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ORAÇÃO DAS NOVE, DAS DOZE E DAS QUINZE HORAS (ORAÇÃO MÉDIA)
De acordo com a tradição cristã, os cristãos costumavam orar em diversos momentos do dia ou
do trabalho. Nos primórdios, já “perseveravam no ensinamento dos apóstolos, na comunhão, na
fração do pão e na oração” (Cf. At 2,42). Com o correr do tempo, passou-se também a santificar
as demais horas, que os Santos Padres viam insinuadas nos Atos dos Apóstolos. Aí de fato
aparecem os discípulos orando às nove horas (Cf. At 2,1-15). Pedro sobe ao terraço para orar, às
doze horas (Cf. At 10,9). Ainda juntamente com João, sobe Pedro ao templo, à hora da oração,
ou seja, às quinze horas (Cf. At 3,1).
Estas horas menores foram então conservadas na reforma litúrgica, porque também, nessas
horas, se via relacionada a memória de alguns acontecimentos ligados à Paixão do Senhor e à
pregação inicial do Evangelho (Cf. IGLH 75). Sua recitação é recomendada a todos os fiéis,
principalmente àqueles que fazem retiro espiritual. Recomenda-se sobretudo pelo menos uma
das três Horas, a fim de se conservar a tradição de orar durante o dia (IGLH 77). Caso se recite
apenas uma das Horas, esta se chamará então Hora Média.
A estrutura ritual é idêntica para todas as horas menores: versículo introdutório, hino, salmodia
(constante de três pequenos salmos, ou parte de salmos), com suas antífonas, leitura bíblica, com
seu verso breve, e oração conclusiva. Para estas horas, não há hinos próprios para a memória dos
santos.
Propõe-se para as três horas menores uma dupla salmodia: a corrente e a complementar. Quem
recita apenas uma Hora sempre recita a salmodia corrente, e quem recita mais horas, numa delas
tomará a salmodia corrente e nas outras a salmodia complementar.
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AS COMPLETAS (ORAÇÃO DA NOITE)
Segundo a Instrução Geral, a oração da noite é a última do dia, e reza-se antes do descanso
noturno, mesmo passada a meia-noite, se for o caso (IGLH 84), lembrando-nos aqui da oração de
Paulo e Silas, na
prisão (Cf. At 16,25).
Começa, como as demais horas do Ofício Divino, com o verso “Vinde, ó Deus...”, seguido do
“Glória ao Pai...” e “Como era...”, com Aleluia. Este se omite no tempo da Quaresma.
Após a introdução, propõe-se um breve exame de consciência, como louvável prática da piedade
cristã (IGLH 86). Segue-se-lhe o hino indicado. Para a Oração da Noite, são propostos apenas
três hinos: um, para o Tempo Pascal, e dois (A e B) para o restante do Ano Litúrgico. No Próprio
do Tempo, ou no Ordinário, é indicado qual dos dois hinos é apropriado para a recitação
litúrgica, fora, pois, do Tempo Pascal.
Segue-se então a salmodia, com os salmos 4 e 133 (134), para as I Vésperas dos domingos e
solenidades, e para as II Vésperas, o salmo 90 (91), com suas antífonas. Para os outros dias, o
salmo encontra-se no Saltério, mas pode-se tomar a salmodia do domingo por aqueles que
queiram rezar de cor a Oração da Noite (IGLH 88).
À salmodia segue-se a leitura bíblica, com seu responsório, depois dos quais recita-se o cântico
de Simeão, “Nunc Dimittis” (Lc 2,29-32), também acompanhado por sua antífona. O cântico
evangélico aqui referido constitui o ápice da oração noturna.
Finalmente, vêm a oração conclusiva, a bênção, mesmo em particular (“O Senhor nos
conceda...”), e uma das antífonas da Virgem Maria, com a qual se encerra a Oração da Noite.
A exemplo do que acontece na liturgia da missa, na Liturgia das Horas as solenidades do Natal e
da Páscoa são celebradas com Oitava, dando assim aos dias seguintes o mesmo caráter festivo da
celebração principal. Nos dias da Oitava, a Oração da Noite é então a do domingo, alternando os
dois formulários propostos, de I e II Vésperas.
BIBLIOGRAFIA
- Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas (IGLH)
- Bíblia de Jerusalém
- A Celebração na Igreja (Vol. 3)
- Documentos Pontifícios n° 144 - A Sagrada Liturgia - SC)
João de Araújo