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Platao Aristoteles e Maquiavel Tendencias Paralelos e Divergencias Breves Criticas Sobre Concepcoes Que Fundamentam o Mundo Atual
Platao Aristoteles e Maquiavel Tendencias Paralelos e Divergencias Breves Criticas Sobre Concepcoes Que Fundamentam o Mundo Atual
Leopoldina
2008
RESUMO
Após leitura da bibliografia citada onde são abordadas discussões acerca dos
pensadores Platão, Aristóteles e Maquiavel, elaboramos a breve crítica que se
segue, tratando de pontos comuns e discordantes entre eles, atendendo à tarefa
solicitada de articular levando em consideração a perspectiva quanto ao
conhecimento, isto é, falibilismo versus certezas quanto ao conhecimento, e
mecanismos teóricos, tais como razão, uso de história ou métodos empíricos.
SUMÁRIO
SUMÁRIO................................................................................................................... 4
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 5
2. DESENVOLVIMENTO............................................................................................ 6
REFERÊNCIAS..........................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
mas lhe é posterior. Pela abstração a inteligência atinge a essência das coisas, não
havendo o Mundo das Idéias.
Tratando da REALIDADE, Platão antecipa-se ao método de
Descartes e Spinoza e incorre no mesmo defeito de querer partir de uma intuição
fundamental para deduzir depois a realidade. Já Aristóteles defende um realismo
moderado, ratificado por Tomás de Aquino : não há intuição, mas abstração das
idéias, nas quais e pelas quais se conhece a coisa em si. Maquiavel acredita que a
história se repete, tornando a sua escrita útil como exemplo para que os homens,
tentados a agir sempre da mesma maneira, evitassem cometer os mesmos erros.
Quanto ao SER, Platão crê em um mundo transcendente, onde
estão as idéias nas quais se concentra toda a realidade, residindo aí as substâncias
imutáveis que são o objeto da ciência. Aristóteles nega a realidade ontológica do
mundo platônico das Idéias, existindo para ele somente as substâncias individuais
particulares e concretas. Para Maquiavel, a NATUREZA HUMANA seria
essencialmente má e os seres humanos quereriam obter os máximos ganhos a
partir do menor esforço, apenas fazendo o bem quando forçados a isso. A natureza
humana também não se alteraria ao longo da história fazendo com que seus
contemporâneos agissem da mesma maneira que os antigos romanos e que a
história dessa e de outras civilizações servisse de exemplo.
O mestre e o discípulo trilham uma lógica dedutiva, demonstrativa,
neste ponto coincidente com Maquiavel, extremamente investigador.
A CIÊNCIA de Platão desvia-se do método socrático, sendo
representante do matematicismo exagerado, querendo conseguir em todos os ramos
da ciência o mesmo grau de necessidade e de certeza nas matemáticas, tendo seu
idealismo frustrado radicalmente o desejo de chegar à verdadeira realidade.
Aristóteles por sua vez retorna ao método socrático no seu sentido ascendente,
partindo da realidade dos indivíduos substanciais, concretos, múltiplos, móveis e
contingentes do mundo físico, para construir sobre eles as ciências na ordem lógica
e também para chegar eficazmente à única realidade transcendente na ordem
ontológica que é Deus.
Com relação á ÉTICA, Platão acredita que ela não salva o direito
privado, a propriedade particular e a família, baseada em sentimentalismo, insistindo
que se torna impossível saber sem querer, ou seja, é impossível a quem deixou de
captar pela lógica da racionalidade agir contra a dinâmica que conduz ao Bem
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Supremo, agindo imoralmente quem não sabe, não entrou nos caminhos da razão.
Aristóteles marca um avanço positivo, afirmando que é possível termos certezas
teóricas e errarmos no campo da práxis, existindo neste setor complexidade muito
maior. A ética em Maquiavel se contrapõe a ética cristã herdada por ele da Idade
Média. Com Maquiavel a finalidade das ações dos governantes passa a ser a
manutenção da pátria e o bem geral da comunidade, não o próprio, de forma que
uma atitude não pode ser chamada de boa ou má a não ser sob uma perspectiva
histórica.
Segundo Aristóteles e Platão, a marca da TIRANIA é a ilegalidade,
ou seja, a violação das leis e regras pré-estipuladas pela quebra da legitimidade do
poder; uma vez no comando, o tirano revoga a legislação em vigor, sobrepondo-a
com regras estabelecidas de acordo com as conveniências para a perpetuação
deste poder. Ainda segundo Aristóteles e Platão, a intimidação, o terror e o
desrespeito às liberdades civis estão entre os métodos usados para conquistar e
manter o poder. Aristóteles atribuiu a vida relativamente curta das tiranias à fraqueza
inerente dos sistemas que usam a força sem o apoio do direito. Maquiavel também
chegou à mesma conclusão sobre as tiranias e seu colapso, quando das sucessões
dos tiranos, pois a tirania é o regime que tem menor duração, e que segundo suas
palavras “ a queda das tiranias se deve às desventuras da sorte.”
O ESTADO para Platão tem por finalidade prover o bem coletivo,
com o comunismo dos bens, das mulheres e dos filhos e filósofos governando a
República. Para Aristóteles, o papel essencial é a educação dos cidadãos, onde o
comunismo como resolução total dos indivíduos e dos valores no Estado é fantástico
e irrealizável, defendendo a monarquia, aristocracia ou democracia. Maquiavel
defende a constituição de um Estado forte e aconselha o governante a preocupar-se
apenas em conservar a própria vida e o estado, pois na política o que vale é o
resultado.
Enquanto que Platão e Aristóteles imaginavam e idealizavam a
POLÌTICA e, conjeturavam sobre como ela deveria ser (ou como gostariam que
fosse), Maquiavel examinou a política com objetividade, tal qual ela é.
Ao contrário de Platão e Aristóteles, Maquiavel não tratou de valores
espirituais, tendo talvez por esta razão o seu Príncipe indexado pela Igreja Católica,
na lista das obras proibidas.
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REFERÊNCIAS
DURANT, Will, História da Filosofia - A Vida e as Idéias dos Grandes Filósofos, São
Paulo, Editora Nacional, 1.ª edição, 1926.