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CASD DICAS – Vale Paraibano

Química
Propriedades Coligativas
Primeiramente faremos um estudo detalhado de algumas propriedades, tal estudo continuará
na próxima edição acompanhada de uma série de exercícios complementares.
É importante que você, caro vestibulando, preste muita atenção nesta leitura pois a definição e
o significado químico dos conceitos e propriedades que aqui estão descritos são essenciais
para a resolução das questões que abordam esse tema nos principais exames vestibulares.
Então vamos em frente! Leia, estude e reflita sobre os assuntos abaixo. Até a próxima!!!

1) Introdução

Propriedades coligativas das soluções são as propriedades das soluções que dependem
apenas do número de partículas dispersas na solução, ou seja, do número de partículas
“ativas”(moléculas ou íons) de soluto na solução.

Obs: As propriedades coligativas das soluções independem da natureza do soluto.

2) Classificação

São quatro as propriedades ou efeitos coligativos observados nas soluções:


a) o abaixamento da pressão máxima de vapor, que é estudado pela tonoscopia e tonometria
b) a elevação da temperatura de ebulição, que é estudada pela ebulioscopia e ebuliometria
c) o abaixamento da temperatura de congelação, que é estudado pela crioscopia e criometria
d) a pressão osmótica, que é estudada pela osmoscopia e osmometria

3) Abaixamento da Pressão Máxima de Vapor – Tonometria

- Pressão máxima de vapor de um líquido é a pressão exercida pelos seus vapores, quando
estão em equilíbrio dinâmico com o líquido, seu valor depende da fração de suas moléculas
que têm energia cinética suficiente para escapar da atração de suas moléculas vizinhas.
Cada substância tem um valor de pressão de vapor característica a uma determinada
temperatura.
- Um aumento da temperatura do sistema produz um aumento da pressão de vapor do líquido.
- A pressão máxima de vapor de um líquido a uma dada temperatura não depende das
quantidades de líquido e de vapor presentes.
É possível verificar experimentalmente que a adição de um soluto não volátil a um líquido leva
a um abaixamento da pressão de vapor do solvente, ou seja, a pressão de vapor do solvente
na solução é menor que a pressão de vapor do solvente puro. Isso ocorre pois em solução nem
todas as moléculas na superfície são moléculas de solvente e, assim, não são todas
potencialmente capazes de escapar do líquido.
- Vejamos, agora, algumas definições:

1ª) Abaixamento ou abaixamento absoluto (∆p) da pressão de vapor do solvente é a diferença


entre a pressão de vapor do solvente puro e a pressão de vapor da solução
∆p = p – p’
p = pressão de vapor do solvente puro
p’= pressão de vapor do solvente na solução

2ª) Abaixamento relativo da pressão de vapor do solvente é a relação entre o abaixamento


absoluto e a pressão de vapor do solvente puro
abaixamento relativo= ∆p = p – p’
p p

3.1) Lei de Raoult – Tonometria


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A pressão parcial de vapor de um componente na solução líquida é proporcional à fração molar
daquele componente multiplicado pela sua pressão de vapor quando puro.
A Lei de Raoult pode ser escrita como:

p’= x1 p

x1= fração molar do solvente na solução = nº de mols do solvente


nº de mols total
p = pressão de vapor do solvente puro
p’= pressão de vapor do solvente na solução

Como x1 + x2 = 1, onde x2 é a fração molar do soluto, temos:

p’= (1- x2) p


p – p’= x2 = ∆p = abaixamento relativo
p p

A Lei de Raoult também pode ser escrita da seguinte forma:

- O abaixamento relativo da pressão de vapor de um solvente quando nele dissolvemos


um soluto não volátil é diretamente proporcional à molalidade da solução obtida.
∆p = Kt.W
p
Kt = constante tonométrica molal
W = molalidade da solução

Obs: A fórmula acima aplica-se apenas a soluções com soluto não eletrólito.

Pode-se dizer que existem dois tipos de soluções: soluções moleculares e soluções iônicas.
Nas soluções moleculares, o soluto é um não eletrólito, isto é, não se dissocia em íons ao se
dissolver.
Nas soluções iônicas, o soluto é um eletrólito, isto é, dissocia-se em íons ou ioniza-se ao se
dissolver. Assim com a dissociação iônica, aumenta –se o número de partículas dispersas em
solução, aumentando conseqüentemente o efeito coligativo observado.
Para considerarmos esse fato na Lei de Raoult utilizamos o fator de Vant’Hoff: i

i = α(q-1) + 1

C = grau de dissociação (ou ionização) do soluto eletrólito


q = nº total de íons provenientes da dissociação (ou ionização) total de uma molécula
do soluto eletrólito.

Exemplo:
a) Ionização: HNO3 ↔ H+ + NO3-
q=2

b) Solução de K3[Fe(CN)6] (α = 90%)


α = 90/100 = 0,9
K3[Fe(CN)6] ↔ 3 K+ + [Fe(CN)6]3-
q=4
i = 0,9(4-1) +1 = 3,7
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Assim, para que a Lei de Raoult se aplique às soluções iônicas (solutos eletrólitos)
multiplica-se a fórmula da Lei de Raoult pelo fator de Vant’Hoff: i.

∆p = Kt.W i
p

4) Elevação da Temperatura de ebulição – Ebuliometria

- Um líquido ferve à temperatura na qual sua pressão de vapor é igual à pressão


atmosférica. A pressão de vapor do solvente em solução a cada temperatura diminui como
resultado da presença de um soluto e, assim, é necessário que se aqueça a solução a uma
temperatura mais alta, a fim de alcançar seu ponto de ebulição.
- A elevação da temperatura de ebulição de um solvente quando nele
dissolvemos um soluto não volátil é diretamente proporcional à molalidade da solução obtida.

Δte = Ke. W

Δte = elevação da temperatura de ebulição (Δte = t’e – te)


W = molalidade da solução
Ke = constante ebuliométrica molal

- Em resumo, considerando que a dissolução de um soluto não volátil sempre


diminui a pressão máxima de vapor de um líquido puro concluímos que a temperatura t’e de
ebulição do solvente na solução será sempre maior que a temperatura te de ebulição do líquido
puro.
t’e > te

- O valor de Ke depende somente do solvente e representa o aumento do


ponto de ebulição provocado pela adição de um mol de partículas de soluto a um quilograma
de solvente.
- Aqui se aplica a mesma correção de Vant’Hoff na Lei de Raoult para que esta
possa ser aplicada a solução iônica:

Δte = Ke. W.i

Danielle Aguiar de Araujo


Professora de Química do CASD Vestibulares

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