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Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019 •
Câmara da Guarda quer multiusos
no Rio Diz
Misericórdia de Trancoso vai
cumprir «escrupulosamente»
testamento milionário
Provedor assegura que instituição não pretende alienar bens da herança de Carmen Rios
Domingues e que criará uma instituição de assistência em Vila Franca das Naves Pág.3
Guarda
Pousada será Feira do queijo
mesmo residência atraiu milhares
de estudantes de visitantes
Está decidido: Edifício integra
a lista de 34 imóveis do Estado
sem utilização incluídos no Pla-
no Nacional de Alojamento para
o Ensino Superior _ ________ 7
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Centro de Exposições Transfronteiriço, que vai custar 9 milhões de euros e terá 10 mil metros
quadrados, vai ser construído nos terrenos da antiga fábrica Tavares porque implicará um
«custo global de construção mais baixo», justificou Álvaro Amaro Pág.5
Celorico da Beira
O “rei” dos queijos portugueses
teve uma festa à altura na “capi-
tal” do queijo Serra da Estrela no
passado fim de semana _ ____ 8
Trancoso
70 expositores
na Feira do
Fumeiro
Certame realiza-se em dois fins
de semana para promover o
setor dos enchidos e fumados
de Trancoso e da região _____ 6
999•1
28 fevereiro 2019
Ano 19
quinta-feira
 0.70 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário
Esºpecial
XXIV Feira
Quinta-feira, 28 de fevereiro
de 2019 XXIV Feira das Tradições
1
das Tradições e actividades económicas
Guarda
O estranho caso
Visite Pinhel
do furto falhado Sem esquecer a sua origem
de Pinhel é dos que tem maior
e contexto rural, o concelho
atividade agrícola e melhor
na Caixa
aproveitamento socioeconóm
ico da região, mas é também,
porventura, o que procura mais
empenhadamente aproveitar
a sua natureza. O ambiente
é a próxima aposta da autarquia
para promover um concelho
sustentável e com futuro.
É assim que se veem os muitos
passos que o município vai
desenvolvendo. Um concelho
com passado, com uma história
riquíssima, com lugares enigmáticos,
com casas e solares que
marcaram uma época dourada
do concelho e que irão receber
cada vez mais visitantes, turistas
Cidadão mexicano de 83 anos
que
ser protagonistas de uma economia num futuro próximo vão
que quer mais qualidade,
mais tradição e mais sustentação
ambiental. Esse é o caminho.
E em Pinhel já o sabem!
Com o vinho, o azeite, o mel,
a fruta (já foi um dos concelhos
em prisão preventiva, dois cúm-
com mais produção de maçã
do país) que fazem de Pinhel
território de uma natureza rica um
e ímpar; com uma lavoura
subsistência, mas que pode de
recuperar a sua relevância;
uma aposta clara no desenvolvim e com
ento
para além da economia tradicional industrial, que vai muito
plices em fuga, assim foi a tenta-
– do granito ao cluster da
aeronáutica, este é um concelho
com futuro
Pinhel tem nos próximos dias
um protagonismo único na
região: A Feira das Tradições
– o maior evento de Inverno
interior do país. Mais de 50 mil do
tiva de furto de dinheiro levada
pessoas irão viver intensamente
a “festa”, o ponto de encontro
de gerações, o que de melhor
concelho tem para mostrar, o
mas também a vitalidade econó-
mica e a dimensão social que
vai revitalizando um concelho
que quer voltar a estar entre
os mais desenvolvidos do interior.
a cabo de cara destapada, sem
Um concelho onde não se
fica à espera. Um concelho
cada vez mais mais coisas onde
acontecem.
armas ou ameaças _________ 5
 2• • Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019
no  fio  da  navalha
Rafaela Aleixo
Rafaela Aleixo é a nova cam-
peã nacional sub-18 de lançamento
do dardo no Campeonato Nacional
de lançamentos longos. Com
apenas 17 anos, a guardense está
a revelar-se uma jovem promessa
no lançamento de dardos, tendo já
vários títulos no currículo.
CDS-PP
A bancada do CDS-PP está a
dar cartas na Assembleia Municipal
da Guarda. Nas últimas sessões
os dois deputados eleitos, um dos
quais independente, têm mostrado
trabalho e conseguido a unanimi-
dade dos seus pares pela acutilân-
cia e importância de moções, votos
de protesto ou de congratulação.
Para isso também tem contribuído
o apagamento do PS, que continua
“refém” do confronto político com
Álvaro Amaro.
Região
No fim de semana de Carnaval
a região enche-se de visitantes. E
há motivos para isso, com as feiras
do queijo, a Feira das Tradições e
a Feira do Fumeiro. Este ano as
amendoeiras em flor também dão
o seu contributo, tal como as ati-
vidades carnavalescas, que come-
çam a ser um atrativo relevante na
Guarda, Vila Franca Naves, Covilhã
e Sabugal.
Álvaro Amaro
O Governo decidiu e está
decidido. A antiga Pousada da
Juventude, fechada no tempo de
Passos Coelho, será residência
de estudantes, mau grado o presi-
dente da Câmara da Guarda se ter
esforçado para que o não fosse.
A decisão é uma derrota política
de Álvaro Amaro e do executivo
camarário que, em janeiro, por
unanimidade, não concordava
com o novo uso do edifício.
opinião
António Ferreira
antonio.ferreira.adv@netvisao.pt
Acabou a crise?
Os enfermeiros querem a reforma aos 57
anos e que o seu salário de início de carreira
comece em algo acima de €1.400,00. Os
professores querem ver contado, para efeitos
de progressão, todo o tempo em que tiveram
as carreiras congeladas. Os magistrados
também querem rever as suas carreiras, como
pretendem também os policiais e os militares.
Os sindicatos da função pública também não
estão contentes e querem o mesmo de todos:
melhores retribuições, melhores condições de
trabalho, melhores perspetivas de progressão,
melhores condições na reforma. Estamos
todos de acordo: não é isso o que queremos
todos? Mais: têm todos razão, sejam eles polí-
cias, militares, enfermeiros ou magistrados. É
indigna a forma como são remunerados, são
insuficientes as suas condições de trabalho,
merecem todos muito mais e muito melhor.
Posto isto, são horas de fazer contas e
tomar algumas decisões. Somadas todas as
reivindicações, qual o custo? Para o suportar,
o que fazer, aumentar os impostos ou a dívida?
E, se não houver dinheiro para satisfazer as rei-
vindicações de todos, a quem dar prioridade?
As respostas não são fáceis, mas a polí-
tica é mesmo assim. Há que decidir entre as
várias opções. Infelizmente, as opções feitas
têm geralmente como critério o peso eleitoral
de cada uma delas e não a sua justiça. Como
aumentar os enfermeiros e manter congeladas
as carreiras dos técnicos, ou dos professores?
Num cenário de recursos limitados, como
distribuir os que há de forma justa, equitativa?
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A solução não pode ser o salve-se
quem puder, ou a satisfação das exigências
dos que berrarem mais. Algum remédio
teremos de encontrar para evitarmos ser
todos castigados com greves atrás de gre-
ves, exigências atrás de exigências – que
se traduzirão em mais impostos ou menos
e piores serviços públicos.
Há duas soluções, pelo menos, para isto.
Uma é a imposição de um défice máximo,
eventualmente com consagração constitucio-
nal. O orçamento tem de dar resto zero, ou ter
um défice máximo previamente fixado. Todas
as despesas devem ter em conta esse máximo
e, se não houver margem, não são aprovadas.
Tendo de o ser, terá de ser cortada despesa
noutro lado ou ser aumentada a receita (im-
postos) para a poder comportar.
Outra é pura e simplesmente rever todas
as carreiras da função pública, tendo em
conta a dificuldade das funções, o seu grau
de complexidade, o desgaste que implica, as
habilitações necessárias, a oferta existente
no mercado de trabalho. Se a carreira dos
enfermeiros é equiparável à de outra profissão
em todos esses critérios, aumentando-se uns
terão de se aumentar os outros. Chama-se a
isso equidade.
Não podemos é continuar com o critério
que tem sido seguido e que, basicamente,
consiste em prometer tudo a todos, não dar
nada a ninguém com o pretexto de não haver
dinheiro, e colocar em cima do bolo uma
cereja chamada “acabou a crise”.
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
A miragem da Europa
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,
confirmou oficialmente o dia 26 de maio para a realização das
eleições para o Parlamento Europeu. Depois serão as regionais
da Madeira em setembro e as legislativas em outubro. Como
se sabia, 2019 será um ano eleitoralmente ativo e com muitas
mudanças.
Com o Brexit o Parlamento Europeu será reduzido, mas
isso não implicará alterações nos assentos dos demais paí-
ses. As próximas eleições vão escolher 705 eurodeputados,
mantendo Portugal os 21 lugares da atual legislatura (de cinco
anos), e, à partida, eleger o futuro presidente da Comissão
Europeia.
O PS já “arrumou” a sua lista, ou pelo menos a ordem
dos principais nomes, fazendo regressar Francisco Assis e
promovendo a deputado europeu o até agora ministro dos
equipamentos Pedro Marques (que deixou os grandes projetos
da legislatura adiados e a ferrovia à beira da implosão). Com ele
irá outra antiga ministra, Maria Manuel Leitão Marques, que irá
ocupar o lugar que já foi do marido, Vital Moreira, de deputada
do PS no Parlamento Europeu – o partido republicano que
nomeia e promove sistematicamente a família, o nepotismo
fulanizado pelo socialismo.
No PSD, e definido há muito o nome de Paulo Rangel
para cabeça-de-lista, continua um grande “alvoroço” à volta
dos demais nomes a eleger. Com o PSD Açores a defender
Mota Amaral para segundo lugar (ao que parece no partido
havia quem o colocasse em oitavo, atrás, nomeadamente da
madeirense Cláudia Monteiro de Aguiar, que deverá ser sexta)
e com vários “notáveis” a acotovelarem-se para os lugares
de eleição – o PSD deverá eleger cinco ou seis deputados,
dependendo se o Aliança de Santana Lopes elege ou não Paulo
Sande. Até lá, Álvaro Amaro move-se como uma formiga,
aparecendo um pouco por todo o lado e assegurando assim
presença mediática e política muito para além da Serra da
Estrela. Rui Rio não tem como deixar de fora o ainda presidente
da Câmara da Guarda que, depois de ter sido dado como certo
em terceiro lugar, estará disponível para qualquer outro lugar
que garanta um assento em Bruxelas.
Ou seja, Álvaro Amaro mantém o silêncio sobre o as-
sunto, mas, enquanto escrevo estas linhas, está a negociar
e a assegurar um lugar entre os cinco primeiros da lista do
PSD. E se dúvidas houvesse sobre a sua vontade, a forma
como subitamente decidiu a construção do “multiusos” no
Rio Diz dissipam-nas – assume um compromisso de 2013
e o “estudo” encomendado pela autarquia é esquecido em
nome da palavra dada a apoiantes – a localização «mais cara»
passou a «mais económica» num estalar de dedos. Antes de
se ir embora cumpre a sua palavra. Não fica para o resto do
mandato, mas os mais próximos apoiantes não terão razões
de queixa.
Depois virão as legislativas, sem Amaro a intervir nas
escolhas, mas ainda a pairar sobre algumas cabeças. Mas tudo
irá mudar. O distrito deverá eleger apenas três deputados e o
PSD quererá ter dois: Carlos Peixoto e Ester Amorim (Ângela
Guerra foi eliminada precocemente nas disputas internas
e desbaratou o apoio popular na disciplina de voto sobre a
abolição das portagens). Chaves Monteiro irá presidir à Câmara
da Guarda e Cidália Valbom tentará sobreviver no ocaso da
Assembleia Municipal. O PS continuará a sua travessia do
deserto na Guarda, entre a disponibilidade de Eduardo Brito
voltar a ser candidato (disse-o num recente plenário, para
espanto de todos), chamar Carvalhinho, chorar por Seguro ou
esperar que algum jovem apareça (Pedro Fonseca não conta).
No final de 2019 as caras serão outras…

ULS Guarda
Henrique Fernandes
pede indemnização
de três milhões de
euros
O médico oftalmologista
Henrique Fernandes que ti-
nha sido demitido do Hospital
Sousa Martins, na Guarda, foi
reintegrado nas suas funções no
final de janeiro por decisão do
Tribunal Administrativo e Fiscal
de Castelo Branco (TAFCB).
Segundo a SIC, o clínico re-
clama agora uma indemnização
de três milhões de euros por
danos morais e patrimoniais
por, alegadamente, o processo
disciplinar que levou ao seu des-
pedimento ter sido promovido
fora dos prazos legais previs-
tos. Em 2011, a administração
hospitalar considerou que o
médico exerceu atividade clínica
privada enquanto estava de bai-
xa. Em causa esteve, de acordo
com o acórdão do TAFCB, um
«desfasamento» entre a data do
relatório do processo disciplinar
e a notificação do trabalhador
visado (prazo que não pode
ser superior a 30 dias). Neste
caso, o relator responsável pela
investigação à atuação do mé-
dico propôs o arquivamento do
inquérito no dia 11 de maio de
2011. Contudo, o Conselho de
Administração da altura, então
presidido por Fernando Girão,
não acatou a proposta do relator
e solicitou novos pareceres jurí-
dicos externos, que arrastaram
uma decisão. Quando Henrique
Fernandes foi notificado da sua
demissão, já tinham passado os
30 dias em que legalmente a ULS
o podia fazer.
Os três milhões de euros re-
clamados dizem respeito a mais
de sete anos de salários (além do
valor extra que o clínico recebia
pelas Urgências) e ao rendimen-
to que auferia como docente na
Universidade da Beira Interior.
A ULS da Guarda já anunciou
que não vai recorrer da decisão
e está a analisar o assunto para
apresentar «uma contrapropos-
ta» a Henrique Fernandes.
Guarda
Quercus colocou
25 caixas-ninho no
Parque Polis
O Núcleo Regional da Guar-
da da Quercus instalou na terça-
feira 25 caixas-ninho no Parque
Urbano do Rio Diz, na zona baixa
da cidade, para proporcionar
uma zona de nidificação e de
abrigo para as aves. A iniciati-
va contou com a participação
de alunos da Escola Básica da
Sequeira e da Escola Beatriz
Ângelo, tendo as caixas-ninho
sido construídas por reclusos
do Estabelecimento Prisional
da Guarda.
Instituição de
assistência vai
nascer em Vila
Franca das Naves
Misericórdia de Trancoso assegura que não pretende alienar bens da herança
de Carmen Rios Domingues
Luis Baptista-Martins
A notícia da disputa da he-
rança de Carmen Augusta Rios
Domingues tem alimentado as
mais diversas conversas por toda
a região. Em especial depois da di-
vulgação por O INTERIOR na sua
última edição (em papel). Filha
do comerciante galego Germano
Vicente Domingues e de Delmina
Rios Domingues, que fizeram uma
fortuna no comércio de tecidos
em Vila Franca das Naves, onde se
instalaram nos anos trinta do sé-
culo passado foragidos da Galiza
natal e da Guerra Civil espanhola.
Carmen Rios Domingues
faleceu a 17 de maio de 2016, sem
descendentes, e deixando em tes-
tamento um legado considerado
extraordinário, em «bens, direitos
e ações. A herança da filha destes
comerciantes de Vila Franca das
Naves está divida entre o legado
a «afilhados de baptismo» e pes-
soas amigas devidamente identi-
ficadas pela testadora e uma outra
parte, o mais relevante da heran-
ça, legada à população através de
uma comissão assistencial extinta
em 1971 ou «na sua falta, à enti-
dade congénere existente naquele
concelho e que tenha a seu cargo
a organização de assistência, com
a obrigação de destinar toda a sua
herança a uma instituição de as-
sistência particular, com sede em
Vila Franca das Naves, do mesmo
concelho, que terá a denominação
de “Instituição de Assistência Rios
Domingues”», lê-se no testamento
lavrado em Coimbra, a 16 de abri
de 1965, e entretanto divulgado
em sessão pública promovida
naquela vila.
A discussão é pública e a
população considera inaceitável
que a Santa Casa da Misericórdia
de Trancoso se tenha outorgado
como a legítima herdeira (na
sequência da extinção em 1971
da Comissão Municipal de As-
sistência de Trancoso). E fez os
registos dos bens legados em
testamento. Mais de dois anos de-
pois, a população considera que
a herança não está a ser execu-
tada de acordo com a vontade da
testamentária e, assim, o Centro
Social de Vila Franca das Naves
terá já intentado uma ação judicial
que pretende impedir a venda de
bens da herança de Carmen Rios
Domingues e, posteriormente,
exigir a sua execução de acordo
com o que está lavrado no testa-
mento, nomeadamente na parte
que refere que terá de considerar
«obrigatoriamente a sua ação às
povoações de Vila Franca das Na-
ves, Cerejo, Moimentinha, Póvoa
do Concelho e Vilares» (as locali-
dades de onde eram originárias as
pessoas que trabalharam para os
pais da benemérita) e, acrescenta,
«interessar-se, sobretudo, pela
assistência à velhice e a infância».
Misericórdia
vai cumprir
«escrupulosamente»
testamento
Mas se a população tem
mostrado desconfiança em
relação à execução da vontade
da testadora, já o Provedor da
Misericórdia de Trancoso con-
sidera não haver razões para
isso, pois o testamento chegou
à «SCMT através de pessoas
muito próximas da testadora e
Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019 •
que bem conheciam a sua von-
tade». Numa declaração escrita
a O INTERIOR, o padre Joaquim
Duarte assevera que «a Santa
Casa aceitou a herança para
cumprir escrupulosamente as
vontades da testadora, pelo que,
destinando ela o remanescente
dos seus bens, após cumpri-
mento dos diversos legados, à
constituição de uma instituição
de assistência, essa vontade será
respeitada». O valor estimado
da herança continua a ser uma
incógnita e apesar de em Vila
Franca das Naves se falar em
milhões de euros, o Provedor
refere que, «ao que se sabe». a
herança é fundamentalmente
«constituída por bens imóveis
que ainda não estão avaliados».
Mas, independentemente
do valor final da herança, o
padre Joaquim Duarte escla-
rece que «o testamento refere
textualmente que “a referida
instituição estenderá obrigato-
riamente a sua ação às povoa-
ções de Vila Franca das Naves,
Cerejo, Moimentinha, Póvoa do
Concelho e Vilares, e facultati-
vamente a todas as povoações
dos arredores, conforme as suas
possibilidades financeiras, e
interessar-se-á, sobretudo, pela
assistência à velhice e infância”»
•3
DR
e que, «obviamente» essas von-
tades «serão respeitadas». Sobre
o facto de até agora ainda não
ter sido executada a vontade de
Carmen Rios Domingues, o res-
ponsável explica que «a testado-
ra instituiu diversos legados a
várias pessoas que a SCMT está
a procurar identificar de modo
a poder cumprir esses legados»
e que «essas pessoas serão be-
neficiárias», tendo acrescentado
que «haverá que atualizar, ver
as possibilidades financeiras
e dialogar com os serviços da
Segurança Social para encontrar
a melhor maneira de cumprir,
na atualidade», as vontades da
benemérita. «A Misericórdia de
Trancoso não retirará qualquer
benefício do cumprimento das
vontades de benemérita, e da
criação de uma instituição de
assistência», de acordo com a
vontade da testadora. Sobre a
ação intentada pelo Centro So-
cial de Vila Franca das Naves,
o Provedor da Misericórdia
responde que «a SCMT acredita
na justiça e aguardará serena-
mente que ela se pronuncie»,
esclarecendo que «os bens
herdados não serão alienados
se tal não se mostrar necessário
para o cumprimento do testa-
mento».
4• • Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019
Assembleia Municipal da Guarda
congratula-se com nomeação
de Américo Rodrigues
Deputados também aprovaram um voto de protesto pelas seis vagas atribuídas à Unidade Local de Saúde
no último concurso para a carreira médica hospitalar
Luis Martins
Votos de protesto e de
congratulação, moções e reco-
mendações foi assim a Assem-
bleia Municipal (AM) da Guarda
da passada segunda-feira. A ses-
são de fevereiro durou mais de
quatro horas e ficou novamente
marcada pelo tema da saúde
com o CDS-PP a fazer aprovar por
unanimidade um voto de protesto
pelo número reduzido de vagas
(seis) atribuídas à Unidade Local
de Saúde no último concurso para
a carreira médica hospitalar.
O documento, que será en-
viado ao Governo e ao Ministério
da Saúde, foi apresentado por
Henrique Monteiro, que criticou a
«insensibilidade que essa decisão
demonstra perante as carências
vividas» no Hospital Sousa Mar-
tins e que acentuam «ainda mais a
discriminação» no acesso aos cui-
dados de saúde dos residentes no
concelho e no distrito. O deputado
lembrou as carências de médicos
em especialidades como Car-
diologia, Ortopedia, Radiologia,
Gastrenterologia, Otorrinolarin-
gologia, Urologia e Oftalmologia,
«algumas das quais em quase
situação de paralisação por falta
de recursos humanos médicos».
Apesar dessa situação, no recente
concurso para médicos recém-es-
pecialistas foram atribuídas à ULS
da Guarda apenas «seis das 57 va-
Política
Aliança suspende Carlos Pinto da vice-presidência do partido
Carlos Pinto, antigo pre-
sidente da Câmara da Covilhã
e atual vice-presidente do
Aliança, foi suspenso de todas
as funções no novo partido
liderado por Santana Lopes.
O anúncio foi feito no pas-
sado dia 20 através de um co-
municado, onde se lê que «o dr.
Carlos Pinto, em carta dirigida
ao presidente do Aliança colo-
cou à disposição as funções que
exerce. A Comissão Executiva,
reunida esta tarde, entendeu
que a solução mais adequada é a
suspensão das referidas funções
até ao cabal esclarecimento da
situação pelas entidades compe-
tentes». A decisão surge depois
Bancada do CDS-PP voltou a ser das mais interventivas na AM
gas abertas para a região Centro,
o que contraria a propalada aposta
deste Governo no combate à inte-
rioridade e ao despovoamento do
interior», disse Henrique Monteiro.
O documento sublinha que
este número «é manifestamente
insuficiente para garantir a quali-
dade e acesso da população aos
cuidados de saúde, face à situação
de absoluta necessidade existente
nas especialidades de Cardiologia,
Ortopedia, Anestesiologia, Anato-
mia Patológica, Gastrenterologia,
Medicina Interna, Neurologia,
Oftalmologia, Otorrinolaringolo-
do antigo autarca ter sido acu-
sado de peculato, prevaricação
e participação económica pelo
Ministério Público por ter cons-
truído a casa de família de forma
ilegal em 2007 e pago pareceres
jurídicos com dinheiro da autar-
quia. Posteriormente, o partido
decidiu que os militantes que fa-
zem parte dos órgãos ou da lista
candidata às eleições Europeias
terão de entregar o certificado do
registo criminal, bem como uma
declaração de honra que ateste a
sua idoneidade.
A medida será aplicada a
todos aqueles que integram a
Direção Política Nacional, Se-
nado, Comissão Jurisdicional,
gia, Patologia Clínica, Pneumo-
logia, Psiquiatria e Radiologia».
Esta constatação foi partilhada
pelas restantes bancadas da AM,
que também aprovaram por
unanimidade uma moção do
Bloco de Esquerda pelo combate
à violência do género e doméstica.
Os deputados foram igualmente
unânimes relativamente a dois
votos de pesar, do PSD e do PS,
pelo falecimento do professor
e dirigente desportivo Segura
Fernandes, a 22 de dezembro de
2018, tendo feito um minuto de
silêncio em sua memória.
Mesa do Congresso e Gabinete
de Auditoria, mas não abran-
ge os restantes militantes ou
quem se queira filiar ao parti-
do. Pedro Santana Lopes foi o
primeiro a entregar estes docu-
mentos, na passada sexta-feira.
O dirigente está na Covilhã
esta quinta-feira com o cabeça
de lista às Europeias, Paulo
Sande, numa visita que começa
pelas 14h45 na UBI, onde será
apresentado o livro “Quo Vadis
Europa - A Encruzilhada Euro-
peia”, de Bruno Ferreira Costa,
docente e investigador da UBI,
mas também vice-presidente
do Aliança e número três da
lista às Europeias.
Menos consensual foi o voto
de congratulação pela nomeação
de Américo Rodrigues para dire-
tor-geral das Artes. A proposta
veio novamente do CDS-PP e foi
aprovada por maioria, com 64
votos a favor e oito abstenções.
«Américo Rodrigues é mais um
valor seguro da Guarda que aban-
dona o local onde nasceu para
poder desenvolver e expressar to-
das as suas competências na área
cultural», disse José Carlos Lopes,
que apresentou a proposta, tendo
recordado o seu percurso no TMG,
de onde foi demitido em 2014 por
Serra da Estrela
Criada Rede de Ciência e Educação para a
Sustentabilidade
A Associação Geopark Estre-
la criou uma Rede de Ciência e
Educação para a Sustentabilidade
(RCES) para estimular a investiga-
ção e o conhecimento científico
do território.
Segundo o coordenador exe-
cutivo da associação, Emanuel
de Castro, o projeto pretende
«permitir que a Ciência, ou a
investigação, ou aquilo que se
produz de científico, saia dos
muros das Universidades e dos
Institutos Politécnicos e se apro-
xime daquilo que verdadeira-
mente interessa às pessoas». O
responsável adiantou que, «nos
próximos meses», a rede estará
a funcionar com investigadores
Álvaro Amaro, e na Biblioteca
Municipal Eduardo Lourenço,
onde foi substituído em 2018.
Sobre este tema, Tiago Gonçalves
(PSD) louvou «o cidadão Américo
Rodrigues» e reconheceu a sua
nomeação «orgulha a Guarda»,
mas fez questão de realçar «as dif-
erenças» entre a gestão «elitista
e despesista» enquanto dirigiu
o TMG e a atual, «que tem mais
envolvência da comunidade, tem
mais público e uma programação
eclética e de qualidade».
Marco Loureiro (BE) reviu
nesta intervenção aquilo «que a
maioria PSD na Câmara pensa
sobre Américo Rodrigues», en-
quanto Agostinho Gonçalves (PS)
acusou os sociais-democratas de
«darem uma no cravo e outra na
ferradura», enquanto Aires Dinis
(CDU) e Marco Loureiro (BE) elo-
giaram Américo Rodrigues. Nesta
sessão os deputados também
aprovaram por maioria, com 58
votos a favor e dez abstenções,
um voto de protesto do CDS-PP
pelas declarações do secretário de
Estado da Energia. João Galamba
esteve na cidade há duas semanas
e afirmou que os guardenses de-
vem consumir mais energia para
justificar os investimentos da EDP
e da Altice. «O que ouvimos foi de
bradar aos céus», insurgiu-se Hen-
rique Monteiro. O socialista Ago-
stinho Gonçalves subiu à tribuna
para dizer que o PS «não se revê
nestas declarações», que terão sido
proferidas «num momento infeliz».
responsáveis, núcleos, projetos e
iniciativas. Estão previstos cinco
núcleos de Ciência e Educação:
Território, Clima e Alterações
Climáticas (que vai funcionar em
Manteigas), Território, Recursos
Hídricos, Subterrâneos e Geotér-
micos (Covilhã), Território, Biodi-
versidade e Ecologia de Montanha
(Seia), Território, Turismo e Sus-
tentabilidade (Celorico da Beira)
e Território, Geoparques, Geo-
diversidade e Geoconservação
(Guarda). A Associação Geopark
Estrela entregou em novembro
de 2017 a candidatura da Serra
da Estrela a Geopark Mundial
da UNESCO e, até setembro, será
tornado público o resultado final.

Guarda
Mexicano de 83
anos em prisão
preventiva após
tentativa falhada de
furto de dinheiro na
agência da Caixa
As autoridades desconfiam
que a tentativa de assalto na
agência da Guarda da CGD, ocor-
rida na quinta-feira, não terá sido
planeada e aconteceu «fruto das
circunstâncias, da oportunidade
que os três indivíduos viram
naquele momento», apurou O
INTERIOR junto de fonte policial.
Só isso explicará a forma de
atuação dos suspeitos, que entra-
ram no banco de cara destapada
e, aparentemente, sem meios ou
armas para consumar o roubo.
Não houve também ameaças ou
violência sobre os funcionários e
clientes presentes na agência, si-
tuada no centro da cidade, a duas
centenas de metros da esquadra
da PSP e junto ao tribunal. Na
fuga terão mesmo deixado cair
uma pasta onde teriam guardado
o dinheiro furtado, indicaram
testemunhas no local, mas até ao
fecho desta edição a CGD ainda
não tinha divulgado se levaram
dinheiro e quanto. Para trás,
ficou um cidadão mexicano de
83 anos, que foi detido pela PSP
e vai aguardar julgamento em
prisão preventiva. O suspeito foi
presente ao juiz do Tribunal da
Guarda na sexta-feira, que deter-
minou aquela medida de coação
por o detido não ter residência em
Portugal e haver perigo de fuga.
Ao ouvir a decisão, o octo-
genário desfaleceu e teve que
receber assistência médica, tendo
sido transportado de ambulância
para o Hospital Sousa Martins
para observações. O assaltante
foi posteriormente encaminhado
para o Estabelecimento Prisio-
nal da cidade, enquanto os dois
cúmplices, que serão também
de nacionalidade mexicana, não
foram localizados. A PSP, que está
a investigar o caso por se tratar de
um furto, desconfia que tenham
regressado a Espanha. A inquirição
do detido e as imagens de videovi-
gilância serão determinantes para
identificar os fugitivos e perceber
como tudo aconteceu.
Empresas
Matos & Prata de
portas abertas no
sábado
Decorre este sábado mais
um Dia de Portas Abertas Matos
& Prata, na sede da empresa, na
Guarda. A iniciativa tem início
marcado para as 10 horas e o ob-
jetivo será apresentar os últimos
modelos de tratores e alfaias
agrícolas da New Holland. A jor-
nada com clientes e potenciais
utilizadores desta marca inclui
um almoço convívio.
Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019 • •5
Antiga Fábrica Tavares
escolhida para acolher
Pavilhão Multiusos
AEI
Ana Eugénia Inácio
Já está decidido o local
onde ficará localizado
o futuro Pavilhão
Multiusos da Guarda,
depois de vários meses
em análise. Em cima
da mesa estiveram 10
possíveis localizações,
mas a escolha recaiu
sobre a antiga Fábrica
Tavares, no rio Diz.
«É o processo de consul-
ta mais participado de que há
memória», afirmou o presidente
da Câmara da Guarda, Álvaro
Construção do equipamento está avaliada em 9 milhões de euros
Amaro, à margem da última re-
união do executivo, que decorreu foi aprovada por unanimidade, “Passadiços do Mondego”, que do ano «estaremos em condições
na passada sexta-feira, onde foi sendo que os vereadores do PS «infelizmente ainda não tem de começar a obra», de forma a
anunciada a decisão. consideram a localização «boa» financiamento», referiu Eduardo que no Verão de 2020 já se possa
Foi em junho passado que e que «rentabiliza um terreno Brito. No entanto, Álvaro Amaro inaugurar, pelo menos, parte dela.
a autarquia guardense apresen- que já é do município», justificou considerou que é «necessário Na sexta-feira foi ainda aprovada
tou um estudo da consultora Eduardo Brito. Para o vereador assumir este risco» porque «é a atribuição e alienação de quatro
Ventura Office Global Architects socialista, esta é uma «infraes- uma obra estruturante para uma lotes da Plataforma Logística para
Associates, do Porto, que sugeria trutura importante no processo componente da economia da a empresa Geekteck Center, Lda
sete possíveis localizações e as de afirmação da Guarda». Guarda, o turismo». O processo para a criação de um Data Center
previsões de custos de cada uma: Decidida e aprovada, por será agora enviado para o Tribu- e a possibilidade de empregar 50
estádio municipal (21,5 milhões maioria, nesta sessão foi tam- nal de Contas e o edil estima que pessoas.
de euros), zona da feira quinze- bém a adjudicação da obra dos no final do Verão ou até ao final
nal (13,8 milhões), antiga fábrica
Tavares, no Rio Diz (12,7 mil-
hões), terreno junto à rotunda das Transformação da Pousada da Juventude em residência
Portas da Cidade, mais conhecida
por rotunda da mão (13,1 mil- de estudantes é «um disparate histórico»
hões), antiga fábrica da Delphi, na
A marcar grande parte da última reunião esta sexta-feira uma reunião com o presidente do
Estação (13,1 milhões), Quinta da
do executivo esteve mais uma vez a Pousada da Politécnico, Joaquim Brigas. Álvaro Amaro continua
Maúnça (14,9 milhões) e parque
Juventude da Guarda. Depois das declarações do a pedir também a mudança de instalações do Co-
urbano do Rio Diz (10,2 milhões).
secretário de Estado da Juventude e do Desporto, mando Distrital de Operações de Socorro (CDOS)
Estava lançada a discussão, que,
que davam como certa a transformação daquele ed- para as antigas instalações da Infraestruturas de
por sugestão dos munícipes, teve
ifício em residência de estudantes, o edil guardense Portugal. Um edifício que «está a degradar-se numa
ainda em análise mais três locais.
considerou a decisão «um disparate histórico». artéria principal da cidade» e, caso essa mudança se
O Centro de Exposições Trans-
Surpreso com as afirmações de João Paulo concretizasse, a antiga residência feminina poderia
fronteiriço, assim será designada
Rebelo, Álvaro Amaro diz que «a Câmara sempre ser recuperada e entregue ao IPG.
a nova estrutura, terá um custo
se mostrou disponível» para a reabrir a Pousada Do lado da oposição as opiniões dividiram-se.
de 9 milhões e uma área de 10
da Juventude e revelou que «há mais de um ano» Pedro Fonseca concorda com a opção do Governo
mil metros quadrados. Segundo o
que o município espera uma resposta do Governo de transformar a Pousada em residência de estu-
autarca, o «indicador financeiro»
sobre o modelo de gestão que permita reabrir o dantes, mas Eduardo Brito está com Álvaro Amaro.
terá pesado na decisão, pois, dos
edifício. O edil apela «ao bom senso» e alerta que a Contudo, os dois eleitos do PS voltam a estar de
locais em análise, o do rio Diz
requalificação da pousada para acolher estudantes acordo para dizer que «se chegou aqui por inércia
apresentou um «custo global de
«não resolve de imediato» a questão de falta de da Câmara». Quanto à possibilidade de substituir
construção mais baixo», embora
alojamento para alunos do IPG. «Tenho propostas o apoio atribuído ao IPG por arrendamento, os
não o fosse na primeira proposta
apresentada.
na mesa para resolver esse problema no curto vereadores discordam do presidente da Câmara e
prazo», garantiu. Estre as opções está a “Casa das sustentam que «não pode ser substituição, mas um
Álvaro Amaro acrescentou
Lurdinhas”, na qual o presidente da Câmara está complemento». De resto, Pedro Fonseca recordou
que este é o «o local ideal» e
«disponível para ajudar a fazer as obras». A pro- que a Guarda «não está prestes a ficar sem Pousada»,
acredita que irá promover «uma
posta já foi analisada com a Diocese da Guarda, acrescentando que «foi em 2012 que o Governo de
nova centralidade na Guarda».
proprietária do espaço, só faltará «a resposta do Passos Coelho decidiu retirar a Pousada à Guarda».
Ainda sem financiamento garan-
IPG», adiantou o edil. Este é, no entanto, um caso encerrado. Na pas-
tido, o edil alertou que os trabal-
Outras das opções poder ser «transformar sada terça-feira foi publicado em “Diário da Repú-
hos não começarão «em menos de
o subsídio anual ao IPG, de 30 mil euros, em ar- blica” o plano de intervenção para a requalificação
dois anos», uma vez que, depois
rendamento privado», sendo que os estudantes e construção de residências de estudantes, onde
de aprovado o local, será ainda
passariam a arrendar «quartos no mercado privado consta já o nome da antiga Pousada da Juventude
necessário um projeto, adjudicar
e a Câmara pagava». Álvaro Amaro fala em «toda a da Guarda, que passa assim a integrar o Fundo
a obra e submeter o processo ao
disponibilidade do mundo» e tem agendada para Nacional de Reabilitação do Edificado.
Tribunal de Contas. A proposta
6• • Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019

Guarda
Desfile de Carnaval antecipa
Julgamento do Galo
Domingo Gordo é dia de
desfile e Julgamento do Galo na
Guarda.
Inserido no programa do
“GuardaFolia”, no domingo mais
de 900 participantes, 29 carros
alegóricos das freguesias do
concelho e um carro alegórico
com sátira ao executivo muni-
cipal vão desfilar pelas ruas da
cidade, entre a Praça do Muni-
cípio e a Praça Luís de Camões,
onde decorrerá o tradicional
“Julgamento do Galo”.
Espera-se uma tarde de
sátira e humor, baseadas nas tra-
dições populares do concelho.
A encenação da “morte” do galo
incidirá na exploração de uma
dramaturgia com um formato de
libreto musical “operístico” in-
terpretado por atores da ACERT,
de Tondela, e com participações
especiais da orquestra e de intér-
pretes de canto e teatro do Con-
servatório de Música e Artes do
Dão, sob a direção de Luís Rendas
Covilhã
Carnaval da Neve com atividades
70 expositores na Feira
Pereira, César Oliveira, na área do
canto e da música e do maestro
do Fumeiro
Pedro Carvalho. Este espetáculo Certame realiza-se em dois fins de semana para promover
contará ainda com a participação o setor dos enchidos e fumados de Trancoso e da região
de 61 elementos das freguesias AR
que participarão no desfile.
A construção do galo está
a cargo de Nico Nubiola e de
ZéTavares, uma dupla de cenó-
grafos que assina, desde, 1998,
a criação de vários engenhos cé-
nicos da ACERT. Na edição deste
ano, a dramaturgia inspira-se no
universo simbólico do livro de
George Orwell, “O Triunfo dos
Porcos”. No desfile a animação
estará a cargo dos grupos To-
cándar, Toc & Rodão, Tumbala,
NemFáNemFum, Nice Groo-
ve, Porbatuka, Karma Drums,
Projeto EZ, Beira Brass Band,
Moustache Band, Bardoada e
Bombos do Paúl. Já a produção
está sob a responsabilidade de
Trigo Limpo - Teatro ACERT,
com direção artística e libreto Autarquia e AENEBEIRA partilham a organização da feira no Pavilhão Multiusos
de José Rui Martins. O ministro da Agricultura, dente do município, Trancoso «é De resto, temos todos os anos
Capoulas Santos, inaugura esta sinónimo de grandes mercados vários excursionistas das amen-
sexta-feira (17 horas) a XVIª edição e de grandes eventos, a Feira do doeiras em flor e para esta ed-
da Feira do Fumeiro, dos Sabores e Fumeiro é um deles». Segundo o ição da Feira do Fumeiro há a
Artesanato do Nordeste da Beira, autarca, a iniciativa é «essencial- confirmação de que vão voltar»,

na montanha e na cidade em Trancoso. O evento vai decor-

Está de regresso o Carnaval
da Neve, com atividades na Covi-
lhã e na Serra da Estrela.
Um dos pontos altos do
programa acontece no domin-
go, com o desfile “Carnaval do
Mundo”, que pela primeira vez
contará com a participação de
sete associações do concelho,
bem como de outros grupos
que se quiseram juntar à festa.
Também a decorrer estão duas
de curling para demonstração.
A outra mostra está patente ao
público na sala de exposições
temporárias da Galeria António
Lopes e é dedicada às máscaras
do mundo. A animação continua
nas Penhas da Saúde com a Noi-
te Carnaval da Neve, onde vai
decorrer o baile típico dos anos
50 na Pousada da Juventude. Já
durante a tarde haverá o Open
Ski “Taça da Covilhã – Carnaval
rer no fim de semana de Carnaval e
nos dias 9 e 10 de março no Pavilhão
Multiusos com 70 expositores, entre
produtores e empresários do setor.
O certame é organizado em
parceria pela autarquia e pela
AENEBEIRA – Associação Em-
presarial do Nordeste da Beira e
contará apenas com «produtores
licenciados», disse Tomás Mar-
tins, presidente da AENEBEIRA.
Para Amílcar Salvador, presi-
mente comercial, onde se real-
izam importantes negócios, mas
é também um atrativo turístico,
pois por estes dias Trancoso
recebe muitos visitantes». Num
fim de semana com muitas feiras
na região, Amílcar Salvador não
receia a concorrência dos mu-
nicípios vizinhos e prefere falar
em complementaridade: «Quem
for a Pinhel ou à Serra da Estrela
também pode vir a Trancoso, são
eventos que se complementam.
exemplificou o autarca.
O certame é dedicado ao
melhor fumeiro da região, bem
como a outros produtos endó-
genos, como o vinho, o azeite, a
castanha, o pão, o mel e a doçaria
tradicional. A Feira do Fumeiro
tem um orçamento de cerca de 10
mil euros, repartidos entre os dois
parceiros. Nos mesmos fins de
semana decorre um festival gas-
tronómico em onze restaurantes
da “cidade de Bandarra”.

Até 28 de Fevereiro
exposições, uma promovida da Neve”, nas pistas da Torre. PUB

pela Federação de Desportos

de Inverno, no edifico da antiga
PT, que tem associada uma pista

Fundão
Gravuras rupestres
descobertas na
Gardunha
Um conjunto de rochas com
gravuras rupestres foi desco-
berto na Serra da Gardunha,
no Fundão, e poderão datar do
período entre o Calcolítico e a

Assine O INTERIOR
Idade do Bronze.
«Das imagens que visua-
lizei, concluo claramente que
são motivos pré-históricos
e poderão ter entre três a
quatro mil anos». Uma dessas
rochas tem arte rupestre do Ao preço antigo
tipo esquemático simbólico, ou
seja, são círculos concêntricos,
aquilo que nós chamamos de
O preço da assinatura será atualizado a 1 de Março para: Anual,
‘arte atlântica’», afirmou o 30€ (Nacional) e 35€ (Internacional) e Semestral, 16€ (Nacional)
arqueólogo António Martinho
Batista, antigo diretor do Par- e 18€ (Internacional). O preço de capa será de 0,75€.
que Arqueológico do Vale do
Côa. O especialista deverá visi-
tar o local «em março ou abril.

Pousada da Juventude vai
ser residência de estudantes
do IPG
Luis Martins
O caso da transformação
da Pousada da Juventude da
Guarda, fechada há vários anos,
em residência de estudantes do
IPG está encerrado. O edifício está
incluído no Plano Nacional de Alo-
jamento para o Ensino Superior
cujo decreto-lei foi publicado na
terça-feira em “Diário da Repú-
blica” e entrou ontem em vigor.
No diploma o Governo justifi-
ca que a adaptação de 34 imóveis
do Estado sem utilização nos 18
distritos vai «dar uma resposta
integrada e de longo prazo» às
necessidades de alojamento dos
estudantes do ensino superior
que se encontrem deslocados
da área da sua residência. Este
alojamento, «condigno e a preços
acessíveis», será, de acordo com o
Ministério da Ciência, Tecnologia
e Ensino Superior, «essencial para
Edifício integra a lista de 34 imóveis do Estado sem utilização incluídos
no Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior
o alargamento e a democratização
do acesso ao ensino superior» em
Portugal. O plano será executado
de forma faseada, ao longo de 10
anos, e prevê a integração destes
imóveis no Fundo Nacional de
Reabilitação do Edificado (FNRE),
bem como a criação de alojamen-
tos diretamente pelas instituições
de ensino superior através da
reabilitação ou ampliação de
residências de estudantes em
funcionamento ou de edifícios
utilizados para outros fins. Outra
possibilidade é disponibilizar
imóveis de outras entidades me-
diante protocolos com as univer-
sidades e os politécnicos.
A reabilitação da antiga Pou-
sada da Juventude da Guarda, tal
como a das Pousadas de Leiria,
Portalegre e Vila Real, está inte-
grada na primeira fase do plano
de intervenção. O mesmo acon-
tece na Covilhã com a inclusão
da ampliação dos edifícios da
Antiga Pousada da Juventude da Guarda está fechada desde 2012
Cantina da Boavista e da residên-
cia de Santo António. A UBI viu
ainda consagrada a construção
de uma nova residência nos ter-
renos do UBIMedical. No caso da
Guarda a opção permitirá criar 52
novas camas, enquanto na Covilhã
haverá mais 220. De fora do plano
do Governo ficou a adaptação da
Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019 •
LM
antiga cantina da Fisel, em Seia,
para acolher estudantes da Escola
Superior de Hotelaria e Turismo,
do IPG. Segundo o diploma, além
do recuso às possíveis dotações
do Orçamento do Estado para o
efeito, as instituições de ensino
superior poderão financiar as
obras necessárias nestes imóveis
•7
junto do Instrumento Financeiro
para a Reabilitação e Reconversão
Urbana (IFRRU 2020) e do pro-
grama “Reabilitar para Arrendar”.
Para otimizar a oferta de
alojamentos para estudantes, a
tutela vai instituir um mecan-
ismo de monitorização do alo-
jamento disponível, através da
comunicação anual à Direção-
Geral de Ensino Superior (DGES)
da oferta no ano letivo seguinte,
bem como da comunicação
contínua dos novos projetos
de construção, requalificação e
entrada em funcionamento de
residências. Já o acompanha-
mento da execução do plano de
intervenção será competência
da DGES e do Instituto da Hab-
itação e da Reabilitação Urbana.
Com esta medida o Governo
quer criar 11.562 novas camas
em dez anos e duplicar a oferta
atual (cerca de 15 mil) através
da reabilitação de 263 imóveis.
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8• • Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019

Celorico da Beira
LM

celebrou o “rei”
dos queijos
portugueses
Município antecipou-se aos concelhos vizinhos e atraiu O dia era de festa, mas o presidente Carlos Ascensão (à esquerda na foto) não se esqueceu
milhares de visitantes no passado fim de semana de reclamar o fim das portagens

Luis Martins
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O “rei” dos queijos portugueses

teve uma festa à altura na “capital” do
queijo Serra da Estrela no passado fim
de semana. Celorico da Beira celebrou
esta iguaria única com um certame que
homenageou «a tradição e a história de
vida e sacrifício» dos seus produtores,
sintetizou o presidente da Câmara.
Para Carlos Ascensão, o queijo
Serra da Estrela é uma «marca da nossa
identidade» e um «elemento identitá-
rio» da história do município serrano.
«Todos temos ou tivemos alguém
próximo ou um parente ligado a esta
atividade ancestral», disse o autarca
na abertura da 40ª edição da feira do
queijo, que, de acordo com a autarquia,
atraiu «milhares de visitantes» nos três
dias do evento. No recinto do mercado
municipal 21 produtores de queijo de
ovelha realizaram degustações e comer-
cializaram um produto eleito como uma
das “Sete Maravilhas” da gastronomia
portuguesa. A mostra foi complemen-
tada com cerca de 80 expositores de
outros produtos agropecuários, licores,
vinho, pão, doçaria e artesanato.
Na presença do secretário de Esta-
do da Valorização do Interior, João Paulo
Catarino, Carlos Ascensão alertou para
necessidade de redução das portagens
na A25 e A23. «Era mais que justo que
houvesse abolição total deste encargo
e incentivos fiscais para os empresários
para ajudar ao desenvolvimento desta
região», disse, acrescentando que, pela
sua parte, não se rende «ao fatalismo
de que estamos condenados, de que só
o litoral vai ter vida. Nós temos valor e
produtos de excelência, e as coisas vão
mudar, têm que mudar, para o bem do
país», sublinhou o presidente da Câma-
ra de Celorico da Beira. Na resposta, o
governante desfiou algumas medidas
do Governo para o interior, como o
recente programa de mobilidade dos
funcionários públicos, para concluir
que «iniciámos um caminho que nunca
tinha sido feito e que leva o seu tempo
a dar frutos».
Este fim de semana será a vez de
Aguiar da Beira (domingo), Gouveia
(domingo) e Seia (sábado) realizarem
as suas feiras do queijo Serra da Estrela.
Na terça-feira de Carnaval é Manteigas
que promove uma prova desta iguaria
tradicional e icónica da região serrana.
O ciclo das feiras do queijo termina em
Fornos de Algodres, a 16 e 17 de março,
no mercado municipal.

Literatura
Morreu João Bigotte Chorão Aluna do Conservatório da Covilhã
admitida no Royal College of Music
O ensaísta e crítico literário
João Bigotte Chorão, considerado
um dos especialistas na obra de
Camilo Castelo Branco, morreu
no sábado em Lisboa aos 85 anos.
Nascido na Guarda em 1933,
o autor formou-se em Direito
e trabalhou na Editorial Verbo,
onde coordenou a publicação de
várias enciclopédias, mas ficou
conhecido sobretudo como en-
saísta de uma «crítica humanista
ou ontológica, parte da obra para
o homem, tantas vezes esquecido
numa visão apenas formalista
da literatura», como descreve a
editora Quetzal, quando publicou
“Além da literatura”. Estudioso de
literatura autobiográfica, deixa
vários ensaios sobre a obra de
Camilo Castelo Branco. Foi mem-
bro da Academia das Ciências de
PUB
DR
Lisboa e do Instituto Luso-Brasi-
leiro de Filosofia, tendo dirigido
também o Círculo Eça de Queiroz.
Em 2008 foi distinguido com o
Grande Prémio de Literatura Bio-
gráfica pela Associação Portugue-
sa de Escritores, pela obra “Diário
quase completo”, tendo publicado
uma década depois o volume dia-
rístico “Diário 2000-2015”. Numa
mensagem no site da Presidência
da República, Marcelo Rebelo
de Sousa sublinhou que Bigotte
Chorão deixa aos leitores «o que
de melhor definiu a sua vida como
missão – o subtil diálogo entre a
escrita, o escritor e o seu decifra-
dor no tempo e para além dele». O
funeral do pai do também crítico
literário Pedro Mexia realizou-se
na segunda-feira, em Lisboa e na
Lousã (Coimbra).
Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019 • •9
Música
Esther Branco, aluna de vio- DR
por uma aluna, também ela bri-
lino do Conservatório de Música lhante, extremamente dedicada
da Covilhã, foi admitida no Royal e trabalhadora. É um motivo de
College of Music, em Londres, orgulho para toda a comunidade
uma das melhores escolas de escolar do Conservatório e para
música do mundo e uma das toda a cidade», considera Carlos
mais procuradas pelos candi- Salazar, diretor pedagógico da
datos a músicos e compositores. instituição covilhanense. Esther
Em dezembro, a jovem vio- Branco estuda violino no Conser-
linista tinha sido admitida no vatório desde os 5 anos de idade,
Royal Birmingham Conserva- atualmente com a professora Ma-
toire. «É um feito brilhante e ria Gomes, tendo feito todo o seu
um enorme sucesso alcançado percurso musical na instituição.
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Diretor e Editor: Luís Baptista-Martins • Rua da Corredoura, 80 - R/C Dto - C • 6300-825 Guarda •
Redação: Luis Martins (Chefe de Redacção) e Ana Eugénia Inácio. • Conselho Editorial: António Ferreira, Nuno Amaral Jerónimo, Cláudia Quelhas, João Canavilhas, José Carlos Alexandre, Diogo Cabrita e Maurício Vieira.
Colunistas e Colaboradores: Acácio Pereira, Albino Bárbara, Ângela Guerra, António Costa, António Ferreira, António Godinho, Cláudia Quelhas, David Santiago, Diogo Cabrita, Eduardo Lourenço, Fernando Pereira, Fidélia Pissarra, Frederico Lucas, Hélder Sequeira, Honorato Robalo, João Canavilhas, Joana C. Pereira,
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FIG-Indústrias Gráficas, S.A. • Rua Adriano Lucas – 3020-265 Coimbra • Telefone 239 499 922 • Fax 239 499 981 • e-mail: fig@fig.pt • Sede, Redação e Publicidade: Rua da Corredoura, 80 - R/C Dto - C • 6300-825 Guarda N.I.P.C. – P-504847422. • Nº de registo na ERC: 123436 • Depósito
Legal:146398/00 • Tiragem desta edição: 7.200 exemplares • Periodicidade: Semanário • Edição Internet: O Interior • Propriedade: JORINTERIOR - Jornal • O Interior, Ldª. Detentores de mais de 10% do capital da empresa: José Luís Carrilho Agostinho de Almeida e Luís Baptista-Martins.
Estatuto Editorial: https://www.ointerior.pt/ficha-tecnica/ • Guarda - Redacção/Publicidade: 271212153 • www.ointerior.pt • publicidade@ointerior.pt

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Sp. Covilhã empata em Penafiel
e não perde há sete jogos
Apesar deste desempenho, os serranos continuam na vizinhança da zona de despromoção, contando mais
quatro pontos que o antepenúltimo Cova da Piedade
O Sp. Covilhã somou no sá-
bado o sétimo jogo consecutivo
sem perder ao empatar 0-0 na
deslocação a Penafiel. Os serra-
nos ocupam o 12º lugar da IIª
Liga, com 28 pontos, mas estão
proibidos de qualquer deslize,
pois continuam muito próximos
da zona de despromoção, da qual
estão a quatro pontos.
O jogo da 23ª jornada come-
çou com os visitantes a surgirem
confiantes e motivados em Pena-
fiel, fruto do triunfo expressivo
sobre o líder Paços de Ferreira
no fim de semana anterior. Os
covilhanenses controlaram o jogo
e anularam qualquer tentativa
dos locais de chegar ao golo. Já
na frente, o Sp. Covilhã pecou no
último passe e dispôs de duas
boas ocasiões para marcar, ambas
de bola parada. Aos 5’, Adriano
obrigou Ivo a desvio para canto e
trinta minutos depois foi Gilberto
que fez a bola tirar tinta do poste
direito com um remate oportuno.
Pelo Penafiel, Ludovic foi o ele-
mento mais inconformado num
conjunto quase nulo em termos
ofensivos. A exceção foi um rema-
te de fora da área de Fábio Abreu,
aos 24’, que Vítor São Bento segu-
rou entre os postes.
Atletismo
Rafaela Aleixo é campeã nacional sub-18
de lançamento do dardo
A guardense Rafaela Aleixo
sagrou-se, no domingo, campeã
nacional sub-18 de lançamento do
dardo no Campeonato Nacional de
lançamentos longos, em Vagos.
Natural da cidade mais alta, a
atleta de 17 anos representa atu-
almente o CA Seia e conquistou o
título com um novo recorde pessoal
e recorde distrital de 40,53 metros.
A sua marca anterior era de 37,46
metros. Rafaela Aleixo é treinada por
Andreia Nicolau e foi campeã nacional
Olímpico Jovem, em iniciados, e vice-
campeã nacional juvenil em 2017.
Do seu currículo consta ainda o título
de vice-campeã Olímpico Jovem e de
vice-campeã nacional de juvenis em
2018. A jovem conta ainda com uma
internacionalização, tendo repre-
sentado a seleção nacional no Troféu
Ibérico Sub-18 do ano transato.
Judo
Maria Ribeiro vence em Guimarães
A sabugalense Maria Ribei-
ro venceu a sua categoria, com
três vitórias pela pontuação má-
xima, no primeiro torneio do cir-
cuito de judo adaptado de 2019,
O Covilhã foi para o intervalo
com um nulo e boas indicações
para o segundo tempo, tendo
regressado das cabinas nova-
mente perigoso, com Adriano a
criar muito perigo aos 49’ e 54’.
O primeiro remate obrigou Ivo
a aplicar-se para evitar o golo e o
segundo falhou a baliza por muito
pouco. Os visitantes continuaram
com sinal mais, enquanto os locais
só protagonizaram uma jogada de
perigo aos 65’, num remate de Ro-
meu Ribeiro, após canto, que saiu
sobre a barra da baliza covilhanen-
se. A pressão estava sobre a defesa
penafidelense e era o guarda-redes
Ivo quem continuava a brilhar,
negando com uma grande defesa o
golo a Henrique Gomes aos 82’. Por
sua vez, Vítor São Bento manteve o
nulo com uma defesa para canto
a remate cruzado de Yuri Araújo.
A perdida da tarde coube ao
avançado serrano Deivison, que,
aos 94’, sem marcação, cabeceou
ao lado.
No próximo domingo o Sp.
Covilhã tem um jogo arriscado
na receção ao Benfica B, quarto
classificado, que nesta jornada
perdeu surpreendentemente em
casa por 2-1 com o antepenúltimo
Cova da Piedade.
DR
que decorreu em Guimarães. A
judoca vai competir no Fundão,
a 24 de março, e continuar a
preparação para participar em
provas internacionais.
Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019 • • 11
DR
Ficha de Jogo
Árbitro: Cláudio Pereira (AF Aveiro)
Árbitros assistentes: Álvaro Mesquita
e Vítor Manuel Silva
E. Municipal 25 de Abril,
Penafiel
Penafiel........................ 0
Ivo, Hélio Cruz, Vini, Leandro, José
Gomes, Romeu Ribeiro, Rafa Sousa
(Tiago Ronaldo, 46’), Ludovic (Yuri
Araújo, 65’), Gustavo, Fábio Abreu e
Pires (Areias, 85’)
Treinador: Armando Evangelista
Sp. Covilhã................. 0
Vítor São Bento, Tiago Moreira, Ra-
fael Vieira, Jaime, Henrique Gomes,
Gilberto, Mica, Rodrigues, Adriano
(Bonani, 83’), Kukula (Deivison, 73’) e
Diego Medeiros (Kisley, 87’)
Treinador: Filipe Rocha (Filó)
Golos: Não houve
Ação disciplinar: Cartão amarelo
para Vini (58’), Gilberto (68’) e Areias
Adriano pôs à prova o guardião local com dois remates perigosos (90’+4’)
e um terceiro que saiu ao lado
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12 • • Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019 Publicidade

Ciclismo
David Rodrigues terminou
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Moreira
Aluga-se
num pelotão com forte concorrência internacional,
tendo obtido a sua melhor classificação na quinta
e última etapa da competição ao 61º. No primeiro
dia, David Rodrigues foi 91º e 97º na segunda tirada,
que terminou no Alto da Foia. Já no contrarrelógio
Quarto mobilado em T2 individual da terceira etapa terminou no 134º lugar,
dado que esta não é propriamente a sua especialidade.
Perto do IPO e Hospital No sábado foi 101º na penúltima etapa de uma prova
ganha pelo esloveno Tadej Pogacar (UAE Team Emir-
Coimbra ates). A Volta ao Algarve contou com a participação de
alguns dos melhores ciclistas mundiais, em represen-

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tação de doze equipas da World Tour, quatro da Con-
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NOTÁRIO Andebol
José Carlos Travassos Relva

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CERTIFICO que, por escritura de 26 de Fevereiro de 2019, exarada a fls. 08 e seguintes
do livro de notas para escrituras diversas número 397 - P, do Notário José Carlos
Seminário no IPG debate os
Travassos Relva, com Cartório na cidade da Guarda, Ibraima Mariana Marques, NIF obstáculos à carreira dual
102893985, viúva, natural da freguesia de Rocamondo, residente na Rua da Carreira,
número sete, em Rocamondo, Guarda, rectificada a escritura de justificação lavrada O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai or-
neste Cartório em um de Fevereiro do ano corrente, exarada de folhas quarenta e seis a ganizar o “Seminário de Andebol – Carreira Dual” a
folhas quarenta e sete verso, do livro de notas para escrituras diversas número trezentos
e noventa e cinco - P, declarou-se dona e legítima possuidora do seguinte imóvel:
18 de março.
PRÉDIO RÚSTICO, constituído por terreno de centeio e cerejeira, com a área de Trata-se de uma formação para treinadores que
setecentos e cinquenta metros quadrados, sito em Tapada Nova, em Rocamondo, na abordará os desafios e obstáculos à carreira dual,
União de Freguesias de Avelãs de Ambom e Rocamondo, deste concelho (antes na
freguesia de Rocamondo, deste concelho, em virtude da agregação de freguesias), a
nomeadamente a complexidade de conciliação das
confrontar do norte com Artur Andrade, do sul com herdeiros de Agostinho dos Santos, do atividades académicas e desportivas pelos atletas-
nascente com Olímpio Marques Gonçalves - cabeça de casal de e do poente com Estrada estudantes. A sessão terá lugar no auditório dos Servi-
Municipal, inscrito na matriz respectiva em nome de Olímpio Marques Gonçalves - cabeça
de casal sob o artigo 1009 que proveio do artigo 499 da extinta freguesia de Rocamondo, ços Centrais e serão oradores Pedro Esteves (ESECD/
com o valor patrimonial actual de 1,64 euros, o atribuído de trinta e dois euros e dezoito IPG), Paulo Licos (IPDJ), Carlos Galambas (diretor do
cêntimos e omisso na competente Conservatória do Registo Predial. departamento de andebol do Sporting), Hugo Canela
b) - Acontece, porém, que não é dona da totalidade deste imóvel;
(treinador principal), Carlos Carneiro e Tiago Rocha
Filipe Pinto c) - Que, pela presente, rectifica aquela escritura no sentido de ficar a constar que somente
é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, de metade indivisa do citado prédio. (ambos andebolistas do Sporting), bem como Alfredo
Fotojornalista Guarda, 26 de Fevereiro de 2019 sob o artigo 1009. Torres (atleta do FC Porto). As inscrições são gratuitas
O Notário, para os estudantes, sendo obrigatória em http://bit.
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 Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019 • • 13

Futebol distrital Taça AF Guarda

Figueirense tranquilo, Sabugal Quartos de final no domingo

Jogam-se no domingo Serra-Foz Côa e Nespereira-

em recuperação
os quartos de final da Taça Vila Cortês do Mondego. As
de Honra da AF Guarda com meias finais disputam-se
cinco equipas do Distrital da a 21 de março e a final do
DR
Iª Divisão e três da IIª. troféu será jogada a 31 de
Os jogos são Aguiar da maio em local a designar
Beira-Estrela Almeida, Sp. pela Associação de Futebol
Celoricense-Soito, Paços da guardense.

Rali
Carro da ARC Sport em segundo
no Serras de Fafe DR

Figueirense passou mais um teste ao vencer o Gouveia por 2-1

Se tudo parece estar resolvido no topo da
tabela a sete jornadas do fim do Distrital da Iª
Divisão da AF Guarda, o mesmo não se poderá
dizer no fundo da classificação, onde o Sp. Sabugal
promete lutar pela permanência.
No domingo, a equipa raiana, que ocupa o 14º
e último lugar da geral, foi ganhar 2-1 a São Romão
(10º) e encurtou a distância relativamente aos res-
tantes candidatos à despromoção. A vitória rendeu
três pontos aos sabugalenses, que somam agora 12
pontos e ficaram a um do Sp. Vilar Formoso (13º e
penúltimo), derrotado 3-1 em casa pelo Manteigas
(2º), e do Estrela Almeida (12º), que perdeu 2-0 no
Soito (11º). Também esta formação do concelho
do Sabugal ficou mais perto, encontrando-se a dois
pontos do “lanterna vermelha”, pelo que se antevê
um resto de campeonato muito competitivo na
fuga aos últimos lugares e à descida à IIª Divisão.
Na 19ª jornada o líder Figueirense recebeu
e venceu o Gouveia (6º) por 2-1 e chegou aos 52
pontos, mantendo o Manteigas à distância de dez
pontos. Na terceira posição permanece o Aguiar da
Beira com 39 pontos após ganhar em casa ao Vila
Cortês (5º) por 2-1, enquanto o Sp. Celoricense
(4º) concedeu um empate caseiro a uma bola com
o Trancoso (7º). Por último, o Vilanovenses (9º)
derrotou o Fornos de Algodres (8º) por 1-0. Este
domingo joga-se para a Taça de Honra, pelo que o
Futebol
AF Guarda organiza torneio de desenvolvimento sub-16
A Associação de Futebol da
Guarda vai receber o torneio de
desenvolvimento masculino de
futebol de sub-16. A organização
O espanhol Dani Sordo frente de Miguel Barbosa (Skoda
campeonato regressa a 10 de março com os jogos (Hyundai i20) venceu o rali Ser- Fabia), a 1m24s4’ do vencedor, e
Vila Cortês-Figueirense, Manteigas-Vilanovenses, ras de Fafe, depois de dominar de Ricardo Moura (Skoda Fabia,
Sabugal-Aguiar da Beira, Fornos-Celoricense, a primeira prova do Nacional do também preparado pela ARC),
Trancoso-São Romão, Vilar Formoso-Soito e princípio ao fim, impondo-se a a 1m29s5’, terceiro e quarto
Gouveia-Estrela Almeida. Ricardo Teodósio (na foto). O classificados, respetivamente. A
piloto do Skoda Fabia preparado equipa de Aguiar da Beira teve
Vila Franca marca passo na IIª pela ARC Sport, de Aguiar da mais três participações muito
Divisão Beira, assumiu a liderança do positivas, pois Pedro Almeida
campeonato. (Skoda Fabia R5) conquistou o
O Vila Franca das Naves, que comanda o Dis- Sordo foi o mais rápido 10º lugar da geral e a 7ª posição
trital da IIª Divisão, empatou 2-2, no domingo, na em 12 das 13 especiais – só para o Campeonato de Portugal
receção ao Paços da Serra (4º) e viu o Freixo de foi batido na décima pelo cam- de Ralis. Por sua vez, Joaquim
Numão (2º) aproximar-se do primeiro lugar da peão nacional Armindo Araújo Alves e Miguel Correia tiveram
classificação. (Hyundai i20) –, pelo que a luta um excelente comportamento
A equipa do concelho de Foz Côa venceu o dérbi ficou reservada para o segundo ao longo da prova. O segundo
local ao receber e derrotar o Desportivo de Foz Côa posto. O algarvio Ricardo Teo- rali do campeonato nacional vai
(3º) por 1-0, tendo ultrapassado o adversário da dósio acabou por levar a melhor, ter lugar nos Açores, entre 21 e
tarde na tabela. O Freixo conta agora 23 pontos, terminando a 1m14s de Sordo, à 23 de março.
menos três que o Vila Franca das Naves e mais um
que os fozcoenses na luta pelos lugares de promoção
à Iª Divisão. Nos outros jogos o Pala (7º) derrotou a Parakarate
ADC Castelos (8º) por 3-0 no dérbi do concelho de Guardense António Pereira vence
Pinhel e o Nespereira (4º) venceu em casa o Casal de DR
António Pereira (Centro
Cinza (9º e último) por 1-0, tendo folgado o Guarda
de Artes Marciais da Guarda)
Desportiva (6º). A próxima jornada disputa-se a
venceu a sua categoria na IVª e
10 de março com as partidas Foz Côa-Pala, ADC
última Liga Olímpica Parakara-
Castelos-Nespereira, Guarda-Vila Franca e Paços da
te, realizada no sábado em São
Serra-Freixo Numão. Folgará o Casal de Cinza.
Domingos de Rana (Cascais).
Tratou-se de uma prova fede-
rativa que permite aos atletas
ganharem experiência compe-
titiva. A próxima competição
foi atribuída pela Federação Por- vai contar com a participação da para o jovem guardense está
tuguesa de Futebol no início de seleção nacional do escalão e agendada para 11 de maio, no
fevereiro. Agendada para o dis- de mais três seleções de outros Campeonato Nacional Paraka-
trito de 10 a 14 de maio, a prova países ainda não divulgadas. rate, em Portimão.

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Identificação: Nacional_ ____ Semestral.. (12,5€) Anual.. (25e)
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Estrangeiro_ Semestral.....(15€) Anual.. (30e)

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14 • • Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019
opinião
David Santiago
As sondagens
dizem que a
censura faz sentido
1 - Aproxima-se o ciclo eleitoral e intensifica-
se a atividade partidária que uns chamam ação
política e outros preferem classificar de propagan-
da. A moção de censura ao Governo apresentada
pelo CDS, discutida e votada há uma semana no
Parlamento, surge precisamente neste clima pré-
eleitoral já iniciado e que vai durar até às legisla-
tivas de 6 de outubro.
Quanto às críticas sobre a oportunidade, ou
até legitimidade, da iniciativa parlamentar cen-
trista oriundas quer das forças da atual maioria
de esquerda, quer do PSD, importa ressalvar que
em mais de três dezenas de censuras apenas uma
produziu efeitos diretos – a moção do PRD que
derrubou o primeiro Executivo de Cavaco Silva,
abrindo a porta a duas maiorias absolutas cava-
quistas e ao princípio do fim do partido promovido
por Ramalho Eanes.
Mas houve também deputados que lamenta-
ram a perda de tempo inerente à discussão de uma
moção previamente fracassada, considerando que
haver mil e uma outras questões mais relevantes a
tratar. Foi também na semana passada que o líder
parlamentar social-democrata Fernando Negrão
defendeu a «revisão regimental» do Parlamento
para combater perdas de tempo como quando
se põe todo um plenário a tratar temas como as
quotas de pesca do peixe-espada.
Numa Assembleia da República cansada de
tantas vezes discutir aquilo que desconhece e que
é tão propícia à ausência de deputados em serviço
noutras mais relevantes funções privadas ou públi-
cas, considerar-se despiciendo debater uma censura
que (independentemente de se concordar com os
argumentos invocados) é politicamente justificada,
menoriza o papel do Parlamento e, em consequência
disso mesmo, dos próprios agentes políticos.
2 - O debate da moção foi interessante. Pela
segunda vez na legislatura, Bloco, PCP, Verdes e
PAN juntaram-se ao PS para salvar o Governo.
Pela segunda vez, a direita censurou o Executivo,
mas se em 2017 o fez convicto, desta feita o PSD
preferia não ter sido obrigado a fazê-lo.
Assunção Cristas insistiu na estratégia de
afirmação como líder da oposição, voltou a colar
Rui Rio a António Costa e apostou em desgastar
um Governo fragilizado pelo crescendo de contes-
tação social. A maioria parlamentar de esquerda
respondeu censurando as motivações de Cristas,
reduzidas a mera manobra eleitoralista num cená-
rio de fragmentação à direita – ascensão da Aliança
e de outras pequenas forças como o populista
Chega. O CDS ripostou expondo as incongruências
da “geringonça”, lembrando que os bloquistas e
comunistas que tanto criticam a política do Gover-
no são os mesmos que o salvam.
3 - A estratégia do CDS parece fazer sentido
à luz das sondagens. A mais recente da Aximage
mostra o PS (e Costa) em queda e o PSD estabili-
zado (sendo que Rio ganhou popularidade) e sem
conseguir tirar partido da perda dos socialistas.
Assim, os centristas tentam ganhar no centro-direita
os votos de descontentamento do eleitorado que,
apesar de habituado a votar PSD, está insatisfeito
com a liderança de Rio. Em simultâneo, Cristas faz
controlo de danos por antecipação para evitar perder
votos para os partidos emergentes à direita.
A inutilidade das coisas
opinião
Maria Afonso
Não vivem deuses nesta cidadela. Nunca viveram.
Jamais homem algum se vergou a qualquer deus. Vive fora
do mundo, num tempo longínquo capaz de nos percorrer
em segundos. Ciclópica fortificação entre dois montes e
desfiladeiros intimidatórios. As leoas vigiam a entrada
resignadamente. Duas feras afrontadas, corpo em tensão
musculado, a escorrer um suor quase negro. Os olhos do
tempo vincados na pedra. As portas já não são obstáculo.
Entra-se e tudo em nós toma outra dimensão. A respiração
apressa-se num descompasso imprevisto. Um excesso de
ar torna-nos mais leves. Somos uma espécie de balão de
hélio na indagação da gravidade.
As pedras de mármore branco falam dos pés dos
homens que levantaram cidades e pintaram frescos em
palácios. Homens hábeis na sedução do azul. O céu ali tão
perto. E vai-se subindo até ao princípio da luz. Imagina-
mos frutos frescos de morder e arrecadamos o suculento
escorrer das estrelas quando a noite se despe. Um lume
é convocado para nos queimar a pele. Oliveiras ladeiam
os nossos passos. Sorvemos o que a sombra tem de mais
sagrado. Se ainda houvesse água em Micenas purificarí-
amos os pés da poeira milenar.
Sabemos das mulheres que ali viveram e dos espe-
lhos de bronze polido onde se observavam. Dos seus
cabelos enfeitiçados. Dos seus corpos serpenteados. Nas
suas mãos abriam-se crateras e galerias que as guiavam
à porta secreta. Os sublimes colares de ouro martelado
A sério e a brincar
opinião
Santinho Pacheco *
1. Os fundos estruturais têm sido um dos mais pode-
rosos instrumentos de apoio ao investimento empresarial,
à inovação e conhecimento, à qualificação dos portugueses
e à coesão social e territorial.
Por isso, assim que em 2015 chegámos ao Governo,
definimos como prioritária a aceleração da execução do
Portugal 2020 e cumprimos esse objetivo. Entre todos os
Estados membros com envelope financeiro de dimensão
comparável, Portugal está em primeiro lugar na taxa de
execução dos fundos estruturais.
Destaca-se o apoio ao investimento privado: corres-
pondemos à dinâmica empresarial com a realização de
um volume de pagamentos às empresas sem paralelo no
passado, superando as metas ambiciosas que tínhamos
colocado a nós próprios, e tendo acabado 2017 com 1,3
mil milhões de euros de pagamentos acumulados.
Abraçamos agora o desafio extremamente exigente
de definição estratégica do país que queremos ser em
2030. Mas não apenas tendo em conta os desafios que se
colocam a Portugal, como também os desafios estruturais
a que a Europa tem de fazer face. Planear não é menos
importante do que executar
Planear integrando as experiências do passado, não
é oportunismo nem eleitoralismo; é respeito e sentido de
não substituíam amores imperfeitos. Uma vez ou outra
o desalento guiava-as ao mar. Nadariam até à exaustão.
Uma babel salgada crepitaria no lume do instante. Entre
naufragar ou emergir uma braseira apática. Afadigadas,
sob o peso das vestes alagadas, regressam a si.
Olhamos o palácio e incendiamos o megaron. As
mãos cabem nas cavidades da ombreira do portal que o
tempo erodiu. Aqui não chegou o suor negro das leoas.
Um mármore leitoso estimula as carícias. É a pele dos
milénios cantada por rapsodos. Vemo-nos como Platão,
no seu tratado de poesia, e queremos que aquelas pedras
nos olhem, e que o seu choro, o seu olhar espantado,
até o seu terror responda às nossas palavras. Perguntas
inocentes de quem conhece o gosto do leite pela manhã.
Borboletas esbranquiçadas seguem a nossa cami-
nhada. O sol invocado queima num ardor de meio-dia. As
borboletas tocam-nos o rosto. Como se perguntassem -
não sabem ouvir o vento? Nada sufoca em Micenas. Muito
menos o calor. Se pestanejarmos observamos o mar não
muito distante. O Egeu tem a cor fresca dos anéis das
mulheres que se lançam às águas. Mal se adivinha que
a dois passos se esconde o tesouro de Atreu. Descemos
porque assim tem de ser.
Podem os gregos implodir Troia porque já não temos
Aquiles. Micenas continuará a imortalizar os homens.
Alguns animais selvagens. Ao virar a cabeça lançamos
um derradeiro olhar. Os olhos sangram.
www.ointerior.pt
responsabilidade. Planear e gerar consensos é uma mais
valia para a nossa capacidade de negociar e executar o
melhor para todos.
A história económica portuguesa está cheia de exemplos
que refletem os prejuízos pela incapacidade de planear ou pela
ausência de consensos. A maturidade da nossa democracia
exige que esse défice de negociação seja combatido e ultra-
passado e o Plano Nacional de Investimento é um bom teste.
São quase 22.000 milhões de euros para dez anos.
Envolve meios financeiros do Orçamento de Estado, do
setor privado e da União Europeia. O desafio não é só para
este Governo. O PNI é para os próximos Governos, mas
é, sobretudo, para servir os portugueses.
2. No momento em que escrevo este texto a moção
de censura do CDS ainda não é, mas já foi. Acabou o
ilusionismo de uma hipotética liderança da direita; o arras-
tamento do PSD é o único sinal político dessa estratégia
de Assunção Cristas. Neste tempo de Carnaval, caiu a
máscara de uma primeira-ministra a fingir, com o PSD a
reservar para si o papel de adjunto útil.
* Deputado do PS na Assembleia da República eleito
pelo círculo da Guarda e antigo Governador Civil da
Guarda

opinião
Todos os homens têm uns jeans
de estimação
Joana Dente*
À primeira
vista, pode parecer
uma afirmação ar-
rojada, no entanto,
estou segura de
que estou certa! O
que sucede é que
talvez nunca tenham pensado nisso – assim
creio. Mas, agora que se fala no assunto,
até tenho razão, não é verdade?!
Regra geral, os homens têm
mais jeans do que as senhoras.
Nos dias de hoje, qualquer
homem dito “comum” tem
uns distintos pares de calças
de ganga e delas faz uso sem
sequer se aperceber.
As opções de corte, cor
e estilo são cada vez mais di-
versificadas. Mas atenção que
há por aí coisas à venda que
estão proibidos de comprar!!!!
O modelo mais con- DR
sensual é o “slim fit”, isto
independentemente de estarem acima ou abaixo
do peso ideal. Nada de confundirem o modelo
“slim fit” com as “skinny jeans”, aquelas calças
de ganga bem justas, usadas maioritariamente
por adolescentes; os primeiros têm a particu-
mitocôndrias e quasares
opinião
António Costa
antoniomanuelcosta@gmail.com
É considerado o “pai da here-
ditariedade” por ter descoberto,
graças ao seu trabalho sobre a
espécie Pisum sativum, quais os
mecanismos da hereditariedade
nos indivíduos de uma espécie.
Gregor Mendel foi um mon-
ge católico da Ordem de Santo
Agostinho, nascido da cidade de
Heinzendorf (Áustria), na altura
parte do Império Austro-Húngaro DR
e atual República Checa. Depois de
ser ordenado sacerdote, mudou o nome
para padre Gregório, como é conhecido mais
popularmente. Na sua formação científica
devemos contar os três anos de estudos da
Matemática, Física e Ciências Naturais que
realizou na Universidade de Viena, o que fez
com que tivesse a possibilidade de realizar
experiências que culminaram na enunciação
das leis da hereditariedade. Mendel realizou
os seus trabalhos de investigação na abadia
de São Tomás, onde exerceu o sacerdócio.
Entrou como frade agostiniano em 1843,
no convento dos agostinianos de Brno, e foi
ordenado sacerdote em 1847.
Em 1865, Mendel apresentou os seus
trabalhos à Sociedade de História Natural de
Brno. Um ano mais tarde foram publicados
sob o título “Experiências sobre Hibridação
de Plantas”. Mas os seus resultados foram
ignorados por completo e passaram mais de
30 anos até que fossem reconhecidos pela
comunidade científica.
Um dos cientistas que tirou o trabalho
de Mendel da sombra foi Hugo De Vries.
Por volta de 1896, este botânico holandês
laridade de serem um modelo justo, ainda que
não agarrados ao corpo como nos segundos.
A lavagem vai depender da maior ou menor
formalidade que lhes pretendam imprimir. Se
querem uns jeans para um look mais informal,
devem optar por uns com pré-lavagem debo-
tada, que podem ou não ter alguns rasgões.
Se pretendem uns jeans mais formais, que até
podem vir a conjugar com um blazer, devem
optar por uns de pré-lavagem mais versátil.
Na hora de irem ao provador não se aca-
nhem e agachem-se para ver se se sentem
confortáveis! Uns jeans que estejam no
ponto não podem ficar demasiado
apertados, naturalmente. Todavia,
também não pode sobrar tecido.
Lembrem-se que tecido a
mais não é sinal de confor-
to, antes confere um ar de
desleixo, e que os jeans têm
tendência a alargar.
Se for necessário fa-
zerem alguns ajustes na
perna, para que as calças
acompanhem a silhueta,
não há qualquer problema:
o importante é que fiquem ao vosso gosto e
que as sintam como uma segunda pele.
* @pitangaboss
Jurista/ Makeup Artist/ Fashion Stylist
George
Mendel
chegava às mesmas conclusões que
Mendel sobre o comportamento
dos caracteres dominantes e re-
cessivos, embora alguns digam
que na realidade De Vries não
compreendeu a magnitude das
suas descobertas até que as
comparou com o texto publi-
cado 30 anos antes.
O caracter dominante e
recessivo de um gene refere-se à
possibilidade de este determinar uma
característica específica interna (genótipo)
ou externa (fenótipo) de um indivíduo. Os genes
são responsáveis por determinar muitas das
nossas características físicas externas, assim
como as condições da saúde de cada indivíduo.
Ainda que na primeira publicação do seu
trabalho De Vries lhe tenha tirado todo o mérito,
mais tarde reconheceria que Mendel se teria
adiantado. O interesse de Gregor Mendel pela
investigação científica manteve-se intacto ao
longo de toda a sua vida. De tal maneira que
continuou a trabalhar na criação e cruzamento
de abelhas com o objetivo de reforçar as suas
teses e alargar as suas hipóteses.
No entanto, e apesar dos seus esforços,
com esta atividade não conseguiu resultados
da mesma importância da que havia conse-
guido mediante as suas experiências com as
plantas de ervilhas. A isto devemos acrescen-
tar que, nos últimos anos, teve de deixar os
estudos para segundo plano, pois em 1868
foi escolhido como abade do seu mosteiro,
uma nomeação que exigiu a maior parte do
seu tempo e das suas energias. Faleceu em
Brno a 6 de janeiro de 1884.
opinião
Acácio Pereira
A leviandade de João Galamba
A energia é, porventura, o assunto
mais sério do nosso futuro coletivo. Basta
ver os dias quentes que se introduziram no
meio deste Inverno para perceber, de forma
clara, o que são as alterações climáticas
e a evolução dramática que tiveram nos
últimos anos. Por isso, a sustentabilidade
ambiental do planeta deveria estar no topo
das inquietações de todos e, portanto, das
prioridades políticas. Estas deveriam incen-
tivar a redução dos consumos ou a opção
por energias provenientes de fontes limpas
e renováveis. E apostar nas mudanças que
produzam ganhos de eficiência energética.
Vem isto a propósito das declarações
nada felizes proferidas recentemente pelo
secretário de Estado da Energia, João Ga-
lamba, na inauguração de uma subestação
da rede elétrica. Disse então que a melhor
forma de agradecer à EDP pelo investimento
na Guarda é «consumir mais energia». Ora
estas afirmações são uma leviandade, pelas
razões acima ditas, e também um insulto: os
investimentos públicos para satisfazer ne-
cessidades básicas das populações, mesmo
quando prestados por empresas privadas,
não são um favor, são um direito de todos
os cidadãos e um dever do Estado.
Nós, os beirões, não queremos favores!
Queremos igualdade e justiça, valores da
ética republicana.
Segundo o Eurostat, só três países da
Europa de Leste são piores do que Portu-
Entrementes
opinião
Norberto Gonçalves
Pareidolia – fenómeno psicológico
comum em todos os seres humanos,
conhecido por fazer as pessoas reconhe-
cerem imagens de rostos humanos ou
animais em objetos, sombras, formações
de luzes e em qualquer outro estímulo
visual aleatório.
Por generalização pura e simples o
fenómeno que o título traduz bem poderia
aplicar-se a duas situações “ouvistas” não
há muito. A primeira aconteceu aquando
da visita de um senhor secretário de Es-
tado. Não se coibiu o dito governante de
afirmar, ar solene e voz grossa, que os que
por aqui teimamos em (sobre)viver deve-
ríamos consumir mais energia de molde
a justificar os investimentos feitos para a
ela termos acesso. Não cabendo, de forma
exata, na definição, e apesar disso, parece
o senhor sofrer daquele fenómeno: anda
a ver coisas que mais ninguém por aqui
vê… Ou será publicidade encapotada?...
Assim à primeira vista, e sem gastar
muito tempo a elaborar lista exaustiva,
ocorrem-me algumas situações que, por
mera analogia, o senhor secretário de
Estado poderia também elencar e delas
fazer pregão:
Também eu acho que, nas grandes
cidades deste nosso cantinho, os uten-
tes deveriam pagar mais pela utilização
dos transportes públicos; que deveriam
Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019 • • 15
FIO
de
PRUMO
gal em pobreza energética, isto por causa
dos baixos rendimentos da população e
de edifícios ineficientes, sem isolamento
adequado e com janelas simples. Estando
a Guarda inserida numa das regiões pobres
do país, isso também se reflete na pouca
eficiência energética da maior parte das
suas habitações.
O problema é que a Guarda é também
uma das regiões com condições climáticas
mais adversas do país, sendo por isso
fortemente penalizada com gastos energé-
ticos tanto no Verão como, sobretudo, no
Inverno. É, por isso, um mercado apete-
cível para as empresas energéticas: o gás
natural, por exemplo, chegou aqui antes
de outras regiões mais populosas porque
era evidente que teria um maior consumo
potencial per capita.
Ora, perante estes dados, o secretário
de Estado da Energia antes de mandar as
pessoas consumir mais, deveria lançar duas
políticas públicas dirigidas à região: incenti-
vos em sede de IRS para os particulares que
invistam na eficiência energética das suas
habitações ou na melhoria das condições
térmicas dos edifícios; e uma tarifa social
para os segmentos populacionais mais
desfavorecidos da Beira Alta.
Melhor isso do que dizer coisas sem
pensar...
* Dirigente sindical
Pareidolia(s)
pagar mais pela travessia das pontes;
que deveriam pagar mais pela segurança;
que deveriam pagar mais pelos cuidados
de saúde a que têm acesso. Vou ficar por
aqui antes que alguém, lá pelos gabinetes
governamentais, fique com ideias…
A segunda prende-se com as de-
clarações de uma senhora psicóloga e
comentadora televisiva (da TVI24, no
caso), Melanie Tavares de sua graça, que,
a propósito das agressões a uma menina
de 12 anos, gravadas e difundidas pelas
redes sociais, não se coibiu de responsa-
bilizar a escola, sempre ela, a escola, por
não cuidar dessas situações. Não se limita,
aliás, a responsabilizar: acusa mesmo a
escola e os seus responsáveis de aligeirar
a gravidade das coisas, assim como quem
varre o lixo para debaixo do tapete. Mais
uma vez a ideia que transparece é a de
que estes comentadores falam de tudo e
de nada com uma desfaçatez que causa
espanto. É que não basta ser pago para
comentar. Também deve fazer-se o tra-
balho de casa e alicerçar os comentários
em conhecimento. Mais uma que parece
sofrer de pareidolia: anda a ver coisas,
por certo…
Com tudo isto não sei mesmo se não
estarei eu a sofrer de pareidolia. O melhor
mesmo é ir consultar um especialista. Vou
tratar disso e já volto…
 opinião
16 • • Quinta-feira • 28 de fevereiro de 2019

bilhete postal

rua da corredoura, 80 - R/C Dto - C 6300-825 Guarda

Redacção/Publicidade: 271212153 • www.ointerior.pt
publicidade@ointerior.pt - - ointerior@ointerior.pt
Site de O INTERIOR
bate recorde
Focagem em detalhes
Um fenómeno interessante da minha vida é perceber como nos
focamos nos efeitos da visão.
- Tenho dores nas pernas, vejo lá varizes – a causa é das varizes!
Pode não ser.
- Tenho uma gordura feia na região abdominal, tenho tido dores por
aquela zona - tenho de tirar a gordura – mas pode ficar na mesma, digo eu.
Ninguém me liga nenhuma.
Veem que está ali aquilo – é porque é dali! Pode não ser – insisto.
- Tenho más digestões, fiz uma ecografia que mostra cálculos e
lama – quero tirar a vesícula porque se calhar é de lá. Pode não ser, repito.
- Os nódulos da tiroide não são a causa de me engasgar? Não são
de certeza – afirmo.
Mas não me dão atenção e procuram outros e acabam vencendo a
minha relutância e lá vão felizes sem vesícula, sem tiroide, sem varizes.
dcabrita@iol.pt
Diogo Cabrita
Insisto em ir um pouco mais longe no estudo. As pernas podem doer
por inúmeras razões, e apesar de serem várias, lá estão na pele as veias
superficiais. É a coluna, ou os músculos, ou o joelho, ou coxa, mas o que
se vê bem são aqueles derrames. É dos derrames! Eu sei!
Ah! Se você sabe quem sou eu para contrariar?
Chegou-me uma rouca (complicação de cirurgia à tiroide) e com dor de
estômago, mas já viúva da vesícula, e com excesso de peso condicionando
obstipação e cansaço nas pernas, atualmente mais leves por excisão de varizes.
- Eu tinha-lhe sugerido não operar nada disto.
- Sabe Dr., eu achava que era daquelas coisas e fui a pagar.
Ah, e quem sou eu para a contrariar ou dar opinião agora? O que
acha que tem agora?
Um médico não deve rir, mas o destino da crença inculta é uma ane-
dota! Diziam os antigos que a ignorância é atrevida e a sem vergonha cega!

PUB

O site de O INTERIOR bateu na passada

sexta-feira um novo recorde ao registar
9.220 utilizadores nesse dia e 9.888 ses-
sões, de acordo com os da Google Analytics.
O ointerior.pt está em crescimento
constante desde dezembro, altura da
criação do novo site, e nos últimos 28 dias
atingiu picos com mais de 7 mil pessoas
por dia a aceder à nossa página da Internet.
Em média, há mais de 5 mil pessoas por
dia a ler as publicações do novo site de O
INTERIOR em www.ointerior.pt.

Formação
UBI e AICEP criam curso
para a internacionalização
das empresas
“Export Advance Covilhã”, assim se
designa uma formação criada na Universi-
dade da Beira Interior (UBI), com a parceria
da Agência para o Investimento e Comércio
Externo de Portugal (AICEP). O protocolo
foi assinado na quinta-feira e será um curso
não conferente de grau académico.
Com início em março, assume-se como
a primeira formação desta índole que a AI-
CEP desenvolve fora de Lisboa e Porto e tem
como público-alvo o tecido empresarial,
juntando as componentes académica e prá-
tica. O objetivo desta formação é fornecer às
empresas um conjunto de ferramentas que
ajudem à sua internacionalização através
da capacitação de recursos humanos. A
assinatura do protocolo entre a UBI e a
AICEP decorreu um dia depois da abertura
do UBIExecutive, a nova escola de formação
avançada da universidade.

Informação aos leitores

A partir da edição nº 1000 (primeira
semana de Março de 2019) o preço
de capa de O INTERIOR passará a
ser de 0,75e.
... nos locais habituais!
XXIV Feira
Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019 XXIV Feira das Tradições 1

das Tradições e actividades económicas

Visite Pinhel
Sem esquecer a sua origem e contexto rural, o concelho
de Pinhel é dos que tem maior atividade agrícola e melhor
aproveitamento socioeconómico da região, mas é também,
porventura, o que procura mais empenhadamente aproveitar
a sua natureza. O ambiente é a próxima aposta da autarquia
para promover um concelho sustentável e com futuro.
É assim que se veem os muitos passos que o município vai
desenvolvendo. Um concelho com passado, com uma história
riquíssima, com lugares enigmáticos, com casas e solares que
marcaram uma época dourada do concelho e que irão receber
cada vez mais visitantes, turistas que num futuro próximo vão
ser protagonistas de uma economia que quer mais qualidade,
mais tradição e mais sustentação ambiental. Esse é o caminho.
E em Pinhel já o sabem!
Com o vinho, o azeite, o mel, a fruta (já foi um dos concelhos
com mais produção de maçã do país) que fazem de Pinhel um
território de uma natureza rica e ímpar; com uma lavoura de
subsistência, mas que pode recuperar a sua relevância; e com
uma aposta clara no desenvolvimento industrial, que vai muito
para além da economia tradicional – do granito ao cluster da
aeronáutica, este é um concelho com futuro
Pinhel tem nos próximos dias um protagonismo único na
região: A Feira das Tradições – o maior evento de Inverno do
interior do país. Mais de 50 mil pessoas irão viver intensamente
a “festa”, o ponto de encontro de gerações, o que de melhor o
concelho tem para mostrar, mas também a vitalidade econó-
mica e a dimensão social que vai revitalizando um concelho
que quer voltar a estar entre os mais desenvolvidos do interior.
Um concelho onde não se fica à espera. Um concelho onde
cada vez mais mais coisas acontecem.
2 XXIV Feira das Tradições
«A partir desta edição queremos ter cada
P – O tema desta edição da Feira das
Tradições é a preservação ambiental. É sinal
dos tempos?
R – Também é um sinal dos tempos, mas a
escolha deste tema teve a ver, acima de tudo,
com o problema dos incêndios e entendemos
contribuir um pouco para a pegada ecológica.
Com esta edição da Feira das Tradições que-
remos que os pinhelenses e quem nos visita
tenha mais preocupações ambientais. Também
a autarquia deu prova dessa preocupação no
dia da apresentação da feira mostrando uma
intervenção que nos obriga agora a preservar
aquilo que temos estado a fazer, nomeadamente
nas zonas ribeirinhas. Quando fizemos aquela
intervenção na Ribeira das Cabras criámos
um pequeno laboratório de como se faz, com
métodos tradicionais, a limpeza daquela área
na ponte do Freixo. O nosso objetivo agora
é, conjuntamente com a Câmara de Almeida,
sensibilizar as pessoas dos dois concelhos para
potenciar a divulgação e a possibilidade de visi-
tação daquele espaço.
P – Será uma espécie de estação am-
biental?
R – No fundo é isso. Há aqui a possibilidade
de transformar este local num observatório de
como se pode intervir, preservar e transformar
as zonas ribeirinhas. Esta intervenção também
pode ser um exemplo a seguir pelos empresários
agrícolas e os proprietários de terrenos nas mar-
gens de rios e ribeiras no concelho e na região
sem gastar muito dinheiro.
P – O que tem feito o município nesta
área?
R – Pinhel vai inaugurar em 2019 dois gran-
des parques, a remodelada Trincheira e o parque
urbano. Há aqui uma grande preocupação em
termos ambientais e da melhoria da qualidade
de vida dos pinhelenses. Quem entra na cidade
de Pinhel constata que essa preocupação não é
de agora. Mas há uma área que nos tem vindo
a preocupar muito, que é a separação dos lixos.
Aqui ainda tempos um caminho muito longo para
fazer. A Câmara de Pinhel não é das melhores na
separação dos lixos na área de intervenção da
«
Resiestrela. Este ano instalámos ecopontos em
todas as freguesias, estamos agora numa fase de
sensibilização na comunidade escolar e vamos
passar para o público em geral nas freguesias.
Esse trabalho tem que ser feito e é importante,
também para diminuir os custos que o municí-
Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
LM
pio tem tido neste domínio. Infelizmente esses
custos têm aumentado e isso preocupa-nos
porque a tendência é não aumentar. O trabalho
está a ser feito por um gabinete, que tem feito
propostas e algumas delas serão eventualmente
algos chocantes – eu próprio pedi que fossem
colocadas imagens daquilo que acontece no
concelho. Felizmente que não temos muitas
situações dessas, porque temos contado com
a colaboração das Juntas de Freguesia, mas
há algumas. A Câmara faz a recolha de monos
porta-a-porta e as pessoas ainda não se deram
conta disso e continuam a deitar fora um colchão
velho ou um eletrodoméstico. É preciso informar
os munícipes que este serviço existe todas as
semanas, passa à sua porta e pode recolher
esses monos, que serão depois levados para
o sítio próprio. O nosso objetivo é que não haja
lixo despejado à beira da estrada ou espalhado
pelas matas e estamos determinados a fazê-lo.
Quanto mais preservarmos o meio ambiente
mais as pessoas têm apetência para vir para o
nosso território.
P – Este ano aposta-se também no fim
dos copos de plástico no certame.
R – É uma medida que tem a ver com o tema
Vamos ter que investir para podermos continuar
a ter esta qualidade de vida porque se colocarmos
a cidade limpa, com um ambiente agradável,
também com mais arte na rua, isso faz com que os
pinhelenses cuidem daquilo que é deles e faz com
que quem nos visite fique agradado com o que vê.
O senhor primeiro-ministro está convidado
para vir à Feira das Tradições, mas não se
faz representar. Ou vem ele, ou inaugura o
presidente da Câmara, que é quem paga.
Entrevista a Rui Ventura, presidente da Câmara de Pinhel
da feira e que vamos repetir nos próximos even-
tos organizados pelo município ou associados
à Câmara. A partir deste fim de semana todos
terão que ter copos recicláveis. O nosso objetivo
é deixar de ter aquele “mar” de copos no final
da festa. Vamos vender copos recicláveis a um
euro e depois haverá espaços para se lavarem.
Acredito que vamos poupar muito dinheiro com
esta medida e vamos dar um sinal para as pessoas
perceberem que é preciso cada vez mais acautelar
o meio ambiente. Outra iniciativa diferenciadora é
que vamos distribuir sacos de papel aos expositores
em vez dos habituais sacos de plástico.
P – Nos últimos anos também houve o
cuidado por parte do município de requalifi-
car alguns espaços da cidade. Vai continuar
a melhorar a imagem urbana da sede do
concelho?
R – Sem dúvida. Sou defensor de zonas
urbanas bonitas e cuidadas, até porque também
influem na qualidade ambiental. Quando fazemos
de Pinhel quase uma cidade-jardim há uma des-
pesa por detrás disto, com a rega dos espaços
no Verão. Só para ter uma ideia este ano vamos
investir cerca de 200 mil euros para reabilitar a
antiga conduta de água que abastecia a cidade
«
pelo rio Côa, que é a que faz o sistema de rega e
tem mais de 50 anos. Vamos ter que investir para
podermos continuar a ter esta qualidade de vida
porque se colocarmos a cidade limpa, com um
ambiente agradável, também com mais arte na
rua, isso faz com que os pinhelenses cuidem da-
quilo que é deles e faz com que quem nos visite
fique agradado com o que vê. Temos uma estufa
municipal onde se está sempre a produzir para
podermos ter plantas, flores, arbustos e árvores
na cidade e nas aldeias. É uma preocupação
constante que temos.
P – Também se tem apostado na recupe-
ração de espaços devolutos.
R – A Câmara tem que dar vida à cidade
e isso é dar orgulho a quem cá mora, que tem
que perceber que temos uma preocupação
particular com pequenas coisas. E em cidades
como a nossa, no interior, com pequenas coisas
faz-se muito. A recuperação da Fonte Nova é um
bom exemplo porque era o local onde os mais
antigos namoravam. Hoje, esse património está
no centro da cidade, junto à escola, mas estava
ao abandono e nem sequer se sabia que existia
ali uma fonte de mergulho que tem água durante
todo o ano. O que fizemos foi recuperar o que
estava, dar-lhe um aspeto moderno com um
trabalho extraordinário da nossa arquiteta Joana
Correia Saraiva e temos hoje um espaço que
é novamente desfrutado pelas gerações mais
jovens. É isso que estamos a fazer em Pinhel,
como é o caso do auditório ao ar livre no centro
histórico, também da mesma arquiteta, onde não
havia espaço para os residentes e os visitantes
poderem estar. Recuperámos, não destruímos
nada, para que aquele espaço seja útil para a
comunidade. Já fizemos lá sessões do “Museu
à Noite” e espetáculos, é este tipo de obras que
acho fundamentais numa cidade como a nossa.
O parque de estacionamento atrás da igreja é
outro exemplo: não quisemos desconfigurar a rua
e mantivemos a fachada da casa em ruínas que
ali estava para as pessoas perceberem como é
que antigamente se pensava o espaço urbano.
Aquilo não foi feito ao acaso, destruí-lo era o pior
que podíamos fazer e resolvemos o problema do
estacionamento. Esta é a forma de pensarmos
na Câmara Municipal: dar à cidade um aspeto
moderno, mantendo sempre a sua traça antiga.
P – Voltando à Feira das Tradições, este
ano o espaço expositivo voltou a aumentar.
Deve-se à procura por parte dos expositores

a vez mais a região na Feira as Tradições»
ou à vontade de proporcionar mais conforto
aos visitantes?
R – Deve-se, em primeiro lugar, à própria
dinâmica da Feira das Tradições, que tem 14
mil metros de área coberta, de nunca ser igual.
Mas fundamentalmente essa opção tem a ver
com dois aspetos. O primeiro é que as duas
empresas que laboram ali poderem estar num
só pavilhão, é mais do que suficiente, os próprios
empresários ficaram satisfeitos com a sugestão
e nós também. A outra tem a ver com o conforto
das pessoas, não com o aumento de expositores
porque o número atual, cerca de 200, é suficiente.
E tem também a ver com os custos associados
à feira. Poderíamos manter toda a estrutura do
certame e mais esse pavilhão, mas optámos
por reduzir o espaço das tendas, que, no fundo,
fazem o acesso aos pavilhões, e depois propor-
cionar mais conforto a quem nos visita, o que não
deixa de ser importante. A Feira das Tradições
teve sempre essa preocupação.
P - Quais vão ser os principais destaques
da 24ª edição da Feira das Tradições?
R – Quem chegar à feira, a primeira coisa
que vê são as nossas freguesias e depois tam-
bém o stand da localidade espanhola de Guijuelo,
que estará no meio das freguesias de Pinhel.
Foi uma opção porque vamos assinar o acordo
de geminação no primeiro dia da Feira. Nesse
pavilhão ficará também o palco principal, que vai
acolher na sexta-feira um espetáculo com 400
pessoas da Academia de Música, Banda Filarmó-
nica e outras coletividades. No pavilhão seguinte
as pessoas vão encontrar os stands institucionais
e depois entram no espaço reservado aos nossos
produtores de vinho, mel, azeite, frutos secos e
doçaria. Mas este ano há uma novidade. No tal
pavilhão que ficou disponível colocámos todos os
produtores regionais de queijo e enchidos, natu-
ralmente que os nossos de forma diferenciada.
Até aqui estávamos fechados com os nossos
produtores, mas queremos abrir este certame
à região. É aí que fica também o tal espaço de
lazer muito amplo, onde as pessoas se podem
sentar, estar e descontrair. É
um sítio para o convívio e isto
é fundamental.
P- Portanto, além de Pi-
nhel, vamos encontrar este
ano os produtores da região?
R – Cada vez mais. A partir
desta edição queremos ter
cada vez mais a região na Feira
das Tradições porque essa é a nossa realidade,
o nosso território. Pinhel estará sempre em
destaque, mas queremos ter muito mais que
Pinhel e dar destaque à região. É uma forma de
envolver as pessoas dos outros concelhos e de
atrair mais gente à Feira das Tradições. Esse
destaque começará nesta feira
P – O primeiro-ministro já confirmou a
presença na inauguração do certame?
R – Não. O senhor primeiro-ministro está
convidado para vir à Feira das Tradições, mas
não se faz representar. Ou vem ele, ou inaugura o
presidente da Câmara, que é quem paga. A Feira
das Tradições é o maior evento de Inverno na re-
gião, portanto não aceito que o primeiro-ministro
LM
não aceite vir inaugurar o certame. Percebo a
sua agenda, Pinhel não será seguramente a sua
prioridade, mas como ele sai todas as sextas-
feiras pelo país este convite não é coincidência.
P – Em termos de visitantes, é expetável
ultrapassar as 55 mil pessoas registadas no
ano passado?
R – A Feira das Tradições tem tido um núme-
ro estável de visitantes, de 52 a 54 mil visitantes,
nos últimos anos. Acredito que vamos continuar a
manter esse número, se aumentar melhor, mas já
é um número muito bom para aquilo que fazemos
porque é real. No entanto, há um problema que
«
se põe sempre, que é ter condições para rece-
ber as pessoas que nos visitam. Não abdico de
proporcionar conforto e segurança aos visitantes
da Feira das Tradições, isso é fundamental. Se
Há aqui uma grande preocupação
em termos ambientais e da
melhoria da qualidade de vida
dos pinhelenses mas ainda tempos
um caminho muito longo para
fazer na separação dos lixos.
quem vier ficar satisfeito vai passar a palavra
e não há publicidade melhor do que essa. Na
minha opinião, tem sido esse o grande “clique”
da Feira das Tradições. Basta ir ao Facebook e
ver os pinhelenses emigrados a exibirem o bilhete
de avião de ida e volta para este fim de semana,
é uma coisa brutal! Enche-nos de orgulho. O
certame já é um ponto de encontro para amigos,
famílias e antigos colegas de escola.
P – Qual é o orçamento para esta edição
e quais são os apoios?
R – Esta edição vai ter um investimento de
350 mil euros, não é gastar, mas investir 350
mil euros na promoção do território. Quanto
custa promover desta forma um território num
Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019 XXIV Feira das Tradições 3
« Com esta edição da
Feira das Tradições
queremos que os
pinhelenses e quem
nos visita tenha
mais preocupações
ambientais.
«Não vamos
prolongar o
arrendamento
do Centro
Logístico»
canal de televisão, numa rádio ou num jornal
P – Já conseguiu apoios comuni-
nacionais? Se quiséssemos promover, com
tários para a construção de um novo
esta dimensão, o nosso concelho numa tele-
pavilhão multiusos?
visão não nos chegavam 100 mil euros. Neste
R – Ainda não os consegui porque não
momento temos como principais sponsors da
há fundos comunitários para esta obra. Mas
Feira das Tradições a Superbock, a Matos &
a solução poderá não passar por aí. A Câ-
Prata e a Caixa de Crédito Agrícola. De resto,
mara de Pinhel tem três anos para pensar
este ano aumentámos o valor dos stands e
naquilo que vai fazer no espaço da antiga
obrigamos os expositores na área da restau-
Rohde, que é alugado. Ou opta por adquirir
ração, independentemente de serem associa-
definitivamente aquela área, mas por um
ções, a terem CAE para o efeito e a faturar.
preço justo, ou vai construir pavilhões no-
A feira está a atingir números em que temos
vos. O contrato termina daqui a três anos e
que reforçar a preocupação nalguns aspetos
a Câmara tem obrigatoriamente que tomar
para não manchar a imagem do certame. Já
uma decisão: negoceia com o proprietário
estamos a falar de números muito significativos
dos espaços do Centro Logístico ou avança
de faturação, pelo que a Câmara, sendo uma
para um projeto de raiz, com fundos comu-
entidade pública, não pode proporcionar, ou
nitários, o que tem que ser desenvolvido a
compactuar, com a fuga ao fisco.
partir de agora. Não vale a pena esconder
nada, há contratos, eles estão assinados,
têm um prazo e há posições que têm que
se tomar em nome da boa gestão deste
município. A aquisição não pode ser feita
pelos preços que estavam pensados há uns
anos, nem pouco mais ou menos, porque a
economia mudou, a Câmara foi alugando,
foi melhorando e tudo isto conta. É a de-
cisão que o município vai ter que tomar e
que vamos formalizar junto do proprietário.
P – Já obteve resposta à reivindicação da li-
O certo é que daqui a três anos temos que
gação do concelho ao IP2 a partir de Cidadelhe?
resolver o problema e temos que meter
R – Não há. Era algo que desejávamos em
mãos à obra. Outra hipótese é renovar
Pinhel porque essa ligação ao Norte do país era
o contrato, mas eu não sou defensor da
muito importante para o nosso concelho e para
renegociação do arrendamento da Rohde.
os municípios vizinhos, mas vamos continuar a
reivindica-la. Se o senhor primeiro-ministro vier
P – Quanto é que pagam neste mo-
à Feira das Tradições é uma das reivindicações
mento?
que vamos fazer. Também considero inadmis-
R – São 20 mil euros por mês, ou seja,
sível que não se faça a requalificação da Linha
240 mil euros por ano. O espaço está ar-
do Douro, do Pocinho a Barca d’Alva, que é fun-
rendado há seis anos, é uma “prenda” que
damental para o turismo nesta região. O Douro
vem de trás e não estou para continuar com
está na moda e acaba aqui no nosso território e
isto. Isto é insuportável para a Câmara de
temos que tirar partido disso. Há um potencial
Pinhel. Fui eleito para tomar decisões e é
enorme para Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo
isso que vou fazer.
e Almeida se reabrirem esse troço.
4 XXIV Feira das Tradições
Ambiente em destaque na Feira
das Tradições
24ª edição do maior certame de Inverno da região começa na sexta-feira e termina no domingo
com cerca de 200 expositores
O ambiente e a preservação ambiental
são o tema da 24ª da Feira das Traições, que
arranca esta sexta-feira em Pinhel e termina no
domingo. Organizado pelo município, aquele
que é considerado o maior certame de Inverno
da região registou em 2018 55 mil visitantes,
um número que os promotores contam ultra-
passar este ano.
O evento tem como objetivo a atração
de visitantes e a promoção e valorização dos
produtos e as potencialidades do concelho,
que serão exibidas em 14 mil metros de área
coberta no Centro Logístico. Este ano haverá
mais espaço, com a disponibilização de mais
um pavilhão para acolher cerca de 200 exposi-
tores institucionais e empresariais, bem como
das freguesias, coletividades e produtores do
município. «A Feira das Tradições é a montra
do concelho e do território, do que de melhor
temos, da gastronomia ao artesanato, passan-
do pelas pessoas, os saberes, o património e
a forma de bem receber», disse o presidente
da autarquia na apresentação do certame. Rui
Ventura adiantou que durante os três dias ha-
verá exposições, música popular, tasquinhas,
concertos e espaços dedicados aos sabores,
às tradições e aos costumes de Pinhel.
Segundo a organização, este ano partici-
pam todas as dezoito freguesias do concelho
e cerca de 30 instituições, nacionais e inter-
nacionais, com destaque para a presença de
Salamanca, Guijuelo, Bejar, Sierra de Francia,
Hinojosa de Duero, Alba de Tormes, todas da
província espanhola de Salamanca. Estão ain-
da presentes o Turismo do Centro, Associação
de Municípios da Cova da Beira, entre outras.
Na área dos produtos agroalimentares está ga-
rantida a participação de mais de uma trintena
Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
de produtores de vinhos, queijos, enchidos,
doçaria e licores de Pinhel e da região. Haverá
também cem stands de serviços e empresas,
enquanto na área dos comes e bebes estão
garantidos dez restaurantes e doze tasquinhas.
Dando o exemplo quanto ao tema desta
edição, este ano não haverá copos de plástico
na Feira das Tradições, que serão substituídos
por copos reutilizáveis: «Estamos a dar o nosso
contributo para a preservação do ambiente.
É uma medida que se estranhará no início,
mas vai entranhar-se porque será alargada a
próximos eventos organizados pela Câmara»,
anunciou o edil. A propósito do tema do even-
to, Rui Ventura considerou que «temos que
apostar cada vez na diferenciação pela riqueza
ambiental e dos nossos recursos naturais. Pi-
nhel é um território de ambiente, de ar puro, e
as pessoas da cidade cada vez mais procuram
«Temos que apostar cada vez na diferenciação pela riqueza ambiental e dos nossos recursos naturais», afirma Rui Ventura
A feira em números
14
DR
mil metros de área coberta
30
instituições portuguesas
e espanholas
este tipo de características. E por isso temos
que o preservar e valorizar». O presidente da
Câmara adiantou que o primeiro-ministro Antó-
nio Costa foi convidado para a inauguração da
100
empresas e serviços
30
feira mais emblemática de Pinhel: «Não somos
mais que ninguém, mas somos a Feira das
Tradições», justificou o edil. Do cartaz musical
destacam-se os concertos de Amor Electro (dia
1 de março), Carlão (dia 2) e Ana Moura (dia
3). A 24ª edição foi apresentada em Pínzio, no
final de uma jornada dedicada ao ambiente.
Durante a tarde foram visitadas as obras de
reabilitação e requalificação dos ecossistemas
produtores agroalimentares
ribeirinhos junto à Ribeira das Cabras, entre o
Safurdão e Freixo (Almeida), em consequência
10
dos incêndios ocorridos em 2017, onde foram
usadas soluções de engenharia natural. No
local foi divulgado do “Laboratório de Rio”
criado no âmbito desta intervenção.
DR
restaurantes
12
tasquinhas
 Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019 XXIV Feira das Tradições 5

Pinhel e “Laboratório de Rio” criado

Guijuelo
assinam na Ribeira das Cabras
protocolo de
A reabilitação e requalificação dos ecossistemas ribeirinhos prossegue na Ribeira das Cabras
e na envolvente à Barragem de Vascoveiro
LM

geminação DR

O município de Pinhel e o Ayuntamiento

de Guijuelo (Salamanca) assinam esta
sexta-feira, durante a inauguração da Feira
das Tradições, marcada para as 17 horas,
o protocolo de geminação que reforça «as
relações de amizade e parceria que os
dois territórios têm vindo a desenvolver nos
últimos anos».
O acordo já foi oficializado em Guijuelo
no final de janeiro no âmbito das 34ª Jor-
nadas de la Matanza Típica promovidas
pela autarquia daquela vila espanhola. Esta
parceira baseia-se na complementaridade «Há a possibilidade de transformar este local num observatório de como se pode intervir, preservar e transformar as zonas ribeirinhas», afirma Rui Ventura
do vinho e do presunto, dois dos produtos
As obras de reabilitação e requalificação dos LM
endógenos mais famosos destas duas loca-
ecossistemas ribeirinhos em curso no concelho
lidades. Segundo os parceiros, «a médio e
de Pinhel consistiram na aplicação de medidas
longo prazo» pretende-se que este relacio-
de proteção dos recursos hídricos a implementar
namento se estenda «às gentes de Pinhel e
nas áreas afetadas pelos incêndios ocorridos no
de Guijuelo e aos produtores de vinho e de
ano de 2017, na região Norte de Portugal. As
presunto, dois produtos de qualidade ímpar
intervenções foram objeto de candidatura por
e de extrema importância para as respetivas
parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)
economias locais». Futuramente, o objetivo
ao Fundo Ambiental.
é que estes produtos sejam promovidos
O investimento rondou os 120 mil euros,
em conjunto em Portugal e Espanha. De
financiados na totalidade pela APA, e a inter-
resto, o Ayuntamiento de Guijuelo está
venção esteve a cargo do município de Pinhel,
presente na Feira das Tradições com um
no âmbito de um protocolo de colaboração com
stand institucional.
aquela associação. No concelho de Pinhel estes
trabalhos estão a ser levados a cabo na envol-
Autocarros gratuitos vente à Barragem de Vascoveiro e na Ribeira
das Cabras, desde a Atalaia até Pínzio. A inter- Intervenção representou um investimento de cerca de 120 mil euros

para a feira venção contemplou cerca de seis quilómetros

ao longo do percurso da Ribeira das Cabras.
para compostagem local, passagens hidráulicas,
travessões de madeira e biorolos». Estas técni-
potencia a existência de um solo mais prote-
gido e mais desenvolvido, contribuindo para a
O município de Pinhel disponibiliza
As obras consistem na aplicação de técnicas de cas fazem uso dos materiais que são cortados regularização dos recursos hídricos. «Estas
transporte gratuito em autocarro para a
engenharia natural, cujos objetivos e princípios no local, promovendo a reutilização dos materiais espécies opõem-se às outras, como o eucalipto,
Feira das Tradições a partir da cidade.
são «garantir o escoamento nas linhas de água, de forma a criar condições de manutenção dos que esgotam as reservas de água do solo e
A medida destina-se a proporcionar
minimizar a erosão e o arrastamento dos solos, ecossistemas naturais das margens dos cursos destroem a estrutura do mesmo», sustenta o
comodidade e segurança aos visitantes,
bem como o efeito das cheias e inundações». de água. O projeto contempla também a constru- Gabinete de Ambiente da Câmara de Pinhel. «A
mas também para evitar que tenham que
Outro desígnio é contribuir para a proteção e ção de um “Laboratório de Rio”, junto à ponte do boa qualidade ambiental destes ecossistemas
procurar estacionamento nos parques e nas
recuperação da qualidade da água e permitir a Freixo, na Ribeira das Cabras, para representar é bem visível pela quantidade de líquenes que
imediações do Centro Logístico. O serviço
recuperação as atividades sociais e ambientais «todas as técnicas de engenharia natural que existem nos troncos, por exemplo, dos carvalhos.
funciona das 19 horas às 5 da manhã na
associadas aos rios e ribeiras, refere o Gabinete serão aplicadas ao longo deste curso de água e Os líquenes são associações de uma alga com
sexta-feira e das 10 horas às 5 da manhã
de Ambiente da autarquia. também na envolvente à Barragem de Vascovei- um fungo e vivem associados numa reação de
no sábado. No domingo o horário de
Já as técnicas usadas consistiram no ro», acrescenta a mesma fonte a O INTERIOR. simbiose. A característica mais importante é
funcionamento será das 10 horas às 3 da
corte e remoção de material vegetal arbóreo e A zona intervencionada (Safurdão e Atalaia) que são bioindicadores, isto é, dizem-nos que
manhã. Os interessados poderão apanhar
arbustivo ardido, na reposição/ reabilitação da está cheia de azinheiras e carvalhos, que cresce- a qualidade ambiental dos locais onde surgem
o autocarro junto ao tribunal, ao monumento
galeria ripícola (plantação e/ou sementeira de ram espontaneamente e que representam uma é boa. Os líquenes são de tal forma sensíveis
de homenagem aos bombeiros, à Câmara
espécies autóctones) e no recurso a «faxinas, mancha de floresta autóctone no seu estado que só surgem onde a qualidade do ar é isenta
Municipal ou à Casa da Cultura.
entrançados, estacaria viva, formação de pinhas natural. A presença destas espécies arbóreas de poluição», conclui aquele serviço municipal.
6 XXIV Feira das Tradições
Música para todos
os gostos
A aposta no programa de animação é um dos pontos fortes da Feira das Tradições, que este
ano terá como cabeças de cartaz Amor Electro, Carlão e Ana Moura
Com um vasto programa de animação
musical e espetáculos de vários géneros,
desde música tradicional a sonoridades
mais contemporâneas, destacando-se os
concertos de grupos locais mas também
de bandas e artistas reconhecidos a nível
nacional e internacional, a festa arranca esta
sexta-feira no recinto do Centro Logístico
com a “prata da casa”, num concerto da
Academia de Música de Pinhel, da Banda
Filarmónica de Pinhel e da Universidade
Sénior, pelas 21 horas no Palco Freguesias.
A abrir o palco Super Bock vão estar os “Volta
& Meia” (22h30), que antecipam o concerto
mais esperado da noite, o dos Amor Electro.
A vocalista Marisa Liz deverá subir ao palco
pela meia-noite para interpretar temas como
“Miúda do Café”, “Procura por mim” ou “A
Máquina”. A noite prolonga-se depois com
os covers de “Não há 2 sem 3”, que a partir
da 1h30, do soul ao funk, passando pelo hip-
hop e com algum rock à mistura, entregam
ao público alguns dos grandes clássicos
da música mundial, sempre com um cunho
pessoal. A fechar a primeira noite da Feira
das Tradições vai estar Joana Perez, DJ da
Cidade FM (3 horas).
No sábado a tarde será animada por um
concerto da Banda Filarmónica de Pínzio
no Palco das Freguesias (17h30) e à noite
(21h30), no mesmo palco, vai ouvir-se músi-
ca tradicional com os “Trovas da Beira”. Antes
disso, pelas 21 horas os “2 Roll – Acoustic”
dão início aos concertos no Palco Super Bock.
Segue-se a Carlão (23h30), que apresentará
o álbum “Entretenimento?”, do qual constam
músicas como “Agulha num Palheiro” e “Bebe
um Copo”. Depois do ex-Da Weasel será a vez
dos Dee Jokers atuarem, num espetáculo que
juntam vários estilos, como rock, funk, soul e
dance. A noite só termina depois da atuação
da dupla de DJ’s “Club Banditz”, marcada para
as 3 horas da madrugada.
No domingo, último dia do certame, a tar-
de será dedicada à temática “A nossa música,
a nossa cultura”, com a atuação dos grupos
de música tradicional do concelho de Pinhel.
Pelo Palco Freguesias e pelo pavilhão de ex-
posições vão passar, a partir das 15 horas, o
Grupo de Bombos São Bernardo (Quintã dos
Bernardos), Grupo de Concertinas do CDEP
(Pinhel), Grupo de Concertinas de Safurdão,
Grupo de Concertinas de Freixedas, Grupo
de Concertinas da Casa do Povo de Pinhel,
Grupo de Concertinas de Alverca da Beira e
o Rancho Folclórico “A Flor do Campo”, de
Souropires. Já à noite, no Palco Super Bock,
haverá, a partir das 21h30, o tradicional baile
de Carnaval e o concurso de máscaras, ani-
mado pelo grupo Kapittal. Pelas 23h30 sobe
ao palco a fadista Ana Moura, com músicas
como “Desfado” e “Dia de Folga”. A fechar
os três dias de Feira das Tradições estará o
DJ Menino da Favela, a partir das 2 horas.
Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
DR
Amor Electro atuam na sexta-feira
DR
Carlão sobe ao palco no sábado
DR
Ana Moura canta no domingo
Desfile de
Carnaval
com 1.200
participantes
da comunidade
escolar
DR
A “Preservação Ambiental” é também
o tema deste ano do tradicional desfile de
Carnaval reservado aos alunos das escolas
do concelho de Pinhel.
Com início marcado para as 14 horas,
o cortejo é um dos acontecimentos mais
esperados neste fim de semana festivo na
“cidade-falcão” e serve, como sempre, de
antecâmara da abertura oficial da Feira
das Tradições, agendada para as 17 horas
no Centro Logístico. Cabe, por isso, aos
mais pequenos a inauguração oficiosa
e informal do maior certame de Inverno
da região e revelar de que forma foram
inspirados pelo tema do evento. Pelas
ruas da cidade vão circular carros alegó-
ricos acompanhados por cerca de 1.200
participantes, entre alunos, professores e
auxiliares da comunidade escolar pinhe-
lense, bem como utentes de instituições
como a ADM Estrela – Residência Léa
Nobre, a Quinta do Pezinho e a Universi-
dade Sénior de Pinhel.
O desfile tem início junto à Escola Se-
cundária e termina na Câmara Municipal.
Bilhetes a 2 e 3 euros,
pulseiras a 5
A Feira das Tradições não tem um preço
fixo de entradas, que este ano são de 2 e 3
euros, consoante o cartaz musical.
Assim, esta sexta-feira o bilhete custa
2 euros para ver o espetáculo da Academia
de Música de Pinhel, da Banda Filarmónica
de Pinhel e da Universidade Sénior no Palco
Freguesias e o concerto dos Amor Electro
no palco Super Bock, o principal, entre
outras propostas. No sábado os ingressos
custam 3 euros e em cartaz destacam-se
as atuações dos Trovas da Beira, grupo
de música popular oriundo de Pinhel, e de
Carlão. A 24ª Feira das Tradições despede-
se no domingo com o concerto da fadista
Ana Moura, mas antes terá lugar o tradi-
cional baile de Carnaval e o concurso de
máscaras, animado pelo grupo Kapittal no
palco principal. Desta vez o bilhete custa 2
euros. Como habitualmente, a organização
disponibiliza entradas gerais para os três
dias por 5 euros.

Todo um
concelho na
Feira das
Tradições
A Feira das Tradições e Atividades Econó-
micas surgiu em 1996 para divulgar e promover
as artes e ofícios do concelho de Pinhel, mas
também o património, a história, a gastronomia
e a cultura das suas freguesias.
Atualmente, esta celebração comunitária
ultrapassou todas as expetativas e já é o
maior certame de Inverno da Beira Interior,
registando mais de 53 mil visitantes nas suas
últimas edições. Com um tema diferente a
cada ano, o certame organizado pelo mu-
nicípio mobiliza dezenas de associações,
Juntas de Freguesia, instituições e artesãos
a mostrarem o que de melhor têm. Os pro-
dutos locais, como o vinho, o mel, o azeite,
os enchidos e a doçaria, têm também nesta
feira uma montra privilegiada, já que a orga-
nização criou um espaço próprio para a sua
participação e promoção.
A par disso, estão ainda presentes pro-
dutos e serviços apresentados pelos agentes
económicos do concelho, da região e de outros
pontos do país. E desde 2015 que há uma forte
presença espanhola com seis stands institucio-
nais. Durante três dias o evento assume-se,
também, como um espaço de conhecimento,
lazer e diversão, traduzido na realização de
um colóquio, um desfile alegórico e variadas
propostas culturais que vão da música tradi-
cional aos concertos com nomes sonantes da
música nacional.
Estes e outros argumentos são motivos
mais que suficientes para ir à Feira das Tra-
dições, romaria que milhares de pessoas já
cumprem no fim-de-semana do Carnaval. Tudo
começou no mercado municipal de Pinhel,
em 1996, numa altura em que a feira não
tinha tema específico. A atividade repetiu-se
DR
nesse espaço até 1999, quando se realizou
no recinto da Escola Preparatória de Pinhel.
No ano seguinte o evento decorreu no já desa-
parecido campo de futebol Astolfo da Costa e
estreou uma temática, a da “Água – Património
Universal”. Por ali ficou até 2006 com temas
como “Azeite – Fonte de Riqueza e Saúde”
(2001), “O Trabalhador Rural” (2002), “Artes e
Ofícios” (2003), “Património Edificado” (2004),
“Património Natural” (2005) e “Símbolos e
Manifestações da Religiosidade Concelhia”
(2006).
Em 2007, a Feira das Tradições mudou-se
para as instalações da antiga fábrica de calça-
do Rohde, com o tema “Expressões Artesanais
da Vida Rural”, e no ano seguinte decorreu
no Centro de Congressos Desportivos e Ex-
posições para divulgar a “Sabedoria Popular
e Medicinas Alternativas”. Em 2009 a feira
regressou às instalações da antiga fábrica de
calçado Rohde sob a temática das “Energias
Renováveis” e a 15ª edição, em 2010, deu des-
taque aos “Brinquedos Tradicionais” no mesmo
local. Os antigos pavilhões industriais voltaram
a acolher os certames de 2011 (“O Vinho e a
Vinha”) e 2012 (“Gastronomia Concelhia”). O
espaço ganhou nova designação em 2013,
após ser adquirido por um privado, e o Centro
Logístico de Pinhel passou a ser o palco da
maior feira de Inverno da Beira Interior.
Nesse ano o tema foi “Canções, Contos e
Lendas Tradicionais”, seguindo-se “História de
Pinhel e das suas Instituições” (2014), “Feira
das Tradições – 20 Anos” (2015), “Granito Cin-
za de Pinhel” (2016) e “Brasões, pelourinhos e
cruzeiros” (2017). No ano passado foi a vez da
“Música e Instrumentos” e nesta 24ª edição a
temática é a “Preservação Ambiental”.
Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019 XXIV Feira das Tradições
Câmara distinguida com Troféu FPAK
A Câmara de Pinhel foi distinguida pela
Federação Portuguesa de Automobilismo e
Karting, em janeiro, com o Troféu FPAK pelo
seu trabalho na promoção do desporto auto-
móvel e do drift.
A distinção foi entregue a Daniela Capelo,
vice-presidente do município, na Gala dos
Campeões, que teve lugar no Tagus Park, em
Oeiras. Em 2018, Pinhel, com organização
Preservação ambiental é tema
de colóquio no sábado
A cada edição da Feira das Tradições há
um colóquio para aprofundar o tema escolhido.
Este ano, a sessão dedicada à “Preserva-
ção Ambiental” decorre no sábado, a partir das
14h30, na sala de colóquios do certame, no
Centro Logístico. Os oradores são Pedro Teiga
Município de Pinhel leva habitantes
aos museus da cidade
Ao terceiro domingo de cada mês, os
habitantes das aldeias do concelho de Pinhel
têm a oportunidade de visitar e conhecer os
museus da cidade.
A iniciativa denominada “Tardes nos Museus”
arrancou em janeiro com o objetivo de «dar a
conhecer a riqueza e a diversidade do património
concelhio aos residentes no concelho através de
visitas guiadas aos museus da Casa da Cultura –
Museu Municipal e Museu José Manuel Soares»,
justifica a autarquia. Para facilitar a organização
das visitas, em cada mês serão convidados os
INATEL vai cumprir sonho
dos habitantes de Penhaforte
A aldeia de Penhaforte, no concelho de
Pinhel, venceu a edição de 2018 do programa
“Aldeia dos Sonhos”, promovido pela Fundação
INATEL.
O anúncio foi feito em janeiro, durante a
gala “Reconhecer 2019”, e o INATEL deverá
divulgar brevemente o sonho que a comunida-
de desta anexa da freguesia do Lamegal pre-
tende realizar. A iniciativa “Aldeia dos Sonhos”
destina-se a todos os habitantes de aldeias
portuguesas com cem ou menos residentes
permanentes, permitindo a concretização de
sonhos de natureza turística, cultural e des-
portiva das populações mais isoladas do país,
que de outra forma, não teriam possibilidade
de os concretizar. Nas últimas edições foram
escolhidas a aldeia de Ouguela (Campo Maior)
7
e apoio do Clube Escape Livre, conseguiu
integrar pela primeira vez uma prova no
Campeonato de Portugal de Drift, estando já
assegurada nova inclusão no calendário da
modalidade este ano. «Em 2019, a Câmara
Municipal de Pinhel e o Clube Escape Livre
reforçarão a parceria que faz de Pinhel a ca-
pital do drift em Portugal», declarou na altura
Daniela Capelo.
(empresa Engenho e Rio Lda.), João Silva
(Resiestrela), major Cláudio Saraiva (SEPNA
da GNR da Guarda) e Conceição Matos (em-
presa “Planalto Dourado”). Na ocasião serão
também entregues os prémios do concurso de
fotografia “Objetiva Pinhel”.
DR
habitantes de uma das localidades do concelho,
ficando o transporte a cargo do município, sendo
necessário uma inscrição prévia na respetiva
Junta de Freguesia. No Museu Municipal os visi-
tantes poderão apreciar as exposições patentes,
enquanto no Museu dedicado a José Manuel
Soares terão a oportunidade de conhecer a vida
do pintor e recordar os grandes acontecimentos
e protagonistas da História de Portugal, monu-
mentos, paisagens rurais através das suas obras,
bem como o importante contributo que deu na
área da ilustração.
em 2014; São Miguel do Pinheiro (Mértola)
em 2015, Aldeia de Rio de Onor (Bragança)
em 2016, e Rio de Mel (Oliveira do Hospital)
em 2017.
Os sonhos representados nestas candi-
daturas vão desde a vontade de ver o mar
pela primeira vez, de assistir a um concerto
de música numa sala de espetáculos, de visi-
tar um grande estádio desportivo ou cidades
como Lisboa ou Porto. «O projeto tem como
objetivo a sensibilização para a importância da
salvaguarda do património cultural – material e
imaterial – das aldeias históricas portuguesas,
assim como a atribuição de maior notoriedade
a pequenas localidades, designadamente
com visitas turísticas organizadas», refere a
Fundação INATEL a propósito desta iniciativa.
8 XXIV Feira das Tradições Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
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