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Introdução
Intro-
dução
Você já parou para pensar que é curioso como, no Éden,
o primeiro chamado à humanidade foi para cultivar e
guardar o Jardim (Gn 2.15)? Vamos refletir juntos: Deus
poderia ter pedido a Adão e Eva que realizassem um grande
culto, praticassem exercícios espirituais ou realizassem
uma grande vigília.
Guardando o Coração
vida”.
É possível que você já tenha decorado a passagem de
Provérbios 4:23 durante gincanas bíblicas na igreja ou nas
aulas de escola bíblica dominical. No entanto, já se perguntou
sobre como devemos guardar o coração e o que precisamos
guardar? O que há de tão perigoso que merece destaque
neste livro de sabedoria?
A passagem que estamos lendo indica que, embora os
nossos pensamentos, sentimentos e desejos brotem do
nosso coração, este é alimentado pelo que vemos, ouvimos,
experimentamos… Considerando a proposta desta série de
devocionais, que nos convida a observar liturgicamente
nossas rotinas, reflita sobre um ato que muitos de nós
realizam automaticamente segundos após acordar: olharmos
para os nossos celulares.
É tentador dar aquela checada nas mensagens, eu sei! E,
mais uma vez, não estou aqui para condenar suas manhãs.
As minhas manhãs, como costumo dizer, também são
imperfeitas. Muitas vezes, cedo ao mau hábito de expor meu
rosto à luz das telas em vez da luz do dia.
No entanto, a questão é que dedicar muito tempo a um
objeto, como o celular, atrai a atenção do nosso coração, que
pode ser gradualmente conquistado. Um dos meios para isso
é a imaginação, que vai nos tomando aos poucos. Ao fixarmos
nossos olhares em notificações, curtidas, comentários e
notícias, abrimos nossos corações para cobranças,
comparações, amarguras e ansiedades. Utilizamos nossa
imaginação para preencher as lacunas dos “eu não tenho”,
“eu não sou”, “eu queria muito”, “poderia ser eu” e outras
afirmações infrutíferas para nossa jornada como discípulas
de Jesus.
Veja bem, como gestora de redes sociais trabalhando há
anos com ministérios cristãos no digital, gosto de reforçar
que as redes são nosso campo missionário. São o local em
que somos chamadas para sermos testemunhas fiéis da Luz
do Mundo. Por lá, devemos apontar para nosso Salvador,
seja produzindo intencionalmente conteúdos, seja
interagindo com amigos do dia a dia. As plataformas sociais
não são a fonte do mal no mundo, e eliminá-las por completo
não irá trazer a paz que tanto desejamos. Apenas em Cristo,
e quando Ele voltar, desfrutaremos dessa paz. Enquanto isso,
devemos cultivar e guardar o solo de nossos corações das
contaminações que consumimos muitas vezes sem reparar.
Guardando o Tempo
Cada dia, cada hora é uma dádiva de Deus que deve ser
usada para a Sua Glória e não nossa. Vamos fazer isso a
partir de hoje?
Cultivando os Afetos
Cultivando o Amor
Guardando a Mente
Cultivando a Paciência
(Salmo 46.10).
Quando nossos planos falham e imprevistos acontecem,
nós continuamos pertencendo a um Deus que não é pego de
surpresa. Ele está no controle e faz com que todas as coisas
cooperem para o bem daqueles que foram chamados de
acordo com o seu propósito, que é de sermos mais parecidas
com Jesus e revelar o Reino de Deus (Romanos 8.28-29).
Cultivando o Descanso
seu antídoto”.
É bem capaz de você já ter lido e relido sobre a criação em
Gênesis quando criança, pintando as atividades na Escola
Bíblica Dominical, sabendo de cor a ordem do que Ele fez.
Mas, talvez você, assim como eu, tenha deixado passar um
detalhe importante: Os dias da criação começam e terminam
com um refrão: “E foi a tarde e a manhã” até o sexto dia. Já
o sétimo, termina com um “porque nele descansou de toda
a sua obra que Deus criara e fizera”. Essa quebra do refrão
no sétimo dia funciona como uma espécie de reticências. É
como se, diferente dos demais, o sétimo dia, o dia do
descanso, não tivesse fim. Por uma retórica literária, Gênesis
está nos mostrando que o propósito do trabalho divino —
portanto, o nosso também — é promover vida e
relacionamento. Como Eclesiastes 2.24 nos ensina, não há
nada melhor que desfrutar dos efeitos do trabalho.
Em momentos em que nossos dias parecem
sobrecarregados, é crucial internalizar a verdade de que o
que Deus fez é mais que suficiente. Nestas ocasiões, não
precisamos – e, na verdade, não conseguimos – acrescentar
mais nada à sua obra. Não há necessidade de intensificar o
trabalho, as preocupações, a limpeza ou a produção.
Encontrar paz em nossas limitações é fundamental. Mesmo
quando sentimos que nossos esforços não foram plenamente
eficazes, Deus é mais que suficiente. Ele terminou a criação.
Então, uma sugestão valiosa para incluir em sua rotina
noturna é, antes de fechar os olhos, afirmar: ‘Posso
descansar, pois Ele é o Rei, e o que Ele fez é suficiente’. Essa
simples prática, sem dúvida, tornará suas noites mais leves
e o descanso cheio de propósito.