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Igualdade de
Oportunidades
Manual do Formando
Apoio ao Desenvolvimento Infantil II
Esta Publicação é propriedade do GICEA - Gabinete de Gestão de
Iniciativas Comunitárias do Emprego e ADAPT/EQUAL.
Capítulo 1 ..................................................................................... 2
Capítulo 2 ......................................................................................12
Capítulo 3 ......................................................................................24
Capítulo 4 ......................................................................................39
Capítulo 5 ......................................................................................66
Capítulo 6 ......................................................................................80
Segurança......................................................................................81
Segurança na estrada ......................................................................81
Os riscos ........................................................................................81
A prevenção dos acidentes................................................................82
E se eles não querem? .....................................................................83
O que é um dispositivo de retenção aprovado? ....................................83
Airbags e crianças não combinam ......................................................84
Recomendações ..............................................................................85
Em geral ........................................................................................85
No carro.........................................................................................85
Se o carro tiver airbag .....................................................................86
Na estrada .....................................................................................86
Segurança na cozinha e em casa .......................................................86
Medidas preventivas ........................................................................87
Nutrição.........................................................................................88
A pirâmide: os 5 grupos da alimentação .............................................89
Quantas porções precisa cada dia?.....................................................89
Pequeno almoço..............................................................................90
A água e outras bebidas ...................................................................90
Pergunte ao rótulo...........................................................................91
Aditivos .........................................................................................92
Contaminação dos alimentos por microorganismos ...............................93
Como são contaminados os alimentos? ...............................................93
Como evitar a contaminação? ...........................................................94
Na conservação...............................................................................94
No manuseamento dos alimentos ......................................................94
Na confecção ..................................................................................94
Carne ............................................................................................94
Doenças.........................................................................................96
Prevenção de doenças......................................................................96
No caso de o seu filho adoecer ..........................................................97
Alimentos que curam .......................................................................97
Febres e convulsões.........................................................................99
Medidas a tomar em caso de febre.....................................................100
O bem-estar físico ...........................................................................101
A condição física..............................................................................101
Dormir o tempo suficiente ................................................................102
A visão ..........................................................................................103
"Check-up" para pais e educadores ....................................................105
Controlos recomendados ..................................................................106
Higiene ..........................................................................................107
Em geral ........................................................................................107
Banho e higiene: o que é importante? ................................................107
Higiene oral ....................................................................................108
Quando ir ao dentista? .....................................................................108
Diversos tipos de problemas .............................................................108
Prevenção e riscos...........................................................................110
Educação sexual..............................................................................110
De onde vêm os bebés? ...................................................................110
Para os jovens ................................................................................110
Drogas...........................................................................................111
Factos e mitos ................................................................................112
O que são drogas?...........................................................................113
O que é que se pode fazer?...............................................................113
Sinais de perigo ..............................................................................115
O que fazer quando se suspeita que um filho consome drogas?..............116
Índice de figuras
Figura 1 – Reforço positivo e aumento da frequência e intensidade do
comportamento................................................................42
Figura 2 – Punição e modificação da direcção, frequência e intensidade
do comportamento ...........................................................42
Figura 3 – Consequências negativas e constantes e a extinção do
comportamento................................................................43
Figura 4 – Comportamentos inadequados dos pais perante o mau
comportamento da criança.................................................46
Figura 5 – Ralhar como consequência positiva (dar atenção) .................51
Figura 6 – Reforçar comportamentos adequados ..................................51
Figura 7 – Exemplo de etiqueta E. .....................................................83
Figura 8 – Pirâmide da alimentação....................................................89
Índice de tabelas
Tabela 1 – Exemplo de uma ficha de registo de um comportamento
inadequado ....................................................................45
Tabela 2 – Técnicas de modificação de comportamento.........................47
Tabela 3 – Para que serve e como se utiliza a técnica da modelagem......48
Tabela 4 – Para que serve e como se utiliza a técnica do reforço positivo 50
Tabela 5 – Sugestões para reforçar positivamente a criança ..................52
Tabela 6 – Para que serve e como se utiliza a técnica da moldagem .......54
Tabela 7 – Exemplos de comportamentos esperados ............................56
Tabela 8 – Para que serve e como se utiliza a técnica do isolamento.......58
Tabela 9 – Para que serve e como se utiliza a técnica do castigo ............62
Tabela 10 – Distractores internos e externos .......................................74
Tabela 11 – Dispositivos de retenção aprovados ..................................84
Tabela 12 – Plano de vacinação .........................................................97
Introdução
A crescente profissionalização das mulheres introduziu profundas
alterações no quotidiano das famílias, colocando em causa a tradicional
organização familiar, baseada na separação de papéis, segundo a qual
as mulheres ficavam consignadas à condição e às tarefas de donas de
casa, mães e esposas, afastadas do mercado de trabalho (contexto
consagrado ao sexo masculino).
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Capítulo 1
O desenvolvimento da
criança desde os seis
anos até à entrada na
adolescência
Transformações Físicas
Desenvolvimento Cognitivo
Desenvolvimento Social
Desenvolvimento Moral
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Capítulo 1: O desenvolvimento da criança desde os seis anos até à entrada na
adolescência
Transformações Físicas
A puberdade
Na segunda década de vida das crianças começa a ocorrer uma série de
desenvolvimentos biológicos que transforma as raparigas e rapazes
(fisicamente imaturos) em seres biologicamente maduros e capazes de
reprodução sexual – trata-se do início da puberdade.
3
Capítulo 1: O desenvolvimento da criança desde os seis anos até à entrada na
adolescência
• as ancas alargam;
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Capítulo 1: O desenvolvimento da criança desde os seis anos até à entrada na
adolescência
• os ombros alargam;
• os testículos aumentam;
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Capítulo 1: O desenvolvimento da criança desde os seis anos até à entrada na
adolescência
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Capítulo 1: O desenvolvimento da criança desde os seis anos até à entrada na
adolescência
Desenvolvimento Cognitivo
As crianças pequenas constróem o seu próprio conhecimento através da
experiência. É importante que as crianças tenham experiências
diversificadas, ou seja, muitas oportunidades desafiadoras para usar e
desenvolver as suas competências de pensamento e para identificar e
resolver problemas que lhes interessam.
Apesar desta mudança, as crianças dos 6 aos 10 anos ainda não são
capazes de pensar e resolver problemas da mesma forma que os
adultos. Embora possam manipular objectos de uma forma simbólica ou
mental, vai ainda demorar algum tempo até que possam manipular
símbolos mentalmente. Por esta razão as crianças nesta fase ainda
precisam de coisas reais para pensar sobre elas. Embora as crianças
possam usar símbolos como palavras e números para representar
objectos e relações, ainda precisam de pontos de referência concretos.
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Capítulo 1: O desenvolvimento da criança desde os seis anos até à entrada na
adolescência
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Capítulo 1: O desenvolvimento da criança desde os seis anos até à entrada na
adolescência
Desenvolvimento Social
As crianças de 6 anos começam a interessar-se intensamente pelas
crianças da sua idade. Estabelecer relações produtivas, positivas e de
trabalho com outras crianças da sua idade fornece os alicerces para
desenvolver um sentimento de competência social. A partir dos 6 ou 7
anos as crianças conseguem genuinamente ouvir ou falar com outras
crianças.
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Capítulo 1: O desenvolvimento da criança desde os seis anos até à entrada na
adolescência
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Capítulo 1: O desenvolvimento da criança desde os seis anos até à entrada na
adolescência
Desenvolvimento Moral
Por volta dos seis anos de idade as crianças começam a internalizar
regras morais de comportamento e, assim, adquirem uma consciência.
No entanto, o comportamento das crianças mostra frequentemente que
é difícil viver com a sua nova auto-monitorização e que elas precisam da
ajuda dos adultos. Os adultos deverão usar técnicas de orientação
positivas como modelagem e consequências lógicas para ajudar as
crianças a aprender comportamentos adequados, em vez de castigar,
criticar ou comparar crianças.
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Capítulo 2
Educar e promover o
desenvolvimento de
crianças e adolescentes
12
Capítulo 2: Educar e promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes
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Capítulo 2: Educar e promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes
criança está a passar por uma fase e que é melhor ceder um pouco. É
importante que a criança sinta a consistência da disciplina de cada pai.
Assim, ela começa a saber o que pode esperar de cada um.
Os pais podem usar afirmações gerais sobre o que a criança fez ("Muito
bem!"; "Que bonito!"; "Que querido!") ou dizer coisas mais precisas:
"Obrigada por arrumares os teus brinquedos!"; "Que lindo menino, que
veio quando eu chamei!" As afirmações precisas são particularmente
úteis porque ensinam claramente à criança o que os pais querem. Os
elogios devem ser dados imediatamente, num tom de voz agradável.
Atribuir responsabilidades
É importante que a criança participe nas tarefas domésticas. Tanto o pai
como a mãe podem ensinar rapazes e raparigas a fazer coisas em casa
(ajudar a lavar a loiça, pôr a mesa ou arranjar coisas). Quando é
ensinada, a criança consegue fazer sozinha e torna-se mais autónoma e
responsável. Para definir as tarefas a realizar pela criança é vantajoso
ter em conta as suas preferências: por exemplo, uma vez que a maioria
das crianças adora água, é possível que elas gostem particularmente de
desempenhar tarefas que impliquem lavar alguma coisa.
Fornecer segurança
Para que as crianças possam ser responsáveis precisam de um forte
sentimento de segurança. Um conjunto claro de regras e limites
razoáveis fornecem a segurança necessária para que as crianças testem
as suas novas competências.
Oferecer opções
As crianças podem fazer boas escolhas se as opções corresponderem às
capacidades das crianças. Fazer escolhas ensina as crianças a ganhar
controlo sobre as suas vidas.
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Capítulo 2: Educar e promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes
É muito importante aceitar a criança tal como ela é, sem desejar que
seja diferente. Mais importante ainda é demonstrar esta aceitação à
criança, mesmo que seja preciso vencer o cansaço e o mau humor. A
criança deve sentir que os pais gostam dela sempre, tal como ela é,
independentemente das imperfeições físicas, faltas de jeito ou das suas
asneiras.
Promover a linguagem
A linguagem é importante para todas as aprendizagens. É através da
linguagem que se vai construindo o pensamento e a capacidade de
aprender. A forma como os pais e outros adultos comunicam e se
relacionam com a criança influencia o desenvolvimento da linguagem e
do raciocínio.
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Capítulo 2: Educar e promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes
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Capítulo 2: Educar e promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes
• Aprendizagem de línguas.
Note-se, contudo, que o dia da criança não deve ser passado a correr de
actividade em actividade. É vital que as crianças tenham um tempo só
para elas, isto é, tempo para não fazer nada.
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Capítulo 2: Educar e promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes
• definir horas para parar de ver televisão (para que a criança possa
dormir o tempo necessário e não assista a programas que não lhe
são destinados);
Dizer a verdade
Outro aspecto importante na educação de crianças e adolescentes é a
necessidade de existir um diálogo verdadeiro e honesto.
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Capítulo 2: Educar e promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes
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Capítulo 2: Educar e promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes
"Tal pai, tal filho!"; "Filho de peixe sabe nadar!"; "Quem sai aos seus
não degenera!" São expressões de uma sólida sabedoria popular que
mostram bem o peso e a importância da continuidade de determinadas
características, únicas e especiais, dentro de cada família.
Os filhos imitam os pais para lhes agradar, para que os aceitem, para
que não os rejeitem. O olhar das crianças é total, abrangente e
cristalino. Muito do que aprendem é resultado de imitação, de absorção
directa da essência do pai e da mãe. É por isso que, mesmo sem troca
de palavras, uma criança percebe quando o pai falta à verdade em
presença de estranhos, ou adopta determinada atitude em determinada
situação. As crianças estão permanentemente atentas aos
comportamentos dos adultos, aprendem com eles e reproduzem-nos na
primeira oportunidade.
"Olha para o que eu digo! Não olhes para o que eu faço!" é uma atitude
que não se revela eficaz na educação de uma criança ou adolescente. Os
pais devem estar conscientes do poder do exemplo e considerar os seus
actos, palavras e emoções como lições que as suas crianças aprendem
diariamente. Isto aplica-se ao cumprimento das regras estabelecidas,
comportamentos de generosidade, educação e delicadeza,
comportamentos de risco (consumo de tabaco, álcool, drogas, etc.),
linguagem, motivação para a leitura, optimismo, etc.
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Capítulo 3
Promover a auto-estima
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
Promover a auto-estima
O que é a auto-estima?
Ter auto-estima significa:
Auto-conceito
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
Auto-imagem
Auto-estima
Depois de saber quem somos e a ideia que temos sobre nós próprios,
somos capazes de nos valorizar, estimar ou gostar de nós em maior ou
menor grau. Isso é a auto-estima, o valor que damos a nós próprios. É a
dimensão afectiva do nosso comportamento na medida em que
gostámos de nós ou não.
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
Uma boa auto-estima inclui aceitar-se como é, o que não significa que
não se deva mudar o comportamento, melhorar e evoluir. Quando uma
criança está consciente que é um bom aluno e tira boas notas na escola
pode igualmente estar consciente de que tem dificuldades no desporto.
Assumir essas dificuldades é um sinal de maturidade e decidir que deve
esforçar-se por mudar e melhorar as suas capacidades no desporto é
motivo de satisfação pessoal.
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
O que faz, pensa e sente uma criança com uma boa auto-
estima?
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
As exigências que os pais fazem aos seus filhos para que assumam as
suas responsabilidades e cumpram as regras, influenciam a formação da
auto-estima das crianças. Se a criança percebe que as regras são
adequadas, são cumpridas, e que os pais reconhecem e elogiam o
cumprimento da criança, está a aprender a reconhecer e a valorizar o
bem feito, o justo, o adequado e o coerente. Algumas regras familiares
são particularmente adequadas para a criança desenvolver a sua auto-
estima, nomeadamente manter a ordem das coisas da casa, manter a
casa limpa e cuidar dos objectos, cumprir os horários de cada
actividade, colaborar em tarefas domésticas, escutar os outros,
participar nas conversas, etc.
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
O luto
A morte é um dos acontecimentos da vida que mais dor infringe a
crianças e adultos. Perder o pai ou a mãe na infância ou adolescência é
uma dor sem tamanho. A capacidade para lidar com a morte de um dos
pais depende em grande parte das reacções do pai ou da mãe
sobrevivente. Muitas das estratégias adequadas para lidar com o luto
aplicam-se a outras situações em que a criança sofre e precisa de apoio.
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
• Explicar a situação difícil e como irão lidar com ela de uma forma
honesta e básica (uma fantasia da criança às vezes é pior que a
realidade).
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Capítulo 3: Interagir com crianças e adolescentes
• Assegurar à criança que nada do que ela fez ou não fez causou o
problema. Encontrar tempo para dar amor e carinho adicionais.
Encorajar os membros da família alargada e amigos a dar apoio.
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Capítulo 4
Disciplina: modificar os
comportamentos da
criança
Princípios de modificação do comportamento
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Princípios de modificação do
comportamento
40
Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
As leis do comportamento
Para que os pais consigam resolver da melhor maneira os conflitos e
impor limites aos comportamentos inadequados das crianças é
fundamental que conheçam as regras do comportamento.
A- Antecedentes
B- Comportamento
C- Consequências
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Meio
Ambiente Comportamento Comportamento Comportamento
Gratificação Reforço
positivo Reforço
positivo
Punição Comportamento
Meio
Ambiente
Comportamento Comportamento
?
Comportamento
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Punição
Punição
Punição
Punição
Meio Comportamento
Comportamento
Ambiente Comportamento
Ex.: Os pais do João queixam-se que ele não se porta bem, mas para
conseguirem modificar o comportamento problema têm de definir o que é
“o João não se portar bem”.
“O.k., nos trabalhos de casa, mas em quê? O que é que ele não faz
bem?”
Pais: “O João não vai estudar sozinho, temos que andar sempre atrás
dele para ele ir fazer os trabalhos de casa. Temos que nos chatear com
ele para que vá estudar ou fazer os trabalhos de casa. Depois finge que
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
estuda e liga a televisão, sem darmos por isso, e põe-se a ver televisão,
a jogar computador ou a jogar Gameboy.”
O João estudar sem os pais terem que lhe dizer nada. Estudar sossegado,
sem ver televisão, jogar computador ou Gameboy. Fazer os trabalhos de
casa sem interrupções.
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Data:
Local:
Hora:
Início:
Fim:
Duração em minutos:
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Reacções a evitar
Muitas vezes as reacções dos pais aos “maus comportamentos” das
crianças são:
e
Reacções dos pais:
- Gritar com a criança.
- Bater.
- Dizer que ela é insuportável.
- Dizer que o polícia o(a) vem
buscar.
Nunca devem dizer à criança: «Vou dizer ao/à pai/mãe». Ao dizer isto
estão a prejudicar a imagem do outro, estão a atribuir ao parceiro o
papel de “mau/má”. Por outro lado, a pessoa que diz isto à criança está
a desautorizar-se. É como se dissesse “eu não consigo resolver isto
sozinho(a) portanto vou dizer ao pai/mãe para que resolva a situação”.
A criança terá uma imagem distorcida da pessoa a quem se faz a queixa
e aprenderá a não ter respeito pela pessoa que diz que vai fazer a
queixa ao outro. Está a perturbar ambas as relações afectivas.
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Moldagem. Castigo.
Para que estas técnicas resultem é fundamental que os pais definam qual
o comportamento a trabalhar e que sejam coerentes no uso das técnicas.
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
A criança aprende o tempo todo, e não só aquilo que os pais lhe dizem
que deve ou não fazer. Por vezes, aprende coisas que os pais não
pretendiam ensinar. Uma criança pode não conseguir aprender algo que
os pais pretendem intencionalmente ensinar mas pode aprender o estilo
de comunicação destes pais, determinadas reacções que eles têm
(algumas que até nem se apercebem).
A criança imita aquilo que vê. Os pais estão sempre a servir de modelo
para a criança, por isso é importante que sejam um bom exemplo, tendo
o cuidado de transmitir aquilo que querem que a criança aprenda.
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
• Autonomia.
2 Comportamentos sociais
• Saudar;
• Agradecer;
3 Comportamentos escolares
• Consultar livros;
• Realizar tarefas.
• Crenças;
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Comportamentos
inadequados da criança.
Para evitar esta situação é importante que os pais dêem atenção aos
comportamentos positivos por parte da criança.
O Francisco tem um
comportamento adequado
51
Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Físicos: Verbais:
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
3 O elogio não deve ser distorcido, ou seja, não deve fazer incluir
referências a um comportamento inadequado passado da criança.
4 Não se devem usar elogios distorcidos, como por exemplo: “Já era
tempo de fazeres uma coisa bem feita, como ......”; “Até que enfim
que fazes alguma coisa bem”; ou “Isso foi muito bom devias era ser
sempre assim, fazer isso mais vezes!”
53
Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
54
Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Existem dois tipos de estratégias que podem ser utilizados para modificar
um comportamento que queremos que desapareça, ou que, pelo menos,
diminua a sua frequência:
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
SIM NÃO
56
Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Ex.: A criança pensa: “Se ele não liga quando eu grito, eu grito mais e
mais alto!”; “Se não me dão o brinquedo, eu vou chorar cada vez mais
até se fartarem de me ouvir.”
É importante não esquecer isso, para não perder a calma, e poder levar a
estratégia adiante.
Isolamento
Em muitas situações torna-se impossível ignorar o comportamento da
criança. Este procedimento pode ser útil nesses casos. Consiste em tirar
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
• O castigo ser por pouco tempo (1 minuto por cada ano de idade).
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
• Não deve ser aplicado quando constitui uma forma de evitar uma
situação desagradável. Por exemplo, o Luís não gosta de sopa e,
sempre que lhe põem o prato de sopa à frente, ele começa a fazer
disparates (fazendo um barulho que sabe que os pais detestam). Os
pais ficam chateados e põem o Luís de castigo (isolamento),
retirando-o da mesa. Este é um “castigo” que o Luís adora porque
consegue o que quer: não comer a sopa. Portanto, ele já sabe que,
para a próxima, manifestando o mesmo comportamento terá o
mesmo resultado.
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
• Se a criança disser que não, então diz-lhe: “Nesse caso vais ficar
aí até eu dizer para te levantares”.
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
• não estão chateados com ela, e estão dispostos a elogiá-la pelo seu
bom comportamento.
• Um sítio onde ela não tenha coisas com que brincar, ou pessoas que
fiquem a olhar, a falar ou a brincar com ela;
• O local deve ser visto de todos os sítios onde estão os pais, de modo
a que possam continuar as suas actividades, e ao mesmo tempo, a
observar a criança, de preferência sem que ela dê por isso.
Da primeira vez que a criança é enviada para a cadeira, ela pode ter de
aí permanecer durante mais tempo, porque pode fazer uma birra para
tentar livrar-se do “isolamento”. Depois de ela aprender que isso não
leva a que se levante mais depressa, das próximas vezes, a criança
ficará sossegada imediatamente após ter sido mandada para o castigo.
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
• O castigo deve ser curto (para que a criança não se habitue a ele).
Inconvenientes e desvantagens
Uma posição demasiado rígida dos pais pode ter prejuízos graves, pode
provocar consequências funestas e irreparáveis. Existem, contudo,
estratégias punitivas que ultrapassam um pouco as limitações referidas:
quando se centram no diálogo, pois permitem à criança reflectir sobre as
consequências do seu comportamento e aos pais não funcionarem como
modelo agressivo.
Deve-se evitar, tanto quanto possível, o uso do castigo físico. Esta forma de
castigo deve ser aplicada apenas em situações excepcionais e quanto menos
melhor.
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Os perigos da extinção
Conclusão
Sempre que decidimos utilizar estratégias de modificação do
comportamento, para eliminar ou reduzir comportamentos não
desejáveis, nunca nos devemos esquecer:
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Capítulo 4: Disciplina: modificar os comportamentos da criança
Ex.: A mãe da Ana pensa: “Como vou fazer com que a Ana não fique
horas seguidas a ver televisão?”. Então tenta desviar a atenção da
criança: “Ana, já provaste este novo doce que eu estou a fazer?
Ajuda-me aqui um bocadinho”.
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Capítulo 5
A escola: promover a
motivação e o sucesso
Valorizar a escola
Auto-estima e a escola
Acompanhar na transição
66
Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
Valorizar a escola
Os pais têm um papel fundamental na promoção da motivação e o
sucesso escolar da criança, contribuindo, directa ou indirectamente, para
que as crianças consigam lidar com as dificuldades inerentes às
exigências académicas.
Auto-estima e a escola
A opinião que a criança tem de si própria está intimamente relacionada
com a sua capacidade para a aprendizagem, com o interesse que a
criança tem pelas coisas (motivação) e com o seu rendimento, por
exemplo, na escola.
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Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
É necessário:
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Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
Os pais devem despertar o interesse dos filhos pelo que os rodeia (pela
natureza, cultura, história, ciência, ou pela arte). Desta forma,
desenvolve-se o interesse e é o interesse que estimula a aprendizagem.
As tarefas domésticas
Ao colaborar com os pais nas tarefas domésticas, a criança não só
desenvolve o espírito de cooperação, como adquire conhecimentos
muito importantes para a sua vida escolar. É importante habituar a
criança a participar nos trabalhos domésticos, pedindo-lhe que arrume
os talheres, os pratos e os copos ou pregos e chaves de fendas, do
maior para o mais pequeno ou do mais pequeno para o maior. Ela
aprende que os objectos têm tamanhos diferentes e que se podem
ordenar, etc.
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Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
Os livros
Uma das formas de despertar o interesse da criança por diversos
assuntos é promovendo o hábito da leitura. É importante que os livros
se tornem um hábito. Pais leitores, filhos leitores. Tendo vários livros em
casa, recorrendo a eles com frequência e lendo livros diante da criança,
ela tenderá a imitar esse comportamento, desenvolvendo hábitos de
leitura.
Experimentar
Para aprender é importante que a criança faça uso da experiência,
concretize o que aprende, oiça falar na matéria. Para isso é importante
aproveitar as oportunidades do dia-a-dia.
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Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
os, numa linha de tempo. Os pais podem ver com a criança o seu álbum
de fotografias e escrever com elas um livrinho com as datas em que
disse a primeira palavra, começou a andar, foi para a escola, etc.
O sentido de responsabilidade e
autonomia (as regras)
É fundamental que os pais promovam a responsabilidade, autonomia e o
sentido de organização dos filhos, para que eles sejam capazes de gerir
o seu tempo (o dedicado ao trabalho e o dedicado à brincadeira),
organizar o seu material escolar, chegar à escola a horas, etc.
Acompanhar na transição
O grau de exigência do 2º Ciclo do Ensino Básico (ciclo preparatório) é
muito maior. Normalmente, a criança tem que mudar de escola (indo
para uma escola maior), deixa de ter um(a) professor(a) para passar a
ter vários professores, várias disciplinas, etc. Esta é uma fase em que os
pais têm de estar muito presentes, ajudando a criança a ultrapassar as
71
Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
72
Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
As condições de estudo
Não se estuda de qualquer maneira e em qualquer lugar. Para que o
estudo seja rentável é essencial garantir determinadas condições. É
importante que os pais estejam conscientes dessas condições e que as
ensinem às crianças.
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Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
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Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
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Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
É importante que os pais nunca façam as coisas pela criança e que não
criem o hábito de ajudar sempre. Devem ajudá-la quando ela pedir, mas
só depois de se assegurarem que ela já tentou.
Nunca se deve dizer à criança que ela não sabe nada, que é burra, etc.
Para a criança aprender é essencial que confie nas suas capacidades.
Pode parecer que ela não sabe muita coisa, mas também há muita coisa
que já aprendeu nos seus poucos anos de vida.
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Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
Quando a criança não tem bons resultados é importante que os pais não
culpem a criança e que, falando com ela, a façam compreender que vai
ter a ajuda dos pais e que vai ser capaz de ultrapassar as dificuldades.
Se a criança está triste por alguma coisa que não correu bem na escola,
não a devem censurar, mas ouvi-la com muita atenção e tentar explicar-
lhe que nem tudo acontece da forma que gostaríamos e que, no dia
seguinte, vai ser melhor concerteza.
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Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
Além disso, é importante não esquecer que a maior parte das vezes o
insucesso escolar não depende da criança. Não se deve penalizar o
insucesso com a ausência de uma prenda. Não é justo culpar e muito
menos penalizar o insucesso escolar.
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Capítulo 5: A escola: promover a motivação e o sucesso
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Capítulo 6
Promover a saúde e a
segurança
Segurança
Nutrição
Doenças
O bem-estar físico
Higiene
Prevenção e riscos
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Segurança
Segurança na estrada
Os riscos
Uma das noções que é necessário ter presente é que não é preciso ir a
120 km/h numa auto-estrada ou numa estrada principal para sofrer um
acidente com consequências graves... nem obrigatoriamente numa
viagem de duração superior a uma hora. Bem pelo contrário, porque a
maioria dos acidentes ocorre:
• perto de casa
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Era bom que fosse esta a frase que viesse à cabeça do público sempre
que falasse de crianças como passageiros. Contudo, muita gente
continua a associar transporte de crianças no automóvel à
obrigatoriedade (que nunca existiu) de as transportar no banco de trás.
Mesmo a "velha" lei dizia já que, "com o dispositivo de segurança" a
criança poderia ir à frente. Só que esses dispositivos eram raros em
Portugal e essa parte da lei ficou esquecida. Mas agora é diferente.
E, de facto, não é por ir no banco de trás que a criança vai mais segura.
Se for "à solta", a insegurança é total e, em caso de colisão, o natural é
que seja projectada contra as estruturas internas do carro ou para fora
dele. Para que as crianças viajem realmente seguras, é essencial
que usem o cinto ou uma cadeira de segurança, quer no banco da
frente se o carro não tiver airbag no lugar do passageiro, quer no
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
9-25Kg
03 123123
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
A cadeira com esta etiqueta está aprovada para ser utilizada por
crianças com peso entre os 9 e os 25 Kg, de acordo com as instruções
de utilização (trata-se de um exemplo de cadeira mista, do grupo I e II
ou seja, para crianças de 1 a 6 anos). O facto de o n.º de homologação
começar por 03 é indicativo de que o dispositivo obedece à versão mais
recente do regulamento n.º 44.
Idade Posição da
Grupo Peso Lugar
(aprox.) cadeira
0
Até 10 kg Até 1 ano VT BF* ou BT
Até 18-24
0+ Até 13 kg VT ou VF BF* ou BT
Meses
I
9-18 kg 1-4 anos VF BF* ou BT
II
15-25 kg 3-6 anos VF BF* ou BT
III 5-12 anos
22-36 kg VF BF* ou BT
VT: voltado para trás, VF: voltado para a frente, BF: Banco da frente
(*se não tiver airbag), BT: Banco de trás.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Recomendações
Em geral
• O cinto de segurança salva vidas, mas não faz milagres: conduza
com precaução, sempre uma distância de segurança em relação ao
veículo da frente.
No carro
• Transporte o seu filho no automóvel, sempre em segurança. Use as
cadeirinhas de transporte, os banquinhos ou o cinto-de-segurança,
conforme a idade, mesmo para trajectos curtos e no dia-a-dia.
• Não deixe objectos à solta dentro do carro. Também eles terão o seu
peso multiplicado em caso de acidente.
• Não deixe que um passageiro sem cinto viaje atrás de si ou dos seus
filhos.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
• Se uma criança tiver que viajar num lugar equipado com airbag,
deverá fazê-lo num dispositivo em que seja o próprio cinto do carro
a segurar-lhe o corpo e com o banco recuado ao máximo.
Na estrada
• Ensine, fazendo com o seu filho: esperar pelo verde para atravessar
na passadeira e nos semáforos. Dê o exemplo e não procede
erradamente, mesmo que não venha nenhum carro.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Medidas preventivas
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Nutrição
Boa nutrição não significa que as crianças não possam comer os
alimentos preferidos ou que tenham de comer alimentos de que não
gostam. Boa nutrição significa variedade e moderação na dieta pessoal.
Escolher os alimentos é importante para obter uma vida saudável. As
suas crianças podem escolher certos alimentos tanto por serem
saborosos como por estarem disponíveis. Tente ter alimentos saudáveis
em casa, em locais acessíveis, e controlar os "maus" alimentos -
alimentos gordurosos e doces.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Pequeno almoço
Muitas pessoas não tomam pequeno almoço. Mais ou menos 25% de
todas as crianças em idade escolar saem da casa sem comer de manhã.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Pergunte ao rótulo
Quantas vezes vamos às compras e hesitamos entre dois produtos que
nos parecem iguais? Qual o melhor? Para permitir uma escolha criteriosa
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Aditivos
• E-100-199: Corantes
• E-200-299: Conservantes
• E-300-399: Antioxidantes
Tenha em atenção:
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Mas repare:
Assim previna-se:
Evite produtos com corantes, que só têm como função tornar o produto
mais atraente. Evite também consumir refeições preparadas.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Carne
Os efeitos na nossa saúde dos resíduos das hormonas na carne, ainda
não são completamente conhecidos, mas apresentam riscos. Desconfie
da carne com aspecto muito cor-de-rosa, sem nervos nem gorduras e
que, depois de cozinhada, reduz muito porque perdeu água.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Doenças
Prevenção de doenças
Toda a gente tem um sistema de imunidade interna feito por anticorpos
e glóbulos brancos. A sua criança pode ajudar este sistema de
imunidade a funcionar bem, dormindo suficientemente, comendo
refeições nutritivas, e fazendo exercícios.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
BGC: Tuberculose
VHB (HBV): Hepatite B
VAP (OPV): Poliomielite (oral, viva)
Hib: Haemophilus influenzae tipo b
DTP: Difteria, tétano, pertussis
Td: Tétano, difteria (dose reduzida)
T: Tétano
VASPR (MMR): sarampo, parodite epidémica, rubeóla
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Febre e convulsões
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
A febre por infecção: há muito tempo que se supõe que a febre possa
ser um mecanismo de defesa do organismo contra as infecções. Essa
hipótese foi confirmada, nos últimos anos. Em termos gerais, foi
demonstrado que as infecções induzidas, experimentalmente, em
animais são mais frequentemente mortais se a resposta febril for
impedida. Se as coisas são assim, não se entende porque se combate a
febre, com tanta insistência. É provável que o hábito de combater a
febre, a todo o custo, se tenha estabelecido quando se considerava que
esta era prejudicial em si mesma. De qualquer modo, também não se
deve adoptar a atitude oposta e correr o risco da temperatura subir em
flecha e provocar convulsões. Em geral, os pediatras recomendam a
administração de um antipirético, para controlar o mal-estar.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
O bem-estar físico
A condição física
A condição física é uma parte vital da vida que se quer saudável. A
aquisição de uma boa condição física pode e deve ser feita através de
jogos quando se trata de crianças. Através de jogos e brincadeiras
podem ser atingidos todos os objectivos necessários ao bem-estar físico.
Para além do que foi atrás referido as capacidades são mais facilmente
desenvolvidas em certos períodos da vida, e a não utilização dos
momentos mais propícios para o desenvolvimento de determinadas
capacidades pode ter consequências irreversíveis. Sabendo-se que os
períodos ditos sensíveis se encontram dispersos entre os 6 e os 15 anos,
a falta de actividade física neste período terá consequências dificilmente
recuperáveis numa fase posterior da vida da criança.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
• deixar ficar claro que a modalidade que escolher não tem que ser
uma escolha definitiva (é importante não censurar se, depois de ter
praticado durante um ano voleibol, quiser praticar futebol ou
basquetebol).
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
A visão
Uma das principais preocupações de quase todos os pais com crianças
em idade escolar é que os filhos e filhas tenham insucesso escolar. E, no
entanto, o problema reside, por vezes, em algo tão simples de
solucionar como a falta de acuidade visual.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
• Aproxima-se da televisão
• Dobra-se ao escrever
• Omite palavras
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Controlos recomendados
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Higiene
Em geral
Reduzir o risco de doenças é um objectivo importante para ajudar a
criança a crescer de uma forma saudável. Bactérias e viroses causam
doenças, e bons hábitos de higiene podem ajudar a prevenir a
difusão destes germes. Partilhar objectos como a escova de dentes ou
um copo, mesmo entre membros da família pode também transmitir
doenças. Habituar as crianças a vestir roupa limpa, e tomar banhos
diariamente ajuda-as a manterem-se limpas e a sentirem-se melhor.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Higiene oral
Mais do que um problema estético, ter uma dentição bonita é uma
questão de saúde. Para além de dever incutir às crianças hábitos
de higiene oral, os pais não podem esquecer as visitas ao
dentista, para se certificarem de que o desenvolvimento da boca dos
seus filhos evolui correctamente.
Quando ir ao dentista?
Em linhas gerais, deve recomendar-se aos pais que, mesmo que não se
notem problemas ou malformações na dentição da criança, a levem ao
dentista, pela primeira vez, por volta de 6 anos de idade. É nesta
altura que aparece o primeiro molar definitivo. Estes molares têm de
evoluir e encaixar entre si de uma determinada maneira. Se o primeiro
começar mal, os restantes dentes não encaixarão correctamente. Uma
segunda razão para iniciar as visitas aos 6 anos resulta do facto da
criança já ser suficientemente crescida para se sentar na cadeira do
médico e permitir, com mais ou menos paciência, que este manipule a
sua boca. Ainda se poderia apontar uma terceira razão: a criança deve
habituar-se, desde a infância, a visitar regularmente o dentista.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Prevenção e riscos
Educação sexual
A educação sexual pode começar desde que a criança é muito pequena.
Primeiro uma alusão ligeira, depois as respostas sinceras e simples às
perguntas das crianças, e mais tarde as conversas mais sérias quando a
criança começa a entrar na puberdade (por volta dos 9, 10, 11 anos). É
importante não omitir nem evitar as questões ligadas ao corpo e à
sexualidade da mesma, para que as crianças as entendam como algo de
natural.
Para os jovens
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
É importante não fazer com que a visão dos seus filhos acerca do sexo
seja sinónimo de medos, angústias, perigos, doenças,... É preciso
alertar para os perigos, as doenças, as gravidezes precoces... mas há
que transmitir que é algo bonito, que envolve sentimentos, emoções,
amor e responsabilidade.
Drogas
A educação assume uma grande importância na luta contra o uso de
drogas por parte dos jovens. As crianças deviam aprender desde
pequenas os factos sobre as drogas e sobre os seus malefícios.
Entretanto, é importante que elas aprendam os benefícios de uma vida
saudável.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Factos e mitos
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Facto 2: Usar drogas é uma decisão que pode ser tomada por jovens
felizes e infelizes. Usar drogas não está necessariamente associado a ser
infeliz.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
Sinais de perigo
• Faltar às aulas.
• Mudança de amigos.
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Capítulo 6: Promover a saúde e a segurança
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Participaram neste trabalho os formadores abaixo referidos que cederam
os respectivos direitos de propriedade e autoria:
Cecília Aguiar
Leen Poppe