala.
Em contrraste com ass vantagens aassociadas ao a hábito filttrador dos bbivalves surgem as
preoccupações saanitárias, um ma vez que estes organismos podem ser bio acumuladores de
agenttes infecciossos e/ou toxxinas, além de metais pesados
p mo o zinco, cobre e chumbo
com
(Morelli et al., 20003; Vieira et
e al., 2008; SSiqueira, 2008). De acordo com o CCenter for Diisease
Contrrol and Preveention dos Estados
E Uniddos, 75% de todos
t os surrtos alimentaares são cau
usados
por ttoxinas pressentes em algumas
a esp écies de peeixe ou peloo consumo dde moluscoss crus
(Gareett et al., 199
97).
MARICULTURA
A 7
Ressalta‐sse que os dados anteeriores não consideram m a contribuuição dos peixes
p
diádrromos, como o salmão o, para os quais a engorda ocorrre, predomiinantemente e, em
ambientes marin nhos, sendoo esses respponsáveis por 6% do volume
v totaal da aquicultura
mund dial, o que coorresponde a duas vezess o volume da
d piscicultura marinha ((Roberts & Hardy,
H
2000).
Apesar dee ter contribbuído com appenas 3% do o volume tottal produzidoo pela aquicultura
em 2006 (1,85 milhões
m de toneladas), os peixes mariinhos foram responsáveiis por 8% do o valor
total gerado (FAOO, 2009). A relação entrre volume produzido e o valor geraddo para os peixes
p
marinnhos foi de 1 : 2,7, a maior dentre oss grupos cultiivados, como
o anteriormeente comenttado.
Em análisse realizada por Cavalli (2009), alémm do bijupirá, desponta m como esp pécies
com bom potenccial para a exxploração coomercial no Brasil:
B os rob
balos (Centroopomus paraallelus
e Cenntropomus undecimalis),
u a cioba (Lu tjanus analiss), a garoupa
a (Epinephellus marginattus), o
linguaado (Paralicchthys orbign
nyanus) e o pargo‐rosa (Pagrus pag grus). Em coomum, todas elas
possuuem boa aceeitação e valores de merrcado relativvamente alto os (CEAGESP,, 2010; CEASSA‐PE,
2010), além do que, a ciob ba, a garouupa e o parrgo‐rosa já figuram na lista de an nimais
sobreeexplotados ou ameaçados de sobrreexplotação o do Ministé ério do Mei o Ambiente e e da
IUCN (MMA, 200 05; IUCN, 20010). Com a ressalva de que a cioba e as duaas últimas não n se
adapttam a ambieentes estuarinos.
Os princip
pais entraves técnicos p ara o desenvvolvimento da
d cadeia prrodutiva de peixes
p
marin nhos no Brrasil, levanta ados por O Ostrensky & Boeger (2008), foram m, em ordem de
relevância: a inexxistência de disponibilida
d ade de alevin
nos em escala comercial,, a falta de rações
r
adequadas às esp pécies e a au
usência de árreas zoneadas para os cu
ultivos, somaadas a dificuuldade
de reegularização dos empreendimentos e a falta de in nfraestrutura
as de apoio aao mercado.
MARICULTURA
A 8
As princippais e iniciattivas e os avvanços conq
quistados peela maricultuura no Brasil e no
mund do serão discutidos esp pecificamentte em tópiccos subsequ uentes, assim m como oss seus
gargaalos e entravves. Mas, desstaca‐se quee o desenvolvvimento susttentável, em m escala comercial,
do cuultivo das esspécies aqui listadas, e de outras, pode
p auxiliarr futuramen te na reduçção da
presssão sobre oss estoques naturais,
n além
m de gerar todos
t os bennefícios soci oeconômicoos que
uma atividade ecconômica pla anejada podde promoverr. Ademais, as a tecnologi as de reproddução
que vvierem a ser desenvolvid das poderão auxiliar posssíveis projetoos de stock eenhancemennt, sea
ranchhing, repovoamento e ab bastecer banncos de criopreservação ded gametas.
MARICULTURA
A 9
2 A CADEIIA PRODUTIVA D
DA
MARICU
ULTURA NO
N PARA
ANÁ
2.1 P
PISCICULTURA MA
ARINHA
A piscicu
ultura marin
nha é, até hhoje, uma atividade
a com
mpletamentte inexplorad da no
litoraal paranaense. Não há reegistro de neenhum cultivvo em escala
a de subsistêência, familia
ar, ou
comeercial instaladdo no estado
o.
A baixa profundidade
p e das baías sseria outro fator
f ultar a installação de tan
a dificu nques‐
rede de grande volume.
v Além disso, com mo o litoral paranaense e é praticammente tomad do por
unidaades de consservação, o que
q poderia dificultar o licenciamento ambiental de uma ativvidade
aquíccola que exigge o uso conttinuado de ggrandes quan ntidades de ração.
r
Ou seja, se
s os empreeendimentos de cultivo viierem a ser instalados noo estado, o ideal é
que ssejam instalaados em zona
a marinha e não no interrior das baíass.
Por outro
o lado, os cu
ultivos de bij upirá ainda são bastantee recentes nno país e os dados
mostram que esssa ainda é uma
u atividadde de alto risco. A ausê
ência de proodução regular de
alevin
nos, a ausên
ncia de dema ais insumos em escala comercial,
c o elevado cussto de produ ução e
tambbém os altoss custos de investimento
i o, fazem co
om que os cultivos de bbijupirá não sejam
recommendados paara pequeno os investidorres e muito menos
m para empreendorres sociais. Essa é
uma atividade paara grandes empresas
e e eempreendedores.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 10
2.2 C
CARCINIC
CULTURA
2.2.1
1 Cultivoss de camarrões em vviveiros
marões no esstado do Parraná datam ddo final da década
Os primórdios dos cultivos de cam
de 19970 e início da década seguinte, quuando uma pequena fazenda foi innstala pela família
Schefffer no mu unicípio de Paranaguá.. Os viveiros eram abastecidos pela maré e o
emprreendimento o nunca cheggou a uma esscala verdadeiramente coomercial.
A Fazenda Borges inicciou suas atiividades no ano de 19800, com a criaação de buba
alinos.
Em 11988 começo ou a ser preeparada a innfraestruturaa para o pro
ojeto de culttivo de camaarões,
iniciaando timidam
mente a pro odução em 11993, experiimentalmentte e utilizanndo‐se em apenas
três ppequenos vivveiros. Em 1996 foi conccluída a construção dos 49
4 hectares dde espelho d'água
d
(maiss dois hectares de canal reservatório)
r ).
Até mead dos de 1997 7 a produtivvidade obtid da com o cu ultivo de es pécies nativvas na
fazen
nda (Farfanteepenaeus pa aulensis e Littopenaeus scchmitti) era bastante baaixa (cerca de 250
Kg/haa/safra). Foi nesse ano que,
q atravéss de uma parceria da Fazenda Borgees com o GIA A, foi
apressentado ao IBAMA uma projeto eexperimental para avaliação da viaabilidade técnico,
econôômica e amb biental da utilização da eespécie Litopenaeus vann
namei.
Os primeeiros povoam
mentos destaa espécie occorreram no o dia 29 de ooutubro de 1997,
eiro de 19988, ou seja, 70 dias
com as primeirass despescas ocorridas a partir do dia 06 de jane
após o povoameento, e com m produtividdade na primeira experriência de 6600 Kg/ha, tendo
alcan
nçado 1.200 Kg/ha em um caso e 1.1100 em outrro viveiro, coom uma méddia ponderada de
aproxximadamentte 1.000 Kg/h
ha/safra.
Contudo, mesmo obttendo Licençça Ambientaal de Operação (n.º 329//94), emitida a pelo
Instituto Ambienttal do Paraná, a fazenda Borges passsou a ter pro
oblemas com
m o IBAMA, que
q na
épocaa era a instiituição respo
onsável peloo gerenciame ento da APA
A de Guaraqqueçaba, e que
q se
negou a dar anuêência para o licenciamennto da fazend da, recomen
ndando ao IA
AP a suspenssão da
licençça emitida. Por isso, háá vários anoos a Fazend da Borges trrava uma veerdadeira ba
atalha
jurídica para tenntar regularizzar sua situ ação junto aos órgãos ambientais. Essa batalh
ha, de
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 11
gravees consequên
ncias econô ômicas para o empreendimento e para o empreeendedor, cau
usou a
suspeensão tempoorária das atiividades aquuícolas.
Em entreevista realizzada com o proprietáriio para este e PLDM elee relatou que as
dificuuldades encontradas pa ara o sucess o do seu em
mpreendimen nto são de oordem econôômica,
(faltaa de recursoss para invesstimentos e custeio das produção). Além
A disso, reclamou da
a falta
de caapacitação téécnica e da le
entidão dos óórgãos ambientais.
2.2.2
2 Cultivo de camarõ
ões em tan
nques‐rede
e
Paralelam
mente aos esforços da FFazenda Borrges e impulsionada pello bom mom mento
vivido
o o mercado o de camarõ ões no finall da década de 1990, a PUCPR, atrravés do CP PPOM,
comeeçou a desen nvolver estuddos técnicoss para o cultivo de camarrões L. vannaamei em tan
nques‐
rede.. Pelo menos dois projettos foram reealizados, soob a coordennação do Engg. de Pesca Javier
Gano oza Maquiaveello: 1) Cultivo Experimeental do Cammarão Marinho Litopenaaeus vannam mei em
tanquues‐redes emm diferentes densidades de povoame ento, na Baía
a de Guaratuuba (entre 19
998 e
1999); 2) Cultivo Experimental do Camarrão Marinho Penaeus pa aulensis em ttanques‐redees em
difereentes comunnidades, na Baía
B de Guarratuba (em 1999).
No início dos anos 20000 uma noova atividade e, divulgada como inovaadora e altammente
lucrattiva, começoou a ser prop
palada no litooral paranae
ense: a produção de cammarão marinh ho em
tanquue‐rede. A attividade logo
o atraiu a attenção de muitos investidores intereessados nessse tipo
de invvestimento (Pereira,
( 200
04).
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 12
Alguns emmpresários e técnicos se uniram, cap
pitaneados por Augusto G Gonçalves Fiilho, e
criaraam a Centrall de Peixes, Camarões
C e Moluscos do
o Brasil Ltda. (CPCAM), uuma empressa que
se prropunha a caaptar recurssos junto a iinvestidores,, investir na produção dde camarõess para
isca‐vviva e tambéém produto fresco, com ercializá‐los,, cobrar uma a comissão ppelas operaçções e
dividiir o lucro enttre os investidores.
Os tanqu
ues‐redes empregados
e na manutenção dos camarões são basicam mente
o confeccionados em pol ietileno, tendo 2 m de co
semeelhantes. São omprimentoo, 2 m de larggura e
2md de profundid
dade, contanndo ainda coom 4 ou 6 fluutuadores (b
bombonas pllásticas de 100
1 ou
150 ll) e com umm flutuante de madeira posicionado o ao redor dos tanquess e que serve de
plataforma para realização
r do
o manejo.
Duas esp
pécies costum mam ser coomercializadaas pelos pesscadores arttesanais loca ais (L.
mitti e L. vann
schm namei). Os espécimes naativos costummam ser captturados no i nterior da baía de
Guaraatuba utilizaando‐se emb barcação a reemo ou mottorizada (Me endonça, 19998) e com auxílio
a
de taarrafas ou dee gerival (um
ma rede cônicca, de 2,5 a 3 m de larggura, arrasta da por corda
a pela
embaarcação) (Chaves e Robert, 2003). Deepois de cap pturados, os camarões sãão acondicionados
em taanques de plástico (bom mbonas recorrtadas ao meeio) na próprria embarcaçção de pesca a Já os
juvennis de L. vannnamei têm ses tornado caada vez mais frequentess na pesca essportiva locaal, por
ser faacilmente addquirido de produtores localizados na região no orte de Santta Catarina e pelo
fato dde sua dispoonibilidade não
n estar suujeita às variiáveis climátticas e sazonnais, como ocorre
o
com o os camarõess oriundos da a pesca.
Os animaais adquiridos do estado vizinho são despescadoss dos viveiroos das fazend
das de
cultivvo e transportados em sa acos plásticoos, contendo
o cerca de 20
0 L de água e 40 L de oxiggênio,
duran nte aproxim madamente de d 3 a 4 hh. Em algum mas ocasiõess não é adiicionado oxigênio
artificcialmente.
A CADEIA PR
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A NO PARANÁ 13
Em ambo os os casos, os
o camarõess são transpo ortados até a área ondee estão localiizados
os tanques‐rede, nos quais são mantidoss até o mom mento da ven nda. Após a venda os an nimais
são rretirados doss tanques‐reede com auxíxílio de um puçá
p ados para o transporte, pelos
e coloca
pescaadores espo ortivos, em bombonas pplásticas de cerca de 50 5 L ou noss compartim mentos
existeentes nas próprias em mbarcações utilizadas na pesca esportiva,
e cconhecidos como
"viveiros". Lá são p períodoss de 2 a 6h, até serem empregados ccomo isca‐viva na
o mantidos por
pescaa de espécies como ro obalo (Centrropomus spp), oveva (LLarimus breeviceps), escrivães
(Eucinnostomus sp pp), betaras (Menticirrhhus americannus e M. littoralis) e caaratinga (Eug
gerres
brasillianus) (Chavves e Robert, 2003).
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 14
2.3 O
OSTREICU
ULTURA
A ostreiccultura é umma atividadee que ensaiia seu desenvolvimentoo como ativvidade
econô ômica no esstado do Parraná há vári os anos. Seggundo Simon & Silva (20006) os prim
meiros
registtros de cultiivo de ostra
as na baía d e Guaratubaa datam da década de 50. Os extra atores
coletavam as ostras no mangue e faziaam uma selleção dos exemplares. Aqueles que e não
atingiam o tamaanho comerrcial eram ccolocados so obre a lama, onde eraam mantido os até
atingirem a fase de
d terminaçã ão.
A partir da
d década dee 1990 intenssificaram‐se as ações do Poder Públi co com o ob bjetivo
de foomentar a attividade. Umm dos primei ros registross de tentativva de promoover a maricultura
como o atividade geradora
g de renda e dee autoempre ego para as comunidadees tradiciona ais do
litoraal norte paraanaense foi o projeto dee extensão universitária
u intitulado ""Desenvolvimmento
Susteentável em Guaraqueça aba", realizaado de 1995 5 a 2002. Seu
S objetivoo foi desenvvolver
estud dos experimeentais de agrrossilviculturra e aquiculttura, fazendo
o parte das aações definid
das no
Termmo de Coopeeração Conju unta, firmadoo entre o Governo do EstadoE do P araná, atravvés da
Secreetaria de Estado do Pla anejamento, a Associatiion de Rech herche Interrdisciplinaire pour
L’Envvironnement et lê Développement ‐ HOLOS e a Universidad de Federal doo Paraná (PROEC,
2009).
Também em 1995 foi criado peloo Governo do Estado do Paraná o prrojeto Baía Limpa,
L
que ttinha como objetivo
o mobbilizar os pesscadores arttesanais para
a a recuperaação dos estoques
de pescado, atraavés da lim
mpeza e desspoluição de e baías em Guaraqueçaaba e Guara atuba,
beneficiando 9400 famílias de
d pescadorres artesanais em quarenta comunnidades do litoral
parannaense.
Outro prrojeto criado o pelo goveerno Jaime Lerner, o "Paraná 12 Meses", tam mbém
fomeentava a insttalação de novos emprreendimento os sociais de
e ostreicultuura. Estruturras de
cultivvo eram doaadas aos pescadores caddastrados. Po e outros prooblemas, os novos
orém, dentre
produ utores continuavam de ependendo do trabalho o de extração de sem entes de bancos b
naturrais, o que leevou ao desin
nteresse e aoo insucesso da
d maior parrte dos cultivvos.
A CADEIA PR
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A NO PARANÁ 15
Guaraaqueçaba. O projeto foii orçado em
m R$ 112.000
0,00 (valoress da época) e financiado
o com
recurrsos do Fundo Estadual do
d Meio Ambbiente.
No entan nto, com o fim do governno Jaime Lerrner e início do Governo Requião, hoouve a
decreetação de moratória
m do
os contratoss estabeleciddos pelo go overno anteerior, metade dos
recurrsos previsto
os acabou não sendo libe rado, comprrometendo os o objetivos iiniciais.
Segundo Caldeira (2004) e Abshher & Calde eira (2007) em 2004 a ostreiculturra era
praticcada em pelo menos 20 comunidad es do CEP (TTabela 1). De e acordo infoormações ceedidas
pelo Instituto dee Pesquisas Ecológicas ‐ IPÊ, esse número tem se mantiido relativam mente
consttante, sendo
o que atualm
mente (dadoss de 209 e 2010)
2 a ostre
eicultura é ppraticada em
m pelo
meno os 23 comunnidades do CE
EP (Tabela 2)).
A CADEIA PR
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A NO PARANÁ 16
Taabela 1. Número aproxima ado de famíliaas por comunidade, relacio
onado ao núm
mero de famíliias
envolvvidas com a maricultura
m noo Complexo Estuarino
E de Paranaguá
P em
m 2004.
% aproximada a de
Número Númeero de % em relação ao
Com
munidades famílias envolvvidas
aproximado de famíílias nnúmero total de
d
do CEP naa ostreicultura na
famílias maricuultoras emmpreendimen ntos
comunidade e
Vila d das peças 110 2 1,8 2,5
Gu uapicum 6 2 33,3 2,5
Meedeiros 50 9 18 11,5
Ilhha Rasa 50 10 20 12,5
Almeida 100 Mais dde 20 + de 20 Mais de 25
Pontaa do Lanço 12 3 2,5 3,75
Tibbicanga 40 1 2,5 1,25
Poruquara 16 15 93,75 18,75
SSebuí 16 4 25 5
Vilaa Fátima 15 9 60 11,25
Caanudal 5 3 60 3,75
Baarbados 20 1 5 1,25
Eurropinha/
12 1 8,3 1,25
N
Nácar
TTOTAL 452 Mais dde 80 Mais de 17 100
004).
Fontee: Caldeira (20
Tabeela 2. Número
o aproximado
o de famílias ppor comunida
ade, relaciona
ado ao númerro de mariculttores
em cada
c comunid
dade no Compplexo Estuarinno de Paranagguá em 2009‐22010.
% aproximada a de
Número Númerro de % em relação ao
Comu
unidades famílias envolv
vidas
a
aproximado de
d famíllias nnúmero total de
do
o CEP na
n ostricultura
a na
famílias mariculltoras emmpreendimen ntos
comunidade e
Almeida 64 144 21,9 15,7
Med deiros de
50 122 24 13,5
B
Baixo
Vilaa da Ilha
50 100 20 11,2
R
Rasa
Purruquara 19 7 36,8 7,9
Vilaa Fátima 13 6 46,2 6,7
Engen nho Velho 5 5 100 5,6
Vila Mariana 14 5 35,7 5,6
Taqu uanduva 20 4 20 4,5
Caanudal 7 3 42,9 3,4
SSebuí 15 3 20 3,4
Vila d das Peças 70 3 4,3 3,4
Med deiros de
4 2 50 2,2
C
Cima
Saco o da Rita 5 2 40 2,2
Guaapicum 15 2 13,3 2,2
Masssarapuã 16 2 12,5 2,2
Barbados 19 2 10,5 2,2
Portto Velho 2 1 50 1,1
Ilha d do Benito 4 1 25 1,1
N
Nácar 6 1 16,7 1,1
A CADEIA PR
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A NO PARANÁ 17
% aproximada a de
Número Númerro de % em relação ao
Comu
unidades famílias envolv
vidas
a
aproximado de
d famíllias nnúmero total de
do
o CEP na
n ostricultura
a na
famílias mariculltoras emmpreendimen ntos
comunidade e
Eurropinha 6 1 16,7 1,1
Po
onta do
10 1 10 1,1
LLanço
Troomomô 25 1 4 1,1
Tib
bicanga 56 1 1,8 1,1
TOTAL 495 899 18 100
FFONTE: IPÊ 20
009 e 2010, prresente estuddo.
2.3.1
1 Sistema
as de cultiv
vo de ostraas empreg
gados no Paraná
Os sistem
mas de cultivvo utilizadoss pelos prod
dutores de ostra
o no Parraná são basstante
diversificados e usualmente
u muito pouc o tecnificados. Alguns produtores,
p iinclusive, uttilizam
mais de um sisteema de produção. As freequências de e ocorrênciass dos sistem
mas de cultivo o e as
comuunidades quee os desenvo olvem são appresentados na Tabela 3.
Tabeela 3. Frequên
ncia de ocorrê
ência de uso ddos diferente
es sistemas de
e cultivo de osstras utilizado
os no
Paraná
P e as coomunidades que
q os utilizamm.
Técnnica de FFrequência de
e
cultivo ocorrência de
e Comunid
dades que desenvolvem a técnica
utillizada cada técnica1
Europinnha, Medeiro os de Baixo o, Massarap uã, Vila Ma ariana,
Cultivvo na Taquannduva, Engenho Velho, Alm meida, Pontaa do Lanço, Vila
V da
lama 17 Ilha Raasa, Ilha do o Benito, Tromomô, Guaapicum, Barbados,
Canudaal, Sebuí, Saco
o da Rita e Porrto Velho.
Cultivvo em Vila Fáttima, Vila das Peças, Guapicum, Puruquaara, Ponta do Lanço
6
mesass e Nácarr.
Cultivvo em Barbad os, Vila das Peças, Tibicangga, Puruquaraa, Medeiros de
e Cima
14
long‐lline e todoss os 9 produto ores de Guarattuba.
FO ONTE: IPÊ 200
08 e 2009 (dad
dos não publiccados), Institu
uto GIA (presente estudo).
Os cultivoos de fundo
o (Figura 1 e Figura 2) ses mostram bastante diifundidos no o CEP,
sendoo utilizado em
e 17 das 233 comunidaddes visitadass (Tabela 3). Nesse sistem
ma os organismos
são ccolocados para
p engorda diretamennte no fund d regiões entre‐marés dos
do lodoso das
manggues ou de locais próximmos às comuunidades. Alggumas unida ades podem ser cercadas com
madeeiras para sinalização, demarcação
d do território ou controle da preddação por peixes.
p
Algum am entre 10 e 100 m2.
mas não são sequer sinallizadas. Suass áreas aproxximadas varia
1
A
Algumas comunidades dese envolvem ma is de uma téccnica de cultivo, por esse m
motivo, o valorr da
so
oma das frequuências de ocorrência não é compatível ao número de d total de coomunidades queq
realizam ostreiccultura.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 18
Figura 1 ‐ Cultivo
o de ostras naa lama da com
munidade da Vila
V da Ilha Raasa.
Fonte:: Guilherme Caldeira
C
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 19
Figgura 3 ‐ Técnica de cultivo de ostras em
m mesas desen
nvolvido no CEEP.
Foonte: Guilherm
me Caldeira
No cultivoo em mesas, os próprioss ostreiculto ores, normalm mente auxiliiados por téccnicos
mais especializad dos, constrooem as estr uturas. Na maioria dass comunidaddes, as messas de
concrreto estão sendo
s utilizadas há quasse dez anos, revelando sua alta duurabilidade, o que
influeencia positivvamente os resultados
r ecconômicos dos
d empreen ndimentos. JJá para o casso das
mesaas feitas comm PVC e ferro o, segundo ttécnicos envo olvidos com a atividade, os resultado os são
desfaavoráveis no o sentido de e deterioraçãão dos matteriais. No casoc das meesas de concreto,
entreetanto, a escolha do loca al onde será instalada a unidade
u deve
e ser criterioosa, em virtu
ude da
dificu
uldade de traansferir as esstruturas de lugar e de retirar o material do locaal após encerrrados
os cuultivos. As deensidades de e cultivo pratticadas peloss que semeiaam sobre meesas variam de 15
2
a 25 dúzias por metro
m quadrrado . A áreaa de cultivo em mesas podep variar dde 2 a 120 m2 por
emprreendimento o.
2
Pereeira et al. (200
01) verificaram
m que para a região de Can
nanéia, entre as densidadees de 10, 15, 20
2 e 25
m2, a densidade de d cultivo que e proporcionaa uma maiorr produção fin nal é a de 255 dúzias por metro
quadrrado.
3
Na ccomunidade de d Medeiros, onde em carááter experime ental são utilizadas sementtes provenienntes de
laboraatório, foi verificado o uso de lanternas ccom malha de
e 2mm.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 20
quantidade de ostras
o por lanterna é de aproxim madamente 15 dúzias. Normalmen nte as
lanternas são su
uspensas a cada um m metro de corda
c (espaççamento enntre lanternas de
4
aproxximadamentte meio metrro) . Já os traavesseiros podem
p ter differentes tam
manhos e em
m cada
um podem ser co
olocadas entrre 5 e 15 dúzzias de ostras.
Figu
ura 4 ‐ Cultivo de ostras em
m sistema de lo
ong‐line na baía de Guarattuba.
Fo to: Instituto GIA.
G
4
A deensidade de 5 dúzias de osttras por anda r e o espaçam
mento de meio
o metro entree as lanternas são os
mais utilizados em
m Santa Catarrina e são reecomendados pelos técniccos do EPAGRRI‐ SC (Empre esa de
Pesquuisa Agropecuária e Extensãão Rural de Saanta Catarina)).
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 21
Figuraa 6 ‐ Travesseiiros utilizadoss no sistema de
d cultivo de ostras em lonng‐line.
Foto: Guilherme Caaldeira
Em algun
ns casos, com
mo em Medeeiros de Baixxo, os resulta ados econôm micos obtidos com
a atiividade perm mitem, alémm da renovvação, invesstimentos na a ampliaçãoo das estru uturas.
Contu udo, em algumas comun nidades, novvamente a de d Medeiros de Baixo enntre elas, exxistem
pescaadores que estão
e interesssados em in iciar atividad
des de cultivo utilizando long‐line ma
as não
possu uem capital para iniciar a atividade.. Nesses cassos, a opção por outras técnicas, co omo o
cultivvo na lama e em mesas parece
p descaartada em função de tenttativas mal ssucedidas e da
d sua
baixaa competitividade frente às utilizadass pelos atuaiss produtoress dessa comuunidade.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 22
tanto
o para o man
nejo quanto para a comeercialização, pode ser realizada em qqualquer con
ndição
5
de maré .
Alguns prrodutores affirmam, tammbém, que a mortalidade das ostrass é maior qu uando
são ccultivadas so
obre mesas. Essas morrtalidades occorrem norm malmente eem períodos mais
quentes e, segu undo os enttrevistados, estariam asssociadas àss maiores ttemperaturas nos
extratos superiorres da lâminaa d’água e a o maior temmpo em que as ostras sãoo expostas ao a sol.
Em dduas comun nidades (Vila
a das Peçass e Puruquaara) esses fatores
f fizerram com que os
produutores optasssem por rea alizar uma eespécie de roodízio dos sisstemas de c ultivo. Nos meses
m
do outono e inverno são uttilizadas messas e, com a aproximaçção do verãoo e aumentto das
tempperaturas, as ostras são transferidas ppara os long‐‐lines.
5
A manipuulação das ostras cultivadaas na lama e em
e mesas devve ser realizadda em condições de
maré baixa, quando
o as unidadess encontram‐sse emersas.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 23
diminnuição do oxxigênio disso olvido e atéé para a euttrofização do
o local. Nas comunidades do
Guappicum, Almeida e Ilha Rasa, por exeemplo, existtem relatos de elevadass mortalidad des de
ostras cultivadas na lama. Esssas mortalidaades estariam ficando mais
m intensas com o passa ar dos
anos de utilizaçãoo da área dee cultivo e exxistem produ
utores que associam
a esssas mortalida
ades a
alteraações nas características do sedimennto.
2.3.2
2 Produçã
ão de sementes em llaboratóriio
O Centroo de Produçã ão e Propaggação de Orrganismos Marinhos‐CPP
M POM/PUCPR R, está
localiizado junto à praia de Caieiras, noo município de Guaratub ba, litoral p aranaense. Como
partee de seus obbjetivos instittucionais, o CPPOM ded
dica‐se ao deesenvolvime nto da tecnologia
de produção dee sementes de ostra n ativa Crasso ostrea sp., visando
v ate nder a demmanda
existeente em todo litoral para
anaense.
Em marçço de 2008 foram disttribuídas ass primeiras sementes dde ostras nativas
produ
uzidas pelo CPPOM. Ta
al distribuiçãão se deu como
c parte de uma peesquisa visan
ndo o
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 24
acommpanhamento dos índice es de cresciimento desttas sementes em difereentes sistem
mas de
cultivvos localizado
os nas baias de Guaratubba, Paranagu
uá e Guaraqu
ueçaba.
A quantid
dade distribu uída para cadda produtor foi decidida em reunião conjunta en ntre os
técnicos do CPPOOM, a AGUAM MAR e a Emaater‐PR, ficando acordad do que o núm mero de sem
mentes
que ccada produtoor teria direito a receberr estaria vincculado à capa
acidade de aacondicionam
mento
de seementes e à experiência
e do
d produtor no manejo de d sementess produzidas em laboratóório.
Utilizando
o esses crité
érios, cerca dde 150.000 unidades, coom comprimmento entre 0,5 e
1,0 cm, foram disstribuídas en
ntre cinco prrodutores daa baía de Gu
uaratuba, cadda um receb
bendo
uitamente entre 10.000 e 50.000 unidades caada. A proposta era quue os produ
gratu utores
bessem visittas mensais dos técniccos do CPPO
receb OM para monitorar
m o crescimentoo das
semeentes e prommover a capaccitação dos pprodutores.
2.3.3
3 Uso de coletores
c de
d sementtes
A práticaa de coleta de
d sementess para emprego nos cultivos marinnhos é ainda a uma
ativid
dade pouco ou nada dessenvolvida n o estado do o Paraná, sen
ndo muito raaros os relattos de
mariccultores quee obtém sua as sementes a partir do uso de cole etores. Seguundo o maricultor
Elvisley da Rocha, da comu unidade de CCabaraquaraa, as razõess para isso incluem tan nto as
uldades na lo
dificu ocalização de
d bancos naaturais abun ndantes em sementes, ccomo també ém no
discernimento so obre qual esppécie de ostrra de fato ap
presente resultados zoottécnicos positivos,
uma clara referrência ao maiorm poten cial de cresscimento de e Crassostreea brasiliana em
detrimmento de C. rhizophoraee.
A grandee maioria dos maricultorres do estado acaba porr adquirir juvvenis de osttras já
pronttos ou pratticamente prontos
p paraa a comercialização, co
om aproxim madamente 5 cm,
fazenndo apenas o processo de d terminaçãão em seus cultivos. O grande
g cent ro distribuid
dor de
ostras jovens parra abastecerr os cultivos é o municíp
pio de Parannaguá. As osttras são extraídas
por eextratores daas baías de Paranaguá
P e Guaraqueçaaba e vendidas para interrmediários que
q as
comeercializam emm caixas plássticas.
Assim, im
mplantar uma a cultura de cultivar ostras desde a fase de sem
mentes quer sejam
proveenientes de cultivo
c em la
aboratório, qquer sejam provenientes
p s do uso de ccoletores, será um
grand
de desafio a ser superado. Atualmennte o cultivo é realizado por
p curto peeríodo de tem mpo e
com ggrande presssão sobre oss estoques naaturais de osstras.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 25
2.3.4
4 A extra
ação de osstras nos bbancos na
aturais do Complexo
o Estuarin
no de
Paranagguá e da Baía
B de Guaaratuba
2.3.4.1 Situação
S attual
Não existte um controole efetivo qquanto ao núúmero extrattores de ost ras que atua am no
estad
do. Estimativvas indicam m que apen as em Guaaratuba, ond de mais de 85% das ostras
"cultiivadas" são adquiridas
a de outros muunicípios, cerrca de 20 exttratores inteercalem atividades
de exxtração de ostras,
o marisscos e carangguejos, de acordo
a com a época do ano ou dem manda
apressentada. No CEP o núme ero de extrattores é desco
onhecido.
A opção pelas ostra as maiores é permeadaa por critérios econômiicos relacion nados,
principalmente, ao a retorno financeiro maais rápido e ao menor rissco de mortee das ostras até o
mommento da comercializaçã ão. Essas ca racterísticass contribuem
m para certaa indefinição dos
perío
odos de safraa: a maior parte
p das semmentes (com m pelo meno os 4 cm de aaltura) é colocada
para a engorda durante
d os meses do o utono e no inverno (ab bril a agosto ), aproveitando o
perío
odo de "tempo frio", que segundo oos ostreiculttores é favorável para o crescimentto das
ostras. Essas ostrras permaneccem em pro cesso de enggorda até o momento daa comercializzação,
que ocorre prin ncipalmente nos mesess de verão, quando a demanda pelo produ uto é
signifficativamente maior devido à tempo rada turística. Entretanto o, a disponibbilidade de bancos
b
com o manho come
ostras de tam ercial ou próóximo permitte que os proodutores reaalizem a repo osição
de osstras mortass ou vendida as, mesmo ddurante os meses
m da prrimavera e ddo verão. Em mbora
existaam relatos de
d que a morrtalidade dass ostras retirradas dos bancos naturaiis e colocada as nos
cultivvos durante o verão seja maior, a graande demanda do merca ado e a poss ibilidade de lucro,
contrribuem para a ocorrência a dessa práti ca.
Em todass as comunid
dades a maiooria dos prod
dutores realiza as incursõões para cole
eta de
semeentes. Entretanto, em algumas co munidades visitadas também ocorrre a compra de
semeentes para o uso nos cultivos. Oss preços variam de acordo com a comunida ade, a
quantidade e o tamanho,
t co
ontudo, não existe uma padronizaçã ão bem definnida dos pre eços e
tamanhos das seementes vendidas. Em 2 004, de acordo com Caldeira (20044), a dúzia cu ustava
6
entree R$ 0,30 e R$
R 0,80 .
Na baía de
d Guaratub ba, as ostrass são igualm
mente extraíd das sem quaalquer controole ou
planeejamento, a partir de baancos naturrais e são ve endidas em tamanho coomercial ou ainda
comoo sementes. As sementes extraídass são utilizadas nos culttivos, emboora alguns poucos
produutores optem etirada das s ementes aderidas
m por estruturas coletorras específicaas ou pela re
às prróprias estrruturas de cultivo.
c Em função da limitada disponibilidadde, raramen nte as
semeentes são proovenientes de laboratórioos.
6
Paraa facilitar a co
omparação os preços das sementes ve endidas em caixas foram ttransformado
os para
preço
os da dúzia, co om base nas informações oobtidas sobre as quantidades aproximaddas de sementtes em
uma ccaixa.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 26
Apesar de
d uma prod dução que nnão consegu ue sequer atender
a a d emanda loccal, os
bancoos naturais da baía de d Guaratubba encontraam‐se inten nsamente exxplorados, tendo
destaaque o rio das Ostras, rio Fundo, rioos dos Mero os, ilha do Marigui
M e Maar das Abelh
has. A
mesmma realidadee se repete na Baía de Paaranaguá. Po orém, como a baía é muitto maior quee a de
Guaraatuba, os effeitos ambie entais dessa exploração são menos sentidos ainnda, situação que
tendee se modificaar a partir do
o fomento daa produção de
d ostras no estado.
É importaante lembrarr que no CEPP, além da prressão exerccida pelos paarques ostreíícolas,
existeem a pressão exercida pela
p extraçãoo de adultas para a comercialização,, pela extraçção de
ostras pequenas para a ven nda na form ma aferventaada e desco onchada, e ppelo comérccio de
semeentes para empreendime entos de Cannanéia. Esta última prática foi verifi cada por Caaldeira
(20044) em algumas comunida ades visitadaas no setor Pinheiros e ta
ambém pela equipe técnica do
Instituto GIA. Sobbre as sementes vendidaas para prod dutores de São Paulo, é bom lembra ar que
deixaam de contrribuir com o repovoam mento dos bancos
b natuurais de osttras do com mplexo
7
estuaarino .
7
Seguundo GALVÃO O et al.(2000) na
n região de CCananéia existem exemplares de ostras dde 2 cm de altura já
em faase de desova. Assim, as ostras colocadaas para a engo
orda podem co
ontribuir paraa o pool de ga
ametas
e repoovoamento doos bancos natturais.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 27
Corroborando com Miranda (20004), verificcou‐se que a aplicaçãoo de mecan nismos
formaais de regullação de ace esso às ostrras é extremmamente resstrita: o tam manho mínim mo de
captuura (5 cm de comprimentto de conchaa) estabeleciido pela SUD DEPE, atravéss da Portariaa n° N‐
40 dee 16 de dezeembro de 19 986, não é reespeitado peelas operaçõões de cultivoo. Por sua vez, no
Merccado Municipal de Para anaguá ‐ MM MP podem ser encontradas ostras provenientes do
extrativismo (parra comercialização diretaa) de tamanhos maioress do que os ppermitidos por p lei
(de até mais que 10 cm de comprimentoo de concha)). A aplicação o do períodoo anual de defeso
d
estipulado por esssa portaria (18
( de dezem mbro a 18 de e fevereiro) também
t podde ser consid
derada
restriita. Ainda, nos períodos de atuação mais intensaa dos agente es de fiscalizzação, percebe‐se,
tantoo em ostreiccultores qua anto em exxtrativistas, a adoção de d estratégiaas para drib blar a
fiscalização, como a realização de incurrsões noturn nas para a coleta e trannsporte de ostras.
o
Confoorme Caldeiira (2004), em e conversaas com os ostreicultore es e comercciantes do MMP,
perceebe‐se uma oscilação (de ano para ano) da atu uação e rigor dos agentees de fiscalizzação.
Segun ndo eles, esssa oscilação na aplicaçãoo dos períoddos de defesso pode conttribuir para o fato
de qu ue proibiçõees da comerrcialização ddas ostras em m virtude do os períodos de defeso sejam
assocciadas por alguns consumidores a qquestões de qualidade sanitária
s doss produtos, o que
estaria trazendo efeitos
e prolo
ongados de rresistência ao
o consumo.
Já a eficiêência de form
mas comunaais e individu uais de regulação de aceesso é fortemmente
influeenciada pelaa distância das vilas ((ou das cassas dos pesscadores) atté os locaiss que
consideram estraatégicos parra a obtençãão do recurrso, bem co omo por alggumas estratégias
adotaadas pelos extrativistas
e para a sua bbusca (como o as incursõees feitas à nnoite). Na Vila das
Peçass, a localizaçção e o posiccionamento da vila favorecem o con ntrole dos coomunitários sobre
os boosques nos quais realizam a, 2004). Nass comunidad
m suas práticcas extrativisstas (Miranda des de
Europ pinha e Nácaar, a proximidade entre as casas doss moradoress e as pedrass de onde re etiram
as osttras contribuui para uma intensa e quuase total reggulação de acesso para ppessoas de fo ora da
comu unidade.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 28
Entretantto, a ineficiência dos meecanismos fo ormais e trad
dicionais de rregulação so obre o
acessso às ostras coloca em dúvida
d a viabbilidade das atividades de cultivo e eextração de ostras
quando consideraamos um ho orizonte de loongo prazo. Além disso, em todas ass comunidad des os
depoimentos apo ontam para uma diminuuição dos baancos natura ais de ostrass, bem como o para
uma dificuldadee crescente nos proceessos de trrabalho rela acionados à sua obte enção,
oborando com
corro m informaçõ ões obtidas ppor Miranda (2004). Em muitos casoos, isso é atriibuído
ao auumento da população
p dee algumas v ilas e à crescente pressãão que moraadores de ce entros
urbannos (principaalmente Para anaguá e Anntonina) exerrcem sobre o recurso. Asssim, é nece essária
uma maior interaação entre instituições dde pesquisa,, agentes de e fiscalizaçãoo, ostreiculto
ores e
extrativistas na busca
b de meccanismos efiicientes que reforcem a viabilidade dde longo pra azo da
explo
oração das osstras.
Uma alteernativa para suprir a ddemanda do os ostreicultores por seementes seriia sua
produ
ução em ammbiente contrrolado. Entreetanto, a insstalação e manutenção dde laboratórios de
produ
ução de larvas de ostras demandam investimenttos relativam mente altos e longo perío
odo de
pesqu
uisas. Nos últimos
ú anos, algumas comunidade es do CEP como
c Meddeiros de Ba aixo e
quara, receberam juvenis de ostr a do CPPOM para tesstes de dessenvolvimentto no
Puruq
ambiente. Segundo alguns produtores b eneficiados, os resultados de cresciimento das ostras
o sendo conssiderados ótimos.
estão
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 29
difereentes técniccas de cultiivo utilizadaas), a capaccidade de produção
p e regularidadde no
forneecimento de sementes proporcionad
p do por esse laboratório, e as diferenntes condiçõ
ões de
8
acessso dos produ
utores a essas sementes .
2.3.4.2 A problemá
ática da exxploração dos banco
os naturaiss
Dada a proximidade
p oral norte do Paraná, o que se obsservou
de Cananéi a com o lito
desdee então foi um crescen nte deslocammento dos intermediários, que coompram as ostras
coletadas por exttratores do estado
e do Paaraná. Com isso, pressão
o sobre os bbancos naturais de
ostra nos mangueezais paranaenses aume ntou drasticamente na última
ú décad a.
8
No p
presente, o accesso a esse canal
c de forneecimento de sementes
s parece limitado aaos produtores que
receb
bem assistência técnica. Se egundo os proodutores as sementes
s cusstariam em toorno de R$ 15,00 o
milheiro.
9
O qu
ue pode ser possível,
p considerando o grrande potencial da espécie
e para o melhhoramento geenético
evidenciado por ABBSHER (1989)..
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 30
Segundo Absher et al. a (1997) háá uma intenssa e desorde enada explooração dos bancos
b
naturrais de ostrass no litoral paranaense.
p EEsse padrão de exploraçã
ão também é causa da grande
g
dificu
uldade em ses encontrarrem indivíd uos de tamanho comerrcial satisfatóório, como já j era
relataado pelos au
utores há mais de uma déécada em várias áreas da a Baía de Parranaguá.
Erse & Beernardes (20 008) afirmarram que a exxploração de este recursoo natural, baseada
someente no extrrativismo não é sustenttável e acaba por ameaçar os estoqques natura ais. Os
autorres realizaram um levan ntamento doos estoques da ostra Cra assostrea sp.. em três bancos
b
naturrais distintoss (na Ilha da Cotinga, na foz do Rio Maciel e na foz do Rio BBiguaçú). Em m cada
bancoo foram feitas três amostragens aleeatórias duraante a maré baixa de sizzígia, utilizan ndo‐se
de umm quadrado o de amostra agem com ddimensão de 30x30 cm. Observou‐see que o ban nco da
Ilha d
da Cotinga apresentou
a valores
v signifficativamentte maiores se comparaddos com o do o Rio
Macieel e do Rio Biguaçú. Não N foram rregistradas diferenças
d significativas entre os valores
biométricos enco ontrados entre os bancoss amostradoss nos respecttivos bosquees.
O menorr número de e ocorrênciaa foi observvado no Rio Maciel, o que parece estar
relaciionado com a maior varriação da sa linidade e da corrente, uma vez qu e segundo alguns
a
autorres (Bousfieeld, 1955; Wood
W & HHarges, 1971; Absher et al., 19889) estes fa atores
influeenciariam naa dispersão das
d larvas de ostras ao lo
ongo de um estuário.
e Seggundo Nascimmento
(19833), as larvas que
q se fixamm em um bossque protegid do, tal como
o o estudado por este auttor na
ilha ddas cobras, são
s provenie entes dos addultos do prróprio bosqu
ue, que, apóós completarrem o
ciclo larval, enconntram‐se novamente nass imediaçõess do banco dos
d progenittores, o que talvez
possaa indicar um comportamento similar nos indivídu uos do bosquue protegidoo no Rio Biguaçú.
Segundo Absher et all. (1989) alguuns bivalves são influencciados pela ddisponibilida
ade de
alimeento e níveeis de eme ersão/submeersão os quais
q têm sido responnsabilizados pelo
cresccimento diferrencial ao longo do temppo. Como esstes parâmettros ambienttais são favoráveis
na Ilh
ha da Cotingga, onde a menor
m influêência da variiação da maré e da salinnidade torna am as
condições próxim mas às ideaiss para a dispponibilizaçãoo de alimento às larvas planctônica as, os
resulttados obtido
os são coeren ntes com o qque seria esp
perado.
A preocuupação com o efeito doo extrativismmo como attividade ecoonômica sob bre as
populações de ostras
o não é recente. CCadernas (19984) relatou uma inten sa exploraçãão de
banco os naturais de
d ostras na costa oestee do México. Mancera & Mendo (19996) demonstram
indíciios da exploração irresponsável, com
m métodos predatórios,
p de bancos nnaturais de ostras
o
ocorrrida na Colômmbia.
No Brasil,, acredita‐se
e que a obtennção de ostrras de forma
a exploratóri a e sem o co
orreto
geren
nciamento seeja determin nante para o declínio doos estoques naturais. Ost
stras são extraídas
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 31
sem qualquer co
ontrole ou planejamentoo e vendidass em tamanho comerciaal ou ainda como
semeentes.
Se, por um
u lado, parrece indiscu tível a impo ortância da aquicultura
a para a segu
urança
alimeentar das reggiões litorân
neas ‐ direitoo do homem m a ter acessso físico e eeconômico a uma
alimeentação suficciente, segurra e nutritivaa para uma vida
v ativa e saudável (Casstilho et al., 2007)
‐ep para o futuro o imediato das
d comuniddades de pe escadores artesanais ‐, ppor outro, teem‐se
apontado recentemente uma série de pproblemas socioambienttais ocasionaados por prráticas
predaatórias, em estreito parralelismo com m as tendênncias observvadas no dessenvolvimen nto da
pescaa e da agricultura modernas (Vinateaa & Vieira, 20 005).
Em funçãão da limitad
da disponibillidade, rarammente as sem mentes utilizzadas nos cuultivos
paran naenses sãoo provenienttes de labooratórios. Ass sementes extraídas sãão utilizadas nos
cultivvos, embora alguns pouccos produtorres optem po or estruturass coletoras eespecíficas ou
u pela
retiraada das semeentes aderidas às própriaas estruturass de cultivo.
Alternativvas de gestão
o da mariculltura foram testadas
t por Araújo & Mooreira (20066), que
implaantaram um projeto de difusão tecnnológica da ostreicultura a em comunnidades litorrâneas
no Estado do Ceará.
C Neste
e projeto prrocurou‐se difundir
d o cultivo
c de oostras como o uma
nativa produ
altern utiva ambien ntalmente suustentável, gerando rend da e promovvendo a segu urança
alimeentar para essas
e populações desfaavorecidas. Porém, aquele projetoo não atinggiu os
resulttados desejaados, uma vezv que: (a) as unidades experimen ntais depois de algum tempo
t
foram
m desativadaas seja pelo abandono
a daas estruturass, seja pela destruição
d caausada por chuvas
c
intensas, (b) pella estratégia a de transfeerência tecn nológica inadequada, (cc) inexistênccia de
capaccitação sociaal, (d) acommpanhamentoo técnico e social insufficiente, (e) falta de reccursos
financeiros para os potencciais usuárioos das inovvações e (ff) falta de capacitação o dos
trabaalhadores emm gestão partticipativa.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 32
para solucionar este
e problem
ma estaria aatrelada ao fim da extra ação, valorizzação do produto
cultivvado, a melhora nos proccessos de co mercializaçãão e o fim do desperdícioo.
2.3.4.3 Bioinvasão
B o de Crasso
ostrea giga
as
Melo et al.
a (2009), non entanto, relatou a invvasão do Brasil pela osttra do Pacifiico, C.
gigass. Segundo estes autorres, exempllares da osstra exótica, encontradoos no amb biente,
curiosamente se assemelhavvam, por di versas vezes, as espécies nativas CC. brasiliana a e C.
rhizopphorae. Por este mottivo, os auutores suge erem que sua s invasãoo tenha pa assado
despeercebida, atéé ser detectada pelo seqquenciamen nto de DNA 16S ribossom mal e do seggundo
espaççador interno transcrito. C. gigas fo i encontradaa entre as esspécies nativvas em banccos de
ostras de até 1001 km ao sul de fazeendas de osstras no sul do Brasil. Na maioria das
circun
nstâncias, ass temperaturras da água nno litoral sul Brasil atual seria demassiado elevado
o para
perm d populaçõ es de C. gigas. A produção de larvaas em labora
mitir o estabeelecimento de atório,
provaavelmente, tenha
t selecio
onado indivídduos mais re esistentes a temperaturass mais elevadas, o
que ppoderiam pro omover a invvasão por C. gigas (Melo o et al., 2009)).
No Paranná Christo (20006) pesquissou a presen nça dessa esp pécie em ba ncos naturais (em
estád
dio juvenil ou
u adulto) e em arrasto naa Baía de Guaratuba (em estádios larrvais). No enttanto,
nada foi encontraado, classificcando a Baíaa de Guaratu uba como um ma região em m que não houve
h
belecimento da espécie C. gigas. Fa to que pode
estab e estar relaccionado à teemperatura média
m
local,, que é de 21,5°C, inadequada par a o desenvo olvimento de C. gigas, que necessiita de
tempperaturas acima de 23°C para se reprroduzirem, embora as melhores taxaas de crescim mento,
°
segun ndo Kobayasshi et al. (199
97), situem‐sse na faixa de
e 15‐19 C (Zhhang et al., 22006).
2.3.5
5 Manejo
O manejoo realizado pelos
p ostreicuultores paran
naenses con
nsiste basica mente em ajustes
de d densidades, retirada manual de ppredadores (principalme ente pequeenos caranguejos,
planáárias, gastróópodes e caramujo peeludo), de parasitas
p (p
principalmennte as poliqquetas
Polyddora sp.) e competidoress (principalm mente as cracas e bacucus). Também m são realiza
adas a
limpeeza e manuttenção das estruturas
e d e cultivo (qu
uando ocorrre o uso alguuma estrutu
ura de
cultivvo) e a limpeza das ostrass para a com
mercializaçãoo.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 33
A frequência com que são realizaados esses prrocessos é bastante variáável e usualm
mente
não ssegue nenhu um padrão técnico. Algguns produto ores realizamm o processso de manejjo em
intervvalos mensaais. Contudo,, em grande parte dos casos
c (inclusive em comuunidades que não
recebbem ou nuncca receberam m assistênciaa técnica), o manejo é reealizado em intervalos de dois
ou trêês meses.
Em algun
ns casos os manejos
m são realizados após
a eventos que podem m comprometer a
produução, como,, por exemplo, episódioss de ventos e correntezas extremam mente fortess, que
podem sujar e danificar
d lantternas, traveesseiros e as estruturass de produçãão ou recob brir as
ostras plantadas na lama. Ou utras vezes, os manejos são realizad dos em mom mentos oporttunos,
comoo por exempplo, ocasião da
d retirada dde ostras paara a comerccialização, quuando o pro
odutor
pode aproveitar para realizarr a limpeza ddos viveiros e retirar alg
guns organissmos indesejjáveis.
Algun
ns produtorees não realiza
am qualquerr processo de e manejo.
Ainda com
m relação aos resultadoos econômiccos obtidos com c a ostreiicultura, um
m fator
importantíssimo a ser considerado é quee o valor de mercado
m da ostra cultivaada é o mesmmo da
ostra extraída para a comercialização direeta10. Em outtras palavrass, os preços ppagos pelas ostras
que rrecebem (ou deveriam reeceber) os cuuidados relacionados aos processos produtivos são s os
mesm mos pagos por
p ostras oferecidas poor extrativisttas, que rea alizaram apeenas a coletta e o
transsporte do pro
oduto. Assim
m, a sociedadde, através do d mercado, não "reconhhece" o tempo de
trabaalho empreggado no cultivo, o que lleva aos osttreicultores a direcionarrem seus esfforços
para outras ativid
dades produttivas, inclusivve a extração
o para a com
mercializaçãoo direta.
10
Em
m visitas ao Mercado
M Municcipal de Parannaguá, princippal pólo de esscoamento daa produção e oferta
de osstras ao consu umidor final, Caldeira (20004) verificou que não existe diferença de preços en ntre as
ostrass de cultivo e as ostras provvenientes da eextração diretta para a vend
da.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 34
recurrso pode‐se,, além de repor
r as osstras mortass, aumentar a quantidaade de ostras na
engorda.
Obviamente, além dosd fatores ccolocados acima, a pró ópria dimenssão dos imp pactos
causaados pelos parasitas,
p commpetidores e predadores na produtiividade dos ccultivos influ uencia
no essforço do proodutor na te
entativa de mmitigar o pro
oblema. A dim mensão dessses impactoss varia
de acordo com a técnica de d cultivo e as caracte erísticas amb bientais da área onde estão
installadas as unid
dades. Os cultivos na lam
ma, por exemmplo, requereem cuidado rredobrado com os
organnismos indessejáveis, uma vez que oss organismos são cultivados em conttato direto com c o
mento e, por isso, mais vulneráveiss a ação pre
sedim ejudicial da fauna
f bênticca. A ausênccia de
viveirros também m deixa os organismoos completaamente vuln neráveis à ação de peixes
p
predaadores, send do que os ba
aiacus e espeecialmente as
a raias têm sido motivoos de preocupação
por p parte dos ostreicultore
o s que utilizzam esta técnica. Como o medida ppreventiva, alguns
a
produ utores cercaam as suas áreas de cuultivo com paus
p e redess para tentaar impedir que os
peixees predadorees alcancem as ostras.
Sobre os processos ded limpeza e manutençãão das estru uturas, é impportante obsservar
que, mesmo con nsiderando intervalos exxtremamentte longos veerificados paara a limpezza das
estruturas de cu ultivo, os ma
ateriais têm sido utilizaados por ma
ais tempo doo que a vid da útil
prevista na literattura.
A compleexidade do trabalho
t neccessário parra o manejo dos cultivoos não repre esenta
obstááculo para a sua realização por partee dos produttores. Entretanto, trata‐sse de um tra
abalho
intenso e cansativo, sendo qu ue em algunns casos (com
mo as comun nidades ondee se utilizam long‐
lines e existe um grande núm mero de pro dutores) há saltos tecno ológicos, commo a utilizaçção de
guincchos e balsas de manejo o apropriadaas, que podeem agilizar e estimular uma prática a mais
frequuente do mannejo dos culttivos.
2.3.6
6 Unidade
es depuradoras de m
moluscos marinhos
m ‐ UMDM
2.3.6.1 Princípios
P
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 35
(sisteema de fluxo
o contínuo); (ii) os tanq ues onde a água pode ser substituíída em intervalos
deterrminados (B Batch‐process); e (iii) taanques de sistema fechado de circculação (Rich
hards,
2003).
O fluxo contínuo
c é o mais econôômico desde e que os sistemas de deepuração esstejam
localiizados em loocais próxim
mos à fonte dde água limpa. O batch‐process, asssim como o fluxo
contíínuo também apresentta a necesssidade de uma u fonte adequada de água, mas m a
substtituição da água não pod m intervaloss grandes demais, pois ppodem tornar esse
de ocorrer em
proceesso ineficieente. Os sisttemas fecha dos de circuulação de água são os mais utilizados e
necesssitam igualmente de uma u fonte dde água limpa, mas esssa água, um ma vez coletada é
recircculada pelo sistema, pa assando por tratamento os para desccontaminaçãão (Rodrick et
e al.,
2003).
No Paranná apenas a prefeitura mmunicipal dee Paranaguá baixou um decreto (De ecreto
2.0277 de novemb bro de 20099) proibindo a venda dee ostras não depuradas no municípiio. No
entannto, não exxiste outros regulamenttos ou norm mas legais específica
e ppara o cultivvo ou
comeercialização de
d ostras em
m âmbito munnicipal ou esstadual.
2.3.6.2 Histórico
H das
d UMDM
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 36
Em Paran naguá a preefeitura munnicipal foi re
esponsável pela
p construução da estrrutura
física para realizaação do proccesso de deppuração, com
m custo total de quase R$$ 40 mil. Téccnicos
p manuteenção e pela operação da
municipais são reesponsáveis pela a depuradoraa, que possuui uma
capaccidade de depuração de e 500 dúziass/dia. A águua é captada
a do Rio Itibberê, que coorta a
cidadde, e passa por
p um proccesso de filttragem e esterilização com filtros dde areia, ozô ônio e
ultravvioleta (U.V.).
Com o Decreto
D 2.02
27, de noveembro de 2009,
2 proibindo a vendda de ostras não
depuradas em Paaranaguá, a fiscalização
f f icou sob responsabilidad
de de um méédico veterin
nário e
dois ffiscais da SEEMAPA. Em um primeiroo momento os comercia antes estão sendo orienntados
sobree a legislação. Mesmo a depuraçãoo sendo feitaa gratuitame ente pela prrefeitura, poucos
comeerciantes do setor procurram a unidadde.
2.3.6.3 Estrutura
E e capacidaade de dep
puração
O setor de
d depuraçã ão compreennde uma áre ea compostaa por 4 caixxas de depurração,
com vvolume útil de
d 1.000 litro d depuração (filtro de aareia, filtros de
os cada e doois sistemas de d 1,0
e 0,55 µm, ozon nizador, cheealer heaterr, sistema U.V),
U que podem
p trabbalhar isolad da ou
simulltaneamentee. Este setor ainda abrigaa um equipammento de laccre manual, aalém dos inssumos
emprregados paraa a embalage em e certificaação do prod
duto.
2.3.6.4 O processo
o de depurração
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 37
O processso de depu uração na UUMDM iniciaa‐se com a captação daa água do mar m e
posteerior esterilização. Ass caixas dee depuração o são preenchidas com m água do o mar
devid
damente filtrrada e esterilizadas peloos equipameentos de dep
puração. Som mente após isso é
que aas ostras poddem ser dep
puradas. As oostras devemm ser entregues previam mente limpas pelos
respeectivos ostreiros (nome comum,
c dadoo àquele que
e comercializza ostras do extrativismo
o).
Após 24 horas de de
epuração as ostras são acondicionadas em embbalagens plá ásticas
devid
damente laccradas e entregues aoss ostreiros/p produtores. Porém, há possibilidad de do
proto
ocolo adotaddo (24h) nãoo promover a completaa depuração das ostras.. Forcelini (2009)
sugere que o período
p de depuração seja estend dido para pelo
p menoss 168 horas nas
depuuradoras quee estão send
do implanta das no litoraal do Paraná
á. Obviamennte tal sugesstão é
técniica e econom
micamente inviável.
i
2.3.6.5 Gestão
G do empreend
e dimento
A estratégia inicial de
e Gestão prooposta pela SMMA
S consistiu em trabbalhar apenas com
os osstreiros lotaados no settor de venddas deste molusco
m juntto ao Merccado Municiipal e
eventtuais produttores que po or ventura esstivessem intteressados na
n inserção nneste processso de
certifficação.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 38
Inicialmente, a pedid
do da Emateer‐PR e visando incentivvar o processso de depu uração
o aos ostreiro
junto os, não ocorrreu cobrançaa de taxa para depuração
o, embalage m ou certificcação.
Todos os custos inerentes ao processoo de depuraação (custoss operacionaais, mão‐de‐obra,
embaalagens, etc) foram arcaddos pela preffeitura municipal.
Em sua primeira temporada dee operação (verão 200 07/2008) forram depuradas e
comeercializadas aproximadam
a mente 13.0000 dúzias dee ostras na UDMD
U de Guuaratuba. Um
m dos
probllemas enfrenntados foi à resistência dos próprios ostreiros e a necessidaade de adapptação
dos m
mesmos a estta nova formma de trabalhho e de comeercialização de ostras.
Outra situ
uação enfrenntada nesta experiência refere‐se à mortalidadee natural de ostras
dentrro destas embalagens, pois como as mesmass permaneciam fora d’áágua exposttas na
bancaada por 2 ou u 3 dias a te
emperaturas de verão (2 25 a 32°C) accabavam moorrendo denttro da
embaalagem. Num m primeiro momento,
m oos próprios ostreiros fazziam questã o de inform
mar os
clienttes que posssuíam ostra as depuradass e outras nãon depurad das em suass bancas, seempre
fazenndo questão de comercia alizarem as nnão depuradaas.
Após a in
nstalação doos equipameentos nas UM MDM, ficou a cargo do LACTEC reallizar o
proceesso de certiificação dos equipamenttos de depuração. Técnicos desta enntidade estivveram
nas uunidades reaalizando testes. Porém, como os ressultados das análises de moraram muito a
sair, o Departamento de Pesca e Aquiculltura da SMM MA, optou por
p minimizaar a divulgaçção da
camp panha pelo consumo
c de ostras depuuradas, deixaando a critérios dos ost reiros depurrar ou
não sseus produtoos.
A Ematerr‐PR, entidad de co‐respo nsável pelass UMDMs, foi informadaa oficialmen nte da
necesssidade de normatização
n o do processso de depuraação e de certificação daas ostras parra que
o muunicípio pudeesse oficializzar uma lei m omercializaçção de ostras sem
municipal prroibindo a co
depuração no mercado municipal. Porém m, este proccesso segue indefinido aaté o mome ento e
não h
há obrigatoriiedade de de epuração dass ostras comercializadas..
Atualmen
nte a UMDM M de Guaratuuba está senndo gerida pelo
p departa mento Guarratuba
S.A, p
pertencente à prefeitura
a municipal e que ainda estuda
e a melhor forma dde gerir o referido
emprreendimento o. A unidadee ficou algunns meses fo
ora de opera
ação e voltoou a funcion nar no
início
o de 2010.
2.3.6.6 Campanha
C de markeeting e con
nscientizaç
ção
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 39
realizzadas visitass à unidade depuradoraa. O próprio o governo do Estado doo Paraná realizou
camp panhas de marketing
m jun
nto a TV PR EEducativa, co
om inserçõess diárias na ssua program
mação,
além de matériass nos jornais locais e regi onais.
Na oportunidade, ho ouve uma gr ande procurra pelo prodduto depuraddo, o que acabou
facilittando o pro ocesso de assimilação
a por parte dos
d ostreiro
os quanto à necessidad de de
depuração do pro oduto. Os osstreiros foram
m incentivad
dos a comercializarem seeus produtos com
preço os diferenciados, mas isso acabou nãão ocorrendo o.
2.3.6.7 Entraves
E para o suceesso das UM
MDM
Os cultivos realizado
os no CEP, ppor sua vez, são mais artesanais
a quue os da baaía de
Guaraatuba e a im
mensa maiorria das ostra s cultivadas vem do exttrativismo. N
Neste caso, há
h um
probllema a maiss a ser consid
derado quanndo do estabelecimento o de normatiivas a respeito da
depuração de mo oluscos. Com
mo a sobrevidda das ostras fora da águ
ua é de apennas alguns dias, as
ostras são vendid
das durante o dia e manttidas durantee a noite em águas próximmas às cidad
des de
Paran
naguá, para retornarem
r aos
a mercadoos no dia segguinte (Kolm & Absher, 22008).
2.3.7
7 Comerccialização
2.3.7.1 Guaratuba
G
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 40
Atualmennte, comercializam ostra s no mercad do municipal seis ostreiroos. Destes, quatro
q
têm a atividade como
c princip
pal fonte de renda duran nte todo ano
o, trabalhanddo diariamen nte no
local.. O restantee comercialiiza ostras a penas nos feriados e na temporaada de verão. Há
tambbém pequeno e venda ondee são comerccializadas ostras em mennores quantidades
os pontos de
e, em
m períodos deefinidos (fériias de julho, feriados e te
emporada dee férias de veerão).
85% do montante
m de
e ostras com
mercializadas no mercadoo municipal dde Guaratubba são
adquiridas no mu
unicípio de Paranaguá,
P m
mediante com mpra direta de
d extratorees deste munnicípio
e do município de
d Guaraque eçaba, além de alguns poucos atrave essadores quue trabalham
m nos
dores do merrcado municipal de Parannaguá.
arred
Apenas dois
d ostreiroos comerciallizam ostrass para fora do municíp io de Guara
atuba,
levan
ndo‐as para Joinville‐SC.
J
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 41
Tabe
ela 4. Principa
ais pontos de venda de osttra no município de Guarattuba.
Po
onto de vendaa Loccal
Banca do Cebola Cabaraquara
C
Cozinha Comu unitária Cabaraquara
C
Cultivo do Bettinho Ilha da Pescaria
Cultivo do Maauro Ilha da Pescaria
Ilha do Braço Seco Caieiras
C
Mercado mun nicipal Centro
C
Mercado Público das Caieira s Cabaraquara
C
Peixaria do Trrajano Caieiras
C
Recanto das Ostras
O (Tio Lulu ) Cabaraquara
C
Restaurante Mole
M Caieiras
C
Restaurante Vivere
V Parvo Cabaraquara
C
Sítio Nova Era
a das Rosas Cabaraquara
C
Sítio Sambaqu ui Cabaraquara
C
Com relação aos preçços praticadoos no comérrcio local há diferenciaçãão de acordo o com
o tam
manho das ostras.
o No mercado
m munnicipal existe
em três tam
manhos para comércio (ostras
pequenas, médiaas e grandes), com o preeço variando o entre R$ 6,,00 e 18,00//dúzia. Ressaalta‐se
aindaa que os preçços praticado
os costumem
m variar na hora
h da compra em virtuude da quanttidade
adquirida pelo cliente ou até é mesmo peela negociaçãão entre osttreiros x clieentes. Já as ostras
produuzidas peloss maricultores são commercializadas de forma padronizadaa com relaçã ão ao
tamanho (aproxim madamente 8,0 cm).
2.3.7.2 A comercia
alização de ostras no
n Complexo Estuariino da Baíía de
P
Paranaguá
á
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 42
Figgura 7 ‐ Produ
utor de ostra
as do Compleexo Estuarino de Paranaguá
á e suas ostraas prontas parra a
coomercializaçã
ão.
Fonnte: Instituto GIA.
G
Em geral percebe‐se uma falta d e padronização dos tam manhos com que as ostra as são
vendidas. Na maaioria das co omunidades elas são apresentadas em e caixas q ue podem conter
c
classees de tamanho e quantid dade variáveeis. Essas carracterísticas comprometeem a precisã ão das
informmações a resspeito dos preços de vennda das ostraas. A comerccialização dass ostras cultiivadas
peloss pescadores ocorre de e maneira bastante he eterogênea. A interaçã o entre alggumas
variabilidades loccais e outras que se mannifestam em nível de indivíduo deterrmina quais canais
c
de eescoamento da produ ução podem m ser ou efetivamentte serão eexplorados pelos
ostreeicultores.
Com basee no trabalh ho de Caldei ra (2004) é possível fazer uma com mparação entre os
preçoos pagos noss distintos ca
anais de com
mercializaçãoo. Para isso, será
s analisadda aqui uma única
classee de tamanhho: a de ostrras com aprooximadamen nte 10 cm de e altura, senddo que uma caixa
de osstras dessa altura contémm 20 dúzias.
A forma de comercia alização maiss difundida entre as com munidades ddo CEP é a venda
v
nas ppróprias localidades (Tab
bela 5). Os coompradores que adquire em as ostras nas comunidades
são ggeralmente turistas que passam
p pelass vilas. Essess compradore
es pagam oss preços maiss altos
pelass ostras, enttretanto, seggundo depooimentos de entrevistad dos de algummas comunidades
onde ocorre esssa forma de e comerciali zação, a ve enda local de
d ostras occorre de ma aneira
bastaante pulverizzada e, normalmente, em m pequenas quantidades
q .
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 43
entreeposto são realizadas
r em
m maiores qquantidades quando com
mparadas coom a venda local,
porémm, os preçoss pagos são menores.
m
Em algum
mas comunid dades, instituuições goverrnamentais prestaram
p a ssistência po
or um
temppo para o esccoamento da a produção, o que contriibui para umm melhor resuultado econô ômico
obtid
do através daa ostreiculturra. As comunnidades de Puruquara
P e Medeiros dee Baixo receb beram
o auxxílio da EMATTER para o escoamento
e de parte da produção, seendo que oss preços pago os são
bem maiores do que q os pagos pelos comeerciantes de Paranaguá (Tabela 5). N Na comunida ade de
Europ pinha, uma iniciativa da
d Prefeituraa Municipal de Paranag guá possibillitou a vend da do
produ uto dos culttivos em feirras montadaas em Curitibba. Essa iniciativa, mesm
mo restrita a uma
ocasião ou final de semana a, teve seuss resultadoss positivos, uma vez qque possibilitou a
efetivvação de conntatos comerciais entre oos produtorees e comerciantes de Cu ritiba, que podem
p
pagarr maiores preços pelas ostras.
Tabeela 5. Canais de
d comercializzação das ost ras, número de
d comunidad
des onde foi vverificado e preços
p
pagos aoos produtores (CEP‐PR).
Númeero de Preçoo das ostras
Comercialização comunidad
des onde foi
verifiicado ((R$/dz)
Para com
mpreender melhor
m o effeito das differentes forrmas de com mercialização nos
resulttados econô
ômicos dos empreendim mentos vamo os estimar o que será aaqui chamad do de
Taxa de Intermeddiação (TI), que
q deve ser entendida como
c a diferença (em poorcentagem) entre
o preeço pago ao produtor pelos distintoss compradores e o preço o em que o pproduto é veendido
11
ao co
onsumidor finnal, considerrado ostras ccom 10 cm de altura, ven
ndidas a R$ 33,00/dúzia .
11
Essee valor corressponde ao prreço a que essse produto é oferecido ao o consumidorr (tanto consuumidor
final, quanto comeerciantes ou donos
d de restaaurantes) na “Casinha da Ostra”
O do Meercado Municiipal de
Parannaguá. Nesse local,
l os preço
os são de 2 a 5 reais a dúzia, de acordo com
c uma escaala de tamanh
ho não
muito o definida. Os tamanhos va ariam, normallmente, de 7 a 12 cm de altura. Eventuaalmente pode em ser
vendidas ostras com mais de 12 2 cm de alturaa, provenientes do extrativvismo. Os preeços acompanham o
taman nho das ostras e podem chegar a R$ 8,000.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 44
Sobre as ostras vend didas para oos comerciantes do MM MP ocorre, aaté a chegada ao
consuumidor final,, um acréscimo de 172%% sobre o quue é pago ao o produtor. JJá sobre as ostras
vendidas para ouutros contatoos comerciaiss em Paranaaguá ocorre, até a chegadda ao consumidor
final, um aumentto de 100% sobre o val or pago aoss ostreicultores. Sobre aas ostras ven ndidas
para intermediárrios (da próppria comuniddade ou "dee fora"), a ta
axa de interm
mediação ch hega a
377%%.
Para os canais
c de comercializaçãão venda loccal, restaurantes, comerrciantes de Pontal
P
do Paaraná e resttaurantes e comerciant es de Curitiba, a ausên ncia de inforrmações sobbre os
preçoos de vendaa praticados por esses ccompradoress impede a realização dde estimativvas de
sobree as Taxas dee Intermediação.
Tabeela 6. Taxas de
d intermediaação na comeercialização de e ostras oriun
ndas do Compplexo Estuarinno da
baía de Paranaguáá, do produtoor até o consuumidor final. Considerando
C o‐se o preço dde R$ 3,00/dúzia de
ostras médias,
m com aaproximadam mente 10 cm de altura.
Canal de comerciallização d Intermediaação12
Taxa de
Ostras vivas
Merccado Municipa al de Paranagguá 172%
Vendda local Sem dados
Interrmediários da vila 377%
Conttatos em Paranaguá 100%
Interrmediários de fora 377%
"Via EMATER" 0%
Restaaurantes e comerciantes dee Curitiba Sem dados
Restaaurantes e comerciantes dee Pontal do Paaraná Sem dados
Ostra afervventada e desmariscada
Interrmediários 100%
FFonte: Caldeirra (2004)
As ostras aferventada
as e desmariiscadas são vendidas
v pellos produtorres/extratore
es nos
boxess internos do MMP. É interessannte notar que q para see obter um quilo de ostras
afervventadas e desmariscadas é neccessária aprroximadamente meia ccaixa de ostras. o
Consiiderando o preço
p de venda de umaa caixa de osstras vivas para os inter mediários da vila,
perceebe‐se que o valor pago aos produutores pelass ostras aferrventadas e desmarisca adas é
meno or que o valor pago pelas ostras ainnda vivas. Assim,
A os pro
ocessos de ttrabalho extrra e a
utilizaação de outtros meios de
d produção como gás, lenha e pan nela, não sãoo recompen nsados
pelo mercado, en ntretanto, essa perda se eexplica pela necessidade
e de obter di nheiro.
12
A fó
órmula utilizad
da foi: TI = ((((PCF‐PPP)*10 0)/(PPP)), ond
de TI é a Taxa de Intermediiação, PCF é o Preço
ao Co
onsumidor Final estipulado (R$ 3,00 a dúúzia) e PPP é o Preço Pago ao a Produtor cconforme o ca anal de
comercialização.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 45
Figuraa 8 ‐ Conjuntto de imagenss que mostram
m as condiçõe
es precárias de higiene e coonservação em que
as ostras sãão desconchad
das para vendda em alguma
as comunidad des do litoral pparanaense.
Fonnte: Instituto GIA.
G
O escoammento da pro odução podee ser considerado outro elo bastantte frágil da cadeia
c
produutiva da osttreicultura praticada
p noo CEP. Em 69%6 das vila
as visitadas a dificuldad
de em
comeercializar a produção é consideradda o princip pal entrave para o dessenvolvimento da
ativid
dade. Isso foi verificado
o tanto em comunidad des onde oss resultadoss econômico os são
considerados inssatisfatórios, quanto emm comunidad des onde oss resultadoss econômico os são
considerados possitivos. De uma
u maneiraa geral, perccebe‐se que os canais dee comercialiização
mais compensató órios não sãão acessíveiss a todos oss produtoress e proporci onam venda as em
pequenas quantid dades.
Por sua vez, a ven nda local dee ostras, embora pressente em ggrande parte e das
comuunidades vissitadas, ocoorre de maaneira extre emamente pulverizada.
p A eficiência ou
importância dessse canal de comercializa
c ção é influenciada, principalmente, pela presennça ou
passaagem de turistas pelas comunidades
c s onde ocorre a ostreicu ultura. Na V
Vila das Peças, por
exem
mplo, o fluxo relativamennte intenso dde turistas, principalmen
p te durante o verão, geraa uma
demaanda que pode chegar a 200 dúzias dde ostras por produtor num final de semana. Tam mbém
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 46
é inteeressante no
otar que a venda local oocorre em to odas as vilas onde é utiliizada a técnica de
cultivvo em long‐line. Isso su
ugere que esssas estruturas de cultivvo podem eestar funcion nando
como o "outdoors"", chamando o a atenção dos turistas que passa am pela regiião e que, então,
e
procu uram os communitários para
p adquirirr ostras. Em outros casoos, o caráteer inexpressivo do
turismmo nas proximidades das áreas de ccultivo contriibui para a baixa
b eficiênccia desse can
nal de
comeercialização, todavia, diante de dificuuldades de acesso
a a outros canais d e comercialiização
(princcipalmente em
e função da falta de em mbarcação adequada)
a alguns produttores se limitam a
comeercialização exclusivamen
e nte local.
Além de compromete
c er os resultaddos econômicos obtidos por alguns eempreendim mentos
e coontribuir para que a ostreicultura
o a se transforme num elemento de recriaçã ão da
difereenciação soccial, a interm
mediação daa comercializzação da produção certtamente con ntribui
para uma maior pressão so obre os banccos naturaiss de ostras, pois para aatingir resultados
econô ômicos razoááveis os proddutores neceessitam vendder grandes quantidades
q s de ostras.
2.3.7.3 O
Ostras em Guaratubaa e em Porruquara: os
o grandess contraste
es na
c
cadeia produtiva da ostra no Paraná
P
Guaratub
ba e Paran naguá podeem ser considerados os "princippais centro os de
comeercialização de ostras" do litoral paaranaense. Mas,
M para efeitos
e de ddemonstração dos
contrrastantes exxistentes no estado, a seguir será feita uma compparação enttre a
comeercialização de
d ostras na região de G uaratuba e em
e Poruquarra, localidadee do municíp
pio de
Guaraaqueçaba e que
q se localiza no entornno de importtantes unidades de conseervação.
A população de Poru uquara está distribuída em aproxim madamente 119 famílias. A vila
possuui água encaanada vinda de nascentees dos morro os próximos e a maioriaa das casas possui
p
fossa séptica. Apesar da proxximidade co m Guaraque eçaba, a redee elétrica ainnda não cheegou à
comu unidade. Porr este motivo
o, a geração de eletricidaade se dá atrravés de umaa precária reede de
placaas solares qu
ue fornecem energia apeenas para lâm mpadas, rádios e poucoss televisoress. Não
há esscola, nem poosto de saúd
de, correio o u telefone (aaparelhos celulares dificiilmente pega
am). A
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 47
maior parte das crianças
c e jovvens atualm ente estuda em Tibicang
ga (ensino fuundamental até 4ª
série)) e poucas em
m Guaraqueçaba (a part ir da 5ª série
e).
Apesar dessa
d fragilid
dade na caddeia produtivva, pode‐se dizer que a comunidade de
Poruqquara possui uma relaçã ão bastante antiga com as ostras. Há relatos de moradores desta
vila q
que trabalhaam há mais de d 36 anos coletando e comercializando ostras na região. SeS for
comp parado com Guaratuba,, por exempplo, é posssível observar que a m média de anos de
experriência dos produtores
p de
d Poruquaraa é o dobro de Guaratuba. Guaratubba possui, porém,
maior desenvolvvimento da atividade e produtores mais capacitados.c Em relaçãão ao
treinaamento paraa a atividade e, por exempplo, tem‐se que
q os produutores de Guuaratuba posssuem
uma média de seeis cursos desde quando começaram a trabalhar, enquanto qque em Poruquara
os produtores não possuem nenhum
n cursso (Figura 9)..
Figuraa 9 ‐ Média de
d anos de expperiência trabbalhando com m ostras em Poruquara e G Guaratuba (em
m azul)
e a média de currsos técnicos feitos na ativvidade pelos produtores
p da
as duas regiõees (em vermelho).
13
Porrtaria SUDEPE no. N‐40, de 16
1 de dezembbro de 1986 – válida para o litoral do Esttado de São Pa
aulo e,
no Esttado do Paran
ná, para as Baías de Antoninna, Paranaguáá, Guaraqueça
aba e Pinheiroos.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 48
Ao longoo dos anos, alguns projeetos relacionados à ma aricultura forram iniciado
os em
Poruqquara, mas com diferen ntes objetivoos. O primeeiro deles fo
oi o Projetoo Baía Limpaa, que
nasceeu em 1995 com a ideia a de mobilizzar os pescadores artesaanais para a recuperaçã ão dos
estoq
ques naturais, através da d limpeza e despoluiçção da baía de Guaraq ueçaba. Alé ém do
pagammento por serviços
s de limpeza e a entrega de cestas básicas, também m foram entrregues
lanternas, travessseiros, bom mbonas e caabos para o cultivo de e ostras em Poruquara. Este
mateerial é ainda em parte utilizado e ffoi entregue e pela EMAT TER (Institutto Paranaense de
Assisttência Técnicca e Extensão Rural).
Aproximaadamente 10 1 anos
depois, o CPPOM M, iniciou o Projeto
Ostraa Nativa, qu ue continua até os
dias aatuais e quee tem como um dos
seus objetivos a distribuição de
semeentes de osttras nativas para as
comu unidades do o litoral do Paraná.
Poruqquara foi umma das comu unidades
conteempladas, em 2007. Essas
semeentes, porém m, continua am nas
estruturas de cultivo (ain nda em
2010), pois não o atingiram o seu
Figura 10 ‐ Imagem de se
ementes de oostras distribu
uídas
tamanho comerccial, e por issso não foi
para a Comunidadee do Poruqua ra em 2008.
possíível a sua comercializa
c ção até o
Fonte: Instituto GIA
mommento.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 49
local estaria sujeiita a práticass ilegais; ma is um motivo para que projetos
p de m
melhoramen nto de
técnicas de produ ução e mane ejo de ostras sejam imple ementados com urgênciaa na região.
Este perfiil de aumentto nos preçoos das ostras acaba sendo prejudiciall, portanto, para
p a
comu unidade e paara os estoqu
ues naturais, já que a ativvidade vem sendo
s regulaada pela dem
manda
esporrádica e difu
usa pelo prodduto. Isto siggnifica que as
a comunidades recebem m os "pedidoos" ou
"encoomendas" do os seus commpradores (eem geral do estado de São S Paulo) e vão à buscca das
ostras. Quanto mais
m longe, maism caras aas ostras pre ecisam ser comercializad
c das. Com o preço
elevaado e o aum mento na co oncorrência em algumass épocas do o ano, há hooje um cresscente
desesstímulo à atiividade, que poderia pel o contrário ser
s uma alte ernativa de rrenda à popuulação
local..
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 50
Figura 11 ‐ Comercializaçã
C ão de ostras eem Poruquaraa. Relação enttre a oferta e o o preço de
coomercializaçã
ão.
A linha azul no gráfico acima ddemonstra um m aumento no preço daas caixas de ostras
comerciaalizadas ao lo
ongo dos anoos, provavelm mente em deccorrência da falta de ostras nos
bancos naturais e o aumento do esforço paraa obtê‐las. Já a linha verm melha demon nstra a
diminuiçção do volumee de ostras coomercializadass.
Ao se anaalisar, então
o, os preços praticados pela
p comunidade do Porruquara na venda v
de osstras, é precciso comenta ar que apesaar do aumen nto ao longo o dos anos, o valor é um m dos
mais baixos pratticados no litoral do Pa raná. Se forrem transforrmados os vvalores das caixas
comeercializadas em Poruqua ara em dúziias (cada caaixa tem aproximadameente 25 dúzzias) é
possíível observar que os prreços variam m entre R$ 1,00
1 a R$ 1,40/dz. Já eem Guaratub ba, os
valores giram em m torno de R$ 6,00 a R R$ 18,00/dz vendidas in n natura (ouu seja, podem ser
das para casaa ou simplessmente aberrtas e servidaas sem adiçã
levad ão de nenhuum ingredien nte ou
proceessamento). Isso se devve ao fato, principalmente, do alto o valor agreegado à ostrra em
Guaraatuba: trein namento do os maricultoores; forma de comerccialização (m maior marke eting);
análisses sanitáriaas contínuas (realizadas pelo Projeto
o Cultimar); organizaçãoo dos maricu ultores
para participação o em feiras e maior conntato com o consumidor final (maioor organização da
cadeiia produtiva e da atividade do turism mo). Além dissso, falta esttruturação bbásica da ativvidade
em PPoruquara, poisp as pesso
oas que trabbalham com m ostra não consideram se quer as horas
trabaalhadas para obtenção do o recurso noo seu preço final. A Figurra 12 mostra uma compa aração
dessees valores.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 51
Figu
ura 12‐ Preço médio praticcado por cadaa produtor de ostra em Gua
aratuba (azul)) e em Poruqu
uara
(vermellho) em abril de 2010.
Quanto ao
a destino final das ostrras de Poruq
quara, tem‐se que aproxximadamente e 95%
da produção é enviada
e paraa Cananéia (SP). Os ouutros 5% sãoo destinadoos aos turistas ou
atravvessadores vindos
v de Gu uaraqueçabaa, Paranaguáá ou Pontal do Sul. A ffigura 9 mostra a
principal rota de comercializa
ação dessa p rodução.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 52
Cananéia-S
SP
Poruqua
ara-PR
M ês
ê Jan
n F ev M ar Abr Mai Jun
Engordaae Engorrda e
C oleta de Coleta d e
A tiividad e De feso* D feso*
De Vendas Vendaas
Sem entes Semente es
Es porád
dicas Esporrádicas
M ês
ê Jul Ago
A Set Out No v D ez
En gorda e E
Engorda e Engorda e
Venda Venda
A tiividad e Ve ndas V
Vendas Vendas D efes o*
Turistas Turistas
Esporádicas E
Esporádicas as
Esporádica
2.3.8
8 Principais entrav
ves e camiinhos para
a o desenv
volvimento
o comercia
al da
ostreicu
ultura paranaense
Não há nenhuma dúvvida que o cuultivo de osttras C. brasiliiana é atividdade aquícola
a com
maior vocação e maior prob babilidade dee sucesso naas baías do litoral parannaense. Por outro
lado há desafios bastante graandes a sereem superadoos para que a atividade sse desenvolvva em
patammares minim mamente susstentáveis. NNeste caso, isso significa conseguir conciliar prráticas
ntes, com a utilização racional dos recursos naturais dissponíveis e ainda
aquíccolas eficien
nça comercial quer garaanta marge
propiiciar seguran ens de lucro minimamennte atrativass para
aqueles que se deedicarem a este
e tipo de eempreendim mento.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 53
Quando ses conversa com os atoores dessa caadeia produttiva, não rarro o problem ma da
falta de sementees é o primeiro que é ccolocado em m discussão.. De fato, aiinda não há
á uma
produ ução regularr e em grande escala em virtude da espécie
e alhada peloss produtores ainda
traba
estar em fase dee desenvolvimento tecn ológico por parte do CP PPOM/PUCPPR. Mas, com mo foi
ressaaltado anterriormente neste
n estud o, os prod dutores paraanaenses nãão estão sequer
acosttumados a trrabalhar com m sementes, utilizando juvenis e mesmo ostras qquase terminadas
em seeus cultivos. Essa prática
a terá que seer inteiramen
nte abolida quando
q da im
mplementaçã ão dos
PLDMM, pois os sinnais de impaactos e mesm mo de esgotaamento dos bancos natuurais são basstante
evideentes.
oblema aparentemente impensável, mas que terá que serr encarado para
Outro pro p o
desen o dos PLDM paranaense é a ausênciia ou precarriedade de rrede telefônica na
nvolvimento
maioria das comuunidades do CEP, o que pode dificultar a realização de transsações come
erciais,
principalmente quando
q consideramos a distância qu
ue separa as comunidadees dos centrros de
14
consuumo e comercialização dos produtoss .
O baixo grau de esccolaridade d os pescadorres das vilass visitadas ttambém pod de ser
considerado um obstáculo
o paara o desenvoolvimento da atividade. Pode contribbuir, por exe emplo,
para o fato de queq a grande e maioria doos produtore es não faz qualquer
q tipoo de controle por
escritto sobre os ganhos,
g custtos e perdas do cultivo. Essa prática, caso fosse realizada, po oderia
contrribuir significcativamente
e para a meelhoria dos rendimentos econômicoos no sentid do de
ajudaar na tomadaa de decisões mais conveenientes e prroporcionar um aprendizzado sistemá ático e
registtro da experriência práticca com a ativvidade. O produtor pode eria realizar ccálculos, perrceber
quaiss canais de escoamento são s mais com mpensatórioos, rever os seus preços, registrar épo ocas e
possííveis causas de grandes mortalidadees ocorridas.. O material produzido ppoderia, tam mbém,
ser de grande valia para a re ealização de estatísticas de produção o da ostreicuultura, bem como
para pesquisas científicas, tantot para avaliar imp pactos da atividade (soocioeconômicos e
ambientais), quan nto para otimmizar os resuultados dos empreendim
e entos.
14
Em algumas com
munidades os celulares
c têm facilitado a re
ealização de transações com
merciais.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 54
As experiiências anteriores mostrraram que não basta fom mentar os cuultivos atravvés da
cessãão de materiais e equipamentos aos eventuais in nteressados. A efetividadde dessa inicciativa
costuuma ser muitto baixa e a taxa
t de desisstência muitto alta. Abordar e enconttrar soluçõess para
as quuestões de loogística, merrcado e de coomercializaçção serão fun
ndamentais para o sucessso da
ostreeicultura no Paraná.
P
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 55
2.4 P
PRINCIPA
AIS ENTID
DADES RE
EPRESENT
TATIVAS DA MARIICULTURA
A NO
PAR
RANÁ
2.4.1
1 Produçã
ão e exten
nsão aquíco
ola
A maricu
ultura paran
naense é hooje praticammente limitaada à ostre icultura, alggumas
poucaas experiências com mitilicultura,
m duas fazenndas dedicad
das ao culttivo de cam marões
marin
nhos e umaa experiênciaa fracassadaa ‐ e já abaandonada ‐ de cultivo de camarõe es em
tanqu
ues‐rede.
2.4.2
2 Ensino e Pesquisa
a
Essa baixxa representatividade e o número discreto
d de pessoas
p envoolvidas, por outro
lado, contrastam
m com a cap pacidade insstalada de fo
ormação de mão‐de‐obbra qualificadda no
do do Paranáá.
estad
Além doss cursos e instituições cittadas, outras universidades formamm profissionais que
tambbém podem atuar na área de aqu icultura no estado. Essse é o caso da Universsidade
Estaddual de Marringá, da Un niversidade Estadual de e Londrina, da Universiddade Estadu ual do
Nortee do Paraná, do Instituto Federal dee Educação, Ciência e Te ecnologia doo Paraná (caampus
Foz d
do Iguaçu). Porém, nos ca asos em quee professoress, estudante e egressos ddessas institu
uições
atuam m na área de aquicultura essa aatuação é quase que inteiramentte direciona ada à
ém disso, o estado do Paraná a fica a cercaa de 250 km
pisciccultura conttinental. Alé k de
Floriaanópolis, onde está insstalado o Cuurso de Enggenharia de Aquiculturaa da Universsidade
Federal de Santa Catarina.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 56
Ou seja, há um evvidente exccesso na offerta de mão‐de‐obra qualificada,, que
dificillmente podderá ser absorvido
a ppela aquicultura paran naense, esppecialmente pela
mariccultura, conssiderando quue o litoral paranaense possui men nos de 100 kkm de exten nsão e
que é caracterizado, ao sul, por intensa e speculação imobiliária
i e afluxo de tuuristas e, ao norte,
por vvárias unidad
des de conseervação ambbiental, limitaando as área
as para ocuppação por pro ojetos
de maricultura.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 57
Tabela 7. P
Principais instituiçõ
ões representativass da maricultura paaranaense.
Número de
Tipo NOME Responsáve
el Contato E
Endereço
Membroos
Estrada do Caabaraquara, S/N, Síttio
Nova Era das Rodas, Cabaraquarra ‐
AGUAMAR ‐ Asso
ociação Guaratubaana de Fabiano Cecílio
38 8
41 9944‐6328 endereço para correspondência: Rua
Maricultores da Silva
José Nicolau Ab bagge, Nº 746, Cen ntro.
Guaaratuba, PR.
APAPSUL ‐ Associação Comunitárria dos Catiane Silva 41 9906‐9661
1 Rua das Samam mbaias, s/n ‐ Pontal do
40
Pescadores e Aquiccultores de Pontal d
do Sul Pereira ou 3455‐1255
5 Sul ‐ PR CEP:
C 83.255‐000
Associação
Rua Principal s/nº Vila da Barra do
d
AMIS ‐ Associação
o dos Maricultores da Ilha Ari Rodrigue
es 41 3482‐7162
2
21 Superagui ‐ Gu uaraqueçaba ‐ PR CEP:
C
do Superagui Gomes ou 9998‐5279
9
833.390‐000
AMPEE ‐ Associaçção dos Mariculto ores da Ivair Pereira de Rua Principall s/nº Vila das Peçass ‐
10 4
41 3482‐5104
Ponta das Peças Siqueira Guaraqueçabaa ‐ PR CEP: 83.390‐0 000
AMVIIP ‐ Associaçção dos Maricultores das Ênio Gomess 41 3425‐4439
9 Rua Principal s/nº
s Vila de Bertiogga ‐
14
Vilas Interiores da Ilha das Peças Pereira ou 9647‐3054
4 Guaraqueçabaa ‐ PR CEP: 83.390‐0 000
COOPESCAMAR ‐ Cooperativa
C de Pesccadores
Luíz Afonso
o Rua Salim
m do Carmo, 345 ‐
Cooperativa e Maricultores de Guaraqueçaba e V Vale do 49 41 9682‐4500
0
Buest Rosário Guaraqueçabaa ‐ PR CEP: 83.390‐0
000
Ribeira
Laboratório de Centro de produ ução e Propagaçção de Ana Paula Rua João Flo
oriano da Costa, S/N N
8 41 344‐21160
0
Pesquisa Organismos Marinh hos (CPPOM) Baldan Praia de Caieeiras, Guaratuba, PR
Ivo Luis Olse
en
Instituto Paranaennse de Assistência Técnica Rua Monsenhor Lamartine, 62
2
Extensão Rural 8 (responsáveel 41 347‐21390
0
e Extensão Rural (EEMATER) Centrro, Guaratuba
Guaratuba))
A CADEIA PRODUTIV
VA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 58
8
Tabela 8. Princip
pais instituições de
e ensino e pesquisaa que atuam ou form
mam profissionais que têm desenvolvvido trabalhos asso
ociados à maricultu
ura paranaense.
Cursos/Proogramas
Cursos Associados à Nível do
o Programa de Pós‐‐
Instituição Camp
pus/Grupo Endereço Associadoos à Pós‐
Graduação graduação
Graduaação
Ciênccias
Grupo Integrado de Mestrado, Doutorado
Zootecnia, Biolo
ogia, Veterin
nárias
R. dos Funcionárioos, 1540, Juvevê,
Aquiculttura e Estudos Medicina Veterin
nária, Mestraado, Doutorado e
Curitiba. Fone (4
41) 3350‐5634 Zoolo
ogia
Ambieentais (GIA) Agronomia Pó
ós‐doutorado
Ecolo
ogia Mestraado e Doutorado
Universidade Federral do Av. Beira‐m
mar, s/n
Paraná Caixa Postal: 50.002 Tecnólogo em
m
Centro de Estudos do Mar ‐ ‐
Pontal do SSul ‐ PR. Aquicultura
Fone: (41) 3511‐8600
R. Pioneiro, 21553, Jd. Dallas,
Tecnólogo em
m
Camp
pus Palotina Palotina. ‐ ‐
Aquicultura
Fone: (44) 3211‐8570
Rua Imaculada Co onceição, 1155
Pontícia Universid
dade Biologia, Medicina
C
Curitiba Prado Velho, Curitiba. ‐ ‐
Católica do Paraaná nomia
Veterinária, Agron
Fone: (41)32271‐1555
Centro de Engenharias e Ciências
U
Universidade Estadual do Exatas, rua da Facu uldade, 645 ‐ Cx. Recurrsos
T
Toledo Engenharia de Peesca Mestrado
ná
Oeste do Paran P. 320 ‐ Jd. Santa M
Maria ‐ Toledo ‐ Pesqueeiros
PR. Fone: (45)) 3379 7077
Instituto Federal de Rua Antonio Carloss Rodrigues, 453
Educação, Ciênciia e Paranaguá Porto Seguro, Paranaguá. Técnico em Aquicu
ultura ‐ Técnico
Tecnologia do Parraná Fone: (41) 3721‐8300
A CADEIA PRODUTIV
VA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 59
9
2.4.3
3 ONG´s
2.4.3.1 Associação
A o Mar Brassil
Desde 19 997, a Mar Brasil vem ttrabalhando pela implan ntação de reecifes artificciais e
unidaades anti‐arrrasto no lito
oral paranaeense como feerramenta ded apoio ao ordenamen nto do
espaçço marinho eme relação aos
a conflitoss de uso pelaa pesca artessanal, industtrial, esportivva e o
turism
mo subaquáttico.
Entre 200
05 e 2007, ou utro projeto foi elaborad
do com técniicas aperfeiççoadas e dire
etrizes
mais amplas, den nominado: "Implantação
" o de Cultivoss Marinhos em Mar Abeerto no Litoral da
Meso orregião Vale do Ribeirra/Guaraqueeçaba", finan nciado pelo Ministério da Integraçção, e
execuutado atravéés de uma parceria
p da AAgência de Desenvolvim
D ento da Messorregião do o Vale
do Riibeira/Guaraaqueçaba, do o Centro dee Estudos do o Mar e da Associação Mar Brasil. Neste
projeeto foram capacitados 12 23 pescadorees artesanais com cursos de mariculltura (histórico da
aquiccultura, legalização, te ecnologia dde cultivo, biologia e ecologia, beneficiam mento,
comeercialização e meio ambiente) e reealizados tre einamentos práticos. Fooi dado iníccio ao
proceesso de licenciamento para p a instaalação de cinco áreas de cultivo em m mar aberrto no
Paranná e instalados três cultivvos experimeentais.
Além disso, atualmente a Assocciação Mar Brasil desen nvolve o Proograma PREA AMAR
(Proggrama de Exttensão e Apo
oio a Pesca e a Maricultu
ura), que conta com várioos sub‐projettos de
gestãão costeira e da pesca,, capacitaçã o profission
nal, geração de renda, inclusão so ocial e
cidad
dania.
Foi ainda apresentad do pela Asso ciação Mar Brasil o projjeto de mariicultura intittulado
"Cultivo de moluuscos em mar aberto ‐ Novas fronteiras para a mariculturra sustentávvel na
região sul do Brasil", financiado pelo SEB
BRAE (Serviço
o Brasileiro de
d Apoio às M Micro e Pequenas
Emprresas).
O projeto
o, que tem como
c seu púúblico‐alvo pescadores
p artesanais
a dee pequena escala,
e
que vivem histooricamente do d extrativissmo, tem como meta a produçãoo de cerca de d 40
tonelladas de mexxilhões por safra. A com ercialização da produçãoo deverá ser dirigida tantto aos
consu
umidores finais como a restaurantes
r de centros urbanos
u (Asssociação Marr Brasil, 200
08).
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 60
O projetoo prevê a inttervenção e m várias etaapas da cade eia produtivaa da mitilicu
ultura,
incluiindo a captaação de sementes em Saanta Catarina, a instalação de sistem mas de cultivvo em
mar aaberto para engorda,
e o manejo
m e a ccomercializaçção (Figura 14).
1
2.4.3.2 Instituto de
e Pesquisaas Ecológiccas ‐ IPÊ
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 61
o do IPÊ é promover, de forma particcipativa, a co
A missão onservação m
marinha na região
r
do Paarque Nacion
nal do Superagui através do manejo racional dos recursos pessqueiros.
O prograama tem duas linhas dee ação que se complem mentam: Maanejo de Pe esca e
Mariccultura. As principais atividades das duas linhas envolvem pessquisa, extensão
socio
oambiental e capacitaçã ão. O Maneejo de Pesca é focado no ordena mento pesq queiro
particcipativo, atrravés de instrumentos dde gestão participativa como o Connselho Gesttor do
Parquue Nacional do Superaggui e a Câm mara Técnica de Pesca.. A Mariculttura é focad
da no
fortalecimento da d maricultura familiar como praticca econômicca sustentávvel para a região,
melhorando a ren nda familiar e a segurançça alimentar das comunidades envolvvidas.
Fortalecim
mento dos Conselhos
C Geestores da APA
A de Guara aqueçaba, PA ARNA Superagui e
Câmara Técnica
T de Pesca atravéés do fomento de reun niões e capaacitações paara os
membross;
Assistênccia técnica e extensão soccioambientaal para pescadores e marricultores;
Pesquisass aplicadas ao
a ordenameento pesqueiiro e resoluçã ão de conflittos;
Pesquisass aplicadas a exploraçãão sustentável de ostras Crassostr trea rhizophora e
mexilhãoo Perna perna a e seus canaais de comerrcialização.
Implementação de cu ultivos de maaricultura jun
nto às comunidades do PParque;
Avaliaçãoo da qualida ade de águaa como subssidio para a implantaçãoo dos cultivvos de
ostra e mexilhão;
m
2.4.4
4 Principais projeto
os em exeecução no litoral
l do estado e p
propostas para
desenvoolvimentoo da maricuultura
Para a ob
btenção de informações sobre este item
i foram enviados
e ofíccios para divversos
órgão
os estaduais,, municipais e ONG’s, coom o intuito de identifica
ar as proposstas de incenntivo à
mariccultura elabo
oradas ou emm fase de im
mplementaçãão no estado o. Porém, p oucas institu uições
órgão
os responderram a esses ofícios
o e tod as as respostas obtidas estão
e transcrritas a seguir.
2.4.4.1 Cultimar
C
O Projeto
o Cultimar é um projeto ddo GIA e fun ndamenta‐se na necessiddade de criaçção de
novass fontes dee renda pa ara comuniddades tradicionais da região litorrânea, de forma f
susteentável e quee não descaracterize o aambiente naatural ou as atividades trradicionais dessas
d
áreass. A propossta, desde seu s início eem 2005, é que essas comunidaddes gerem renda
altern
nativa a parttir da maricultura e de ouutras potenccialidades loccais, como o turismo.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 62
O Cultimmar promove e sempre a aproximaçção com seu u público‐allvo (maricultores,
pescaadores, restaaurantes, co ozinha comuunitária, associações de moradoress, entre outrros) a
partirr da identificcação das potencialidaddes locais das comunidad des parceiraas, bem commo das
ativid
dades produtivas ligadass à maricult ura já desen nvolvidas naa região. A sseguir, estab
belece
uma estratégia mais
m adequa ada de comeercialização dos produto os gerados, de forma que os
parceeiros envolviidos no projeto tenham a possibilidade de, em curto prazo,, incrementa ar sua
rendaa apenas com base na organização
o do arranjo produtivo lo ocal. Esse ráápido aumen nto de
rendaa, inteirameente origina ado a partirr de uma estrutura de d produçãoo já existen nte, é
importante para que os parcceiros do proojeto perceb bam que estã ão no caminnho certo, crriando
condições estrutu urais para o início de um
ma segunda fase: o aperfeiçoamentto e a capacitação
técnica para aum mento da produtividadee e renda obtida.
o Isso cria ainda ccondições para
p a
installação de unidades
u moodulares dee produção e de imp plantação d e programa as de
capaccitação, edu ucação ambiental e revi talização cultural que possibilitem,
p em um seggundo
mom mento, agregaar renda aos produtos geerados.
As ações do Cultimaar tiveram innício em duaas comunida ades do lito ral paranaen nse e,
com o desenrolar do projeto, novos parcceiros ingresssaram, crian
ndo bases paara a aplicaçção de
um seegundo ano e assim suce
essivamente até o estágio atual.
Nesse período
p uve um grrande fortaalecimento da marca Cultimar como
hou
disseminadora dee conceitos socialmente
s justos e ambientalmentte corretos. CCom o sucessso do
projeeto, a aproxximação dessses novos parceiros e o incremento dos arrranjos produtivos
trabaalhados, surrgiu à neccessidade dde integraçãão dos differentes attores, visando à
susteentabilidade do Cultimar e de suas açções.
‐ Apo
oio técnico paara cerca de 30 maricultoores;
‐ Aum
mento de 20 m de 40.0000 dúzias de ostra comercializadas pelos produ
0.000 para mais utores
assocciados ao Cultimar;
‐ Divu
ulgação da ostreicultura
o o, Festa da SSororoca, Feira de
em feiras reegionais (Fessta do Divino
Sabores e MatinFFest);
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 63
‐ Con nfecção de vários
v om destaquee para o livvro de
materiais técnicoos e de capaacitação ‐ co
Educaação e Lendas na Culturra Caiçara, q ue trabalha um modelo de educaçãão biorregion nalista
no littoral do Paraná;
‐ Divu
ulgação do projeto
p e da maricultura
m nnas mais varriadas mídiass;
‐ Reaalização de um
u programa de fortaleccimento do artesanato local envolveendo o Club be das
Artessãs Berço dos Golfinhos, da Ilha das Peças e a Asssociação dos Moradoress do Cabaraq
quara,
na Baaía de Guarattuba;
‐ Três prêmios
p reccebidos, do is na área de comunnicação (Besst Marketin
ng de
Respoonsabilidadee Social e Destaque
D noo Marketing) e um no valor de RR$ 50 mil dólares
conceedido pelo HSBC Lond dres, aos m ocinados peelo banco (OGM
melhores projetos patro
Donaations).
Figu
ura 15. Imagem do curso de capacitaçãoo em processa
amento e preparação de peescados realizzado
mar com as m
pelo Projeto Cultim mulheres do Mercado
M Municipal de Matiinhos.
Fonte: Eddilson Tadeu Giordano
Para o ano
a de 20110 a propossta é conso olidar o trabalho no liitoral do Pa araná,
especcialmente naa Baía de Guaratuba, forttalecendo e integrando as
a parcerias locais e regionais.
Para isso, o Cu ultimar preetende atuaar em comunidades do d municípioo de Guarratuba
(Cabaaraquara, Paarati, Descob
berto, São Jooãozinho, Rio
ozinho e Caieiras) e no município vizinho
de Matinhos (no Mercado Mu noel Machado).
unicipal de ppescado Man
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 64
o, o Cultimarr fortaleceráá e ampliaráá os diferenttes móduloss de trabalho que
Para isso
deverrão integrarr ações técn nicas (aumeento de produtividade na n produçãoo de ostras e na
comeercialização de camarõe es nativos ppara isca‐vivva e minimização de poossíveis imp pactos
gerad dos por essas produções), ações econnômicas de estruturação
e o e fortalecim
mento das ca
adeias
produ utivas (comeercialização nos Mercaddos Municipais de Guaratuba e Maatinhos), açõ ões de
certifficação sanittária (na pro
odução de oostras, nos Mercados
M Municipais
M e nos restaurrantes
assocciados), alémm das ações no campoo educacion nal e cultural (com a consolidação o dos
Progrramas de Ed ducação & Capacitaçãoo e Mar & Cultura).
C Os módulos fuuncionarão como
modeelos de valo orização socioambiental, econômica e cultural das d comuniddades tradicionais
litorââneas e atingirão diretamente cercaa de 110 famílias com quatro pesssoas em média e,
indireetamente, mais
m de 500 pessoas
p envoolvidas nos demais elos das
d cadeias pprodutivas.
2.4.4.2 Cozinha
C Co
omunitáriaa Encantoss e Delíciass de Caieirras
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 65
A comunnidade de Caieiras
C posssui na pescaa do camarrão a base de sua ativvidade
econô
ômica, a qual é claramente dividdida por gê ênero. Homens pescam m e as mulheres
beneficiam e com
mercializam a produção in natura. Ne esta comunid
dade está loccalizada a Co
ozinha
Comuunitária Encaantos e Delíícias de Caieeiras, situad
da a rua Frederico Nasccimento, s/nº, em
anexo
o ao mercado municipal de Caieiras.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 66
Para tantto, foram re es para disccutir os concceitos básicos de
ealizadas váárias reuniõe
assocciativismo e empreended dorismo, seuus benefícioss, necessidaddes, formas de constituição e
demaais informações pertinen ntes ao temma. Neste co ontexto, tenttou‐se estim
mular as mulheres
que h
haviam desisstido do emppreendimentto a voltar a fazer
f parte da
d associaçãoo.
Parte doss equipamen ntos existent es foram adquiridos durante a execuução do Proggrama
Produ
uzir (um freeezer horizonttal, um fogãoo industrial usado,
u uma máquina
m selaadora).
A renda média de ca
ada associadda no período de alta temporada
t é de cerca de
d R$
350,000/mês. Con
ntudo, quand ntos o retorno acaba seendo maior, tendo
do da realizaação de even
comoo exemplo a Festa do Divíno 20099, quando após 10 dias de trabalh o cada asso ociada
receb
beu R$ 470,0
00.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 67
no prrocesso de gestão.
g Atualmente, o Cuultimar dá apoio técnico
o às associaddas para cap
pacitá‐
las a superar essees problemass.
2.4.4.3 Qualidade
Q na produçção de ostrra em área
a de proteçção ambie
ental
Atualmennte, alguns dos mem mbros da mesma equ uipe envolvvida no projeto
"Deseenvolvimentto Sustentável em Guaraaqueçaba" de esenvolvem na região dee Guaraqueççaba o
projeeto "Qualidad
de na Produução de Ostrra em Área de
d Proteção Ambiental",, coordenado o pela
profeessora da Universidade Federal do Paaraná, Marlene F.G. Walfflor.
O projeto
o da Universidade Federaal do Paranáá emprega o sistema de cultivo em mesas
m
2
que ssão dispostas em uma área de aproxximadamentte 2.000 m para cada prrodutor, ond de são
manttidas cerca de
d três mil osstras. O tem
mpo de engorrda caiu ao longo do proojeto de doiss anos
para seis meses. A comercia alização fica a cargo de um
u dos ilhéu us, que leva o produto para
p a
vendaa em Paranaaguá.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 68
bor, cor e odor) da ostrra. A refrige
analissar o que ass característticas organoolépticas (sab eração
tambbém mereceu u atenção esspecial, uma vez que o molusco
m resfrriado tem duurabilidade de
d até
10 dias in natura. Esses cuida ados contribbuem para a aferição da qualidade ffinal do prod duto e
para a maior seguurança do coonsumidor.
2.4.4.4 Projetos
P de
e âmbito eestadual
P
Pela sua próópria definiçã odem ser coonsiderados como
ão, os Arrannjos Produtivvos Locais po
um tiipo particulaar de agrupaamento, form mado por peequenas e médias empreesas, em torrno de
uma profissão ou de um negócio, onde se enfatiza e o papel dese mpenhado pelos
relaciionamentos ‐ formais e informais ‐ entre empresas e dema ais instituiçõões envolvida
as. Os
emprreendimento os compartilham uma cuultura comu um e interag gem, como uum grupo, com c o
ambiente sociocultural locall. Essas inteerações, de natureza co ooperativa ee/ou compe etitiva,
estenndem‐se além m do relacioonamento coomercial e teendem a gerar, afora os ganhos de escala,
e
econo omias externas, associadas à sociallização do conhecimento e à reduçção dos custtos de
transsação15. Essees agrupame entos elevamm a renda, atraem
a pessooas e induzeem investim mentos
públicos em infrraestrutura. Nesse sentiido, a aglom meração de empresas é um tema muito
importante para o desenvolviimento regioonal.
O levantamento realiza ado pelo IPPARDES em 2006, não classificou nenhum arranjo
produ n litoral parranaense. Noo entanto, a ostreiculturra da região tem apresentado
utivo local no
forte crescimento nos últtimos anoss e instituições de ensino e e ppesquisa, órgãos
ó
goverrnamentais, associaçõess e empresaas, aqui classificados como ativos innstitucionaiss, têm
desennvolvido proojetos de fom
mento da ativvidade na reggião.
Mod
15
dificado de: Metodologia
M de desenvolvvimento de arranjos
a prod
dutivos locais : Projeto Pro omos ‐
Sebraae ‐ BID : versãão 2.0 / Renato Caporali e Paulo Volker (organizadorres).– Brasília : Sebrae, 200
04. 287
p.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 69
A EMATEER elaborou 26 projetos para o licen nciamento e cessão de ááreas públicas, na
modaalidade de árreas de prefe
erência (con forme o Deccreto 4.895 de
d 25 de novvembro 2003 3 e INI
nº 066 de 31 de maio de 2004)), cujo mapa de localização encontra‐se na Figuraa 16.
Figuraa 16 ‐ Comun nidades do liitoral paranaaense onde a EMATER‐PR pretende innstalar unidad
des de
cultivvo de ostras.
A EMATEER‐PR també ém será res ponsável peelo treiname ento e acommpanhamento dos
pescaadores na instalação e manejo
m das uunidades de cultivo e pe
ela orientaçãão na organiização
dos p
produtores e na comerciaalização da pprodução.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 70
As famíliaas já foram selecionadas
s s pela Emater e os equipa amentos serrão adquirido
os por
meio de pregão eletrônico.
e Toodo o materrial de cultivo
o será cedido
o em regimee de comodatto aos
mariccultores por um período o de três anoos. As ostrass produzidass passarão ppor depuraçã
ão em
equippamentos já instalados em e dois munnicípios: Paraanaguá e Gu uaraqueçabaa, com capaccidade
de deepurar 500 dúzias a cada 24 horas.
A exigên
ncia para pa articipar doo projeto é que as famílias sejam m de pesca adores
artesanais, vinculladas a associações ou ccolônias de pesca.
p A estimativa da E mater é que
e cada
família envolvidaa com o culltivo de ostrras consiga obter uma renda men sal líquida de d R$
600,000.
A Secretaaria Municipa
al de Agriculltura, Pesca e Abastecimento (SEMA APA) de Paranaguá
está estruturando um proje eto para culttivo de ostrras envolven ndo jovens das comunidades
pesquueiras de Piiaçaguera e de Amparoo. Os candid datos a mariiculturores ppassaram po
or um
perío
odo de treinnamento e qualificação e o próxim mo passo é promoverr o licenciam mento
ambiental para immplantação das unidadees de cultivo.
2.4.4.5 Projetos
P de
e âmbito m
municipal
O único município
m quue se manifeestou em relaação à consu ulta realizadaa sobre prop postas
para a instalaçãoo de projetoss de maricul tura foi Paraanaguá. A SEEMAPA ‐ Seccretaria Mun nicipal
de Aggricultura, Pesca e Abasttecimento ‐,, que tem en ntre suas atrribuições a immplementaçção de
açõess voltadas à mariculturaa, incluindo a realização de assistênccia técnica ppara comunidades
pesquueiras com aptidões para esta ativiidade. Essa secretaria possui,
p inclussive, inclusivve um
departamento técnico habilitado para issoo.
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 71
Tab
bela 9. Comunnidades pesqu ueiras do munnicípio de Parranaguá que recebem
r supoorte da prefeitura
mu
unicipal para instalação dee unidades de cultivo de osstras e de cam
marões para issca‐viva, público
assistid
do e área preevista para as unidades de cultivo.
PÚBLIICO
COMUNIDADE PROJETO/ haa
(PESCADDORES)
Ammparo 255 Ostreicultu
ura + Tanquess‐rede / 6 ha
Piaççaguera 155 Ostreicultu
ura + Tanquess‐rede / 5 ha
Ilha do Teixeira 255 Osstreicultura/ 6 ha
Eurropinha 088 Osstreicultura/ 3 ha
T
TOTAL 733 20 ha
A CADEIA PR
RODUTIVA DA MARICULTURA
A NO PARANÁ 72
3 SSISTEMA
AS DE CU
ULTIVO
Para o cultivo
c de uma mesma espécie po ode‐se encon ntrar uma ssérie de sisttemas
difereentes, além de
d diversas variações
v e aadaptações dos
d mesmos,, em função de regionalidades
e dass experiênciaas adquiridass por cada aqquicultor em
m particular. As
A diferençaas podem consistir
desdee simples deetalhes como o, por exempplo, o tipo de
d amarração o e disposiçãão de travesseiros
ou coordas em um u mesmo tipo t de estruutura de culltivo, até a notável desssemelhança entre
cercaados de cultivo extensivo o de peixe, m
manejados por
p pequenas embarcaçõões, em proccessos
quasee que exclussivamente manuais,
m quanndo comparados aos tan nques‐rede dde grande voolume
installados em mar
m aberto, operados a partir de e embarcaçõ ões e balsass oceânicas,, com
autommatização qu uase total.
O sistem
ma de produ ução mais s imples e baarato que se utiliza naa maricultura é a
semeeadura diretaa no fundo, pois praticam mente não envolve
e estru
uturas compplementares ou de
apoioo. Já os cercaados são amplamente diisseminados na Ásia, principalmentee para o cultiivo de
peixees. Mas, no Brasil
B a experiência maiss bem sucediida e estudada em relaçãão aos cerca
ados é
o culttivo de camaarões marinhhos na regiãoo estuarina da
d Lagoa dos Patos.
SISTEMASS DE CULTIVO 73
ultar o acesso de predad
dificu dores e redu zir a influência do material orgânicoo e sedimenttar do
fundoo sobre os orrganismos cu
ultivados.
Os long‐lines são siistemas quee requerem maior inve estimento dde implantaçção e
manu utenção. Porrém, apresentam menorres dificuldades de manejo e permiitem o cultivvo em
áreass mais afastaadas, aproveitando melhhor a profunddidade. São ainda sistem
mas que provvocam
meno os impacto no
n ambiente, tanto em t ermos visuais quanto hidrológicos, jjá que geralmmente
são cconstruídos com
c materiais mais elaboorados e de aspecto mais uniforme. Além disso, como
o cabbo principal deste sistem
ma flutua coom a variação do nível de
d maré, as cordas de cultivo
c
nuncaa ficam exp postas ao ar,, proporcionnando aos organismos
o um
u crescimeento mais rá ápido,
quando comparaado com o sistema fi xo. Isso tende a diminuir o tem mpo de culttivo e
propo orcionar um maior rendimento.
As gaiolas diferem doos tanques‐rrede apenas por um dettalhe conceittual, enquan nto os
tanquues‐rede possuem telas flexíveis, ass gaiolas sãoo construídaas com telass rígidas. Ass telas
dessees tanques e gaiolas favoorecem a co ntínua troca de água entre o ambiennte e o local onde
os annimais ficam
m confinadoss, o que posssibilita a re
emoção dos metabólitoss tóxicos ge erados
peloss organismoss cultivados e a manutennção das conddições ideaiss de cultivo.
SISTEMASS DE CULTIVO 74
3.1 S
SISTEMAS
S DE CULT
TIVO DE P
PEIXES MA
ARINHOS
A piscicu
ultura marin nha ganhou destaque nos últimoss anos, prinncipalmente pelo
desen nvolvimento o de cultivos em escala inndustrial em áreas abriga adas, notadaamente do sa almão
(peixee diádromo) no Chile e na Noruegga e do European sea bass b (Dicenttrarchus labrrax) e
giltheead sea breaam (Sparus aurata)
a no MMediterrâneo e do bijup pirá (Rachyceentrum cana adum)
em TTaiwan. Maiss recenteme ente abriu‐see uma nova fronteiraa com c cultivoss em mar aberto,
denominados cultivos offsho ore. Estes eestão, principalmente voltados paraa a produçã ão do
bijupirá (Rachyceentrum cana adum) nos EEUA e Porto o Rico e do atum (Thunnnus thynnu us) no
Mediiterrâneo e na n Ásia. Amb bos os casoss se apóiam em alta tecn nologia, altoos investimen
ntos e
utilizaação de mão o‐de‐obra esspecializada. Em contrasste, a piscicultura em cerrcados e tan nques‐
redess de pequeno o volume ainnda continuaa a ser praticcada, principalmente na CChina e em países
p
do suudoeste asiáttico como fonte de subsi stência e complemento de renda.
Embora ainda
a esteja em fase exp erimental no
o Brasil, com
m apenas um cultivo em escala
e
comeercial, a piscicultura marinha vem desspertando caada vez maiss interesse noo País. Cresccentes
avançços obtido non setor de pesquisa, bbem como iniciativas prrivadas de ccultivo piloto o têm
criado um clima de otimismo o. O setor já conta uma linha exclusiiva de raçãoo para o cultiivo de
bijupirá, lançada comercialme ente em 20009.
3.1.1
1 Cercado
os
Relatos de cultivos de
e peixes marrinhos datam m desde o sécculo XIV na I ndonésia, qu
uando
peixees da espéciie Chanos chanos
c (milkkfish) eram coletados no ambiente e cultivado os em
viveirros. Os cultivos técnicaas se iniciar am de form ma rudimenttar, através da utilizaçã ão de
cercaados no sud doeste asiáttico. Os pe ixes aprisionados eram m alimentad os até atingirem
tamanho satisfatório para venda. Possteriormente e, adaptaçõe es foram ssurgindo e assim
desen nharam‐se os
o tanques‐re edes, inicialm
mente monttados em esttruturas fluttuantes de bambu
b
(Panttaiu, 1979; Reksalegora, 1979).
SISTEMASS DE CULTIVO 75
Figura 17 ‐ Curraal de peixes no estado do Pará
P
Fonte : Revista Brassileiros.
3.1.2
2 Tanque
es‐Rede e Gaiolas
G Flu
utuantes de
d Pequeno
o Volume
Os tanquues‐rede e gaiolas para ccultivos de peixes marin nhos ou estuuarinos são ainda
uma novidade no o país, como
o a própria ppiscicultura marinha o é.
é Por isso, aainda são rarros os
casoss em que estte sistema de cultivo tennha sido testtado e avalia
ado. Uma deessas experiêências
se deeu na localidade de Tapeeroá, um mu nicípio da Co osta do Dendê, distante 280 km ao sul de
Salvador, onde tanques‐red de foram uttilizados no cultivo de tilápia Chiitralada em área
estuaarina por produtores/pescadores l igados à Co olônia de Pesca
P Z‐53. Os tanquess‐rede
emprregados tinham dimensõ ões de 2 x 2 x 1,8 m.
SISTEMASS DE CULTIVO 76
Figu
ura 19 ‐ Repre
esentação esq
quemática de tanques‐rede
e de pequeno volume usaddos em cultivo
os de
peixes.
Não há uma definiição clara dos limites que separram tanquees‐rede e gaiolas g
considerados de pequeno ouu de grande volume. Para efeito de sistematizaçção, neste estudo
e
considera‐se um tanque‐rede
e ou gaiola dde pequeno volume aquele com voluume útil entre 4 e
3
20 m .
SISTEMASS DE CULTIVO 77
Figu
ura 20 ‐ Estrutura de made
eira empregadda na sustenttação de tanques‐rede de ppequeno volu
ume.
Fonte: IGIA
Figura 21
1 ‐ Garrafas PET
P empregaddas como estrutura de flutu
uação de tanqque‐rede.
Fonte: IGIA
SISTEMASS DE CULTIVO 78
A cobertuura dos tanques‐rede maais comum é feita com te elas de nylonn, com malha
a de 8
a 10 mm, de cor escura para facilitar a o bservação dos peixes. A tela diminu i a luminosiidade,
evita o ataque dee predadore es aéreos, aléém de evitar a fuga doss peixes. Emm regiões de
e forte
incidêência da luz solar pode‐se utilizar soombrite em 50% da áreaa dos tanquees, para reduzir o
estresse dos animmais cultivados.
Figura 22
2 ‐ Tampa dee lona com ab
bertura centra
al telada.
Fonte: IGIA
Figura 23 ‐ Tampas
T de po
oliéster revesttidas com PVC
C cobertas parcialmente coom sombrite.
Fonte: IGIA
SISTEMASS DE CULTIVO 79
O comedouro (Figura a 24) é uma estrutura fundamental dos d tanques‐‐rede de peq queno
volumme. Sua funçção é proporcionar conddições para queq todos os peixes posssam se alim mentar
adequadamente e, ao mesmo tempo, evvitar a perdaa de ração attravés de suuas malhas. Vários V
tipos de comedou uros têm sido utilizados, dentre os quais destacam‐se: 1) anééis de alimen
ntação
flutuaantes; 2) com
medouros fixxados à próppria tampa doo tanque e que se estenddem cerca de 30 a
40 cmm abaixo da superfície da
d água e; 3)) comedouro o do tipo anteparo, com m tela de abeertura
meno or que o tam manho dos peletes,
p que se estende ao longo de e toda a exteensão das laaterais
dos tanques, com m 70 cm de laargura e peloos menos 20 cm acima da a superfície.
Para os berçários
b existe a possibbilidade de se
s empregarr comedouroos de lona de PVC
aderidos à próppria tela, o que minim iza significativamente as a perdas dde rações em pó
emprregadas na faase inicial do
o cultivo, quaando os alevinos apresen
ntam tamanhho inferior a 7 cm.
Figgura 24 ‐ Com
medouro acoplado à tela dee tanque‐rede
e berçário de poliéster reveestido com PV
VC.
Fonte: IGIA
SISTEMASS DE CULTIVO 80
Não raro,, são utilizad
dos berçárioss, também conhecido
c co
omo bolsõess, posicionad dos no
interiior dos tanqques‐rede/ga aiolas. Os beerçários são basicamentte um tanquue‐rede de malha m
meno or e de dimeensões reduzidas. Ele é u tilizado paraa se fazer a recria dos aleevinos pelo tempo
t
necesssário para que
q eles cressçam o suficciente para nãon escapar pelas malhaas do tanque e‐rede
de enngorda. A abertura da malha norm malmente é de 4 a 8 mm, no caso do tanquess rede
berçáários (ou alevvinagem), e de
d 15 a 20 mmm nos tanques‐rede da fase de engoorda.
Tab
bela 10. Sínte
ese dos Fatore
es que afetam
m a escolha do
o local para a instalação dee tanques‐red
de e
gaiolas
Ambbiente
C
Critério Especificaçção
Marinho Estuarino Água docce
Direçãão do vento Corrente de
d água Direção do ven
nto
Proteçção Natural Existê ncia de lagoas, Erosão e
CCorrente de ággua
baías e enseadas assoreame ento
Artificial Quebrra‐mar Defletores QQuebra‐mar
Relacionadas com
c a Correnntes Correntes CCorrentes
Circulaação de proteção Níveiss de maré Níveis de maré
m Estratificação
Água Espaçamento entre
e
Bem eespaçados Bem espaççados Bem espaçadoss
tanques
Saliniddade Salinidade TTipo de solo
Caractterísticas do Característticas do pH, NH3, DBO,
Química leito m
marinho sedimento o aalcalinidade
Pesticidas e de Intrusão de águ
ua
‐
fertilizante
es ssalgada
Tempeeratura Temperatu ura TTemperatura
Assoreeamento e Assoreame ento e AAssoreamento e
turbiddez turbidez tturbidez
Qualid
dade da Física Amplittude de marés Amplitude de marés Profundidade
Água e Tipo de Topoggrafia Topografia a TTextura do sub
bstrato
Solo TTopografia
‐ Objetos flu
utuantes
OObjetos flutuan
ntes
Preda dores, parasitas Predadores, parasitas
Floração de alggas
mpetidores
e com e competid
dores
Predadores, pa
arasitas
Veget ação Vegetação
o
Biológicas e competidores
Bloom
m de plâncton Plâncton e bentos VVegetação
Doençças e parasitas Doenças e parasitas Doenças e para
asitas
‐ ‐ Produtividade natural
SISTEMASS DE CULTIVO 81
Ambbiente
C
Critério Especificaçção
Marinho Estuarino Água docce
Poluenntes industriaiss Poluentes industriais Poluentes indu
ustriais
‐ ‐ Poluição térmicca
Poluição
Poluenntes agrícolas e Poluentes agrícolas e Poluentes agríccolas e
doméssticos domésticos ddomésticos
Materriais
Suprimentos Raçãoo
Alevinnos
Mercados Proxim midade do merccado
Disponnibilidade
Acessooe Trabalho
Custo
seguraança
Monitoramentto Faciliddade de acessoo para de acomp panhamento reegular dos cultivvos.
Segurança Precauuções de segurança eficiente contra
c interferêências de todo tipo.
Frequêência de naveggação
Outros Direitoos de propriedaade, políticas e legislação
Aspecctos sociais
Fonte:: (SEAFDEC/IDR
RC, 1979)
3.1.3
3 Tanque
es‐Rede e Gaiolass de Grrande Vo
olume (FFlutuantes ou
Submerrsíveis)
SISTEMASS DE CULTIVO 82
Chinaa são utilizad
dos tanquess bastante siimples e peq
quenos, em geral de 5 x 5 x 5 m, muitas
m
vezess construídos a partir dee tábuas de madeira, bambu, tubos de aço ouu outros matteriais
dispo
oníveis localmmente.
Gaiolas de metal são estruturas mmais sólidas e geralmente e mais fáceiss de trabalha
ar que
aquelas confeccionadas em material pláástico. Isso permite um m maior aceesso físico e mais
estávvel às operaçções de rotina, como m mudar as reddes, eliminarr os animais mortos e fa azer a
seleção periódicaa dos peixess. Uma desvvantagem daas gaiolas de metal é qque eles são o mais
susceetíveis à fadiiga do material e à corroosão e são menos
m robusstas em locaais de alta en nergia
(Willo
oughby, 1999).
Geralmennte as gaiolaas de metal são fisicameente ligadas umas às ouutras, o que pode
reduzzir as trocass de água em algumass gaiolas, aggravando oss efeitos neegativos sob bre as
taxass de crescimento e aumentando a variabilidade e de tamanh ho dos orga nismos cultivados
nas d
diferentes gaaiolas. Os ava
anços recenttes na galvan
nização a quente têm redduzido a corrrosão
e melhorado a reelação custo//eficácia, esttendendo a vida
v operacional de gaioolas de meta al para
mais de dez anos.
SISTEMASS DE CULTIVO 83
ente tem siddo uma característica das empresas que se dedicam à
A mecaniização cresce
produ ução de salmão no Chile. Hoje oss sistemas de d produção o são compoostos de um m silo
flutuaante centralizado, de um ado de forneecimento de ração
m sistema auutomático e individualiza
para cada gaiola,, que é feito
o através de tubos de plástico e de ar comprim mido. Há aind
da um
ma individual de câma
sistem aras subaqu áticas e eqquipamentoss de controole da ração o não
consuumida em caada tanque ouo gaiola.
Gaiolas submersíveis
s s de 3.000 m3, fundead das em loca ais de pelo menos 30 m de
profuundidade e alta
a dinâmica a, com capaacidade para estocagem de 12.000 bbijupirás têm m sido
utilizaada em Portto Rico desde e 2002. A gaaiola consistte em uma lo ongarina cenntral rodead da por
um aro redondo de aço de 25 m de diâm metro. Armaçções de mettal sustentam m as redes. Portas
P
com zzíper na redee fornecem acesso fácil aaos mergulh hadores que fazem o mannejo das unidades
de produção. Ass gaiolas posssuem um ccontrole de flutuabilidade muito efficiente, pod dendo
subm mergir completamente em m menos dee 5 min. O sisstema é ancorado por 4 lastros de 10.0001
kg. As gaiolas ficaam completa amente invissíveis na superfície, senddo apenas sinnalizadas por uma
pequena bóia ligaada a um tu ubo, que poode ser puxado até a sup perfície e quue é utilizado
o para
introd duzir alevino
os e ração, bem
b como p romover a despesca
d (através de bom mbas), quan ndo os
animais atingem o tamanho comercial
c (Raadford, 20055).
Para os cultivos a serem realizaddos no estado Paraná o ideal seria o uso de estru
uturas
semeelhantes às descritas accima que esstão sendo utilizadas em Porto Ricco. Esse sisstema,
cham
mado de "Aqu uapod®" é um sistema d e confiname ento exclusivvo para a aquuicultura marinha,
adequado às con ndições de alta energiaa de ambien ntes exposto os e recomeendado para a uma
de variedadee de espéciess (Figura 27)..
grand
SISTEMASS DE CULTIVO 84
O Aquapo 5 kg) que see unem form
od é construído de painééis triangularres (de 45 a 50 mando
uma forma esférica. A maiorria dos painééis é feito dee polietileno de alta dennsidade reforrçado,
conteendo 80% de d material reciclado, cobertos co om tela de arame de aço galvan nizado
revesstido. As gaiolas podem ser ancoraddas em múlttiplos pontoss de amarraação ou entã ão em
apenas um único ponto. Uma a de suas graandes vantaggens é que o sistema maantém sua forma e
volum
me independ dentemente da velocidadde das corren ntes locais.
O sistem
ma pode fun ncionar tota l ou parcialmente subm merso. Qua ndo submersa, a
estrutura apresen nta flutuabiliidade neutraa, o que facillita seu posiccionamento vertical na coluna
c
d´águua, e quando o parcialmennte emerso ppainéis modiificados facilitam as operrações de manejo
m
(acessso à estrutura de cultivoo, alimentaçãão, transferêência dos peixes, classificcação e desppesca).
Um o ou mais dessses painéis são modificcados para forneciment
f o e distribuuição de raçã
ão no
interiior da estrutura. A ração deve ser forrnecida a partir de uma embarcação.
e .
O problema, no caso
o do Paranáá é que o tamanho mín nimo de gaiiola é de 11 15 m3
metro de 8 m)
(diâm mo é de 11.0000 m3 (28 m de diâmetro). Como é recomendá
m ‐ o máxim ável o
posiccionamento das
d gaiolas em
e locais com
m o dobro da
d sua profunndidade, estee tipo de ma
aterial
é mais recomendado para reggiões com m
mais de 16 m de profundid
dade.
Os tubos de PEAD podem ser mo ntados de diiversas mane eiras a fim dee produzir colares
manhos e formas. Os ta nques‐rede são muitas vezes
de diiferentes tam v compoostos por do ois (às
vezess três) anéiss de PEAD de
d 15‐35 cmm de diâmettro cada. Oss anéis podeem ser flutu uantes
(preeenchido com poliestirenoo) ou submerrgíveis (por meio do seuu preenchimeento com ággua/ar
atravvés de mangueiras). O anel mais inteerno dá susttentação às telas utilizaddas na contenção
dos ppeixes, enquanto o anel externo é uttilizado paraa as operações de manejjo e também m para
fixaçãão de redes contra
c preda
adores.
SISTEMASS DE CULTIVO 85
normmalmente é minimizada anexando‐sse pesos à porção inferior da redee, em intervalos
regulares, de modo a reduzir a sua deforrmação. Maiss recenteme
ente, o efeitoo de ensacam
mento
tem sido praticaamente elim
minado atravvés da implaantação de um colar m metálico na parte
inferiior da estrutura.
Figuraa 28 ‐ Tanque
es‐rede de gra
ande volume utilizados no cultivo de bijupirá no litorral de Pernam
mbuco.
Foonte: Aqualid
der.
SISTEMASS DE CULTIVO 86
3.2 S
SISTEMAS
S DE CULT
TIVO DE M
MOLUSCO
OS BIVALV
VES
Capazes de ocupar diversas zonnas no amb biente marinnho, os moluuscos bivalvves se
destaacam como um dos grupos mais veersáteis da aquicultura, adaptando‐s
a se a uma série de
sistem
mas de cultivvos bastante e diversos e ntre si. Assim
m como as macroalgas,
m estes organismos
requeerem baixo grau de man nejo, necesssitando, basiicamente, dee um substraato de fixação ou
para se enterrareem, além de e ficar submeersos parte dod dia ou o dia todo parra a realizaçção de
sua pparticular forrma de alime
entação, a filltração. Natuuralmente, existem
e partiicularidades entre
as inú
úmeras espéécies de bivallves cultiváveeis, que influ
uenciam na seleção
s dos ssistemas.
Os long lines
l (espinhéis), as messas e as balssas são os sistemas maiss empregado os em
cultivvos comerciaais no mund do, sendo la rgamente difundidos, desde a Ásia (China, Malásia),
Europ pa (principalmente Espa anha e Françça), até as Américas
A anadá, Estaddos Unidos, Chile,
(Ca
Veneezuela e Brassil). Tais siste
emas permittem o cultivo o de uma gra
ande quantiddade de moluscos
utilizaando‐se po ouca área, já que eexploram a coluna d´água e ocupam, assim, a
tridim
mensionalmeente o espaçço. Porém, é recomendável sempre manter m umaa distância de e pelo
meno os 30‐50 cm do fundo pa ara dificultarr o acesso de
e predadoress, além de reeduzir a influ
uência
do material orgân nico e sedimentar do funndo sobre os organismos cultivados.
O tipo dee fundo tamb bém pode inffluenciar no cultivo, poiss o revolvimeento do solo
o pode
causaar a ressuspensão de pa artículas e a fetar negativamente o desenvolvim mento de esp pécies
mais exigentes comoc as vieiras (Nodipeccten nodosu us). Solos de
e areia grosssa ou de ma aterial
coralino‐rochoso são ideais, principalmeente para cultivos de fun ndo de ostraas. Já para alguns
a
bivalvves que posssuem o hábito de se entterrar no sed dimento com mo o berbigã o (Anomaloccardia
brasilliana), o suruuru (Mytela sp.) e a lambbreta (Lucina
a pectinata), é preferível solos mais argilo‐
a
siltossos.
Grande parte
p dos biva osição parcial ao ar, perm
alves é resisttente a expo mitindo que alguns
a
cultivvos sejam innstalados em áreas em m que natu uralmente, pela
p variaçãoo da maré,, essa
expossição ocorraa. Esse é um procedimennto chamado o de castigo, adotado poor produtorees em
cultivvos com a função
f de reduzir
r a in cidência de organismoss incrustant es, predado ores e
comp ntretanto, o tempo de eexposição do
petidores. En os animais ao
a ar não deeve ser supe erior a
aproxximadamentte 35 e 50% do tempo ppara ostras e mexilhõess, respectivaamente (SPENCER,
2002). Caso a exp posição seja prolongada, o crescimen nto poderá seer reduzido ee/ou cessado
o pelo
baixoo tempo de filtração som mado ao esttresse fisiolóógico, sendoo que poderáá ainda ocorrer a
desseecação dos moluscos,
m principalmentee em locais quentes
q e co
om ventos foortes, levand
do, em
casoss mais severoos, à mortalidades massi vas.
SISTEMASS DE CULTIVO 87
3.2.1
1 Semead
dura Direta
a
Este é um
m método de e cultivo traddicional e mu
uito barato, praticado
p emm muitos locais do
mund do. Porém, sua
s desvantagem é nãoo ser tão pro odutivo como os sistemaas suspenso os. Em
locaiss onde o fun
ndo não é co onsolidado o suficiente, podem ser montadas
m essteiras de ba
ambus
sobree o fundo (LLovatelli, 19888). No enttanto, a utillização do bambu
b aumeenta os custtos de
invesstimento e de manute enção, pois este material precisa ser substi tuído com certa
frequ m, se a culturra de fundo for a escolha, a natureza do substraato, em term
uência. Assim mos de
firmeeza e compossição poderá á ser determminante depe endendo da espécie
e alvoo. Portanto precisa
ser aanalisado cu uidadosamen nte a fim dde permitir uma correta análise dda relação custo
/beneefício do inveestimento.
SISTEMASS DE CULTIVO 88
Figura 30 ‐ Cultivo
C atravé
és de semead ura direta pro
otegido por malha
m sintéticca no Canadá
Fonte: IGIA.
Figura 31
3 – Despesca
a manual de m
mariscos (clam
m) em cultivo
o de fundo noo Canadá
Fonte: IGIA.
SISTEMASS DE CULTIVO 89
utilizaados na Holaanda, Dinam
marca e Alem
manha e realizados em zo
onas de funddo pedregosso, em
canaiis de grande circulação de
d água.
F
Figura 32 ‐ Culltivo de fundoo através de semeadura
s direta de ostraas.
Fonte: Bussy Bee.
SISTEMASS DE CULTIVO 90
dade, a naturreza do subsstrato,
certa frequência. Assim, se a cultura de fuundo é a úniica possibilid
em teermos de firmeza e com mposição, preecisa ser anaalisada cuidadosamente a fim de pe ermitir
uma correta análise da relaçãão custo /bennefício do invvestimento.
A profundidade da água
á normal mente não é um fator limitante paara os cultivvos de
fundoo que utilizaam moluscos. No entan to, em últim ma instância, é ela que vai determiinar o
sistem
ma de cultivvo a ser emppregado. Proovavelmente e, o aspecto mais imporrtante no qu ue diz
respeeito à profun
ndidade locall é evitar lon gos períodos de exposiçãão, principallmente durante as
maréés vazantes. Essa maior exposição
e teende a aumeentar o períoodo de cultivvo, pois diminui o
temp po de alimentação dos annimais. Por ooutro lado, essa
e possibilidade de expposição favorece a
despeesca, especialmente qu uando ela é realizada manualmente e reduuz o númerro de
incrustantes, prin
ncipalmente moles.
3.2.2
2 Long‐lin
nes de superfície (esspinhel)
F
Figura 34 ‐ Lon
ng‐line de supperfície utiliza
ado no cultivo
o de mexilhõees.
Fonte: Sbitttinger.
Constitui‐‐se, basicam
mente, de um o de 18, 24 ou 32 mm) com
ma linha priincipal (cabo
compprimento útil de até 100 0 m, somanddo‐se às exttremidades uma
u metraggem equivaleente a
três vezes a proofundidade do local, anncorado porr poitas ou u âncoras, que manté ém as
estruturas presass ao fundo. Os long‐linees, que pode
em ser simples ou duploos (amarrado os em
paralelo). São mantidos
m suspenso na ággua por me eio de flutuaadores (de plástico, fib
bra ou
SISTEMASS DE CULTIVO 91
poliuretano) de volume entrre 20 e 200 llitros. O cabo sustenta as a estruturass de fixação ou de
conteenção dos orrganismos cu
ultivados (traavesseiros, laanternas, coletores de seemente ou outras
o
estrutura assemeelhada), quee são posicioonadas vertticalmente em relação a ele. A disttância
entree um long‐liine e outro deve ser prrevista confforma as condições físiccas do local e ao
tamanho das emb barcações qu
ue irão operaar no parque e de cultivo, ficando entrre 5 e 15 m.
O cultivo
o de mexilhõ ões por suaa vez é feito o diretamennte em corddas fixas ao cabo
mestre. O tamanho das corda as de mexilh ão nesses sistemas costu
uma variar eentre 1 e 8 m,
m mas
isso depende daa profundida ade local e dda espécie trabalhada.
t Mais recenttemente, em m uma
tentaativa de mellhor utilizaçã
ão dos ambbientes onde e são realiza
ados os culttivos, elas podem
p
ocupaar mais de 30 m da colun na d ´água e uma extenssão total de mais
m de 5 km m, dependen ndo da
profuundidade local (Plew, 2005).
SISTEMASS DE CULTIVO 92
3.2.3
3 Long‐lin
nes de meiia água
Figu
ura 36 ‐ Long‐line de meia áágua para culltivo de mexilhões na Espaanha.
Fontee: Granjas Maarinas.
Os princíp
pios que reggem a sua opperação são os mesmos descritos annteriormente e para
os lon
ng‐lines de superfície.
s No entanto, nneste caso, a linha mestrra está dispoosta a cerca de
d 6a
8m dda superfície. Este é um sistema muuito utilizado o no Chile, Nova
N Zelândiia, Inglaterra
a e na
Françça.
Os long‐llines podem ser montaddos com cab bo mestre dee 25 mm dee diâmetro com
c e
comp primento méédio de 100 m, possibilit ando a anco
oração com poitas
p ou esttacas de 2 metros
m
enterrradas no fundo.
f A su
ustentação ddo cabo de e superfície é mantidaa com auxilio de
flutuaadores, amarrados a cada 2 metros.
Na linha de cultivo
o a meia‐ággua os flutu uadores, sãoo submersoos e inicialmmente
amarrrados a cada 10 metross no cabo prrincipal. Postteriormente,, com a ocuppação da linha de
cultivvo com novas lanternas de
d ostras, noovos flutuado
ores são ama
arrados para que as estru
uturas
de cuultivo não to
oquem no fundo evitandoo o ataque ded predadores. A marcaçção dos long g‐lines
deve ser feita com
m o uso de bóias
b sinaliza doras.
SISTEMASS DE CULTIVO 93
Figurra 37 ‐ Repressentação esqu
uemática de uum long‐line de meia‐água
a usado em cuultivo de molu
uscos.
3.2.4
4 Balsas
SISTEMASS DE CULTIVO 94
podendo ir de 300 m2 (Brasil), 60‐90 m2 (CChile, Canadáá, Estados Unidos, Chinaa) até mais de
d 500
2
m (EEspanha). Daa mesma fo orma, apesarr de geralmente serem construídass com made eira, a
metoodologia de construção
c varia muito, mmesmo em umau mesma região de cuultivo.
O sistemaa é basicame
ente compossto por um conjunto
c de bóias e armmações de ma adeira
manttido na supeerfície da água. Uma ba lsa pode serr ancorada porp uma ou mais poitass, mas
respeeitando‐se uma quantida ade mínima de cabo equivalente a três vezes a profundidade do
ariar entre 4 x 6 m a 7 x 14 m.
local.. O tamanho das estruturras empregaadas no Brasiil costuma va
Figura 39 ‐ Represen
ntação esquem
mática de um
ma usada em cultivos
c de mooluscos.
As áreas para instalaçção desse sisstema devem m ser as maiss abrigadas ppossíveis, estando
proteegidas de forrtes ondulaçõ ões e com p rofundidade e mínima de cerca de 3 m durante a maré
mais baixa do ano o. O espaçam mento entre as balsas vaai depender principalmennte da ancorragem
eaq quantidade destas
d por região produutora depend derá da prod
dutividade pprimária loca al. As
cordaas ou lanternnas normalm mente são poosicionadas nas
n balsas seeguindo os mmesmos intervalos
e disttâncias descrritos anteriormente paraa os long‐linees.
SISTEMASS DE CULTIVO 95
3.2.5
5 Mesas
O sistemaa fixo, também conheciddo como varal, mesa ou "rack" é emppregado em locais
com baixa dinâmica e profun ndidade de a té 3 metros. Esta estrutura de cultivvo é semelha ante a
uma "mesa", com mposta por um conjuntoo de estacas ou postes ‐ de d madeira, concreto, PVVC ou
metal ‐ cravados no leito ma arinho e ligaddos entre si.. Os pés dessas mesas sãão enterradoos em
fileiraas, espaçadoos entre si a cada 2 o u 3 metros. Sobre este es pés é feiita uma armmação
horizontal, gradeado onde ass cordas de m mexilhões e//ou as lanterrnas de ostraas são amarradas.
A pro oposta é man nter os organnismos cultivvados sem coontato direto
o com o funddo.
Figura 41
1 ‐ Representa
ação esquemáática de uma mesa utilizad
da em cultivo de ostras.
malmente as lanternas de
Neste sisstema, norm d ostras e as cordas dde mexilhõe
es não
ultrap
passam 1,5 metros de comprimento
c o, pois as mesmas
m não podem encoostar‐se ao fundo
SISTEMASS DE CULTIVO 96
para evitar o ataq
que dos pred
dadores e ta mbém não devem
d ficar expostas
e tottalmente ao ar em
situaçções de marés baixas.
Há que se
s destacar que em am mbiente marinho e estu uarino os m
materiais lenhosos
podem ser atacaddos por um molusco, chhamado de teredo
t ou buusano (Tereddo sp), que destrói
d
comppletamente a madeira emm pouco tem mpo. O bamb bu é o materrial que resisste mais tem
mpo na
água (6 a 12 meses). Canos de
d PVC de 755 ou 100 mm m, preenchidos com conccreto, ou ape enas o
uso d
de concreto garantem
g umma vida útil m
maior às estrruturas (Poli, 2004) .
SISTEMASS DE CULTIVO 97
3.2.6
6 Varais e racks
Outros sistemas
s fixo
os de cultivvo de ampla utilização o são os vaarais e os racks,
conheecidos como e Figura 44). Também sãoo empregados em
o cultivos susspensos fixoss (Figura 43e
locaiss com baixa dinâmica e profundidaades máximaas de até 4 metros. A ddiferença pa ara os
sitem
mas de mesa se dá pela forma
f de fixaação e posiccionamento das
d estruturras de cultivo
o, que
nas p
primeiras são
o apoiadas e neles penduuradas.
SISTEMASS DE CULTIVO 98
O sistema de varal é composto por um con njunto de esstacas ou poostes de ma adeira,
concrreto, PVC ouu metal, cravados no leitoo marinho e ligados entre si através dde cabos de nylon
tranççado ou de polietileno,
p já nos racks,, a interligaçção é feita por estacas rí
rígidas ou ba
ambus
(traveessões). As estacas
e são fincadas
f em fileiras, espaaçadas entre e si de 1 a 3 metros, poddendo
ser colocadas entre essas, esstacas auxili ares de men nor porte e//ou estruturras flutuante
es que
auxiliiem na reduçção da tensão exercida ppelo peso dos organismos cultivados..
3.3 S
SISTEMAS
S DE CULT
TIVO DE C
CRUSTÁCE
EOS
Diferentee das macroa
algas que praaticamente só
s necessitam
m de um subbstrato de fixxação,
expossição à luminosidade e contato co m a água e seus nutrie entes para sse desenvolvver, o
cultivvo de camarrões e peixess exigem sisstemas mais complexos e elaboradoos. Parte devvido à
SISTEMASS DE CULTIVO 99
necesssidade de impedir a dispersão
d doos animais que possue em comporttamento ativvo de
nataçção e parte devido
d à nece
essidade de alimentaçãoo artificial, um
ma vez que a manutençã
ão dos
animais confinados os impede e de exploraar o ambiente
e.
A carciniccultura marin
nha ficou co nhecida mun
ndialmente devido
d a suaa rápida expa ansão,
tendoo como principal propulsor o cultivoo em sistemaas de viveiro
os escavadoss e a utilizaçção da
espéccie L. vannam mei, exótica ao Brasil. A
Apesar do do
omínio tecno
ológico e doos bons resultados
obtid
dos por essee sistema, attualmente e le vem enco mitadores à ssua expansã
ontrando lim ão. Os
principais probleemas encon ntrados são referentes a: enfermidades viraiss, dificuldad de na
regularização ammbiental das fazendas, fa lta de área para
p expansãão dos cultivvos, conflitos com
comuunidades pessqueiras e o alto custo dee implantaçãão.
3.3.1
1 Cercado
os
FFigura 46 ‐ Ce
ercados utiliza
ados para o cuultivo de camarões marinh
hos na Lagoa ddos Patos ‐ RSS.
Fontee: Wilson. F. B. Wasielesky Jr.
J
SISTEMAS D
DE CULTIVO 100
Cercados são estruturas que ao rredor do mu undo têm siddo empregaddas para o cultivo
c
de peeixes em regimes usualmmente de baixxa intensificaação. No Bra
asil, por sua vvez, sua utiliização
tem ssido estudad
da principalm
mente para o cultivo de camarões marinhos
m em
m regiões de baixa
amplitude de marés, como é o caso da Laagoa dos Pato os, no Rio Grrande do Sul .
Os cercaddos são adeq quados para áreas rasas,, com baixass velocidadess de correntee. Sua
consttrução é feitta com materiais de cu sto reduzido o e disponib
bilidade locaal, como varras de
bambbu, fios galvvanizados e cordas. A eestrutura de e contenção que tem sse mostrado o mais
adequada é o poliéster revestido de PVC.. Apesar do seus custo rellativamente mais elevad do que
de ou
utros materiaais, o poliéstter revestidoo de PVC tem
m se mostrad
do resistentee o suficiente
e para
durarr mais de oito ciclos de produção
p de camarões.
FFigura 47 ‐ Re
epresentação esquemática de um cercad
do para cultiv
vo de organism
mos marinhos.
3.3.2
2 Tanque
es‐rede de pequeno vvolume
Tentativaas de cultivo de camarõees em tanquues‐rede de pequeno
p vollume foram feitas
no littoral do Parraná e na La agoa dos Paatos, no Rio Grande do Sul. Neste segundo casso, os
tanquues tinham dimensões de 2,0 x 22,0 x 1,4 m (comprimen nto x largurra x altura), eram
consttruídos com poliéster revvestido por PPVC (aberturra de malha de 1,5 milím
metros), apooiados
SISTEMAS D
DE CULTIVO 101
no fu
undo por varras de bamb e eram estoccadas 200 PLL26/m2 (Vaz et al.
bu. Em cada tanque‐rede
2004) .
3.4 S
SISTEMAS
S DE CULT
TIVO DE M
MACROAL
LGAS
Os cultivo
os de macroalgas geralmmente, são realizados em m áreas do innfra litoral. Como
as alggas obtém seus
s nutrien
ntes a partir da água, a circulação dad mesma ppelos sistem mas de
cultivvo é bastantee importantee. Uma circuulação mode erada é prefe
erível, já quee também ajjuda a
estabbilizar a tempperatura e a salinidade. Além disso, velocidadess moderadass de corrente e e de
vento os são importantes para a manter a alta pressão o de difusão, que permiite a absorção de
nutrieentes pelas algas (The Fish Site, 20110). Se a corrrente é dem
masiadamentte forte, ela pode
causaar a quebra de partes dasd plantas, que acabam m perdidas, e a ação daas ondas devve ser
evitad da pelo mesmo motivo.
O tipo dee fundo tamb bém é imporrtante. Fund dos sem vegeetação são ppreferíveis, pois
p se
houver muitas algas
a ou outtros vegetaiis marinhos,, no local eles
e acabam competindo por
nutrieentes com as algas cultivvadas. Solos siltosos ou argilosos
a ind
dicam uma bbaixa circulaçção de
água,, indesejada pelos motivvos acima eexpostos. Alé ém disso, o revolvimentto desse solo o fino
causaa a ressuspensão de partículas,
p ddiminuindo a disponibilidade de luuz para as algas.
Portaanto, solos de areia grosssa ou de matterial coralino‐rochoso sã
ão ideais parra o cultivo.
A abundâância, mas a não expossição excessiva à luz solar é necesssária para o bom
cresccimento das algas. Por issso, algas plaantadas em águas rasass (30‐50 cm de profundiidade)
SISTEMAS D
DE CULTIVO 102
cresccem bem. Já em águas mais profundaas (mais de 1 m), onde a luz é reduzi da, o crescimmento
é neggativamentee afetado. Baixas profunndidades tam mbém facilittam o maneejo da planttação,
principalmente durante
d as marés
m baixas.. Os níveis de irradiação ótimos paraa a fotossínttese e
para a síntese dee pigmentos são de 500‐‐900 µEm‐2S‐1 (microeinsttein por mettro quadrado o por
segun ndo).
Mundialmmente, diversos tipo de ccultivo de macroalgas são encontraddos, desde oss mais
simplles como o plantio diretto, no qual as plantas ficam
f fixas diretamente
d no fundo, até
a os
mais complexos realizados em long liness flutuantes em áreas mais m profunddas e afastad das da
costaa. No Brasill, atualmente a maiorria do cultivvo se dá em e pequenaa escala ou u são
experrimentais, e os principaiis sistemas eencontrados são os de linha de funddo e os long g lines
horizontais. Nestte trabalho, a denominaação long lin nes horizontaais e verticaiis serão utiliizadas
em reeferência ao
o cultivo de algas,
a difere nciando‐as, assim, dos long lines utiilizados no cultivo
c
de moluscos (quee serão referidos como loong lines de meia água e de superfíciie).
3.4.1
1 Linhas ou
o Cordas de Fundo (monolinhas)
Em um fundo arenosso, em umaa região ond de o nível dee água variie entre 0,5 a 1,0
metro o durante a maré baixa e não mais qque 2,0 a 3,0 0 m durante a maré altaa, são fixadass duas
o cerca de 5‐110 m de disttância entre si. Depois, u ma linha de nylon
estaccas de madeiira, distando
mono ofilamento ou
o uma corda de poliproopileno é estticada entre as estacas. A linha deve e estar
posiccionada a 200‐30 cm acimma cima do fundo. As liinhas são co onstruídas d e modo a fo ormar
lotes ou unidadess de um tamanho padrãoo e forma reggular
SISTEMAS D
DE CULTIVO 103
FFigura 49 ‐ Representação esquemática de um cultivo
o de algas em
m sistema de liinha de fundo
o.
3.4.2
2 Long‐lin
nes Horizo
ontais (bal sas flutuan
ntes)
Figgura 50 ‐ Long
g‐line horizontal (também chamado de balsa flutuante) utilizado ppara o cultivo
o de
macroalgas.
Foonte: MD Algam
SISTEMAS D
DE CULTIVO 104
poitas em suas extremidades
e s. Essas poittas são respoonsáveis porr fornecer tooda a susten
ntação
ao cuultivo. Entre essas
e linhas estão as corrdas, onde sãão amarradas as algas, m
mantidas flutuuando
atravvés de barrass de PVC, possicionadas peerpendicularrmente em relação
r às linnhas mestrass.
Para nãoo haver em mendas nas extremidad des dos tub bos, o que favoreceria a a o
afrouuxamento e a consequen nte perda de material, pode‐se utilizar uma únicaa corda paraa fazer
a fixaação do tuboo à linha me
estra e tambbém das bóiias aos tubo os. As cordass de algas (ccordas
torcidda de seda com 2,5 mm) são amarraddas nesses tuubos.
Figura 51 ‐ Representaçã
R ão esquemáticca de um long
g‐line horizon
ntal para cultiivo de algas.
Segundo Oliveira (20005), a fixaçção das algaas nas corda as pode serr feita atravvés de
fitilho
os (técnica chamada
c de tie‐tie), da seguinte maneira: corta a‐se um peddaço de fitilho de
aproxximadamentte 10 a 12 cm,c o qual é subdivido longitudinalmente em 8 a 10 parttes do
mesm mo tamanho. Em seguida a, pega‐se umm fragmento o de alga, com aproximaddamente 2 g e, de
prefeerência, com m ramificaçõ
ões, busca‐‐se um pon nto de bifu urcação parra executar uma
amarrração confiáável. Essa amarração é feita com dois nós sobrepostos, ssendo o primeiro
folgado e o segu undo firme, de modo quue não presssione demassiadamente a alga. Por fim, a
cordaa é destorcida, o fitilho
o introduzidoo no espaço o formado por essa açã ção e em se eguida
retorrcida, fazendo uma fixaçã
ão final usan do os nós do
o fitilho (Figu
ura 52b).
SISTEMAS D
DE CULTIVO 105
o das algas também poode ser feitta ainda utilizando‐se aabraçadeira e até
A fixação
inserindo as algass em redes tubulares
t dee 80 mm (Figgura 53a), doo mesmo tip o das usualm mente
utilizaadas nos cultivos de mexxilhões e adaaptadas paraa o cultivo de algas. Essaas redes tubulares
podem ser utilizadas para manter
m as allgas presas nos cabos de d cultivo e,, por envolvverem
comp pletamente a planta, evittam a sua ru ptura mesmo quando a força
f da águ a é intensa.
Figura 52 ‐ Sistem
ma de balsa flutuante para o cultivo de macroalgas utilizando a téécnica rede tubular
(A) e coom técnica tie
e‐tie (B).
Fonnte: Goés (2009).
Figu
ura 53 ‐ Redes podem ser colocadas
c sobb as balsas flu
utuantes para minimizar taanto a herbivo
oria,
quanto
o o desprendimmento das alggas para o ammbiente.
Fonte: Hayyashi & dos Saantos (2010)
SISTEMAS D
DE CULTIVO 106
3.4.3
3 Long‐lin
nes Vertica
ais
F
Figura 54 ‐ Lo
ong‐lines vertiicais utilizado
os no cultivo de
d macroalgass.
Fonte: Brett Seymour.
S
SISTEMAS D
DE CULTIVO 107
4 ESPÉCIE
ES EMER
RGENTESS
Porém, por
p outro lad do, o papel dda equipe técnica do Instituto GIA neesse processso é o
minimizar risccos e maximizar oportunnidades de sucesso das iniciativas
de m i quue serão tom
madas
nas eetapas seguintes à dema arcação dos parques aquícolas mariinhos. Isso im mplica em definir
d
espéccies cujo domínio da as técnicas de produçção, conheccimentos doos requerim mentos
biológicos e existência de uma cadeia dde produção o de materia ais, equipammentos e inssumos
estejaam minimam mente consolidados. Nãoo menos importante é ha aver canais dde comercialiização
dessaas espécies suficienteme
s nte estruturrados para viabilizar o esccoamento daa produção.
Com o objetivos de avaliar as eespécies mais indicadas para o cultiivo no estad do, 22
espéccies marinh ho‐estuarinas foram eestudas. De estas, cinco foram claassificadas como
"emeergentes". O termo, base eado no dicioonário Aurélio e que signnifica "Maniffestar‐se, mo
ostrar‐
se", é aqui utiliizado no se entido de d esignar as espécies qu ue reúnem atualmente mais
condições estrutu urais, ambientais, comerrciais e técnnicas para se
erem empreggadas em cu ultivos
comeerciais a sereem realizados em áreas eestuarinas e marinhas no o estado. Sãoo elas: a ostra‐do‐
manggue, Crassosttrea brasilianna, a ostra jaaponesa, Cra
assostrea gig
gas, o mexilhhão Perna peerna, a
vieiraa, Nodipectten nodosus e o Bijupiráá, Rachycen ntron canaduum, a macroolga Kappap phycus
alvarrezii. Todos os estudos envolvidos no presentte trabalho foram dire cionados a essas
espéccies, inclusive o zoneame ento aquícol a proposto.
ESPÉCIES EM
MERGENTES 108
Além deessas, foram avaliadas m
mais 16 espéccies: Archosa
argus probattocephalus (SSargo‐
de‐deente), Centroopomus parallelus (robbalo‐peva), Centropomus
C s undecimaliis (Robalo‐fle
echa),
Diaptterus rhomb beus (carapeba‐branca) Lutjanus analis
a a), Paralichtthys orbignyanus
(cioba
(lingu
uado‐vermelho), Trachin notus carolin
inus (Pampoo), Anomalo ocardia brassiliana (berbbigão),
Crasssostrea rhizo
ophorae (osstra‐de‐manggue), Mytellla guyanenssis (sururu), Farfantepenaeus
pauleensis (camarrão‐rosa), Litopenaeuss schmitti (ccamarão‐bra anco), Litopeenaeus vann namei
(camaarão‐cinza), e as macroalgas Euccheuma spp p., Hypnea musciformiis e Pterocladia
capilllacea.
É importaante deixar claro que aoo se classificcar uma espécie como eemergente nãon se
afirm
ma que não existem
e problemas ou rriscos associiados ao cultivos das m esmas. Com mo em
qualqquer atividad
de comercial, os riscos sãão inerentes à atividade e estão pressentes també
ém na
mariccultura. Essas quatro esp
pécies são aqqui classificad
das como emmergentes baaseado no crritério
principal de quee qualquer eventual innteressado em cultivá‐‐las irá enccontrar cond dições
estruturais mínimmas para quee seu empreeendimento possa
p se viabilizar.
ESPÉCIES EM
MERGENTES 109
4.1 P
PEIXES
4.1.1
1 Bijupirá
á (Rachyce
entron can
nadum)
As técnicaas de reprod
dução em maassa da espé
écie só foram
m desenvolviidas no final da década
de 19990, mas rappidamente a espécie se ttransformou
u em uma da as mais aptaas ao cyltivo
o comercial
em taanques‐redee off‐shore (Y
Yeh et al., 20010).
Além de áreas
á emperaturass superficiaiss adequadas (entre 23 e 32 oC), água
com te as com alta
transsparência e não
n poluídas são fundam mentais para a criação de bijupirás dee alta qualida
ade. Assim,
os cuultivos realizzados em ágguas oceâniccas apresenttam resultad dos superiorres aos reallizados em
áreass costeiras ou abrigadas.. Entretanto,, os cultivos oceânicos exigem
e elevaados investimmentos em
tecnoologias e eq quipamentoss apropriad os de cultivvo, vigilância, despescaa e armazenagem de
insum
mos.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 110
Em Taiwaan, país de grande exp ressão na produção
p muundial de bijjupirá em cativeiro,
c o
bijupirá está pressente em 80
0% dos cultivvos marinho
os em tanque
es‐rede e esssa atividade
e responde
por 114% do faturaamento do setor.
s
4.1.1.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Cho
ordata
Superclassse ‐ Osteichthyes
Classe ‐ Actinopteryg
A ii
Ordem ‐ Perciformes
Família ‐ Rachycentriddae
Gênero ‐ Rachycentro on
Espécie ‐ Rachycentroon canadum (Linnaeus, 1766)
1
4.1.1.2 Área
Á de Occorrência
Ocorrem em uma va ariedade de habitats, lama, areia e cascalho, soobre recifes de corais,
costõões rochososs e no manguezal. Dist ribuem‐se em e águas tropicais e suubtropicais, mas estão
ausen ntes no Pacíffico Oriental e na Placa ddo Pacífico. Ocorre
O no Atlântico oestee (Canadá, Bermudas
B e
Masssachusetts, EUA
E à Argen
ntina, Golfo ddo México e Caribe), no o Atlântico o riental (de Marrocos
M à
Áfricaa do Sul) e no
o Indo‐Pacífiico Ocidentaal (África Orie
ental, Hokkaido, Japão e Austrália) (FFishbase).
4.1.1.3 Porte
P
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 111
Tamanho o máximo reggistrado ‐ 2000 cm. Tamanho comum ‐ 110 cm. Peeso máximo registrado
‐ 68.00 kg (Fishbasse).
15 anos (Fishbase).
4.1.1.5 Morfologia
M a
Trata‐se de uma esp pécie com eescamas peq quenas, corpo alongadoo e subcilíndrico com
cabeçça grande e achatada. A coloração é marrom esccuro, sendo o ventre amaarelado, aprresentando
duas faixas prateaadas ao longgo do corpo ((Figueiredo & Menezes, 2000).
4.1.1.6 Profundida
P ade
De 0,1 a 1.200
1 m.
4.1.1.7 Habitat
H
4.1.1.8 Condições
C ambientaiis
Tolerância a salinidad
de de 10 ‐ 335 UPS, com
m a faixa idea
al maior quee 30 UPS. To
olerância a
temp
peratura de 18
1 a 30 °C, co
om conforto térmico de 27 a 29 °C.
4.1.1.9 Alimentaçã
A ão
4.1.1.10 Reprrodução
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 112
4.1.1.11 Cultiivos no Braasil
A Bahia Pesca
P possui um laboratóório montaddo e capacita
ado para a pprodução de alevinos e
juven
nis de bijuppirá no distrrito de Acu pe (Santo Amaro,
A BA). A empresaa pública vinculada à
Secreetaria da Aggricultura daa Bahia monntou um mó ódulo compo osto por quuatro tanque es‐rede na
região da Ribeiraa (Salvador, BA). Os tannques foramm povoados com 600 aalevinos cada a e teriam
capaccidade estim
mada para a produção dee 1.155 kg/aano. No enta anto, o projeeto foi comp
pletamente
comp prometido pela pesca prredatória, reealizada com explosivos, que danificoou todos os tanques e
levou
u os peixes cuultivados a morte.
m
4.1.1.12 Statu
us tecnoló gico
Matu
uração, reprodução e larviculttura
Segundo Cavalin (200
05), os reproodutores de e bijupirá costumam serr capturadoss no mar e
3
transsportados ‐ em densidade não supeerior a 50 kg/m k . Em laboratório oos animais devem
d ser
submmetidos a um ma bateria de três trattamentos em m série: anestésico, fo rmalina e água
á doce.
Seguiindo esses procedimentoos, a seguir ddetalhados, aumentam‐s
a se significanttemente as chances
c de
sobreevivência saaudável doss reprodutoores. Quand do anestesia ados ‐ com m óleo de cravo em
conceentrações dee 50 ppm ‐de
evem ser pessados, medid dos, marcado os e amostraados sexualmmente.
Após esssa fase, os peixes deveem passar por p uma batteria de traatamentos profiláticos,
p
comeeçando com banhos rápiidos de form malina ‐ conccentrações de 100 ppm ((10 mL/100 L) durante
2‐5 m
minutos e na sequência, encaminhaddos para um banho de ág gua doce (livvre de cloro) durante 5‐
10 minutos, o quee ajuda a rem
mover os ecttoparasitos, além de lava
ar a formalin a remanesce ente.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 113
Nos tanqques de maturação costuumam ser in ntroduzidos peixes "neoon gobies", Gobiosoma
G
oceannops, que suuxiliam no controle biolóógico de ecttoparasitos, pois deles sse alimentam
m e, assim,
limpaama superfíccie dos peixes.
A rotina diária
d do settor de maturração consiste na limpezza dos filtross e do coleto
or de ovos,
retrolavagem do filtro de are eia, monitoraamento da qualidade
q de
e água, verifficação das válvulas
v do
sistem
ma e alimen ntação dos reprodutores
r s. Observaçõões do comportamento dos peixes são feitas
perioodicamente no
n decorrer do d dia.
A dieta alimentar
a das matrizes e reprodutorres é compoosta por lulaa, sardinha e camarão,
ofereecidos até a aparente saciedade dos animaais (numa proporçãop mmáxima de 3‐5% da
biomassa/dia). Esssa dieta é complementa
c ada por um suplemento o de vitaminaase mineraiss ofertado,
dia sim dia não, sob a form ma de raçãoo semi‐úmidaa, para com mplementar possíveis deficiências
d
nvolvimento e qualidadee dos ovos. Destaca‐se
nutriccionais da dieta, as quais podem afeetar o desen
que uuma vez por semana os peixes não ssão alimentados para depurar o sisteema de recirculação de
água,, ajudando a remover as partículas e m suspensãoo na água.
Pesquisass demonstra aram que o fotoperíodo o encontrado o durante oss meses de desova do
bijupirá varia enttre 13‐11 e 14‐10
1 (horas de luz ‐ horras de escuro
o), cessandoo a sua repro
odução sob
tempperaturas enttre 28‐30 oC. C Os limites de temperaatura conside erados ideaiis para a desova estão
entree 24‐26 oC. Mantidas
M essas condiçõees, os reprodutores de bijupirá desoovaram natu uralmente,
com ttaxas de ferttilização acim
ma de 90%.
Larvicultu
ura extensiva
a e intensivaa de bijupiráá são conduzidas com êêxito no labo
oratório da
Univeersidade de Miami, onde dezenas de milhare es de alevin
nos de 4‐5 cm são reggularmente
produuzidos.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 114
FFigura 58 ‐ Tan
nques de man
nutenção de rreprodutores de bijupirá, e (embaixo, a direita) tanq
ques de
alevinagem.
Foonte: Aqualide
er e Instituto GIA
Engo
orda
Um exem
mplo de sucessso no cultivvo comercial de bijupirá é a empresaa A&A ‐ Agricculture and
Aquaculture Tech
hnical, implantada em mmaio de 2004 4, na ilha de Peng Hu, aoo oeste de Taaiwan, que
se deedica somen
nte à engordda do bijupiirá, e destina toda a su ua produção ao comércio interno,
confo
orme descrito por Pan (2005).
O cultivo
o fica distantte cerca de 250 metross da costa, em águas c om profund didade que
variam entre 10 e 12 metros e salinidadee entre 33 a 35 UPS, ao longo do anno todo, ou seja,
s sem a
influêência de águ
uas doces. A temperaturra máxima dad água é de e 30°C no veerão e de atté 13°C no
inverno.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 115
Os tanques‐rede desttinados à enngorda são confeccionad
c dos com nyloon multifilam
mento sem
3
nós, ccom malha de
d 2,5 cm, e volume de 3384 m cada (8,0 x 8,0 x 6,0m), senddo o seu volu
ume útil de
3
aproxximadamentte 370 m . Caada um deless é sustentado por flutua
adores com 0,8 x 1,2 x 0,8 m,feitos
de iso
opor revestid
do com lona, para a protteção.
Após os 60
6 dias de beerçário, os ppeixes são transferidos para
p os tanquues‐rede de engorda e
neless estocados numa densidade inicial de 2.500 pe e (cerca de 7 peixes/m3). Após 30
eixes/tanque
dias n
na engorda, quando alcaançam em m média 330 g e 31 cm, o número de peeixes em cad da tanque‐
rede é ajustado para
p apenas 1.000 peixees por tanqu ue‐rede (apro
oximadamennte 2,7 peixe es por m3),
densiidade na quaal permaneceem até o finaal do cultivo.
Liao et all. (2004) testaram uma fase de alevvinagem de 120 dias, uttilizando‐se para
p tal de
tanqu
ues‐rede com m malha de 5mm,
5 fio de 210/24, e densidade de 50 peixes/mm³/tanque. Já a fase de
engorda foi realizada em tan nques‐rede ccom malha de d 30 mm e fio de 210//36. Os peixxes ficaram
pronttos para a deespesca apóss oito meses de cultivo em densidadee de 4 peixess/m³.
A alimenttação foi fornecida duas vezes ao diaa e, ao longo o do cultivo, foram forne ecidos dois
tipos de alimento: ração comercial úmiida em pelle ets para peixes marinhoos (45,3% de proteína
brutaa, 16% de co oncentraçãoo lipídica e 111,0% de cin nzas) e rejeiito da pescaa industrial (by catch),
bastaante utilizado
o pelo seu reeduzido custto. Entretantto, quando a temperaturra caía abaixxo de 16°C,
someente o rejeitto da pesca era utilizaddo. Verificou u‐se que os peixes não se alimentavam com
tempperaturas abaaixo de 15°C C. Yeh et al. ((2010) estimaram em 1,5 5 a taxa de cconversão aliimentar de
bijupirás cultivaddos em tanques‐rede e aalimentadoss com rações com 48% de proteína e 18% de
gorduura.
Wang et al. (2005) sugeriram, poor usa vez, que o bijupiirá quando ccultivado em m tanques‐
rede em alta densidade de estocagem, precisa recceber dietas com 47% dde proteína e 15% de
gorduura. Esta raçção deve ter diâmetro dee pellet que varie na fasse de alevinaagem entre 2 e 6mm e
na faase de enggorda entre de 20 e 50 mm, devendo aprresentar um m comportamento de
flutuaabilidade levvemente neggativo, ou sejja, afundar le
entamente na
n coluna d’áágua.
Um impo ortante e ineevitável mannejo de cultivo é a consstante trocaa e limpeza das redes,
realizzada a cada sete dias no o período dee inverno e a cada doiss a três dias no período o de verão,
devid do às maiorees incrustações. As trocass de rede em
m pequenos intervalos vissam facilitar a limpeza,
evitando níveis ded incrustaçãão mais avannçados. Destta forma, a troca
t é mais fácil e a limmpeza mais
eficieente.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 116
no m
mesmo ano, através de licitação pú blica, o dire eito de exploração da áárea hoje de enominada
nda Marinhaa Aqualider, localizada eem mar abe
Fazen erto, na plattaforma conntinental do estado de
Pernaambuco, a 11 km da costta na prumadda da praia de
d Boa Viage em, cidade doo Recife.
O projeto
o previa a produção de 5 a 10 mil toneladas de beijupirá
b porr ano, com peso
p médio
entree 3 a 4 kg. Essa meta de everia ser atiingida após a instalação e operação dos 48 tanq ques‐redes
previstos no projeto. Inaugu urada em 13 de fevereiro o de 2009 coom a presennça do presiddente Lula,
os primeiros 4 tanques‐red des foram eestocados co om cerca ded 40 mil juuvenis prod duzidos no
laborratório da Aqqualider, situ
uado na praaia de Muro Alto, Ipojuca ‐ PE. Entreetanto, poucco mais de
um aano e meio depois, po or uma sériee de proble emas técnicoos, operacioonais e econ nômicos o
emprreendimento o encerrou su uas atividadees sem ter co
onseguido ir além das quuatro gaiolas iniciais.
Figura 59 ‐ Im
magens do cu
ultivo de bijuppirá em tanqu
ues‐rede pela empresa Aquualider no lito
oral de
Pernambuuco.
Fonte: Aquaalider
Requ
uerimento
os técnicoss para culttivo da esp
pécie
Faulk & Holt
H (2006) realizaram um ma série de testes
t de tolerância à saalinidade com
m larvas de
bijupirá 3, 5, 7 e 9 dias pós‐eclosão a ssua eclosão. Os resultados obtidoss demonstraram que a
resisttência da espécie à salin
nidade é deppendente daa idade. As salinidades eem que 90% das larvas
sobreeviveram varriou de 20,1‐‐35,6 UPS paara larvas dee 3 dias e enttre 7,5‐32,8 UPS para larvas de 7 a
9 diass. Na segundda parte do estudo,
e os auutores prom
moveram uma a redução grradual da salinidade de
5 UPSS por dia, caaindo de 32‐‐34 (controlee) para salin
nidades de 5,5 10, 15 e 220 UPS. Nessse caso, as
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 117
larvass utilizadas nos
n experimeentos tinhamm entre 1 e 13
1 dias de vid
da. Os resulttados indicarram que as
larvass de bijupirá podem ser cultivadas 133 dias após a eclosão em
m salinidadess tão baixas quanto
q 13.
No entanto, Holtt et al. (2007) ressaltamm que a sob brevivência larval pode sser comprom metida em
salinidades inferiores a 15 UPS. Além dissso, em salin nidade baixa
a os peixes fficam mais sucetíveis a
infecçções fúngicaas.
Atwood et
e al. (2004) estudaram a resistência de juvenis de d Rachycenttron canadu um a baixas
salinidades e temperaturas em condiçções de labo oratório. Ap
pós a aclimmatação dos juvenis à
o
salinidade de 20 UPS (27,3 C), C os autoress promoveraam uma diminuição cresccente da salinidade em
2 UPSS/dia. O primmeiro peixe morreu
m na saalinidade de 8 e 80% dos peixes 24 hhoras após a exposição
à saliinidade de 2.2 Aclimataçção dos peixxes em 22,6 oC (salinida ade de 21 UUPS), seguida a por uma
o
reduçção sequenccial da tempe eratura de 00,53 C/dia re esultou em mortalidade
m inicial a parrtir de 12,9
o o
C. Jáá a temperattura média leetal foi de 1 2,1 C e todos os peixes morreram qquando a temperatura
o
atingiu 10,4 C.
Resley et al. (2005) Realizaram m dois estu udos de 8 semanas ccada, para analisar a
sobreevivência de juvenis bijupirá em salinnidades de 5,5 15 e 30 UPPS. Os ensaioos foram realizados em
tanquues de 456 L,
L com 10 pe eixes por tannque. A temp peratura da água foi maantida em 27 7 ± 1 °C. O
peso médio iniciaal dos animais era de 6,00 g para o prrimeiro ensaiio e 6,7 g paara o segundo. Durante
ambo os os ensaioss, os peixes foram
f alimenntados até a saciedade, duas vezes ppor dia com uma ração
prepaarada no lo ocal. As taxast de soobrevivência não diferiram significcativamente entre os
tratamentos no primeiro
p lotee testado. M
Mas, no segu undo experim mento a taxxa de sobrevvivência na
salinidade de 5 UPS (68,3%) foi f significat ivamente menor que no tratamentoo de 15 UPS (90%) e de
30 UPS (92,5%). A taxa de conversão aliimentar foi extremamen nte positiva em ambos os ensaios
com ttodos os tratamentos, variando entrre 1,05 e 1,1 13. Os peixess mantidos eem salinidadee de 5 UPS
crescceram tão beem ou melho or que os peeixes cultivad
dos em salinidades de 155 e 30 UPS. OsO autores
conclluíram que os
o cultivos de bijupirá pooderiam se realizados em águas com m salinidade
e tão baixa
quanto 5 UPS.
Estudos recentes
r comm juvenis d e bijupirá alimentados com raçõess comerciais relataram
sinaiss de osteopenia, lesõess intermuscuulares e desscoloração, quando
q cultiivados em salinidades
s
abaixxo de 15 UPSS (Denson et al., 2003; e Resley et al., 2006). Resley
R et al.. (2006) relataram que
juvennis de bijupirá criados em baixas saalinidades paareciam normmais quandoo quando alimentados
com uma dieta suplementad
s da com um premix a baase de minerrais quelataddos e uma misturam de
vitam
minas, indicanndo que esta
a espécie tem
m requisitos nutricionais adicionais eem baixas sallinidades.
Sun & Chen (2009) discutiram o ppossível aumento na incid dência de dooenças com o aumento
da teemperatura e os custoss adicionais decorrentess da necessidade de se ter que alimentar os
bijupirás com raçções contend do níveis nuutricionais mais
m elevadoss em temperraturas maiss elevadas.
Os auutores sugereem que o cultivo de alevvinos de cercca de 10 g sejja feito em ttemperaturas entre 31‐
33 °CC. Em termo os de eficiência de connversão alim mentar, os ju uvenis de bbijupirás apresentaram
melhor desempeenho em tem mperaturas dde cerca de 28 °C, embora o cresci mento foi mais m rápido
tenhaa se dado em temperatura de 33 °CC. Recomen ndam ainda, a fim de coontrolar a poluição da
água e melhorar a eficiência de conversãão alimentar que a alime entação seja fornecida a níveis que
variam entre 70 0‐80% da sa aciedade e ttemperaturaas entre 27‐‐30 °C, duraante a fase inicial de
cresccimento. Os próprios
p auttores, porémm, ressaltam que o experimento foi rrealizado em pequenos
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 118
tanqu
ues plásticoss, com uma pequena quuantidade dee peixes, porr isso os resuultados do estudo
e não
podem ser generalizados paraa cultivoscom
merciais.
Viab
bilidade ecconômica dos
d cultivo
os offshore
e em gaiola
as
Sanches et al. (20088) fizeram a simulação de viabiliidade econôômica de um sistema
compposto por 242 tanques‐rede, com capacidade e individuall de 98m3. A área do
d cultivo,
2
considerando‐se também o sistema de fuundeio, chegou a 65.500 m (aproxim
madamente 7 hectares),
2
o que a área ocupada ap
sendo penas pelos ttanques‐rede
e seria de 5.6
610m .
Os autorees concluíram
m que o cultiivo de bijupirá em tanques‐rede em sistema offshore não é
aprop priado para os pequenos pescadore s ou para o cultivo em escala
e famili ar, assim co
omo outros
cultivvos congêneeres, em fu unção dos eelevados invvestimentos para implaantação e custeioc do
emprreendimento o. O custo de d implantaação desse sistema
s foi estimado eem R$ 433.5 593,35. Os
indicaadores econômicos avaliiados pelos aautores demonstraram a viabilidade do cultivo da offshore,
apenas quando desenvolvido por grandess empreendimentos.
Os princip
pais itens de custos levanntados foram
m:
Aluguel ou
o aquisição de área pa ra construçãão de um ga alpão para ssediar as ope
erações da
empresa
Tanques‐‐rede de alevvinagem (de cerca de 5 metros
m de diâ
âmetro)
Tanque rede de engo orda (de cercca de 5 metro
os de diâmettro)
Espinhéiss (poita + corrda + bóia)
Freezers
Equipameentos de info ormática
Máquina tipo Vap
Balanças
Puçás
Caixas pláásticas
Bandejas
Coletes salva‐vidas
Embarcaçção de 8 m comc motor
Documen ntação
Elaboraçãão do projeto o
O custo operacional
o efetivo (COEE) para as co opostas, connsiderando um ciclo de
ondições pro
produução de 12 meses,
m foram
m estimados entre R$ 412.820,00 e R$470.420,000. Os princip pais custos
seriam
m com a alimentação dos peixes (entre 73,6 e 76,9%) e obtenção de juvenis (10%). Os
principais itensco
onsiderados na
n análise fooram:
Mão‐de‐o
obra perman
nente (mais eencargos e im
mpostos)
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 119
Alevino
Ração (alevinagem)
Ração (en
ngorda)
Combustíível e manuttenção da em mbarcação
Taxa de ocupação
o
Despesass de monitoramento ambbiental
Despesass de infraestrrutura
Depreciação const. Civil
Depreciação equipam mentos
Depreciação embarca ação
Juros anu
uais sobre o capital
c de invvestimento
Na simullação realiza
ada por Sannches et al.. (2008), considerando um empree endimento
sujeitto a perda total de um u cultivo a cada 7 anos o valorr de venda do bijupirá á deve ser
obriggatoriamentee superior a R$12,00/kg,, sob o risco
o de tornar o empreenndimento nã ão atrativo
econo omicamentee. Neste casoo o tempo dde retorno dod investimento ocorreriia somente a partir do
sétim
mo ano e o cuusto de produção de R$ 110,11/kg).
No cenárrio mais positivo, que incclui um preçço de venda de R$15,00 e a não oco
orrência de
perdaas significatiivas, o temppo mínimo de retorno seria de 29 9 meses. Neeste caso, o custo de
produução cairia para
p R$ 8,32.
4.1.1.13 Mercado
M
Naciional
O mercad do potencial brasileiro ppara o bijup
pirá cultivado
o é inegavel mente grande, porém
não ssuficientemeente compre eendido e cconhecido. É fato que há uma graande propagganda pelo
consuumo de pesccados, pela busca
b por quaalidade e sabbor. Mas, poor outro ladoo, as informações sobre
este mercado são bastante limitadas e próprio con nsumo per capita
c brasileeiro apresennta grande
uldade para superar
dificu s o patamar de 7 kkg/habitantee/ano.
De acorddo com San nches et al. (2008), o preço méd dio observaddo na Companhia de
Entreepostos e Arrmazéns Gerrais de São Paulo (CEAG GESP) em pesquisa reallizada em 20 008 foi de
R$15,00/kg. O preço de com mercializaçãoo obtido, nuuma avaliaçã ão preliminaar realizada por esses
mesmmo autores, em peixaria as do litorall norte‐paulista e sul‐flu
uminense vaariou entre R$15,00 a
18,000 no mesmo período. Segundo o site Portossma (2008) o peixe erra comercializado por
R$13,00/kg inteirro fresco ou em posta naa Bahia e porr R$18,00 no litoral nortee do Rio de Ja
aneiro.
Certamen
nte a maioria dos consu midores nun nca ouviu falar em bijuppirá, o que exigirá
e que,
mento de produção, sejaa feito um trrabalho efica
assocciado ao aum az de markeeting para exxpansão da
demaanda. A cor branca
b de su
ua carne, porr outro lado,, é um imporrtante fator a ser explorado para a
expannsão do merrcado.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 120
Internacional
China e Taiwan
T têm aproveitado
a as caracteríssticas produttivas do bijuupirá e a boa qualidade
de su
ua carne, e sãão hoje os países
p que m ais se destaccam na proddução da esppécie. No Vie etnam uma
série de fazend das começam m a ser innstaladas, to odas voltadas à exporrtação do produto p e
perteencentes prin
ncipalmente a empresáriios russo, nooruegueses e taiwanesess (FAO, 2010 0).
Na Chinna, a produçção em 20077 foi de 25..855 tonelad das e em Taaiwan chego ou a 3.000
tonelladas. Além deles, a FAOO também reegistra o culttivo da espéccie nas Bahaamas, Belize,, República
Domiinicana, Méxxico, Filipinass, Porto Ricoo, Estados Un
nidos e Vietnam. Na Figu ra 60 observva‐se que a
produução comerccial de bijupirá em cativeeiro começou u há pouco mais
m de 10 aanos. Além disso, como
em escala mundiaal as captura as pesqueirass da espécie não são tão significativaas quanto às praticadas
sobree outros recu ursos pesqueeiros, são reelativamentee raros os da
ados e as infformações de mercado
sobree a espécie (FFAO, 2010).
Em Taiwaan esta espéécie atinge vvalor de mercado relativvamente altoo comparado a outros
peixees. Animais de
d 8‐10 kg são
s comerciaalizados inte eiros no merrcado local, enquanto o Japão é o
principal destino dos exemplaares menorees (6‐8 kg). Além
A disso, peixes
p são vvendidos inte
eiros e sem
cabeçça, bem commo na forma de filés paraa outros merrcados. Os prreços do bijuupirá variam de acordo
com tamanho do os animais. Em
E Taiwan oos peixes inte eiros de 7,7 kg costumaam ser come ercializados
por U
US$ 5.50/kg , valor propoorcionalmentte inferior ao
o alcançado por peixes m menores.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 121
barrigga, filés co
om ou sem
m pele, dessossado e defumado, na forma de lomboss cortados
horizontalmente
No Japão o, a espécie
e (conhecidaa como "suggi", "kuro‐Kampachi" o u "amberjacck negro")
comeeça a conquiistar mercaddo, porém coom uma velo ocidade inferior a que hhavia sido prreviamente
estim
mada pelos especialistas. O peixe aindda é conside
erado relativa
amente caroo e com muita gordura
para os padrões locais. Com mo vantagem m sua carne e sofre uma menor desscoloração que q outras
espéccies usadas na
n preparaçãão de sashimmis (Loew, 20009).
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 122
4.2 M
MOLUSCO
OS
4.2.1
1 Ostra‐d
do‐mangue
e (Crassos trea brasilliana)
Figu
ura 61 ‐ Crassoostrea brasilia
ana (ostra‐do
o‐mangue)
Fonte: Instituto GIA
C. brasilia
ana só foi id
dentificada nno Brasil a partir
p da década de 19700 (Akaboshi & Pereira,
1981). Até então a espécie erra identificadda como C. rh hizophorae, em função dda enorme se emelhança
morfo ológica entree elas e aindda por possuuírem os messmos habitatt e substratoo de fixação.. Porém, C.
brasilliana apresenta melhor desempenho
d o de crescimento durante e o cultivo (PPereira et al.., 2003).
4.2.1.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Molllusca
Classe ‐ Bivalvia
B
Sub‐classse: Pteriomorphia
Ordem ‐ Ostreoida
O
Família ‐ Ostreidae
Gênero ‐ Crassostrea
Espécie ‐ Crassostrea brasiliana (LLamark, 1819
9)
4.2.1.2 Área
Á de oco
orrência
Há uma grande
g discussão científi ca sobre o tema.
t Segunddo Lazoski (22004) a espé
écie ocorre
desdee Laguna ‐ SC
S até o Pará á, Brasil. Porrém, na últim
ma década te
em sido travvado um amplo debate
sobree o gênero Crassostrea
C no que diz respeito ao número de espécies naativas que ocorrem na
costaa sul da América do Sul (Ignacio et al. , 2000).
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 123
Segundo Rios (1994) C. rhizophoorae ocorre do sul do Caribe até o Uruguai. Va arela et al.
(20077), por sua vez,
v mostrara am que esta espécie oco orre na Guiana Francesa e em grand de parte da
costaa Brasileira, de Florianóópolis (SC) aao Fortim (CE). Esse estudo consiidera ainda a espécie
Crasssostrea gasa ar como trans‐Atlântica (América do d Sul e Áfrrica) e que seria encon ntrada em:
Parnaaíba (PI), São
o João de Pirrabas (PA), B
Baía de Parannaguá (PR) e Baía Cananééia (SP). Ou seja,
s que o
estuddo abre portaas para a hip
pótese de qu e C. brasilian
na e C. gasarr sejam a meesma espécie
e.
Diante do
o exposto, é possível cooncluir que as ostras brasileiras appresentam distribuição
d
coinccidente com as áreas de florestas dee manguezaiss, mas o númmero de esppécie e sua distribuição
d
aindaa não estão totalmente
t claros.
c ação das esppécies de ostras na fase
O connhecimento e a identifica
de seemente, por sua vez, são importantess para determinar a disponibilidade dde larvas no ambiente,
selecionar os pontos mais adequados
a ppara captaçãão de larvas e subsidiarr atividades de cultivo
adequadas à espéécie na região.
Essa dificculdade de id
dentificação de indivíduo
os de C. brasiliana e de C. rhizophora permite
afirm
mar que muittos trabalhos científicos relativos a essa última espécie poddem ter sidoo feitos, na
verdaade, com C. brasiliana.
b
4.2.1.3 Porte
P
4.2.1.4 Morfologia
M a
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 124
2007). As conchas têm forma ato variável ssão usualmente alongadas e a valva inferior ou esquerda
e é
côncaava, funda e encaixada sob s a articu lação (umbo o), enquanto o que a valvaa superior ou direita é
planaa. A cicatriz muscular
m é deslocada
d emm direção do orso‐lateral. Comparativa
C amente as co onchas são
espesssas, calcáriaas e frágeis. Adultos
A de CC. brasiliana apresentam grande plassticidade na morfologia
m
da concha, dependendo do o substrato onde estão fixados o que, de modo gerall, acarreta
contrrovérsias na identificação
o (Christo, 20006; Varela et
e al., 2007).
4.2.1.5 Hábitat
H
Habitam águas estuaarinas são addaptadas à costeiras ra asas (Galvãoo et al., 200
00; Christo,
2006). São adapttados a subsstratos duro s, sendo gerralmente encontrados eem costões rochosos
r e
em rraízes de árvvore de maangue, predoominanteme ente no infrra litoral (Loopes, 2008). Não raro
tamb
bém são enco ontradas em fundos lodoosos, onde coonseguem ta ambém se deesenvolver.
4.2.1.6 Condições
C ambientaiis
Habitam águas estua arinas, ocorr endo desde a faixa equatorial até 664°N 44°S, na
n faixa de
frio m
moderado (WWakamatsu, 1973; Costa,, 1985). São normalmente encontraddas em zona as de baixa
salinidade (ISECM
MAR, 2007).
Demonstram preferência por águuas com tem mperatura variando de 233‐31 oC (Ansa
a & Bashir,
2007). Não há infformações so
obre as tempperaturas míínimas suporrtadas pela eespécie.
4.2.1.7 Alimentaçã
A ão
Uma caraacterística esstrutural dessta classe é o grande desenvolvimennto das brân nquias, que
são responsáveis pela resp piração e ffiltração do alimento. As partícullas de detrritos e os
oorganismoss presentes na correntte ventilatórria são retid
micro dos nos filaamentos bra anquiais e
conduzidos, através de batim mentos ciliaares, até os palpos labiais e à bocaa (Barnabé, 1996). As
espéccies do gêneero Crassostrrea possuemm uma câmarra promial no o lado direitoo do corpo que
q inverte
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 125
o fluxxo da água exalante, se
endo consideerada como uma adapta
ação a ambi entes de altta turbidez
(Galvvão et al., 200
00).
Os alimentos são en nzimaticame nte atacado os desde o momento eem que penetram nos
condutos da glândula digestivva. Porém, é possível obsservar células vivas preseentes no estô ômago nas
seis horas seguin ntes à ingesstão e duraante 8 a 16 horas no intestino
i (Baarnabé, 19996). Assim,
bactéérias patogên nicas, que esstão eventuaalmente pressentes na ággua de cultivoo, após serem filtradas
podem permaneccer vivas no trato digesttório das osttras (Moraess et al., 20000). Segundo Nguyen et
al. (11980) e Pommepuy ett al. (1996) bactérias relacionadas
r s a DTAs em m humanoss, como a
Escheerichia coli, podem manter‐se viáveiis mesmo ap pós a ingestão pelas ostraas, o que jusstifica altas
contaagens bacterrianas em moluscos
m meesmo quando as contagens na águaa do mar nã ão indicam
restriições para coleta
c nsumo dos oorganismos. O problem
e con ma tende a sse agravar quando
q há
aumeento da temp peratura ambiental, poiss as taxas de
e filtração e de
d crescimennto das ostra as também
são aceleradas nessas con ndições (Chrristo, 2006). Conseque entemente, há um aumento na
possibilidade de ingestão
i de bactérias
b pattogênicas pe
elas ostras.
No caso do
d Paraná, no
n verão, aléém do aumen nto da temperatura ambbiental, coinccide com a
temp porada de férias, quando o há um signnificativo inccremento no consumo d e ostras porr parte dos
turisttas que se dirigem
d ao littoral (Fariass et al., 2007
7), potencializando os ri scos de contaminação
humaana por agen ntes microbioológicos veicculados atravvés das ostraas consumidaas.
4.2.1.8 Reproduçã
R ão
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 126
4.2.1.9 Assentame
A ento larvall
A larva véliger nada até encontraar um objeto limpo e firme e entãoo começa a arrastar‐se
sobree seu pé (fasse pedivéliger). Quandoo encontra umu local apro opriado, a gglândula do pé secreta
uma substância adesiva
a com a qual a osttra irá se ade
erir definitivamente. Est e processo é chamado
de fixxação ou asssentamento e a partir ddesse mome ento a ostra passa ser chhamada de "semente"
(Poli et al., 2006).
Histtórico
As ostras de mangue vêm sendo estudadas por p vários au utores desdee a primeira metade
m do
século 20. Besnarrd (1949), tra
abalhando ppara a Secrettaria de Agriccultura e Abaastecimento
o do Estado
de SSão Paulo, avaliou o potencial d a ostreiculttura em Ca ananéia (SP ) nos anoss 1930‐40.
Posteeriormente, Wakamatsu
W (1973) e Abssher (1989) descreveram m os fundameentos básicoos, práticos
óricos, para a ostreicultura que é atéé hoje praticaada na Baía de Santos (BBA), Cananéia (SP) e na
e teó
baía d
de Paranagu uá (PR).
Loca
ais de cultiivo no Bra
asil
No Brassil o maior produtor
p de ostras é San a, embora nãão seja C. brasiliana a
nta Catarina
espéccie predominnante nos cu Aquicultura e Pesca da
ultivos. Segunndo dados da Secretaria Especial de A
Presid
dência da República
R (SEAP/PR, 20009) há soliccitação de cultivos de CC. brasilianaa na Bahia
(Cand
deias), no Paaraná (Guaraquaçaba e G Guaratuba) e Santa Catarina (Bombin has).
Cole
etores de sementes
s
No Canall de Itaparicca (BA) e Caananéia (SP), ambientess de climas tropical e subtropical,
respeectivamente,, mas com temperaturaas acima de e 20oC, notaa‐se um favvorecimento a desova
contíínua de larvaas de C. rhizo
ophorae e dee C. brasiliana
a (Akaboshi e Pereira, 19981).
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 127
Figura 62 ‐ Coletores
C de s ementes emp pregados no litoral paranaeense.
FFonte: Institutto GIA.
ores testadoss pela comunnidade local do Vaza‐Barrris foram dee PVC e garra
Os coleto afas PET As
PETs foram adotaadas por obtterem uma eelevada taxa de recrutam mento de sem mentes, mass o sucesso
mplantação de qualquer empreenddimento aqu
na im uícola deve‐se também ao engajam mento dos
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 128
assocciados na lim
mpeza das esstruturas de coleta, a seleção das se
ementes de oostras para o processo
de en
ngorda contrrolando morttalidade, creescimento e as
a condiçõess de flutuaçã o do ambien
nte.
Matu
uração, reprodução e larviculttura
C. brasiliiana apresenta excelenntes taxas de d crescimen nto e resisttência a varriações de
peratura, salinidade e açã
temp ão de parasittas. Portanto
o, sua rusticid
dade e os boons índices zootécnicos
obserrvados fazemm do domínioo da reproduução e da larrvicultura desta espécie a chave para a o sucesso
comeercial dos culltivos.
De acordo com Poli & Teixeira (20006), durantte a desova, os animais qque iniciam a liberação
de gaametas são separados.
s Os
O machos sãão colocados em recipie entes individ uais de 1 L. As fêmeas
de m
mesma origem são coloccadas em um m balde com m 5 a 10 L de água do mar. A fecundação é
m da soluçãoo contendo esperma para cada litroo de solução
realizzada adicionando‐se 2 ml o contendo
ovóciitos. Após 15 a 30 min.m é reali zada uma amostragem
a m para dete rminação da taxa de
fecunndação. Os ovócitos feccundados appresentam uma u ou duaas pequenass esferas na a periferia,
denominadas corrpúsculos po olares ou já aapresentarão elulares (clivaagens). A temperatura
o divisões ce
2 oC. Após 112 a 18 h háá formação da
da ággua deve serr mantida a 25 d larva trocóófora e depo ois de 24 h
surgeem às larvas véliger.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 129
Figurra 64 ‐ Larvas de ostras em
m fase de assentamento.
Fonte: ARA
AP.
Após a desova,
d as la
arvas são levvadas para a sala de larvicultura oonde perman necem sob
condições contro oladas de tem mperatura, ssalinidade, fotoperíodo
f e alimentaçã ão, até a formação de
larvass pediveligeer. É nesta fase que a ostra proccura um sub bstrato paraa assentar e perde a
capaccidade de naatação. Apóss o assentam mento, a ostrra, chamada agora de seemente, perm manece no
laborratório até attingir o tamaanho de 4 a 8 mm, quan ndo terá condições de seer levada para as áreas
de beerçário.
O correto
o manejo das sementes promove o desenvolvim mento de osttras de cultivvo, mas as
dificu
uldades estãoo na coleta e identificaçãão de semen oques naturaais. No Estado de Santa
ntes nos esto
Catarrina, por exxemplo, Macccacchero eet al. (2007)) observaram m que o m melhor cresciimento de
Crasssostrea sp. se dá em altas densidad es, com um longo intervvalo de limppeza. Ao fina al de cinco
mesees as ostras analisadas
a poor estes autoores atingiram
m 60 mm, co om taxa de 99,9 mm/mês..
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 130
F
Figura 65 ‐ Tanque de asseentamento de
e larvas de osttras em laboraatório.
Fonte: ARA
AP.
Asse
entamento
o remoto
Uma técnnica cada veez mais util izada em paaíses produttores de osttra é o asse entamento
remooto. Produtorres substitueem sementess de ostra poor larvas aind
da no fase "oolhada", induzindo seu
assenntamento diretamente nas estrutuuras de cultivo. Desta forma os produtoress reduzem
signifficativamente os custos, uma vez quee o milheiro de larvas chega a custarr 10% do valoor pago no
milheeiro de semeentes.
A água dos tanques deve ser troocada de 3 a 4 vezes ao o dia, bombeeando‐se água do mar
da diretamente através de filtro de 50 µm paraa os tanques. Essa água ttrará os alim
filtrad mentos que
as larrvas irão connsumir. Alémm disso, a ággua deve serr sempre ma
antida em ciirculação no tanque, o
que p pode ser feitto a partir do
o uso de um
ma bombinhaa de aeração o usada em aaquários, por exemplo.
Deve‐se, ainda, colocar
c um plástico
p obri‐lo com outro material, pois o
pretto sobre o tanque ou co
assen ntamento é mais
m eficientte no escuro..
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 131
Decorridoos 3 dias do assentamennto, retiram‐‐se as peneiras e transfeerem‐se as larvas, sem
nenhuma preocupação com a retirada doo pós de conccha, para as unidades beerçário. Essas unidades
podem ser tanto uma caixa telada
t de maadeira, quannto lanternass de cultivo, desde que com
c malha
de 2550 µm. As sementes devem perm anecer até que atinjam m tamanho ssuficiente para
p serem
transsferidas para lanternas de
e malha com
m 1 cm de abertura entre nós.
Figura 66
6 ‐ Balde telad
do utilizado nno assentamento remoto de ostras em SSanta Catarina
a.
FFonte: João Zaanella.
Requ
uerimento
os ambienttais para a engorda
A sobreviivência das ostras
o no cul tivo tem com
mo consequêência um po ssível crescimmento que
pode ser rápido ou
o lento. O manejo
m de seementes em cultivos, porr peneiramennto, é imporrtante para
o successo repro odutivo, por selecionar animais de e crescimentto rápido e descartar indivíduos
meno ores (Pereiraa et al., 2003
3). Os mesm mos autores estudaram as variaçõess de temperatura e de
salinidade em Cananéia (SP), enquanto m monitoraram o crescimennto de C. braasiliana. Seggundo eles,
A toleerância da espécie
e ariações de salinidade se dá entre 3 e 8 ups, seendo de 15 a 25 ups a
às va
faixa mais recomeendável para a o cultivo.
mou que as oostras do esstuário do rio Ceará (CE ) são menorres que de
Vilanova (1989) afirm
outraas áreas com m baixa saliinidade e, aatribuíram a salinidade a causa priimária da re
edução de
cresccimento. No entanto, ain nda não há consenso entre os auto ores quanto a influência
a da alta e
baixaa de salinidad
de no crescim
mento das osstras.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 132
Outros parâmetros
p associados a salinidad de e a temperatura são à turb bidez e a
transsparência daa água. Pere eira et al. (22001) entenndem a turb bidez produzzida pelo material em
suspeensão, silte principalmen
p nte, e a alta cconcentração de algas co
omo responssáveis pelo decréscimo
d
ou in
nibição do esstimulo à filtração. Na B Baía de Guaratuba‐PR os resultadoss de turbidez variaram
juntamente com m as velocidades de co rrente. Em geral, com o aumentoo das velocidades das
entes
corre são reg
gistrados picos de turbiddez. Isto pro
ovavelmente ocorra deviddo à ressusppensão das
partícculas mais finas do sedim
mento (Hosti n, 2003).
Engo
orda
Devido às
à caractertísticas biológgicas das osstras, princip
palmente aoo fato de suportarem
perío
odos relativamente longo os de expossição ao ar, os sistemas de engordaa são os mais variados
possííveis. Mas, os dois sistem
mas de cultiivo mais communs empreg gados no culltivo de ostrra são o de
fundoo e o suspennso. Ambos podem
p podeem ser utilizaados tanto em submersãão contínua quanto
q em
região intermareaal.
Segundo Poli (2004),, o ideal é que o cultivo seja rea alizado em ppelo menos três fases
ntas, consideerando o ma
distin anejo aplicaado e as estruturas de cultivo
c dispooníveis: de manejo
m de
semeentes; de culltivo de juvenis e de term
minação.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 133
A mortalidade das sementes
s é inversamen nte relaciona ada ao tamaanho com que q foram
adquiridas. Ou seja,
s quanto maior a seemente no início
i do cultivo, menorr será a taxxa final de
mortalidade. Ostras podem sers obtidas a partir de 200
2 µm, aind da no estágioo de larva. Neste
N caso,
devem m ser submetidas ao prrocesso de aassentamento remoto, podendo seraanteriormente. Podem
ser esstocadas em
m caixas telad
das ou em baaldes flutuan
ntes, onde pe ermanecem até atingir pelo
p menos
7 a 100 mm de altu
ura e serem transferidas para gaiolass de cultivo (segunda fasee).
Juvenis, por
p definição o, são aque las ostras co
om tamanho o inferior a 4 cm. Eles podem
p ser
selecionados por peneiramen nto, utilizanddo‐se uma pe
eneira com abertura
a de malha superrior àquela
das eestruturas dee contenção que receberrão essas ostras. O equipamento utiilizado nesta a fase deve
ser co
onfeccionado de acordo com o tamaanho das sem mentes estoccadas. Para oostras de 7 a 10 mm de
n deve ser maior que 1 mm (2003a). Para ostrras com 1 a 2 cm de com
alturaa, a malha não mprimento
podem ser utilizaadas malhas plásticas dee 9 mm, que e revestem caixas de m monoblocos vazadas
v ou
lanternas, com ab bertura máxiima de 5 mm m entre nós (Poli,
( 2004).
Durante a terminaçãoo, fase que pprecede a venda, utiliza‐sse malha de 15 a 20 mm entre nós.
As oostras são transferidas
t para as esstruturas de e contenção o quando aatingem 6 cm, c sendo
selecionadas atraavés de pene
eiramento. O tempo de cultivo
c nesta fase é totalmmente depenndente das
condições ambieentais, especialmente dda temperattura, da sallinidade e dda disponibilidade de
alimeentos.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 134
4.2.1.11 Merccado
Mercado nacio
onal
Em qualq quer setor econômico,
e os esforçoss e as preoccupações paara se ampliar a base
produ
utiva acabam m sendo pe ermanentes, mas isso só s não basta a. O aumennto da produção deve
semppre estar asso
ociado aos trrabalhos volttados à conqquista e à sollidificação dee mercados.
As barreiras sanitária
as impostas e a obrigatoriedade de implantação de um plan no nacional
de saanidade de moluscos lim mitam atuallmente o accesso dos produtores bbrasileiros ao
o mercado
exterrno.
o isso não accontece e taambém nos demais dos estados em que este prrocesso de
Enquanto
garan
ntia da qualidade higiênico sanitárria e de certificação de
e origem aiinda não exxistem, a
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 135
comeercialização de
d ostras passa pela connquista do aiinda limitado o e turbulen to mercado interno. O
probllema é que cada
c vez que
e é anunciadda na mídia a ocorrência a de uma maaré vermelhaa em áreas
de prrodução de ostras ou a suposta intooxicação de algum conssumidor, o m mercado se retrai e os
produutores passaam a enfrenttar dificuldaddes para com
mercializar su
ua produçãoo.
Mercado exterrno
Os problemas de mercado
m nãoo são uma exclusividadde dos proddutores naccionais. Os
esforrços da indú ústria ostreíccola da Euroopa e dos EUA
E para auumentar o vvalor da sua produção
tambbém têm sido o concentrad mentação de mercado e na certificaçção do produto. Como
dos na segm
tanto
o os EUA, atrravés do FDA A, como a Coomunidade Européia,
E adotam o princcípio da reciprocidade,
ou seeja, para quee um país poossa exportarr moluscos para
p aíses e blocoos os produtores locais
esses pa
devem m se submetter às mesmas normas saanitárias aplicadas naque eles países, é importante
e conhecer
a estrrutura e as exigências
e deesses mercaddos.
Em um mercado
m em
e que a coomercializaçção anual de d ostras é de mais de 125.000
tonelladas, a Fran
nça é o maiorr consumidoor de ostras dad Europa, co om cerca dee 35.000 tone eladas/ano
(TheFFishSite, 200
08a). Mas, apesar dos essforços prom mocionais pa ara incentivaar as vendass de forma
mais uniforme ao longo do ano, a dem manda contin nua sendo fortemente
f sazonal, con
ncentradas
principalmente em dezembro o ‐ janeiro, duurante as fesstas de final e de início dde ano.
A ostra do
d Pacífico (Crassostrea
( gigas) resp
ponde hoje por
p 75% da produção mundial
m de
ostras (Skinner, 2007). Há uma preferênncia do merccado francêss por ostras de com cerca de 80 g
(espeecialmente da
d ostra planna Ostrea eddulis), mas caada vez mais cresce a ddemanda porr ostras de
tamanhos "especciais O preço o médio de vvenda no ataacado da osttra plana é ggeralmente 3 a 5 vezes
maior que a ostrra do Pacíficco. Portantoo, O. edulis ocupa um nicho
n econôômico e é coonsiderado
como o um item de luxo de entre os fruutos do marr ‐ uma igu uaria cara ppara os connsumidores
especcializados (FA
AO, 2010).
Por outroo lado, a legislação cada vez mais riggorosa têm restringido a expansão da indústria
ostreeícola francessa. Como ressultado, um número cada vez maior de produtorres e comerciantes tem
buscaado adquirir ostras fora das fronteirras francesas para abasttecer esse m mercado cada vez mais
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 136
exigeente por quaalidade. As importaçõess anuais fraancesas, segundo TheFisshSite (2008
8b) são da
ordem m de 3.500 a 4.000 toneladas. Cerca de 60% desste total vem
m da Irlanda.
Moluscoss em geral, incluindo aí aas vieiras, ostras, marisccos e mexilhhões, contribuem com
uma pequena mas m crescentte parcela ddo mercado o americano o varejista dde frutos do o mar. Os
moluscos são ressponsáveis por
p 9,6% dass vendas da categoria. AssimA como na Europa, as vendas
tambbém são sazo onais e conccentradas naa época de festas
f de fin
nal de ano. D
Dentre os moluscos,
m a
comeercialização no varejo segue
s a segguinte ordem m de importtância em ttermos de volume
v de
vendaas: vieiras (6
61,9%), amêijoas (17,2%
%), ostras (12 2,3%), mexilhões (4,9%)) e lulas (3%
%) (Seafood
Biusin
ness, 2007).
Apesar dos
d números aparentem mente modestos em relação
r às vvendas, algu
uns dados
impreessionam. Em 2007 os EUA tinham m cerca de 350.000
3 resttaurantes e destes maiss de 1.900
ofereeciam um "ooyster bar" aos seus clienntes, o que equivale a 25%
2 dos resttaurantes de e frutos do
mar do país (Forrristall, 2007).
Mas, aind da assim, a produção e o consumo o americanoo de ostras ficam bem abaixo do
europpeu. De acordo com dad dos do Relattório Nacional de Pesca Marinha, doo Serviço de Pesca dos
Estad
dos Unidos, o consumo de d ostras noss EUA é um pouco
p superiior a 26.000 toneladas. A Louisiana
é o maior produ utor de ostras daquelee país, sendo responsá ável por 300% do total de ostras
Crasssostrea virgiinica colocad
das no merrcado interno (entre 4.5 500 e 5.9000 toneladas)) (Wirth &
Mintoon, 2004).
Em 1972,, o consumo per capitaa de ostras nosn EUA era de 0,19 kg.. Em 2001 havia h caído
para 0,09 kg/pesssoa (Nationa
al Marine Fissheries Service, 2002). Esssa queda siggnificativa fo
oi atribuída
ao au
umento acenntuado da preocupação ccom a seguraança dos con nsumidores dde moluscos e também
uma desconfiança quanto à qualidade
q doo produto ofe ertado no me ercado.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 137
a) AAnálise de Peerigos e Ponntos Críticos de Controle e (regulamentada pelo FDA) , que coloca em
práticca medidas rigorosas
r parra evitar riscoos de contaminação dos alimentoss;
c) Reggulamentos definidos pe
elo Centro dee Medicina Veterinária
V d FDA, que aaprova os tratamentos
do
médicos e medicaamentos que e podem serr usados em operações
o de aquiculturra;
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 138
4.2.2
2 Ostra‐d
do‐pacífico
o ou ostra jjaponesa (Crassostre
( ea gigas)
A escolhaa dessa espéécie se deu em função de seu melhhor desemp enho zootéccnico, com
especcial destaquee para as taxas de cresccimento que
e costuma ap
presentar em
m condições de cultivo
(Silvaa & Silva, 200
07).
Após sua introdução vários progrramas e linhas de fomen nto à produçãão e à pesqu
uisa com C.
gigass foram dispoonibilizados,, principalmeente nos esttados de San nta Catarina e São Paulo (Akaboshi
& Perreira, 1981; Pereira & Tanji, 1994; Pooli, 1994; Perreira & Jacob
bsen, 1995; PPereira & Lo
opes, 1995;
Manzzoni, 2001). E foi justammente graças ao fomento o dos órgãoss governameentais e espe ecialmente
da açção da Univeersidade Fed deral de Sannta Catarina e da EPAGR RI que foi poossível um siignificativo
aprim
moramento dasd técnicas de produçã o de larvas e de cultivo dessa espéccie, possibilitando, por
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 139
exem
mplo, que Sannta Catarina, onde a esppécie foi intrroduzida em 1987, rapid amente se tornasse o
maior produtor nacional
n eicultura no Brasil (Proennça, 2001a).
e refferência na áárea de ostre
Atualmennte, há aspecctos muito ppositivos relaacionados aoo cultivo de CC. gigas que devem ser
pontuuados, como o, por exemp plo: o domínnio das técnicas de reproodução, larviicultura e prrodução da
espéccie; produção regular de e sementes; fabricação e comercializzação de inssumos e equipamentos
necesssários paraa implantaçção de uniddades de produção.
p Apesar
A dissoo, a baixa tolerância
apressentada pelaa espécie às altas tempeeraturas, esp pecialmente quando com mbinada com m o cultivo
em aambientes de d baixa saliinidade e p resença de fundos lodo osos, fazemm com que aumentam
a
drastticamente ass taxas de inffestação das ostras por parasitos,
p dim
minuindo seuu valor come ercial, além
de pooder provocar perdas siggnificativas dda produção o. São justam
mente esses fatores que e limitam a
expan nsão dos cultivos da ostrra japonesa ppara outros estados.
e
4.2.2.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Molllusca
Classe ‐ Bivalvia
B
Sub‐classse: Pteriomorphia
Ordem ‐ Ostreoida
O
Família ‐ Ostreidae
Gênero ‐ Crassostrea
Espécies ‐ Crassostrea
a gigas (Thunnberg 1793
4.2.2.2 Área
Á de Occorrência
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 140
Figura 69 ‐ Área
Á de ocorrêência da ostra
a‐do Pacífico, Crassostrea ggigas.
Fonte: AquaMaps
A
4.2.2.3 Porte
P
4.2.2.4 Morfologia
M a
A conchaa da ostra‐d
do‐Pacífico é extremame ente variáveel e irregulaar em sua forma, que
depende do tipo o de substrato no qual ela se assen nta, bem coomo do grauu de aglome eração. Ela
apressenta uma forma
f arreddondada com m várias "caaneluras" quuando cultivvada sobre substratos
duross; uma conccha ovalada e mais lisa quando cressce em substtratos moless; e uma forma sólida
com margens irreegulares qua ando cresce em recifes. As duas valvas são sóliddas, mas desiguais em
tamanho e formaa. A valva esq querda é ligeeiramente co
onvexa e a valva
v direita é mais profuunda. Uma
das vvalvas é usuaalmente cimentada ao s ubstrato. No os indivíduoss adultos, ass conchas são grandes,
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 141
irregu
ulares e posssuem pregaas radiais arrredondadass, com lamelas concênntricas e so obrepostas.
Gerallmente de coor esbranquiçada e com has roxas qu e irradiam no sentido
m muitas estrrias e manch
opostto ao umbo. O interior da concha é branco, com a impresssão do múscculo adutor conferindo
c
uma coloração mais
m escura à concha (NIM MPIS, 2002; ISSG, 2005).
4.2.2.5 Reproduçã
R ão
Como a maioria
m das espécies
e de oostras, C. gig udança de seexo durante a sua vida,
gas sofre mu
geralmente com uma primeira desova coomo macho e posteriormente comoo fêmea. As condições
ambientais tamb bém podem afetar a ddeterminação o sexual. Quando
Q o allimento é abundante,
a
machhos tendem a mudar de e sexo e se ttransformar em fêmeas, e vice‐verssa, quando o alimento
dispo
onível se torn
na escasso. Alguns
A indivídduos são herrmafroditas.
São extreemamente fé érteis e prodduzem tipicaamente entrre 1‐200 milhhões de ovo os em uma
únicaa desova (Guuo’& Allen Jrr., 1994; Gonng et al., 200
04; FAO, 201
10) . que sãoo liberados ao longo de
vários eventos reeprodutivos. A fertilizaçãão ocorre no plâncton. As larvas sãão planctôniicas e livre
natanntes. As etap
pas do proce
esso de reproodução, dese envolvimento larval e asssentamento o envolvem
os seguintes estágios:
4.2.2.6 Habitat
H
4.2.2.7 Condições
C ambientaiis
A tolerância à salinida
ade e à tempperatura de C.
C gigas varia
am enormem mente, dependendo da
variedade cultivaada e da loca
alização geoográfica. Em termos geraais, C. gigas pode ser co
onsiderada
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 142
uma espécie marrcantemente e eurihalina e euritérmica, que pode ser cultivadda em águass oceânicas
ou dee estuários, com uma sa alinidade méédia de 15 psu
p e valoress tão baixos quanto 2 psu.
p Nessas
salinidades baixaas, juvenis e adultos ppodem sobre eviver por semanas,
s feechando sua
as válvulas
(Miosssec et al., 20
009).
Akaboshi (1979) afirmou que C . gigas oco orre predom minantementte em regiões de alta
salinidade. Segun
ndo Nehring (2006), são ccapazes de se s reproduzirr e crescer emm salinidade
es de 10‐42
PSU ((23‐36 psu é a faixa ideall de salinidadde para que ocorra a ferttilização).
4.2.2.8 Alimentaçã
A ão
C. gigas é um organismo filtraador parcialm mente seletivo (selecio na os alime entos pelo
tamanho das partículas), alimentando‐sse de bactérrias, protozo oários, uma grande varriedade de
diato
omáceas, formas larvais de d outros in vertebradoss marinhos e detritos (PW WSRCAC, 2004), sendo
que oos itens alim
mentares prinncipais são fi toplâncton e protistas (N
NIMPIS, 200 2). A corrente de água
que ccircula dentrro de seu coorpo trazenddo o alimento é promovida graças a o batimento o dos cílios
que eestão localizaados nas brânquias.
4.2.2.9 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
4.2.2.10 Statu
us tecnoló gico
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 143
Reprrodução e alevinage
em
Sob o ponto de vista técnico/opeeracional, a produção de qualquer oorganismo aquícola ‐ e
com as ostras nãão poderia ser
s distinto ‐ é sempre diretamente
d dependentee da oferta de formas
joven
ns. A dispon
nibilidade dee sementes de Crassostrea gigas, por sua vezz, depende apenas da
produ
ução de sem mentes consseguida em laboratório, pois, embora haja reggistro de de esovas em
ambiente naturaal, não há re egistro de qque aconteçça assentamento de larvvas dessa espécie em
qualq
quer estado brasileiro.
As larvas levam em torno de 21 ddias para se desenvolver, desde a feecundação dos d oócitos
até o estágio peddivéliger. A densidade
d innicial de larvvicultura é de no máxim o 100 oócitoos/mm, de
acorddo com a meetodologia aplicada
a no LLMM. Vinte e quatro ho oras após a ffecundação in
i vitro, os
organnismos atinggem o estággio de larvaa "D". Essass são avaliad das, quantifficadas e a densidade
reduzzida para 100 larvas/mm m. Ao final ddos 21 diass colhem‐se larvas pediivéliger viáveis, o que
repreesenta geralmente 20‐25 5% de rendimmento final (Simões,
( 200
08).
As sementes podem m ser manti das em geladeira (4‐7 oC) por pe lo menos 7 dias sem
dade (em terrmos de cre scimento e de sobrevivência) (Robbbs, 2000). As
perdaa de viabilid A técnicas
de asssentamento são basicaamente as m mesmas já descritas
d anteriormentee neste trabbalho para
C. bra
asiliana.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 144
Engo
orda
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 145
Bastos (2
2003), confirmou a maioor eficiência dos sistemas desse tipoo de berçário os, quando
compparados ao sistema
s de la
anterna traddicionalmentte utilizado no Brasil. Seegundo o pe
esquisador,
esse sistema alémm de melhorrar o rendimmento das seementes, dim minui o maneejo e mão‐de e‐obra dos
produutores. A esscolha da de
ensidade de sementes a ser utilizad da está direttamente relaacionada à
dispo d mão de obra para manejo e peneiramenttos. Além ddas vantagens para o
onibilidade de
produutor na relação custo‐beenefício, esssa metodologgia permite ao laboratóório entregarr sementes
de menor tamanh ho aos produutores, aumeentando a prrodutividadee, a produçãoo, diminuind
do o tempo
ntrega de tod
de en dos pedidos e, diminuinddo os custo de
d permanên ncia das sem entes em labboratório.
A EPAGRI, com a colaaboração doo LMM, realizou uma sérrie de experrimentos nass principais
regiões produtoras de C. gigaas em Santa Catarina utilizando seme
entes de tam manho 1,0 (11mm) e 1,5
(2mm m) em densid dades de 10.000 sementtes por compartimento, comparanddo a técnica canadense
de cuultivo de sem
mentes com baldes (bounncing bucketts), que perm
mitem a circuulação verticcal da água
e as tradicionaiss lanternas berçários.
b O
Os baldes coom sementes de 1,5 appresentaram o melhor
resulttado em to odos locais e baldes co m sementes de 1,0 nã ão diferiram
m estatisticam mente das
lanternas com seementes de 1,5. Esta téécnica propo orciona ao produtor
p a uutilização de sementes
meno ores, como as
a de tamanho 1,0 e 1,55 alcançandoo índices de sobrevivênci
s ia de até 90%% (Neto et
al., 20003).
Aliás, a maior
m perda, registrada ssempre nos meses
m de verão, ocorre principalmente devido
à "mortalidade em
e massa de verão", quue geralmen nte ocorre após
a a desovva, sob conndições de
temp
peratura de água
á elevada
a (Imai, 19822).
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 146
tipo 22, medindo de
d 9 a 11 cm, ficam alojaadas na densidade de 30 dúzias por laanterna e, ass do tipo 3,
acimaa de 12 cm, são
s armazen nadas na dennsidade de 20 0 a 25 dúziass por lanternna.
Segundo a FAPESC (22009), uma pparceria entrre a UFSC e a empresa BBluewater Aq quaculture,
com apoio da Fundação de Apoio
A à Pesqquisa Científica e Tecnoló
ógica do Estaado de Santa a Catarina,
preteende desenvolver tecnolo
ogia de proddução de sem mentes de osstras triplóiddes (3n) para
a abastecer
a maricultura catarinense.
4.2.2.11 Prod
dução e meercado
O maior volume
v de produção,
p seegundo a auttora, é vend
dido à beira da praia sem
m custo de
comeercialização. Essa forma de comérc io acontece no atacado o entre proddutores e taambém no
varejo com consu nais. Outros produtores dispondo de
umidores fin e uma clienteela de baress, hotéis e
restaurantes detéém um siste ema de entrrega do prod duto atravéss do uso de utilitário. Serviços
S de
entreega de ostrass em domicílio também ssão empregaados.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 147
Figura 71 ‐ Cultivvo de molusco
os em Florianóópolis. Ao fun
ndo se observ
vam long‐liness e a frente cu
ultivos em
mesas.
Fonnte: Marcelo B.
B Torres.
A verdade é que o sistema de pprodução de ostras naqu uele estado onde a ativiidade mais
está d
desenvolvidaa em relação
o ao restantee do país é extremamentte arcaico. Elle continua totalmente
t
dependente de uma estruttura não m mecanizada e com pou uca oferta dde semente es. Sem a
mecaanização da produção e a disponibiliidade em larrga escala de
e sementes dde alta qualidade, não
há co
omo a ostreiicultura em Santa
S Catarinna ou em qualquer outroo lugar do Brrasil se desen
nvolver.
Em 2008 Santa Catarina produzziu 2.221 ton neladas de ostras (Panoorama da Aquicultura,
2010), um volum me grande demais
d para depender apenas
a do mercado
m reggional e pequeno para
comp pensar granddes investimentos na abbertura de novos
n mercados. Com is so, os produ utores têm
reclamado da baiixa rentabiliddade da ativiidade. Uma dúzia
d de ostrras custa emm torno de R$$ 3,50 para
ser pproduzida, e é vendida ao consum midor final em média po or R$ 4,00 há mais de e dez anos
16
(CBN//Diário, 20009). Segund do Souza ((com. pes.) o preço de e venda noo mercado públicop de
Floriaanópolis varria entre R$ 3,00 e R$ 4,000/dz; nas empresas
e certificadas poor serviços de inspeção
o preeço chega atéé R$ 8,00/dz; no Ribeirãoo da Ilha a ostra baby é comercializa
c da a R$ 6,00
0 /dz.
16
Robson Ventura de So
ouza, pesquissador da Epagri, SC.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 148
A fazendaa marinha Attlântico Sul, uma das maiores de Santa Catarina, é uma das poucas
p que
conseegue atendeer a clientes de todos os estados do Brasil, desde que haja uum aeroportto próximo
do coomprador, para que as ostras
o chegu em com o mesmo
m frescor de quanddo saem das lanternas.
Em m muitas capittais a Atlânttico Sul tem m representaantes com serviços
s de entrega e eme outras,
contrrata motoboys que retira am as ostras no aeroportto e as entregam na portta do cliente (Carvalho,
Filho,, 2006).
Figura 72 ‐ Ca
aixa utilizadaa para transpo
orte e comercialização de oostras.
Foonte: Clube daa Ostra
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 149
900.000
800.000
700.000
Produção (toneladas)
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0
1940 1950 196
60 1970 1980 1990 2000 2010
A
Ano
F
Figura 73. Evo
olução da proddução aquíco
ola mundial de
e Crassostreaa gigas.
Fonte: FA
AO (2010).
Uma commissão foi insstituída em março de 2010 para avvaliar o aumeento dos ep pisódios de
mortalidade de ostras
o (Crasso
ostrea gigass), que possivvelmente esttão associaddas à presençça do vírus
da heerpes em osttras (OsHV‐1) (Marine Insstitute, 2010
0b).
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 150
4.2.3
3 Mexilhã
ão (Perna perna)
Figgura 74 ‐ Exem
mplares de Pe
erna perna m acho, à esque
erda (gônada branca) e fêm
mea à direita (gônada
alaranjada).
Fonte: Univali
Uma das grandes van ntagens do ccultivo de mexilhões (asssim como dee outros moluscos) é o
fato d desses organnismos serem filtradore s e utilizarem água do marm para a oobtenção de e alimento.
Ou seeja, eles retiram o seu alimento direetamente da água, de modo que os cultivos não o envolvem
gastoos com ração o. Com isso também nãão há necesssidade de aq quisição de grandes exttensões de
terra para o cultiivo e diminu uem as channces de aparrecimento e disseminaçãão de doençças, pois o
cultivvo é realizad
do em ambie ente aberto, com grande e circulação de água. Al ém disso, o cultivo de
mexillhões pode sers realizado o com estrutturas e mate mente menores que os
eriais de custtos relativam
utilizaados no culttivo de outro
os organismoos aquáticoss, como peixes e camarõões. Tais cara acterísticas
fazemm com que os o cultivos dee mexilhão ssejam bastan nte praticadoos em paísess ou por populações de
meno or poder aquuisitivo.
4.2.3.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Molllusca
Classe ‐ Bivalvia
B
Família ‐ Mytilidae
Gênero ‐ Perna
Espécie ‐ P. perna (Linnaeus, 17558)
4.2.3.2 Área
Á de oco
orrência:
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 151
Segundo Magalhães (1985) e Rios (1994), a espécie corre em m regiões tropicais
t e
subtrropicais do Atlântico
A (Figura 75). Ao llongo da cossta atlântica da América ddo Sul é observado, de
formaa descontínu ua, desde o Caribe até o Uruguai. Na N costa do Texas até o México e ta ambém no
Brasil é considerrado espécie e exótica, inntroduzido pela
p libertaçãão de águass de lastro de navios.
Ocorrre também na região do Caribe e IIlhas Canáriaas (Nordsiecck, 1969); naa África do Sul (Berry,
1978; Rios, 1994)); no Senegal, Mauritâniaa, Marrocos e, adentrand do no Mediteerrâneo, ainda no lado
africaano, de Gibraltar até o Golfo
G de Tunnis (Lubet, 19
973). No Brasil é abunddante entre o litoral do
Rio de Janeiro e Santa
S Catarina, sendo o primeiro reggistro da pre esença da es pécie no paíís feito por
Iherinng (1900).
4.2.3.3 Porte
P
4.2.3.4 Morfologia
M a
Os filamentos do bisso
b são seecretados por um conjjunto de gllândulas bisssogênicas,
localiizadas no intterior do pé
é do animal. O bisso é uma
u substân
ncia protéicaa que, à med
dida que é
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 152
secreetada, escorrre por um sulco existentee na região mediana
m do pé
p e se polimmeriza em co ontato com
o prooduto de glândulas de fe enol e a próppria água doo mar. Essa estrutura
e serrve para fixa
ar o animal
ao suubstrato e, com seu rom mpimento e pposterior recconstrução eme outro loccal, o mexilhão, apesar
de coonsiderado sééssil, pode se locomoverr sobre superfícies consolidadas.
Possui siffão exalantee, localizadoo na região posterior suuperior, comm bordas lisa as. O sifão
inalan egião posteri or inferior, prolongando
nte está locaalizado na re p o‐se até a reggião ventral e anterior,
apressenta bordass com grande e número dee vilosidades.
O manto é um tecido o que recobbre todo o corpo do animal e tem ddiversas funçções como
secreetar a concha e servir de base paraa o desenvolvimento dos canais e foolículos genitais (onde
ocorrre a gametoggênese).
As gônaddas não são órgãos disttintos, como o em outross bivalves. EElas são formmadas por
conju
untos de can nais genitaiss, que se es palham pelo o manto e ao a redor do músculo ad dutor e da
massa visceral. Em
E épocas de gametoggênese é po ossível visualizar no maanto diversos canais e
aspeccto granular. Em período o de compleeta maturaçãão gonadal e quando os animais estã ão prontos
para eliminar gammetas é posssível verificarr grande intu
umescimento o da região ddo manto, que perde o
aspeccto granular e os canais, além de dessprender graande quantidade de gameetas com um m simples e
leve ttoque nessa região.
Os palpo
os labiais esttão posicionnados na região anterio
or, têm colooração amarrelada, são
d cada ladoo, rodeando
postos por dois pares de
comp o a boca, e servem basiicamente pa ara fazer a
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 153
seleção final e direcionar o alimento
a quue vai entrarr no tubo digestório. DDentro do inttestino, na
região próxima ao a coração está
e o, uma estrutura gelatinnosa transparente, de
o estileete cristalino
formaa cilíndrica alongada
a e afilada em uuma das exttremidades. Composto ppor enzimas digestivas
servee como auxiliiar químico e mecânico nna digestão.
4.2.3.5 Habitat
H
4.2.3.6 Condições
C ambientaiis
Embora P.P perna sejaa consideradda uma espé écie eurihalinna, não supoorta salinidades abaixo
de 144 ups por perríodo superio
or a 80 horass (Henriquess et al., 2006) ou salinidaades inferiore
es a 19 ups
ou suuperiores a 49
4 ups por pe eríodos maioores de temppo (Salomão et al., 1980)). Os valores ótimos de
salinidade se encontram em 34 3 e 36 ups ((Ferreira & Magalhães,
M 2004).
A espéciee é considera
ada euritérm do a uma variação de 5 a 30°C, sendo sua faixa
mica, resistind
ótimaa entre 21 a 28°C (Ferreira & Magalhhães, 2004).
4.2.3.7 Alimentaçã
A ão
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 154
As partículas alimenttares de meenor tamanho, selecionadas pelas lââminas branquiais, são
levad
das até a booca e penetram no tub o digestório o. As demaiss partículas não aprove eitadas são
u muco e impulsionadaas pela corre
aglutinadas em um ente de águaa de filtraçãoo até o sifão
o exalante,
onde são eliminadas na forrma de pse udofezes. A alimentaçã ão constitui‐‐se, portanto, em um
uo, sendo interrompida apenas quando os mexxilhões são eexpostos ao ar ou são
proceesso contínu
subm ndições ambientais desfaavoráveis.
metidos a con
4.2.3.8 Reproduçã
R ão
O mexilhãão P. perna é uma espéécie dióica, sem dimorfismo sexual eexterno. Inte ernamente,
porém m é possível identificar machos e ffêmeas matu uros ou em maturação a partir da análise de
colorração das gôônadas. Nos machos elass são branco o‐leitosas e nas fêmeas vermelho‐alaranjadas.
Atravvés da observvação macro oscópica do ttecido gonad dal desses moluscos,
m Lunnetta (1969) descreveu
os seeguintes estáádios do ciclo sexual: Esstádio I ‐ imaturo; Estáddio II ‐ em mmaturação; Estádio
E III ‐
matuuro. Esse último estádio é dividido em 3 sub‐estádios (IIIA, em que occorre a elim minação de
o folículos sse encontram parcial ou
gameetas; IIIB, fasse em que os u totalmentee vazios; IIIC
C, fase de
gameetogênese, havendo a restauração doos folículos).
4.2.3.9 Desenvolvi
D imento La rval
aa) Larva tro ma‐se de 6 a 8 horas após a fecundação, meddindo cerca de 45 µm.
ocófora: form
Possui cíílios e uma forma arreddondada, effetuando inttensos moviimentos de rotação e
translação.
bb) Larva véliger em form
ma de "D": m
mede cerca de d 115 µm de e diâmetro, sendo comp pletamente
envolvidaa pela prime
eira concha l arval, bivaIvve e transparente. Desennvolve‐se o velum,
v um
órgão dee natação, retrátil e auxxiliar da alim mentação. Surge
S cercaa de 24 horras após a
fecundaçção (Araújo et
e al., 1993b)).
c) Larva velliconcha: neessa fase ocoorre a depo osição da segunda conccha larval e inicia‐se a
formaçãoo do umbo e do pé. A larrva apresentaa diâmetro médio
m de 1755 µm e continua muito
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 155
ativa. A veliconcha
v jo
ovem forma‐‐se de 40 a 484 horas apó ós a fecundaação, sendo que a fase
completaamente diferrenciada foi oobservada ap pós 20 dias de
d cultura.
dd) Larva ped diveliger; coom diâmetroo variando de 200 a 250 0 µm. Essa ffase caracteriza‐se por
possuir velum
v e pé em atividadde. Nas valvvas, as linhas de crescim mento torna am‐se bem
visáveis. A locomoçã ão pode seer feita por natação (b batimentos cciliares do velum)
v ou
rastejame ento (disten nsão e con
ntração do pé). As primeiras for
rmas pediv eliger são
observad das cerca de 37 3 dias apóss a fecundaçãão.
ee) Larva disssoconcha: a larva, com 2250 a 350 µm m, procura um m lugar para se fixar. Surrge o bisso.
Quando ocorre
o a fixaação, o velum
m é absorviddo e desaparece. A meta morfose é completada
e a larva assume o aspecto do an imal adulto, aproximadamente 40 diias após a fecundação.
4.2.3.10 Asse
entamento
o
Ao fim dod período planctônico,, o mexilhão, já com a forma maais caracteríística, tem
capaccidade de prrocurar ativa
amente o suubstrato e se e fixar. Nessa
a fase, é chaamado de plantígrado.
Segun ndo Bayne (1964), a fixxação ocorrre em duas etapas. a) Fixação prim mária ‐ em substratos
filamentosos e macios
m como o algas, brio zoários, hidrozoários, plástico, náiloon e outros materiais.
Essa fixação depeende ainda da
d existênciaa depende de uma cama ada de microoorganismoss (bactérias
e microalgas, prrincipalmentte) sobre essses substraatos filamentosos, senddo fundamental como
atratiivo químico e/ou ponto de apoio paara a adesão o inicialmente com mucoo e, em seguida, com a
formaação dos filaamentos do bisso. B) Fixaação secundária ‐ em substratos durros, sendo co onsiderada
a fixaação mais du
uradoura, em
mbora o mex ilhão seja caapaz de pequ uenos desloccamentos, ou u mesmo o
total desprendim mento do subbstrato, na teentativa de alcançar um local com m melhores conndições de
vida.
4.2.3.11 Statu
us tecnoló gico
Histtórico
Como attividade verdadeiramen te importan nte em term mos econôm micos, os cultivos
c de
mexillhões se estaabeleceram na Espanha,, no início daa década de 40 (Andréuu, 1976). A partir dessa
épocaa, a Espanhaa tem sido considerada
c o maior proodutor mund dial, tendo siido superadaa apenas a
partirr do final da década de 80,
8 quando see passou a conhecer, maais detalhadaamente, a prrodução da
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 156
Chinaa (FAO, 19922). Durante os
o últimos 500 anos, os cultivos se espalharam com mercialmente e, primeiro
peloss países da Europa, como o França, Hoolanda e Itália. Em seguid
da, esse tipoo de atividade passou a
ser desenvolvida em países dad Ásia (Tailâândia, China), Nova Zelândia e Amérrica do Sul (V Venezuela,
Chile e, mais receentemente, no
n Brasil).
Loca
ais de cultiivo no Bra
asil
O mexilhão P. perna a é a espéciee mais amp plamente culltivada no ppaís e o Brasil um dos
principais países produtores de mexilhõees da América do Sul (Paternoster, 2003). Segundo dados
da Seecretaria Esp pecial de Aqquicultura e Pesca da Presidência
P da Repúblicca (SEAP/PR,, 2009) há
cultivvos de P. perrna no Paraná (Guaraqueeçaba, Guaraatuba, Paranaguá, Ponta l do Paraná), no Rio de
Janeiro (Angra dos Reis, Arm mação dos B Búzios, Arraial do Cabo,, Cabo Frio, Itaguaí, Ma
angaratiba,
Niterói, Parati, Rio de Janeiro o), em Santaa Catarina (B
Balneário Camboriú, Bom mbinhas, Flo
orianópolis,
Goveernador Celsso Ramos, Itapema, Paalhoça, Pen nha, Piçarrass, Porto Beelo) e em São Paulo
(Caraaguatatuba, Ilhabela,
I São
o Sebastião, Ubatuba). Po orém, cerca de 95% da pprodução nacional está
conceentrada em Santa
S Catarina (Boscardi n, 2008).
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 157
Figura 76 ‐ Corda de culttivo de mexilh
hão.
Fonte: accquavision.
Obte
enção de sementes
Existem três
t formas básicas
b de obbtenção de sementes
s de mexilhão ‐ ccom tamanh ho entre 20
e 30 mm de com mprimento: a) a produçãoo em laborattório, após fecundação
f iinduzida e criação
c das
larvass até a fasee de fixação; b) uso de coletores de d sementess, que forneecem substra ato para a
fixaçãão de larvass platônicas originadas ppela reprodução natural dos animaais de banco os naturais
e/ou pelos própriios mexilhõe es de cultivo;; c) extração monitorada a partir de eestoques natturais.
A extraçãão indiscriminada de semmentes a partir de estoqu ues naturais pode levar a impactos
ambientais significativos, tantto para esse s próprios esstoques, quaanto para as comunidade es animais
e veggetais que haabitam os coostões rochoosos. Por issoo, a utilizaçã
ão desse tipoo de sementte deve ser
preceedida de estuudos ecológicos sobre oss bancos naturais, sua bio ologia reproddutiva, sua capacidade
c
de reecomposição o e a própria capacidaade de suporte dessess bancos. O Obviamente que essas
exigêências impõee limites ba astante rígiddos à extraçção de seme entes, o qu e exige que e métodos
comp plementares devam ser empregados
e de forma asssociada. Por isso, o uso de coletores artificiais
de seementes não pode e não deve ser de sprezado, po ois essa pareece ser a form
ma mais corrreta e mais
econô ômica de sollucionar a qu
uestão de obbtenção de se ementes de mexilhão.
Existe um
m grande núm ores e materiais utilizadoos na sua confecção. A
mero de tipoos de coleto
escolha do tipo a ser utilizado depennde da condição socioe econômica dos produtores e da
onibilidade local dos ma
dispo ateriais. Ma s, além dissso, esse pro
ocesso de oobtenção de sementes
depende das épo ocas de rep
produção da espécie, do o tempo de desenvolvim mento das larvas,
l das
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 158
épocaas do ano mais
m adequaadas para suua colocação dos coletores e do cconhecimentto sobre a
dinâm ão de larvas ppelas corren
mica espacial de dispersã ntes marinhas.
Os materriais emprega ados nos colletores devem ter ou pro opiciar a form
mação de rugosidades,
arestas, filamento os ou reentrrâncias que ffacilitem a fixação. Segu
undo Ferreiraa & Magalhã
ães (2004),
os maateriais maiss comumente e empregadoos para esse fim são:
aa) Redes dee pesca ‐ do d tipo ancchovetera (C Chile e Espa anha) ou d e traineira (Brasil): é
normalmente uma re ede de pescaa de malha pequena e fio os multifilam
mentos, sendo o o coletor
confeccio onado com umu pano de rede de 20 a 30 cm de largura, enrrolado, form mando uma
corda. Essse tipo de coletor
c podee ser colocaado horizontal ou verticaalmente em m relação à
superfíciee, sendo qu ue a profunddidade de captação varia de acordoo com a esp pécie a ser
cultivada. Para P. peerna, no litooral de Santta Catarina, apesar de ser possíve el observar
captação até 2 metro os de profunddidade, os melhores
m resultados tem sido obtidoss na região
sub‐superficial, até 500 centímetroos.
bb) Bambu: Esse
E material pode ser u sado na form
ma de estaca as, enterradaas no fundo, formando
um tipo ded parede de bambu (coomo na Tailâândia) ou na forma de baalsas flutuan ntes (como
no Brasil)). O bambu apesar
a de se r um materiaal de baixo custo,
c tem cuurta duraçãoo dentro da
água e necessita ser cortado dass matas, o que q torna seu uso menoos recomend dado. Além
disso, elee normalmen nte se enchaarca de água após algum tempo de ppermanência a no mar, o
que o torrna muito pe esado, dificulltando o mannejo da estru
utura.
c) Plástico: Uma grande e quantidadee de diferen ntes tipos dee plásticos teem sido testtada como
coletoress de sementtes de mexi lhão. Esse tipot de material tem appresentado excelentes
resultado os, tanto na forma de cchapas, com mo em bomb bonas, tuboos de PVC e, também,
quando fazem
f e da compoosição de caabos. Uma grande vanntagem dessse tipo de
parte
material é sua possib bilidade de reeaproveitam
mento e durabilidade. Na utilização de plásticos
na formaa de cabos, quando
q estees se aprese
entam desfiados ou gasttos, a captaçção é mais
eficiente.. Já na forma de tuboos, bombon nas ou placcas, a captaação é senssivelmente
melhorad da com um consorciam mento destess com sistem mas filamen tosos como o cabos ou
redes. Aléém dessas vantagens, oss materiais plásticos
p geraalmente sãoo leves e, muuitas vezes,
podem faazer parte do o próprio sisstema de cultivo, o que diminui
d o esppaço necessário para a
instalação o e o manejo
o.
As melhoores épocas para coloc ação de coletores em Santa Catarrina são os meses de
feverreiro ‐ março
o, junho e se
etembro ‐ noovembro. Neessa região, geralmente,, se recomenda deixar
os co
oletores na água
á cerca de
d seis mesees, para a ob
btenção de uma
u boa qu antidade sementes de
tamanho adequado.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 159
metro
os de comprrimento podem produzirr até 15‐20 kg de sementtes de 3 cm ((Ferreira & Magalhães,
M
2004). Não há esttudos consistentes sobree o uso de co
oletores no litoral paranaaense.
Ensa
acamento ou encord
doamento
Se as seementes forem obtidas a partir de e coletores e desde q ue o tipo de d coletor
emprregado possiibilite, pode‐‐se utilizá‐loos diretamen ngorda. Casoo contrário, e também
nte para a en
naqueles casos em que as sementes ssão oriundaas de banco os naturais, é necessárrio fazer a
raspaagem ou "deebulhe" prévvio dessas seementes, lim mpá‐las, para retirada de eventuais organismos
o
comp petidores e/o
ou predadores, e selecio ná‐las por classes de tam
manho.
Ainda de acordo com m Ferreira & Magalhães (2004), no sistema franncês, os mexxilhões são
"ensaacados" em um u conjunto o composto ppor duas redes tubularess, formando ddois sacos de rede, um
dentrro do outro. Nessa técniica, basicam ente se utiliza como sup porte internoo redes de tubulares e
bastaante flexíveiss de algodãoo, com 10 ccm de diâme etro, forman ndo uma maalha frouxa. Em alguns
casoss, essa malh ha é substittuída por uuma de tecido sintético o que, no eentanto, po ode causar
probllemas quand do se utilizam
m sementes m maiores que
e 20 mm. Com mo saco exteerno, podem m‐se utilizar
diversos tipos de d redes, geralmente, de polietileno. Apesar ser posssível o uso o de fios
mono ofilamento, asa melhores são as de m ultifilamentoo 3 ou 4 mm, com malhaas que podem m variar de
4 a 77, sendo as melhores, as maiores. EEm muitos casos,
c utiliza
am‐se redes de descarte e da pesca
indusstrial (que já se apresentam inadequaadas para a pesca), o que reduz os cuustos do investimento.
As coordas nesse sistema são o de tamanhho muito variado, depen ndendo da eespécie cultiivada e do
local do cultivo. Assim,
A por exemplo,
e na França medem cerca de e 4 a 6 metroos; no Chile,, 8 metros,
na Noova Zelândiaa e Estados Unidos,
U cercca de 4 metrros; no Brasil, de 1 a 3 mmetros. Também nesse
caso, é comum a utilização de d um cabo central de polietileno (com 8 a 12 mm de diâm metro), ou
mesmmo fabricado d redes de ppesca velhass e torcidas (como
o com tiras de ( em deesdobres dee cordas na
Espannha).
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 160
Desd
dobre ou repicagem
r m
O desdobbre é um processo que consiste em m refazer as cordas de eengorda, qua ando estas
apressentam uma densidade muito
m elevadda devido às condições de
d ensacameento e/ou fixxação extra
de seementes. Usuualmente, se
egundo Ferreeira & Magallhães (2004),, esse processso é realizado quando
os annimais atingem cerca de e 5 cm ou aapós 6 meses de cultivo, dependenndo das con ndições de
cresccimento. Em países como a Espanhaa, é comum se realizarem dois desddobres, um a cada seis
mesees de cultivo. O desdobre garante mmelhores condições de crrescimento ppara os mexilhões pois
diminnui a compettição por espaço e alimeento. Além disso,
d promoove uma maiior homogen neidade de
produ ução já que os mexilhões passam, poor um processo de seleçã ão, segundo classes de tamanho, e
de reeensacamento. Esse pro ocesso posssibilita aindaa a limpeza dos cultivoos e a rem moção dos
organnismos asso ociados e incrustantes. De maneiraa geral, esse processo envolve os seguintes
passoos: remoção dos mexilhõ ões das corddas; limpeza (manual ou mecânica); sseparação dos animais
por classe de tam
manho; ensaccamento, uti lizando, basiicamente, o sistema franncês.
Siste
emas de en
ngorda ou de crescim
mento
Os sistem uito variadoss, dependenddo principalmente das
mas de cultivvo de mexilhhões são mu
condições locais do ambientte de cultivoo. Eles podeem ser cultivados em ssistemas de cultivo de
17
fundoo, em estaccas (bouchotts ), em sisstemas suspenso fixo (a através de mmesas) ou flutuantes
(atravvés de balsa ou de Iong‐‐line).
17
Os ddemais sistem
mas são trataddos em um caapítulo especíífico deste trabalho. Mas, ccom o sistemaa de estacas
(boucchots) não são
o discutidos, cabe aqui umaa breve descriição. Este sistema é praticaado quase que
e apenas na
França. Envolve o uso
u de estacass de madeira (de 20 em de diâmetro e 3 a 4 metros dee comprimento), que são
enterradas cerca de 1 metro no substrato, em m locais de fu
undo lodoso, marm calmo e ggrande variaçção de maré
(em aalguns casos chegando
c a 11
1 metros). Esssa grande vaariação de maré praticameente inviabilizza qualquer
outro método.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 161
Figura 77
7 ‐ Cultivo de mexilhão P. perna
p em sisttema de mesaa.
Fonnte: Edmundo
o ‐ Flicker.
Engo
orda
Marenzi & Branco (2005) realizzaram estudos para verrificar a viabbilidade do cultivo do
mexillhão, P. peerna no sul do Brasil. OOs pesquisaddores realizaram experiêências na Arrmação de
Itapo
ocoroy. O creescimento médio
m dos in divíduos em
m condições ded cultivo fooi de 0,58 cm
m/mês e o
aumeento do peso o foi de 2,57
7 g/mês. A soobrevivênciaa após oito meses
m foi dee 79,2% e os valores os
mais elevados do
o índice gôno odo‐somáticoo foram deteectados na primavera.
Ainda seggundo os me esmos autorres, o rendim mento em carne dos mexxilhões P. peerna atinge
aproxximadamentte 45% do pe eso fresco e 225% de carne cozida, em m relação ao peso total. No
N entanto
estád
dio do ciclo reprodutivo
r pode afetar significativaamente esses valores em m que se enccontram os
animais. Animais que se enco ontram "cheiios" (em fase e IIIA) podem
m chegar a a presentar 35
5 a 40% de
carnee cozida em relação ao seu peso totaal. Por outro lado, anima ais que se enncontram "va
azios" (em
estád
dio pós‐desova IIIB ou IIIC
C) podem terr apenas 15% % de carne.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 162
com as obtidas em coletores. Mesmo assim ante es do ensaca
amento, esssas devem ser limpas
(retirrando‐se po
ossíveis pre
edadores), separadas por classes de tam manho e ensacadas
separradamente.
Brandini (2005) desscreveu quee um cultivo piloto de e mexilhõess em mar aberto foi
patroocinado pelo Governo do o Estado do PParaná, atravvés do Edital Paraná Dozze Meses, da Secretaria
de Aggricultura doo Estado. Neesse projetoo foram prod duzidas nove toneladas de mexilhõ ões em um
sistem
ma de long‐‐lines, instala
ado a duas milhas da costa, sobre a isóbata dee 10 m, em frente ao
Balneeário do Carmery, em Pontal do Sul. Entretaanto, segund do o coordeenador do projeto, a
produutividade po oderia ter sido
s muito maior não fosse pelo elevado graau de infesstação dos
organnismos cultivvados com crracas, esponjjas e parasitas, além do vandalismo
v e do roubo.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 163
Figura 79 ‐ Cordas ccom mexilhõe
es suspensas em
e long‐line.
Fo nte: Anônimo
o ‐ Flicker
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 164
experrimento realizado a um ma milha appenas 60% das
d sementees (as pencaas foram ma
antidas na
superrfície) cresceeram, e mesm
mo assim com
m muita infe
estação.
Os resultados desse experimentoo revelam que a platafo orma contineental da Reggião Sul do
Brasil tem áreas potencialme
p nte promissooras em culttivo de moluscos. Se as ccondições hid
drográficas
da plataforma rassa forem bem aproveita das, com teccnologia apropriada de ccultivo em mar m aberto,
sistem
mas comercciais podem m ser instalaados com bom rendim mento e prrodutividade. Deve‐se,
contuudo, avaliar a viabilidade
e econômica desse tipo ded empreend dimento, poiis os custos associados
aos cultivos em zoonas distantes da costa ssão naturalm
mente mais elevados.
e
4.2.3.12 Merccado
Naciional
O mercado ded mexilhõe es no Brasil aainda é extremamente tímido
t se coomparado aoo potencial
destaa indústria. Na
N maioria das
d regiões, a comercialização é pra aticada localm mente duran
nte todo o
ano, porém, com forte concentração, ao menos nas localidades turísticas, durrante o verão. A forma
predo ominante dee comercializzação pelos m
mitilicultoress é in natura,, ou ainda naa concha (ma
ariscado) e
o preeço é basicammente ditadoo pelo mercaado consumidor.
Entre os principais entravés encon trados para o desenvolvvimento destte mercado destacam‐
se: a)) a inexistênccia de estratégia de markketing visand
do estimularr o consumo de moluscoss no Brasil;
b) a nnecessidade de implanta ação ‐ e de forma continuada ‐ dos programas de monitora amento da
qualiddade microb biológica dass áreas de cuultivo. Além disso, os problemas exiistentes em relação ao
abasttecimento reegular de sem mentes limittam a expansão da base produtiva, ccom reflexoss evidentes
na caadeia de com mercialização.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 165
mediária de produção se iinviabilizam em função
aconttece. Os culttivos de mexxilhões em e scala interm
do ppreço unitárrio compara ativamente m mais baixo em relação o ao da oostra, além da maior
necesssidade de mão‐de‐obra
m a na colheitaa e semeaduura. Neste ca
aso, a mecannização da produção
p é
fundaamental paraa viabilização
o de empreeendimentos em e escala coomercial.
A produção em escala, por sua veez, implica em abrir nova as frentes dee comercializzação, pois
o meercado nacional ainda é pouco exxplorado. Mas, M distribu
uir rápida e eficientem mente esta
produução exigirá uma logística mais adeequada que a existente e hoje. Por ssua vez, a exportação
e
depende do aten ndimento aoss padrões hi giênicos san nitários exigid
dos pelos meercados imp portadores,
o quee passa pelaa efetiva insttalação do pprograma de e monitoram mento da quualidade amb biental das
áreass de cultivo
o e também m dos mexil hões cultivvados. Ou seja, s o merrcado dos mexilhões
produuzidos no paaís vive de cicclos viciosos que compro
ometem a exxpansão da m mitilicultura.
Internacional
Cerca de 1,3 milhõess de toneladaas de mexilh
hões são con
nsumidas noo mundo a ca ada ano. A
maior parte dessse total vemm da aquiculttura. Cerca de
d metade dad produçãoo total de mexilhões
m é
produuzida e comeercializada na
n Europa. Esspanha, Dinaamarca e Holanda são oss principais produtores
p
(Euro
ofish, 2008).
No entan nto, os mercados europpeus de me exilhões têmm sido fortem mente afetaados pela
produ ução chilenaa, e não ape
enas nos meercados euro opeus de me exilhão proccessado, mass também,
indireetamente, noos mercadoss de mexilhõões vivos (Su
ullivan, 2008)). Em pouco mais de qua atro anos o
Chile transformo ou‐se no principal exporrtador de mexilhões
m pa
ara a Françaa, Itália e Esspanha. As
exportações do Chile são principalmen
p nte na form ma de carne e congeladaa, um produ uto que é
usuallmente reem mbalado ou processado
p ppelas indústrrias européia
a. Outro gra nde exportador para a
Europ pa é a Novaa Zelândia. Com
C a entraada desse mexilhão
m conngelado, os produtores europeus,
especcialmente oss espanhóis, têm enfren tado fortes dificuldades para compeetir no merccado e têm
direcionado seus esforços parra abastecerr o mercado de produtos vivos.
No entan
nto, o terrem moto que attingiu a regiãão centro‐suul do país, eem 27 de fe
evereiro de
2010, deverá affetar de forma bastantte aguda toda a prod dução aquíccola e a ind dústria de
proceessamento de
d mexilhõess do país noos próximos anos. Instala ações onde estavam arm mazenados
produutos acabados, prontos para a comeercialização, foram destruídas. Por issso, espera‐se que haja
uma redução signnificativa da oferta do pr oduto chilen
no (Murias, 2010).
2
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 166
Cerca de 75% desse e volume immportados é na forma de d mexilhõees vivos, norrmalmente
vendidos em saco os plásticos protegidos
p nto e totalmente inodoroos. O produ
dde gotejamen utor recebe
€0.900 por quilo de mexilhão produzido
p (B
Bim Market Developmen
D t, 2009). O pproduto vivo de origem
certifficado é provveniente bassicamente daa Espanha e da Grécia e chega
c ao coonsumidor va arejista por
cercaa € 3,00‐3,5 50/kg (Sullivvan, 2008). O produto o congelado o inteiro é comercializado pelos
distribuidores por € 3,40/kg; a carne de m mexilhão por € 4,53/kg (B
Bim Market D Development, 2009).
Na Europpa os mexilhõ
ões tambémm são comerccializados emm atmosferaa controlada (MAP), ou
em eembalagens a vácuo, enlatados, ma rinados, na forma de pratos prontoos ou IQF (Individually
Quickk Frozen). O Chile exporta para a FFrança princiipalmente mexilhões
m em
m conservas.. Já para a
Espannha os mexilhões são exp
portados enllatados, sob o nome de "tapas"
" (Murrias, 2009).
a) as partes moles devem ser completameente livres de areia e de outras partíc ículas;
b) os mexilhões devem
d estar livres do bissso;
c) meexilhões não devem apre esentar danoos ou organissmos incrustaantes;
d) devem ser livrees de impureezas, apresenntar cor, aroma e sabor característico
c os;
ntes requisito
Os seguin os se aplicam
m à carne de
e mexilhões:
a) aparência limp
pa, cuidadosa
amente prepparada;
b) consistência firrme, porém não dura;
c) sab
bor puro e nãão‐oleoso.
O mexilhhão azul (Myytilus edulis)), principal espécie
e com
mercializada na Europa, apresenta
rendiimento de caarne de 18‐2 20%. Ou sejaa, um quilo de
d mexilhõe es contém peelo menos 180
1 gramas
de caarne. Atualm mente há um ma grande ppreocupação da indústria na padronnização dos mexilhões
utilizaados, pois issso torna o porcionamen
p nto e o prepparo da carnee de mexilhãão muito ma
ais fáceis e
possibilita o deseenvolvimento o contínuo d e novos proddutos industrializados.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 167
quando armazen nados a uma temperatuura de 2°C. Essas inforrmações refoorçam a preocupação
cresccente com a agregação
a q tem cres cido nos últimos anos.
de valor ao prroduto, uma tendência que
O mercaado norte‐am mericano d e mexilhões, por sua vez, tem sse caracteriizado pela
dificu
uldade em auumentar os níveis
n de com
mercializaçãoo, tanto em relação à proodução interrna quanto
nas im
mportações. Tal situaçãoo também é ffruto da crise econômica a que afetou o mundo e os EUA, de
maneeira especial,, em 2009, o que não pe rmitiu a expaansão da demanda interrna.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 168
4.2.4
4 Vieira (Nodipecte
( n nodosuss)
Existem catalogadas
c 15
1 espécies dde pectiníde eos no país (F
Fonseca, 20004), das quaiis somente
três são consideeradas viáve eis para a m maricultura, devido ao porte que aatingem (Ru upp, 2000;
Manzzoni, 2001; Fonseca,
F 200
04): a) Aequiipecten tehuuelchus, uma a espécie de vieira que atinge
a 90 a
100 mmm de alturra, ocorrend do desde o EEspírito Santto no Brasil até o Golfoo Nuevo, na Argentina
(Rios,, 1994); b) Euvola
E ziczac,
c, que pode aatingir uma altura
a de 80 a 100 mm, ocorrendo da d Carolina
do Norte à Florida, Bermudas, Índias O Ocidentais, Venezuela,
V Su
uriname e nno Brasil, do o Amapá a
Santaa Catarina (RRios, 1994); Nodipecten
N nnodosus, quee apresenta maior
m potenncial para a maricultura
m
pela ffacilidade co
om que pode e ser cultivadda; pela rapiidez com que atinge o taamanho com mercial (60‐
80 mm); pela grande aceitaçã ão de mercaddo e pelo alto valor come ercial.
Segundo Rangel (20 009), os culttivos de vieeira começaaram a ser realizados em escala
experrimental na região de An
ngra dos Reiss, RJ, em 199
90. Nesse an
no, um laborratório de prrodução de
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 169
semeentes foi mo ontado na Ilhha da Gipóiaa. Dois anos depois, o Laboratório dde Moluscoss Marinhos
(LHM
M), da UFSC C, deu início aos seus tr abalhos sob
bre produçãoo experimenntal de N. noodosus em
laborratório (Rupp
p, 1994).
Em Angra dos Reis, existem divversas fazen ndas marinhas de cultivvo/engorda de vieiras,
inclussive a maiorr do Brasil (R
Rio Maricultuura), que já chegou
c a esttocar mais dde 1 milhão de
d animais
no mmar, em diferrentes estágiios de desennvolvimento,, com um pa atamar de coomercializaçã ão de mais
de 2..200 dúzias nos meses de d verão. MMas ‐ ainda segundo Ra angel, (op ciit.) ‐ desde 2007, esta
fazennda opera nu uma escala menor
m de prrodução e ab bastece os restaurantes das principa ais capitais
do Brrasil.
Segundo os autoress, esses culltivos deverriam ser im mplantados eem sistemas de sub‐
superrfície (meia‐‐água), e ab
bririam novoos horizontes para a produção de pectinídeos no Brasil.
Porém m, ressaltam q qualque r iniciativa seja tomada nessa direçãão, seria fund
m que antes que damental a
realizzação de estudos voltadoos à avaliaçãão da influênncia da variabilidade dass condições ambientais
a
sobree o crescimento e sobrevvivência das vvieiras nessaas áreas.
4.2.4.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Molllusca
Classe ‐ Bivalvia
B
Subclassse ‐ Pteriom
morphia
Ordem ‐ Ostreoida
O
Família ‐ Pectinidae
Gênero ‐ Nodipecten
n nodosus (Liinnaeus, 175
Espécies ‐ Nodipecten 58)
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 170
4.2.4.2 Área
Á de Occorrência
Apresenta uma distribuição geoggráfica tipicamente tropical, sendo q ue seu limite sul se dá
em águas subtrop picais. Ocorrre desde o suul da Península de Yucattán, leste da América Ce entral, ilhas
do Caaribe, Colôm
mbia, Venezue ela e, desconntinuamentee, ao longo do litoral brassileiro, até o Estado de
Santaa Catarina (R
Rupp & Bem, 2004).
4.2.4.3 Porte
P
4.2.4.4 Morfologia
M a
N. nodosus é constitu uído externaamente por duas valvas calcárias, cuuja coloração
o pode ser
onalidade maarrom‐averm
de to melhada, verrmelha, alaraanjada, púrp
pura ou ama rela. As caraacterísticas
morfoológicas externas que diferenciam
d esta espécie
e dos dema ais pectinídeeos são a prresença de
aurículas desiguaais, 9 a 10 costelas raadiais com destacados
d nós bulbosoos na valva esquerda
(Supeerior) e costeelas, geralmente sem nóós, na valva direita; ângulo do umboo de 95° nos juvenis e
105° nos adultos (Smith, 1991 1).
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 171
O sistemma digestório
o é formadoo pela bocaa, palpos labbiais, esôfaggo, estômaggo, estilete
cristaalino, intestino e ânus. A glândula digestiva esstá aderida ao músculo na parte próxima
p ao
umbo o, em forma globosa e dee coloração eescura.
4.2.4.5 Alimentaçã
A ão
Nodipecteen nodosus é um bivalvve filtrador. Como tal, alimenta‐se dde partículass orgânicas
em suspensão naa água, princcipalmente dde fitoplânctton. Entretan
nto, durantee as primeira
as 24 horas
de vida as larvaas não se alimentam,
a uutilizando suas reservas energéticaas para inicciarem seu
nvolvimento
desen o.
4.2.4.6 Reproduçã
R ão e desenvvolvimentto Larval
De acordo com Queirroz (2007), aanimais sexualmente maduros são iddentificados através da
obserrvação visuaal de suas gônadas,
g quee devem see apresentarr túrgidas, ccom coloraçã ão forte e
evidêência de peqquenas estrias. Quanto à coloração observada, diferencia‐sse na gônada a região
produ utora de esspermatozoides e a dee ovócitos. A porção masculina
m é identificada
a por uma
colorração brancoo‐leitosa. Já
á a porção feminina apresenta
a a tonalidade laranja‐aveermelhado.
Enquanto isso, ass gônadas emm estágios im
maturos são flácidas
f e inccolores.
Sua gônaada é um órggão diferencciado que é unido ao corpo nas proxximidades do músculo
adutoor. Seu ciclo
o reprodutivvo inicia‐se com a ativvação da gô
ônada (inclu i a gametoggênese), a
matuuração funcio onal dos gametas e de sova (períoddo reprodutivo) ou os ggametas ressiduais são
reabssorvidos (perríodo vegeta
ativo ou inatiivo).
Manzoni et al. (1996) realizaram um estudo para avaliarr a variação do índice dee condição
gonadosomático de uma pop pulação de N. nodosus em Santa Ca atarina que indicou um padrão de
liberaação de gametas parcial e assincrônicco, possivelm
mente com desovas
d ao loongo de todo
o o ano.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 172
horass da fecundaação, larvas trocófora
t at ivamente naatantes pode em ser obserrvadas. Ao final de um
perío
odo entre 20 e 24 horas forma‐se
f um
ma larva véligger com formmato "'D" ta mbém cham mada "larva
D" co om aproximmadamente 100 1 µm de comprimen nto. Duas manchas ocullares (uma por valva)
formaam‐se nas laarvas véliger adiantadas e pedivélige er. Nos últim
mos dias de ddesenvolvimento larval
ocorrre a formaçãão do pé, que se torna ffuncional ap d metamorrfose, quando então as
penas antes da
larvass passam a ser denominadas de peedivéliger. Esse E estágio, que apreseenta um com mprimento
valvar de 180 a 200
2 µm, já é consideradoo uma formaa pós‐larval, pois o anim mal deixa de apresentar
a
um co omportamen nto natatório
o e passa a sser bentônico
o, abandonando a colunaa d`água e dirigindo‐se
ao fuundo para raastrear subsstratos, fixarr‐se e comp pletar a metamorfose. I mediatamen nte após a
fixaçãão, que geraalmente ocorrre quando aas larvas aprresentam um m comprime nto valvar entre 200 e
215 µµm, a conchaa cresce rapidamente e continua a ser s formada com uma m micro‐estrutuura distinta
da cooncha larval,, a qual é deenominada ddissoconcha ou concha pós‐larval. A Ao final do período
p de
dissoconcha as valvas
v enconntram‐se coompletamentte pigmenta adas, e já a presentam o formato
semeelhante ao dee um organissmo adulto ( Rupp, 1994; Rupp & Bem m, 2004; Queeiroz, 2007).
4.2.4.7 Condições
C ambientaiis
A temperatura repre esenta um ddos principais fatores para o sucessso dos cultivos de N.
nodosus. As variaações da tem minação de gametas ("deesova"). Portanto, se os
mperatura indduzem a elim
animais forem mantidos
m por um períodoo prolongado o em tempe eraturas elevvadas, a elim
minação de
gameetas será contínua, causando um m esgotamen nto do anim mal, levanddo‐o até a morte. A
tempperatura ideeal para o seu desenvvolvimento está entre 18 °C e 222 °C (SBR RT, 2006).
Tempperaturas infferiores a 15
5°C e superioores a 28°C são limitanttes à sobrevvivência de N.
N nodosus
(Mannzoni, 2001; Rupp
R & Parsons, 2004).
Mas, porr outro lado, nessas zonnas mais superficiais a ocorrência dde fouling também é
maior. Problemass como a incidência de fo fouling (Lodeiros & Himm
melman, 19996) são poten
ncialmente
desasstrosos para os cultivos de
d vieiras, deevendo ser evitados.
e
Roma et al
a (2009) rea
alizaram exp erimento qu
ue teve comoo objetivo coomparar a efficiência de
três o
organismos (os ouriços‐‐do‐mar Echhinometra lucunter, Lytechinus varieegatus e o gastrópode
g
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 173
Tegulla viridula) no
n controle de bioincrusstações em lanternas de e cultivo e nnas valvas da vieira N.
nodosus e conclu uíram que as espécies dde ouriços‐d
do‐mar foramm mais eficieentes no co ontrole das
bioincrustações das
d lanternass e, emboraa não tenha havido ação de redução bioincrustações sobre
as vaalvas dos annimais, os au
utores concl uíram que o controle biológico
b po de ser utilizzado como
métoodo auxiliar na
n redução das
d bioincrusstações em cultivos de vie
eiras.
4.2.4.8 Habitat
H
4.2.4.9 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
Há registrros de cultivo de N. nodoosus nos seguintes municcípios do Rioo de Janeiro: Angra dos
Reis, Armação do os Búzios, Arraial
A do Caabo, Cabo Frrio, Itaguaí, Mangaratibaa, Niterói e Parati; em
Santaa Catarina: Bombinhas,
B Florianópolis
F AP/PR, 2009). Moschen
s, Penha, Piççarras e Portto Belo (SEA
(20077) também menciona
m a realização
r dee cultivos de
e vieiras no Paraná,
P São Paulo, Espíriito Santo e
Bahiaa.
4.2.4.10 Statu
us tecnoló gico
Reprrodução e larvicultu
ura
Sob o pon nto de vista técnico e opperacional, a produção de
d sementes,, assim como o acontece
com quase todoss os organismmos potenciaal ou efetivamente cultivvados na ma ricultura bra
asileira, é o
ponto o para o dessenvolvimen to da pectinicultura no país.
o mais crítico p
Para a faase de engorrda as fazenndas de cultivo precisam m ser abasteecidas com sementes
s ‐
animais em fase juvenil,
j com aproximadaamente 5 a 10 1 mm de co omprimento.. Duas são as maneiras
de ob
btê‐Ias: atravvés de captaçção em ambbiente naturaal, ou a partirr da produçãão em labora
atório.
Com raras exceções, assim como acontece ho oje com os cultivos de osstras e de mexilhões, é
a capptação de sem mentes em ambiente
a naatural o méto
odo que susttenta a maioor parte da in
ndústria de
cultivvo de pectiníídeos ao redo
or do mundoo.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 174
Entretantto, de acord
do com Ruppp & Bem (2004), a cap ptação de seementes em ambiente
naturral depende da existênciia de grandees bancos de reprodutores liberand o gametas de d maneira
massiva e sincrôn nica e ainda que essas llarvas acabeem se concen ntrando em regiões rela ativamente
abrigadas, de forrma a viabilizzar a sua ca ptação a partir do uso ded coletoress. Para que a coleta de
semeentes possa ser realiza ada também m é necessáário que se eja implemeentado um programa
continuado de monitoramentto do ciclo reeprodutivo e da presença de larvas aaptas ao asse entamento
no pllâncton. Por fim, é preciiso se conheecer a dinâmmica oceanog gráfica do lo cal, para que se possa
deterrminar quando e onde devem
d ser coolocados os coletores. Como esse ccomplexo co onjunto de
condições ambieentais e operacionais nãão costuma ocorrer no Brasil, as teentativas de coleta de
semeentes no ambiente naturral costumam m gerar resuultados poucco significati vos, como os
o relatado
por M
Manzoni & Rupp (1993) citados
c por R
Rupp & Bem m (op cit.). Asssim, o forneecimento dee sementes
de N. nodosus para cultivos depende fun damentalme ente da sua produção
p emm laboratório
o.
Segundo Queiroz (2007), o proce sso da desovva de N. noddosus tem in ício com o manejo
m das
matriizes, que sãão retiradas do
d ambientee marinho e mantidas em m laboratóriio durante 15
1 dias, em
o o
condições contro oladas de teemperatura (18 a 22 C), C salinidade
e (35 ups), alimentação o (100.000
cel/m
ml) e pouca luminosidad de, até que eestejam em condições ded maturaçãão gonadal adequadas
a
para a eliminaçãoo de gametass.
De acord
do com Suh hnel (2002) e Queiroz (2007), as matrizes a dultas e sexualmente
madu uras são indduzidas à de esova atravéés de mecaanismos de stress. Este processo pode, por
exem
mplo, ser realizado
r a partir dee choque térmico, esscovação inntensa das conchas,
superralimentaçãoo, utilização de água do mar irradiad da por raios ultravioletaas. Em casos extremos,
sacriffica‐se um exemplar
e a fim de se m macerar as gônadas e adicionar
a essse extrato no tanque
conteendo as matrizes, pois há á evidências de que os hormônios
h lib
berados nestte processo funcionam
comoo um estímullo à desova dasd matrizes .
Durante todo
t o processo de induução à deso ova, é realiza
ado um monnitoramento constante
dos reprodutoress quanto à liberação de oovócitos e esspermatozoides no tanq ue. Uma vezz iniciada a
liberaação de gametas mascculinos ou femininos, os respectiivos animaiss são imed diatamente
recolhidos individdualmente em recipientees com águaa marinha tra atada. A fecuundação oco orre depois
que o os gametas são
s filtradoss para remoçção de detritos. Após issso, é realiza da a fertiliza
ação. Após
cercaa de 24 ho oras, as larvvas véliger encontram‐‐se completamente forrmadas, aprresentando
comp primento de aproximada amente 100 µ µm. A de larrvicultura ge
eralmente vaaria entre 155 e 21 dias,
dependendo da temperatura
t a de cultivo. Como N. no odosus é umma espécie trropical, as larviculturas
podem ser realizzadas em tem mperaturas de até 24‐26 oC, o que,, por um laddo, acelera o processo
mas, por outro, aumentam os riscos dde contamin nação microbiológica e de perda das d larvas.
Duran nte esta fasee, as larvas são
s alimentaadas diariamente com um m mescla da s microalgass Isochrysis
galbaana (T‐lso), Chaetoceross muelleri e C. calcitranss em concentrações varriando entre e 10.000 e
30.0000 cels/mL (RRupp & Bem,, 2004).
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 175
O domíniio completo do ciclo repprodutivo e larval de N. nodosus e o aperfeiçoamento das
suas técnicas de larvicultura permitiram qque a produção de semeentes de vieiira pelo Labo
oratório de
Moluuscos Marinhhos saltasse de
d 265.500 uunidades emm 2007 para 1.500.000 eem 2009 (Ru upp, 2010).
No enntanto, apen
nas o LHM e o IED‐BIG ddedicam‐se à produção regular de seementes no país, o que
certamente podee limitar a exxpansão das áreas de cultivo.
Berççário
ngirem cerca de 350 a 4000 µm, as sementes são transferidass para o mar em bolsas
Após atin
coletoras, passan p diversass lanternas com malhas de acordoo com a su
ndo então por ua fase de
desennvolvimentoo (Suhnel, 2002).
Queiroz (2007)
( a que a fase de berçário realizada no
relata o litoral do RRio de Janeirro, começa
com o ensacameento das sem mentes assenntadas em bolsas
b coletoras, cuja maalha possui 1,5
1 mm de
diâmetro. Estas bolsas
b são am
marradas a ccordas, indivvidualmente ou emparelhhadas, e tran nsportadas
para o mar sob proteção de chuva,
c sol e vento, com o objetivo de diminuir o índice de mortalidade
m
destee manejo.
Uma vez no laboratório, as sem mentes são retiradas do os coletoress. Todo tipo
o de fauna
marin
nha acompaanhante é então eliminaado. A segu uir, é realizada a contaggem de sem mentes e a
formaação de lotees compostoss por cerca dde 1.000 indivíduos, deteerminados aatravés de am
mostragem
volum
métrica. Os animais
a são então
e depossitados em caada andar de e lanternas dde malha de 1,5mm de
diâmetro, denomminadas lanteernas baby. Depois disso o, as sementtes são transsferidas novaamente ao
ambiente naturall por um período de 20 ddias.
Engo
orda
De acorddo com Rup pp & Bem (22004), a fasse de engorda pode serr subdivida em cultivo
interm
mediário e terminação. Na fase dee cultivo inttermediário as vieiras ddevem apresentar um
tamanho mínimo o de 8 mm e máximo de aproximadamente 40 ‐ 45 4 mm. Ela é realizada, em "pearl‐
nets"" ‐ uma estrrutura em formato piram
midal ‐ ou em
m lanternas japonesas,
j ccilíndricas e com
c malha
de pelo menos 4 mm a um ma densidadde de 400 indivíduos por piso (de 30 cm de diâmetro)
(Moschen, 2007)), suspensas em long‐linees.
Segundo Moschen (2007), o prim meiro manejo o é o mais crítico e requuer maior cuidado com
os annimais, podeendo ocorrer altas taxass de mortalidade. Ao attingirem 20 mm, as sem mentes são
transsferidas das lanternas dee 4 mm, utiilizadas na semeadura,
s para as de 8 mm de ab bertura de
malha iniciando a etapa intermediária ouu pré‐engord da, permaneecendo até qque atinjam 40 mm de
comp primento. A etapa
e interm
mediária duraa cerca de 3 meses.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 176
Uma vez concluída a etapa inteermediária, os o animais sãos transferiidos às lanternas com
malhas de 15mm m e, posterioormente, paara lanternass com malha as de 20 mm m, que compreende a
etapaa de engordaa final. A den
nsidade recoomendável ao finalizar essta etapa é dde 12 a 15 animais por
andar. Na Baía da Ilha Grand de, o tempoo médio de cultivo
c para que as vieirras atinjam o tamanho
comeercial (entre 70 e 80 mm de comprim mento) é de 9 a 12 meses.
b) Pearl‐n
net: consiste em uma esttrutura de arrame, com o formato quuadrado, com m 35 cm de
lado no qual é ammarrada uma rede. Um cabo interno o central garrante a amarrração verticcal de uma
estrutura na outra bem com mo mantém o sistema aberto
a intern
namente. O conjunto ap presenta a
formaa piramidal.
c) Bo‐nett: podem se
er confeccionnadas com caixas plásticas retanguulares (28cm m x 48cm),
2
embalagens de frutas), com 1.300cm de supperfície interrna e com
proveenientes de descarte (e
aberttura de malh
ha de 2,5cm x 1cm. As esstruturas são
o montadas com
c quatro ccabos de polietileno de
8mm de diâmetrro que vertiicalmente p assam por dentro
d de orifícios
o da ttampa e dass bandejas
manttendo o conjunto em equuilíbrio.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 177
.
Figurra 81 ‐ Fotos de
d estruturas utilizadas pa ra o cultivo de vieiras por Bueno et al. ((2010): lanterrna comum
(a), pearl‐neet (b), bo‐net (c), lanter‐net (d).
Nos princcipais países produtores é empregada a técnica ded cultivo de nominada "loop cord",
em qque a aurículla da concha a da vieira é amarrada ouo colada a uma corda. Além disso,, as vieiras
tambbém podem ser cultivada as no fundoo. Nesses sisttemas os animais podem m ser mantiddos soltos,
sob o substrato, o que acarreta em um ma maior perda por pred dação e porr dispersão através de
correentes marinh
has, ou entãoo contidas emm caixas retaangulares, co
obertas por m
malhas (Bue
eno, 2007).
10 / 112mm: 1 ‐ 3 Meses
12 / 550mm: 3 ‐ 6 Meses
50 / 880mm: 6 ‐ 14
4 Meses
80 / 1100mm: 14 ‐ 24 Meses
100 / 120mm: > 242 Meses
Prod
dução e me
ercado
Os três maiores
m dutores de pectinídeos no mundo são, respecctivamente, a China, o
prod
Japão o e o Chile (Caruso,
( 20007), porém, o Brasil é o maior proddutor de N. nodosus. O cultivo de
vieiraas, experimeentou um gra mento no Brrasil nos últimos anos, ppassando de 1 para 16
ande crescim
tonelladas/ano no o período de 2005 a 20077 (FishStat, 2010).
2
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 178
por mmúsculo. Essa caracteríística colocaa o produto o brasileiro em desvanttagem em relação r ao
chilen a produzida aaqui é o seu frescor, poiss é comercia lizado vivo, na
no. A vantaggem da vieira n casca, o
que o torna bastaante apreciad
do pela alta gastronomiaa (Carvalho Filho,
F 2006).
Rupp & BemB (2004) relataram que o preço de um ún nico exemplaar de viera de grande
tamanho (10 ‐ 122 cm), chegava a ser com mercializado por R$ 15,00 0 durante ass temporada as de verão
em FFlorianópoliss. Segundo eles,
e na reggião de Anggra do Reis (RJ), produçções ocasion nais de N.
nodosus, cultivad
das (7 ‐ 8 cm)), eram comeercializadas entre
e R$ 20,0
00 e R$ 30,000 a dúzia.
Estes valo
ores são bastante elevaddos, se comp parados comm os preços ppraticados no mercado
internnacional, quue se situam entre US$ 88,00 e US$ 18 8,00 por quilo de múscullo adutor. Músculos de
grandde tamanho (20‐30 unida ades/kg) situuam‐se na faaixa superior de preços, eenquanto oss de menor
calibrre (80‐100 unidades/kg) atingem me nores preços (Rupp & Be em, 2004).
No documento publicado por Rupp & Be em (2004) os autores apontaram que não
encon ntraram infformações consistentes
c em relação os de markketing e potencial de
o a aspecto
consuumo de vieiiras no Brassil. Entretantto, considerrando a alta demanda eexistente noos grandes
centrros consumid dores para os
o demais mmoluscos, esttimaram que e o mercadoo potencial para
p vieiras
no Brrasil é muito promissor.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 179
4.3 M
MACROAL
LGAS
4.3.1
1 Kappap
phycus alva
arezii
Figura 82
2 ‐ A macroalgga marinha Ka
appaphycus alvarezii
a (Dotyy).
FFonte: (Algae
ebase)
Não há estimativas
e precisas
p sobbre a produçção e o conssumo de co mpostos derivados de
carragenas no mercado interno. Sabee‐se, porém m, que prod dução dess e material no Brasil
praticcamente se limita
l à exploração de baancos naturaais de Hypneea musciform
mis na região
o Nordeste,
sendo o incapaz dee suprir as cre
escentes neccessidades do mercado interno (Conttador, 2001).
Por se tratarem espé écies exóticaas, a liberaçãão para esse e tipo de inttrodução levvou alguns
anos.. Em 1995, após
a cumprimmento de to das as condicionantes do IBAMA (Prrocesso IBAM MA 037/97
GABSS/SUPES/SP) ‐ incluindo o a realizaçãoo de estudo os sobre o po otencial ecoonômico, anttecedentes
biológicos, ecológgicos, de cultivo, e os risscos potenciaais da introd
dução (Paulaa & Pereira, 1998)
1 ‐ um
progrrama de intrrodução de espécies exóóticas no Braasil foi inicia ado, tendo ccomo base a região de
Ubatuba (SP).
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 180
o, foi utilizada uma linhhagem marrrom de K. alvarezii,
Para isso a prroveniente de d cultivos
experrimentais do Japão, a qual originnou espontaaneamente variantes dde coloração o verde e
vermelha. Alterações morfollógicas e dee cor também m foram constada quanndo da impo ortação de
uma variante verrde de K. sttriatum, provveniente de fazendas marinhas
m dass Filipinas. Lá, as algas
eram
m delgadas, alongadas
a co es. Em cultivvo no Brasil, as plantas
om ramificaçções subdicotômicas livre
mostraram‐se densamente ra amificadas e anastomosaadas.
Um ano depois,
d em 22
2 de julho dde 2008 o IB BAMA publiccou a Instruçção Normatiiva nº 185,
o de Janeiroo e São Paulo, na área
liberaando o cultivvo de K. alvarezii no littoral dos estados do Rio
comp preendida enntre a Baía de
e Sepetiba ‐ RJ e a Ilha Bela ‐ SP.
Essa IN normatizou
n a taxa de oc upação dos cultivos. Em baías aberttas e enseadas, a título
de prrecaução, a taxa
t máxima permitida dde ocupação da área superficial foi esstabelecida em
e 10% da
área total. Em baaías fechadass e estuárioss, a taxa máxxima permitidda de ocupa ção da área superficial
é de 5% da área total. Já em áreas de plaataforma continental intterna, a taxaa máxima pe ermitida de
ocupaação superficial deve serr definida peelo Zoneame ento Ecológicco Econômicco Estadual. Quanto ao
afastaamento mínimo da linha a de costa, a IN estabelece que deve ser de 200 metros da linha média
de baaixa‐mar, quaando se trata
ar de praias,, e de 50 mettros dos costtões .
No Paran
ná não há reegistro de inntrodução de K. alvarezzii e isso levva a um consequente
desco
onhecimento
o sobre as influências que as condições ambientais loccais exercem m sobre o
desem
mpenho proodutivo desssa espécie. Antes da de emarcação ded áreas pa ra o cultivo comercial
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 181
dessaa alga no Paraná seria re ecomendáveel a instalaçãão de unidad des demonsttrativas, onde se possa
desen m de dissemiinar as técni cas de cultivvo e avaliar
nvolver, avaliar e validarr tecnologiass locais, além
a posssível viabilid
dade econôm
mica dos emppreendimenttos.
4.3.1.1 Taxonomia
T a
Reino ‐ Plantae
P
Filo ‐ Rho
odophyta
Subfilo ‐ Eurhodophytina
Classe ‐ Florideophyc
F eae
Ordem ‐ Gigartinales
G
Família ‐ Areschougia
aceae
Gênero ‐ Kappaphycu us
Espécie ‐ Kappaphycuus alvarezzi
4.3.1.2 Área
Á de Occorrência
4.3.1.3 Porte
P
4.3.1.4 Morfologia
M a
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 182
incrustantes, estes geralmennte prostraddos. Os ram mos afinam no sentido do ápice e,, em geral
termiinam em ponta. O talo é m multiaxial e em corte e transverssal mostra estrutura
pseuddoparenquim matosa comm uma cam mada cortical com células pequuenas e abundantes
cloroplastos, umaa camada subcortical de células grad
dualmente maiores
m e maais vacuolizad
das, e uma
região medular diferenciada
d , formada ppor um conjunto de célu ulas alongaddas com parredes mais
espesssadas, entrremeadas de filamentoos rizoidais. A reproduçção sexuadaa não foi ainda a bem
documentada e parece
p não ocorrer
o no cloone que é ussualmente cultivado em fazendas ma arinhas; os
tetrassporângios ocorrem
o em baixa frequêência e se divvidem de forrma transverrsal (zonada).
4.3.1.5 Reproduçã
R ão
Segundo Guiry & Guiiry (2008), e stágios iniciaais de reprodução não fforam detalh
hados, mas
devem m ser semeelhantes aoss de Eucheuuma, nos qu uais o cistoccarpo maduuro tende a formar‐se
diretaamente no eixo
e em vez de ramos l aterais ou espinescente
e s e este é fformado pela
a fusão da
célulaa central e envolvido por
p gonimo blastos carp posporangiais e gonimooblastos esté éreis, este
últim
mo comunica‐‐se com filam
mentos adjaccentes de pro oteção.
Segundo Azanza‐Corrrales et al. (11992) em con ndições de cultivo o cicloo não se com
mpleta pois
os organismos são infértil ou então as fasses reprodutiivas não ocorrem simultaaneamente.
4.3.1.6 Habitat
H
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 183
4.3.1.7 Condições
C ambientaiis
Os princip
pais fatores que influencciam o crescimento de K.K alvarezii e, consequenttemente, o
seu d
desempenho o em condiçções de cult ivo são: tem mperatura, salinidade,
s nnutrientes, innsolação e
dinâm
mica marinhaa (Doty, 19877), além da aação da herb
bivoria e epiffitismo (Wakkibia et al., 20
006).
Bulboa & Paula (200 05) comparaaram as taxaas de crescim mento de K. aalvarezii e K.
K striatum
em coondições controladas de e laboratórioo e também m em campo e constataraam que a temperatura
foi o fator mais importante nasn definiçõees das taxass de crescime ento de ambbas as espéccies, sendo
que aas maiores taaxas de cresccimento foraam registradaas em condiçções de verãão e de outon
no.
Contadorr (2001) estuudou os efeiitos da temp peratura e dad densidadee de fluxo footônico no
cresccimento e naa tolerância fisiológica d e K. alvarezzii. O crescim
mento da esspécie foi avaliado, em
condições contro oladas de laboratório, ddurante 28 dias,
d combinnando‐se differentes tem
mperaturas
o ‐2 ‐1
(15, 118, 21, 24, 27
7, 30 C) e de
ensidades dee fluxo fotônnico (50, 100 e 150 μmol m s ). A temperatura
foi o fator que ap presentou maior efeito soobre o cresccimento, sendo 21 a 30oC a faixa favo
orável para
o crescimento, reesultado que e confirma ass conclusões de Glenn & Doty (1990)). A espécie sobreviveu
s
por curtos períod dos de tempo o em temperraturas de 15 5 e 18 oC.
Dawes (1989) e Bulbooa & de Paul a (2005) anaalisaram a resposta de K. alvarezii à variação
v de
tempperatura, co om e sem acclimatação, e concluíram m que a espécie não coonsegue sobrreviver em
águass com tempeeratura abaixo de 18 oC por quatro semanas. Bu ulboa & de PPaula (op citt.) também
consttataram quee a redução da salinidadde pode afettar drasticam mente as taxxas de cresccimento da
espéccie. Observaando o cresccimento de K. alvarezii no campo por p mais dee um ano, Ohno O et al.
(19944) concluíram
m que as taxa
as de crescim mento em esscala comerccial são inviávveis com tem
mperaturas
abaixxo de 20 °C, sendo
s que oss limites ótim
mos de temp
peratura foraam de 25‐28 °C.
Ambientees de elevada turbidez e baixa tempe eratura da água do mar nos meses ded inverno,
nebulosidade e pluviosidade
p intensas, a lém de fato
ores bióticos potencialm ente limitanntes, como
comppetição com Sargassum, epifitismo, particularme ente de Hyppnea muscifoormis, e herbbivoria por
ouriços e peixes (Paula
( et al., 1998) podemm afetar draasticamente a produção dde K. alvarezzii.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 184
Espécimees de K. alva
arezii habitaam geralmen
nte áreas rasas e são b em adaptaddos a altos
níveiss de iluminaação em ammbientes com 2 dias ensolarados aoo ano. Preferem águas
m mais de 200
clarass e limpas e suportam águas turvas causadas poor sedimentoos em suspeensão, quand
do não são
consttantes ou poor períodos muito
m prolonggados.
4.3.1.8 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
Os cultivo
os de K. alvvarezii no Brrasil começaram por Sãoo Paulo e Riio de Janeiro o (Paula &
Pereira, 1998; Gó óes, 2009). Mais
M recenteemente, foram também relatadas
r atiividades experimentais
nos eestados de Pernambuco, Paraíba, Rioo Grande do o Norte, Cearrá (Oliveira, 2005), Bahia
a (Castelar,
2009) e, desde 20 008, em San nta Catarina (FAPESC, 20009).
4.3.1.9 Status
S tecn
nológico
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 185
Em Santaa Catarina te
estes com e ssa espécie estão sendoo realizados desde 2008 8, em uma
unidaade experimmental instalada na pra ia de Sambaaqui, em Floorianópolis. O cultivo é realizado
r a
partirr de pedaços de talo am
marrados em m cabos mantidos em sisstemas flutuaantes, comoo balsas ou
long‐lines usadoss na produção de ostras e mexilhões (FAPESC, 200
09).
No entannto, apesar do uso dass balsas flutuantes ter se s mostradoo eficiente em cultivos
comeerciais realizados nas baaías de Sepeetiba e da Illha Grande, RJ, seu mannejo é ainda a bastante
artesanal, o que eleva o custto total de p rodução, de evido à pouca mecanizaçção e à necessidade de
gastoos relativameente elevadoos com mãoo‐de‐obra (Ask & Azanza a 2002). Ava liar outras técnicas de
cultivvo, como a ded rede tubbular, por exxemplo, de modo
m a buscar o aume nto da eficiê ência e da
comp petitividade são caminhoos para se teentar viabilizzar os empreendimentoos voltados à produção
de Ka appaphycus no país.
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 186
A B
C C
4.3.1.10 Prod
dução e meercado
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 187
os ou de estoques natturais (McHugh 2003,
tonelladas de alggas úmida proveniente s de cultivo
Pickeering et al. 20
007).
300.000
250.000
Produção (toneladas)
200.000
150.000
100.000
50.000
0
1990 19
992 1994 19
996 1998 2
2000 2002 2
2004 2006 2008 2010
A
Ano
Figura 84 ‐ Evolução
E da pprodução mun
ndial de Kappaphycus alvar
arezii.
Fonte: FISHSTAT, FAO
Destaca‐sse a dificuld
dade em se comparar os o resultado os de rendimmento e qua alidade de
carragena de K. alvarezii devido às diiferentes técnicas de extraçãoe (M uñoz et al. 2004). O
rendiimento da caarragena sem mi‐refinada de K. alvareezii cultivada na Baía de Sepetiba foi de 46,1%
(Goess, 2009). No litoral paulissta a linhageem G11 apre
esentou rend dimento de ccarragena dee 31‐43% e
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 188
as ou
utras linhagens valors próóximos a 30%% (Hayashi et
e al. 2007b). A carragenaa refinada cu
ultivada no
México apresento ou 33% a 38 m de 19 a 499% (Hung et al. 2008) e
8% (Muñoz eet al. 2004), a do Vietnam
a carrragena semi‐refinada filipina de 31 a 55% (Trono
o & Lluisma 1992).
1
ESPÉCI
CIES EMERGENTES 189
5 ESPÉCIE
ES POTEN
NCIAIS
Os motivvos que não recomendam m a demarcaação imediatta de parquees aquuícola as para tais
espéccies podem ser tanto de d caráter téécnico, sociaal, ambientaal, econôm ico, quanto social, ou
mesmmo uma com mbinação dessses fatores.. Exemplificcando, o mottivo técnico mais comum m é a falta
de prrodução de formas joven ns (alevinos, ssementes, pós‐larvas, etc) em escalaa comercial. Na maioria
dos ccasos é muitto difícil ‐ e em alguns impossível ‐ se pensar no desenvvolvimento regional da
mariccultura depeendendo excclusivamentee da obtençãão de forma as jovens naa natureza, o que, não
raro, gera probleemas ambien ntais graves e acaba, em m um segundo momentto, limitando o a própria
expannsão da ativiidade. O baixxo nível de ddomesticação o de espécie
es, os baixos índices de re
endimento
zootéécnico alcanççados até o momento
m ouu a falta de condições
c am
mbientais ad equadas parra o cultivo
de deeterminado organismo
o ta
ambém são eexemplos de e razões de caráter impedditivo.
Ainda asssim, no conttexto dos PLLDM, é impoortante que tais espéciees sejam aqu ui descritas
por d
dois motivo principais:
p 1) demonstrarr que sua apttidão para o cultivo nas rregiões de ab
brangência
destees PLDM foi efetivamente avaliada e; 2) facilitaar uma futurra demarcaçção de áreass aquícolas
para o cultivo dessas espéciees, a partir d o momento que os prob blemas que hhoje não reccomendam
a dem
marcação de áreas tenha am sido supeerados.
Os cultivvos comercia
ais de peixees marinhoss, por sua vez,
v tiveram
m início apóss 2008, comm a
installação da prrimeira ‐ e até aqui, úúnica ‐ fazeenda offshorre destinadaa à produção do bijup pirá
(Rachhycentrum ca anadum) no
o estado do Pernambuco o, espécie essta que já ppossui tecnologia de culttivo
bem consolidada e produção consideráveel, particularmente em Taiwan, e alg uns cultivos de sucesso nos
Estad
dos Unidos e Porto Rico.
A falta dee consolidaçção das açõees no Brasil, ainda colocca a pisciculttura marinha longe do seu
propaalado potenccial de desen nvolvimentoo, atribuído a grande extensão da co sta e ao grande número o de
espéccies passíveiis de cultivo
o, o que, emm certos mo omentos, parece ser um m entrave à atividade pela
p
dispeersão de esfo orços geradaa. Portanto, pode‐se afiirmar que attualmente aainda não exxiste tecnoloogia
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 1
191
suficiientemente desenvolvida, ou que oss resultados ainda são muito
m inconssistentes parra o cultivo, em
escala comercial das espécies de peixees marinhoss nativas no o litoral paraanaense, coom exceção do
nteriormente
bijupirá, como an e comentadoo.
5.1.1
1 Sargo (A
Archosargus probato
ocephalus))
O sargo é um peixe da família Sparidae qu ue apresenta um bom potencial pa ara cultivo. Ele
conseegue se adaptar a uma grande ampplitude de condições
c am
mbientais e pode chegar a até 14 kg.
Estim
ma‐se que emm condições de cultivo o peixe possa atingir o tam
manho de mmercado (0,5 kg) em um ano
a
(Land
dau, 1992).
5.1.1.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Cho
ordata
Superclassse ‐ Osteichthyes
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 1
192
Classe ‐ Actinopteryg
A ii
Ordem ‐ Perciformes
Família ‐ Sparidae
Gênero ‐ Archosarguss
Espécies ‐ Archosarguus probatoceephalus (Wallbaum, 1792).
5.1.1.2 Área
Á de Occorrência
Atlântico ocidental: Nova Escóciia, do Canadá e do norte do Golffo do Méxicco até o Braasil.
mudas, Bahamas, Antilhaas e Grenadaa (Robins, 1986) (Figura 887).
Ausente nas Berm
5.1.1.3 Porte
P
5.1.1.4 Morfologia
M a
5.1.1.5 Reproduçã
R ão
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 1
193
de janeiro a maioo no Golfo do México. Addultos migraam para o alto mar para desovar, regressando mais
m
tardee para águas próximo à costa
c e dos eestuários. A frequência
f de desova varria de uma vez
v por dia para
p
uma vez a cada 202 dias. Pouco se sabe eem relação ao a comportamento de d esova. Depe endendo da sua
condição, as fêmmeas podem m produzir d e 1.100 a 250.000
2 ovos por períoddo de desova. Um estu udo
deterrminou que os
o peixes encontrados m mais próximo os à costa apresentaram uma média de 11.000 ovos
por pperíodo de desova, enq quanto que aqueles em m alto mar uma média de 87.000 ovos. Os ovos
flutuaantes têm ap
proximadam mente 0,8 mm m de diâmettro, 28 horass após a ferttilização e co
om incubaçãão a
23°C..
Os juveniis (25‐30mmm) têm uma nadadeira caudal bifurcada, uma linnha lateral e apresentammo
padrãão de adultoos. Eles são mais abundaantes em zo
onas rasas, ju
unto à vegettação aquática, e acima da
lama,, onde se alim
mentam de algas
a e copé podos.
5.1.1.6 Habitat
H
Associado
os a recifes,, ambientess marinhos ou. o Ocorrem m principalm
mente na coosta, próximoo a
rochaas, molhes, raízes
r de maangue, e emm estuários. Algumas
A vezes entram eem águas do
oces durantee os
mesees de invern no. Deslocam
m‐se para árreas costa a fora após o inverno e início da primavera
p p
para
desovva, o que por vezes ocorre sobre reciifes artificiais e marcadores navegaçãão.
Juvenis vivem no raso, junto à v egetação aq quática, e sobre a lama (Bester & Ro obins). Quan
ndo
atingem 50 mm ded comprime entos, eles ddeixam o essses ambiente
es e se junta m aos adultos em torno
o de
molhes, paredõess e rochas (B
Bester & Robbins).
5.1.1.7 Alimentaçã
A ão
5.1.1.8 Condições
C ambientaiis
Tuckey Jrr & Kennedyy (2003) conncluíram que e juvenis da espécie poddem suporta ar variações de
salinidade de meenos que 1 a até 44 upps, enquanto o larvas supoortariam varriações entrre 15 e 36 ups.
u
Segunndo Springer & Woodbo orn; Kelly (11965) e Perrret (1971) a espécie é eeurihalina. Bester & Robbins
afirm
mam que o saargo tem preferência porr águas salob
bras.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 1
194
Tucker Jr (2008) trabalhou com a engorda do o sargo em viveiros de áágua doce e salgada, assim
como o em gaiolass posicionaddas em ambiientes marin nhos. O pesquisador obbservou que a temperattura
ótimaa para o sarggo varia entre 23 e 28°CC, porém obsservou a tollerância da eespécies a uma ampla faaixa
de teemperatura (10
( a 35°C ou mais). Alguuns indivíduos chegaram m a sobreviveer em tempe eraturas abaaixo
dos 55°C. As larvaas com idadee entre duass e três sem
manas podem m tolerar traansferência para
p ambienntes
dulciaaquícolos. Ju
uvenis podem
m sobreviverr em salinidades entre 0 e 44 ups ou mais.
O sargo‐d
de‐dente não erante a baixos níveis de oxigênio disssolvido (Besster
o é particulaarmente tole
& Robins).
5.1.1.9 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
Nenhum
5.1.1.10 Statu
us tecnoló gico
Reprrodução e Alevinage
em
A desova do sargo trata‐se de um m manejo reelativamente simples, coom todos os estágios larvvais
de sexual ao s dois anos de
resisttentes ao maanejo. Os sarrgos selvagenns alcançam a maturidad d idade e peso
entree 350 e 400 g.
g
O professsor John Tucker Jr. in duziu a ovu ulação com o hormôniio HCG (Hu uman Chorio onic
Gonaadotropin), responsável
r pela reproddução em humanos.
h As
A fêmeas oovularam 77 7 horas após a
primeeira injeção intramuscular de HCG,, com a tem mperatura am mbiente emm 25°C (Tuckker Jr, 2008)). A
eclosão do sargo o ocorre em m aproximaddamente 28 horas em uma u temperratura de 23 3°C. A primeeira
alimeentação devee ser ofertad
da três dias aapós a eclosãão. A transição da fase laarval para juvvenil ocorre em
39 diaas. Em poucoo tempo de cultivo é posssível fazer a transição de mento inerte.
e alimento vvivo para alim
Técnicas de desova e cultivo podem serr aprimorad das tornand o‐as mais eficientes. Sua
S
caraccterística de agressividad
de enquantoo juvenis prooporciona um
m problema potencial, porém
p pode ser
contrrolado com o manejo ade equado (Tuccker Jr, 2008)).
Engo
orda
O primeirro estudo relativo ao culltivo do sargo foi relatad
do em 1984,, os peixes fo
oram estocad dos
em taanques que variavam entre 1.000 e 3.500 l. Naquela ocasião, foram pproduzidos juvenis j de uma
u
únicaa desova, estocados em m um tanqque com de ensidade de 1,5 peixess/l, durante 67 dias, com c
sobreevivência de 62%, sem a ocorrênciaa de mortandade ao lon ngo dos três anos seguinntes (Tuckerr Jr,
2008).
Se cultivaado em gaio
olas, o sargoo alimenta‐se e de organissmos incrusttantes ajudaando manterr as
gaiolaas limpas, esta caracteríística possibbilita o policu
ultivo do sarrgo com peixxes carnívorros, desde que
q
possuuam tamanh hos similares (Tucker Jr, 22008).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 1
195
Suas exiggências de proteína são relativamen nte elevadas. Estudos inndicam que para o máximo
cresccimento e efiiciente conve ersão alimenntar, a exigên
ncia mínima de proteína na dieta é de
d 45 % (Lazo o et
al., 19998).
Segundo Landau (199 92), o peso d e 500 g podee ser alcança
ado com um ano de cultiivo, para a faaixa
de peeso entre 1,55 e 2,0 kg o tempo de culltivo é de dois anos.
5.1.1.11 Prod
dução e m
mercado
Para os Estados
E Unidos observouu‐se uma capptura de 750
0,2 t em 20007 (NOAA Fio
osheries, 200
07),
quando se obseerva os dados de captuura nos últimos dez anos, nota‐see uma redu ução gradativa,
principalmente nos últimos quatro anos, sintoma de um
u estoque em sobrepe sca (Figura 88).
8
1.400,0 1.133,
,1 1,00
1.200,0 0,77 0,78 0,,79 0,71 0,772 0,78 0,75
0,78
0,80
(US$/kg)
1.000,0 0,58
78
85,5 0,2
750
800,0 0,60
1.006,8 543,2
600,0 0,40
400,0
0,20
200,0
0,0 0,00
1
1996 1997 19
998 1999 2000
0 2001 2002 2003 2004 20
005 2006 200
07
Desem
mbarque (t) US$/kg
É na commercialização
o que se enccontra o principal entrave no cultivvo do sargo, com preço de
primeeira comercialização a US$ 0,97/kgg (NOAA Fissheries, 2007), esta esppécie não ap presenta preeço
atratiivo para dem
mandar esforrço em sua pprodução aqu uícola, desta
a forma faz‐sse necessário
o a utilização
o de
técnicas de agreggação de valo
or ao produt o e aproveitamento de subprodutos
s .
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 1
196
Figura 89 ‐ Fillé de sargo.
Fonte: FDA
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 197
5.1.2
2 Robalo‐‐peva (Cen
ntropomuss paralleluss)
Figura 90 ‐ R
Robalo‐peva, Centropomuss parallelus
Fonte: Instituto GIA..
Nas Amééricas, a subfamília Ce ntropominae e é represe entada por doze espéccies do gênero
Centrropomus. Seis espécies estão
e distribbuídas na cossta pacífico‐a
americana (CC. medius, C.
C nigrescenss, C.
viridiss, C. unionen
nsis, C. robaalito e C. arm matus) e seis na costa atlântico‐am
a mericana (C. undecimalis, C.
paralllelus, C. mexxicanus, C. en
nsiferus, C. ppectinatus e C.
C poeyi) (Rivvas, 1986).
As duas principais
p espécies de roobalos que vêm, sendo avaliadas
a parra uso na maaricultura são o
roballo‐peva (Cen ntropomus parallelus)
p e o robalo‐fflecha (Centtropomus unndecimalis). No entanto o, o
primeeiro apresen nta como grande
g limit ação ao uso em cultivvos comerciiais a sua baixa taxa de
cresccimento, enq quanto o se
egundo é reelativamente e mais raro na naturezaa e a tecno ologia para sua
reproodução e larrvicultura ainda precisa ser melhor desenvolvid da, não havvendo produução regular de
alevinnos no país.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 1
198
5.1.2.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Cho
ordata
Superclassse ‐ Osteichthyes
Classe ‐ Actinopteryg
A ii
Ordem ‐ Perciformes
Família ‐ Centropomidae
Gênero ‐ Centropomu us
Espécie ‐ Centropomu us parallelus (Poey, 1860
0)
5.1.2.2 Área
Á de oco
orrência
5.1.2.3 Porte
P
5.1.2.4 Morfologia
M a
Corpo alto, parte dorsal poucoo escura e linha lateral pouco piggmentada. Extremidade
E da
nadadeira pélvicaa geralmentte atingindo ou mesmo ultrapassan ndo a regiãoo anal. Nada adeiras dorssais,
caudaal e parte annterior da anal enegreciidas; peitoraais e pélvicass claras, com d pigmentação
m vestígios de
escurra. Os dentes são peque enos e o pré‐‐opérculo appresenta margem serreaada (Figueire edo & Menezzes,
1978). C. parallelus se diferen
ncia do C. unndecimalis no
os seguintes aspectos: (aa) possui o se
egundo espinnho
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 1
199
da naadadeira anaal ultrapassa
a o terceiro espinho; (o comprimento padrão é 3,6 vezes maior
m do que a
alturaa máxima do
o corpo (Ximenes‐Carvalhho, 2006).
5.1.2.5 Reproduçã
R ão
A época de
d desova deepende sobrretudo da lattitude, que, por
p sua vez, influencia no
o fotoperíod
do e
na teemperatura. O período reprodutivo
r costuma esttender‐se enntre novembbro a março//abril na reggião
Sul. N
No Nordestee pode haveer dois picoos de desovaa, entre janeiro e junh o e entre ded novembro o a
dezem mbro.
5.1.2.6 Hábitat
H
5.1.2.7 Alimentaçã
A ão
5.1.2.8 Status
S tecn
nológico
Prod
dução de formas
fo jovens
Vários trabalhos desscrevem asppectos básicos da repro odução de rrobalos em cativeiro e a
sugerrem técnicass de larvicultura (Cerque ira et al., 1995; Alvarez‐LLajonchère eet al., 2002a,,b; Ferraz et al.,
2002; Temple et al.,
a 2004). Attualmente, aaliás, já há produção com mercial de aleevinos da esspécie graçass ao
domíínio das técn
nicas de larvvicultura (Alvvarez‐Lajonchère et al., 2002b). Noo Brasil, alevinos de robaalo‐
peva de 7 cm de compriment
c to total são vvendidos porr cerca de R$
$ 3,50 a unidaade (MFRura al, 2009).
Existem basicamente
b e três maneirras de se ob
bter ovos de robalos em
m laboratórioo (Soligo, 200 07):
(a) feertilização artificial de gametas colet ados de adu os do ambiennte; (b) fertilização artificial
ultos maduro
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
200
com gametas dee adultos do o ambiente ou cultivad
dos, sendo que
q a ovulaação é obtidda por indução
hormmonal; (c) feertilização natural com adultos do ambiente ou cultivadoos, que são
o mantidos em
cativeeiro e previiamente indduzidos comm hormônioss. Não há registros
r de desovas esspontâneas em
laborratório (Cerqueira, 2004).
No LAPM
MAR os peixes normalme nte maturam m em tanque es de 8.000 ll, após serem
m submetido os a
uma dieta especial a base dee peixes, lula , farinha e óleo
ó de peixe
e, premix miineral e vitam
mínico. Anim
mais
manttidos em laboratório aprresentam deesovas maiorres e mais prrodutivas quue animais se elvagens reccém
captu urados. Em alguns laborratórios usa‐‐se a técnicaa de criopresservação de sêmen, em que o sêmeen é
retiraado do mach
ho e os esperrmatozoides são congelados.
Figurra 92 ‐ Fêmea
a de robalo‐peeva sendo sub
bmetida à ind
dução hormonnal para deso
ova.
Fonte: Instituto GIA
Os ovos são
s incubado os em tanquees cônicos, em
e uma den nsidade méddia de 2.000 ovos/l. Durante
a larvvicultura a densidade
d co
ostuma ser mmantida em larvicultura em 50 anim mais/l (Cerqu
ueira, 2004).. As
pós‐laarvas iniciam
m sua fase alimentar ingeerindo rotífe
eros e após 15
1 a 20 dias ccomeçam a se alimentarr de
artêm
mia.
Apesar das
d técnicas de produçãão de pós‐laarvas de robalo‐peva eestarem consideravelmente
dominadas, existem diversas lacunas de eestudos em relação à fase posteriorr à adaptação o dos peixess ao
alimeento inerte (Correa & Cerqueira,
C 2 009). Alvareez‐Lajonchère et al. (20002), relataram densidades
entree 2,6 e 4,4 peeixes/L ao fin
nal de larvicuulturas do robalo‐peva.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
201
Figuraa 93 ‐ Juveniss de robalos‐p
peva produziddos pelo Laboratório de Pisscicultura Marrinha da Univversidade fede
eral
de Santa Catarina
C
Fonte: Ânggela Maria Coe
elho
Engo
orda
Segundo Cerqueira & Tsuzuki (20008), no commeço da fase de juvenil,, o robalo‐peva é gregário,
prefeerindo se alim
mentar de outros peixess pequenos. Entretanto em
e condiçõees intensivas de criação, em
altas densidades, frequentemmente o canibbalismo é ob
bservado.
Correa & Cerqueira (2008) reali zaram estud do para determinar a innfluência da a densidade de
estoccagem na so obrevivência e crescimennto de juven nis do robalo‐peva apóss a larvicultu
ura. Os autoores
testaram densidaades de estoccagem de 1, 2, 4 e 8 peixxes/L, durantte 30 dias, em
m um sistem
ma de circulação
abertta de água salgada.
s Os peixes tinhaam inicialmeente 50 dias de idade e 68 mg de pesop médio. As
meno ores taxas dee sobrevivên
ncia foram o btidas nas maiores
m denssidades. Por outro lado, a densidadee de
estoccagem não afetou o coefficiente de vaariação do co
omprimento o e a taxa de crescimentoo específico dos
d
peixees.
Estudos dirigidos
d com m a sua ada ptação em cultivo
m C. paralleluus no Brasil, demonstram c em ággua
doce ou marinh ha. Porém, poucas sã o as experiências com m a produçãão comercia al deste peixe,
principalmente em e regimes mais inten sivos de prrodução. Se egundo Cerqqueira (2004), a máxiima
produutividade registrada em
m sistemas dde policultivo o foi de 80 kg/ha/ano ((sem considerar as dem
mais
espéccies cultivadas).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
202
Tsuzuki et
e al. (2008) avaliaram ínndices zootécnicos alcançados em cuultivo de juvvenis de robaalo‐
peva em diferenttes densidad des de estocaagem (50, 100 e 200 peixes/m3), em m tanques‐re ede de 1m3. Os
autorres mantiverram os animais confinad os por 59 diias e não reg gistraram differenças enttre os princip
pais
índicees avaliadoss (sobrevivê ência, peso úmido, com mprimento total
t d crescimento
e paddrão, taxa de
especcífico, e coefficiente de variação paraa peso e commprimento to otal). Taxas dde crescimen
nto específicco e
conveersão alimen ntar foram próximas
p a 00,9 %/dia, e 1,6. Entretanto, a biomaassa final e a produção por
área foram significativamentte diferentess, sendo maaiores na de ensidade de 200 peixes//m3. Com base
nessees resultadoss, os autoress consideraraam essa a deensidade ma ais adequadaa para a engo orda de robaalo‐
peva na fase de ju uvenil em tanques‐rede.
Figura 94 ‐ Tan
nque utilizadoo para o cultivvo comercial de robalo‐pev
eva no Ceará.
Fonte: Instituto GIA..
A maior parte
p das exp
periências reealizadas envvolve o cultivvo da espéciie em água doce
d (Cerqueeira
& Tsu
uzuki, 2003),, aproveitando essa caraacterísticabioológica da esspécie (Cava lheiro et al.,, 1999a e 19
99b;
Pereira et al.; 199
99), mas sua s geralmente pífias, innviabilizando
as taxas de c rescimento são o seu cultivo em
escala comercial.
Em estuddos realizadoos por Cavaalheiro et all. (1999a) os indivíduoss cultivados em água do oce
atingiram apenass 90 gramass após um ano de culttivo, com ta axas de convversão alimentar de 1,4 4 e
sobreevivência dee aproximada amente 90%%. Em outro trabalho de e Cavalheiroo et al. (199
99b), utilizan
ndo
viveirros escavado
os também abastecidos
a ccom água dooce, os autores reportaraam que os peixes,
p após um
ano, atingiram peso
p médio aproximadoo de 116,7 g, g com taxa de sobrevivvência de 95% 9 e taxas de
conveersão alimenntar de 1,8.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
203
Amaral Jr. (2009) testou o roobalo‐peva em e sistema polifásico de cultivo em água do oce
3 3
utilizaando, na primeira fase, uma densiddade populaccional de 1.0
000 alevinos//m e de 15 50 peixes/m na
fase terminação da alevinage em. Numa seegunda etap pa, testou duas densidad es de estoca
agem (37,5 e 75
peixees/m³). Os animais
a m alimentaddos com umaa ração com 50% de prooteína bruta. Após 240 dias,
foram
os annimais atingirram no máximo 70 g de ppeso individu
ual.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
204
5.1.3
3 Robalo‐‐flecha (Ce
entropomu
us undecim
malis)
5.1.3.1 Taxonomia
T a
ordata
Filo ‐ Cho
Superclassse ‐ Osteichthyes
Classe ‐ Actinopteryg
A ii
Ordem ‐ Perciformes
Família ‐ Centropomidae
Gênero ‐ Centropomu us
Espécies ‐ Centropom mus undecimaalis (Bloch, 1792).
1
5.1.3.2 Área
Á de oco
orrência
Ocorre nas
n águas troopicais e subbtropicais da costa americana do Atlâântico, incluiindo o Golfo
o do
México e o Caribbe, e em qua
ase toda a coosta brasileirra sendo mais raros no SSul (Figueiredo & Menezzes,
1980) (Figura 96).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
205
Figura 96 ‐ Área
Á de ocorrêência do roba
alo‐flecha, Cen
ntropomus unndecimalis.
Fontte: FishBase
5.1.3.3 Porte
P
5.1.3.4 Morfologia
M a
Muito paarecido com C. paralleluss, diferenciaa‐se pelas seeguintes caraacterísticas: possui o corpo
mais baixo e maiis alongado e linha laterral mais enegrecida; o se eu segundo espinho da nadadeira anal a
não u ultrapassa o terceiro espinho; o co mprimento padrão é de e 4 a 4,8 veezes maior dod que a alttura
máxim ma do corpo e (a linha a lateral é mmais pigmen ntada e apreesenta maio r contraste em relação ao
colorrido geral do
o corpo (Ximenes‐Carvalhho, 2006). Possui
P corpo prateado, m mais escuro superiormen nte.
Nadaadeiras dorsaais, parte antterior da anaal e lobo infe
erior da caudal enegreciddo; peitorais, pélvicas e lo
obo
superrior da caudaal mais claros, com pouc a pigmentaçção escura (F Figueiredo & Menezes, 1978).
5.1.3.5 Reproduçã
R ão
Suas larvas eclodem em 36 hora s e em três dias já consumiram toddo o seu vite elo. As larvass se
desennvolvem em águas marin nhas, princippalmente praaias abrigada
as com banccos de macro
oalgas, ondee há
a disp
ponibilidade de zooplânccton e zoobeentos que são utilizados como fonte de alimento (Barroso et al.,
2007). A maturidaade é atingid
da entre 3 e 5 anos.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
206
5.1.3.6 Hábitat
H
Ocorrem em águas salobras de m manguezais, estuários e baías, e sãoo capturadass desde a baarra
dos rrios até várrios quilôme
etros acima da foz. Oss indivíduos preferem ááguas calma as, barrentas e
sombbreadas, e ficcam próximo
os ao fundo ((Ximenes‐Carvalho, 2006
6).
Adultos normalmente
n e são enconttrados em profundidade
p es inferiores a 25 m (Gin
nes & Cerviggón,
1967; Ximenes‐Carvalho, 200 a da desova, de
06). Congreggam em boccas de passes e rios duraante a época
maio a setembro (Fraser, 197
78).
5.1.3.7 Alimentaçã
A ão
5.1.3.8 Condições
C ambientaiis
São peixxes marinho os, eurihalinnos, encontrados em ambientes com grande variação de
salinidade. Graciaa‐Lopez et all. (2006) conncluíram que
e esses animaais toleram ssalinidades entre
e 0 ‐ 36 ups,
u
porémm gastam menos
m energgia quando mantido em m salinidade 12 ups. Tuuckey Jr & Kennedy
K (20003)
conclluíram que juvenis
j da esspécie pode suportar varriações de saalinidade de 0 a 55 ups, enquanto
e larrvas
suporrtariam variaações entre 17
1 e 36 ups.
Durante estações de e verão em Pernambuco, Silva (1967/69) obseervou que ro obalos tolerram
salinidades de até 54 ups em e viveiros estuarinos com pouca renovação de água, sem s problem
mas
apareentes. Mota Alves (1981)) constatou ddiferenças significativas nas
n concentrrações de sais no sanguee de
C. un ndecimalis, após subm meter os inndivíduos a choques de d salinidadde, enquadrando‐o co omo
repreesentante típpico das esppécies osmooconformistaas. Silva (199 91), a partirr da histologgia dos rins de
roballos adaptado os à água docce, verificou a presença de grande número de gloomérulos, ló óbulos e teciddos
linfátticos, o que contribui pa
ara sua grannde capacidade osmorre egulatória, pposteriormen nte confirmaada
por LLins (1995) mediante
m o estudo da cconcentração osmótica dos fluidos corpóreos. Gomes (199 95),
comp parando as taxas metabó ólicas entre ggrupos do roobalo‐flecha submetidoss a ambiente es de água do oce
e de áágua salobraa, não consta
atou diferençça significativa entre seus valores.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
207
C. undeciimalis são eu
uritérmicos, mas sensíve eis ao frio, tendo
t a sua temperaturra letal. míniima
entree 6‐13° C e máxima
m de entre
e 38 ‐ 4 0° C (Hill, 20
005). Já a suua faixa ótim
ma de tempeeratura situaa‐se
oo
entree 25 e 30° C (Cerqueira, 2004), com m máximo co onforto térm
mico em 27 C para larva as e 28 oC para
p
juvennis (Tukey Jr & Kenned dy, 2003). DDe acordo com Cerqueira (2002), oos animais deixam de se
alimeentar em águuas com temperatura infeeriores a 14o C.
5.1.3.9 Status
S tecn
nológico
Prod
dução de formas
fo jovens
d pesquisa e produçãoo de formas jovens de robalo
O início da r foi naa Flórida com a espéciee C.
undecimalis na déécada de 197 70. No Brasi l a atividade data do iníccio dos anos 1990, com a construçãoo do
laborratório de Piiscicultura marinha
m (LAPPMAR), da Universidade
U e Federal dee Santa Catarina (Cerqueeira
2002).
Os métod
dos de obtennção de ovoss de robalo‐fflecha são os mesmos appresentadoss anteriormente
para robalo‐peva e que foram
m descritos ppor Soligo (20
007).
Engo
orda
Os estudo os e as experiências com
m o robalo fle
echa são bem
m menos freqquentes, dad
da a dificuldaade
em sse obter rep produtores da
d espécie e de promo over a sua reprodução e larviculturra em cativeeiro
(Gonççalves Jr et al.,
a 2007).
Silva (197
76) realizou estudos
e comm robalos‐fleccha em gaiolas fixas posiccionadas dentro de viveiiros
estuaarinos em Itaamaracá (PE E). Foram esstocados 36 animais em gaiola de 112,5 m3. Os animais forram
alimeentados basicamente co om barriguddinhos (Poecilia vivipara a) trituradoos, a uma taxa
t de 5% da
biomassa ao dia. Após 5,5 me eses a sobrevvivência foi de 85% e o peso
p médio ddos animais passou de 36
3 g
para 170 g.
Tucker (1
1987) produzziu alevinos em laboratório e os cu ultivou até qque atingisse
em 20 g, o que
q
ocorrreu após 3‐4
4 meses. Emm seguida reealizou a enggorda e termminação. Ap ós 8 meses de cultivo, em
peraturas enttre 26 e 30 oC os animaiis atingiram 450 g de pesso (ou seja, aapós um ano
temp o de vida).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
208
Figgura 97 ‐ Rob
balo capturado
o na naturezaa e mantido em
e tanque‐red de na baía dee Guaratuba como parte do
o
processo de reprodução in nduzida em la
aboratório.
Fonte: Instituto GIA
Infelizmente, em relaação aos robbalos a consttatação é que 20 anos appós o início dos estudoss de
domeesticação da espécie no país
p ainda nãão há uma te ecnologia minimamente desenvolvida para o culttivo
comeercial das duaas espécies aqui
a citadas (robalo‐pevaa e robalo‐fleecha).
5.1.3.10 Merccado
O preço de
d venda do robalo está acima do vaalor do salmã
ão e da maiooria das demmais espéciess de
peixees comercialiizadas na Co
ompanhia dee Entreposto
os e Armazéns Gerais dee São Paulo, ficando abaaixo
apenas do preço do Atum (CEAGESP, 20009). Em 19/0 03/10 o robaalo era comeercializado na
n CEAGESP por
preçoos variando de 010b), um prreço, porém,, menor que o praticado em
d R$ 19,00 a R$ 21,00 (CCEAGESP, 20
dezemmbro de 200 07, quando o produto erra comercializado por preços entre RR$ 22,00 e 26,00 (CEAGEESP,
2007).
Os EUA immportam robalos pescaddos no México. Nos últimos 5 anos o preço do produto fresco
variou do equivallente a R$ 8,00/kq a até 17,10/Kq (Fis, 2010).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
209
5.1.4
4 Carapeb
ba branca (Diapteru
us rhombeus)
Figura
F 98 ‐ Caarapeba‐branca (Diapteruss rhombeus)
Segundo a FAO (2005), a caratinnga é uma das espécies com potenccial para ser empregado o na
aindaa recente pisscicultura maarinha brasilleira. No enttanto, ainda não existe nnenhum reggistro de culttivo
de caaratinga em escala come ercial e mesm
mo os dados experimentais a respitoo do rendime ento da espéécie
em caativeiro são bastante esccassos.
5.1.4.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Cho
ordata
Superclassse ‐ Osteichthyes
Classe ‐ Actinopteryg
A ii
Ordem ‐ Perciformes
Família ‐ Gerreidae
Gênero ‐ Diapterus
Espécies ‐ Diapterus rhombeus
r (CCuvier, 1829)
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
210
5.1.4.2 Área
Á de Occorrência
Figura 99
9 ‐ Área de oocorrência da carapeba (Diiapterus rhom
mbeus)
Fontte: FishBase
5.1.4.3 Porte
P
5.1.4.4 Morfologia
M a
5.1.4.5 Reproduçã
R ão
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
211
5.1.4.6 Habitat
H
Espécie demersal,
d esstuarina ou m
marinhas. Co
omum em manguezais,
m aalém de ser encontrada em
zonass marinhas de lama e areia. Juveenis são com m água salobra
muns em lagoas hiperssalinas e em
(Cervvigón, et al., 1992).
5.1.4.7 Alimentaçã
A ão
5.1.4.8 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
Nenhum
5.1.4.9 Status
S tecn
nológico
5.1.4.10 Prod
dução e meercado
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
212
5.1.5
5 Cioba (L
Lutjanus analis)
a
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
213
Uma espécie quee possivelme ente será em
mpregada naa mariculturaa brasileira, após o maior domínio das
técnicas de cultivvo e do desen
nvolvimentoo de insumos apropriadoss.
5.1.5.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Cho
ordata
Superclassse ‐ Osteichthyes
Classe ‐ Actinopteryg
A ii
Ordem ‐ Perciformes
Família ‐ Lutjanidae
Gênero ‐ Lutjanus
Espécies ‐ Lutjanus annalis (Cuvier,, 1828)
5.1.5.2 Área
Á de Occorrência
Distribui‐se no Atlân ntico ocidenntal:, desde Massachussetts (EUA), até região Sul do Braasil,
incluiindo o Mar dod Caribe e o Golfo do M México (Cervigón, 1993) (Figura 101). Mais abunddantes em torno
das AAntilhas, as Bahamas
B e suul da Flórida . É uma espé
écie presente
e nas capturras pesqueira
as realizadass no
litoraal paranaensee (Fuzetti, 20
007).
Figu
ura 101 ‐ Áreaa de ocorrênccia da cioba (LLutjanus analiis)
Fonte: FishBase
5.1.5.3 Porte
P
5.1.5.4 Morfologia
M a
A cioba tem como característiccas uma maancha negra na região dorsal laterral, grande em
exem
mplares joven ns e pequena, mas bem evidente, em m exemplarees de grandee porte. Apreesenta marggem
da naadadeira anaal angulosa, com
c os raioss médios mais desenvolvidos que os demais. Placca de dentess do
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
214
vômeer mais ou menos
m trianggular, em forrma crescente. Dentes caninos
c relattivamente pequenos, oss da
maxilla superior um
u pouco ma aiores que oos da inferiorr. Corpo pratteado, mais eescuro superiormente, com
c
tonalidades avermelhadas inferiormentee. Uma estriaa azulada irrregular (escuura quando os animais são
fixado
os em álcoo ol) da parte média do m maxilar até a margem inferior do olho. Uma mancha escura
arred
dondada acim ma da linha lateral, abaaixo dos prim meiros raioss da dorsal. Nadadeiras avermelhad das,
principalmente ass pélvicas, an
nal e lobo infferior da cau
udal (Figueire
edo & Mene zes, 1978).
5.1.5.5 Reproduçã
R ão
5.1.5.6 Habitat
H
A espéciee forma agrrupamentos ou pequen nos cardume es que se d ispersam du urante a no oite.
mplares joven
Exem ns são comu uns em funddos rochososs e coralinoss em pouca profundidad de e os adulltos
pareccem ocorrer com mais frrequência em
m águas de maior
m profun
ndidade, afasstadas da co
osta (Figueireedo
& Meenezes, 1978
8). É considerrada uma es pécie estuarrino‐independente (Marttinez‐Andrad de, 2003).
5.1.5.7 Alimentaçã
A ão
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
215
5.1.5.8 Condições
C ambientaiis
Não se obbteve registrro de trabalhhos que sugirram salinidades inferiorees a 25 ups. A concentração
de oxxigênio disso
olvida descritta na bibliogrrafia foi sempre superiorr 4,0 mg/L.
5.1.5.9 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
Nenhum
5.1.5.10 Statu
us tecnoló gico
Reprrodução e alevinage
em
O Institutto de Ciências do Mar ‐ LABOMAR R/UFC, em parceria
p comm a empresa Technoacq qua
Serviçços de Conssultoria Ltda., iniciou os trabalhos no n Centro de e Estudos Am
mbientais Co
osteiros (CEA
AC‐
LABOOMAR/UFC), localizado no município de Eusébio‐CE, para dessenvolver um m protocolo de
d produção o de
peixees marinhos do gênero Lutjanus
L em cativeiro. Jáá foram consseguidas dessovas de umaa outra espéécie
do mesmo gênero o, o ariacó, (Lutjanus synnagris), atravvés de induçã
ão hormonall.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
216
larva em juvenil ocorre quan
ndo o peixe atinge 10 mm
m de comprimento, ou no intervalo
o entre o 13
3º e
19º d
dia pós‐eclosão. (Watana
abe et al., 19998).
O regimee alimentar tem início ssete dias antes da estocagem dos ovos, mome ento em quee o
tanqu ue é fertilizado e inoculado com alga s e rotíferos, promovend do desta form
ma, alimento o natural parra o
estoqque de larvas. Os tanque es são povoaados com oss ovos um dia antes da eclosão, asssim logo apó ós o
consu umo do vitelo as larvas encontram
e o ambiente rico em alim mento naturaal, que são constantemente
reposstos por meiio de inocula ação. Do sétiimo dia em diante a arte emia passa a ser ofertadda até o 35º dia
pós‐eeclosão, a ração industria al é administtrada desde então. A die
eta alimentarr trata‐se de
e um manejo o de
extreema importância durante e o período llarval em virrtude da redução do can ibalismo, graaças ao man nejo
alimeentar utilizad do a sobreviivência med ia obtida noo final do peeríodo larvall foi de 14%
%, que pode ser
considerada altaa quando comparadaas a outras espécies de Lutjannideos como o Lutjan nus
argenntimaculatuss e o Ocyuruss chrysurus ((Watanabe, 2001).
2
Na fase ju
uvenil, foi ob
bservado quee o manejo alimentar
a para se obter o ganho de peso
p viável para
p
o cultivo requer uma ração industrial coom alto teor de proteín na bruta e m moderada cooncentração de
lipídeeos, que corrresponde à pelo
p menos 45% e 10% respectivam
r ente. Nas coondições de cultivo ondee os
parâm metros físico
o‐químicos sã ão controladdos, observo
ou‐se que o ganho
g elerado ocorreu
de peeso mais ace
com a temperattura média do d ambientee superior aos
a 30°C, a salinidade em nenhum m momento foi
inferiior a 36 upss e fotoperío odo com 122 horas de lu uminosidadee e 12 horass de escuriddão (Watanaabe,
2001).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
217
Engo
orda
Dados sobre o cultivo
o de Lutjanuus analis são ainda relativamente reccentes e escassos. Nos EUA
E
as peesquisas reaalizadas com
m L. analis datam do final
f dos annos 1990 e início do presente
p sécculo
(Watanabe et al. 2001; Chigbu et al.,20022).
Em 1999 9, no Grassyy Key Aquattic Center, lo ocalizado noo estado daa Florida (Esstados Unidoos),
nis de cioba foram cultivados em sisttemas de recirculação de água, cham
juven mado de RASS (Recirculattion
Aquaculture System). Os resu ultados zoottécnicos indiicaram a russticidade da espécie em tais ambienntes
ultivo. A sob
de cu brevivência fo
oi de aproxim
madamente 98% e não houve
h sintom
mas de doenças (Watanaabe,
1998, 2001a).
Os dadoss obtidos por Watanabe et al (1998)) indicaram que q juvenis de L. analis cresceram em
média de 10,5 g para 140,8 g,g após 168 ddias mantido os nesses sistemas de reecirculação (48
( peixes /m m3),
com ttaxa de cresccimento absoluto de 0,7 8 g/dia, taxaa de crescimeento específiico de 1,55%
%/dia, e taxaa de
conveersão alimenntar de 1,2. Thouard
T et aal. (1989) relataram uma a taxa de creescimento de e 350 g em 365
3
dias p
para juvenis selvagens de cioba cultiivados em taanques‐rede na Martinicaa, Antilhas.
A vantageem de ser uma espécie cultivada háá poucos ano os possibilitaa a utilização
o da tecnolo
ogia
dos aatuais sistemmas de cultivoo, como, porr exemplo, oso sistemas ded recirculaçção de água, que consisttem
em taanques de polietileno de e alta densiddade de 3,3 m³,
m equipado os com siste ma de filtraggem de sóliddos,
filtross biológicos e esterilizad
dor por raioos ultravioletta. Ele possui aeração e aquecimen nto constanttes,
manttendo os nívveis de oxigê ênio dissolviido entre 5 e 6 mg/L, condições
c id eais de tem mperatura (18 a
31°C)). Em experim mento realizado neste si stema, Wataanabe (2001) relatou quee a salinidad de flutuou en
ntre
18 e 330 e pH entrre 6,8 e 7,7, ou seja, todoos os parâmetros físico‐qquímicos maantidos nas condições
c ideeais
de cu e precauçção resultou em excelen
ultivo. Toda esta ntes taxas dee sobrevivênccias, ganho de peso e faator
de coonversão alimmentar, segu undo o autorr.
Ainda emm 1999, foi iniciado um projeto dese envolvido peela RSMAS UUniversity off Miami, com
mo
cultivvo do Lujanu
us analis em tanques‐redde fora da co osta, próximos a região das Ilhas Culebra em Poorto
Rico ((O'Hanlon ett al., 2001). A viabilidadde técnica e econômica de
d cultivo daa espécie tam
mbém tem sido
s
avaliaada na região
o do Caribe (Halwart
( et aal, 2007).
Em outro
o experimentto, os embrriões foram estocados em e um tanquue de 30 m3 ao ar livre em
uma densidade ded 10,5/l. As pós‐larvas fooram alimen ntadas com rotíferos
r tipoo SS, náuplio
os de artemiaa e,
posteeriormente, dietas artificciais (52‐48%
% de proteín
na). Ao ating
girem em m média 0,31 g e 22,2 mm de
compprimento pad drão a sobreevivência eraa de 14,3%. Posteriormen
P nte, 1.390 juuvenis (pesoo médio de 10,5
1
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
218
g) forram estocaddos em dois tanques de 14,5 m3 com sistema de d recirculaçção (695 peixes/tanque; 48
3
peixees/m ) e alim
mentados com
m pellets conntendo 56% de proteína. Após 168 ddias os peixees atingiram em
média 140,8 g, coom uma taxaa de sobrevivvência de 97,,8% e uma ta
axa de conveersão alimentar de 1,2.
Benetti et
e al. (2002) avaliaram o desempe enho da cioba em tanqques‐rede, medindo
m o seu
cresccimento, sobbrevivência e taxas de coonversão alimentar, durrante um cu ltivo realizad do em um laago
salgado de 3,2 ha, na Flórrida. Cerca de 10.500 alevinos forram estocaddos em doiss tanques‐reede
circullares, de pollietileno de alta
a densidadde (PEAD). Um U com 7 m de diâmetrro x 7 m profundidade (3 300
m3) e outro com m 10 m de diâ âmetro x 7 m de profundidade (600 m3). Os tannques foram estocados com c
25 peeixes/m3 (3,2 2kg/m3) e coom 5 peixes// m3 (0,72 kgg/m3), respecctivamente. Após 246 dias de cultivo o os
do prrimeiro tanqque haviam passado
p de 116,5 g para 302,8
3 g (25,6
6 cm de commprimento total). Os peiixes
do seegundo tanq que foram mantidos
m poor 178 dias e passaram de 42,3 g para 245,6 g (23,8 cm de
comp primento tottal) neste pe eríodo. Não houve difere ença entre as
a taxas de ccrescimento alcançadas em
cada tratamento o. A taxa final de conveersão alimen ntar também m foi semelhhante nos dois casos (1 1,4).
Aproxximadamentte 10% do os peixes amostrados apresentaram algum m grau de deformidaade,
principalmente escoliose.
e A taxa
t final dee sobrevivênncia foi de 700%. Segundoo os autoress, os resultad
dos
sugerrem que L. analis tem potencial paara o cultivo o em tanques‐rede, poiis as taxas de d crescimento
obtid
das foram superiores às alcançadas
a ppor outras esspécies de peixes marinhhos cultivada
as comercial ou
experrimentalmen nte.
Trabalhoss recentes in
ndicam o peeso comerciaal para a ciob ba cultivada seria de cerca de 450 g,
g o
que p
poderia ser obtido em menos
m de um m ano (NOAA A, 2007), porém são neccessárias ma ais pesquisass no
sentid
do de determ
minar o temp po de cultivoo dos juveniss até atingir o tamanho dde mercado.
Todos esstes resultad dos indicam que a ciob ba é, de fatto, uma esppécie candid data ao culttivo
comeercial. Os ressultados, em termos de ttaxas de cresscimento obttidas em conndições de cu
ultivo tendem
ma
melhorar com o desenvolvim mento das téécnicas de cu ultivo e da elaboração
e dde dietas esp
pecíficas. Aliás,
segun
ndo Benettii et al. (20 002), alimenntos de altta qualidade e e alimenttação adequada, insum mos
aprop
priados e esstratégias efficientes de gestão são requisitos essenciais
e paara o sucesso dos cultivos
comeerciais de cio
oba em tanqu ues‐rede.
5.1.5.11 Prod
dução e m
mercado
Os dadoss estatísticoss da FAO inddicam captu ura do Lutjan nus analis a penas em Porto
P Rico, com
c
desemmbarque dee 21 t em 2007 2 (FAO, 2007). No que
q se referre a estatísttica pesqueira brasileiraa, o
desemmbarque daa cioba foi de d 3.004 t ((IBAMA, 200 07), ressalta‐‐se que essee dado é esspecífico parra a
ciobaa, pois em algguns estadoss a cioba é coonhecida por vermelho englobando
e ddesta forma várias espéccies
do gêênero Lutjannus, como o dentão e a ccaranha, asssim sendo, o desembarqque da cioba no Brasil po ode
ser m
muito superioor ao observa ado nos dadoos estatístico
os (IBAMA, 2007).
2
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
219
3.5
500,0 3.199,0
04,0
3.00
3.0
000,0 2.873,0
2.687,0
2.56
64,0 2..532,0
2.5
500,0
Desembarque (t) 1.800,,5
2.0
000,0
1.5
500,0
1.0
000,0
5
500,0
0,0
2001 2002
2 2003 2004 2005 2
2006 2007
Figu
ura 103 ‐ Deseembarques pe
esqueiros de cioba
c no Brassil.
Fonte: Ibama (2007))
Nos Estados Unidos observa‐se que semprre que ocorre um pico no desemb barque em um
deterrminado anoo, há uma redução na ccaptura no ano a seguinte e sugere que o
e (Figura 1004), fato que
estoq
que esta no limite da pessca sustentávvel (NOAA Fisheries, 2007).
200
0 5,00
4,25 4,20 4,19 4,14 3 4,37
Preço de primeira comercialização
2 3,83 4,09
4,00 3,92 3,97 67
4,6
4,00
Desembarque (t)
150
0
3,00
100
0
(US$/kg)
2,00
50
0
1,00
0 0,00
1996 1997 1998 1999
9 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Desembarquee US$//kg
No Brasil a comercialização da ccioba ocorre com mais frequência n as feiras livrres e mercad dos
públicos. A espéccie é comercializada freesca ou conggelada, e sempre inteiraa. A cioba trrata‐se de uma
u
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
220
espéccie com carrne muito apreciada,
a ccom preço médio de primeira
p commercialização de R$ 5,,97,
enquanto que em
m Sergipe seu
u preço de p rimeira comercialização foi de R$ 3,550 (IBAMA, 2007).
2
7 6,4 5,00
(R$/kg)
3 2,2 2,00
2 1
1,54 1,6
0,7 0,5 0,5 1,00
1 0
0,1
0 0,00
2000 2001 20
002 2003 2004 200
05 2006 2007
Figu
ura 105 ‐ Relaação entre dessembarque peesqueiro e prreço de primeira comerciallização da cioba em Sergipe
e.
Fonte: IBAM
MA, 2007
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
221
5.1.6
6 Linguad
do‐vermelho (Parallichthys orrbignyanuss)
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
222
O linguad
do tem sidoo alvo de peesquisas reccentes no Sul do Brasill, especialmente em Santa
Catarrina e no Rio
o Grande do Sul (Walesieesky et al., 1994; Fonsecca Neto & Sppach, 1999; Bianchini et al.,
1996; Cerqueira et al., 1997; Walesieskyy et al., 1997, Sampaio, 2008). O oobjetivo desses trabalho os é
desennvolver uma tecnologia que
q permita o cultivo comercial da espécie.
Apesar do pouco tem mpo de est udo sobre o cultivo de linguado, aas perspectivas para a sua
produ ução comerrcial são animadoras e, em um futturo próxim mo, com o ddesenvolvimento de dieetas
artificciais para a fase
f engorda
a, a espécie ppode vir a ser cultivada em larga escaala.
5.1.6.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Cho
ordata
Superclassse ‐ Osteichthyes
Classe ‐ Actinopteryg
A ii
Ordem ‐ Pleuronectiformes
Família ‐ Bothidae
Gênero ‐ Paralichthyss
Espécies ‐ Paralichthyys orbignyannus (Valencie
ennes, 1839)
5.1.6.2 Área
Á de Occorrência
Distribui‐se na região
o sudoeste doo Atlântico, desde o Rio de Janeiro aaté pelo men
nos em Mar del
Plata, Argentina (Figueiredo
( & Menezes, 22000).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
223
Figura
a 108 ‐ Área dde ocorrência
a do linguado (Lutjanus anaalis)
Fontte: FishBase
5.1.6.3 Porte
P
5.1.6.4 Morfologia
M a
5.1.6.5 Reproduçã
R ão
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
224
primaavera e início do outono o (outubro a abril) na re
egião costeira adjacentee ao estuário
o da Lagoa dos
d
Patoss, no Rio Grande do Sul.
5.1.6.6 Habitat
H
São animais demersais, oceanódrromos (Riede, 2004). São o encontradoos em áreas estuarinas, em
lagun
nas costeirass e em zonass marinhas, eem profundidades varianndo de 1 a 445 m, mais frrequentemente
em ágguas entre 1 ‐ 20 m de profundidade
p e (Díaz de Asstarloa & Munroe, 1998).. Geralmentee encontram
m‐se
enterrrados na areeia ou camufflados ao am
mbiente.
5.1.6.7 Alimentaçã
A ão
O linguaddo P. orbign
nyanus apreesenta boca, dentição e estômago adaptados funcionalme
f nte
para a predação.. Em regiõe es estuarinass não demonstram sele etividade de presas, senndo oportunista
quanto à alimen ntação. Poliq
quetas e cruustáceos são o mais impo ortantes paraa juvenis (C
Carneiro, 199
95).
Adulttos alimentaam‐se de esppécies pelág icas e bênticcas de crustáceos (peneeídeos e braquiúros), e, em
menoor escala, de peixes (Díaz de Astarloaa & Munroe,, 1998).
5.1.6.8 Condições
C ambientaiis
Testando
o a tolerância
a a estresse hipo e hiperrosmótico, Walesiesky
W ett al. (1995) observaram
o q
que
os lin
nguados pod
dem sobrevivver durante longos perío odos em águuas com baixxas salinidad des. Sampaio
o&
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
225
Biancchini (2002) estimaram o ponto iisosmótico de d P. orbiggnyanus em 328 mOsm m/kg H2O, que
q
correesponde a 10,9
1 ups de salinidade. Avaliando o crescimento de P. orb rbignyanus Sampaio
S (19
999)
encon ntrou os melhores resulttados em sal inidades 30 e 11, comparados com ssalinidade 2 ups.
u
5.1.6.9 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
5.1.6.10 Statu
us tecnoló gico
Reprrodução e alevinage
em
A reprodução de lingguado é obttida regularm mente com o uso de reeprodutores capturados no
mar. Já foram obtidaso desoovas naturaiis de reprod
dutores aclimatados aoo cativeiro, apenas com m o
contrrole da temp peratura e do
o fotoperíoddo, mas norm
malmente as desovas sãoo obtidas com a induçãoo da
ovulaação. Para issso, reprodutores capturrados na nattureza são transferidos para laborattório, onde são
sexaddos. As fêmeeas passam por p uma bióópsia gonadaal para verificar o diâmeetro dos ovócitos. Ovóciitos
maiores que 350 0 m respondem bem a uma única injeção de HCG H (250 UI// kg), LHRHa a (50 g kg) ou
extrato bruto de hipófise (3 mg/kg). Ovóócitos e esperma são exxtrusados maanualmente e a fertilização
artificcial é feita. Os
O ovos não fertilizados se depositam
m no fundo e podem seer facilmentee separados dos
d
ovos viáveis, que flutuam (Cerqueira et all, 1997; Robaaldo, 2003).
Um dos maiores de esafios para viabilização o das larvicculturas de linguado em m larga esccala
realizzadas no Braasil tem sido as elevadass taxas de mortalidade
m observadas
o nnessa fase e as dificuldades
de su ubstituição dos
d alimento os vivos porr inertes ou mesmo enccontrar alim entos vivos que propiciiem
melhores resultados. Almeida a (2006) rea lizou estudo para testar a utilização de copépode Acartia tonsa
como o alimento vivo exclusivo o na larviculttura de P. orrbignyanus. Os resultadoos mostraramm que as larrvas
de lin
nguado se alimentaram efetivament
e e de A. tonssa completanndo a metam morfose entrre o 19° e o 22°
dia.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
226
Os cultivoos larvais dee P. orbignyyanus realizaados na Esta ação Marinhha de Aquicu ultura da FU URG
(EMA A) são realizaadas em dua as fases, uttilizando‐se alimentos
a vivvos. Logo appós o términ
no das reserrvas
vitelín
nicas (3° dia de vida), são
o utilizados rrotíferos. Qu
uando a larva
a apresenta eem torno de 15 dias de vida
v
(5 ‐ 7 mm), graadualmente são introduuzidos náuplios de artê êmia, os quuais são utilizados até sua
substtituição por dietas
d inerte
es após comppletarem a metamorfose
m (10 ‐ 15 mm
m) (Bianchini et al. 2005)..
O desmame, ou seja, a substitui ção do alimento vivo po or alimento inerte é um ma etapa críttica
para a produção de alevinos de peixes m marinhos. Rocha et al. (2008) avaliaraam o efeito o do períodoo de
co‐aliimentação (aalimento vivvo e inerte) ssobre a sobrrevivência, o crescimentto e os custoos de produção
de ju
uvenis de P. orbignyanuss. Durante o período de e co‐alimenta ação, os juveenis (idade inicial 32 dias)
recebberam artêm mia enriqueccida juntameente com ração. Ao final do experim mento (76 dias),
d os juveenis
alimeentados excclusivamente e com artêêmia enriqu uecida apresentaram ssobrevivência a (82%), peso
(480±±157mg) e co omprimentoo (35,5±5,0mmm) significattivamente maiores
m que oos juvenis alimentados com
c
raçãoo. Os resultaados obtidoss demonstra m que os lin nguados alim mentados exxclusivamentte com artêm mia
apressentam melh hor performaance do que aqueles alimmentados com m ração.
Com relação à tempe eratura em qque as larvass devem ser cultivadas, O Okamoto (20
004) sugere que
q
a melhor temperatura é de 232 °C, pois a maior tolerâância à inanição e sucessso da metam morfose conffere
maior qualidade às larvas. Quanto
Q ao footoperíodo, Louzada (20 004) sugere que até os 20 dias apó ós a
eclosão, as larvas devem permanecer em m 24 h de luz para favo orecer a alim
mentação, uma
u vez quee os
linguaados são preedadores vissuais, após eeste período,, as larvas devem ser maantidas em 18 h de luz por
dia.
A maior parte dos estudos com crescimento o de linguad dos tem sidoo realizada com
c larvas, em
laborratório, como é o caso do d estudo reealizado porr Cerqueira et al. (1997)), que cultivvaram larvas de
linguaado utilizand
do até 30 larrvas/L. Após a metamorffose, aos 25 dias, Bianchiini et al. (200
05) citam quue o
cresccimento se torna
t difere
enciado em um mesmo o lote, havendo a neceessidade de separação por
tamanho para evitar o caniba alismo e aummentar a sobrrevivência. Trabalhando
T com juvenis, Sampaio ett al.
(20011) observaraam que, dura ante a fase jjuvenil, as fêmeas
f de P. orbignyanuus apresenta am crescimento
maior que os machos.
m Paraa Bianchini eet al. (2005 5) melhores resultados poderiam ser s obtidos em
densiidades mais elevadas do que 3 indivííduos/m², po ois altas densidades são estimuladorras de consumo
de alimentos. Daniels & Ga allagher (20002) se referrem às altas densidadees como esttimuladoras de
consuumo de alimentos, estocando juveniss de 100g naa densidade de 150 indivvíduos/m².
Engo
orda
Nos EUAA, linguados do Atlânntico (Hippo oglossus hiippoglossus) estão sen ndo cultivaddos
experrimentalmen
nte em gaiola as submersaas de grande volume a 12
2 m de profuundidade em águas pristinas
do go
olfo do Maine, a seis milh
has da costaa de New Hampshire (OOOA, 2007). O primeiro cicclo de produção
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
227
durouu 2,5 anos. Foi o tempo
o necessário para os peixes atingirem
m 3 a 4 kg e a produçã
ão chegar a 1,5
tonelladas (Chambers, 2010).
O Laboraatório de Maricultura
M ddo Instituto Nacional de e Investigac ión y Desarrrollo Pesquero
(INIDEP), localizado em Mar del Plata, AArgentina, iniiciciou o dessenvolvimentto da tecnologia de culttivo
do linguado P. orbignyanuss em 2002. Desde enttão têm sido realizadoss estudos destinados ao
desennvolvimento o das técnicas de produução de juvvenis destinados à pré‐‐engorda e engorda com c
formulação e elab boração de dietas
d peletizzadas (Muelller et al., 200
06).
Um fato positivo enffatizado por Robaldo (2003) é a ad daptação daa espécie aoo cativeiro. Este
E
autorr diz que lingguados captu
urados no am
mbiente demmoram um po ouco para see alimentarem. Porém, com
c
o tem
mpo, estes paassam a se deslocar em bbusca do alim
mento ofereccido.
Wasieleskky et al. (11994) relataaram que P. P orbignyan nus apresennta consumo de oxigêênio
relatiivamente baixo, o que lhe confere a possibilidade
e de ser cultivado em deensidades ele
evadas.
Sampaio, 2008, realizzou um estuddo para avalliação do desempenho eem condições de cultivo em
viveirros abastecidos com ággua estuarinna, do lingu uado Paralichthys orbignnyanus e da a tainha Mu ugil
plata
anus (Guntheer, 1880). O autor testouu duas densidades de esstocagem dee juvenis de linguados, com c
peso inicial 27,588 ± 5,53g e comprimento
c o de 14,51 ± 1 cm, utilizzando‐se 4 e 8 juvenis/m
m² (1:4 e 1:88) e
tainhas Mugil plaatanus, com peso inicial dde 31 ± 4.02 g e comprim
mento de 14,,00 ± 0,50 cmm, utilizando
o‐se
8 juvvenis/m² (1:88), em um policultivo
p dee dois tratammentos comm três repetiçções. Os peixes receberram
raçãoo extrusada, na proporçã ão de 8% (teemperatura ≥ 16ºC), 4% (temperaturra ≥ 10ºC e < 16ºC) do peso
vivo e não recebeeram ração (temperaturra < 10ºC), durante o outono e inverrno, em um período de 192 1
dias. Os viveiros foram
f aduba
ados mensalm mente com esterco
e bovino curtido n a proporçãoo de 200g/m²². O
estuddo concluiu que
q os resulttados obtidoos foram influenciados pela temperaatura, pela sa alinidade e pelo
p
pH daa água dos viveiros.
v Os resultados inndicaram nãão houve dife erença de crrescimento entre
e linguad
dos
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
228
em densidade 1:4 e 1:8 A sobrevivvência de linguados na densidad e de estoccagem 1:8 foi
signifficativamente maior que a sobrevivê ncia em densidade de esstocagem 1:44.
Os autores iniciaramm seus estuddos com peixes pesando cerca de 15g. Após 10,6 1 meses, os
animais haviam atingido
a 0,5kkg. Após mai s 2,1 meses cerca de 22.5% dos indiivíduos atinggiram entre 800
8
g e 1,,5 kg, dos qu
uais 10% deles tinham m mais que 1 kgg. As taxas de sobrevivênncia, converssão alimentaar e
cresccimento espeecífico foramm de 94,8%, 0,97 e 0,25% %, respectivaamente. Essses númeross dão uma id deia
do po otencial aquícola da esppécie. O linguuado chilenoo P. adspersus e o linguaado P. olivacceus demoraam,
respeectivamente,, 2,8 e 1,4 meses para at ingir 1 kg de peso (Silva, 2001; Kikucchi & Takedaa, 2001).
5.1.6.11 Prod
dução e meercado
Segundo Pacific Seaffood Group (2002), maais de um milhãom de ttoneladas dee linguado são
desem mbarcados em e todo o mundo a c ada ano De entre as várias espéciess comercializzadas, algummas
caraccterísticas sãão comuns neste
n grupoo de peixes: possuem uma delicadaa carne bran nca, levemente
adociicada, bastan nte apreciad
da por chefs de cozinha. Na verdade, há ligeiras variações na
a coloração dos
d
filés. Aqueles oriundos da região dorsal ssão mais groossos e escuros, enquan to os da reggião ventral são
mais finos e claroos.
A espéciee que atinge o maior vallor de mercaado é o ling guado verdaddeiro, Solea solea, pescaado
no Attlântico Norrte. Pequena
as quantidaddes deste pe eixe são exportados paraa restauranttes de luxo dos
d
EUA, a maior partte da produçção, no entannto, é comerrcializada na Europa.
Paralichth
hys californiccus, é captu rado na costta da Califórnia e no Mééxico e pode atingir maiss de
40 Kgg, mas sua pesca é basstante pequuena, apenas cerca de 250 toneladdas são dese embarcadas no
mercado norte‐am mericano a cada
c ano.
Embora sejam
s registrradas mais dde 30 espéciees de linguad
dos marinhoos ou estuarinos no Sudeeste
e Sull do Brasil, as espécie es mais reppresentativaas na pesca comercial, por atingire em os maio ores
tamanhos são: linguado‐are eia (Paralichhthys isosceeles e P. triocellatus),
t o linguadoo‐vermelho (P.
orbig
gnyanus) e o linguado‐bra anco (P. pataagonicus) (IC
CMBIO/CEPSUL, 2008).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
229
Os linguaados são considerados peixes nobres e alguma
as espécies possuem grrande intereesse
comeercial. O abastecimento o do mercaddo se dá exclusivamente através da pesca. São
S capturad dos
especcialmente coom arrasto duplo (tangonnes) e emalh
he.
O valor de
d mercado de um dete rminado reccurso permitte avaliar co mo os aspecctos comercciais
podem ser decisivos na viabbilização ou não de emp
preendimenttos aquícolass e como é fundamentaal a
buscaa por novos mercados.
m
Segundo o Ibama (20 010), o preçoo de 1ª come ercialização do linguado oriundo da pesca no Brrasil
variou entre R$ 2,00
2 e R$ 3,550. Na Europpa, o preço médio
m de com
mercializaçã o do linguad
do em 20077 foi
€ 10,40. O custoo de produçãão de linguaddos em cultivos realizados em gaiolaas submersas nos EUA é de
US$ 66,46 (NOAA, 2004). Na Europa
E o preeço do robalo o Scophthalm mus maximuus depende do d tamanho dos
d
exemmplares comercializados. Peixes se lvagens de 1 a 2 Kg são s comerciaalizados porr cerca de US$
U
10,400/Kg, peixess de 2 a 3 são comerrcializados a US$ 12,40 0/Kg e exeemplares de 3 a 4 Kg são
comeercializados a US$ 17,90//Kg (Eurofishh, 2007). Já o robalo Scophthalmus rrombus atingge preços mu uito
mais elevados nesse
n mesmo mercado europeu. Exemplares
E selvagens com mais de 800 g são
comeercializados a US$ 27,00/kg, enquaanto peixes cultivados são s comerccializados por valores que
q
variam entre US$$ 11,40/kg (im
mportados) a US$ 21,40//kg (cultivados na Europaa).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
230
5.1.7
7 Pampo (Trachinotus carolin
nus)
Quase to odas as pessquisas envoolvendo pam mpo foram realizadas com alevinos de anim mais
selvagens, devidoo à falta de confiabilidad
c de e imprevissibilidade das desovas dee pampos em
e cativeiro. Na
décadda de 1970, pampos juve m gaiolas de alumínio dee 1m3 na Flórrida, com alggum
enis foram cuultivados em
sucessso. Esse ten
ntativa mostrrou que pam mpos juvenis podem ser cultivados
c coom sucesso desde 7 g atté o
tamanho de merccado (cerca de d 454 g) em m 47 a 51 sem
manas.
Tanques e gaiolas de e madeira fooram usados na Venezue ela na décadda de 1970, com resultad
dos
bastaante variáveis (Smith, 19
973; Jory et al., 1985). As
A gaiolas estavam posiicionadas em
m áreas de alta
a
salinidade e temp q resultou em surtos de doenças e mortalidadee elevada.
peratura, o que
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
231
conveersão alimen
ntar obtidas podem variaar de 2 a mais de 6 (Jory et al., 19885)); controlle adequado
o de
doenças.
5.1.7.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Cho
ordata
Superclassse ‐ Osteichthyes
Classe ‐ Actinopteryg
A ii
Ordem ‐ Perciformes
Família ‐ Carangidae
Gênero ‐ Trachinotus
Espécies ‐ Trachinotus carolinus ( Linnaeus, 17
766).
5.1.7.2 Área
Á de Occorrência
Segundo Menezes & Figueiredo ((1980), na costa Atlânticca, desde o sul dos Estados Unidos até
ao noorte da Argentina, são coomuns algum mas espéciess do gênero Trachinotus,, entre elas o T. carolinuss, o
T. goodei e o T. falcatus
f (citado por Limaa apud Scorvo Filho et al., 1987). Seggundo Weiricch et al. (200
08),
arolinus ocorrre em uma
T. ca a larga faixa do oceano Atlântico desde
d o estaado de Masssachusetts nos
dos Unidos até Santa Cattarina no sul do Brasil (Figura 111). Porém,
Estad P os daados estatísticos pesqueiiros
brasileiros tambéém registramm desembarqques de pamp po no Rio Grrande do Sul..
Figura 111
1 ‐ Área de o corrência do do Pampo (Trrachinotus caarolinus)
Fonte: FishBase
5.1.7.3 Porte
P
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
232
5.1.7.4 Morfologia
M a
5.1.7.5 Reproduçã
R ão
A idade ded maturaçã ão é de um aano para os machos e 2‐3 2 anos parra as fêmeass (Muller et al.,
2002). A época de d desova do pampo naa Flórida é prolongada,
p mavera até o outono, com
dura da prim c
picoss em abril ‐ junho e setembro ‐ outu bro (Gilbert,, 1986). A deesova geralm
mente ocorree no mar e tem
t
sido evidenciada com base na n coletas dde larvas e de
d peixes póós‐desova (GGilbert, 1986
6; Muller et al.,
2002). Finucane (1969)
( coletoou pequenass larvas (3,0 ‐ 4,5 mm) em águas a 224 km da cossta na região
o do
Golfo
o do México o. Estimativa
as de fecunddidade variaam entre 133.000 ‐ 8000.000 ovos por p temporaada,
dependendo do porte
p do peixxe (Finucanee, 1969).
5.1.7.6 Habitat
H
5.1.7.7 Alimentaçã
A ão
5.1.7.8 Condições
C ambientaiis
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
233
Os pamp pos não toleeram o frio. As pesquisaas demonstrraram que eeles apresen ntam stress em
tempperaturas enttre 10° e 12°°C e chegam a morrer em m condições de mudançaas extremas de d temperatura
em ccurtos intervalos de te empo. Moe Jr. et al. (1968) estudaram os eefeitos de diminuição d das
tempperaturas emm pampos, ve erificando si nais de estreesse quando o a temperattura começoou a cair, a 12,2
1
°C. A temperatura crítica mínima deterrminada nesste estudo foi de 10 °CC, enquanto a temperatura
máximma foi de ceerca de 38 °C
C. De acordoo com estudo os, a faixa de
e temperatu ra entre 25 e 30 °C é a que
q
apressenta as mellhores respoostas de engoorda dos juvvenis, enquanto a partir dos 34°C, o ganho de peso
passaava a sofrer uma
u redução o significativaa (Main et all., 2007).
Berry & Iversen, 19667, relataramm que na árrea de Tamp pa Bay (Flóriida, EUA) o pampo, hab bita
águass com tempeeraturas quee variam entrre 17 ‐ 32 °C o entanto, sabe‐
C, mas preferrem as de 288 ‐ 32 °C. No
se qu
ue os pequeenos juveniss podem supportar temp peraturas consideravelmmente mais elevadas,
e co
omo
muito
os tendo sido observado os em poças amostradass no litoral da
d Flórida (E UA), onde as temperatu uras
podem ultrapassaar 45 °C (Gilb
bert, 1986).
5.1.7.9 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
Nenhum
5.1.7.10 Statu
us tecnoló gico
Nos últim
mos anos, em e estudos com sistem mas de recirculação dee água RASS (Recirculatting
Aquaculture Systtems) (Figura a 112), condduzidos na Universidade
U e Estadual dda Louisiana pelo professsor
Charlles R. Weirich, os pampoos atingiram em aproximadamente quatro mesess o peso com mercial de 45
50 g
e aoss nove mesess de cultivo chegaram
c as 700 g, com 95% de sobrrevivência (W
Weirich et al., 2008).
O RAS co onsiste em ta
anques de poolietileno de e alta densidade de 3,3 m m³, equipadoos com sisteema
de filtragem de sólidos, filtro
os biológicos e esterilizad
dor por raioss ultravioletaa. O sistema possui aeração
e aquuecimento constantes,
c mantendo
m oss níveis de oxigênio
o disssolvido entree 5 e 10 mgg/L e condições
ideaiss de temperratura (22 a 26°C). Quaanto a salinidade, esta é mantida a 35 com a utilização ággua
marinnha artificial.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
234
Figura 112 ‐ Sistema de recirculação de água.
monitor.
Fonte: CSm
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
235
Esses ind
divíduos são
o induzidos a desovas por intermédio de téccnicas de manipulação
m de
temp
peratura e fotoperíodo,
f , e aplicaçãão de horm mônios reprodutivos, q ue são adm
ministrados via
musccular, conforme o peso co
orporal dos aanimais (Figu
ura 114).
Os ovos fertilizados
f são
s flutuantees, transpare entes, com aproximadam
a mente 1 mm
m de diâmetrro e
uma única gotícuula de óleo. AsA larvas reccém‐eclodidaas medem aproximadam mente 2 mm e possuem um
grandde saco vitellínico. Após sete dias daa eclosão (a uma temperratura consttante de 28°C) o vitelo está
e
totalm
mente absorrvido, os olh hos são visívveis e a bocaa completam
mente formaada. Já a traansformação da
larva em juvenil começa co om aproximaadamente 24 2 dias apóss a eclosão,, quando se e observa uma
u
pigmentação ao longo de toda a lateral doo corpo dos animais (Ma ain et al., 20007).
Do segun
ndo dia apó ós a eclosãão até aproximadamentte 10 dias, as larvas de d pampo são
alimeentadas com m rotíferos e a partir doo décimo diaa, a artemia
a é adicionadda à sua dieeta enquanto a
oferta de rotíferros é reduzida gradativaamente. Em m paralelo se e inicia a inntrodução de um alimento
artificcial com 55%
% de proteína bruta, da m
mesma colorração da artemia. Essa ddieta passa a ser exclusivva a
o
partirr do 21 dia pós‐eclosão.
p
No estaddo da Florid da, nos Estaados Unidoss, existem cultivos expeerimentais de d pampos em
tanquues, tanques‐rede e vivveiros, entreetanto o tempo de cultivo necessáário para alcançar o peso
nua muito alto tanto paara os tanq
comeercial contin ques quanto para os taanques‐rede e viveiros. As
pesquuisas recentees registram uma maior eficiência daa conversão alimentar quuando os juvvenis da espéécie
recebbem pequenas quantidad des de alimeento artificiaal várias veze
es ao dia. E ttambém sugerem que, pelo
p
fato d
do pampo seer um peixe muito ativo, elevadas de ensidades de e estocagem restringem o seu ganhoo de
peso (Groat, 20022).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
236
Figuura 115 ‐ Juve
enis de pampo
o.
FFonte: Chrisdiixon Studios
Atualmennte, estudos dirigidos aoo cultivo de pampo em diferentes ffaixas de salinidades e com
c
difereentes densid
dades de esto
ocagem estãão em curso, objetivando
o determinarr a densidade e de estocaggem
mais convenientee para a proddução em esccala comercial.
Requuerimento os técnico
os para cultivo das
d espéc
cies avaliiadas parra as áre
eas
seleccionadas
De modo geral as esp
pécies de pam
mpo adaptam m‐se facilmente a sistem
mas intensivoos de criação e a
dietas formuladaas, com boa as taxas de crescimento o (Lazo et al.,
a 1998). Esstas caracte erísticas pod
dem
favorrecer a sua produção coomercial, emmbora as taxxas de conve ersão alimenntar até então obtidas nãon
serem
m ainda muito satisfatórrias (Heilmann & Spieler 1999),
1 o que
e suscita a nnecessidade de desenvollver
raçõees que atend
dam as suas exigências
e nuutricionais e proporcione
e melhor eficciência alime
entar.
5.1.7.11 Prod
dução e meercado
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
237
2001 e 2006, notta‐se uma redução consttante da captura do pam
mpo entre 20001 e 2003, em
e 2005 oco orre
o maaior desemb barque obserrvado no peeríodo (1.116 t), e em 2006 há umma redução significativa do
volumme capturado (669 t), mesmo assim bem superio or a média de
d captura eentre os prim
meiros três anos
obserrvados (415 t). Aparenttemente houuve um aum mento no essforço de peesca sobre os
o estoques de
pamp po promoven ndo elevação
o no volumee desembarcado entre 20
004 e 2006, com os estooques acusan ndo
fragilidade no último ano.
ue mundial do
Desembarqu o pampo entrre 2001 e 200
06 segundo oss dados da
FAO e IB
BAMA
1.200,0
0
1.116,3
1.000,0
0
Desembarque (t)
800,0
0 714,4
4
669,9
600,0
0 481,7
395,0 369,6
400,0
0
200,0
0
0,0
0
2001 2002 2003 2004
4 2005
5 2006
6
O pampo o ocorre em m toda a exxtensão da costa brasileira, com maior volum me de capttura
obserrvado na reggião sul, seggundo os daddos da estattística pesqu
ueira do IBAM MA de 2006 6. Em Sergipe o
pico d
de desembarque foi obsservado em 22005 com 6,5 t, já em 20 006 o volumme capturado o caiu para 3,5 t
(IBAM
MA, 2006), seeguindo a tendência obsservada no desembarque e mundial cittada anteriorrmente.
Assim com mo em grand de parte dass espécies de mpo possui elevado valorr de
e peixes marinhos, o pam
mercado, este vaalor tende a se elevar em m virtude daa redução doos volumes dde captura que
q influenciiam
diretaamente o preço
p de primeira comeercialização, como pode ser observvado na figu ura abaixo, que
q
repreesenta a relaação entre desembarque
d e e preço dee primeira comercializaç
c ção do pampo nos Estad dos
Unidoos entre 199
96 e 2006.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
238
Relação entre
e desemb
barque e preçoo de primeiraa comercialização do
pampo nos Esttados Unidos
40
00,0 61,1 375,1
36 9,00
7,43 7,57 7
7,71
i i comercialização
6,93 8,00
i li ã
35
50,0 6,5
53 6,96 8,33 8,46
6,77
Desembarque (t) 30
00,0 7,00
5,69 5,81
266,7 22
23,2 6,00
25
50,0 2444,9 2
208,2
183,5 178,11
177,9 5,00
00,0 171,0
20 156,8
(US$/kg)
4,00
15
50,0
d primeira
3,00
10
00,0 2,00
5
50,0 1,00
de
0,0 0,00
Preço
1996 1997 1998 199
99 2000 2001
1 2002 2003 2004
2 2005 20
006
P
D
Desembarque (t) USS$/kg
Figu
ura 117 ‐ Relaação entre desembarque e preço de prim
meira comerccialização do ppampo nos Esstados Unidoss.
No Brasiil o pampo o é comerccializado naas feiras livvres com ppreço médio o de primeeira
comeercialização de
d R$ 3,04 o kg, Pernam buco é o esttado que reg
gistrou o ma ior preço R$
$ 6,20 por kgg do
pescaado (IBAMA, 2006).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
239
Figura 1119 ‐ Comercia
alização do pa
ampo.
Fonte: Staar Fish Compa
any.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
240
5.2 M
MOLUSCO
OS
A produçção de moluscos no Brassil representta apenas 4,,64% da proodução total em volumee da
aquiccultura, o qu
ue indica um
ma certa sub exploração deste
d grupo de animais, já que munndialmente esse
e
perceentual corressponde a 23%
% (FAO, 20099; IBAMA; 20
009).
As vieirass (Nodipecten
n nodosus e Euvola zicza ac), apesar doo seu alto vaalor de mercado, ainda vem
v
sendoo cultivada com
c volumes discretos nnos estados do Rio de Ja aneiro, Espirríto Santo e Santa Catariina,
enconntrando em m problemass técnicos, ambientais e, principa almente, na baixa disp ponibilidade de
semeentes, as prin
ncipais barreiras limitantees para a suaa expansão.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
241
5.2.1
1 Berbigã
ão (Anoma
alocardia b
brasiliana))
Figura 120
1 ‐ O berbiggão Anomaloccardia brasilia
ana (Gmelin, 11971).
Fonte: Instituto GIA
A
Não há ainda
a o dom
mínio das téccnicas de reeprodução, larvicultura oou de engorrda da espécie.
Assim
m, a sua prod dução em to
oda costa braasileira depe
ende da extrração da esppécie em ban
ncos naturaiss, o
que é feito de forrma totalmente sem con trole e usualmente de maneira
m rudim
mentar.
Embora seja
s uma esp
pécie de pottencial intere
esse para a aquiculturaa, muito se tem que evooluir
em teermos de co
onhecimento
o científico e de desenvo olvimento de
e tecnologiass para que a espécie po
ossa
ser em
mpregada em
m empreend dimentos com merciais.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
242
5.2.1.1 Taxonomia
T a
Reino ‐ Animalia
A
Filo ‐ Molllusca
Classe ‐ Bivalvia
B
Ordem ‐ Veneroida
V
Família ‐ Veneridae
Gênero ‐ Anomalocarrdia
Espécie ‐ Anomalocarrdia brasilianna (Gmeli, 17
791)
5.2.1.2 Área
Á de Occorrência
5.2.1.3 Porte
P
5.2.1.4 Morfologia
M a
Os sifõess são curto os e fundem m‐se na me etade de se eu comprim mento. O sifão inalantee é
relatiivamente larrgo e tem umm anel com uum grande número de tentáculos sim mples, voltad
dos para foraa ou
para dentro, ao redor
r da sua abertura. O sifão exalan
nte é tubularr, sua abertuura é menor que a do siifão
inalannte. Quandoo os sifões estão totalmeente estendidos, os tenttáculos exte rnos podem m ser tão longos
quanto a membraana valvular. A margem ddo manto te em quatro doobras e apressenta uma superfície plaana,
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
243
lisa, aas vezes com
m algumas grandes
g preggas. As bord
das livres das pregas de ambos os lados se tocaam,
envolvendo o pé quando o an nimal está quuieto (Narchi, 1972).
5.2.1.5 Reproduçã
R ão
Há indícios de que A.. brasiliana aapresente reprodução co ontínua no littoral paranaense e paulissta,
com dois picos reprodutivos
r s, um na pri mavera (settembro‐outu ubro) e outroo no outono o (março‐maaio)
(Narcchi, 1976; Booehs, 2000). Segundo
S Boeehs et al. (20 ntamentos pprovenientess da reprodução
008) os assen
na prrimavera, paarecem se caracterizar
c pela baixa taxa
t de sobrevivência ddos recrutas nos meses de
verãoo.
5.2.1.6 Habitat
H
A. brasilia
ana habita lo
ocais com ágguas calmas,, com sedime almente, areno‐
ento arenosoo e, principa
lodosso, onde se enterra sup perficialmentte (cerca de m) no sedimeento, tanto no infra lito
e 5 a 15 cm oral
superrior quanto nas
n regiões entremarés,
e incluindo as marismas e os baixios n ão vegetado
os, sendo pou
uco
frequ
uente nos maanguezais (Narchi, 1974; Monti et al.., 1991).
Na Baía de
d Guaratub ba, A. brasiliaana é encon
ntrada desdee a entrada ddo estuário, em áreas com
c
salinidade média superior a 30 ups, até setores a montante
m com salinidadee mínima de e 17 ups. Áreas
prefeerenciais de assentamennto das larvvas foram observadas na n faixa supeerior dos ba aixios, ondee as
densiidades populacionais foram significattivamente mais
m baixas (BBoehs et al., 2008).
5.2.1.7 Alimentaçã
A ão
5.2.1.8 Condições
C ambientaiis
A espéciee forma banncos natura is com biom massas elevaadas, podenndo suportar condições de
ações de sullfeto de hidrrogênio (Hiro
baixaas concentrações de oxiggênio dissolvvido e levadas concentra oki,
1977).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
244
Como os animais aprresentam ca pacidade de e se enterrarr rapidamentte no substrrato durantee as
maréés baixas, accabam ficanndo menos expostos ao os choques térmicos e à dessecação. Tamb bém
apressentam capaacidade de mobilidade horizontal, o que os permite reaalizar migraçções nas faiixas
entreemarés, busccando áreas com
c melhorees condiçõess ambiental (Narchi,
( 197 2).
5.2.1.9 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
5.2.1.10 Statu
us tecnoló gico
De acorddo com Mou ueza et al (11999) e Righetti (2006), as técnicas de indução à liberação do
mateerial reproduutivo atravé és do choquue térmico e choque osmótico,
o nãão apresenttam resultad
dos
positivos para estta espécie.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
245
laborratório e no mar.
m Os obje etivos serão identificar o melhor perííodo do ano para se realizar a produção
de larrvas do berb
bigão, o desenvolvimentoo de técnicass de larvicultura e de enggorda.
O Laboraatório de Pesquisas de M Moluscos doo CTTMar/Univali traballha desde 2005 com essses
organnismos e é um dos pioneiros no B rasil na pro odução de la arvas em labboratório. Os
O resultadoss já
levan
ntados demo onstram quee o processoo de metam morfose iniciaa no décimoo dia, quanddo as larvass se
transsformam em plantígrada as bentônicaas ou pré‐sementes, noss próprios taanques de la arvicultura, não
n
necesssitando de substratos
s adicionais parra completarr esta metafo
ormose.
No décim mo sétimo dia, as larvas aapresentam em torno de 300 micrass e já é posssível diferencciar
os siffões, exalante e inalante.. Com 57 dia s, as sementtes apresentam o compriimento de 1 mm.
Porém, os mesmos au utores relataam a ocorrênncia de duas desovas nattural, obtida em água a 28,52
°C, saalinidade dee 35 ups e em
e presençaa de aeração o constante. A partir de ssas desovas, que gerarram
cercaa de 20.000 ovos,
o eles te
entaram reallizar larvicultturas. A parrtir do 15º ddia as larvas cultivadas ‐ em
salinidade de 30 ups,
u tempera atura de 28 o C e densidade de 1,5 larrvas/mL já esstavam assentadas.
5.2.1.11 Prod
dução e meercado
Em santaa Catarina, os atravesssadores paggam R$ 4,00 0/kg aos exxtratores (Rigo, 2010). No
Nordeste o preço
o recebido pelos
p extratoores é aindaa menor. Na
a Paraíba, oss extratoress recebiam em
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
246
2004 apenas R$ 1,00 a R$ 1,50
1 o quilo da carne, ou
o seja, do produto
p já ddesconchado (Nichida ett al,
2004). O consum midor pode comprar berbbigões pela internet.
i O produto
p vivoo (embalage
em com 2 Kgg) é
comeercializado a R$ 10,00, se
endo que 1 kg do produuto contém cerca
c de 1100 ‐ 130 berbigões (Clubee da
Ostraa, 2010c).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
247
5.2.2
2 Ostra‐d
do‐mangue
e (Crassosttrea rhizop
phorae)
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
248
Popularm mente, C. braasiliana é coonhecida co omo "ostra‐dde‐fundo", oocorre no innfra litoral e é
considerada uma espécie de grande
g portee, podendo atingir
a mais de 20 cm dee altura (Galvvão et al., 20
000;
003). C. rhizo
Pereira et al., 20 ophorae é cconhecida po opularmentee como "osttra‐da‐pedra" ou "ostra‐do‐
manggue", sobretu udo por esta e, ocorre na região entre
ar fixada às rraízes aéreass de mangue e‐marés e po ode
costu
uma atingir 10‐12
1 cm de altura (Nasc imento, 1982).
5.2.2.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Molllusca
Classe ‐ Bivalvia
B
Sub‐classse: Pteriomorphia
Ordem ‐ Ostreoida
O
Família ‐ Ostreidae
Gênero ‐ Crassostrea
a rhizophoraae (Guilding 1828)
Espécies ‐ Crassostrea 1
5.2.2.2 Área
Á de Occorrência
C. rhizoph
horae se disstribui desdee as Antilhas, sul do mar do Caribe, SSuriname, atté o Brasil (D
Diaz
& Puyyana, 1994).
5.2.2.3 Porte
P
5.2.2.4 Morfologia
M a
Possui o corpo envolvido por du as conchas ou valvas grrossas e de fforma variávvel, geralmente
larga e de tonalid dade clara a escura, senndo a valva direita escavvada e a esqquerda acha
atada. A cicaatriz
musccular, normaalmente não o pigmentadda, localiza‐se na marg gem dorsal da concha. As valvas são
articu
uladas em su ua porção dorsal por um m ligamento córneo e ass mesmas esstruturas intternas descritas
para C. brasiliana a (conchas, músculo addutor, brânquias, manto, gônadas, ssistema dige estório, sisteema
circullatório e sisttema nervosso). Possui ccâmara prom
mial desenvo olvida e peqquenos orifíccios branquiais.
Adulttos de C. rh hizophorae são
s sésseis e apresentaam grande plasticidade
p na morfologia da conccha,
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
249
dependendo do substrato onde estão fixados o que, de modo geral, acarreta co ontrovérsias na
identtificação (Nasscimento & Pereira,
P 20044; Varela et al.,
a 2007; Christo, 2006)..
5.2.2.5 Reproduçã
R ão
C. rhizop
phorae é uma espécie dióica e ovípara, sen ndo tambémm relativame ente comum m o
mafroditismo protândrico
herm o. A gônada bbissexual primária é form
mada quandoo o indivíduo
o atinge apenas
7 mm
m, aproximaddamente 45 dias
d após a ffixação (Nasccimento et al., 1980).
Matura em
e menos de o, quando atingem 20 m m de comprrimento (Nikolic
e 120 dias appós a fixação
& Alffonso, 1970 in Velasco et al., 20088). Em climaa tropical e subtropical brasileiro a desova oco
orre
duran
nte todo o an
no.
5.2.2.6 Habitat
H
É típica de
d zonas trropicais, senndo encontraada em reg giões interm
mareais e costões rocho osos
(Nasccimento, 19883). Vivem aderidas
a às rraízes do maangue verme elho (Rhizopphora mangle), a conchaas e
outro
os substratoss rígidos em estuários coosteiros e cosstões rochosos (Contreraas & Cantera, 1976; Wedler,
1998).
São indivííduos adaptaados ao ambbiente estuarrino de turbidez elevada,, devido à prresença de uma
u
câmaara promial no lado dirreito do corrpo que inverte a movimentação dda água corrrente exalante
(Galtssoff, 1964; Galvão
G et al., 2000).
5.2.2.7 Alimentaçã
A ão
5.2.2.8 Condições
C ambientaiis
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
250
Guimarãees et al. (20008) submeteeram, em lab boratório, ju
uvenis de C. rhizophoraee (altura 1,117 ±
0,12 cm a salinidaades entre de
d 5 a 60 upss, com intervvalo de 5 ups entre cadaa tratamento o. Os resultaddos
mostraram que salinidades
s acima
a de 40 ups são inccompatíveis com
c sobreviivência de C.
C rhizophora ae a
partirr do 4º dia e recomenda aram que os cultivos sejaam realizadoos em áreas eestuarinas com variação o de
salinidade entre 15 e 25. Os autores conncluíram aind da que saliniidades abaixxo de 10 upss e superiorees a
30 upps estão alémm dos limitess de tolerânccia da espécie.
5.2.2.9 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
Como fooi afirmado anteriormeente, a confusão taxon nômica com m C. brasiliaana dificultaa a
identtificação de áreas
á onde sejam
s realizaados de fato cultivos de C. rhizophorrae. Mas, pottencialmentee, a
espéccie poderia ser
s cultivada em toda áreea litorânea do Brasil, a partir
p de Sannta Catarina.
5.2.2.10 Statu
us tecnoló gico
Reprrodução e alevinage
em
Obtençãoo de sementtes pelo uso de coletore es ou pela re
eprodução em m laboratório. No entan nto,
poucoos laboratórrios têm trab
balhado no ddesenvolvimento da tecn nologia de reeprodução e larviculturaa da
espéccie, destacan
ndo‐se o Labboratório de Moluscos Marinhos
M da Universidade
U e Federal de
e Santa Catarrina
(LMM
M‐UFSC); o Laaboratório ded Produção de Moluscos, instalado no Centro Exxperimental de Mariculttura
da Unniversidade do Vale do Itajaí
I (Univalli), localizado
o no Município de Penh a, Santa Cattarina; o Cenntro
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
251
de Produção e Propagação
P de Organismmos Marinhos da Pontiifícia Univerrsidade Cató
ólica do Paraaná
(CPPO
OM‐PUC/PR)); e o Laboratório de M Maricultura Sustentável
S (LAMARSU) localizado na
n Universidaade
Federal Rural de Pernambuco
o, (UFRPE).
Antonio (2007) recomenda que as larvas de C. rhizoph horae sejam cultivadas em salinidades
inferiiores a 27 ups,
u com tro ocas de águua acima de 36h e man nutenção de densidadess de 12 e de 8
larvass/ml, na prim
meira e na se
egunda sem ana respectiivamente.
Na grand de maioria das vezes, as semente de e C. rhizophoorae utiliza das em cultivos comercciais
realizzados no Braasil não são provenientes
p s de laboratóório. A extraçção de juvennis na nature
eza é, ainda que
q
não h haja estatísttica confiáve
el sobre issoo, a principal fonte de sementes. Coontudo, sem mentes tamb bém
podem ser obtidaas a partir do uso de colletores de alumínio reve estido com aareia, cal e cimento, colaares
de co onchas, folhas de plásticco flexível oou uma série de outros materiais (W Wedler, 19998; Arias ett al.
1995; Rodriguez e Lagos, 200 00). Estes colletores ficam
m suspensos em profund idades entre e 0 e 50 cm, em
relaçãão ao nívell médio do mar, onde ppermanecem m por cerca de um mês.. Os pico de e assentamento
geralmente correespondem à estação chuvvosa e é possível se obte er até 4.500 ssementes/m m2 de coletor..
Engo
orda
Fatores como crescimmento lento, baixa sobrevivência larvval, ausência de tecnologgia de produçção
e baixa competitividade em relação a ouutras espécie es, desestimmulam o usoo dessa espéécie em cultivos
comeerciais (Santoos, 2001). Em Florianóppolis, cultivoss realizados em condiçõões de subm
mersão contín nua
indicaaram ganho de apenas 2,2
2 g/indivíduuo no períod do de 6 mese mas condições, o ganho em
es. Nas mesm
peso de C. gigas foi
f de 14,8 g (Ostini & Pooli, 1990).
5.2.2.11 Prod
dução e meercado
Não há um
u mercado o específico para C. rhizzophorae e grande pa rte do que foi comentaado
anterriormente paara a comerccialização de C. gigas e de C. brasilian
na aplica‐se ttambém a essta espécie.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
252
5.2.3
3 Bacucu (Mytella guyanensis
g s)
Ela é muito
m apreciada na cu linária, especialmente nas regiõees litorâneass dos estad dos
nordeestinos. Poréém, não existem regist ros de cultiivos comerciais da espé cie no país e a demanda é
exclusivamente suprida
s por extratores, os chamado os "catadores" de molusscos. A atividade de colleta
tem qquase semprre o envolvim
mento familiaar, sendo as mulheres e as crianças m
membros bastante efetivvos.
Como há geralmente e abundânciaa de organissmos em bancos natura is, uma eventual produção
aquíccola da espéécie teria que
e enfrentar a desproporrcional conco orrência com
m o produto o oriundo deessa
ativid
dade extrativva. Considerrando que oos custos envvolvidos na extração ddo bacucu sã ão ínfimos e os
invesstimentos prraticamente nulos, difici lmente o prroduto cultivvado teria c ondições de
e competir em
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
253
preço
o com o produto extra aído da natuureza. Além disso, aind da não há ttecnologia suficienteme
s nte
desen
nvolvida para o cultivo de M. guyaneensis em escaala comercia
al.
5.2.3.1 Taxonomia
T a
Reino ‐ Animalia
A
Filo ‐ Molllusca
Classe ‐ Bivalvia
B
Ordem ‐ Mytiloida
Família ‐ Mytilidae
Gênero ‐ Mytella
Espécie ‐ Mytella guyyanensis (Lam
marck, 1819))
5.2.3.2 Área
Á de Occorrência
M. guaya anensis ocorrre do Méxicco ao Peru, no Oceano Pacífico, e dda Venezuela ao Brasil, no
Atlân
ntico (Rios, 19
994; Pinto & Boehs, 20088).
5.2.3.3 Porte
P
5.2.3.4 Morfologia
M a
5.2.3.5 Reproduçã
R ão
É uma espécie dióica (Sibaja, 1 986; Cruz & Villalobos, 1993), sen do que o teecido gonáddico
apressenta uma co
oloração que
e varia de allaranjado a vermelho‐pa
v ardo, nas fêm
meas, e de branco‐leitos
b so a
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
254
marro om‐claro, noos machos (Christo
( & A
Absher, 2001 1). Atinge a maturidadee sexual com m comprimento
entree 3,0 a 3,5 cm
m (Sibaja, 19
986). Como ooutras espéccies de mexilhões, apressenta fecund dação extern
na e
desennvolvimento o que passa por
p vários esttágios larvais planctônico
os (Neira et aal., 1990).
Há certa simultaneida
ade no desennvolvimento o do ciclo rep
produtivo dee ambos os sexos, apesarr de
haverr uma pequeena tendênccia dos machhos em iniciaarem as fases do ciclo um m pouco anttes das fêmeeas.
Paterrnoster (20033) observou em exemplaares coletado os em Santa Catarina quee: a proporçã
ão de macho os e
fêmeeas de M. gu uyanensis na
a populaçãoo estudada erae de 1:1; embora
e tenhham sido ob bservadas raaras
fêmeeas em repo ouso gonada al, o ciclo seexual da esp
pécie é conttínuo; naqueela região, a maioria dosd
indivííduos elimina gametas de agosto a o utubro.
5.2.3.6 Habitat
H
Pereira et
e al (2003)) observaram m que os bancos
b natuurais de M. guyanensiss encontram m‐se
distribuídos sob os bosque es de manggue vermelho (Rhyzoph hora manglle) e de mangue
m bran
nco
(Laguuncularia raccemosa), situ olo é lodoso ou areno‐lodosos e, muitas
uados na zonna intermareal, onde o so
vezess, também sãos encontrrados em soolo arenoso,, onde ocorre a gramínnea Spartina a sp, forman ndo
pequenos bancoss.
Apresentta a capacida
ade de se ennterrar superrficialmente, a uma proffundidade de e cerca de 1,,0 a
2,0 cm
m (Paternoster (2003) no substrato lodoso, com m o lado postterior das va lvas voltado para cima. Sua
S
preseença é geralmente evide enciada por uma fenda elíptica no solo (Nishid a, 1988; Nisshida & Leon nel,
1995).
5.2.3.7 Alimentaçã
A ão
Alimenta‐se de fitoplâ
âncton e de detritos orgâânicos (Pereira et al., 20003).
5.2.3.8 Condições
C ambientaiis
e 5 a 35 ups por
Leonel & Silva (1988)) expuseram , em laborattório, M. guyyanensis a saalinidades de
408 hhoras e constataram que e os animais apresentaraam altos índices de sobreevivência, mostrando qu ue a
espéccie é eurialin
na. Os resultados obtidoos pelos auttores para a salinidade ddo fluido pe erivisceral (FPV)
indicaaram que animais manttidos a 30 upps necessitarram de apen nas 3 horas ppara igualareem a salinidaade
do FPPV com a do meio. Já aquuele mantidoos a 5 ups ne
ecessitaram de
d um tempoo superior a 96 horas.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
255
Ainda asssim, os mesmmos autores constataram m a ocorrênccia de elevadda mortalidaade nos bancos
naturrais de M. guuyanensis no
o interior do estuário do Rio Paraíba do Norte appós o períod
do de chuvass da
região, refletindo
o a incapacidade desse biivalve tolerar períodos prolongados à salinidadess muito baixaas.
Pereira‐B
Barros (1972)) também re força a influência da saliinidade no ciiclo sexual de indivíduoss do
gênero Mytella, sendo que salinidades próximas de zero pode em causar uuma desova a em massa da
população.
5.2.3.9 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
5.2.3.10 Statu
us tecnoló gico
Não há tecnologia
t para
p reproduução em labboratório, ass sementes utilizadas em
e cultivos são
ndas da extraação em bancos naturais ou do uso de
oriun d coletores.
5.2.3.11 Prod
dução e meercado
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
256
produ uto é precária, geralmen
nte são coloccados em alggum recipiennte plástico ssem tampa. Os
O resíduos são
devolvidos ao maar, ou ao costão rochosoo, podendo ficar exposto os servindo de alimento
o para ratos, ou
seremm levados peela maré à praia
p contrasstando‐a pello grande accúmulo de caarapaças. Deepois do dia de
trabaalho, o produuto é vendid
do nos restaaurantes da cidade, para a peixarias oou qualquer interessado
o. O
preçoo é de R$ 3,0
00 a R$ 7,00 o quilo.
Por exem
mplo, em Ala agoas, em 20008, o preço o para o consumidor salttou de R$ 3,,00 para atéé R$
9,00 em função da queda de e produção ddas lagoas costeiras do estado
e e da necessidade
e de importaar o
produuto de Serggipe. Por ouutro lado, oss catadores sergipanos que recebiaam de R$ 1,001 a R$ 1,50
1
passaaram a receb
ber até R$ 4,5
50 pelo quiloo do produto
o (NE Notícia
as, 2008).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
257
5.3 C
CRUSTÁC
CEOS
Os cultivos de camarão, juntam ente com o da tilápia nilótica, sãoo os grandess destaques da
aquiccultura brasileira e talvezz aqueles quue mais desp
pertem a atenção de novvos investido
ores. Quandoo se
fala eem atrair o interesse de e comunidaddes pesqueirras para a maricultura,
m ttambém são o os cultivos de
camaarões que lh hes parecem u dos nosssos mais valiosos recurrsos
m mais atrattivos, afinal,, eles são um
pesqu ueiros.
No âmbitto dos PLDM M, os camarõões poderiam, teoricamente, ser cuultivados em m dois sistem mas:
tanquues‐rede ou cercados. No entanto, t ecnologias verdadeirame
v ente desenvvolvidas, testtadas, validadas
e proontas para a aplicação nas mais diiferentes esccalas de pro odução e nívveis de tecn nificação dizzem
respeeito apenas a cultivos rea
alizados em vviveiros e com a espécie exótica Litoppenaeus van
nnamei.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
258
5.3.1
1 Camarã
ão‐rosa (Fa
arfantepen
naeus paullensis)
Os cultivoos de camarrão são o grrande destaq que da aquicultura brassileira e talvez aqueles queq
mais despertem a atenção de e eventuais iinvestidores que pensam m em ingresssar na ativida
ade. Quando o se
fala eem atrair o interesse
i das comunidaddes pesqueiras para a maricultura,
m ttambém são o os cultivos de
camaarões que paarecem mais atrativos a eesse públicoo, afinal, o ca
amarão é um
m dos nossoss mais valio osos
recurrsos pesqueiros.
A tecnolo
ogia para cuultivo em taanques‐rede começou a ser desenvvolvida no Brasil, na Bah hia,
durannte a décadaa de 80, graçças à iniciativva e aos inve
estimentos da
d empresa SSansuy S/A, que
q vislumbrou
na attividade umaa oportunida ade de envoolvimento de e pequenos produtores na carcinicu ultura. Naqu
uele
caso, depois de anos
a de tentaativas, os taanques‐rede se mostrara am somente eficientes para
p a formação
de plantel de rep
produtores, ou
o seja, manntendo‐se de ensidades de
e povoamentto muito baixas. Se, por um
lado, o povoameento em baixas densidaades pode inviabilizar
i a produção de animais destinados ao
consuumo human no, por outrro, torna viiável, tanto técnica quanto econo micamente, o cultivo e a
comeercialização de
d reproduto ores destinaddos aos labo oratórios de produção
p dee pós‐larvas.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
259
econô ômicos natu
urais de qualquer atividaade nova provocou um colapso totaal do empree endimento e os
cultivvos em tanquues‐rede forram definitivvamente abaandonados. A partir de eentão, ao menos do estaado
do Paaraná, tanquues‐rede só são utilizadoos por vendedores de camarões parra isca‐viva. Neste caso,, os
juvennis são apenas estocados nos tanqu es por algun ns dias (no máximo
m 10‐115), enquantto esperam por
comp pradores, não chega a haver
h de fatoo um cultivo
o. No entanto, os cultivvos em escala experimen
ntal
continuam a ser realizados
r noo país.
Pode‐se afirmar
a que atualmente não existe ainda
a ogia suficienttemente dessenvolvida para
tecnolo p
cultivvo em escala comercia al em tanquues‐rede ou em cercad dos para neenhuma dass três espéccies
poten ncialmente cultiváveis
c de camarão nno litoral paaranaense (FF. paulensis, L. schmitti e L. vannam
mei).
Sem o domínio dessa
d tecnoloogia e da viaabilização co
omercial dos sistemas dee produção ded camarão em
áreass da União, é absolutam mente prem atura a dem marcação de áreas para cultivo de no âmbito dos d
PLDMM. Por essa raazão, as três espécies sãoo aqui apresentadas apeenas como "eespécies pote enciais".
5.3.1.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Arth
hropoda
Sub‐filo ‐ Crustacea
Classe ‐ Malacostraca
M a
Sub‐classse ‐ Eumalaco
ostraca
Superord dem ‐ Eucarid
da
Ordem ‐ Decapoda
Subordem m ‐ Dendrobranchiata
Família ‐ Penaeidae
Gênero ‐ Farfantepen naeus
Espécie ‐ Farfantepennaeus paulennsis (Pérez Faarfante, 1967
7)
* Sinônimmo: Penaeus paulensis (PPérez Farfantte, 1967)
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
260
5.3.1.2 Área
Á de oco
orrência
5.3.1.3 Porte
P
5 cm fêmeas (Holthuis, 19
Atingem um tamanho máximo dee 17,1 cm machos e 21,5 980).
5.3.1.4 Morfologia
M a
Assim commo todos os camarões ppeneídeos, F.. paulensis apresenta corrpo comprim mido (achatado)
lateraalmente e co
oberto por um u exoesquueleto calcificcado, constittuído de quittina e proteínas, articulaado
por m meio de membranas articulares.
a EEsses camarrões possueem um corppo alongado o, segmentaado,
dividiido em trêss regiões distintas: a ccabeça (também chamada de céfaloon), o tóraxx (péreion) e o
abdômen (pléon)). Cada uma dessas regiõões é compo osta por somitos, onde esstão inseridoos os apêndiices
dos ccamarões (Baarbieri, Jr. & Ostrensky, 2001). Posssuem olhos pedunculado
p os, a cabeça com um parr de
antênnulas, um paar de mandíbulas e doiss pares de maxilas.
m O tórax possui t rês pares dee maxilípedees e
cinco
o pares de pereiópodos
p (patas). Seuus cinco prim
meiros somittos abdominnais apresen ntam apêndiices
(pleópodos) espeecializados para a nataçãão e no sexto o somito os apêndices e stão modificcados como um
lequee caudal form
mado por um m par de uróppodos e um telso
t terminal (Costa et aal., 2003).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
261
5.3.1.5 Reproduçã
R ão
A reprodução e desoova dos camaarões peneíd deos ocorremm no oceanoo, em águass da plataforrma
continental, em profundidad des que vari am de 30 a 100 m. As fêmeas libeeram os ovo os na água queq
possuuem caracteerística bentônica. Dessees ovos eclo odem larvass planctônicaas na fase de náuplio. Os
camaarões deste gênero apre esentam no seu ciclo de e vida um período pelággico, compo osto pelas faases
larvais (seis estágios de náuplios, três pprotozoea, e três estágios de misis)). Na fase de pós‐larva,, os
camaarões penetrram em área as estuarinass de baixas profundidade
p es e altas te mperaturas e passam a ter
um h habitat bentônico. Nessses locais, eeles se tornaam juvenis e se mantém m aí até a fase
f pré‐adu ulta,
quando migram parap o oceanno para se r eproduzirem
m (Leite & Pe
etrere, 2006 ). Nas suas fases
f iniciaiss de
desennvolvimento o, habita reggiões oceân icas com saalinidade enntre 30 a 400 ups. A medida
m que se
desennvolve migrra para amb bientes costteiros abrigaados. Assim, estuários, baías ou outros
o habittats
costeeiros servem de berçárioos naturais ttanto para pós‐larvas
p co
omo para juvvenis. No esstágio juvenil, o
camaarão‐cinza migra para o mar
m a procu ra de águas com profundidade de 770 m (Nuness, 2001) ou até
150 m (Costa et al.,
a 2003), onnde se reprooduz.
5.3.1.6 Hábitat
H
5.3.1.7 Alimentaçã
A ão
Os camarrões peneídeos são classsificados co omo onívoro os, alimentanndo‐se de fitoplâncton nos
estággios larvais e de zooplân do são juvennis e adultos são descriitos
ncton na fasse de pós‐laarvas. Quand
como o onívoros, detritívoros
d e predadorees (Alonso‐Roodriguez & Páez‐Osuna,
P 2003; Martinez‐Cordovaa et
al., 20002; Zendejas, 2000).
5.3.1.8 Condições
C ambientaiis
F. paulensis é conside
erada uma eespécie eurih n apresen ta mortalida
halina, que não ade significattiva
quando cultivado o em saliniddades entre 4 e 40 ups (Wasieleski, 2000). Brissson (1986),, verificou uma
u
tolerâância da esp
pécie em águ uas de saliniddade de até 56 ups na Lagoa
L de Araaruama (RJ). D´Incao (19982)
detecctou a presença de juven nis de F. pauulensis no estuário da Lagoa dos Patoos em salinid
dades entre 1 e
31 upps. Marques e Andreatta a (1998), obsservaram um m maior cresscimento emm peso nas saalinidades enntre
20 e 30 ups. Tsu uzuki et al. (2000), expuuseram os caamarões às salinidades de 2, 5, 10, 20 e 30 up ps e
consttataram quee na salinidad de 2 ups as taxas de creescimento e sobrevivênccia foram me enores que nas
demaais.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
262
(19966), avaliando
o os efeitos da temperaatura na sob
brevivência de
d juvenis ddo camarão‐‐rosa, observvou
o
mortalidade de 100% a 10,7 C.
5.3.1.9 Status
S Tecn
nológico
Segundo Barbieri Jr. & Ostrenskyy (2001), exisstem basicammente 4 opçções para obbtenção de pós‐
p
larvass: captura das pós‐larvas na naturezza; captura de reproduttores madurros na naturreza e posterior
acasaalamento e/o ou desova e larvicultura em laborató ório; formação de um pplantel de reeprodutores em
cativeeiro, para po
osterior desoova, acasalammento e larvvicultura em
m laboratórioo; aquisição de náuplioss de
outroos laboratórios e realização de larvicuultura em lab
boratório pró
óprio.
Cultivos em ta
anques‐red
de e gaiolaas
Vaz et al. (2009), utiliizaram juvennis de Farfan
ntepenaeus brasiliensis,
b uuma espécie muito próxiima
à F. p
paulensis, em
e cultivos experimenta
e es‐rede no l itoral de São
ais realizados em tanque o Paulo. Forram
installados 8 tanqques‐rede be erçário (2 x 3 x 1,5 m ‐ malha 1mm) na comun idades do Porto Cubatão e
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
263
outroos 4 tanquess de mesmas característticas, na communidade dee Juruvauva.. Cada famíllia de pescador
2
artesanal, contouu com 4 tanqques com 6 m de fundo o, onde fora
am estocadaas 2.000 Pl por
p tanque (3 333
2
PL35/mm ). Os animais permaneceram 330 dias nos tanques de berçárioo, sendo posteriorme p nte
transsferidas para os tanques‐‐rede de enggorda, onde permanecerram por cercca de 90 dias. Os camarões
m alimentad
foram dos diariame
ente com raação comerccial e rejeitoo de pesca, utilizando se
s bandejas de
alimeentação.
Os autores verificara
am que os rresultados finais de cresscimento e ssobrevivênciia foram mu
uito
distin
ntos, refletin
ndo a aceitação e o inteeresse distin
nto de cada participantee do projeto
o, que eram
m os
respo onsáveis manejo dos ta anques‐rede.. Em média, os camarõ ões atingiram
m 5‐7 g apóós 120 dias de
cultivvo, com taxas de sobrevivvência de 577 a 93%, com
m média ao re
edor dos 75%%.
Preto et al
a (2009) rea
alizaram um experimentto que durou u 42 dias e cconsiderou três
t densidades
2
de esstocagem dee juvenis (50 0, 100 e 200//m ) com pe eso médio in
nicial de 1,044 g. Ao final do período,, os
valores médios de sobrevivên ncia e peso ddos camarõees foram de, respectivammente, 94,1, 94,6 e 59,2% %e
6,0, 55,0 e 4,3 g. Houve
H uma teendência dee aumento daas taxas de conversão
c al imentar comm o aumentoo da
densiidade. Segun ndo os autorres, os resuultados indicaram que a produção d e isca‐vivas de F. paulen nsis
em ggaiolas é tecn nicamente viável em toddas as densidades testad das. Entretannto, como o cultivo de 200
2
camaarões/m² ressulta na prod dução de umm maior núm mero de juvennis, esta dennsidade de estocagem po ode
ser reecomendadaa para utilização em áreaas que aprese entam boas condições am mbientais.
Krummen nauer et al. (2006) conc luíram que há h um efeito o negativo dda densidade
e de estocaggem
sobree as taxas de o crescimento dos camarões, sendo recomendada a estocagem m de 40 a 120 1
2
juven
nis/m , quando os cultivo
os de F. pauleensis são reaalizados em gaiolas.
g
Cultivos em ce
ercados
Wasieleskky Jr. et al. (2
2004) realizaaram um exp om o objetivoo analisar a sobrevivência e
perimento co
cresccimento do camarão‐rosa a F. paulensiss cultivado em
e cercados no estuário da Lagoa dos Patos.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
264
partirr da reprodu
ução em lab
boratório. Oss camarões foram manttidos no berrçário até atingirem o peso
necesssário para ser
s cultivado nos cercadoos de engord
da (0,35 g).
Vaz et. al
a (2004) commpararam o crescimentto e a sobre evivência de pós‐larvas de F. paulen nsis
durannte a fase de berçário em
e gaiolas e cercados no ambiente. Para o dessenvolvimentto do traballho,
foram
m utilizadas seis
s gaiolas (2,0 x 2,0 x 1,4 m) com malha de po oliéster reveestida de PVC
C com abertura
de mmalha de 1,5 5 mm. Em cada unidadde foram estocadas 80 00 PL26. Paraa verificar a influência do
substtrato, foram espalhados uniformem ente 10 cm de sedimentos da próppria enseada dentro de três t
gaiolaas, simulanddo um cercad
do. A taxa dee sobrevivên
ncia dos camarões obtidaa nas gaiolass foi de 92,2%
%e
nos ccercados de 88,7%, não sendo
s detecctadas difere m, o peso méédio final dos camarões nos
enças. Porém
cercaados (1,05 ± 0,05
0 g), foi superior ao ppeso dos cam
marões nas ga
aiolas (0,88 ± 0,12 g).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
265
5.3.2
2 Camarã
ão‐branco (Litopena
aeus schmiitti)
5.3.2.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Arth
hropoda
Sub‐filo ‐ Crustacea
Classe ‐ Malacostraca
M a
Sub‐classse ‐ Eumalaco
ostraca
Superord dem ‐ Eucarid
da
Ordem ‐ Decapoda
Subordem m ‐ Dendrobranchiata
Família ‐ Penaeidae
Gênero ‐ Litopenaeuss
Espécie ‐ Litopenaeuss schmitti (Buurkenroad, 1936)
1
5.3.2.2 Área
Á de oco
orrência
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
266
Figura 126 ‐ Área de ocoorrência do ca
amarão‐branco, Litopenauss schmitti.
Fonte
e: Aquamaps
5.3.2.3 Porte
P
Atingem um tamanho
o máximo dee 23,5 cm fêm
meas e 17,5 cm machos.
5.3.2.4 Morfologia
M a
Carena e sulcos adrostrais curtoss, terminando nas proxim midades do ddente epigásstrico. Carapaça
lisa. R
Rostro proviido de 7 a 9 dentes na m margem dorrsal e 2 denttes na margeem ventral. Carena e su ulco
gastro‐frontal au usentes. Sulcco medianoo raso, poucco definido. Sulco dorsso‐lateral do o sexto som mito
abdominal muito o estreito e raso.
r Petasmma apresentando a superrfície internaa da porção distal
d dos lobos
lateraais lisos, sem
m carena diaggonal ou do bra; ângulo disto‐ventral projetado, sub‐retangu ular. Télico com
c
caren nas ântero‐laterais reta as, sub‐paraalelas, segu
uidas, posteeriormente, por duas protuberânccias
arreddondadas e rígidas
r no estternito XIV. Margem possterior do esternito XII coom dois pare
es de projeções
longaas (Pérez‐Farrfante, 1970;; D’Incao, 19 95).
Geralmennte branco ou cinza az ulado transllúcido, por vezes tingiddo com verd de ou amareelo;
juvennis com manchas azulada as. Crista gasstrofrontal ausente. Sulcos e cristas aadrostrais cu
urtos, chegan
ndo
a, ou um pouco mais
m além, do d dente epiggástrico. Pettasma sem projeções
p disstomedianass proeminenttes.
o aberto, sem placas latterais; uma costela e um
Télico ma protuberrância arredoondada postteriormente de
cada lado (Cerviggón et al., 199
92).
5.3.2.5 Reproduçã
R ão
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
267
presssionada, exppele uma massa
m esbrannquiçada. Nas fêmeas, os órgãos reprodutivo os internos são
consttituídos pelo
os ovidutos e ovários. FFêmeas, a partir
p de 21 mm de com mprimento do cefalotórrax,
podem ser encon ntradas porta
ando esperm
matóforos. A fertilização é externa.
A desovaa aparentem mente ocorree em águas rasas, entre e 14 e 27 mm, e de elevvada salinidaade
(Péreez‐ Farfante, 1970). Mas fêmeas m maduras ou desovando foramf enconntradas em profundidades
meno ores, de 1 a 8 m, na localidade de Luccena (PB) em
m pescarias com arrastãoo‐de‐praia (Sa
antos, 2002)).
A desova ocorre, seggundo Garciaa‐Pinto & Ew wald (1974), de 15 e 25 dias após a cópula. Quaatro
semaanas depois,, as pós‐larvas, penetraam em reggiões estuariinas, onde encontram, normalmen nte,
proteeção contra predadores e alimenta ção natural abundante e as condiçções favorávveis para o seu
cresccimento, sendo que alémm das condiçõões tróficas, a temperatu ura, salinidadde e pluviosid
dade definem
mo
temppo de desenvvolvimento dosd indivíduoos nesses am mbientes (Ga
arcia & Le Reeste, 1987). Segundo
S Perrez‐
Farfante (1970) e Dall et al. (1990), o cicllo de vida co
ompleto tem uma duraçãão de aproximadamentee 24
mesees para camaarões como L. L schmitti.
5.3.2.6 Hábitat
H
5.3.2.7 Alimentaçã
A ão
Quando adultos
a alimentam‐se, pprincipalmentte, de algas e de grandee variedade de organism mos,
entree os quais diaatomáceas, espécies
e de nnematodos, anelídeos, moluscos,
m cruustáceos e bactérias (Pérrez‐
Farfante, 1970).
5.3.2.8 Condições
C ambientaiis
Muito doo que se conh hece sobre oos requerime entos ambientais da esppécie vem de e observaçõees a
camppo. Os registrros indicam que o camarrão‐branco no n Norte/Nordeste do Brrasil é encon ntrado em áreas
cuja ssalinidade osscila entre 28,0 ‐ 37,0 upps. Na Venezzuela esta fa
aixa de variaçção é de 15,,0 ‐ 50,0 upss na
fase jjovem (Santo os et al, 2004). No Paranná os juveniss podem serr encontradoos em águas com salinidaade
inferiior a 10 ups.
Em lagoaas costeiras e estuários dda Venezuella foi enconttrado camarrão‐branco, na fase juveenil,
viven
ndo em temperaturas que oscilavam m entre 26 oC e 31oC (Padrom et al., 1982; Scelzo, 1982)). A
tempperatura em áreas de pesca do camaarão‐branco ao longo da a costa Nortee/Nordeste do
d Brasil varriou
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
268
geralmente entree 25,5 oC a atéa 30,0 oC ( Santos et all, 2004). Ostrensky (20088) registrou a realização
o de
o
cultivvos de L. schm
mitti em vive
eiros com va riação de temperatura entre
e 19,5 e 24,3 C.
5.3.2.9 Status
S tecn
nológico
Grande parte
p do conhecimento qque se tem sobre a espécie se devee a pesquisadores cuban nos.
Mas, com o isolaamento daqu uele país, esssas informaçções não são
o geralmentee publicadass em periódicos
de cirrculação inteernacional, o que imposssibilita a disse
eminação do
os conhecimeentos.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
269
5.3.3
3 Camarã
ão‐cinza (L
Litopenaeu
us vannamei)
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
270
requiisitos técnico
os para o crredenciamennto e seleçãão dos intere essados a oobrigatoried
dade do uso da
espéccie Marsupeenaeus japon nicus nos cuultivos a sere
em implementados. A esspécie citadaa mostrou uma
u
reduzzida adaptabbilidade às co
ondições de cultivo no paaís e os empreendimentoos financiados fracassaraam.
Apenas um u dos projjetos ‐ justaamente o maior m deles, o da Fazennda Mariculltura da Bah hia,
localiizado no Município de Valença
V ‐ obtteve autorizzação para empregar um ma outra espéécie, o camarão
brancco do pacífico, Litopena aeus vannam mei. Não po or coincidênccia, essa foii a fazenda brasileira mais
m
produ utiva da décaada de 80 e esse foi o únnico dos 16 empreendim
e entos financciados que prosperou.
p
Só a parrtir de 1992 2 é que ouutras fazend das brasileirras começarram a prod duzir a espéécie
Litopeenaeus vann namei, mas a sua introduução e utilizaação em culttivos comercciais foi realmmente um faator
revolucionário paara a carciniccultura brasiileira, graçass ao seu inco omparável ddesempenho zootécnico em
condições de cultivo. Em 20 001, o cont ingente de mão‐de‐obrra empregadda na cadeia a produtiva da
carcinnicultura braasileira chega
ava a quase 660.000 pesso oas.
Depois diisso, o setor passou por ggrandes crise es financeira
as causadas ppor fatores múltiplos
m com
mo:
questtões comercciais provoca adas por dennúncia de du umping por parte
p dos proodutores noorte‐americanos
contrra o governo brasileiro; incidência de doenças (NIM e Sííndrome da mancha Brranca); seveeras
conteendas judiciaais provocadas pelas resttrições ambientais contra a espécie, etc. Hoje, a atividade tenta
se reerguer, mass uma coisa permanece inquestionávvel, L. vanna amei continuua sendo umma espécie sem
s
comp petidores a altura
a quando o assunto é rendimentto zootécnico e viabilidaade econômica. Tanto issso é
verdaade, que em 2006 a espé écie já era cuultivada em vários
v continentes (Figuraa 128).
Figura 128
8 ‐ Principais pprodutores munidiais
m de L. vannamei em
m 2006.
Fonte: FAO
O (2010)
Com a deeflagração da
as enfermidaades virais no
o Brasil, marcadamente nnotadas na região
r Nordeeste
a parrtir de 2003, as discussõe
es sobre a neecessidade e as possibilid
dades do dessenvolvimen
nto das espéccies
nativas voltaram à tona (Ma adrid, 2005)). Pois, dispo
or de espécies nativas m melhoradas e adaptadaas a
mas de cultiivo diversificcados, pode ria ser uma alternativa para reduçãão de algun
sistem ns dos confliitos
ambientais enfrentados pela atividade noo Brasil.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
271
5.3.3.1 Taxonomia
T a
Filo ‐ Arth
hropoda
Sub‐filo ‐ Crustacea
Classe ‐ Malacostraca
M a
Sub‐classse ‐ Eumalaco
ostraca
Superord dem ‐ Eucarid
da
Ordem ‐ Decapoda
Subordem m ‐ Dendrobranchiata
Família ‐ Penaeidae
Gênero ‐ Litopenaeuss
Espécie ‐ Litopenaeuss vannamei ((Boone, 1931))
5.3.3.2 Área
Á de oco
orrência
5.3.3.3 Porte
P
Atingem um tamanh
ho máximo dde 17,1 cm (machos)
( a 23,0
2 meas) (Holthuis, 1980; FA
cm (fêm AO,
2010a).
5.3.3.4 Morfologia
M a
5.3.3.5 Reproduçã
R ão
Os aspecto
os básicos da reproduçã o dos camarrões peneíde eos são muitto semelhanntes entre si.. O
acasaalamento e a desova oco orrem em m mar aberto, em
e zonas pro ofundas. A ffecundidade de uma fêm mea
de caamarão variaa conforme a espécie e dde acordo com o tamanh ho dos indivídduos. Os ma
achos atingemma
matuuridade sexuaal entre 20 g e as fêmeaas com cerca de 28 g, o que
q acontecee a partir doos 6‐7 mesess de
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
272
vida. Fêmeas de L. vannameii pesando enntre 30‐45 g geram cerca a de 100.0000‐250.000 ovvos de cercaa de
0,22 mm de diâm
metro. A eclossão ocorre c erca de 16 horas
h após a desova e a ffertilização (FFAO, 2010a)..
Segundo Barbieri,
B Jr. & Ostrensky (2001), na natureza,
n os ovos são libberados durrante o perío
odo
noturrno. A fecun ndação é exxterna, ou sseja, os óvu ulos são fecu
undados apeenas no mo omento da sua
liberaação. As fêm meas passam m a nadar rapidamente e, de modoo que o desslocamento da água peelos
pleóppodos facilitee o contato entre
e os óvu los e os espe
ermatozoides.
O desenvvolvimento dos
d camarõees segue a regra
r de com mplexidade dda maioria dos
d crustáceeos,
apressentando várrias fases larrvais, cada um
ma com suass peculiarida portamento das
ades em relaçção ao comp
larvass, suas necesssidades nutricionais e aambientais características.
5.3.3.6 Hábitat
H
Litopenaeu
us vannamei vive em habbitats marinh hos tropicaiss. Os adultoss vivem e de
esovam em mar
m
abertto, enquanto
o as pós‐larvvas migram ppara regiõess costeiras, onde
o permannece durante praticamente
toda a fase subad
dulta em lagunas ou áreaas de mangu d fase juvennil migram novamente para
ue. Ao final da p
as zonas marinhaas, onde se re
eproduzem ((FAO, 2010a)
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
273
5.3.3.7 Alimentaçã
A ão
5.3.3.8 Condições
C ambientaiis
A espéciie é reconh hecida com mo potente osmoregula adora, send o considera ada eurihaliina,
toleraando rápidaas e amplas flutuações na salinidad de (0,5 ‐ 40 ups) (Nunees, 2001). Segundo Pon nce‐
Palafox et al (199
97), as maiorres taxas de crescimento o desse camaarão podem ser obtidos em salinidades
entree 25 e 45 upss. Durante a larvicultura a salinidade mínima deve ser de peloo menos 23 ups (Barbieri Jr.
& Osttrensky, 20001).
5.3.3.9 Locais
L de cultivo
c no Brasil
Há registtros de cultivos comercciais e/ou experimentais da espéciie na maiorria dos estad dos
litorââneos brasileeiros. No entanto, os cuultivos não são,
s na maio
oria absolutaa dos casos,, realizados em
espaçços da União o, mas sim em áreas paarticulares e empregand do como sisttema de pro odução viveiiros
escavvados.
5.3.3.10 Statu
us Tecnoló
ógico
Reprrodução e Larvicultu
ura
A descriçãão sumarizad da do processso de larvicultura apresentada a segguir é inteiramente baseaada
no traabalho de Baarbieri Jr. & Ostrensky
O (22001). O intu
uito dessa de
escrição é moostrar um po ouco das etapas
do pprocesso e mostrar
m e a tecnologgia necessária para a produção d e pós‐larvass de camarões
que
peneídeos é plenamente acesssível e dom inada.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
274
O tra
ansporte dos
d reprod
dutores
Para trannsporte de reprodutoress por períodos superiore es a vinte hooras, deve‐sse utilizar sacos
o
plástiicos, reduzir a temperatu ura da água para 18‐20 C, envolver o rostro doss camarões com c um pedaço
de m
mangueira, do o tipo utiliza
ado para apllicação de sooro (tanto para
p manter a integridad de dos animais,
comoo para evitar que o rostro o venha a peerfurar o saco plástico co
om a água) e cortar, com
m auxílio de uma
u
tesou
ura, a ponta do telson de e todos os ca marões a se
erem transpo ortados.
A temperratura da ággua não devve ser rebaixxada em uma proporçãoo superior a 1CC/15 min n. A
densiidade a ser utilizada no transporte deve ser, no o máximo, de
d 4 animaiss de 60 g po
or saco de 25
5 L,
conteendo 10 L dee água e infla
ado com oxiggênio puro.
Pode‐se também
t rea
alizar o transsporte de re
eprodutores em caixa dee isopor de 60 l, contenndo
uma camada dee água de cerca de 5 ccm de alturra. Nesse ca aso, podem ser transpo ortados até 12
animais/caixa, en
ntretanto a duração do trransporte nãão poderá exxceder a quattro horas.
A densid
dade recome endada é dde 4 a 6 re eprodutores /m2. Devve‐se manter uma relação
mach
ho:fêmea de 1:1, ou seja,, metade do plantel deve e por fêmeas.
e ser compossto por machhos e metade
Indu
ução à deso
ova
Na maiorria dos laborratórios, a mmaturação ovvariana é ind ão unilateral do
duzida a parttir da ablaçã
pedúnculo ocularr. Há várias formas de se realizar a ab
blação:
Extirpação, seguida ou
o não de caauterização: A extirpação é outro m método simplles e rápido o de
se fazer a ablaçãão. Com auxxílio de umaa tesoura, promove‐se um u corte doo pedúnculo o ocular na sua
porçãão mais basaal. A própria tesoura podde ser aqueccida, com auxxílio de um iisqueiro, porr exemplo, para
p
que sse realize a cauterização da ferida, im
mpedindo o extravasame
e nto da hemoolinfa.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
275
Deso
ova
Normalmmente, as fêm meas precisaam ser verificcadas para ver
v se estão iimpregnadas com as bollsas
esperrmáticas (esspermatóforos), principaalmente noss casos em que não see optou pela inseminação
artificcial. Constattada a presença dos esp ermatófoross e do adianttado estágioo de maturaçção gonadal,, as
mesm mas devem ser s transferiddas para tanqques individu
uais ou coletivos de desoova.
Desovas coletivas: Em m cada tanqque de deso ova (tanques de 5 a 200 m3) são co olocadas várias
fêmeeas em estággio final de maturação ggonadal. A densidade utilizada
u variia de 1,0 a 1,5 fêmeas//m2.
Após a desova daa maioria das fêmeas, ouu após um te empo pré‐deeterminado ((por exemplo, 18 horas), as
fêmeeas são retiraadas do tanqque e devolviidas aos tanques de mannutenção dee reprodutore es. As fezes são
retiraadas do funddo por sifonnagem, com o objetivo de evitar co ontaminaçãoo bacteriana nos embriõ ões.
Após a eclosão daas larvas, as mesmas sãoo concentrad das com auxíílio de lâmpaadas colocaddas na bordaa do
tanqu ue, aproveitaando‐se o fa
ato dos náupplios apresenntarem fotottaxia positivaa. Portanto, nesse sistemma,
tantoo a desova coomo a eclosãão ocorrem nno mesmo taanque.
Cole
eta de ovoss
A ocorrên
ncia de desoova pode seer facilmente
e constatada
a, tanto pelaa presença de
d resíduos dos
d
folícu
ulos ovariano
os nas bordas dos tanqques, quanto o pela observação visua l de que as fêmeas já não
n
apressentam maiss os ovários cheios.
c
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
276
Eclo
osão
Deve ser feita em tan nques cilindrro‐cônicos com capacida
ade para 1000 L. Utilizam
m‐se densidades
de 1..000 a 1.2000 ovos/l, comm aeração coontínua por um período madamente 12 horas. Após
o de aproxim
esse período, já começam
c a aparecer
a os pprimeiros náuplios.
Após a ecclosão, colooca‐se um caano de 1,0 polegada, fazendo com qque a porção o terminal fiq que
encaiixada como uma luva no o fundo do taanque e a poorção inicial fique posicioonada na alttura do nívell da
água no tanque. Tampa‐se, então,
e o tanqque contenddo os náuplioos, de forma que haja penetração de luz
apenas por um peequeno orifício central, ssobre o qual se coloca umma lâmpada incandescen nte. A seleçãão é
feita em duas etaapas: 1) susp
pende‐se a aaeração e agguarda‐se um ma hora. Os náuplios, attraídos pela luz,
acabaam caindo e ficando retidos no canoo central. Ap pós esse perííodo, os náuuplios coletados nesse caano
devemm ser filtrad
dos e lavados durante um ma a duas horas. Os náu uplios que nãão ficaram retidos
r no caano
devemm ser descartados; 2) paara a segundda etapa da seleção,
s o tanque deve sser limpo e uma nova ággua
deve ser colocadaa. Então, os náuplios sãoo devolvidos para o tanquue e adicionaa‐se uma fon nte contínuaa de
água salgada, em m um fluxo de 5 l/hora.. A água criaará um pad drão de circuulação lateral no tanque e
forçará os náuplioos a nadarem
m contra a ccorrente (ain
nda que fraca a) em direçãão à luz. Apenas os náuplios
mais capacitadoss conseguirão realizar essse movimen nto e ficarãoo presos ao cano centra al, podendo ser
coletados após 30 0 minutos. Os
O demais deeverão ser de escartados.
Siste
ema de larrvicultura
m sendo empregados no país:
Dois sisteemas de larviicultura vêm p monofáásico ou bifássico.
Alim
mentação
Durante a larviculturra uma sériee de alimenntos pode se er utilizada, passando por
p microalggas,
alimeentos industriais (por exxemplo, Nipppai BP e Frippak), náuplios de artê mia, biomasssa de artêm mia,
carnee de peixes, moluscos e crustáceos, estes últimoos fornecidoss aos animaiss quando atiingem a fasee de
pós‐laarva.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
277
O importante é que o tamanho dda partícula alimentar
a seja sempre p roporcional ao tamanho o da
boca das larvas. É recomend dável ainda qque as micro
oalgas sejam
m utilizadas ddurante toda
a a larvicultu
ura,
aindaa que seu papel principal na alimentaação de larvas de camarões se dê naa fase de prootozoéa. Apeesar
mportância cada vez maiior dos alimeentos artificiais, a artêm
da im mia ainda é uum alimento
o imprescindíível
na larrvicultura dee camarões marinhos.
m
Desp
pesca
Inicialmente, deve‐see drenar o taanque de larvicultura, deixando apeenas 50% do o volume inicial
sob uum regime de intensa ae eração. Depoois, com auxíílio de um puuçá, com maalha apropria
ada (1.000 µm),
µ
faz‐see a despescaa das Pl's, que
e devem serr transferidass para um tanque de conntagem.
Quando o número de e Pl's captur adas com o puçá passar a ser reduziddo, o restante da despeesca
deverrá ser feito através da drenagem tootal do tanq que. Para issso, deve‐se utilizar um recipiente para
p
filtrarr a água e reeter as Pl's, que
q deverãoo ser posteriormente transferidas paara o tanque e de contageem.
Depo ois de contad das e embala adas, as Pl´s eestão prontaas para ser trransportadass para a área
a onde ocorrrerá
a enggorda.
Engo
orda
Apesar das informaçções a seguiir não dizerem respeito o aos sistem
mas de cultivvo passíveis de
serem e dão a opportunidade
m utilizados nos PLDM, elas e de uma aná álise comparrativa sobre o estágio attual
dos ccultivos e doss resultados que podem ser obtidos. Tais informaações sobre os regimes de
d produção o de
L. van
nnamei são baseadas
b no trabalho da FAO (2010aa).
Regiime extenssivo
Cultivos extensivos
e da espécie sã o realizados na América Latina. Paraa isso são utiilizados viveiiros
abasttecidos pelaa maré, onde pouca ouu nenhuma água de originária de bombeamen nto ou messmo
aeraçção complem mentar é fornecida. Os vviveiros têm formato irre
egular, geralmmente com 5‐10 ha (atéé 30
ha) e 0,7‐1,2 m de profundidade. Iniciallmente, as Pl P selvagens que entram m nos viveiro os trazidas pela
p
maréé, através da d comporta, ou que sãoo adquiridass de laborató o estocados em
órios de larvvicultura, são
densiidades que costumam variar
v de 4‐110/m². Os animais alime entam‐se prrincipalmente de alimen ntos
naturrais, reforçaados pela prática de fertilização ou mesmo o rações foormuladas contendo
c baaixa
quantidade de prroteína. A deespesca ocorrre geralmen nte quando os
o animais attingem de 11 1‐12 g, após 4‐5
mesees de cultivo. A produtiviidades destees regimes extensivos é 150‐500 kg/ ha/safra, com 1‐2 colheitas
por ano.
Regiime semi‐‐intensivo
e regimes semi‐intens ivos são realizados em viveiros
Cultivos em v (1‐55 ha), onde são estocad
dos
por vvolta 10‐30 Pl/m². Esses sistemass são comuns na América Latina. A troca de e água é feeita
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
278
regularmente e utilizando‐se
u bombeameento. A profu undidade mé édia dos viveeiros é de 1,0‐1,2 m e há
h o
uso ‐ ainda que não
n intenso ‐ de aeração complementar. A alimen ntação de caamarões tammbém é baseaada
em aalimentos naaturais, refoorçada por ffertilização regular dos viveiros, coomplementadas por dieetas
formuladas, fornecidas de 2‐32 vezes aoo dia. A prod dutividades destes siste mas varia de 500‐2.0000 kg
/ha/, com duas saafras por ano
o.
Regiime intenssivo
Cultivos em
e regimes intensivos
i sãão geralmente praticados em áreas ssem nenhum ma influênciaa da
maréé, nos quaiss os viveiros podem serr completam mente drenad dos, secos e preparadoss antes de caada
ciclo subsequentte de produ ução. Como as áreas maism distante
es do mar ssão mais ba aratas, há uma
u
prevaalência de usso de águas de baixa sallinidade nestte caso. Este
e sistema de cultivo é coomum na Ásiia e
em aalgumas fazzendas da América Laatina que estão em busca de aaumento significativos da
produ utividade. Os viveiros, por
p vezes, sãão de terra, mas o mais comum é o uso de tanq ques revestiddos
por mmantas plásticas para red duzir a erosãão e melhorar a qualidad
de da água. Os tanques ou viveiros são
geralmente pequ uenos (0,1‐1,,0 ha), quad rados ou red
dondos. A profundidadee geralmente e maior que 1,5
m. Ass densidadess de estocage em variam dde 60‐300 Pl//m². Aeraçãoo intensa (1 hhp para cada
a 400‐600 kgg de
camaarões) é emp pregado. Os animais sãoo alimentado os exclusivamente com dietas artificiais, 4‐5 veezes
por ddia (taxas de conversão alimentar de 1,4 a 1,8.
No sistemma de produção com "floocos bacterianos", os tanques (0,07‐‐1,6 ha) são manejados em
elevaados níveis de
d aeração; recirculação
r de água; uso
u de sistem mas bacteria nos heterotróficos; com m os
animais sendo allimentados 2‐5
2 vezes porr dia, com raações com baaixos níveis dde proteína, em um esfoorço
para aumentar a razão C: N para
p a rota de recciclagem dos nutrientes via
mais quue 10:1 e substituição da
microoalgas por bactérias.
b Deensidade dee estocagem de 80‐160 Pl/m². Os fflocos bacterianos que são
formaados acabam servindo também ppara alimenttar os cama arões, reduzzindo a dependência de
os, taxas dee conversão alimentar ottimizadas e aumento da
alimeentos altameente protéico a rentabilidaade.
Tais sistemas já atingem nííveis de proodutividade entre 8.000 0‐50.000 kg//ha/safra em e Belize e na
Indonnésia.
Regiime superintensivo
Pesquisass recentes re
ealizadas noss Estados Unnidos têm se
e concentraddo em produuzir L. vannam
mei
em siistemas de raceway
r supeerintensivos,, posicionados em estufa
as fechadas. Não há trocca de água, mas
m
apenas a reposiçção das perrdas de águua por evaporação. As Pl utilizadass são SPF. Os O sistemas de
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
279
biossegurança em mpregados garantiriam uuma produçãão mais "susttentável", poor apresentar uma pequeena
pegad da ecológicaa, podendo produzir caamarões de e alta qualid
dade e elevvada eficiência econômica.
Racew ways de 282 2 m² são povvoados com 300‐450 juvenis de 0,5‐2 2 g/m² e atiingindo, apóós 3‐5 mesess de
cultivvo, produtividade de 28.0
000‐68.000 kkg /ha/safra,, com taxas de crescimeento de 1,5 g/semana,
g taaxas
de soobrevivência de 55‐91%, peso médio de 16‐26 g e taxas de co onversão alim
mentar de 1,,5‐2,6.
Fo
onte: IGIA
Cultivos em ta
anques‐red
de
A experiêência tem mostrado
m quee os riscos envolvidos
e na produção de camarõe es em tanqu ues‐
rede são maioress que em vivveiros, pois oos tanques‐rede são muito vulneráveeis a tempesstades e à ação
das ccorrentes maarinhas, além m de serem mais sujeito os a roubos que
q os sistem
mas tradicionais. Por serrem
realizzados no pró óprio ambiente, o uso dde espécies exóticas, coomo é o casoo do L. vann
namei enfrenta
aindaa sérias restrrições dos órgãos ambienntais.
Ostrenskyy (dados não publicadoos) realizou, entre os meses de janeeiro a maio de 2001, um
experrimento de cultivo expe erimental dee L. vannameei em tanques‐rede na BBaia de Para anaguá, em um
canall situado enttre as Ilhas da
d Cotinga e Ilha Rasa daa Cotinga. Fo
oram utilizaddos 5 tanque
es‐rede berçáário
e 9 taanques‐rede de engorda, com dimennsões de 4,0 x 4,0 x 1,3 m, m com aberrturas de malha de 1,5 x 3,0
mm e 5,0 x 5,0 mm, respectivvamente.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
280
O povoammento iniciall dos berçári os foi feito com
c pós‐larvvas (Pl20), com
m peso médio individuall de
0,0011g. Quando oso camarões atingiram 1,,0g, foram trransferidos parap os tanquues‐rede de engorda. Neesta
fase, foram testadas 3 diferen ntes densidaades de estoccagem, em triplicata, 3000, 600 e 800 juvenis/m2. Foi
utilizaada ração peeletizada parra camarões com 35% de e proteína bruta, forneccida em interrvalos regulaares
de 4 h, em comedouros que permitiam aavaliar o consumo de raçção individuaalmente em cada tanquee. A
cada 15 dias eram m realizadass biometrias para estimaação das taxas instantânneas de sobrevivência, peso
médio, da populaação, biomasssa e ganho dde peso.
Pereira (2
2004) realizo
ou o monitorramento amb biental das áreas
á onde oos tanques‐reede da empresa
CPCA
AM foram instalados e observou
o quee as concentrações de nutrientes
n diissolvidos na
a água (nitraato,
amônnia e fosfato
o) mantiveram‐se em nívveis extremaamente baixos (todos o parâmetross apresentarram
conceentrações em torno de 0,1 mg/L). Também não foram detectadas d iferença significativa en ntre
pontoos de amostrragem localizados dentroo ou fora dass áreas de cu
ultivo.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
281
Zarain‐Heerzberg (200 06) realizarram estudos em que avaliaram os efeitos de diferen ntes
densiidades de esstocagem na a produção dde L. vannam mei em gaio olas flutuantees posicionaadas na baía de
Santaa Maria, Mééxico. Além disso,
d avalia ram a influêência dos suubstratos arttificiais no desempenho do
cresccimento dos camarões. As A Pl foram eestocadas em m quatro gaiiolas em dennsidade de 7007 Pl/m2. Após
30 diias de cultivo, os camarrões atingiraam um peso médio de 0,5 0 g e depoois foram tra ansferidos para
p
2
gaiolaas de cresciimento nas densidades de 100, 15 50 e 200 ca amarões/m , com e sem m a adição de
substtratos artificiais. A sobreevivência finaal não foi affetada nem pela
p densidaade populaciional, nem pela p
preseença de sub bstratos artifficiais adicioonados. Por outro lado, o peso méédio final foi maior para o
tratamento em que q os anima ais foram maantidos em baixas densiidades (100 camarões/2). ) Neste caso
o, o
uso dde substratoss artificiais mostrou
m um eefeito positivvo sobre o peso
p final do s animais. Após 2 mesess de
cultivvo a sobrevivvência foi superior a 90% %, o peso inddividual vario
ou de 6,94 ± 1,51 g a até 9,33 ± 1,48 g e
a pro
odutividade variou
v de 8188‐1.297 g/m2 .
A carciniccultura é, sem
m nenhuma dúvida, o caaso mais bem m sucedido dde sucesso já vivenciado por
uma atividade prrodutiva da aquicultura
a bbrasileira (m
mesmo que te enha e aindaa esteja vivendo temposs de
ongada e sevvera crise). O grande ter mômetro de
prolo esse sucesso é que, ao ccontrário da grande maio
oria
das aatividades aquícolas, em m pouco te mpo o merrcado nacion nal ficou peequeno, ou melhor, mu uito
desesstruturado para
p absorver a produçãoo nacional e a saída foi bu
uscar mercaddos externoss.
O mercaddo interno é bastante attrativo, dado o o número potencial dee consumido ores, mas mu uito
desesstruturado para
p dar rápidda vazão a ggrandes volum
mes produzidos. Por issoo, a preferência histórico
o do
setorr produtivo brasileiro
b pelo mercado innternacional.
Mas, é im
mportante dizer
d que o próprio preço do camarão comerciializado nos EUA passou e
aindaa passa por grande
g retra
ação, que poode ser medida pela aná
álise do índicce Urner Barrry (HLSO). Este
E
índicee é uma medida
m das condições
c geerais do me
ercado de ca
amarão L. vvannamei e funciona co omo
indicaador da tend
dência dos preços dos caamarões no mercado
m quele país. EEle não é refflexo de apenas
daq
um ittem ou de camarões de um deterrminado tam manho, mas uma medidda das cotaçções globais do
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
282
mercado de cam marão cinza sem cabeçaa e com cassca nos EUA A. O índice é calculado
o em dólares e
utilizaando uma média
m ponderrada das cotaações diáriass do mercado
o Urner Barrry.
Na Figuraa 130 observva‐se que o ííndice apressentou os maaiores valorees em 2008 que em 200 07 e
que eem 2009 e qu ue o ano de 2010 começçou com o índ dice em asce
ensão. Ainda assim,
a essses
valores refletem a queda vivenciada no m mercado de camarões ao longo do ttempo. Em 2000 2 o pico o de
índicee foi observaado em abriil, quando chhegou a patamares próxximos a US$ 7,45/libra. Por outro laado,
como o a economiaa dos Estado os Unidos enntrou em crise em 2001,, os preços ddespencaram m para o menor
nível observado neste
n período. Em julho de 2001 o ín ndice havia caído
c para U
US$ 4,50/libra
a (Barbieri Jrr. &
Ostreensky, 2002). Ou seja, duurante uma ddécada inteiira os índicess se mantiveeram em me enos da metaade
do paatamar atinggido em 20000.
3,7
3,5
3,3
US$/libra
3,1
2,9
2,7
2,5
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out No
ov Dez
M
Mês
2007 20
008 2009 2010
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
283
2.500.000
2.000.000
1.500.000
Produção (toneladas)
1.000.000
500.000
0
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Ano
O segunddo mercado mais imporrtante em esscala mundial é o da U nião Europé éia (importação
183.0000 toneladdas no prim meiro semesstre de 2005), que prefere um camarão menor m (31/4
40),
o. O mercaddo japonês, por sua vez, dá preferêência pelo ca
prefeerencialmentte congelado amarão gran nde
sem ccabeça (16/2
20), normalm
mente abasteecido por fazzendas asiáticas de cultivvo de Penaeu
us monodon.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
284
Os Estado
os Unidos im
mpõe normass sanitárias rígidas
r e imppõe a aplicaçção de padrõões de contrrole
de quualidade, como é o caso do HACCCP ou de Avvaliação Senssorial, mas ttambém tem m promovido oo
contrrole rigoroso
o em relação à presença dde antibióticcos proibidoss na carne dee camarão.
A comerccialização doo camarão médio (cate egoria onde se enquaddra o camarão de cultivvo),
aumeentou cerca de 21% e a do camarãoo 7 barbas (ccujo nicho jáá está sendoo ocupado pe
elo camarão
o de
cultivvo pequeno),, registrou um crescimennto de 49% em
e 2007, com
mparado com m 2006.
No varejoo nacional to
omado por bbase as informações dos grandes suppermercadoss, as vendas em
2007, aumentarram, em média, m 41%,, em comp paração a 2006, e aatingiram um volume de
aproxximadamentte 5.000 tone eladas consuumidas (em 2006
2 mativas aponntavam para cerca de 3.5
as estim 500
t). A participaçãão dos cam marões conggelados aum mentou 76% % e represe ntou cerca 19% do to otal
comeercializado, enquanto
e qu
ue a particippação do caamarão frescco caiu 9%, porém a su ua participação
predoomina e reprresenta cerca de 81%.
Os autores concluem m que o meercado interno está em expansão, assim como o o número de
emprresas em bussca de boas oportunidaddes. Com o aumento
a da competitividdade, estas empresas
e serão
forçadas a investtir em marketing e a esstreitar as re
elações comerciais com os demais elos da cadeeia,
especcialmente oss serviços de alimentaçãoo.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
285
5.4 M
MACROAL
LGAS
As maccroalgas marinhas cultivvadas mund dialmente sãão destinaddas principalmente paraa a
alimeentação hum mana, especcialmente em m países Assiáticos, e para atenderr a demanda industrial de
ficocoolóides, com
m ampla utilização desdde a indústria alimentícia até a inndústria farm macêutica. Nos
N
cultivvos de algass destinadas à indústria de hidrocolóides (ágar e carragen ina), majorittariamente são
utilizaadas espéciees de algas que
q apresenttam reprodu ução vegetativa, sendo esstas propagaadas facilmente
atravvés da retirada de talo os e de espporófitos. Jáá as princip
pais algas uutilizadas co
omo alimenttos,
usuallmente deveem ser cultivadas de fforma mais tecnificada e trabalhossa, através da reprodução
sexuaada.
Como as algas empre egadas para a produção de ficocolóid des carragennana e ágar‐ágar são as que
q
têm ssido alvo de iniciativas no país, serãoo elas as avaaliadas para fim dos PLD M. Com o de estaque de que
q
algum
mas dessas algas podem até ser conssumidas com mo alimento, mas essa nã o é uma realidade atual..
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
286
5.4.1
1 Eucheum
ma spp.
Em 1960 0 uma emp presa norte‐‐americana de processamento de algas tran nsferiu as suas
ativid
dades de coleta de maté éria‐prima p ara a extraçção de carrag
gena da Indoonésia para as Filipinas.. As
algas passaram a ser coletadas em recifees das ilhas de d Central Visayas.
V Antees de comple
etar 10 anoss de
dades, os esttoques locaiss de algas esstavam completamente esgotados, m
ativid mas foi exatamente a faalta
de prroduto para processamento e a neceessidade de abastecimen nto do merc ado que inceentivou o iníício
das atividades dee cultivo desttas espécies (FAO, 2010b
b).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
287
Na décadda de 1970 as fazendas de cultivo de macroalg gas se popu larizaram naa Ásia e com
ma
demaanda crescen
nte de algas secas no m
mercado internacional, oss cultivos dee Eucheuma se expandirram
tamb
bém para o ocidente.
o
O Brasil ainda não realiza cultivoos de algas vermelhas em grande escala, mas há um gran nde
mercado em pottencial para este e tipo de produto. No o entanto, há
á que se resssaltar que esssa ainda é uma
u
cadeiia produtiva praticamentte inexplora da, cuja ativvidade produ utiva em escaala comercia al enfrentaráá os
desaffios e os periigos caracterrísticos do piioneirismo.
5.4.1.1 Taxonomia
T a
Reino ‐ Plantae
P
Filo ‐ Rho
odophyta
Subfilo ‐ Eurhodophytina
Classe ‐ Florideophyc
F eae
Ordem ‐ Gigartinales
G
Família ‐ Areschougia
aceae
Gênero ‐ Eucheuma
5.4.1.2 Área
Á de Occorrência
5.4.1.3 Porte
P
5.4.1.4 Morfologia
M a
As inform
mações sobre
e a morfologiia de Eucheu
uma spp. são
o baseadas e m Algaebase
e (2010a).
A planta é naturalme ente vermel ha, mas exp o ao ar porr muito tempo, o vermeelho
posta ao sol ou
se torna mais levee e mais clarro, e depois aassume um tom
t amareloo.
Os talos são frequentemente muuito carnudo os e rigidamente cartilagginoso quando frescos. Por
vezess, são altos e pouco ram
mificados, maas em outross casos denssamente ram mificados comm numeroso os e
grosssos ramos esspinhosos. Crescem
C a ppartir de uma base incruustante ou fformam ema aranhados, que
q
m ancoradoss em vários pontos ddo substrato
ficam o através hapteras
h (exxcrescênciass discóides ou
engroossamentos do caule com m que a plannta se prende ao substrato). A maiorria das espéccies é compo
osta
por uum córtex pseudoparen
p quimatoso pprofundo, ao redor de e uma meduula filamento osas de célu
ulas
mistaas axial e rizo
oidais.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
288
Figura
a 133 ‐ Eucheuuma: plantass já presas às linhas de culttivo.
Fonte: AlggaeBase.
5.4.1.5 Reproduçã
R ão
Segundo a FAO (2010b), eles creescem por meio m de um meristema apical que consiste
c de um
grupo o de células localizada na ponta doss galhos e qu ue se enconttram em divvisão ativa. Exibem um ciclo
de vid da trifásico, que consiste posporófito ((2n) e no esporófito (2n). A
e no gametóófito (n) (dióico), no carp
fertiliização do óvvulo ocorre na
n carpogôni a do gametó ófito feminino pelos espeermácios libe erados na ággua.
Essa fertilização resulta na produção d o zigoto, qu ue por sua vez,
v desenvoolve‐se em carposporófi
c itos
microoscópicos, deentro da estrrutura fértil ddo gametófito feminino chamada cisstocarpo. Oss carpóspo oros
(2n) produzidos pelos carp posporófitos desenvolve em‐se em tetrasporófit
t tos. A meio ose ocorre na
tetrassporangia, reesultando na a produção dde tetrásporoos (n), que por sua vez, t ornam‐se oss gametófitos.
5.4.1.6 Habitat
H
5.4.1.7 Condições
C ambientaiis
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
289
As áreas de cultivo devem serr preferenciaalmente livrres de qual quer fonte de água do oce
(pequuenos rios, etc).
e Se a sa
alinidade cai abaixo de 30 3 ups, o cre escimento ddas algas pod de ser afetaado.
Mas, além disso, os efeitos individuais e i nterativos de outros fato
ores ambienttais com a sa alinidade e seus
efeito
os sobre os cultivos
c com
merciais de Euucheuma pre ecisam aindaa ser melhorr estudados. Em áreas raasas
onde os cultivos são
s realizado os em estrut uras flutuantes ou em cu ultivos de funndo realizados em fazendas
exposstas à maré baixa, podemm ocorrer rá pidas variaçõ ões de salinidade provoccadas por chuvas. Estas, por
sua vvez, estão frequenteme
f ente associaadas a quedas significattivas de tem mperatura e dos níveis de
luminnosidade tam
mbém (Ask & Azanza, 20002).
Schramm m et al. (1984) estudarram a dinâm mica de nuutrientes emm uma fazenda de algas
eucheeumatóides no Brasil, com o objeetivo de dessenvolver protocolos paara aumenttar a produçção
aquiccola. Houve flutuações
f significativas,, diurnas e sazonais, noss padrões dee distribuição de nutrien
ntes
(nitraato, nitrito, amônio,
a fosfato e fósforoo total) e os nutrientes presentes
p noos sedimento os foram muuito
meno ores em umaa área de cultivo onde siistema de fu undo foram empregados,
e , em comparação com uma u
área não explorad da. Em geral, a uréia se m
mostrou umaa fonte não ideal de nitroogênio.
Em um exxperimento de campo noo Havaí, Glenn & Doty (1 1992) determ minaram quee o crescimento
de K. alvarezii, K. striatum e E.
E denticulattum foi signifficativamente correlacionnado com o fluxo de águ
ua.
Geralmennte os cultivos são realizzados em áre eas do infra litoral superrior. Como as algas obttém
seus nutrientes a partir da ággua, a circulaação da água pelos siste
emas de culttivo é bastan
nte importan nte.
Circulação modeerada da água é preferrível, o que também ajuda a estaabilizar a temperatura e a
salinidade. Além disso, velocidades modeeradas de co orrente e de ventos são importantess para manteer a
alta p
pressão de difusão,
d que permite a aabsorção de nutrientes pelas algas ((The Fish Sitte, 2010). SeS a
correente é demasiadamente forte pode causar a qu uebra de parrtes da plantta, que acabam perdidass. A
ação das ondas deve ser evitaada pelo messmo motivo..
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
290
ressu
uspensão de partículas, diminuindo
d a disponibiliddade de luz para as algaas. Solos de areia grossa ou
de material coralino‐rochoso são ideais p ara o cultivo
o.
5.4.1.8 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
5.4.1.9 Status
S tecn
nológico
A tecnolo
ogia de proddução de Euccheuma spp p. é comum a muitas ouutras espécie es de algas. Por
isso, é importante apresentarr algumas caaracterísticass gerais que envolvem oss cultivos de
e algas, uma vez
que o os padrões gerais acabaam se repettindo. Para a descrição dessas caraccterísticas gerais
g foi usaado
como o base o trab
balho publica
ado por McHHugh (2003).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
291
Enquanto o algumas esspécies de a lgas podem ser cultivada mo é o caso das
as vegetativaamente (com
espéccies de algass apresentad
das neste doocumento), outras
o someente através de um cicloo controlado de
repro
odução, envo olvendo a altternância de gerações.
O ambiennte adequad
do varia entrre as espéciees, mas deve e atender aoos requisitoss de salinidaade,
nutrieentes, de mo
ovimentaçãoo da água, teemperatura e luz específficas. Já os ssistemas de cultivo, por sua
vez, d
devem ser addaptados às peculiaridaddes das espécies cultivadas.
Já o conttrole mais co omplexo do ciclo reprod dutivo, com alternância de geraçõe es, é necessáário
que mmuitas espéccies de algass, que não see propagam eficientemente nos própprios sistemas de produção
em laarga escala. Isso
I é típico de muitas ddas algas marinhas marroons, como ass da espécie Laminaria. Seu
S
ciclo de vida envvolve a alternância entree um grande e esporófito e um gameetófito micro oscópico ‐ duas
geraçções com formas muito diferentes. O esporófito o é a fase qu
ue é colhidaa comercialm
mente, mas que
q
para se multipliccar necessita a passar poor uma fase sexual envolvendo os gametófitoss. O esporófito
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
292
madu uro libera essporos que germinam e crescem em e microscó ópicos gameetófitos. Os gametófitoss se
tornaam férteis e a fusão do os gametas sexuais forrma os espo orófitos embbrionários que lentamente
cresccem até atinggir o ponto de
d colheita. A As principaiss dificuldadess neste tipo de cultivo se
e encontramm no
d transição de esporos ddo gametófito para os esporófitos e mbrionárioss. Esta transição
maneejo da fase de
é gerralmente realizada em instalações em terra, sob s rigoroso o controle dda temperatura, nutrien ntes
dissolvidos e luz. Os altos cusstos envolviddos neste tip
po de produçção podem sser absorvido os se o produto
for vendido com mo alimento, mas se torrnam usualm mente proibitivos se o ddestino da produção
p fo
or o
forneecimento de matéria prim ma para a proodução de alginato.
Assim, no
os cultivos de
d algas desstinadas à inndústria de hidrocolóidees (ágar e carragenina), na
maior parte dass vezes são cultivadas espécies de algas que e apresenta m reproduçção vegetativa,
enquanto as prin a alternância de
ncipais algas utilizadas coomo alimenttos devem ser cultivadass através da
geraçções.
O sistema de linha de d fundo ennvolve, ante es de tudo, a escolha dde um local adequado. Em
seguiida, são fixad
das duas esttacas de maadeira, distan
ndo cerca de e 5‐10 m dee distância entre si. Depois,
uma linha de nylon monofilamento ou u ma corda de e polipropile
eno é esticadda entre as estacas.
e A lin
nha
deve estar 20‐30 cm em cima a do fundo emm um local profundo
p o suficiente parra garantir que
q as algas não
n
fiquem expostas durante as marés
m baixass. Pequenos pedaços de algas (50‐1000 g) são entã ão amarradoos à
linha. Cada linha fica separad
da pelo mennos 1,0 m daa linha seguinte. Se o loccal é adequa ado e o mannejo
bem feito, a algaa deve atingir cerca de 110 vezes o seu
s tamanho o inicial apóss em 6‐8 semanas, quan ndo
está pronta paraa ser colhidaa. Depois, é seca ao sol,, abrigada da areia ou dde sujeiras e , em seguiida,
aconddicionadas em
e fardos, esstando pronttas para o traansporte.
No caso ded cultivos ded algas, muuitas vezes a escolha de um local paara cultivo envolve
e antees a
realizzação de testtes, para se saber
s como uma determ minada espéccie ou cepa vvai se adapta
ar à região. Para
P
tantoo, montam‐se algumas linhas em divversos pontos da possível área de culltivo. Pequenos pedaçoss da
alga são então amarrados
a àss linhas e a taxa de cre
escimento deeve ser monnitorada mensalmente. Um
local adequado deve
d ser aque ele em que aas taxas de crescimento
c diário forem
m de pelo me enos 3‐5% após
2‐3 m
meses.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
293
imerssão em águaa por pelo menos
m um anno. Devem te er cerca de 5‐10
5 cm diâmmetro e ter forma de lança
em uma das extreemidades. Liinha de nyloon monofilam mento com capacidade ppara suportarr 90 kg (200 lb),
ou enntão corda de polipropileeno com 3 mmm diâmetro. A corda apresenta com mo vantagem a possibilidaade
de qu ue as algas sejam presa as através dde torção daa corda, gara
antindo quee as plantas não se solttem
durannte o cultivo
o. A alga é am
marrada à linnha com umaa corda sinté
ética macia, dde preferênccia por meio
o de
nó coorrediço, paara que possam ser facilm mente remo
ovidas na época da colheeita. As mud das, pedaçoss de
algas de 50‐150 g obtidos a partir das algas colhidas na safra anterior sãoo preparada as para fixaçção,
garanntindo‐se que sempre esstarão em coontato com a água. Esses pedaços sãão amarrado os às cordas em
intervvalos de 20‐2
25 cm.
Para se manter
m o vaalor do prodduto, um ade equado tratamento póss‐colheita é necessário. Em
algummas áreas, toda
t a linha é retirada do mar e mantida
m susppensa em uuma espécie de cerca para p
permmitir a secageem. Na maio oria dos locaais, a secage
em ao sol é feita
f durantee cerca de 2‐3
2 dias, temmpo
suficiiente para reeduzir o teorr de umidadee ao nível ne
ecessário (35
5%) para commercialização o. Se a umidaade
estiveer acima de 40% as algas podem appodrecer durante o arma azenamento ou o transporte; abaixo o de
35% elas ficam muito rígida as, dificultanndo sua commpressão em m fardos. Duurante a secagem, um sal
brancco, na formaa de pequenos cristais, ccostuma aparecer na sup perfície das aalgas. Esses sais podem ser
facilm
mente removvidos sacudin ndo‐se as alggas.
Sistema de
d balsas fluttuantes é addequado parra áreas prottegidas, ondee as corrente
es são fracass ou
onde a profundid dade local é muito gran de para o usou do sistem ma de linhass de fundo. Neste caso, as
áreass selecionadaas devem saatisfazer os m
mesmos critérios descrittos anteriorm mente, e os ensaios devvem
ser co
onduzidos da mesma ma aneira para aavaliação daa viabilidade do uso da áárea para um
ma determinaada
espéccie. Porém, neste
n caso o tipo de funddo praticame ente não influencia no cuultivo.
As mudass são amarra adas às cord as e a balsa fica ancoradda ao fundo.. No início, apenas os cabos
de anncoragem podem ser suficientes paara manter a balsa aba aixo da supeerfície. No entanto,
e com
m o
decorrrer do cultiivo, as planttas crescem,, a estruturaa fica mais pesada
p e tennde a afundar. Neste caaso,
bóiass são necessáárias para maanter a estruutura na proffundidade de
esejada.
O sistemaa de cultivo de linhas dee fundo permmite um aceesso mais fáccil ao cultivo
o, desde que o
agricu
ultor possa andar
a em torrno das linhaas durante a maré baixa. Já as balsas flutuantes têm a vantaggem
de quue eles podeem ser facilm
mente desloccadas para outra
o posição, se necesssário, e até completame
c nte
remoovidos da ággua em caso mau tempoo, evitando assim a sua a destruição pelo mar agitado e ondas
fortes.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
294
5.4.1.10 Prod
dução e meercado
2.500.000
2.000.000
Produção (toneladas)
1.500.000
1.000.000
500.000
0
0
1990 1992 1
1994 1996 1998 20
000 2002 2004 200
06 2008 2010
An
no
Ainda de acordo com m o The Fish Site (2010),, mais de 90 0% da produução mundia al de Eucheuuma
spp. vvem das Filip
pinas. Lá, o mercado
m locaal de algas secas é consttituído por p equenos aqu
uicultores ‐ que
q
vendeem seus pro odutos a be eira das rod ovias ‐, comerciantes locais, coopperativas de aquicultorees e
organnizações nãoo‐govername entais. O pro duto vai parra os locais de secagem, ggeralmente de propriedaade
de emmpresas de grande portte. Comerciaantes indepe endentes tam mbém atuam m no mercad do, vendendo a
alga sseca diretam
mente aos exportadores l ocais, que os repassam aos a processaadores internnacionais.
O produtto é exporta ado geralmeente nas segguintes formmas: carrageena semi‐refinada (SRC) ou
carragena de grau natural (PNG), ou eentão carragena refinada ou carraagena extrraída de forrma
"tradicional". Parra exportação
o, as algas seecas devem obedecer
o os seguintes rrequisitos: umidade menor
ao
que 440 %; nível de contaminaantes inferiorres a 1,0%.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
295
tratamento para obtenção de d carragenaa refinada utiliza
u o méttodo de exttração. É po
ossível extraiir a
carragenina após precipitação
o em álcool ppuro.
A matériaas‐prima não
o processadaa era exporttada a um preço médio de US$ 0,55
5/kg em 2004
4; a
carragena semi‐rrefinada, na mesma épooca, era exp portada a US$ 3,95/kg e carragena refinada US$
U
8,68//kg.
Segundo a FAPESC (2009), o Brasiil importa mais de 1.000 toneladas dde carragena por ano, o que
q
repreesenta cerca de R$13 milhões.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
296
5.4.2
2 Hypnea musciform
mis
No Brasil as duas espécies utilizaddas como maatéria prima para produçção de carragena são a alga a
exótica Kappaphycus alvarezzii e a nativva Hypnea musciformis
m (Paula et aal. 2001; Reis et al. 200 07).
Entreetanto, os esstoques natu urais de H. m musciformis são
s limitados, apesar dee ser uma espécie de am mpla
distribuição no littoral brasileiro (Paula ett al. 2001, 2002). Além disso,
d emborra a espécie apresente alta a
taxa de crescimeento (Reis et al., 2003, 22005), seu cultivo é teccnicamente m menos simples que o dee K.
5). Segundo Paula & Perreira (1998), diversos esttudos experimentais forram
alvarrezii (Oliveiraa Filho, 2005
desen nvolvidos no o litoral brasileiro, particcularmente com
c espéciess de agarófittas, Gracilariia spp. e com
ma
carragenófita Hyp pnea muscifformis, mas os resultado os obtidos não
n estimulaaram o estab belecimento de
cultivvos comerciaais
No entannto, como o domínio daas técnicas de d maricultu ura pressupõõe sempre a realização de
estud
dos experimeentais, relaciionados aos aspectos am mbientais e biológicos
b dee uma determ minada espéécie
(Santtelices, 1999; Marinho‐Sooriano, 20055), é fundame
ental que o potencial
p de utilização das algas nativas
para a mariculturra seja estudado e avaliaddo.
Um estudo sobre o potencial do uso de algas verm melhas de innteresse com mercial paraa a
mariccultura foi realizado
r porr Reis et al. (2005), na Praia
P do Kutu
uca, municíppio de Mangaratiba, RJ. H.
muscciformis apreesentou a maior
m taxa de crescime ento, quanddo comparadda com dua as espécies de
agaró
ófitas testadaas (Gracilaria
a caudata J. Agardh e G. cervicornis (Turner)
( J. Aggardh), tanto
o em cultivos in
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
297
quanto in vitro. Segundo
situ q o os autoress, os resultaados qualificam H. muscciformis com
mo uma espéécie
apta para a utilizaação na mariicultura.
5.4.2.1 Taxonomia
T a
Reino ‐ Plantae
P
Filo ‐ Rho
odophyta
Subfilo ‐ Eurhodophytina
Classe ‐ Florideophyc
F eae
Ordem ‐ Gigartinales
G
Família ‐ Cystocloniacceae
Gênero ‐ Hypnea
Espécie ‐ Hypnea mussciformes
5.4.2.2 Área
Á de oco
orrência
H. muscifformis habita
a a maioria ddos ambientes marinhoss tropicais e ssubtropicais de águas raasas
do m
mundo (Guist et al., 1982). Desde o M Mediterraneo o, Filipinas , Oceâno Índiico e nas Am
méricas desd
de o
Carib
be até o Urugguai (Botanyy, 2001). No Brasil, H. musciformis distribui‐se deesde o Maraanhão até o Rio
Grandde do Sul (Schenkman, 1989).
1
5.4.2.3 Porte
P
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
298
5.4.2.4 Morfologia
M a
Forma deensos agrega ados, com frrequência em maranhados, de ramos cilíndricos, que se torn nam
progrressivamentee mais finoss nas pontaas. Os talos são relativa amente frággeis e carno osos, altamente
ramifficados, send do as ramificcação variáveeis e irregulaares, muitas vezes comoo gavinha torrcidas em torno
de eixxos de outraas algas. As extremidades
e s dos eixos e muitos galhhos são acha tados com amplo
a ganch
hos.
Estruturas de fixaação ao subsstrato são peequenas, incconspícuas ou o ausentes. Facilmente distinguidass de
outraas espécies de Hypnea pela preseença de graandes ganch hos nas ponntas dos ra amos. Med dula
parennquimática ao a redor de células
c axiaiss centrais co
omposta por grandes céllulas incolore es e uma céllula
centrral distinguívvel. Camada externa com mposta por pequenas
p células pigmenntadas. Filam
mentos corticcais
com poucas divissões no raio o. Ramos tetraspórico os silicosos, pontiagudoss ou rostrad dos, com várrios
tetrassporângios zonados, de 2‐30 µm de diâmetro por p 35‐60 µm m de comprim mento. Ramo os cistocárpicos
lateraais, cistocarppos globosoos de até 1, 5 mm de diâmetro,
d sem poros dee liberação (Rosales, 19 988;
Botan ny, 2001).
5.4.2.5 Reproduçã
R ão
Os gamettófitos femin
ninos são proocárpicos, ou
u seja, o carp
pogônio está situado no mesmo sisteema
de raamos da célula auxiliarr. Suas célullas auxiliare
es são interccaladas e d iploidizadas por um cu urto
proceesso ou porr fusão direeta com os carpogônios fertilizado os. Um únicco gonimoblástico iniciaal é
direcionado interriormente no talo. Cistoocarpos são protuberanttes, ostioladdos ou não, encerrados em
um fino pericarpo
o.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 2
299
Reis & Yooneshighe‐Vaalentin (20000) sugerem que em H. musciformis
m a reproduçã
ão assexuad
da é
predoominante em relação à reproduçção sexuadaa. Segundo os mesmoos autores, há mais taalos
vegettativos que reprodutivos em condiçções ambien ntais estressa
antes para o crescimento. Além dissso,
Smithh et al. (2002) relataram
m que H.mussciformis é capaz de se propagar
p veggetativamen
nte em todass as
classees de tamannhos examina adas (de 0,55 a 4,0 cm), com
c melhores resultadoos observado
os nos menoores
fragm
mentos.
5.4.2.6 Habitat
H
5.4.2.7 Condições
C ambientaiis
H. muscifformis é reco
onhecidamennte uma esp pécie tolerante a uma graande gama de d variaçõess de
salinidade, tempeeratura e intensidade luuminosa (Daawes et al., 1976). Aindda assim, Re eis et al. (20
006)
obserrvaram no seu s estudo nãon existir uum padrão sazonal
s da taxa de cresccimento de H. musciformis
duran nte os cultivo
os realizadoss, mas sim um
ma forte inflluência de fa
atores ambieentais de miccroescala sobre
as taxxas de cresciimento. Em termos
t de m
maricultura issso não é dessejável, pois indica uma não tão grannde
rusticcidade da esspécie e uma a dependênccia muito estreita da ide entificação dde áreas apro
opriadas parra a
viabillização financeira dos em
mpreendimenntos comerciais.
Rama Rao o (1970) esppeculou que altas tempe eraturas pod dem inibir o rápido crescimento dee H.
muscciformis. Braavin & Yone ehigue‐Valenntin (2002) cultivaram H. muscifoormis em la aboratório, sob
s
difereentes combiinações de fatores
f abiótticos e obse
ervaram que e as maioress taxas de crrescimento (em
(
biomassa) foram obtidas em m culturas aggitadas, comm meio enriq quecido e a 25 oC. Seggundo Bravin n&
o
Yoneshigue‐Valen ntin (2002), as maiores taxas de crescimento são obtidas a 25 C. Yokkoya & Oliveeira
(19922b) concluíraam que os picos de cresscimento desssa alga ocorrrem em altaas temperatturas. Por ouutra
o o
partee, H. muscifo
ormis desenvvolveu‐se beem em incub bações realizzadas a 20 C e a 25 C, o que atestta o
seu caráter euritéérmico.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 3
300
A profundidade em queq é cultivaada também m tem um efeito consideerável sobre a produção de
biomassa de H. musciformis.
m . Segundo G Guist et al. (1982) e Ganesan et. all (2006), a maior
m biomaassa
uma ser alcaançada em cultivos
costu c supeerficiais. No estudo de Reis & Yoneeshigue‐Valeentin (2000) os
melhores resultaados foram obtidos
o qua ndo as algas foram culttivadas na pprofundidade e de 40‐50 cm.
c
Mshiggeni (1977) postulou
p que
e elevadas inntensidades luminosas taambém podeem afetar a biomassa deesta
espéccie em cond dições de cuultivo. A lum
minosidade é um fator fu undamental no cultivo ded macroalggas.
Sob intensidadee luminosa reduzida o crescimen nto cessa, expostas a luz excesssiva os taalos
embrranquecem devido
d à satu
uração de fottossíntese (DDawes, 1989).
Friedlandder & Zeliko ovitch (19844) concluíramm que a te emperatura da água e a intensidaade
luminnosa apresen ntaram correelação positiiva com as taxas
t específficas de cresscimento de H. musciformmis
manttida em tanq ques de cultivo. Por outrro lado, Gan
nesan et. al (2006) reportrtaram que a biomassa fiinal
foi neegativamentte correlacionada com a salinidade, enquanto
e ouutros fatoress de qualidad
de de água não
n
foramm significativvamente corrrelacionadoss.
5.4.2.8 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
5.4.2.9 Status
S tecn
nológico
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 3
301
no "lo
ong‐line" foi o de mais fá
ácil manuseiio e baixo cu
usto em relaçção aos dem ais. Os dema
ais tratamen
ntos
apressentaram um ma tendênciia a um maaior percentu ual de acúm
mulo de mattéria orgânica e silte e de
invertebrados.
H. muscifformis possu
ui meristemaas apicais, qu
ue são contin
nuamente reemovidos a cada
c período
o de
colheeita, deixand
do as peças mais
m antigas do talo paraa trás. A prim meira colheiita pode ser feita antes dos
d
45 dias seguintees ao plantio, dependeendo das co ondições ammbientais. DDepois, como as taxas de
cresccimento e dee recuperação são elevaddas ‐ 100% a cada mês após a colheeita ‐ é possíível fazer noovas
colheeitas a cada 25
2 dias (Gane
esan et al., 22006).
5.4.2.10 Prod
dução e meercado
Não só no
o Brasil, mass também noo mundo tod do a produção de Hypneaa é fortemen nte dependente
da exxtração das algas de bancos naturrais e não há h um merca ado regular estabelecido
o. Tanto que a
produução de Hypnea sequer faz
f parte dass estatísticass aquícolas da FAO.
d alga seca depende da qualidade, limpeza e seccagem da m esma (Accioly 2005). A alga
O custo da a
chilenna, por exem
mplo, devido à sua melhoor qualidade,, é quase quatro vezes m mais cara do que a brasileeira
(Carvvalho Filho, 2004).
2 Quando o tipo dee ficocolóide está relacionnado ao estáágio do ciclo reprodutivoo da
espéccie, as algas proveniente
es da mariculltura são maais caras, devvido à possibbilidade de se
elecionar o tipo
t
de ficcocolóide que será extraíído (Reis et aal., 2006).
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 3
302
5.4.3
3 Pterocla
adia capilllacea
Além daas algas ap presentadas anteriorme ente, todas matérias pprimas para a extração de
carragenas, há um
m outro grup
po de algas dde grande intteresse para a indústria, são as algas agarófitas.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 3
303
Pteroclad dia capillaceea é uma a lga vermelh ha, presente nas regiõees marinhas do estado do
Paran
ná, que apreesenta cloroffila a e d e fiicobilinas (b,, r e c‐ficoeritina, aloficoocianina e c e r‐ficocianin
na),
além de xantofilaas e amido coomo substânncia de reservva (Lhullier, 2005).
Entretantto, as inform
mações cienttíficas, tecn u mesmo coomerciais a respeito de P.
nológicas ou
capilllacea são bastante escassas. A obbtenção de matéria prim ma para finns industriais é quase que
q
exclusivamente originada da d colheita em banco os naturais. Não existte ainda uma tecnolo ogia
minimmamente deesenvolvida para
p a viabil ização dos cultivos
c em escala
e comerrcial da espé
écie, razão pela
p
qual P. capillacea
a é aqui apreesentada apeenas como potencialmen
p nte cultiváveel.
5.4.3.1 Taxonomia
T a
Reino ‐ Plantae
P
Filo ‐ Rho
odophyta
Subfilo ‐ Eurhodophytina
Classe ‐ Florideophyc
F eae
Ordem ‐ Gelidiales
G
Família ‐ Pterocladiacceae
Gênero ‐ Pterocladia
Espécie ‐ Pterocladia capillacea
5.4.3.2 Área
Á de Occorrência
Esta espéécie ocorre no Hemisférrio Norte e Sul, nos oce eanos Pacífiico e Atlântiico. No oceaano
Pacífiico a espéciee se distribuii de Santa B
Bárbara, na Califórnia
C até
é a Baixa Callifórnia, Golffo da Califórnnia,
México, Ilhas Galápagos, nortte do Peru, IIlha de Pásco oa, noroeste
e da Nova Zeelândia, sudeeste da costaa da
Austrrália, Nova Caledônia,
C Taiwan, Japão,, China, Ilhass Havaianas e Açores. Já no oceano Atlântico,
A sull da
costaa da Inglaterrra, norte da África, Caribbe, Brasil e Uruguai
U (Santtelices, 19911).
5.4.3.3 Porte
P
5.4.3.4 Morfologia
M a
P. capilla
acea fixam‐se e em rochaas através de e uma porçã ão rizomato sa cilíndrica, da qual saaem
ramoos eretos quee são cilíndrricos na basee e se achatam para o ápice.
á Possueem ramos eretos princip pais
pinad
damente ram mificados senndo que estaas ramificaçõões tornam‐se mais curttas em direção ao ápice,, de
formaa que a fron nde adquire aparência ttriangular. Ramos
R de prrimeira ordeem inferioress repetem este
e
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 3
304
padrãão de ramificcação enqua
anto que plaantas bem de
esenvolvidass chegam a aapresentar esta
e ramificação
tambbém em rammos de segun nda ordem, dde maneira que a plantaa pode apreesentar‐se bi ou tri‐partidas
(Algamare, 2007)).
Figura
a 141 ‐ Det al..hes de um ra
amo de Pteroccladia capillaccea.
Fonte: (W. Ruchle)
5.4.3.5 Reproduçã
R ão
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 3
305
5.4.3.6 Habitat
H
Pode ser encontrada em profunddidades de até a 260 mettros em regiiões de águaas com elevaado
índicee de transpaarência (Lhullier, 2005). PPorém, é com
mumente en
ncontrada naa transição entre
e as regiões
do mmeso e infra litoral, frequentementee em canais ou poços, em e profundiddades de 0,5 a 6,5 mettros
(Hurdd et al., 2004
4).
Como a maiorias das espécies ggregárias habita costõess rochosos, fficando exposta durante a
maréé baixa (Algamare, 2007)). É comum em áreas co osteiras abertas, principaalmente na região do in
nfra
litoraal (Algaebasee, 2009).
5.4.3.7 Condições
C ambientaiis
Macroalgga característica de ambbientes coste eiros, com crescimento óótimo em altas salinidades
(Nasrr et al., 1965) e melhor crescimento nna faixa de 25
2 a 35 ups (Fralick et al.., 1990).
5.4.3.8 Locais
L de cultivo
c no B
Brasil
5.4.3.9 Status
S tecn
nológico
A produçção de forma
as jovens deessa espécie se dá atravvés de pequeenos pedaços de talos de
matriizes que, através da reeprodução vvegetativa originam novas plantas. Quando eles atingem um
tamanho adequaado são colhidas, quer attravés da remoção da planta inteiraa ou removendo‐se a maaior
partee dela, mas deixando
d um
m pequeno ppedaço, que vai crescer novamente.. Quando a planta inteirra é
remo ovida, pequenos pedaçoss são cortad os a partir dela
d e utilizados como poonto de parttida para novos
cultivvos.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 3
306
Segundo Friedlanderr (2008), noovos métod dos estão sendo
s testaddos para o cultivo deessa
macroalga, pois nos sistema
as tradicionaais as algas apresentam
m boa aparêência, mas crescem mu uito
lentamente.
ESPÉCIES POT
TENCIAIS 3
307
6 O MERCA
ADO INT
TERNACIIONAL DE
D
PESCADOS.
O Brasil, em 2007, exxportou paraa 83 países, com a conq quista de 15 novos merccados,
perm
manecendo os o Estados Unidos na primeira posição da lista de prinncipais merrcados
importadores, segguidos, pela ordem, por França, Espaanha, Argenttina, Portugaal, Japão e outros
o
paísees, sendo a laagosta o principal produtto de nossa pauta
p de exp
portação.
O ME
ERCADO INTER
RNACIONAL DEE PESCADOS. 308
6.1 E
ESTRUTU
URA E REG
GULAMEN
NTAÇÃO DO
D COMÉRCIO INT
TERNACIO
ONAL
DE P
PESCADOS18.
Em um nível
n global, a OMC e ass organizações do sistem ma das Naçõões Unidas sãos os
principais atores na definição do quadroo normativo o do comérccio internaci onal de proodutos
pesquueiros e aquuícolas. A OM
MC fornece a estrutura in nstitucional para
p a abert ura dos merrcados
do mmundo, enqu uanto as Orrganizações das Naçõess Unidas pro ocuram resoolver as que estões
relaciionadas ao desenvolvim
d ento sustenttável, conserrvação ambiental e seguurança alimentar e
as meetas de liberalização do comércio
c muundial.
O GATT prevê
p a liberalização doo comércio de d bens, atrravés da reddução gradua al das
tarifaas, a converrsão das resstrições não ‐tarifárias em tarifas de importaçãão (tarifação o) e a
eliminação de práticas
p prottecionistas ddistorcidas. Os países eme desenvoolvimento podem
p
contaar com horários estendidos e outrass disposiçõe es especiais para
p ajudá‐loos a se adap
ptar e
adapttar suas eco onomias para a liberal ização do comércio
c mu undial, comoo a assistênncia e
capaccitação técniica.
18
Baseado
o em Catarci (2010).
O ME
ERCADO INTER
RNACIONAL DEE PESCADOS. 309
origin
nados no Braasil e também
m porque as normas estaabelecidas naquele país ssão relativam
mente
rigoro
osas, sendo, em muitos aspectos,
a sem
melhantes às aplicadas pela Comuniidade Européia.
O Acordo o sobre Sub bsídios e MMedidas Com mpensatóriass (SCM) dissciplina o usso de
subsíídios para oss produtos nã ão abrangidoos pelo Acorrdo sobre Agricultura, coomo, por exe
emplo,
é o caaso dos prod dutos pesqueiros. Tambéém disciplinas que tipos de ações e sansões os países
p
podem adotar co ontra quem se utiliza dee práticas co omerciais abbusivas. Um país pode iniciar
uma disputa na OMCO que, see vencida, o dará o direeito de realizzar cobrançaas compensaatórias
sobree as importaações indeviidamente suubsidiadas e que tenham m prejudicaddo os produutores
onais. Recentemente, o Brasil ganhoou uma açãão dessas, movidas
nacio m conttra os produ
utores
nortee‐americanoss de algodão. A vitória na OMC garantiu o diireito do Brrasil de prom mover
comp pensações taarifárias sobrre variados pprodutos imp
portados dos EUA.
Já o com
mpromisso das
d agências das Nações Unidas é o de d contribuirr para a form
mação
m quadro dee comércio internaciona l que leve em conta a minimização
de um m dos impacto os que
este comércio po ode ter sobre
e meio ambiiente, sobre o desenvolvvimento susttentável e so
obre a
segurrança alimenntar.
O ME
ERCADO INTER
RNACIONAL DEE PESCADOS. 310
REOss devem ajud dar no fluxo de comércioo mais livre entre seus países
p membbros, sem levvantar
novass barreiras comerciais co
ontra países qque não faze
em parte doss respectivoss blocos.
Uma dass REOs maiss atuantes, a União Eu uropeia (UE) chegou a um alto gra au de
integração econôômica e até política.
p A leegislação da UE agora governa a maiooria dos dom
mínios
ntervenção dentro
de in d de seus
s estadoss membros, sendo partticularmentee dominante es em
setorres como a pesca e a aqu
uicultura, commércio, saúdde e segurançça.
6.2 O MERCA
ADO NOR
RTE‐AMER
RICANO DE PESC
CADOS E FRUTOS DO
MAR
R19
Com um produto interno bruto dde US$ 12 trilhões e um ma populaçãoo de mais de 295
milhõ
ões de habittantes, os Estados Unidoos se configu uram como o maior merrcado consumidor
do m
mundo. Em 20 005, suas im
mportações gglobais atinggiram a marcca de US$ 1, 9 trilhões, ou três
vezess o PIB brasileiro.
O Brasil,, entretanto
o, detém apenas 1,5 52% deste mercado (ddados de 2005),2
posiccionando‐se como o déciimo segundoo país que mais
m que maiss exporta esttes produtoss para
os EUUA, atrás de fornecedore es importanttes como Caanadá, com 19%;
1 China, com 11% e Chile,
com 77% do mercaado importador. A despeeito do crescimento geral das importtações do settor, as
exportações brassileiras apressentaram um
m declínio dee 16% em reelação a 20044, o que pod
de ser
expliccado, pelo menos em parte, pel a imposição o da medid da de antiddumping para os
exportadores braasileiros de camarão, o principal produto
p da pauta de immportação norte‐
n
amerricana. Tais medidas ca ausariam umm enorme im mpacto para os produtoores brasileirros de
camaarão naquelee ano e nos seguintes.
As importações norte
e‐americana s estão conccentradas emm apenas seeis categoriass, que
juntas representaam cerca de
e 70% das immportações totais:
t camarões, com 300%; filés de peixe
fresco
os, com 21%
%; caranguejoos, com 6,7% eixe congelados, com 4,44%; lagostass, com
%; filés de pe
3,7% e salmão, co
om 3.6% do total.
t
19
Basseado em Am
mcham‐SP. 2006.
2
O ME
ERCADO INTER
RNACIONAL DEE PESCADOS. 311
Cinco categorias são responsáveiss por 87% daas exportaçõ ões brasileiraas para os Esstados
Unidoos: lagostas, com 53%; filés
f de peixees frescos, com
c 9,3%; filés de peixee congeladoss, com
9,1%;; camarões, com 8,6% e atum, com m 7,6% do to otal. Os 11 produtos
p maais importad dos do
Brasil, de acordo o com os nomes comercciais utilizado os nos EUA, foram: Lobbster Rock Frrozen,
Tuna Yellowfin Frresh, Snappe er (Lutjanidaee Spp.) Froze
en, Snapper Fresh, Shrim mp Shell‐on Frozen
F
> 70, Tilapia Filleet Fresh, Marine Fish Ns pf Fresh, Maarine Fish Frrozen, Shrim mp Shell‐on Frozen
F
61/700, Fish Fillet Blocks Froze
en > 4.5 Kg e Tuna Bigeye e Fresh.
6.2.1
1 Exigênccias para exportação
e o
Desde a entrada em vigor da leii do Bioterro
orismo, para
a que um prroduto alime entício
seja eexportado para os Estad
dos Unidos é necessária uma série de
d registros jjunto ao FDA que
visam
m a proteçãão da cadeia a alimentar contra posssíveis atos terroristas, cconforme de
escrito
abaixxo:
O ME
ERCADO INTER
RNACIONAL DEE PESCADOS. 312
6.2.2
2 Tarifas de importtação
O Harmonized Tariff Schedule
S (HTTS), sistema de classificação fiscal doos Estados Unidos,
possu
ui 120 classifficações no capítulo
c 03 ((Peixes , Crustáceos, Moluscos e Outtros Inverteb brados
Aquáticos). Em termos
t de taarifas de im
mportação, o setor é be em liberalizaado, uma ve ez que
82,5%
% das aliquottas são Duty Free e a maais alta tarifa aplicada é de
d 15%.
O prograama norte‐a americano é um dos mais m simpless do gêneroo, pois não exige
extennsas documeentações. Para obter a isenção daas tarifas de e importaçãão no SGP norte‐
n
amerricano, o pro oduto imporrtado deve sser originário de um pa aís beneficiá rio; preench
her os
requiisitos de Reggra de Orige em; constarr na lista de
e produtos elegíveis
e parra o SGP e que
q o
importador solicite a isenção o da tarifa dee importação
o à alfândega norte‐ameericana atravvés da
simplles colocaçãão do Speccial Program m Indicator.. No caso do setor dde pesca, há h 16
classiificações cob
bertas pelo programa.
p
6.2.3
3 Exigênccias para comercializzação
O FDA (U United State
es Food andd Drug Adm ministration) é o órgão responsável pela
regulação da imp portação pescados e frutoos do mar frescos, enlataados, congellados, salgad
dos ou
defummados. Estess produtos devem
d estarr de acordo com o Federal Food, Drrug, and Cossmetic
Act, ccujo cumprimento é sup pervisionadoo através dee inspeções periódicas ddas fábricas e dos
produ os atividadess educacionais e processo
utos, análisee de exemplo os jurídicos.
No que concerne
c esp
pecificamentte à indústria de pescaddos e frutoss do mar, deeve‐se
estar atento às exigências da Parte 1 23 (Fish & Fishery Pro oducts), do Code of Fe ederal
Regulations ‐ Tiitle 21. Den ntre outros pontos, essta legislaçãão define oos procedim mentos
estabbelecidos de Análise de Risco
R e Ponttos Críticos de
d Controle (HACCP),
( quee visam asseegurar
que o os produtoss sejam adequadamentee processados, embalad dos, estocaddos e distrib
buídos
atravvés de contro
oles preventivos que garaantam a adequação do consumo doss mesmos.
O ME
ERCADO INTER
RNACIONAL DEE PESCADOS. 313
É importante ressaltar que se ttratam de produtos alta amente pereecíveis e poor isso
requeerem muito cuidado para a evitar a suaa decomposição. Duas caausas comunns de detençção de
cargaas no porto de entrada são a prese nça de "feed dy, belly‐blo
own" ‐ peixees com estômmagos
cheio
os de comid da quando pescados ‐ pois deterrioram rapid damente, allém de pro odutos
contaaminados com resíduos de
d pesticidass, mercúrio e outros metais pesados..
O FDA prroíbe o uso ded corantes aartificiais usados para diisfarçar os d anos ou melhorar
aparêência de um produto de qualidade innferior. De faato, o uso de e aditivos em
m qualquer tiipo de
alimeento exige a aprovação prévia
p do FDDA e a comp provação, poor parte do ffabricante, de que
aquele aditivo é seguro
s para consumo.
c Toodavia, há doois grupos de
e aditivos paara os quais não
n se
requeer a pré‐apro
ovação: toda as as substânncias determminadas segu uras para o cconsumo anttes da
emen nda de 19588, que instituuiu a necessiidade da pré é‐aprovação,, como é o ccaso do nitrito de
sódio
o; e as sub bstâncias am mplamente rreconhecidas como seg guras pelos especialista as, as
chammadas GRAS (Generally Recognized
R aas Safe), com
m base no se eu amplo hisstórico de usso em
alimeentos antes de
d 1958, ou com base eem evidênciaas científicas publicadas. São exemplos de
substtâncias GRASS: açúcar, sal, pimentas, vvitaminas e glutamato
g de
e sódio.
6.2.4
4 Rotulag
gem
A identifiicação do pe
eixe na embbalagem deve ser feita ded acordo coom nome co omum
utilizaado nos Estaados Unidos. Não é perm
mitido substittuir o nome usado
u pelos norte‐americanos
pelo nome utilizaado no país de origem. CCaso se trate de um pro oduto não coomercializaddo nos
EUA, seu nome deve refletir a classificaçãão biológica do
d peixe e nãão deve ser cconfundido com
c o
nomee conhecido de outra esp pécie.
O ME
ERCADO INTER
RNACIONAL DEE PESCADOS. 314
do m
mar a seremm comercializados no vaarejo deverão obrigatoriamente esstar rotulados de
acord
do com as esspecificaçõess do FDA.
Os rótulo
os devem esstar em confformidade com c os requisitos estabeelecidos pelo Fair
Packaaging and Laabeling Act, pelo Nutritioon Labeling and Educatio on Act e pello Food Labeeling ‐
partee 101, do do Título 21,, do Code oof Federal Regulation.
R Segundo a legislação, não é
necesssário nenhu um tipo de pré‐aprovaçã
p ão do rótulo
o para que o alimento sseja importado ou
distribuído nos EUA. Cabe e ressaltar que as le egislações a respeito deste tema a são
frequuentemente alteradas e que é da reesponsabilidade do prod dutor estar eem conform midade
com as mesmass. Segue um ma breve eexplicação das
d principa ais exigênciaas em relaçção a
embaalagem e rotulagem de produtos a limentícios, a qual, de forma f algumma, dispensaa uma
leiturra atenta dass legislações supracitada s.
O peso do produto deve ser colocado naa parte infe erior do PP E, em uma área
correespondente à correspond dente a 30% do painel prrincipal. Segu
undo a legisl ação, o peso o deve
ser exxpresso tantto no sistema
a métrico (g ramas, quiloogramas, mililitros e litroos), quanto no U.S.
Custoomary System m (ounces, pounds,
p fluidd ounces). O sistema méttrico pode seer colocado antes,
depois, acima ou u abaixo do sistema am mericano. É importante calcular a áárea do PPE E para
deterrminar o taamanho mín nimo aceitávvel das info ormações so obre peso e quantidad de do
alimeento
O ME
ERCADO INTER
RNACIONAL DEE PESCADOS. 315
A lista de
d ingredientes deve lisstar cada co omponente por ordem descendente de
predo ominância por
p peso, ouu seja, os m
mais pesadoss são listadoos primeiro. Ela poderá estar
posiccionada antees ou depo ois das infoormações nutricionais
n e dos daddos do prod dutos,
distribuidor ou empacotador
e r. Sempre see deve utilizar o nome comum
c do i ngrediente, como
açúcaar ao invés de
d sacarose, a não ser que haja um ma regulação
o específica que determmine o
contrrário.
No caso ded embalage ens pequena s e médias, háh uma exce eção especia l que permitte que
Nutrition Faccts" sejam colocados em
os "N m qualquer painel da em mbalagem e que se om mita as
notass de rodapéé, desde que e se coloquue um asterisco na partte inferior ddo quadro com c a
seguiinte frase "Peercent Daily Values are bbased on a 2,000 calorie diet".
6.2.5
5 Legislaçção
Para maiss informaçõe
es, podem seer consultado
os os seguinttes endereçoos eletrônico
os:
O ME
ERCADO INTER
RNACIONAL DEE PESCADOS. 316
EAFUS Dataabase: www w.cfsan.fda.goov/~dms/eaffus.html
Food Addittive Status List: www.cfsaan.fda.gov/~
~dms/opa‐ap ppa.html
GRAS List ‐ Part 182: wwww.cfsan.fdaa.gov/~lrd/fcf182.html
GRAS List ‐ Part 184: wwww.access.ggpo.gov/naraa/cfr/waisidxx_04/21cfr1884_04.html
GRAS List ‐ Part 186: wwww.cfsan.fdaa.gov/~lrd/fcf186.html
O ME
ERCADO INTER
RNACIONAL DEE PESCADOS. 317
7 A
AVALIAÇ
ÇÃO DOS
S POTEN
NCIAIS
IMPACTOS AMBIENTAISS E
SSOCIOEC
CONÔMICOS DA MARICU
ULTURA
O setor aquícola
a é um
m dos ramoss produção de alimentos que mais ccresce no mundo.
Um m mundo, aliáss, que busca alternativass para alimentar um universo superrior a 6 bilhõ
ões de
habittantes e no qual novas fronteiras
f aggrícolas ou pecuárias
p praticamente inexistem. Ainda
assim
m, a aquicultura tem estado
e sob crescente vigilância
v e críticas a respeitos da sua
"sustentabilidadee", que depende de diversos faatores ambientais, socciais, culturrais e
econô ômicos.
Por outro
o lado, em fu
unção da deppendência po or água de qualidade, a m
maricultura é uma
ativid
dade econôm mica que só consegue see consolidar e ser potenccialmente suustentável qu uando
conseegue proteger os ecossiistemas, minnimizando seus impacto o sobre o m meio ambientte, de
modo o que não haja redução da biodiverrsidade, esgo otamento ou u compromeetimento neggativo
de quualquer recuurso natural e alteraçõees significativvas na estrutura e funci onamento desses
d
ecosssistemas (V Valenti, 2002). Afinal, a atividade e depende de ambieentes isento os de
contaaminação para poder serr realizada (SSodré et al, 2008).
2
Em um momento
m que
e se realiza o planejame
ento da ativid
dade aquícoola para o mé
édio e
longoo prazos, co
omo aconte ece com oss PLDM, um m equilíbrio entre seguurança alimentar,
invesstimentos e custos ambie
entais da proodução deve
e ser sempre ser a meta aalmejada.
Para umma análise dos eventuuais impactos das atividades aq uícolas a serem s
desen nvolvidas no
o âmbito do os PLDM doo Paraná foram empreg gadas Matriizes de Impactos,
tamb bém conheciidas como Matrizes
M de Correlação Causa x Efeeito. Este ti po de análise foi
iniciaalmente prop ndo alterada e aperfeiçoaada, com o intuito
posto por Leopold (1971 ), e vem sen
de melhor adequá‐la aos obje etivos de um
m estudo de impacto amb biental.
As matrizzes proposta
as neste estuudo foram baseadas
b no
o trabalho dee Mota & Aquino
A
(20022). Procurou u‐se, para cada
c tipo dee atividade aquícola, id dentificar oss seus pote enciais
impactos, tanto positivos, qu uanto negattivos, sobre os meios ab biótico, biótiico e antróp
pico, e
avaliáá‐los em term
mos dos seguuintes atribuutos: caráter,, importância, magnitudee duração.
Deste modo, fica ma ais fácil idenntificar cada característicca e o meio afetado por uma
deterrminada açãão do emprreendimentoo, tendo‐se, ao mesmo o tempo, um ma avaliaçãoo dos
impactos em termmos de tipo, importânciaa, magnitude e e duração. Posteriormeente, é feita uma
aborddagem descrritiva dos me
esmos e umaa discussão mais
m aprofundada sobre ttais impactos.
Já como desvantagen
d ns desse mét odo têm‐se:
Tabe
ela 11. Parâm dos nas Matrizes de Impacctos1.
metros de Ava liação Utilizad
ATRIBUTO SIGN
NIFICADO DO PARÂMETRO
P DE AVALIAÇÃ
ÃO SÍM
MBOLO
POSITIVO
Quando o impacto de d uma determinada açção for
benéfico.
NEGATIVO
CARÁTEER
Quando o impacto de d uma determinada açção for
Exprim
me o c
caráter da
a
adverso.
modifficação causaada por uma
a
INDEFINIDO
determinada ação.
Quando o impacto pode p ser negativo ou ppositivo,
dependenndo da formaa de abordage em do mesm mo e da
interação com outraas variáveis. Pode aindda ser
indiferentte, naqueles casos em qu ue não há intteração
com a ativvidade aquícola.
NÃO SIGNIFICATIV VA
De intens idade não siggnificativa, co
om interferênccia não P
implicand o em alteraçãão da qualidadde de vida.
IMPORTÂ
ÂNCIA
MODERADA
M
Indicaa a impo ortância ou u
Intensidadde da in nterferência com dim mensões
signifiicância do impacto em m M
recuperávveis, quando adversa,
a ou re
efletindo na m
melhoria
relaçãão à sua inteerferência no
o
da qualidaade de vida, quando benéfica.
meio.
SIGGNIFICATIVA
Intensidadde da inte erferência acarreta perdda da G
qualidadee de vida, quaando adversa, ou ganho, qquando
A contraparte dessee processo ssão os bene efícios sociais e econôm micos advind do da
produ ução aquícola, especialm
mente da aquuicultura dessenvolvida em pequena escala, como o está
sendo o fundamen ntalmente proposto neestes PLDM M para os empreendim mentos a serem
s
realizzados em áreeas estuarina
as do estadoo do Paraná.. A seguir, é feita um a ssintética descrição
das sobreposiçõees e divergên ncias entre im
mpactos aprresentados pelas
p diversaas modalidaddes de
cultivvo.
7.2.1
1 Impacto
os sobre o meio físicco (ambien
nte)
7.2.1.1 Impactos sobre a quaalidade de
e água
A aquiculltura, de um
ma forma em de a proporccionar duas fontes básiccas de
m geral, tend
polueentes ao meiio marinho, que,
q em relaação à sua naatureza, podem ser identtificados com
mo:
Já as maccroalgas pod
dem ser conssideradas orrganismos qu
ue provocam
m uma reduçção da
poluição ambien ntal, tanto pela
p fixaçãoo de carbono, quanto pela absorçãão de nutrientes
dissolvidos na águ
ua.
7.2.1.2 Criação
C de obstáculo
os em área
as marinha
as
A simpless colocação de
d estruturaas de cultivo em áreas marinhas
m impplica na criaçção de
obstááculos onde antes não havia. Estee é um imp pacto relativamente de baixa relevância,
principalmente em amplas árreas oceâniccas. Porém, quando
q ocorrre em zonass abrigadas, como
baíass e estuárioss, pode se constituir emm um problema, geran ndo conflitoss entre eventuais
usuárrios desses espaços.
e Por exemplo, a ocupação de espaços pela mariculltura pode acabara
por inibir a preseença de banh
histas e impeedir a passaggem de emba arcações.
7.2.1.3 Revolvime
R nto do leitto marinho
o
O revolvimento do le
eito marinhoo é um impaacto localizad
do, de baixaa intensidade
e e de
curta duração que costuma acontecer comm todos os sistemas
s de cultivo.
c
Para se evitar
e isso é importante
i qque haja um
ma padronização das estrruturas de cu
ultivo,
que leve em contta aspectos estéticos,
e coomo bóias de e apenas um
m formato e ttamanho em m todo
o estaado.
7.2.1.5 P
Perda e descarte
d d
de estrutu
uras utiliz
zadas noss sistemas de
c
cultivo
Outro im
mpacto possível ocorre qquando do descarte
d dass estruturass empregada as nos
mas de cultivvo. Flutuadores, cordas, cabos, corre
sistem entes, telas e outros matteriais, por melhor
m
que sseja sua qualidade, apresentam um determinado o tempo de validade. Appós isso, pre ecisam
ser aadequadameente descartados, mas ainda assiim constitue em geralmeente material de
degraadação lentaa, que persistte por muitoo tempo no ambiente.
a
Neste caaso, devem ser implem mentadas caampanhas de conscienttização junto o aos
mariccultores paraa que este material
m seja recolhido e não jogado na
n água, ou ainda, estim
mular a
utilizaação dos cabos e das reedes como ccoletores de e sementes de
d mexilhãoo, possibilitando o
reaprroveitamento o dos mesmos.
7.2.1.6 Disposição
D o de resídu
uos e consu
umo de água
Além dissso, estes maateriais pod em ser utilizados na produção de aartesanato típico,
t
aprovveitando co omo matéria a prima parra a criação o conchas de ostras, mariscos, vieiras,
berbiigão, escamaas de peixess, entre outrros (Portal da Mariculturra, 2010). Evvidentementte que
os voolumes utilizzados, nestee caso, seriaam muito menores
m quee os volumees gerados, o que
obrigga a realizaçãão de estudo
os mais espeecíficos na busca
b de soluuções mais eespecíficas para
p o
probllema.
7.2.2
2 Impacto
os bióticoss20
Na aquicultura, espéécies ou gennótipos exótiicos, também
m conhecidoos como esp
pécies
introd
duzidas ou espécies
e melhoradas genneticamente, são meios importante para se aum
mentar
a produção. No o entanto, há preocuppação sobre e como essas espéciees podem afetar
negattivamente oss ecossistem
mas locais.
A FAO (2005‐2010) fa
az referênciaa a quatro grandes categ
gorias de im
mpactos ecoló
ógicos
ncialmente provocados
poten p pela
p aquiculttura:
20
Texxto baseado em FAO (2005‐‐2010).
A interaçção entre esspécies podee se dar tanto pela relação predaddor‐presa, quanto
pela ccompetição.
A ostra‐do‐Pacífico, Crassostrea
C ggigas, foi inttroduzida em
m todos os coontinentes exceto
e
na An ntártica. Na Austrália
A esssa introduçãoo aconteceu em 1940 e desde entãoo se espalhou u para
áreass onde as espécies
e nativas Crassoostrea comm mercialis e Saccostrea
S commercialiis são
cultivvadas. Em fu unção da alta fecundidaade e taxa de crescime ento, a ostraa‐do‐Pacífico
o tem
comp petido por espaço
e com as espécies locais e foi declarada uma u praga eem Port Stephens
(Novaa Gales do Su ul).
No entannto, na grand
de maioria d os estudos realizados
r om peixes (pprincipalmente em
co
salmoonídeos) apeenas têm sido documenttadas alteraçções genética as e não a m
mudanças rea
ais nas
populações ou no os parâmetrros de genétticos adaptattivos. É muitto mais fácil documentar uma
mudaança na freq quência de genes
g que mmudanças adaaptativas que podem esstar afetando o uma
população, ou attribuir um declínio
d de eespécies a fatores
f gené
éticos, quanddo muitos outros
o
fatorees, tais com
mo a perda de hábitats,, poluição, pressão
p da pesca, podeem também estar
do os estoques.
agind
7.2.2.3 Doenças
D
Em certo
os aspectos, essas estruuturas de cu ultivo acabam funcionanndo como recifes
r
artificciais. Por ab
brigarem um
ma imensa vaariedade de plantas e animais os reecifes natura ais são
considerados com mo os maiss diversos h ábitats marinhos do mundo. Uma em cada quatro q
espéccies marinhaas vive em reecifes, incluinndo 65% doss peixes. Os recifes estãoo para o amb
biente
marin nho da mesma forma que as floresstas tropicaiss estão para a os ambien tes terrestre es, ou
seja, os maiores centros
c de biodiversidad e do planetaa.
Deste mo
odo, as estru
uturas de cu ltivo acabam
m, involuntarriamente, traazendo beneefícios
ao am mbiente, em
mbora na maioria
m das vvezes, essess efeitos acabam sendoo prejudiciais aos
próprrios empreeendimentos aquícolas, pois implicaam em custo os extras coom a retirad
das de
epibiontes e manitenção da a integridadee das estrutturas de culltivo. Isso p orque quando as
estruturas subm mersas são colonizadas elas acabam imitand do a natureeza biológicca do
ecosssistema marrinho, agreggando biomaassa e biod diversidade no novo haabitat. Esse novo
habittat pode ser criado atéé em ambieentes com fundos
f arenosos e lam acentos, qu ue em
condições naturais não apresentariam poossibilidades de suportar tal ecossisteema.
7.2.3
3 Impacto
os antrópicos
21
Comm relação aoss ostreicultore
es que recebeem assistência, o fato de que
q a assistênncia é prestad da por
institu
uições governnamentais e algumas infoormações obttidas em cam mpo levam a crer que exxiste a
preoccupação das innstituições com a legalizaçãão dos empreendimentos.
22
Appobreza e a falta
f de infrae
estrutura dos povoados de e pescadores artesanais doo CEP podem trazer
conseequências indeesejáveis paraa a nutrição ddessas populaações. Por exeemplo: a faltaa de abastecimento
de energia elétrica e/ou a imposssibilidade finnanceira de alggumas família
as de adquirir um refrigerador ou
freezeer dificulta armazenamen
a nto de protteína (pescad do) para con nsumo em pperíodos de baixa
produ utividade pesq
queira ou mau u tempo. Nessse sentido, a manutenção de ostras no ccativeiro em corpos
c
d’água próximos à sua casa pod de significar im
mportante fonte de vitaminas para os ccomunitários. Dessa
maneeira, medidas radicais de proibição
p da aatividade pod
deriam, além de comprom meter o rendimento
econô ômico dessas famílias, ir co
ontra program mas tidos com
mo de priorida ade em âmbitto nacional, como o
Fomee Zero.
Em geral,, existe entre os pescadoores a ideia de que o prroprietário dde uma resid dência
situadda em frente à praia tem a preferêência para o usufruto de e áreas em ffrente à sua casa,
tantoo nos locais mais
m próximo os da sua ressidência e affastados do corpo d’águaa (onde enco ostam
e reaalizam a man nutenção de suas embarrcações), quaanto na zona a entre‐maréés ou em po orções
mais internas doss corpos d’ággua, onde poodem ser instaladas unid dades de cu ltivo. A segu
urança
contrra roubos e as facilidade es proporcioonadas pela proximidade e entre o loocal de cultivvo e a
residêência ou ranncho de pescca dos ostreiicultores (on nde estão vários os mateeriais que uttilizam
no traabalho com o cultivo, co omo facas, coordas e caixaas) são fatore
es que estim
mulam a opçã ão dos
ostreeicultores por realizar o cultivo
c nessees locais. Tod
davia, essa prroximidade eentre os culttivos e
as reesidências doos pescadorres pode traazer efeitos negativos para p a qualiddade sanitárria do
produ uto, uma veez que a falta de trataamento adeq quado para os efluentees domésticos foi
verificada em tod das as comun nidades visitaadas.
Fatos com
mo mencionado podem ser remediaados pela da a realização de acordos entre
comuunitários parra o uso dass áreas de ccultivo. Em Sebuí, por exemplo,
e um
m dos produ utores
estud m remuneraação em dinheiro)
dava a possibilidade de realização dde acordos (inclusive com
com proprietárioos de residências situaddas em frentte a áreas consideradas
c s estratégica
as em
os de produttividade e se
termo egurança conntra roubo.
Maldonad do (1986), citado Por Paaulilo (2003),, define muitto bem a forrma de divissão ou
de deelimitação doo espaço proodutivo no mmar: "...é feita através do estabeleci mento tradicional
de bancos de pesca
p explorrados por uum ou mais grupos. Attravés do coonhecimento o dos
caminnhos marítimmos e do comportame nto das diversas espécies de peixee e crustáce eo, os
pescaadores realizzam o acessso aos bons locais de pesca.
p Aqui é importantte a tendênccia ao
segreedo e à ocu ultação das rotas, com mportamento o bastante frequente nnum processso de
aproppriação simb
bólica do recu urso".
No litoraal paranaen nse não forram verificaados até aq qui conflitoss relacionad
dos à
sobreeposição de interesses sobre
s as áre as de cultivo
o entre ostreicultores e pescadoress. Pelo
contrrário, em alggumas comu unidades as estruturas de d cultivo sãão consideraadas atratorres de
peixees e os comuunitários realizam a pescca no parque e de cultivo.. O conhecim
mento em re elação
aos hhábitos e loccais estratéggicos de pessca, somados a um senttimento de respeito enttre os
comu unitários tam
mbém parece e contribuir nnesse sentido
o.
Recrreação e tu
urismo
O turismo
o náutico ocorre tanto eem lagoas, rios,
r represass, lagos ou nno mar, e en
nvolve
tamb
bém as atividades de cruzeiros,
c paasseios, exccursões e outras viagenns realizada as em
embaarcações náu
uticas com fin
nalidade turíística (Ministtério do Turismo, 2010).
O lazer no ambien nte aquáticoo inclui atiividades que podem ser conside eradas
tradiccionais (nataação, pesca, surfe) e outtras que exiggem equipam
mentos espe cíficos (merggulho,
jet skki, windsurfee, banana‐bo
oat) como, taambém, prátticas mais soofisticadas, ccomo a navegação
de reecreio feita em barcos à vela, lanchhas e iates. Marinas, attracadouros e piers, alé ém de
A limitaçãão de uso do
o espaço cossteiro é encarada como potencial
p perrda de renda
a para
algum
mas pessoass que se be eneficiam doo turismo, afetando
a de
esde o autôônomo que aluga
caiaq
ques e o dono do quiossque á beiraa mar, até o município que não reecolhe os triibutos
proveenientes do dinheiro
d apoortado pelos turistas (Fre
eitas & Barroso, 2006).
Por outro
o lado, há taambém a poossibilidade de interações bastante positivas en ntre a
mariccultura e as atividades tu
urísticas ou de lazer. A maricultura,
m especialmennte a parana
aense,
está intrinsecammente ligada ao turismoo, pois os turistas
t são um dos p rincipais pú úblicos
consuumidores dee mexilhões e ostras no estado, aum mentando a demanda poor esses pro odutos
no veerão, quandoo também au umenta o flu xo regional de
d turistas (C
CULTIMAR, 22010).
Há ainda no estado um
u importannte segmento econômico
o que poderrá se beneficciar da
mariccultura: o da pesca esporrtiva.
Dentre oss segmentoss do ecoturissmo, a pescaa esportiva é a que maiss cresce no Brasil.
Segunndo o Programa Nacional de Deseenvolvimento da Pesca Amadora ((PNDPA), a pesca
esporrtiva teve uma
u expanssão de 57% % nos últim mos 10 anoss, e atualm mente movim menta
aproxximadamentte 200 milhões de empreegos em todo o o País. A perspectiva
p dde crescimen
nto da
ativid
dade é de 11% para os prróximos anoss.
Rota
as de navegação
Em uma primeira an nálise, pode parecer qu ue as regiões costeiras sse assemelhham a
nsas áreas trrafegáveis, em que a rot a de navegaação entre do
exten ois lugares ppouco se disttancia
de um
ma linha retaa traçada enttre estes doi s pontos, como ocorre em áreas oceeânicas.
Outrras ativida
ades
A princíppio, não há uma relaçãão direta entre e a marricultura e ooutras atividades
produutivas, como a, pode ou nnão haver relação.
o pecuária e agricultura. JJá em relaçãão à indústria
Obviaamente que todos os siistemas de ccultivo descritos neste trabalho
t impplicam no uso
u de
mateeriais e equip
pamentos fabricados pello setor indu ustrial. Porém
m, não obriggatoriamentee este
desennvolvimentoo ocorre na região onde a atividade é realizada e em alguns ccasos nem mesmom
há um
ma especificiidade no proocesso produutivo.
Cultivos de peixes em gaiolass, por exem mplo, exigem muito m mais materiiais e
equip
pamentos qu ue cultivos ded algas em sistema de linha de fun ndo. Cultivoss mecanizad
dos de
moluscos exigem m o desenvo olvimento dee equipamentos exclusivos (balsas, guinchos, mesas
m
proceessadoras, ettc.). que culttivos em quee o processo de manejo será
s manual..
Assim, o grau de inffluência da maricultura nas atividaades industr iais tende a ficar
restriita à sua própria cadeia produtiva
p e ainda depen
nderá do tipo
o dos sistem
mas de produ ução a
serem
m empregados e do núm mero e tamannho de unidaades produtivas.
É esperad
do que a me
edida que as áreas de cultivo vão sen
ndo posicionnados distanttes da
costaa, aumentem m também os
o riscos comm roubos, furtos
f e vanndalismos, bbem como devem
d
aumeentar na mesma proporçção os gastoos com medidas preventivas de seguurança e vigilância
dos ccultivos.
Por outro
o lado, o cresscimento do número de fazendas ma arinhas, vem fazendo com m que
os produtos da maricultura
m abasteçam reestaurantes especializado
e os, hotéis, poousadas, red
des de
superrmercado, etc.,
e transforrmando a vidda dos moraadores e doss pequenos aquicultoress. Aos
pouco os, esses produtores aq quícolas acabbam atingind do a condiçã
ão de pequeenos empressários,
diminnuindo a conncentração de capital e aabrindo novo os mercados (Machado, 22002). Além disso,
a pro
odução aquíccola também m exige planeejamento, monitoramen
m to e avaliaçãão dos resulttados,
difereentemente das
d atividade es extrativisttas, o que fo
omenta o em
mpreendedo rismo (Maria ano &
Porssse, 2003).
Novos nichos
n econ
nômicos sãoo gerados através da a maricultuura, promovvendo
oporttunidade para a entrada a de novos iinvestimento os. Em outra
as palavras, a implantaçção de
progrramas de aquicultura costuma gerarr riquezas, co om ganhos significativos
s s para a econnomia
regional e nacion
nal, criando empregos
e dirretos e indire
etos e melho
orando a quaalidade de vida da
população local (V
Valenti, 20022).
A maricultura é uma das atividaddes econômicas mais ren ntáveis da prrodução anim
mal. É
uma das poucass atividades que perm ite ao emp preendedor um retornoo sobre o capital
c
invertido em perríodos inferiiores a 3 annos, podend do, por exem
mplo, ser aaté 16 vezess mais
rentáável do que a atividade canavieira. EEla dignifica o pequeno produtor, poois incremennta os
seus rendimentos e traz com mo consequêência uma melhoria
m do seu
s padrão dde vida (Carrneiro,
2000).
A generaalização de cultivos
c e a venda e consumo de produtos
p da maricultura a gera
impactos positivoos em toda a cadeia prrodutiva, po
ois se multip
plicam os poostos de venda e
restaurantes, rep
presentando melhoria naa geração dee renda e em
mprego direttos e indirettos da
mão de obra (Maachado, 2002 2).
7.2.4
4 Impacto
os sobre a infraestru
utura e a lo
ogística re
egionais
Como reggra geral, embora a maaricultura te enha uma de ependência muito grande da
infraeestrutura reegional, não se pode eesperar que ela, por si só, propo rcione alterrações
signifficativas e de
d curto pra azo em áreeas como urrbanismo, saúde, comuunicação, en nergia,
abasttecimento dee água e trannsporte nas rregiões onde
e os parques aquícolas foorem instala
ados.
Segundo Feltrin & Silva, 2006, a questão daa produtivida ade merece capítulo esp pecial.
Quannto mais dessenvolvido é o país me nor será o custo da log gística em reelação ao se eu do
Produuto Interno Bruto (PIB). Estudo divuulgado em 2005 2 pela Coppead/UFRRJ revelou que no
Brasil este custo tem
t valor eqquivalente a 12,1% do PIB. Se a pesquisa, por um m lado contesstou a
tese d
de que este número ficava entre 15% % e 17% ‐ co
omo se acred ditava até en tão ‐, ela tam
mbém
mostrou que o custo
c logísticco do país a inda está muito
m acima de
d países m mais desenvo olvidos
comoo os EUA, on nde este custto é de 8,5%% do produto asta analisarr o PIB brasileiro e
o interno. Ba
ver q
quanto dinheiro resultaria se fossee reduzido o custo logísstico em meenos 2% a 4%: 4 o
resulttado seria um
ma economia de R$ 2 billhões a R$ 4 bilhões/ano.
Inseridos no custo lo
ogístico exist em os custoos dos transpportes, da a rmazenagemm, dos
estoq
ques, do proocessamento o dos pedidoos, da tecnologia de info ormação embbarcada e o custo
administrativo. Ou seja, nãon adiantaa carregar rapidamentte um cam minhão em uma
proceessadora de pescados see depois o veeículo ficar três dias para
ado no portoo, esperando
o para
descaarregar, por exemplo. Enntão, todas aas etapas qu ue integram esse processso têm que estar
funcionando de forma eficiennte e sincron izada.
No caso dos
d transporrtes, além doos problemass relacionado os ao estadoo da Infraestrrutura
viáriaa, temos problemas relaccionados aoss custos opeeracionais (pneus, combuustível e peddágio),
à tecnologia e à gestão
g (idad
de da frota aalta e baixo nível
n de autoomação), às taxas e impostos,
ao ro
oubo de carga e às exigênncias crescenntes da legislação ambienntal.
b) Frota de
d veículos rodoviários dde carga com
m idade média excessiva, da ordem de e 17,5
anos,, sendo 76% % dos veícuulos com id ade superio or a 10 ano os, de acorddo com a CNT C ‐
Confeederação Naacional do Transporte, sendo cincco anos a idade médiaa desejável.. Este
probllema implicaa em custos operacionaais elevados e menor prrodutividadee e sua supe eração
exigirrá um grandde esforço poor parte doss proprietários de veículos rodoviáriios e dos divversos
níveiss de governoo;
e) Agregaação de valo
or às comm odities, den
ntro do posssível, de form
ma a aumenntar o
valor agregado das mesmas, como é o eexemplo do café que, na a grande maaioria é expo
ortado
cru.
Por outro
o lado, a ne
ecessidade dde qualificaçção e capacittação de mãão‐de‐obra para
p a
mariccultura tende a fazer com que os immpactos sobre a educação, formal e informal, sejam
signifficativos.
A adoçãoo de novos co
onhecimentoos e empreggo de técnica as mais moddernas e eficientes
de prrodução por parte dos prrodutores exxige um proccesso contínuo e cumulaativo de educcação,
dificillmente alcan
nçado via asssistência ponntual, esporáádica e realizada fora doo contexto natural
dessees produtorees. Assim, a forma mais eficiente do o país mudarr a realidadee dos aquicu ultores
familiares passa pela
p educaçã ão formal.
Felizmentte, existe uma instituiçção que estáá sempre presente no país, geralm mente
propo orcionando o ensino do d primeiroo ao nono ano: a escola básica ou fundam mental.
Histo
oricamente, esta
e instituiçção contribuiiu para o dessenvolvimen
nto das pessooas, das fam
mílias e
das ccomunidadess rurais. No entanto, elaa dispõe de um enorme e potencial, qque ainda não foi
adequadamente aproveitado o, para formmar futuros agricultore
es/aquicultorres que que eiram,
saibam e possam m atuar com dores dos prroblemas exxistentes no meio
mo eficientess solucionad
rural..
7.3.1
1 Impacto
os sobre o meio físicco
7.3.1.1 Atividades
A de filtraçãão (biodep
posição)
Já as inorrgânicas e aquelas com tamanho su uperior a 10 µm, não sãão ingeridas e sim
empaacotadas com m o auxílio de um mucoo produzido pelos cílios brânquias e são expulssas na
formaa de pseudo ofezes (Man nzoni, 2005) . As fezes e pseudofeze es, dependeendo da dinâmica
local,, tendem a acumular‐se
a sob as estruuturas de cu
ultivos, podendo provocaar um impaccto no
ambiente bentôn nico, principa
almente nos locais rasos e de baixa dinâmica (SEAAP, 2008).
Estudos realizados
r po
or Schettini et al. (1997)), na Armaçção do Itapo coroy (Penhha‐SC),
‐2 ‐1
indicaaram uma taxa
t potencial de sedimmentação de 118 ± 65g.m .dia , senndo que 17% era
comp posto por maatéria orgânica total, dessta 24 % eraa constituída de carbonoo orgânico, ou
o 4%
da massa total. D’aquino
D (2000), nesta mmesma área, verificou qu ue os ventoss são importantes,
pois atuam na geração de correntes e como forrçante aume entando a aaltura das ondas
incideentes e na circulação das
d águas. A As ondas cau usam desinttegração dass pelotas fecais e
ressu
uspensão do o material fino depositaado, as correntes atuam na saída do materia al em
suspeensão e as marés
m na reenovação da água da en nseada, que pode ser ddefinida com mo um
ambiente semi‐eexposto e de e grande diinâmica. Seggundo Schetttini et al. ((1999) a água da
Marenzi (2003) estu udou, neste mesmo loccal, a influência do culttivo no amb biente
bentôônico, atravvés de análises de aalterações no sedimento e na comunidad de de
macroinvertebrad dos. O autor não enncontrou differenças significativas nnos compon nentes
minerais ou biogênicos do se edimento enntre os ponto os, com ou sem
s cultivo. O predomín
nio da
fração de areia no sedimento, observvado em todos os pon ntos e períoodos amostrrados,
caraccteriza o ammbiente com mo de baixxa sedimenttação, sendo o um fator positivo para a
susteentabilidade da atividade
e nesta área . Com relaçãão à comuniidade bentô nica foi verificada
uma grande diveersidade de espécies poorém com uma u biomasssa reduzida, indicando que
q o
ambiente é instávvel, impedindo o acúmullo de biodeppósitos.
Na baía de
d Guaratuba a, onde o cuultivo de ostrras é ainda uma atividadee desenvolvida de
formaa artesanal por
p pequeno os produtorees, esses imppactos foram analisados ppor Hostin (22003).
O auutor concluiuu que o possicionament o dos cultivvos (paralelo os às direçõões principais das
correentes) associiado às velocidades meddianas obserrvadas, demonstrou ser suficiente para p a
dispeersão da mattéria orgânica produzida no local.
7.3.1.2 Resíduos
R lííquidos
7.3.1.3 Resíduos
R sólidos
A primeirra alternativa
a é frequenttemente utiliizada em várrios municíppios produtorres de
moluscos, onde as a conchas sãos depositaadas nas esttradas de chão, e conseqquentementte são
triturradas pelos veículos que passam ppor estes loccais, sendo incorporadaa rapidamen nte no
sedimmento. O principal proble ema observaado desta açção é que mu uitas conchaas são depositadas
com rresíduos orggânicos que até
a se decom mporem (sere em oxidadoss) exalam um m forte odor.
7.3.1.4 Estruturas
E de cultivo
o
7.3.2
2 Impacto
os sobre o meio bióttico
7.3.2.1 Atividades
A de filtraçãão (biodep
posição)
Alguns esstudos apontam como uum dos impaactos do culttivo de bivallves a reduçção da
produ utividade primária em decorrência ddo consumo de grandes quantidadees de fitoplân ncton.
Cultivvos de mexiilhões verdees na Nova ZZelândia forram responsáveis por reetirar até 60
0% do
fitopllâncton da coluna
c d’águ
ua segundo Hickman (19 989). Cerca de 30% do carbono, 42 2% do
nitroggênio e 60%% da clorofila a da matééria orgânicaa presentes na água seeriam retidoss pelo
mesm mo motivo (PPerez Camacho et al. 19991).
No entannto, também m tem sidoo sugerido queq a produtividade prrimária pod de ser
estim
mulada por um aumentto na taxa dde ciclagem m de nutrien ntes (Rosentthal et al. 1988),
1
ocasionada princcipalmente pela depossição de fe ezes e pseu udofezes (biiodeposição)) que
consttituem resídu
uos ricos em
m partículas. Barg (1992) relata o caso da Baía dee Hiroshima,, onde
uma balsa com 420.000
4 ostrras gera 16 mil toneladas de fezes e pseudofe zes durante nove
mesees de crescim
mento, o quee pode ‐ comm cerca de 1 000 balsas em
e operaçãoo ‐ ter um immpacto
importante sobree os sedimenntos na baía.
Barg (19992) realizou uma comppilação dos dados dispo oníveis sobrre a produçã
ão de
udofezes porr algumas espécies de bivvalves (Tabela 13).
pseru
Tabela
a 13. Produçãão de resíduo
os fecais por bivalves
Espéccie e sistema de
d cultivo Produução fecal Referênccia
14. 3‐149.3
Myttilus galloprovvincialis Arakawa
A et al.l. (1971)
mg PS//indivíduo/d
1,76 gPS/gPPS mexilhão/aano
M. edulis
0,13 gC / gPSS mexilhão / ano
a Kautsky e Evanns (1987)
p
população nattural
0,0017
0 g N / ggPS mexilhão / ano
7.3.2.2 Sobre
S a bio
odiversidaade
Por outro
o lado, os cu
ultivos tambéém podem atuar
a como "recifes artifficiais" na attração
de faauna. Figna (2002) identiificou 17 fam
mílias e 27 espécies
e de peixes
p assocciados aos cu ultivos
de moluscos na Ilha de Porto o Belo e verifficou que muitas dessas espécies ut ilizam estes locais
como o áreas de reeprodução, alimentação,
a , crescimentto ou refúgio
o (proteção).. Souza Concceição
et al.. (2003), tam
mbém verificaram a asssociação da ictiofauna nos n cultivos de mexilhõ ões da
Armaação do Itapo ocoroy.
Também no caso dos mexilhõees (Perna perna), p deviddo à lenta recuperaçãoo dos
estoqques naturais, as sementtes retiradass dos costõess rochosos não
n são suficcientes para suprir
criaçõ
ões comerciiais e possib
bilitar a exp ansão da attividade de cultivo geraando, assim,, uma
presssão antrópicca negativa sobre
s os eccossistemas naturais (Marques, 19998 apud Freiitas &
barrooso, 2006).
Tem‐se problema
p semelhante coom relação à retirada de sementes de mexilhão nos
costõ
ões. Se alguns produtoress tirarem muuitas sementtes, outros ficam sem nennhuma, e po
ode‐se
perceeber que esta não é uma atividade fáácil de ser co
ontrolada (Pa
aulilo,2003).
7.3.3
3 Outros
As ostrass são amplamente conhhecidas como eficientes bioindicadooras da qualidade
ambiental (Domingos, 2006; Silva et al. , 2006; Silvaa et al., 200 05). Além diisso, são tam mbém
assocciadas à ocorrrência de tooxinfecções aalimentares (Silva et al., 2003; Barriss, 2005) e accabam
servinndo como veículos de e contaminaação (Islam e Tanaka, 2004). Asssim, como ostras
cultivvadas em ammbientes polu uídos tendem m a acumulaar microorganismos e com mpostos quíímicos
preseentes na águ ua, elas passam a repressentar riscos diretos para a saúde daas pessoas que q as
conso omem.
O Ministtério da Pessca e Aquiccultura vem m implementtando, atravvés do Proggrama
Nacio onal de Co ontrole Higiênico‐Sanitáário de Mo oluscos Biva alves (PNCM MB), ações para
estabbelecer e avvaliar os req quisitos neceessários parra a garantia da qualid ade de moluscos
bivalvves e para regulamenta
r ar: (a) o monnitoramento o e a classificação das ááreas de cultivo e
extração de molu uscos bivalve
es; (b) a colhheita de moluscos bivalvves e a identtificação de lotes;
(c) oss procedimentos e as insstalações pa ra depuração e processa amento de m moluscos bivvalves;
(d) o rótulo do prroduto; (e) o armazenam mento, o man nuseio e a emmbalagem; ((f) o transporte de
7.3.4
4 Avaliaçã
ão geral dos impacto
os
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Caráter
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
Implantação
Revolvimento do substrato
Innstalação das
eestruturas de cultivo Impactos visuais
(biodeposição) cultivadas
Alteração na ciclaagem de nutrientes
Alterações físico‐químicas do substrato
o
Alteração da topoografia
Operação
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 350
0
Tipo de Imp
pacto
Positivo Negativo
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Caráter
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
Desativação
Revolvimento do substrato
EEstruturas de cultivo
Descarte de estru
uturas e materiais
RRecuperação
Retorno às cond
dições anteriores à instalação da
aambiental
atividade
Atração de espécies incrustantes nas eestruturas de
Implantação
cultivo
SSobre a biodiversidade Aumento de diversidade no local
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 351
1
Tipo de Imp
pacto
Positivo Negativo
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Caráter
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
RRecuperação
Retorno às cond
dições anteriores à instalação da
aambiental
atividade
Implantação
SSegurança Furtos
Limitação de uso de áreas marinhas
EEspaços físicos
Conflitos com outtros usuários
Antrópico
SSegurança Furtos
Aumento da rend
da
G
Geração de renda Aumento de posttos de emprego e autoemprego
Desenvolvimento o regional da cadeia p
produtiva
Melhoria das condições de vida
Operação
O
Oferta de alimentos Aumento da ofertta de alimentos
Manutenção do m modo de vida das pop pulações
litorâneas
P
População Fixação regional d
da população
Valores históricoss e culturais
Ocupação
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 352
2
Tipo de Imp
pacto
Positivo Negativo
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Caráter
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
Pesca amadora
Pesca artesanal
SSetores produtivos Agricultura
Pecuária
Indústria
Urbanismo
Educação
Saúde
In
nfraestrutura
Comunicação e energia
Abastecimento dee água
Transporte e redee viária
Desativação
CCondições
Retorno às condiçções socieoeconômiccas anteriores
ssocioeconômicas
à instalação da attividade
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 353
3
Na matriz de corre elação (Tabeela 14) foraam listados 68 potencciais impacto os da
malaccocultura. Destes, 19 forram conside rados positivvos, 36 nega
ativos e 13 inndefinidos (T
Tabela
15). EEste tipo de resultado é totalmente
t eesperado quando se lista
am os mais ddiversos impactos,
sobree diferentes compartime entos (meio físico, biótico e abiótico). Observa‐‐se que a maioria
m
dos immpactos possitivos é de grande
g magnnitude, enquuanto a maio oria dos imppactos negativos é
de peequena magn nitude.
Tabeela 15. Síntese numérica dos impactos ppotencialmennte provocadoos por de emppreendimento
os de
malacocultuura no litoral paranaense.
Tipo
o de Meeio Impoortância Magniitude Duração
o
Total
Impaactos afetaado P M G 1 2 3 1 2 3
Físicco 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1
Biótico 7 3 3 1 4 1 1 0 6 1
Posittivos Antró
ópico 11 1 5 5 2 4 5 0 9 2
Sub‐TTotal 19 4 8 7 6 5 7 0 15 4
% 27,9 5,9 11,8 10,3 8,8 7,4
4 10,3 00,0 22,1 5,9
Físicco 22 12 8 2 11 10
0 0 8 12 1
Biótico 7 3 2 2 6 0 3 3 4 1
Negaativos Antró
ópico 7 0 7 0 0 6 1 0 6 1
Sub‐TTotal 36 15 17 4 17 16
6 4 11 22 3
% 52,9 22,1 25,0 5,9 25,0 23,,5 5,9 116,2 32,4 4,4
Núm
mero 13
Indefiinidos
% 19,1
Operação 54 79,4 14 27 13
Desativaçã
ão 7 10,3 2 3 0
TOTAL 68 100,0 19 36 13
% 27
7,9 52,9 19,1
A fração de alimento o não consuumido peloss animais (e que forma grande parrte do
efluente ao meio o) tem sido analisada ppor diferentes autores, consideranddo a compo
osição,
proceesso de fabrricação, siste
ema de culttura e método de administração doo alimento, como
variávveis principaais.
Esse valo
or depende, em grande pparte, no tip po de ração e no processso empregado na
fabriccação. Os paarâmetros dee perda meddidos por Waarrer‐Hansenn (1982) foraam de 1‐5% (ração
(
seca), 5 ‐ 10% (úmida) e 10 1 ‐ 30% (ssemi‐úmida). Outros autores (Penzzack et al., 1982)
calcularam grauss de perda superiores, eequivalentes a 27% (seca a) e 31% (seemi‐úmida) para
p a
mesmma espécie. Portanto, po ode deduzir‐‐se que as pe
erdas de alim
mento estãoo associadas tanto
ao coonteúdo de água da raçção, como taambém a um m decréscimo na estabillidade da mesma,
questtão que cond diciona a qu
uantidade e qqualidade do
os efluentes (isto é, a raação úmida é mais
"polu
uente" uma vez que a quantidade aportada ao meio acaba sendo prroporcionalm mente
maior maior).
Estima‐see que uma faazenda típicaa norueguesaa, com uma produção annual de 200 t e um
bom controle sob bre as técnicas de admin istração alim
mentícia, produz 2 t de P,, 17 t de N e 100 t
de DBBO. Para culttivo em tanqques, os valoores encontrrados nos efluentes (exp resso como g / kg
peixee / dia) foram
m entre 0,5‐11,4 (resíduo seco), 0,01‐0
0,05 (P total), 0,15‐0,30 (N total) e 0,1‐0,2
0
(amôônia total) com índices dee conversão 1‐1,2 usando o alimento seeco.
(2)
N
NT = R x % NR
N
(3)
% NPTT = B * (% NP
Pf ‐ NPi)
(4)
%N
NP =% NPf ‐%
% NPi
(5)
A perda total de nittrogênio exccretado atraavés da amô ônia após a alimentação dos
peixees foi estimad
da pela equa
ação de Leunng et al. (199
99), que calcu
ula as taxas ddiária de exccreção
em m mg N/kg de peso corpo oral /dia. A perda total de nitrogên nio por meioo da excreçã ão de
amôn nia durante o período de e um ano fooi calculada através
a da inntegração daas taxas diárias de
excreeção de amô ônia durante o período dde um ano. Baseado
B em Leung et al. (1999), as perdas
p
atravvés da excreçção de amônia foram:
(6)
(7)
A partir dessas
d equações e dos rresultados obtidos
o em cultivos
c realiizados em gaiolas
g
nicas, os autores calcularram o balançço de nitrogê
oceân ênio no sistema cultivo oobtendo:
mulativa de mortalidade:
Taxa cum m 15% em um ano.
Aportes totais
t de nitrrogênio: 3.9000 kg.
% de reteenção nos peeixes cultivaddos: 18%
% de nitrogênio perdido através dde peixes moortos: 3%.
% de nitrogênio excre etado como amônia: 66% %.
% de nitrogênio perdido na formaa de fezes e de
d resíduos de ração: 133%.
Percentaggem similare
es de amôniaa excretada foram
f relatadas para peiixes cultivados em
gaiolaas, 66,1% para
p Epineph helus aerolattus (Leung et
e al., 1999); 78,0%, paara Oncorhyynchus
mykisss (Gowen & Bradbury, 1987),
1 73% ppara Sparus aurata
a (Porter et al., 19887).
Ainda asssim, mesmo com essa eelevada perccentagem de e nitrogênio sendo excreetada,
Alston et al. (20005) não enco ontraram nívveis significaativos de amônia na águua, provavelm
mente
porqu ue a elevadaa dinâmica do local ondee estavam in nstaladas as gaiolas
g prommoveu uma rápida
r
dispeersão desse composto. Os autores também não encontra aram nenhuuma evidênccia de
aumeento das con ncentrações de nitrito e de nitrato na área de e cultivo. Coomo a amônia, ao
contrrário do fósfforo, não se adsorve ao sedimento, o nitrogênio liberado a partir dos peixes
p
cultivvados se peerde na coluna d´água. O biofoulingg aderido à rede tambéém pode abssorver
uma quantidade significativa a de nitrogêênio liberado o na forma de amônia,, de modo que q o
destino real do niitrogênio libe
erado não poode ser identificado.
Islam (20
005) desenvoolveu um moodelo teóricoo, a ser aplicado em culttivo de peixes em
tanqu ues‐rede (Figgura 144). Esses valores estimados foram
f muito próximos doos observado os por
Alston et al. (20005) e ambos os conjunto s de dados serão
s utilizad
dos mais a frrente no pre
esente
trabaalho para se definirem as áreas maiss propícias ao
a cultivo de bijupirá em m tanques‐rede no
litoraal paranaensee.
7.4.1.2 Efeitos
E gerados sobr e a qualidade da águ
ua
Turbidez
O aumen nto de maté
éria em susppensão nos efluentes
e causa, direta oou indiretam
mente,
um aumento de turbidez da coluna de á gua, o que afeta
a a pene
etrabilidade da luz na mesma,
alteraando, em co
onsequência, a produtividdade planctô
ônica e benttônica do ecoossistema. O grau
de in
ncidência depende da qu uantidade li berada e de
e sua frequêência, assim como da ta axa de
mentação rellacionada com a presençça de correnttes.
sedim
7.4.1.3 Sobre
S a qua
alidade do
o sedimentto
Tanaidaceeaos
Tellinidaee
Ostracodaa
Capitellidaae
Nereidae
Glyceridaee
Spionidaee
Liberação
o de gás
7.4.1.4 Efeitos
E sob
bre o conteeúdo e sob
bre o fluxo de nutrien
ntes
Prod
dutos quím
micos em geral
g
Existe um
ma ampla gam ma de comp ostos químiccos usados eme aquicultuura e seu uso o varia
segun ndo a espécie, intensidaade do cultivvo e localização (Tabela 22). Mesmoo que a produção
destees efluentes seja muito inferior ao doos níveis de matéria particulada libeerada, seus efeitos
e
podem ter grande importância para o am mbiente. Em relação
r aos antibióticos
a aadministrados em
aquiccultura marin nha, cabe destacar que tem sido re egistrado um
m drástico dee sua produ ução e
aplicaação nos últiimos anos.
Tabela 22. Substtâncias quím micas comumeente usadas em aquiculttura. AD= ággua doce; ASS=água
salgad o sistema; I = Imersão; IN = Injeção; S = Spray;
da. Métodos de aplicação.. B = Banho; A = Adição no
C = Co
omida tratadaa (NCC, 1989).
SUBSTÂNC
CIA INDICAÇÃ ÃO AD/A
AS MÉTODO
O OBBSERVAÇÕES
Ácido
o acético ectoparasitaas AD I Usado com m sulfato de cobre
em regiõess de água durra
Formaalina ectoparasitaas AD/A
AS IA 165‐250 pppm por ma ais de
uma horaa, muito usad do em
marinhos
viveiros m
Verdee Malaquita Ectoparasitaas e AD/A
AS ISB Ovos e peeixes, 100 pp pm 30
fungos segundos. 4 ppm 1 hora a
Acriflaavina Ectoparasitaas, AD I Principalm
mente para
fungos e bactérias superficiais, para
bactérias peixes e ovvos ocasionalmente
Nuvan
n (dichlorvos) Piolho de sa lmão AS B 1ppm por 1 hora
Sal Ectoparasitaas AD IB Alternativaa ocasional para
p a
formalina
PVPI ttamponada Bactericida AD B Usado pa ra desinfetarr ovos
(10 min 10000 ppm)
Oxitettraciclina Bactericida AD/A
AS C Antibióticoo largamente usado
para doen ças sistêmicas
Ácido
o Oxolínico Bactericida AD/A
AS C Antibióticoo largamente usado
para doen ças sistêmicas
Romeet 30 (Sulfadim
metoxina e Bactericida AD/A
AS C Antibióticoo largamente usado
ortom
meprima) para doen ças sistêmicas
Tribrisssen Bactericida AD/A
AS C Anibióticoo muito usado
(Trimeetoprima/sulffadiazina)
Hayam mine 3500 Surfactante// AD A Amônio qquaternário usado
Bacteriocidaa para o tratamento o de
doenças bacterianass de
guelras
Cloretto de benzalcô
ônio Bactericida AD A Antibacterriano superficcial
Cloram
mina T Bactericida AD A Antibacterriano supeerficial,
também eefetivo para alguns
protozoáriios
Sulfatto de cobre Ectoparasittas AS AB Utilizado em surto os de
Amyloodiinium ocellatum
que acom metam larvas de
Bijupirá, ccom 15 dias.
ANESTTÉSICOS
MS2222 (tricaína meetano‐sulfona
ata) AD/A
AS B Largamentte usada com a
diluição 1::10,000
Benzo
ocaína AD/A
AS B Largamentte usada, requer
acetona paara dissolver
Dióxid
do de carbono
o AD/A
AS B Às vezes uusado na despesca
NFETANTES
DESIN
Hipocclorito de cálcio AD/A
AS S Desinfetannte geral para
tanques e viveiros
Iodop
phor (FAM30) AD/A
AS S Para equ ipamentos e lava
pés
Hidróxido de sódio AD S Mais usaado em viveiros
escavadoss
Prod
dutos Antiifouling
O TBT (TTributyltin) já
á teve um aamplo uso como
c pintura
a antipoluiçãão nas gaiollas de
salmoonídeos, mass atualmente e tem um usso muito maiis restrito devido à possibbilidade de causar
c
patologias e morrtalidade noss organismo s. Há evidên ncias que sérias patologiias na conch ha das
ostras cultivadas foram causaadas pelo TBTT, usado nass estruturas de
d cultivo naa Irlanda.
Pestticidas
Nas cultturas de salmão é ffrequente a infestação o por paraasitas especcíficos
(Lepeeoptherius sa almonis, Caliigus elongattus), comumente conheccidas como ""salmon lice", que
podem causar paatologias sevveras nas braanquias. A te erapia básica
a consiste noo uso de pro
odutos
comeerciais com Dichlorvos
D como ingred iente ativo, com uma vida média dde 4 ‐ 7 diass. Este
produ uto não é tóóxico para moluscos,
m admministrado em
e doses de 10 ppm/1/hh, porém o é para
larvass e adultos de lagostass, e outras eespécies do zoo e fitop plâncton, priincipalmente
e pela
similaaridade filoggenética comm os organism mos‐alvo. Neguvon e Nu uvan também m são capazzes de
causaar mortalidaade importa ante nas ppopulações de crustáce eos naturaiss residentes nas
vizinh
hanças das in nstalações.
7.4.2
2 Efeitos sobre o meio biótico
o
7.4.2.1 Efeitos
E sob
bre os parââmetros microbiológ
m gicos do seedimento.
O número o total de ba
actérias regi stradas nos sedimentos situados sobb as fazenda
as não
diferee significativvamente do registrado em segmen ntos não co
ontaminadoss. No entantto, as
ativid
dades de cultivo
c podem favoreccer o dese envolvimento
o de deterrminados grupos
g
bacteerianos, ou pelo
p contráriio, pode cauusar uma reddução no número de ativvidade bacteeriana
u de agenttes antibacteerianos via alimento. A presença
geral devido ao uso p de Vibro salmonicida
nos ssedimentos, procedentes de peixes infectados, foi detectad da por Engeer et al. (198
89) 18
mesees depois daa aparição da d patologia e 7 mesess depois do abandono dda fazenda. Estes
resulttados indicam que bacté érias patogênnicas podemm sobreviver no meio, e qque o acúmuulo de
antib
bióticos no seedimento pode ter sériass implicaçõess no crescimento de espéécies resistentes.
7.4.2.2 Efeitos
E sob
bre a estru
utura das populações
p s bentôniccas
7.4.2.3 E
Efeitos sob
bre o creescimento algal e sobre a produtividade
p
primária
As unidad des de cultivvo liberam nnutrientes no meio. Se a dispersão não for eficciente,
pode haver hiperrnutrificação o que, por suua vez, pode favorecer o crescimentoo do fitoplân ncton,
causaando a eutro ofização do ambiente. A magnitude e do efeito fica subordinnada às cond dições
ambientais e à co oncentração de nutrientees. Em geral, o fósforo é um fator lim mitador em águas
docess, e o nitrogêênio inorgânico solúvel eem águas salggadas, ainda a que existamm exceções.
A alteração no equilííbrio natura l dos macro o e micronuttrientes na áágua pode in nduzir
mudaanças importtantes na estrutura e co mposição do o fitoplâncto
on na área affetada. Diferrentes
espéccies de fito oplâncton re espondem de forma distinta
d à variação
v dee nutrientess e o
cresccimento de várias espécie es de dinoflaagelados pod
de ser favoreecido com a aadição de ammônia.
Efluentes orgâniccos estimulam o crescim mento de Gym mnodimium,, que resultaa ser componente
habittual das denominadas "m marés vermeelhas". A bio otina e a vita
amina B12, qque se encontram
habittualmente co omo aditivos de ração, parecem te er algum efe eito sobre o desenvolvim mento
seletiivo de determinadas esspécies. Nesste sentido, Turner et al. a (1987) m mostraram que os
efeitoos do dinoflaagelado Gym mnodimium aaureolum se e potencializam na preseença da biottina e,
além disso, a vittamina B12 resulta serr um fator de crescime ento para a microalga tóxica
Prymmnesioum parrvum.
Gowen et al., (1985) encontraram m hipernutrificação em zonas
z próximmas às installações
de gaaiolas na Escó ócia, porém não registra ram eurtofizzação do meio marinho.
Ervick et al. (1985) re
ealizaram umm estudo sob bre seis fazen
ndas de salmmão (corretammente
situaddas) na Noru uega e não encontraram
e m aumento no os níveis de nutrientes ddentro ou fora das
mesm mas, nem em e relação às estaçõess de referên ncia. As conncentrações mostraram uma
variaçção anual no ormal, com ligeiros aum mentos de nitrato na primavera e veerão e valore es um
pouco o superioress de fosfato o na superfíccie. No entaanto, as concentrações dde amônia foram f
muito o superiores aos conside erados normaais.
No Atlânntico Norte (Noruega e Ilhas Faroe e) a eutrofizzação das ágguas derivada da
ativid
dade aquícolla parece ser um proble ma de impo ortância mínima local naa zona norte e em
áreass fechadas. No entanto o, a zona doo Báltico (Suécia e Finllandia) reprresenta uma a área
especcialmente seensível a essta problem ática devido o à sua baixxa energia e por apressentar
nutrieentes em condições lim mitantes, ra zão pela qu ual, um incremento míínimo dá lu ugar a
aumeentos importantes na produção pri mária. As in nstalações de aquiculturra têm um efeito
visíveel sobre a prrodução prim mária ainda que resulte em pequena magnitudee, devido à rápida r
eliminação pelo zooplânton n e as elevvadas taxass de renovação de ággua que lim mitam
conjuuntamente o acúmulo de biomassa na mesma. Por outro la ado, os aumeentos de turrbidez
causaados pelo au umento de matéria
m em ssuspensão taambém limitam a atividaade fotossinttética,
afetando o crescimento algal.
As macro
oalgas dos fundos
f marinnhos podemm ver favoreecido seu crrescimento com
c a
osição de no
dispo ovos substrattos para seuu assentame
ento (estrutu
uras de instaalação) e tam
mbém
comoo resultado do
d aumento o de concenttração de nutrientes. Emm lugares abbertos, onde e esta
7.4.3
3 Avaliaçã
ão geral dos impacto
os
qui avaliadass, a piscicultuura marinha é que
Dentre ass três modalidades de m aricultura aq
apressentou o maior número ded impactos,, 75 ao todo (Tabela 24).
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Impacto
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
Impactos visuais
In
nstalação das
Implantação
Alteração da topoografia
RResíduos sólidos Entulhamento dee terrenos
(cabos, cordas,
Deposição nas praias pela chuva
fflutuantes)
Quantidade de ággua doce utilizada no o
MManejo e
processamento do pescado
pprocessamento
Geração de efluentes / aumento turbidez
Impactos visuais
Criação de obstácculos em áreas marinhas
EEstruturas de cultivo Alteração da veloocidade (fluxo) e direçção da água
Balsas para armazzenamento de insumos e para
operações de rotiina
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 373
3
Tipo de Imp
pacto
Positivo Negativo
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Impacto
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
EEstruturas de cultivo
Descarte de estru
uturas e materiais
RRecuperação
Retorno às cond
dições anteriores à instalação da
aambiental
atividade
Atração de espécies incrustantes nas eestruturas de
cultivo
Aumento de diversidade no local
Implantação
SSobre a biodiversidade
Estabelecimento de novos habitats
Impactos sobre m mamíferos marinhos lo ocais e
migratórios
Riscos de aumentto da frequência bloo oms de algas
tóxicas
Biótico
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 374
4
Tipo de Imp
pacto
Positivo Negativo
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Impacto
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
RRecuperação
Retorno às cond
dições anteriores à instalação da
aambiental
atividade
EEspaços físicos
Conflitos de uso
SSegurança Furtos
Mão‐de‐obra para instalação das unidades de
G
Geração de renda
cultivo
Antrópico
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 375
5
Tipo de Imp
pacto
Positivo Negativo
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Impacto
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
de alimentos
Produção de protteína de alta qualidad
de e valor
Manutenção do m modo de vida das poppulações
litorâneas
P
População Fixação regional d
da população
Valores históricoss e culturais
Ocupação
Pesca amadora
Pesca artesanal
SSetores produtivos Agricultura
Pecuária
Indústria
Urbanismo
Educação
Saúde
Infraestrutura
Comunicação e energia
Abastecimento dee água
Transporte e redee viária
Desativação
CCondições
Retorno às condiições socioeconômicaas anteriores
ssocioeconômicas
à instalação da attividade
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 376
6
Dentre oss impactos identificadoss, 32% foramm considerados positivoss e 56% nega ativos,
sendo
o o maior número de im mpactos pos itivos identifficados no meio
m antrópiico e os negativos
no meio físico (Taabela 25).
Tabeela 25. Síntese numérica dos impactos ppotencialmen nte provocadoos por de emppreendimento
os de
piiscicultura maarinha no litoral paranaensse.
Tipo
o de Me eio Im
mportância Magnitude Duração
o
Tota
al
Impaactos afetaado P M G 1 2 3 1 2 3
Físicco 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1
Biótico 7 3 1 3 4 2 1 0 6 1
Posittivos Antró ópico 16
6 1 8 7 2 8 6 1 8 7
Sub‐TTotal 24
4 4 9 11
1 6 10
1 8 1 14 9
% 32,0
0 5,3 12 14,7 8 13,3 10,7 1,3 18,7 12
Físicco 24
4 13 11 0 15 9 0 6 16 2
Biótico 11
1 5 6 0 6 5 0 0 9 1
Negaativos Antró ópico 7 0 7 0 0 6 1 0 6 1
Sub‐TTotal 42
2 18 24 0 21 20
2 1 6 32 4
% 56,0
0 24 32 0 28 26,7 1,3 8 42,7 5,3
Númmero 9
Indefiinidos
% 12,0
0
Implanttação 12 166,0 4 8 0
Operação 59 788,7 19 31 9
Desativvação 4 55,3 2 2 0
TOTA
AL 75 1000,0 25 41 9
No entannto, ainda asssim é possíível observarr que impactos negativoos podem occorrer
(Tabeela 27). Gran
nde parte delles são impa ctos comunss às outras modalidade
m aaquícolas desscritas
anterriormente.
7.5.1
1 Impacto
os sobre o meio físicco
Da mesmma forma que e acontece ccom os cultivvos de outros organismoos marinhos, como
moluscos e peixees, as estruturas de cuultivo de alggas podem provocar
p im pactos visua
ais no
ambiente, com a falta de padronização daas estruturass.
As algas são
s cultivada marração, prresas ao substrato
as geralmentte sobre estrruturas de am
por estacas, poitas ou ânccoras. Dessaa forma, po odem ocasio onar conflitto com rota as de
naveggação e áreaas de balneário, devido aao encordoammento utiliza
ado. Além diisso, se não forem
f
planeejadas de acordo com ass condições físicas e ambientais do local, essas eestruturas podem
p
se so
oltar e provo
ocar o entulhhamento e a deposição de materiais não degra dáveis (cord das de
náilon, por exempplo) nas praias do entornno.
7.5.2
2 Impacto
os sobre o meio bióttico
Os cultivo
os de macroalgas funcionnam como im
mportantes fontes para atração de fauna,
f
que u
utilizam os aggrupamentos como sítio s de reprodu
ução e desovva.
Em casoss de utilizaçã
ão associaçãoo a unidadess de cultivo de peixes, aas macroalga
as têm
se mostrado cap pazes de red duzir as conncentrações ambientais de amônia, fosfato e niitrato,
além de produzzir substânccias que sãoo capazes de inibir o crescimentto de patógenos
bacteerianos de peeixes (Jordan
n, 2007).
Porém, as
a algas são o também cconhecidas por excreta ar substânci as tóxicas, como
resulttado do proccesso de estresse a que ppodem ser submetidas, e também coomo parte natural
de seeu sistema de
d Durante a fase de colheita, qu uando as pla antas estão quebradas, e em
perío
odos de fortee estresse ambiental,
a taais como alttas temperatturas e reduução das taxxas de
7.5.3
3 Impacto
os antrópicos
O cultivo
o de algas pode substiituir o extraativismo, geerar renda e proporcio onar a
preseervação dos possíveis ba
ancos de algaas da região
o. Comunidad
des que utiliizavam a exttração
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Impacto
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
Implantação
Impactos visuais
In
nstalação das
eestruturas de cultivo
Criação de obstácculos em áreas marinhas
EEstruturas de cultivo
Descarte de estru
uturas e materiais
RRecuperação
Retorno às cond
dições anteriores à instalação da
aambiental
atividade
Atração de fauna
Implantação
Biótico
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 381
1
Tipo de Imp
pacto
Positivo Negativo
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Impacto
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
RRecuperação
Retorno às cond
dições anteriores à instalação da
aambiental
atividade
EEspaços físicos
Conflitos de uso
SSegurança Furtos
Mão‐de‐obra para instalação das unidades de
G
Geração de renda
Antrópico
cultivo
Limitação de uso de áreas marinhas
EEspaços físicos
Conflitos com outtros usuários
SSegurança Furtos
Aumento da rend
da
Aumento de posttos de emprego e autoemprego
Operação
G
Geração de renda Desenvolvimento o regional da cadeia p
produtiva
Melhoria das condições de vida
Novas alternativaas de ocupação/produução
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 382
2
Tipo de Imp
pacto
Positivo Negativo
Indefinido
Importância Magnitude Duração Impo
ortância Magnitudee Duração
Meio Fase Categoria Impacto
P M G 1 2 3 1 2 3 P M G 1 2 3 1 2 3
O
Oferta de alimentos Aumento da quan ntidade e da frequênccia na oferta
de alimentos
Manutenção do m modo de vida das poppulações
litorâneas
P
População Fixação regional d
da população
Valores históricoss e culturais
Ocupação
Pesca amadora
Pesca artesanal
SSetores produtivos Agricultura
Pecuária
Indústria
Urbanismo
Educação
Saúde
Infraestrutura
Comunicação e energia
Abastecimento dee água
Transporte e redee viária
Desativação
CCondições
Retorno às condiçções socieoeconômiccas anteriores
ssocioeconômicas
à instalação da attividade
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 383
3
A análise da Tabela 28 mostra um
m equilíbrio numérico
n enttre impactoss conceitualm
mente
positivos e negativos associaados ao culttivo de maccroalgas. No entanto, o bserva‐se que ao
mesmmo tempo em e que fora am identificcados 6 imp pactos positivos de graande importância,
nenhum impacto negativo de e grande impportância foi relatado.
Tipo
o de Meeio Imporrtância Magnitude Duração
Total
Impaactos afetaado P M G 1 2 3 1 2 3
Físicco 4 0 3 1 3 0 1 0 3 1
Biótico 7 6 0 1 6 0 1 0 6 1
Posittivos Antró
ópico 12 1 7 4 2 9 1 1 10 1
Sub‐TTotal 23 7 110 6 11 9 3 1 19 3
% 41,8 12,7 188,2 10,9 20,0 16,4
4 5,5 11,8 34,5 5,5
Físicco 10 6 4 0 6 4 0 2 6 2
Biótico 4 2 2 0 2 2 0 0 4 0
Negaativos Antró
ópico 7 2 5 0 2 5 0 0 6 0
Sub‐TTotal 21 10 111 0 10 11 0 2 16 2
% 38,2 18,2 200,0 0,0 18,2 20,0
0 0,0 33,6 29,1 3,6
Núm
mero 11
Indefiinidos
% 20,0
Tabella 29. Síntese numérica dos impactos pootencialmente e provocadoss algocultura eem diferentess fases
do processo proodutivo no lito
oral paranaen
nse.
Núme
ero de Impactos
Ettapas da Ativiidade
Total % Posittivos Negativvos Indefiniddos
Implantaçã
ão 11 20,0 4 7 0
Operação 39 70,9 17 11 11
Desativaçã
ão 5 9,1 2 3 0
TOTAL 55 100,0 23 21 11
% 41
1,8 38,2 20,0
Tabela 28
8), foi dividid
do pelo núm
mero máximo o de impacto os identificaddos (75) cau
usados
pela aatividade maais impactante (no caso, a pisciculturra marinha) e multiplicaddo por 100.
Corrobora‐se o que fo
oi descrito a nteriormentte de que a atividade
a meenos impacta ante é
a alggocultura. Poor outro lado, a atividadde que apre esenta o ma aior potenciaal para impactos,
tantoo positivos quanto negattivos, é a pisscicultura marinha. Outrra caracterísstica importaante é
que n nos cultivos de macroallgas predom mimam os impactos antró ópicos positiivos, enquan nto na
pisciccultura e ma malacocultu
ura os maior es impactos são negativo o, mas sobree o meio físicco.
A maior parte
p dos impactos tem eefeitos locais e o fator principal que determina o grau
de ccontaminaçãão de uma a instalaçãoo aquícola parte do próprio pplanejamento do
emprreendimentoo.
A própriaa realização dos estudoos para deffinição dos PLDM do PParaná é a maior
garan ntia de que grande
g e dos possíveeis impactoss ambientais identificadoos serão mitigados
parte
ou mmesmo evitad dos. Isso poorque a maioor parte dessses impacto os negativoss estão, direeta ou
indireetamente, relacionados à correta disposição da instalaçã ão em áreass que reúna am as
condições hidroggráficas adeq quadas. Isto é, áreas em que a dinâm mica ambienntal possibilite, ao
mesm mo tempo, a adequada proteção ass estruturas de cultivo e aos animaais cultivado os e a
diluiçção e a disppersão dos efluentes, dde modo a diminuir a magnitude dos seus efeitos e
ambientais e biótticos adverso os.
Posteriorrmente, aind
da em níveel ambiental e de saúd de pública, recomenda a‐se a
implaantação de programas consistentes
c s de monitoramento, qu ue certifiqueem as áreass e os
organ eficiados e q ue possibilitem a identificação imediiata de problemas
nismos cultivvados e bene
técnicos relacionados ao ma anejo para qque os mesm mos possa ser solucionaados antes de se
transsformarem em impactos ambientais.
água.
Occupação apenas das áreas indicadas noss PLDM, onde há cirrculação adequada de
d
Alteração
o dos padrões de erossão e sedimentação d
de partículas
água.
Utilização de insumos de
d qualidade.
Ad
doção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo
o.
Enriqueciimento orgânico da água
Occupação apenas dass áreas indicadas nos PLDM, onde há maior dispersão de
d
Problemas po
oluentes.
causados pela Occupação apenas dass áreas indicadas nos PLDM, onde há maior dispersão de
d
deposição de Ambientees anóxicos locais po
oluentes.
resíduos o orgânicos Ad
doção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo
o.
gerados d durante o Occupação apenas dass áreas indicadas nos PLDM, onde há maior dispersão de
d
processo de cultivo Acréscimo das taxas de sedimeentação po
oluentes.
(fezzes, Ad
doção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo
o.
pseudo ofezes, Occupação apenas dass áreas indicadas nos PLDM, onde há maior dispersão de
d
ração, cconchas) Acúmulo de matéria em suspeensão nas áreas cultivvadas po
oluentes.
Ad
doção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo
o.
Occupação apenas dass áreas indicadas nos PLDM, onde há maior dispersão de
d
Alteração
o na ciclagem de nutrrientes po
oluentes.
Ad
doção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo
o.
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 388
8
Meio Categgoria Caaráter M
Medidas Mitigató
órias Propostas
Occupação apenas dass áreas indicadas nos PLDM, onde há maior dispersão de d
Alteraçõees físico‐químicas do ssubstrato po
oluentes.
Addoção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo o.
Occupação apenas dass áreas indicadas nos PLDM, onde há maior dispersão de d
Alteração
o da topografia po
oluentes.
Addoção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo o.
Deestinação adequada aos resíduos sólidos geerados no processo produtivo.
p
Eliminaçãão de conchas Avvaliação da viabilidadee econômica de utilizzação das conchas coomo matéria‐prima em m
proocessos artesanais, in
ndustriais ou agrícolass
Descarte de Entulham
mento de terrenos Deestinação adequada aos resíduos sólidos geerados no processo produtivo.
p
estrutturas, Deestinação adequada aos resíduos sólidos geerados no processo produtivo.
p
subprod dutos e Deposição nas praias pela chuva Realização de campanhas de conscientizaçção para maricultore es sobre a destinaçãão
materiaiss (cabos, correta dos resíduos.
cordas, demais Deestinação adequada aos resíduos sólidos e efluentes gerados no o processo produtivo..
Atração de
d insetos
mateeriais) Uso de subprodutos e minimização
m de resíduuos gerados.
Utilização somente de produtos e materiais aprovados aos fins a que se destinam.
Liberaçãoo de produtos químico os utilizados como
Ma anutenção periódicaa de redes e estrutturas para minimizaar a dependência de d
antiincrusstantes em redes e ggaiolas
antiincrustantes.
Resíduos químicos
Utilização somente de produtos e materiais aprovados aos fins a que se destinam.
Antibióticcos, produtos terapéu
uticos e profiláticos Addoção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo o.
Utilização de formas joovens de procedência adequada.
Addoção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo o.
Quantidade de água doce utilizada
Reutilização de água.
Addoção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo o.
Man
nejo Geração de
d efluentes / aumen
nto turbidez
Uso de insumos de qualidade.
Addoção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo o.
Revolvimento do substrato
Insstalação correta das estruturas
e de cultivo.
Recupeeração Em
m caso de encerrameento do empreendim mento, cumprimento às normas legais qu ue
ambiental Retorno às
à condições anteriorres à instalação da atividade exigem a retirada de to oda e qualquer estru utura de cultivo do ambiente
a e destinaçãão
adequada aos materiaiss.
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 389
9
Meio Categgoria Caaráter M
Medidas Mitigató
órias Propostas
Occupação apenas das áreas
á indicadas nos PLDM, definidas com m base em estudos de d
minimização desse tipo de impacto.
Uso de equipamentos e mecanismos de afuggentamento de mamííferos.
Realização de programaas de educação ambiental para conscientiizar os maricultores da d
Impactos sobre mamíferos maarinhos locais e migraatórios
necessidade de protegeer os mamíferos marinhos, ainda que estes estejam nas áreas de d
cultivo e de que matá‐lo os é considerado crim
me ambiental.
Approfundamento de pesquisas de avalliação dos impacto os para subsidiar o
desenvolvimento de altternativas tecnológicaas.
Utilização de insumos ded qualidade.
Addoção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo o.
Riscos dee aumento da frequên
ncia blooms de algas tóxicas e Occupação apenas dass áreas indicadas nos PLDM, onde há maior dispersão de d
comprom metimento dos produttos aquícolas pooluentes.
Mo onitoramento regulaar das áreas de cultivo e dos organismos produzidos parra
ideentificação dos bloom
ms de algas tóxicas.
Occupação apenas das áreas indicadas nos PLLDM, onde há melhorres ambientais.
Mo onitoramento regular da qualidade sanitáária das áreas de cultivo e dos organismo os
Biótico
prooduzidos.
Sobre a Ideentificação e supressãão de fontes eventuais de poluição.
biodiversidade Perda da qualidade sanitária d
do ambiente Artticulação entre as diferentes
d esferas administrativas visanddo a manutenção da d
qualidade ambiental.
Invvestimento em sisteemas de tratamento o de esgotos doméssticos nos município os
lito
orâneos.
Deepuração dos molusco os cultivados antes daa sua comercialização
o.
Impacto de difícil mitigaação, embora o uso de
d boas práticas de manejo
m e a utilização de
d
Aumento
o da atividade microbiiana
inssumos adequados posssam ajudar nisso.
Applicação de boas práticas no processo de instalação e operaação das unidades de d
cultivo.
Escape e suas implicações parra as populações selvagens Applicação de boas práticas de manejo.
Addoção de normas de segurança e reforço das estruturas de cultivo.
Uso preferencial de esp pécies nativas.
Addoção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo o.
Sobre a macrofauna
m bentônicaa em função da alta sedimentação Uso de insumos de qualidade.
e do enriq
quecimento orgânico
o Occupação apenas das áreas indicadas noss PLDM, onde há cirrculação adequada de d
água.
Introduçãão/dispersão de doen
nças e parasitas Applicação de práticas dee quarentena.
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 390
0
Meio Categgoria Caaráter M
Medidas Mitigató
órias Propostas
Mo onitoramento continu uado da qualidade sanitária do plantel.
Uso de práticas profiláticas.
Applicação de boas práticas de manejo.
Uso preferencial de esp pécies nativas.
Criiação de um banco de d dados sobre as do oenças e distribuição do parasita em águaas
maarinhas para basear to omadas de decisões.
plicação estrita dos códigos internacion
Ap nais para deter a po ossível introdução de
d
patógenos e minimizar os riscos de dispersão o de doenças.
Sobre peiixes e aves predadoraas (presos nas estrutu
uras de Uso de estruturas e até a de equipamentos destinados a afu ugentar peixes e avees
cultivo) maarinhas.
Aumento o do esforço pesqueirro para captura de peeixes de Fomento aos estudos visando a substituição de componentes dass rações.
menor vaalor para fabricação de rações Applicação de boas práticas de manejo para reduzir as quantidades utilizadas de ração.
Formação de planteis de reprodutores e diminuição
d da depenndência de indivíduo
os
Captura de
d indivíduos selvagens como reprodutorees
selvagens.
Redução (através do consumo
o) da biomassa fitoplanctônica Noo caso de moluscos filtradores, não há commo mitigar esse impaccto.
Occupação apenas dass áreas indicadas nos PLDM, onde há maior dispersão de d
po
oluentes.
Consumo de
Geração de
d biodepósitos, comm consequente impactto sobre a Addoção de boas práticas de manejo durante o processo produtivo o.
plânccton e
composiçção e estrutura das poopulações bentônicass. Realização de monito oramento ambiental e de pesquisas sobre os padrões de d
eliminaação de
seddimentação, tipo e teextura do sedimento o de fundo, estruturaação das comunidadees
resíduos oorgânicos
bentônicas nas áreas dee cultivo.
(urina, fezes e
Occupação apenas das áreas indicadas noss PLDM, onde há cirrculação adequada de d
pseudoofezes)
Aumento o da produtividade priimária pelo aumento na taxa de água.
liberação e ciclagem de nutrientes Applicação de boas práticas de manejo.
Uso de insumos de qualidade.
Proodução de sementes de ostras em laboratório.
Danos às árvores onde se fixam
m as sementes de osttras (para
Uso de coletores artificiais de sementes.
extração de sementes)
Me elhoria das práticas de coleta de sementess no manguezal.
Proodução de sementes de ostras em laboratório.
Sobre oss bancos
Uso de coletores artificiais de sementes.
naturais de
Repicagem (desdobre) das cordas de cultivo o.
semeentes
Sobreexp
ploração e Supressão de bancos naturais de moluscos Deefinição de um processso de gestão particip
pativa dos bancos naturais.
Cumprimento aos reegulamentos que disciplinam a extrração de sementees,
esttabelecendo um perííodo de proibição e definindo
d procedimentos e cotas de coletta
de sementes do ambien nte natural.
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 391
1
Meio Categgoria Caaráter M
Medidas Mitigató
órias Propostas
Esttímulo a estudos sob bre a qualidade genéética dos estoques de e matrizes usadas noos
cultivos.
Proodução de sementes de mexilhões em laboratório.
Perturbaçção do ambiente das espécies dependentees do costão Uso de coletores artificiais de sementes.
Deefinição de um processso de gestão particip pativa dos bancos naturais.
Recupeeração Em
m caso de encerrameento do empreendim mento, cumprimento às normas legais qu ue
ambiental Retorno às
à condições anteriorres à instalação da atividade exigem a retirada de to oda e qualquer estru utura de cultivo do ambiente
a e destinaçãão
adequada aos materiaiss.
Occupação apenas dass áreas indicadas nos n PLDM, pré‐definidas como as mais
apropriadas e menos co onflituosas.
Esttimular a incorporaçãão da ordenação da maricultura na lógicaa dos planos diretorees
mu unicipais.
Reespeito aos demais ussuários das áreas marrinhas.
o e conflitos de uso em
Limitação m áreas marinhas Priiorização de uso dos parques
p aquícolas pelas comunidades litorrâneas.
Fomento a uma mentalidade e gerenciam mento associativista dos
d empreendimento os
aquícolas, para aumenttar sua representatividade e a consolidação o da maricultura.
Espaçoss físicos Geerenciamento integrado e participativo dass áreas litorâneas.
No ormatização de ativid dades pesqueiras e aquícolas
a para atender as necessidades dad
sociedade.
Occupação apenas dass áreas indicadas nos n PLDM, pré‐definidas como as mais
Antrópico
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 392
2
Meio Categgoria Caaráter M
Medidas Mitigató
órias Propostas
Intteração entre a mariccultura e outras atividades produtivas correlatas, notadamentte
Conflitos entre a maricultura e outros setores produtivos (pesca
com o turismo e a pescaa esportiva.
Setores produtivos artesanal, profissional e esporrtiva).
Deemarcação dos parquees aquícolas.
Fisscalização quanto ao cumprimento
c
Fomento a uma mentalidade e gerenciam mento associativista dos
d empreendimento os
aquícolas.
Treeinamento e capacitaação técnica da mão‐d de‐obra.
Fomento à extensão aq quícola.
Melhoria das condições econômicas e aumento da
inccentivo a projetos de produção de equip pamentos e embarcações que facilitem o a
dade de sucesso dos m
possibilid maricultores.
me ecanização das atividaades manejo.
Condições
Inccentivo à formalizaçãoo do comércio de pro
odutos e das relações de trabalho.
onômicas
socioeco
Inccentivo a realização de
d estudos continuado os voltados ao aprimo
oramento das técnicaas
de produção.
Treeinamento e capacitaação técnica da mão‐de‐obra para, em caaso de necessidade de d
encerramento do empreendimento, as peessoas envolvidas te erem condições de se
s
Retorno àsà condições socioecconômicas anterioress à instalação
reiinserirem no mercado o de trabalho.
da atividaade
Fomento a uma mentalidade e gerenciam mento associativista dos
d empreendimento os
aquícolas.
AVA
VALIAÇÃO DOS POTEN
NCIAIS IMPACTOS AM
MBIENTAIS E SOCIOE
ECONÔMICOS DA MA
ARICULTURA 393
3
8 QUALIDA
ADE HIG
GIÊNICO‐‐SANITÁ
ÁRIA DE
MOLUSC
COS BIVA
ALVES
A possibilidade de tra
ansmissão dde doenças alimentares
a através da inngestão de ostras
ocorrre, especialmmente, em virtude
v de sseu mecanismo de obtenção de alim mentos. Filtrando
cercaa de 2 a 5 litros
l de água/hora, as ostras assim milam além do alimentto, contamin nantes
bióticcos e abióticos presentes no ambiiente (Nunes & Parsonss, 1998; Ledderle, 1991). Esta
caraccterística, so
omada ao coonsumo de oostras cruass ou levemente cozidas,, contribui para
p o
surgimmento de no ovos casos de
e doenças allimentares (M
Mendes & Mendes,
M 20044).
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 394
8.1 S
SURTOS E PROBLE
EMAS SAN
NITÁRIOS
S RELACIO
ONADOS A
AO CONSU
UMO
DE O
OSTRAS
As ostrass, assim com
mo o pescaddo em geral,, costumam ter um tem mpo de pratteleira
curto
o e variável, em função ded suas caraacterísticas in
ntrínsecas (C
Cordeiro et aal., 2007), co
omo a
alta aatividade dee água, o pH
p neutro e pelo fato de frequenttemente abrrigarem bacctérias
otróficas ‐ com habilidade em cresce r sob baixas temperaturras. Somado a isto, há aiinda a
psico
preseença de enzimas autolíticas, responssáveis pelo rápido
r apareecimento de odores e sa abores
desaggradáveis aoo produto (Co
odex Alimenttarius, 2004)).
O princip
pal grupo dee organismoos utilizado como
c indicador de conttaminação são s as
bactéérias, e denntre elas deestaca‐se a E. coli e a Salmonella a sp., comoo indicadora as de
contaaminação do o ambiente de cultivo ((Feldhusen, 2000) e o S. S aureus, coomo indicad dor de
contaaminação pó ós‐manipulação humanaa (Barreto, 2000; Kusumaningrum et al., 200 03). O
habittat natural da
d E. coli é o intestino ddo homem e dos anima ais de endottérmicos ("sa angue
quente"), sendo eliminada em e grande qquantidade nas fezes (T Tortora, 20005). Por não fazer
partee da microbio ado marinho,, a presença de E. coli está associadaa principalme
ota do pesca ente à
contaaminação fecal da água do local da captura/culltivo (Barrroso et al., 20006), podend do ser
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 395
considerada a ind
dicadora maiis específica de contaminnação fecal recente e da possível pre
esença
de microorganismmos patogênicos entéricoos (Brasil, 20
001).
As variações de inten
nsidade de ccontaminaçãão por E. coli comumentte observada as nas
ostras de cultivo o indicam o nível de ccontaminação do mome ento da coleeta e podem m ser
influeenciadas porr vários efeittos ambienttais como marés,
m ventoss, chuvas, poosicionamennto do
cultivvo e até o po
osicionamentto dos indivídduos dentro das lanterna
as (Younger eet al., 2003).
S. aureuss é um pató ógeno huma no responsáável por mu uitas doençaas, que varia am de
infecçções cutâneaas superficia
ais a doençass sistêmicas letais (Brookks et al., 20000). Este pató
ógeno
habitta frequentemente as ab o cabelos, a partir das quuais contamina as
berturas nasaais, boca e os
mãoss e as superrfícies de co ontato (Tortoora, 2005). Bactérias do o gênero Sttaphylococcu us são
capazzes de cresccer em meio o salino, coom até 20% de cloreto de sódio (V Vieira, 2004). São
consideradas ressistentes ao estresse am mbiental, faator que aumenta sua patogenicida ade e
possibilita sua sobrevivência em alimentoos de origem m marinha, co omo é o casoo das ostras. A sua
preseença em graande númerro costuma indicar prátticas ineficie entes de proodução e higiene
(Beirãão, 2000b).
Na tentattiva de aprim
morar o reg istro das infformações re
eferentes àss DTAs, a Am
mérica
Latinaa e o Carib
be criaram em e 1993, attravés do In nstituto Panamericano dde Proteccióón de
Alimeentos (INPPPAZ, 1991), o Sistema Regional de Informações para a Vigilância a das
Enferrmidades Trransmitidas por Alimenttos (Sirveta, 2002). O Sistema é responsávell pelo
monitoramento e classificação dos surtoss ocorridos nos
n países participantes.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 396
os paaíses do bloco. Dos 1.232
2 relatos envvolvendo pesscado o Brasil participa aapenas com 0,81%
0
dos ccasos. Mas, é possível crreditar essess números à falta de infformações siistematizada
as que
proprriamente na prevalência do problem a.
Nos Estaddos Unidos, após um suurto de febre nsmitido porr ostras em 1925,
e tifóide tran
rapidamente se estabeleceu
e o Programa Nacional de e Sanitização de Moluscoos (NSSP, 200 05). O
progrrama ficou responsável
r por estabel ecer limites e parâmetrros para a áágua nas áre eas de
produução. Molusscos não pod deriam ser aadquiridos de locais com m água conteendo níveis muito
altos de poluição fecal (NSSP,, 2005). Esta regulamentação surgiu pela percepçção de que muitas
m
bactéérias e vírus patogênicoss estavam reelacionados à descarga de d esgotos e poderiam causar
c
surto
os de doençaas transmitid das por moluuscos (Pereirra, 2003). O NSSP formuulou um Guia a para
Contrrole de Molu uscos Bivalve
es que funcioona até hoje..
A União Européia, po or sua vez, ddetermina quando a pro odução de m moluscos pod de ser
dirigida diretameente para os mercados coonsumidoress ou, contrarriamente, quuando deve passar
p
por uum processo de depuraçção ou descaanso antes da d comercialiização. A leggislação estip
pula o
contrrole de todaa a cadeia prrodutiva de ostras, estabelecendo liimites e me didas de controle
para a área de cuultivo, tipo de
e molusco, hhigiene do lo
ocal e dos ma
anipuladoress do molusco o após
sua retirada da água, carros de transportte, embalage em e formass de disposiçção do produ uto ao
consuumidor finall. Prioriza ainda a pesqquisa da pre esença de coliformes feecais e de E. E coli
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 397
diretaamente na carne e no líquido inteervalvar dos moluscos através
a do CConselho Diretivo
91/4992/EEC (Com
munidade Européia, 19911).
O Brasil estuda
e mente a impplantação de um modelo de monitoraamento e controle
atualm
integralmente baseado no modelo am mericano. Mas, enqua anto isso nnão acontecce, os
umentos legaais de segura
instru ança alimenttar são relatiivamente esccassos e pouuco confiáveiis.
Tabela 31. Re
equisitos micrrobiológicos ppara moluscos vivos destinnados ao conssumo humano
o
estiipulados por ddiferentes órggãos regulado
ores.
Análise microbiológica ‐
A
País/Regiião Referênccia
Molusco vivoo
E. coli
Salmonella sp p.3 Mundo ICMSF, 1986
V. parahaemo olitycus4
Salmonella sp p.
E. coli enterottoxigênica
V. cholera Estados Unidos US FDA
A/CFSAN NSSP, 22003
V. parahaemo olitycus
S. aureus
Salmonella sp p.
E. coli péia1
União Europ Comunidade Européiaa, 1991
Coliformes feccais
Salmonella sp p.
Brasil 2 2
Brasil, 2001
S. aureus
1
Algu
uns países da União
U Européria exigem annálises de Colifformes fecais e Estreptococccus fecais.
2
Limittes destinado
os a moluscos bivalves in naatura, resfriad
dos ou congela
ados, não connsumidos cru.
3
Em ccasos de suspeita de contam
minação.
4
Em ccaso de molusscos de áreas endêmicas ouu regiões quentes.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 398
Progrrama deverãão ser realizados levantaamentos sannitários da orla,
o classificcando as áre
eas de
extração e produção de molu uscos de acoordo com seuu grau de contaminação e manutençção de
um programa de monitorame ento regular da qualidade da água neessas áreas.
Silva et al. (2003) pessquisando C. rhizophoraee em um ban nco natural nno Estuário do
d Rio
Cocó,, Ceará, encontraram va alores de CT no músculo o e líquido in
ntervalvar vaariando de menos
m
de 1,8 até mais de
d 1.600 NM MP/grama. Em m relação à CTM os resu ultados variaaram entre menos
m
de 1,,8 a 920 NM MP/grama. OsO autores coonsideraram m que os maiores níveis de contaminação
foram
m causados porp despejoss de esgotos domésticos naqueles corpos d’água..
Nos estuáários como o de Cananééia (SP), por exemplo, noo período dee junho de 1998
1 a
março de 1999 fo oram analisadas as bactéérias e sua de
epuração nas águas estuuarinas. O Nú
úmero
mais Provável (N NMP) foi qu uantificado: 60% das amostras
a de água contiinham colifo ormes
termo otolerantes variando de <1 a >200 U UFC/100 mLL. Este estudo contribuiuu na definiçãão dos
níveiss de perigo microbiano
m no
n ambiente aquático e nas n ostras (M
Machado, et aal., 2001).
8.1.1
1 Qualida
ade higiên
nico‐sanitáária de ostras
o e das
d águass na Baía
a de
Guaratu
uba
Trabalhoss recentes foram
f desennvolvidos pe elo GIA (Farias, 2008; Franceschi ete al.,
2009), tendo com mo foco a baía
b de Guaaratuba. As ostras extraaídas de banncos naturais são
utilizaadas tanto como
c semen ntes para cuultivos, quan
nto para vennda direta aaos consumiidores
finaiss. Os bivalvees adquirido
os em feirass livres e me ercados, em
m sua maior ia são de origem
o
extrativista e não o são amparrados por mmecanismos legais,
l já que não existee como rastrrear a
origem desses mo oluscos.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 399
A práticaa de extração de osttras dos baancos naturrais, somad a aos risco os de
toxinfecções, evidencia a ne
ecessidade dde avaliação microbiológ gica da carnne desse mo olusco
bivalvve e, consequentemente
e, do nível dee contaminaçção apresenttado pelos bbancos naturais.
Francesch
hi et al. (20
009) desenvoolveuram um m estudo co om a finalidaade de avaliar os
níveiss temporaiss e espacia ais de conttaminação por coliform mes totais (CT), colifo ormes
termo otolerantes (CTM), Staphhylococcus ccoagulase po
ositiva e Salm
monella sp. nna carne de ostras
coletadas em ban ncos naturaiss da baía de Guaratuba.
Observou
u‐se uma graadativa reduçção nos níve eis de CT e CTM após a aalta tempora ada de
verãoo, que se estendeu enttre 20/12/005 e 20/02/0 06, período que coincidde com as férias
escolares. Dadoss da Prefeitura de Guarattuba (2007) mostram que, entre 01 dde janeiro e 31 de
março de 2007,, a populaçção flutuantte do município ultrap passou as 6650.000 pessoas,
signifficando um aumento
a de cerca de 2.0000% em relação à popu ulação fixa ddo município
o. Este
aumeento populaccional, por su
ua vez, tendee a refletir em uma piora a das condiçõões ambienttais da
Baía de Guaratu uba, princip
palmente em m função das d deficiên ncias de sanneamento básico
b
existeentes na reggião. A SANE
EPAR (Comppanhia de Saaneamento do d Paraná) ((2008) identtificou
que eem 2007 ap penas 46% do sistema dde manilham mento de esg goto da cidaade de Guarratuba
estavva efetivamente implantaado.
Com o retorno
r da população fflutuante ao os seus loca
ais de origeem, o volum
me de
polueentes é natu
uralmente reeduzido, prinncipalmente o esgoto dooméstico lannçados nas águas.
á
Este fato, possiveelmente, explique a meelhoria das condições
c sa
anitárias do ambiente natural
onde estão locaalizados os bancos nat urais de osstras, promo ovendo a reedução da carga
micro
obiológica deetectadas ne
estes moluscoos bivalves.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 400
Por outro
o lado, consttatou‐se quee as ostras podem
p passa
ar por um ráápido processso de
depuração naturaal. O período de uma seemana em água limpa é suficiente ppara que os níveis
dos ccontaminanttes analisado os fossem ssignificativam
mente reduzzidos. Além disso, o grau de
contaaminação daas ostras está diretam mente relacio onado com a proximiddade dos ce entros
urbannos. Nas anáálises realiza
adas, o maioor foco de coontaminação
o foi registraado na Marina do
Sol, p
ponto de coleeta mais próximo da áreaa urbana de Guaratuba.
8.1.2
2 Qualida
ade higiênnico‐sanitáária de ostras e das
d águas no Comp
plexo
Estuarino de Para
anaguá
O compleexo estuarino de Paranaaguá (25°16’334’’S; 48°17’’42’’W) é o m
maior estuário do
Paranná, extendendo‐se por aproximadaamente 50 km (Kolm et al., 20022). Localizad do no
extreemo norte do litoral do Paraná, commpreende cin nco setores: Baía dos Piinheiros, Baíía das
Larannjeiras, Baía de Guaraquueçaba, Baíaa de Antoninna e Baía de e Paranaguáá (Bigarella et al.,
1978). O estuárioo comunica‐sse com o oceeano atravéss dos canais Norte (entree as ilhas do Mel e
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 401
das P
Peças) com 2 km de largu
ura e o da G alheta (entre
e Pontal do Sul e a Ilha ddo Mel) com
m 3 km
de larrgura.
Figu
ura 147 ‐ Mappa do Complexxo Estuarinodde Paranaguá com a localizzação dos ponntos amostrais: 1 ‐
Ilha de Pinheiros; 2 ‐ Puruquara;
P 3 ‐ Ilha Rasa; 4 ‐ Ilha das Cob
bras; 5 ‐ Rio daas Ostras.
Fonte: KKolm & Abshe
er (2008)
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 402
Com relaação às ostraas adquiridaas no mercaddo de Parannaguá, Kolm & Absher (2008)
(
citam
m que os maiores
m valores de cooliformes tootais foram registradoss em abril//97 e
dezemmbro/97 e ded E. coli em
m dezembro//97, ambas dod comercian nte 2. Os ressultados mo
ostram
que, tanto as osttras coletada
as no ambieente, quantoo às do Merccado Municiipal de Paranaguá
não p
poderiam ser consumida as cruas sem
m prévia depuuração e que
e havia a neccessidade de
e uma
reformulação urrgente da le egislação, inncluindo a análise de E. coli nass ostras a serem
s
comeercializadas.
Assim com
mo E. coli, Sa
almonella spp. é capaz de
e sobreviver e se multipliccar em ambientes
estuaarinos (Rhoddes & Katorr, 1988), eleevando os riscos de co ontaminaçãoo das ostras. Em
levan
ntamento reealizado pela Secretariaa de Saúde de Paranaguá (2003),, identificou u‐se a
preseença de Salm
monella sp. eme amostrass de ostras comercializad
c das no Merccado Municip pal de
Parannaguá‐PR.
Metais: Cromo
C (Cr), Cobre
C (Cu), Z inco (Zn), Cáádmio (Cd), Mercúrio
M (Hgg) e Chumbo (Pb).
Físico‐Químicos23: tem
mperatura ddo ar e da ággua, salinida
ade, OD (Oxiigênio Dissollvido),
saturração de oxiggênio, pH, N‐nitrogênio
N amoniacal, N‐nitrito, N‐‐nitrato, P‐foosfato total, sílica,
óleoss e graxas.
23
As análises dos parâmmetros físico‐ químicos e metais
m na água a, metais em ssedimentos e carne
de moolusco (ostrass) e microbioló
ógicos na águaa foram realizzadas pelos laboratórios doo IAP.
24
As análises microbioológicas da caarne das ostras foram realizadas peloo LACEM e TECPAR
(19900). O TECPAR também realizou no mês de junho de 1999 as análises físico‐quíímicas e meta ais em
amosttras de água e sedimentos..
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 403
Tabella 32. Relação
o de estaçõess de amostraggem utilizadas pela SEMA (1998)
( no diaggnóstico amb
biental
do liitoral paranae
ense.
Estação de amostragem
m N
Nome da Esta
ação Baaía
01 ‐ Baía de G
Guaratuba
02 ‐ Baía de G
Guaratuba
03 ‐ Baía de G
Guaratuba
04 ‐ Baía de G
Guaratuba
05 ‐ Baía de G
Guaratuba
06 ‐ Baía de G
Guaratuba
07 ‐ Baía de G
Guaratuba
08 ‐ Baía de G
Guaratuba
09 ‐ Baía de G
Guaratuba
10 ‐ Baía de G
Guaratuba
11 ‐ Baía de G
Guaratuba
12 ‐ Baía de G
Guaratuba
13 ‐ Baía de G
Guaratuba
14 ‐ Baía de G
Guaratuba
15 ‐ Baía de G
Guaratuba
16 ‐ Baía de G
Guaratuba
17 ‐ Baía de G
Guaratuba
18 Vila das Peçaas Baía das Laranjeiras
19 Barbados Baía doss Pinheiros
20 Canudal Baía doss Pinheiros
21 Vila Fátima Baía doss Pinheiros
22 Ceboi Baía doss Pinheiros
23 Puruquara Baía doss Pinheiros
24 Tibicanga Baía doss Pinheiros
25 Bertioga Baía doss Pinheiros
26 Guapicu Baía das Laranjeiras
27 Costão Baía de Guuaraqueçaba
28 Medeiros Baía das Laranjeiras
29 Ilha do Mel Baía de PParanaguá
30 Maciel Baía de PParanaguá
31 Europinha Baía de PParanaguá
32 Naca Baía de PParanaguá
33 Rolim Baía de AAntonina
34 Itauçú Baía de AAntonina
35 Redonda Baía de AAntonina
36 Teixeira Baía de PParanaguá
37 Furado Baía de PParanaguá
38 Ponta Grossaa Baía de AAntonina
39 Guaramirangga Baía de AAntonina
40 Guararema Baía de PParanaguá
41 Gereres Baía de PParanaguá
42 Lamim Baía de PParanaguá
43 Ponta do Pastto Baía de PParanaguá
8.1.2.1 Análises
A físiico‐químicaas
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 404
8.1.2.2 Análises
A de metais
TTabela 33. Co
oncentraçõess de Metais naa carne de osttras provenientes do litoraal paranaese*
*.
8.1.2.3 Parâmetros
P s Microbiollógicos
Segundo SEMA (199 98) o cresceente interesse comercia al pela criaçção de molu uscos,
especcialmente peelas ostras, tem
t motivaddo os governnos, instituições de pesqquisa e a inicciativa
privada a estabelecerem programas e projetos de d fomento, com pesqquisas e cré éditos
bancáários para o desenvolvimmento e apoi o à sua prod
dução e come ercialização.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 405
estaçções de amo ostragem. Apesar
A de nnão apresenttar níveis elevados de concentraçãão de
colifo
ormes fecaiss, semelhan
nte a outra s baías do litoral brassileiro, é p reciso uma ação
saneaadora. Tantto por nece essidade ammbiental, qu uanto uma exigência sanitária para a
d ostras criadas no enttorno destas comunidade
comeercialização das es (SEMA, 19998).
Segundo SEMA (1998 8) a contami nação micro obiológica daas águas refleetiu, em parrte, na
qualiddade sanitáária das ostras. Análisees microbioló ógicas da carne
c de osstras oriundas de
o não revela ram violaçõe
amosstragens reallizadas pelo IAP em 19988/99 nos locaais de criação es dos
níveiss sanitários estabelecido
os pela legi slação. Entrretanto, as amostragens
a s realizadas pelos
técnicos da 1ª Regional
R de Saúde
S de Paaranaguá no o mercado ded público dde Paranaguá, em
2002//2003, revellaram que 39 9% das amoostragens vio olaram o níveel de contamminação perm mitida
pela legislação. Destas,
D pató
ógenos contaaminaram 18% 1 dos lote
es analisadoos: Salmonellla sp.
preseente em 7,1% % e Staphylococus coagu lase positivaa em 10.7% das
d amostrass analisadas.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 406
8.2 A
ALGAS TÓ
ÓXICAS
As micro oalgas dese empenham um importtante papel ecológicoo atuando como
produ utores prim
mários nos ecossistema
e s aquáticos. Entretantoo, algumas espécies podemp
cresccer intensivaamente e fo ormar floraçções com effeitos deletéérios. No ammbiente marinho,
floraçções de miccroalgas noccivas podem m causar a morte de organismos
o por depleçã ão de
oxigêênio, danos físicos
f ou libe
eração de suubstâncias tó
óxicas. Podem
m, ainda, preejudicar o ho
omem
por causarem prejuízos
p econômicos ààs atividades da pesca, aquiculturra e turism mo ou
probllemas de saú úde pela conntaminação de alimento os com suas toxinas, as fficotoxinas (Mafra
Junio
or, 2005).
Uma espécie é considerada noci va ao home em se sua occorrência esttiver associa ada às
interfferências neegativas, diiretas ou i ndiretas, emm atividadees como naavegação, pesca, p
mariccultura e recreação, assim
m como na qqualidade daa água e saúd
de pública (S ilva, 2006).
As microoalgas nocivaas de ambieentes marin nhos podem causar dannos distintoss, tais
como o: florações de espéciess que causaam decréscimo na qualidade da ággua; depleçã ão de
oxigêênio decorrente da decomposição daa matéria orrgânica morta gerada noo final da floração,
após seu eventu ual colapso; mortalidadee de organismos aquáticos atravéss da liberaçã ão de
substtâncias tóxiccas na água; organismoss que produ uzem toxinass que podem m causar dano ao
Homeem ou outro os organismo os via acumuulação na cad deia trófica; por ingestãoo de frutos do mar
contaaminados (H Hallegraeff, 2003);
2 e, esppécies nocivvas a outros organismoss marinhos, como
moluscos e peixes, principalmmente em cu ltivos intenssivos, devido a danos no sistema bran nquial
por aação física ou
o derivada de metabóólitos. Além disso, as flo orações de aalgas nociva as são
capazzes de exerccer expressivvos impactoss econômico os, principalm
mente sobree as atividad des da
pescaa, aquicultura e turismo (Mafra
( Junioor, 2005).
Existe um
ma grande variedade
v dee microalgass que podemm produzir eefeitos tóxiccos. A
Interggovernmental Panel on Harmful Alggal Blooms (IOC),
( em 19997 criou um m uma equipe de
trabaalho sobre taaxonomia de e algas, com
m o objetivo de listar as espécies noocivas, incluindo a
citaçãão dos autorres, data da publicação e listagem de
e sinônimos. Esta iniciatiiva buscou re
eduzir
probllemas de ideentificação em estudos ddas espécies de interessee. Atualmentte a relação conta
com mais de 100 espécies descritas, senddo estas:
omáceas:
Diato
Amph hora coffeaefeformis (C.A. Agardh) Kuttzing 1844
Nitzscchia navis‐va
aringica Lunddholm et Mooestrup 2000 0
Pseuddo‐nitzschia australis Fre
enguelli 19399
Pseuddo‐nitzschia calliantha Luundholm, Mooestrup & Hasle 2003
Pseuddo‐nitzschia cuspidata (H Hasle) Hasle emend. Lun ndholm, Moe
estrup & Hassle emend 20
003
Pseuddo‐nitzschia delicatissimaa (P.T. Cleve ) Heiden 19228
Pseuddo‐nitzschia fraudulenta
f (P.T. Cleve) Hasle 1993
Pseuddo‐nitzschia galaxiae Lunndholm et M Moestrup 200 02
Pseuddo‐nitzschia multiseries (Hasle)
( Haslee 1995
Pseuddo‐nitzschia multistriata (Takano) Ta kano 1995
Pseuddo‐nitzschia pungens (Grrunow ex P.TT. Cleve) Hasle 1993
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 407
Pseud
do‐nitzschia seriata (P.T. Cleve) H. Peeragallo 1897
7‐1908
Pseud
do‐nitzschia turgidula (Hustedt) Hasl e 1993
Dinofflagelados:
Order Dinophysiaales
Dinop
physis acumiinata Claparè ède et Lachmmann 1859
Dinop
physis acuta Ehrenberg 18411
Dinop
physis cauda ata Saville‐Ke
ent 1881
Dinop
physis fortii Pavillard
P 192
23
Dinop
physis miles Cleve 1900
Dinop
physis mitra (Schutt) Abé é vel Balech 11967
Dinop
physis norveg gica Claparède et Lachmmann 1859
Dinop
physis rapa (Stein)
( Balech 1967
Dinop
physis rotund data Claparèède et Lachm mann 1859
Dinop
physis saccullus Stein 18883
Dinop
physis tripos Gourret 188 83
Order Gonyaulacales
Alexaandrium acattenella (Whe edon et Kofooid ) Balech 1985
1
Alexaandrium andersonii Balecch 1990
Alexaandrium baleechii (Steidinger) Balech 11985
Alexaandrium cateenella (Whed don et Kofoidd) Balech 198 85
Alexaandrium fund dyense Balecch 1985
Alexaandrium hira anoi Kita et Fukuyo 1988
Alexaandrium minutum Halim 1960
Alexaandrium mon nilatum (How well) Balech 11985
Alexaandrium osteenfeldii (Paulsen) Balech et Tangen 19 985
Alexaandrium tam marense (Lebo our) Balech 11985
Alexaandrium tam miyavanichii Balech
B 1994
Coolia monotis Meunier
M 1919
9
Gamb bierdiscus auustrales Fausst et Chinain 1999
Gamb bierdiscus paacificus Chinaain et Faust 1999
Gamb bierdiscus poolynesiensis Chinain
C et Faaust 1999
Gamb bierdiscus tooxicus Adachi et Fukuyo 11979
Gamb bierdiscus yaasumotoi Holmes 1998
Ostreeopsis lenticu
ularis Fukuyoo 1981
Ostreeopsis masca arenensis Quod 1994
Ostreeopsis ovata Fukuyo 1981 1
Ostreeopsis siamen nsis J. Schmidt 1901
Proto
oceratium reticulatum (C Claparède et Lachmann) Butschli 188
85
Pyroddinium baham mense Plate 1906 var. coompressum (Böhm) Steiddinger, Testeer et Taylor 1980
1
Order Peridiniales
Azadiinium spinossum Elbrächtter et Tillmannn 2009
ularisquama Horiguchi 19995
Heterrocapsa circu
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 408
Pfiestteria piscicid
da Steidinger et Burkholdder 1996
Pfiestteria shumw wayae Glasgow et Burkhoolder 2001
Proto
operidinium crassipes
c (Ko
ofoid) Balechh 1974
Order Prorocentrrales
Proro
ocentrum araabianum Mo orton et Fausst 2002 2002
Proro
ocentrum areenarium Faust 1994
Proro
ocentrum bellizeanum Fauust 1993
Proro
ocentrum borrbonicum Teen‐Hage, Turqquet, Quod, Puiseux‐Daoo et Couté 20000
Proro Woloszynska) Dodge 1975
ocentrum casssubicum (W 5
Proro
ocentrum conncavum Fukuuyo 1981
Proro
ocentrum emmarginatum Fukuyo
F 19811
Proro
ocentrum fauustiae Morto
on 1998
Proro
ocentrum hofffmannianumm Faust 19900
Proro ma (Ehrenberg) Stein 18788
ocentrum lim
Proro
ocentrum maaculosum Fau ust 1993
Proro
ocentrum min nimum (Paviillard) Schilleer 1931
Proro
ocentrum rhaathymum Loeblich III, Sheerley et Schm
midt 1979
Order Gymnodiniiales
Amph hidinium carrterae Hulburrt 1957
Amph hidinium opeerculatum Claparède et LLachmann 18 859
Amph hidinium opeerculatum va ar. gibbosumm Maranda ett Shimizu 199 96
Cochllodinium pollykrikoides Margalef
M 196 1
Gymn nodinium cattenatum Gra aham 1943
Gyroddinium corsiccum Paulmie er, Berland, B
Billard et Nezzan 1995
Karennia bicuneifoormis Botes, Sym et Pitchher 2003
Karennia brevis (Daavis) G. Hanssen et Moesttrup 2000
Karennia brevisulcata (Chang) G. Hansen e t Moestrup 2000
Karennia concordia a Chang et Ryan
R 2004
Karennia cristata Botes,
B Sym et Pitcher 20003
Karennia digitata Yang,
Y Takayaama, Matsuooka & Hodgkiss 2000
Karennia mikimoto oi (Miyake ett Kominami eex Oda) G. Hansen et Mo oestrup 20000
Karennia papilionaacea Haywoo od et Steidingger 2004
Karennia selliformiis Haywood, Steidinger & MacKenzie e 2004
Karennia umbella ded Salas, Bolch et Halleg raeff 2004
Karlo
odinium armiiger Bergholttz, Daugbjergg & Moestru up 2005
Karlo
odinium veneeficum (Ballantine) J. Larssen 2000
Takayyama cladocchroma (J. La arsen) de Sal as, Bolch et Hallegraeff 2003
2
Haptoophytes:
Chryssochromulinaa leadbeaterri Estep, Daviis, Hargravess et Sieburth 1984
Chryssochromulinaa polylepis Manton
M et Paarke 1962
Phaeocystis globoosa Scherffel 1899
Phaeocystis poucchetii (M.P. Hariot)
H G. Laggerheim 1893
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 409
Prym
mnesium calathiferum Cha ang et Ryan 1985
Prym
mnesium faveeolatum Fresnel 2001
Prym
mnesium parvvum N. Carteer 1937
Prym
mnesium pateelliferum Gre
een, Hibberd et Pienaar 1982
1
Prym
mnesium zebrrinum Billard 1983
Raphhidophyceans:
Chatttonella antiq
qua (Hada) Ono
O 1980
Chatttonella globo
osa Y. Hara et
e Chihara 19994
Chatttonella marinna (Subrahmmanyan) Haraa et Chihara 1982
Chatttonella subsa
alsa Biechele
er 1936
Chatttonella verru ara et Chihar a 1994
uculosa Y. Ha
Fibrocapsa japonica Toriumi ete Takano 19973
Heterrosigma akasshiwo (Hada a) Hada ex Haara et Chiharra 1987
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 410
8.3 F
FLORAÇÕ
ÕES DE ALGAS NOCIIVAS
Como coonsequência dos impa ctos antróp picos nos ecossistemas
e s aquáticos,, tem
ocorrrido um aceelerado proccesso de euutrofização. Este processo causa o enriquecim mento
artificcial dos eccossistemas pelo aumeento das concentraçõe
c es de nutrrientes na água,
principalmente co ompostos nitrogenados e fosfatadoss, que resulta a num aume nto dos proccessos
naturrais de proddução biológgica (Figura 148). A euttrofização artificial prodduz mudançças na
qualid dade da águua incluindo
o a redução de oxigênio o dissolvido,, da biodiveersidade aqu
uática,
perdaa das qualidaades cênicass, morte exteensiva de peixes e aumento da incidêência de florrações
de microalgas e cianobactéria
c as.
São três as principa ais origens dos nutrien ntes que ferrtilizam a á gua: escoam mento
superrficial e erossão em áreaas de agricu ltura fertilizada; erosão devido ao ddesmatamen nto; e
lançaamento de essgoto sem trratamento. AAssim, para reduzir
r a carg
ga de nutrienntes que che
ega ao
mar o ou baia, faz‐se necessário o ordenam
mento territo o solo na ba cia hidrográfica, a
orial e uso do
adoçãão de boas práticas na agricultura, mariculturaa (cultivos orgânicos, coontrole de errosão,
sistemma de irrigaação aproprriado, entre outros) e indústrias
i adjacentes, a minimizaçã ão de
liberaação de esgootos domésticos e indust riais e seu trratamento ad dequado.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 411
O conjunto de condiçções favorávveis faz com que as células se dividamm velozmente, de
formaa exponencial e em pou uco tempo ssomem milhares por litro. Com o crrescimento, existe
uma grande fartuura de alimennto para ser incorporadoo ao longo daa cadeia tróffica e a água toma
a cor dos organismos microsccópicos que nela estão eme abundânccia. Embora ttodas as florrações
nocivvas sejam co
onhecidas po opularmentee como "marrés vermelha as", devido à coloração que a
água assume com a presen nça de elevaada concenttração de microalgas,
m aalgumas florrações
podem adquirir uma colora ação marrom m, amarelad da, esverdea ada ou aindda não caussarem
descooloração perrceptíveis na
a água (Bushhaw‐newton n e Sellner, 1999).
1 A colloração prod duzida
depende da com mposição e concentraçãoo de pigmen ntos na alga que forma a floração (Mafra
or, 2005). As cianofíceas, por exempllo, geralmen
Junio nte formam florações
f qu e são vistas como
espum mas verdes flutuantes
f (A
Azevedo e Caarmouze, 199 94).
Nas últim
mas décadas tem‐se obseervado um aumento na incidência
i dee eventos no
ocivos
causaados por algaas. O aumen nto se refere não só em número
n e sua distribuiçãão geográfica
a, mas
tambbém em virullência. Regiõ ões até entãoo livre de pro
oblemas, passsaram a aprresentar florrações
de orrganismos nocivos
n e reggiões onde os eventos eram raros,, estes passaaram a ter maior
uência. Os prrincipais mottivos para o aparente au
frequ umento incluuem: a) aum mento no inteeresse
cientíífico; b) naa utilização de áreas costeiras para a aquiccultura; c) eutrofização o dos
ecosssistemas cossteiros; d) altteração em condições padrões climá áticos; e) traansporte de cistos
de emm água de lastro ou trranslocação de estoque de organism mos para finns de aquicultura
(GEOHAB, 2001).. Este cenárrio fez com que diversaas ações ten nham sido ddesencadeadas no
âmbitto da pesquisa, do mo onitoramentto, da legislação e do manejo de recursos a nível
intern
nacional, em m diferentes regiões do gglobo, como exemplo a formação de grupo de esstudos
na Coomissão internacional de e Oceanograffia da UNESC CO sobre alga
as nocivas (IOOC, 2003).
Além dass coloraçõess, as maréss vermelhas podem oca asionar a mmorte massivva de
organ
nismos mariinhos devidoo ao consu mo total doo oxigênio dissolvido nna coluna d’’água,
fenôm
meno causado pela respiração notuurna, e a decomposição o final da bbiomassa de algas
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 412
(Lourrenço e Marq ques‐Junior, 2002). Nesssas condiçõe es, a maioria dos animaiss marinhos morre
m
por faalta de oxigêênio (anoxia)). Além dissoo, algumas allgas formado
oras das marrés vermelha
as, em
especcial os dinoflagelados produtoress de fortess toxinas (p. ex. neu rotoxinas), ficam
conceentradas em m moluscos bivalves, sem prejudicá‐lo os, e podem chegar até o homem, qu uando
forem
m consumido os.
Os organismos que estão na basee deste fenômeno são exxtremamentte variados. Quase Q
todoss são unicellulares. Os mais
m freque ntes são oss dinoflagelados: Gonya ulax calenellla, G.
lamarensis, G. poolygramma, G. monilataa, Gymnodin nium brevis, G. sanguineeum, Glenod dinium
rubruum, Prorocenntrum micans, Peridinium m triquetum,, P. sanguine eum, Cochloddinium caten
natum
Polykkrikos schwaartzii, Poucchelia roseaa, Noctiluca miliaris. Porém, P tam
mbém podem se
obserrvados nas florações bactérias da família Athiorhoda aceae (Rhoodopseudomo onas),
Thioppolycoccus ru
uber, Chrom matium, Thioocystis, Ciliad dos (Cyclotriichium meunnieri), Ciano
ofíceas
(Trich
hodesmium erythreum),, Coccolitofoorídeos (Co occolithus hu uxleyi) e allguns organismos
multiicelulares como: Crustáceos (Mis idáceos e Eufauseáceo os) e Tuniccados (Pyro osoma
atlannticum, P. sp
pinosum). NaN costa Po rtuguesa, por exemplo,, têm sido registadas marés m
vermelhas causaadas por diversos
d orgganismos, comoc Ciliados (Mesodininium rubru um) e
Dinofflagelados (O
Olisthodiscuss luteus, Scripppsiella troch
hoidea).
A ocorrên
ncia de máxximos de abuundância daas populaçõe es fitoplanctôônicas ("blooms")
acarrreta numerossas consequêências, comoo descrito ab
baixo (Bougiss, 1974):
As causaas das floraçções são diiversas. Paraa que uma floração see desenvolva são
necesssárias algum
mas condições: (a) existêência de num merosos efettivos da espéécie causado
ora da
floraçção; (b) exiistência de condições meteorológicas e ocea anográficas propícias aoo seu
desen nvolvimentoo; e, (c) existê
ência de quaantidades apreciáveis de nutrientes nno meio.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 413
As maréss vermelhas têm um effeito importtante sobre as comuniddades marinhas e
estuaarinas. Comoo consequênccias mais maarcadas pode e mencionar‐se a fuga doos organismo
os das
zonass "afetadas", através da realização dde migrações verticais ou horizontaiis. Quando não
n se
verifica esta reaçãão por parte
e de alguns oorganismos, as marés verrmelhas poddem provocar uma
mortalidade maciça em uma determ minada regiãão, afetando o organism os nectôniccos e
bentôônicos.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 414
8.4 P
PRINCIPA
AIS ESPÉCIES DE ALGAS TÓXICAS
S QUE O
OCORREM NO
BRA
ASIL
A maré vermelha
v é muito comuum em várias partes do o mundo, ccomo nos Esstados
Unido
os, Inglaterrra, Irlanda, Peru,
P África do Sul, no mar da Ará
ábia, na Nooruega, Arge
entina,
Uruguai e outros países (Castro, 2003).
No entannto, até poucco tempo atrrás os registrros de floraçções de algass nocivas no Brasil
m escassos, limitados a ocorrênciaa de fenômenos nem sempre asssociados a danos
eram
ambientais. Com o surgimento de uma aaquicultura de d moluscos bivalves exppressiva no litoral
de Saanta Catarinaa, no início da
d década dee 1990, estudos focando o algas nocivaas se iniciara
am na
região.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 415
Tabela 34. Local, daata, características da água e microalggas presentes quan
ndo foram observados problemas ambientais em regiõe
es costeiras no Brassil*.
QUALID
DADE HIGIÊNICO‐SAN
NITÁRIA DE MOLUSC
COS BIVALVES 41
16
Local Ano Cor da água e comentários Microalga Problema ambiental
1991‐92
C
Cidade do Rio de Janeeiro (RJ) 1996‐97 Manchas marrons Tetraselmis sp. Poluição visual que afetou o turismo
1999‐00
C
Canal de São Sebastiãão (SP)¹ 2001 Ostreopsis ovata Mortandadee do ouriço Echinomeetra lucunter.
Ostreopsis ovata,
Alta abundância de Ostreopsis ovata, com 105
Santa Catarina (SC)¹ 2004 odesmium erythraeum
Tricho m,
células L‐1
Licmophora sp.
Ostreopsis
O ovata e
Pernambuco (PEE)¹ 2006
Prorocentrum
P lima
O. ovata e P. limma encontradas associadas as
macroalgas: Laureencia sp., Amphiroa frragillissima
Ostreopsis
O ovata e
Búzios (RJ)¹ 2006 (Rhodophyta), Sarrgassum vulgare
Prorocentrum
P lima
(Phaeophyta) e Coodium intertextum
(Chlorophyta).
Água com coloraação em tons de veermelho e
Rio de Janeiro (RJ)² 2007 Ale
exandrium minutum
marrom
Florianópolis (SC
C)³ 2007 Encontrado no meexilhão Perna perna Dino
ophysis cf. acuminata
a Foram relaatados mais de 150 caasos de DSP
* Adaptado de Oderbrrecht et al. (2002) e Siilva, (2006).
¹N
Nascimento et al. (20008)
²M
Menezes e Branco (20 007)
³P
Proença et al. (2007)
QUALID
DADE HIGIÊNICO‐SAN
NITÁRIA DE MOLUSC
COS BIVALVES 41
17
Na Tabela 34 nota‐se um grada tivo aumentto na ocorrê ência de floorações. Enquanto
houve 20 registrros no perío odo de 86 aanos (1913‐1 1999), em apenas seis aanos (2001‐‐2007)
foramm 8 registros. Entre os principais m motivos paraa este apare ente aumentto no núme ero de
floraçções estão: a) aumento o no interessse científicoo; b) utilizaçã
ão de áreass costeiras para
p a
aquiccultura; c) eu
utrofização dos
d ecossisteemas costeirros; d) altera ação de padrrões climáticcos; e)
transsporte de cisttos em águaa de lastro ouu translocaçãão de estoquue de organiismos para fins de
aquiccultura.
Armação do
Células isoladas de Dinophysiis
Áccido Ocadáico
o 1998 Itapocoroy (SSC)
acumininata
Armação do
Cepa cultivada dee Gymnodiniu
um
C1, C2 1998 Itapocoroy (SSC)
catenaatum
LLitoral do Espírito
PTX Cepa cultivada de Ostreopsis ovvata 1998
Sannto e Rio de Janeiro
Laguna dee
M
Microcistina Trato digestório e m
músculo de pe
eixes 2001
Jacarepaguá (RJ)
Flo
oração de Pseeudo‐nitzschia
a Armação do
Áccido Domóico
o 2001
pseusodeiccatissima Itapocoroy (SSC)
Laguna dee
M
Microcistina Organismos
O zoooplantônicos 2002
Jacarepaguá (RJ)
BBaía de Parana aguá
Indetterminada (DSSP) Carne de m
moluscos 2002
(PR)
BBaía de Guana abara
Áccido Domóico
o Ce
epa cultivada dde P. pungenss 2002
(RJ)
Amoostras de águua, pessoas com
M
Microcistina 2003 Prraia do Cassino (RS)
irritação ccutânea
Cep
pa cultivada dee Synechocysttis
M
Microcistina 2003 Baaía de Sepetib
ba (RJ)
aquatilis f. aquatilis
Te
ecido musculaar de peixes e 2003
M
Microcistina Baaía de Sepetib
ba (RJ)
crustá ceos
2003 BBaía de Parana
aguá
Áccido Domóico
o Cepa cultivada de P. cf. multiserries
(PR)
Áccido Domóico
o Cep
pa cultivada dee P. multiseriees 2003 Rio Grande (RS)
Fontee: Proença e Mafra Jr. (20
005); Schram
mm (2008).
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 418
8.5 M
MEDIDAS
S PREVENT
TIVAS E D
DE CONTR
ROLE
Segundo Castro (200 03) não exisstem medid das preventivas e de coontrole aplicáveis
diretaamente sob bre os agentes que cauusam a maré vermelha a. Com resppeito aos efeitos
e
irritattivos para ass mucosas, recomenda‐s
r se afastar‐se
e das praias, pelo menoss 300 metroos, e a
interddição tempo orária das praias
p e ativvidades aquáticas marin nhas, nas árreas afetada
as. Os
efeitoos tóxicos prrovenientes da
d ingestão dde alimentos marinhos contaminado
c os com ficoto
oxinas
são mmais graves e não são rarros os acidenntes mortais (Castro, 200
03).
Diante de
d uma susspeita de m maré verme elha, indepe endente dee confirmação, é
importante a inteerdição da co áceos, molusscos, bivalves etc.,
oleta e cons umo de marriscos, crustá
até quatro seman nas após o té
érmino do feenômeno. Ass medidas mais eficazes são a inform mação,
divulggação e educação saniitária da poopulação, asssociadas à interdição e fiscalizaçã ão do
consuumo dos alim
mentos marin nhos.
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 419
8.6 P
PRINCIPA
AIS FICOTOXINAS
Segundo Mafra Junio or (2005) ass ficotoxinass marinhas que
q afetam a saúde hu umana
estão
o agrupadas segundo os sinais e ssintomas gerados no orrganismo reeceptor e tip po de
biomolécula de que
q são form madas. Os ggrupos receb bem o nome e da intoxicaação que causam.
Todas as toxinas produzidas por
p microalggas que afetaam a saúde humana
h são ttermoestáveeis, ou
o de frutos‐do‐mar contaaminados não ameniza a toxicidades dos mesmoss (Van
seja, o cozimento
Dolahh, 2000).
8.6.1
1 Cianoto
oxinas
As cianob
bactérias ou cianofíceas, também conhecidas popularmente como algas azuis,
são m
microrganismmos aeróbico
os fotoautotrróficos. Seus processos vitais requereem somente água,
dióxid
do de carboono, substânncias inorgânnicas e luz. A fotossínte
ese é seu pprincipal moddo de
obtennção de energia para o metabolismo
m o, entretantoo, sua organização celulaar demonstrra que
essess microorgan
nismos são procariontes
p s e, portantoo, muito sem
melhantes biioquimicame ente e
estruturalmente às bactérias..
Os quatro
o principais grupos de ccianotoxinass (anatoxinass, saxitoxinaas, microcistinas e
cilind
drospermopssina) apresenntam estabillidade químiica e degradação microbbiológica basstante
difereente nos ammbiente aquáticos. Algu mas dessas toxinas são caracteriza das por sua a ação
rápida, causando o a morte ded mamíferoos por parad da respirató
ória após pooucos minutos de
expossição. As ciianotoxinas têm sido iidentificadass como alca alóides ou organofosfo orados
neuro otóxicos. Ou
utras atuam
m menos rappidamente e são identtificadas com mo peptídeo os ou
alcaló
óides hepatootóxicos.
Figura 149
9 ‐ Canal da Jo
oatinga‐RJ naa maré vazantte, mancha indicando floraação de algas
(cianobactérias) que conferem coloração verde e a água.
QUALID
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A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 420
Fonte: IEA.
O tipo mais
m comumm de intoxiccação envolvendo ciano obactérias é ocasionado por
hepattotoxinas, que apresenttam uma açção mais len nta, podendoo causar a mmorte em poucas
p
horass ou dias. As
A espécies já identific adas como produtoras dessas heppatotoxinas estão
incluíídas nos gêneros Microcystis,
M Anabaena,, Nodularia, Oscillatooria, Nosto oc e
Cylinddrospermopssis (Carmich
hael, 1994). As hepatottoxinas peptídicas já caaracterizada
as são
heptaapeptídeos cíclicos
c conhecidos comoo microcistin
nas e os penttapeptídeos designados como
nodularinas.
As neuro otoxinas já id
dentificadas são produzzidas por esspécies e ceepas incluída
as nos
gêneros: Anabaeena (Carmichael et al., 1990), Aph hanizomenon n (Mahamoood e Carmichael,
1986), Oscillatorria (Sivonen et al., 19989), Trichoddesmium (H Hawser et aal.,1991) Lyn
ngbya
(Onodera et al.,1997) e Cylind
drospermopssis (Lagos et al.,1999).
8.6.2
2 Anatoxiina‐a
Anatoxinaa‐a é um alcalóide
a neeurotóxico que
q age commo um pottente bloqueador
neuroomuscular pós‐sináptico de receptorres nicotínicoos e colinérgicos. Esta açã
ção se dá porrque a
anatooxina‐a liga‐se irreversivvelmente aoos receptores de acetilcoolina, por nãão ser degraadada
pela acetilcolinessterase. A DL
D 50 por injeçção intraperritoneal em camundonggos, para a toxina
t
purifiicada, é de 200 μg/Kg de peso corrpóreo, com m um tempo o de sobrevivvência de 1 a 20
minutos (Carmich hael, 1992; Falconer, 19998).
8.6.3
3 ASP ‐ En
nvenenam
mento amnéésico
O enveneenamento amnésico é pproduzido po or algas Diattomáceas doo gênero Psseudo‐
nitzscchia (Bates, 2000), Am
mphora coffeeaeformis (SShimizu et al.,
a 1989) e Nitzschia navis‐
QUALID
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A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 421
varingica (Kotaki et al., 2000
0). Os vetorees responsávveis pela into oxicação do homem, por esta
toxina, são molusscos bivalvess e peixes filttradores (Maafra Junior, 2005).
Figura 15
50 ‐ Cadeia dee Pseudo‐nitzzschia sp., diattomácea.
Foonte: Luis A. O.
O Proença.
8.6.4
4 DSP ‐ En
nvenenam
mento diarrréico
e DSP foram registrados na Holanda, em 1961 (KKorringa & Ro
Os primeiros casos de oskan,
1961), mas a desccrição somen
nte ocorreu no Japão, naa década de 70 (Yasumotto et al., 197
78).
QUALID
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OS BIVALVES 422
O envenenamento diarréico
d é caausado pelo dinoflagelado Prorocenntrum lima (Figura
151a) e diversas espécies do o gênero Diinophysis (Figura 151b) (Lee et al., 1989). Moluscos
bivalvves são os veetores da intoxicação em
m humanos (M Mafra Juniorr, 2005).
a b
Figura 151
1 ‐ Proroceentrum lima (a
a). Dinophysis sp. (b).
Fontess: Ambra (a) e Eol (b)
8.6.5
5 NSP ‐ En
nvenenam
mento neurrótico
O dinoflagelado Gyymnodinium breve (Figgura 152) é uma algga produtorra de
breveetoxinas, toxxina lipossolú
úvel transmittida ao homem pela ingestão de mooluscos bivalves. A
alga produz doiss tipos de toxinas:
t hem
molítica e neurotóxica.
n A maioria das breveto oxinas
produuzidas geraam PbTx‐2, baixas co ncentrações de PbTx‐‐1, PbTx‐3 e compon nentes
hemo olíticos. Cassos de NSP foram relaatados em humanos pela p ingestãão de mexilhões
contaaminados, eme concentrrações de 330‐18 µg (78‐120 µg/m mg) de breveetoxina (Fleeming,
2009a).
QUALID
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A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 423
a b
Na NSP há gastroe enterite aguuda com sintomas neu urológicos e uma sínd drome
respiratória seguida da inalação de aeroossol com a toxina
t (irrita
ação de muccosa, formaçção de
exuda atos catarra ,
is, rinorréia, tosse e bro
onconstrição
o), tontura, visão
v turva e pruridos na
a pele
(Flem
ming, 2009a). Em casos graves podee haver doença crônica dos pulmõees, renite ca atarral
severra, hemorraggia e edema a pulmonar,, leptomeninngite não su upurativa, aanemia hemolítica
crônica, hemosid derose e mo orte por neuurotoxicidade
e (Fleming, 2009a). Paraa o tratame ento é
indicaado o uso dee Cromolin ou Clorfeniram mina.
Os primeiros relatos de
d envenenaamento neurrótico ocorre eram em 18880, na costa oeste
da Flóórida. Desdee então tem sido relatadoo no golfo do
o México, na
a costa leste da Califórnia e na
costaa da Carolina do Norte.
8.6.6
6 PSP ‐ En
nvenenam
mento parallisante
Acredita‐se que o primeiro caso registrado se eja a intoxicação que maatou navega adores
no Caanadá, em 1793
1 (Dale & Yentsch, 19978). O primmeiro registro o de intoxicaação por inggestão
de m
mexilhão conttaminado co om PSP foi pprovocado de evido à ocorrrência de um ma floração de A.
tamaarense, em 1980, na costta sul da Arggentina, (Carreto, et al., 1985).
1 Apesaar da proxim
midade
geogrráfica, a espéécie somente foi detectaada na costaa sul do Brasiil em agosto de 1996, máxima
conceentração celular de 2.10 células/l, naa praia do Caassino, simulttaneamentee com a ocorrência
osta do Uruguai (Odebreccht et al. 19997).
na co
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OS BIVALVES 424
.
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OS BIVALVES 425
Os dinoflagelados Gymnodinium m catenatum m (Figura 1555a) e algum mas espécie es dos
gêneros Alexand drium (Figura a 155b) e PPyrodinium (IOC, 2003) são produttoras das to oxinas
causaadoras da PSSP (Saxitoxinna (STX), neoo‐saxitoxina (neo‐STX), goniautoxina
g as (GTX) e to
oxinas
sulfoccarbamoll) (O
Oshima, 199 95). As toxinaas são guanid
dinas hetero
ocíclicas que se ligam ao sítio 1
do caanal de sódio, inibindo a condutividdade e causaando um blo oqueio da attividade neu ural. O
primeeiro local de ação é o sisttema nervosso periférico (Mafra Junio
or, 2005).
a b
As saxitoxinas podemm ser fatais ao homem na quantida ade 0,5 mg. Moluscos podem
p
conteer, em raras ocasiões, do
oses de 10 m
mg em 100 g de carne, ou u seja, a ingeestão de um único
marissco pode matar
m um hoomem (Van Dolah, 200 00). Segundo o Silva (20006) a neurottoxina
saxito
oxina chega a ser 50 vezes mais leta l do que a estriquinina e 10.000 vezees mais morrtal do
que oos cianetos.
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A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 426
Pacientess com PSP de evem ser su bmetidos à lavagem esttomacal e reespiração arttificial,
até que termine o efeito. A PSSP pode ser ffatal (Gesshe
er et al., 199
97; Hallegraeeff, 2003).
a b c
d e f
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A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 427
Figura 157 ‐ Gambierdisscus toxicus.
Fonte: Eol.
Os sintom
mas aparece em poucas hhoras após a ingestão doo peixe conttaminado. A dose
oral ssuficiente para causar a doença
d em hhumanos adu
ultos é de 0,1
1 µg.
8.6.8 AZP ‐ En
nvenenam
mento azasp
pirácido
O enveneenamento azzaspirácido é provocado o pela toxina azaspirácid o, produzidaa pelo
dinofflagelado Protoperidinium crassipess. Esta toxin na provoca a inibição dda enzima PP1 P e,
possivelmente, de d serina‐treonina PPs (eex.: PP2B, PP P2C, PP4, PP P5) ou outroos sub‐tipos de PP
(ex.: ffosfatase tiro
osina‐especíífica, fosfatasse lipídica) (TTwiner et al., 2008).
QUALID
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OS BIVALVES 428
A toxina é compostta por uma amina cícliica (ou grup pamento AZZA), um tri‐‐spiro‐
assem
mbly e um grupamento
g ácido carboxxílico (ACID), composição que dá orrigem ao nom
me da
toxina AZA‐SPIR‐A
ACID (Twinerr et al., 20088).
8.6.9
9 Palitoxiina
a b
Figu
ura 158 ‐ Ostrreopsis ovata proveniente de uma amosstra coletada em Búzios‐RJJ. (a) Microscó
ópio
ptico, (b) Epiffluorescência com calcofluo
óp or.
Fontee: Nascimento
o et al.
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OS BIVALVES 429
As espéciies do gênero Ostreopsiss são conheccidas por pro
oduzirem pallitoxinas. Seggundo
Nasciimento et al.
a (2008) du uas cepas is oladas de O.
O ovata mo ostraram ativvidade hemolítica
25
inibid
da por ouabaaína .
A Palitoxiina foi confirrmada como sendo o ageente causado or de intoxicaações alimen ntares
pela iingestão de pescado, principalmentee siris, carangguejos e peixxes (Nascimeento et al., 2008).
Na costa do Rio de Janeiro amosttras isolaram m O. ovata, que continham m uma substtância
análo
oga a palitoxxina (Nascime
ento et al., 22008). Além disso, ao lon
ngo dos últim
mos anos esp
pécies
do gênero Ostreeopsis, princcipalmente O O. ovata, esstiveram envolvidas em m intoxicações de
oas que foram expostas a aerossóis m
pesso marinhos junnto da costa italiana.
a b
Figgura 159 ‐ Biofilme de Osttreopsis ovataa recobrindo a alga vermelha Amphiroaa fragilissima na
enseeada do Fornoo, em 5/12/066 (a) e na Ilha de Cabo Frio, em 27/11/006 (b).
Fonnte: Nascime
ento.
25
Ouaabaína ou esttrofantina‐g é uma substâ ncia orgânicaa inibidora específica da N a+ K+ ATPase
e, cujo
papel fisiológico ain
nda não é bem
m compreenddido.
QUALID
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OS BIVALVES 430
8.7 F
FICOTOXIINAS E A MALACOC
M CULTURA
Segundo Schramm e Proença (22005), por serem s moluscos filtradoores, mexilhões e
ostras são capazees de filtrar entre 4 e 6 litros de ággua por hora
a para obterr alimento. Com
C a
filtraçção, o animaal concentra
a muitas vezzes, em sua carne, as su
ubstâncias tóóxicas contid
das na
água.. A dieta aliimentar dos moluscos i nclui bactérrias, material particuladoo, zooplânctton e,
principalmente, microalgas (inclusive tóóxicas). Esses autores salientam qque os moluscos
geralmente não são afetado os pelas toxi nas e que, passado o episódio
e de floração de algas
nocivvas, mexilhões e ostras se depuram m naturalmente. Além das d condiçõees fisiológicaas dos
moluscos bivalvees, o período o de depuraçção vai depe ender tambéém das conddições da ággua de
cultivvo, quanto à matéria orrgânica, micrrorganismos e outros pa arâmetros im mportantes sob o
aspeccto sanitário (Schramm, 2008).
Embora sejam
s menoos frequentees que em outros
o paísess como Chil e e Argentin
na, as
ocorrrências de flo
orações de microalgas
m n ocivas no Brrasil justificam a criação de um sistem
ma de
QUALID
IDADE HIGIÊNIICO‐SANITÁRIA
A DE MOLUSCO
OS BIVALVES 431
monitoramento de d algas e ficcotoxinas em
m regiões prrodutoras de e moluscos bbivalves (Schramm
e Prooença, 20055). Este monitoramentoo está previisto no Prog grama Nacioonal de Controle
uscos Bivalvees, do Ministtério da Pescca e Aquiculttura, que está em
Higiênico e Sanitáário de Molu
fase d
de implantaçção.
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